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AN02FREV001/REV 4.0 72 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE PROJETOS E CANTEIRO DE OBRAS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 73 CURSO DE GESTÃO DE PROJETOS E CANTEIRO DE OBRAS MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 74 MÓDULO III 13 MANUAL DE ENCARGOS FIGURA 42 – ENCARGOS Fonte: disponível em: < http://goo.gl/yQvCcH>. Acesso em 05 de maio de 2013. No manual de encargos encontraremos informações acerca do empreendimento a ser executado. Tratam-se de descrições e informações pertinentes para o correto planejamento e desenvolvimento de todos os setores e atividades que formam o conjunto operacional. Projetos, orçamentos, manuais descritivos, documentos variados e cronogramas fazem parte desse manual. 13.1 TERMINOLOGIA Empreendimento: projeto que envolverá algum tipo de trabalho para desenvolver algo novo. %3c%20http:/goo.gl/yQvCcH%3e AN02FREV001/REV 4.0 75 Obra: um tipo de empreendimento onde os trabalhos serão realizados com o intuito de criar uma construção. Serviço: atividades que em conjunto realizarão um trabalho específico. Promotor (proprietário): é quem arca com os custos para empreender algo, e por consequência é o dono. Executor: pode ser o próprio proprietário ou alguém contratado para executar o empreendimento. Cronograma físico: é uma planilha com a descrição das atividades seu sequenciamento e duração para realização. Cronograma financeiro: é a descrição dos recursos envolvidos para realização das atividades e seus custos respectivos. Orçamento: é a prévia dos custos do empreendimento. Usado também para pesquisar preços de produtos e serviços. Custo: é a quantia necessária para realizar ou obter algum produto ou serviço. Preço: é o valor monetário a ser pago por algum bem ou serviço. Custo direto: são valores gastos com materiais e serviços obrigatórios para a realização da obra. Custo indireto: são as quantias gastas com serviços e trabalhos paralelos à obra. Lucro: é o acréscimo de valores sobre o custo da obra, convertendo em retorno financeiro ao empreendedor. 14 ORÇAMENTO Todo empreendedor consciente necessita ter em mãos o valor, ainda que aproximado, dos custos para a realização do projeto a que está se propondo. Tendo AN02FREV001/REV 4.0 76 esse valor, será possível prever a quantidade de capital a despender na realização do empreendimento e qual será o percentual de lucro possível. Com um orçamento descritivo do custo dos recursos materiais e humanos para realização dos serviços, temos dois fatores extremamente positivos para o gerenciamento do empreendimento: Contato direto com os dados intrínsecos da obra, gerando um acervo de informações para sanar dúvidas e planejar o empreendimento; Possibilidade de barganhar preço para os produtos e serviços, já que temos de antemão uma descrição do que vamos necessitar. Tudo que é estudado previamente e planejado de forma adequada, pode ser administrado e gerido mais satisfatoriamente, e impreterivelmente, a possibilidade de diminuir custos é potencializada. 14.1 COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS Os componentes básicos para montarmos um orçamento de uma obra residem nos três itens básicos: materiais, mão de obra e maquinário (equipamentos e ferramentas) (GIAMMUSSO, 1991). AN02FREV001/REV 4.0 77 14.1.1 Materiais Os custos dos materiais são obtidos pela natureza e escolha do produto, e a partir disso a quantidade necessária. Jamais se pode deixar de lado no cálculo e quantificação do material, o seu percentual de descarte e quebra, pois conforme o seu emprego pode ocorrer de não ser utilizado totalmente. Essa perda ou quebra é obtida por meio de um percentual acrescido do total de material comprado. O desperdício de material pode ser evitado com uma fiscalização constante, e com uma equipe de trabalho competente e engajada com a empresa na minimização de erros e descartes. Outros fatores que influenciam no valor dos materiais são: Os transportes; Cargas e descargas; Armazenamentos; Impostos e tributações. Obviamente, tais fatores citados têm custos, e estes são repassados no valor final do custo do material comprado, elevando assim seu valor total. AN02FREV001/REV 4.0 78 14.1.2 Mão de obra FIGURA 43 – CUSTO DE MÃO DE OBRA FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/sB0LzR>. Acesso em: 05 maio 2013. O custo da mão de obra é obtido a partir do cálculo do tempo necessário para realização de uma atividade. A partir da determinação do tempo para execução do serviço, multiplica-se pelo valor/hora dos trabalhadores envolvidos no trabalho. Essa variável é peculiar de cada região, empresa e serviço contratado. Independente das particularidades de cada situação, além do valor bruto, é necessário acrescer o percentual referente a encargos fiscais e tributações, que podem variar conforme o estado da federação. Unidos esses dois fatores, temos o valor final do custo da mão de obra. Vejamos os encargos tributários elementares, que devem ser pagos pelo empreendedor, sobre toda remuneração recebida por cada trabalhador (SINDUSCON-SP, 2009): SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial): 1,0% SESI (Serviço Social da Indústria): 1,5% AN02FREV001/REV 4.0 79 Seguro de acidente de trabalho: 2,0% INCRA (Instituto Nacional da Reforma Agrária): 2,0% Salário Educação: 2,5% FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço): 8,0% Previdência Social (INSS): 20% Somando-se, chegamos a um percentual total de 35% de encargos tributários que devem ser computados como custos da mão de obra no orçamento do empreendimento. 14.1.3 Maquinário FIGURA 44 – MÁQUINAS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/dqt9Zn>. Acesso em: 08 maio 2013. Todo equipamento adquirido é um investimento inicial que deve ser computado no orçamento. É um gasto que emprega o capital destinado para desenvolvimento do empreendimento. Além do valor de aquisição, cada ferramenta ou equipamento adquirido deve ter incorporado no seu custo o valor de depreciação correspondente ao tempo de utilização para cada serviço. Ainda que a compra tenha ocorrido, porém não se tenha utilizado o mesmo, tal maquinário incorpora igualmente o valor agregado no custo do empreendimento, pois, afinal de contas, foi investido capital para sua compra. AN02FREV001/REV 4.0 80 Em virtude disso é que, quando estabelecemos o valor de um serviço em que foi utilizada alguma ferramenta ou equipamento, devemos agregar um percentual referente ao gasto pela compra e depreciação pela utilização de tais produtos. Cada ferramenta ou equipamento utilizado nas atividades da construção civil tem um tempo médio de utilização, que chamamos de vida útil. A vida útil é o período de tempo, associado a sua utilização, em que ele pode servir de forma satisfatória para realização da atividade a que se destina. Uma ferramenta ou um equipamento que está desgastado, ou seja, com a vida útil finalizada, pode não realizar mais, ou ainda, comprometer a qualidade do serviço prestado. Outra situação que pode ocorrer é a depreciaçãoacontecer antes do tempo médio, devido a uma utilização constante ou de forma equivocada. Uma vez transcorrido o tempo de utilização podemos proceder com a venda, o conserto quando viável, o descarte, ou ainda o aproveitamento de partes ou peças isoladas. Cada situação é passível de análise e coerência para determinar seu destino. Listamos uma sequência de equipamentos e sua vida útil média, baseados em nossas experiências no gerenciamento em construções de edificações: Ferramentas em geral – variável pela utilização. FIGURA 45 – FERRAMENTAS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/273WgA>. Acesso em: 08 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 81 Betoneiras – 2 anos. FIGURA 46 – BETONIEIRA FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/e128I2>. Acesso em: 08 maio 2013. Guinchos – 2 anos. FIGURA 47 – GUINCHOS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/Hq6GtY>. Acesso em: 08 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 82 Vibradores de concreto – 2 anos. FIGURA 48 – VIBRADORES DE CONCRETO FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/8NMIe2>. Acesso em: 08 maio 2013. Equipamentos sobre rodas e esteiras de material pesado – 2 a 3 anos. FIGURA 49 – MATERIAL PESADO FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/AKLVEq>. Acesso em: 08 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 83 Equipamentos sobre rodas e esteiras de material menos pesado – 4 a 6 anos. FIGURA 50 – MATERIAL MENOS PESADO FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/77ti4d>. Acesso em: 08 maio 2013. Equipamentos fixos – de 10 a 20 anos. FIGURA 51 – EQUIPAMENTOS FIXOS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/2IoLm6>. Acesso em: 08 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 84 15 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Os insumos utilizados na construção civil formam um conjunto de elementos impreterível para desempenho das atividades, e foram divididos em classes que veremos a seguir. 15.1 CLASSIFICAÇÃO Como já mencionado anteriormente, na construção civil, o desperdício é elevado tanto pelo descarte, quanto pelo retrabalho. Se bem geridas as atividades e equipes de trabalho, podemos alcançar altos índices de economia, evitando o desperdício dos materiais. 15.1.1 Material simples Todo material que não possui uma forma geométrica definida. Areia: alto índice de perda, devido ao transporte, adensamento no terreno por compactação no solo em locais de trânsito, perda por enxurradas das chuvas, erros de uso, etc. Outro problema inerente é a capacidade do material de absorver a umidade, que acaba causando um inchamento e aumento de volume. Como a areia é entregue por cubagem de volume, isso pode representar perdas significativas. Sempre que adotadas medidas de recebimento, depósito e utilização desse material, as perdas podem diminuir de 10 a 20%. AN02FREV001/REV 4.0 85 Cimento: o fato de ser um produto que é entregue embalado na obra, faz com que o desperdício seja menor, porém isso pode ser perdido se o produto for estocado de forma errada ou ocorrerem dosagens maiores que o necessário. Brita: as perdas mais significativas desse agregado provêm da compactação no solo em locais de passagem, causadas por pessoas ou veículos. Diferente da areia, não sofre ação da umidade. 15.1.2 Elemento simples Material de construção com forma e dimensão estabelecida. Blocos cerâmicos e de concreto: as perdas relacionadas a esses dois materiais está relacionada à qualidade do produto e ao manuseio de utilização. Outro fator que pode determinar uma perda excessiva é a dimensão das peças fora de uma modulação ou padronização, que acarretam vários cortes das peças. Chega-se a um percentual absurdo de até 20% de desperdício quando empregados materiais de má qualidade ou equipe de trabalho desqualificada. Telhas, cerâmicas e tacos: por se tratarem de materiais com dimensões definidas e que são aplicados em áreas existentes, a perda pode ser de 10 a 15% devido aos cortes e adaptações. Se compatibilizarmos os tamanhos dos ambientes com os produtos a serem especificados conseguiremos diminuir o desperdício para até 5%. Mais uma vez, a modulação entra como uma medida gerencial. AN02FREV001/REV 4.0 86 15.1.3 Elemento composto Produtos que combinados e constituídos por materiais simples, possuem forma, tamanho e características funcionais. Exemplos: aparelhos sanitários, pias, interruptores e tomadas, etc. 15.1.4 Elemento funcional Constituído por um grupo de materiais semiacabados, simples, compostos, ou suas combinações, que desempenham alguma função específica na construção. Exemplo: portas, janelas, móveis, etc. 15.1.5 Elemento semiacabado Material com seção e comprimento definidos. Exemplo: tubos de PVC, condutores elétricos, vergalhões de aço, etc. AN02FREV001/REV 4.0 87 16 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS FIGURA 52 – FERRAMENTAS DIVERSAS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/2B9src>. Acesso em: 05 maio 2013. Conforme a complexidade da obra, podemos encontrar diversos equipamentos e ferramentas para execução das tarefas. A seguir, relacionamos as mais utilizadas com sua função, e que de certa forma se fazem presentes em praticamente todo tipo de construção. Martelo: pregar, bater ou quebrar. FIGURA 53 – MARTELOS FONTE: Disponível em: <http://www.rocaracessorios.com.br/martelos-marretas.html>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 88 Marreta: bater e quebrar. FIGURA 54 – MARRETAS FONTE: Disponível em: <http://www.rocaracessorios.com.br/martelos-marretas.html>. Acesso em: 10 maio 2013. Ponteira: quebrar, perfurar. FIGURA 55 – PONTEIRA FONTE: Disponível em: <http://pt.wikihow.com/Perfurar-Concreto>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 89 Colher: usada para assentar massa. FIGURA 56 – COLHER FONTE: Disponível em: <http://www.akarecomercial.com.br/produtos/colher-de-pedreiro.htm>. Acesso em: 10 maio 2013. Serrote: serrar. FIGURA 57 – SERROTE FONTE: Disponível em: <http://loja.ferramix.com.br/ecommerce_site/produto_10317_5283_Serrote- Profissional-Stanley-22>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 90 Bancada de serra: bancada com serra para serrar peças em geral. FIGURA 58 – BANCA DE SERRA FONTE: Disponível em: <http://www.hotfrog.com.br/Empresas/ENGREMAN/Serra-para-Construc-o- Civil-49083>. Acesso em: 10 maio 2013. Lâmina de serra: serrar ferro. FIGURA 59 – LÂMINA DE SERRA FONTE: Disponível em: <http://www.disapar.com.br/index.php/br/busca_produto/402>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 91 Pá: retirar e transportar materiais em geral. FIGURA 60 – PÁ FONTE: Disponível em: <http://cristonooutdoor.blogspot.com.br/2011/09/pa-ou-enxada.html>. Acesso em: 10 maio 2013. Picareta: escavar terra e quebrar pedras. FIGURA 61 – PICARETA FONTE: Disponível em: <http://www.tudostore.com.br/Picareta-Chibanca-C-Cabo---Famastil-575/p>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 92 Cavador: cavar solo. FIGURA 62 – CAVADOR FONTE: Disponível em: <http://www.aki.pt/produto.aspx?categoryid=1972&productid=14564&sid=0>. Acesso em: 10 maio 2013. Espátula: raspagens. FIGURA 63 – ESPÁTULA FONTE: Disponível em: <http://www.cec.com.br/tintas-e-acessorios/acessorio/espatula>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 93 Pé de cabra: abrir, quebrar e retirar pregos. FIGURA 64 – PÉ DE CABRA FONTE: Disponível em: <http://www.bemlegaus.com/2008/09/p-de-cana.html>. Acesso em: 10 maio 2013. Broxa: umedecer paredes e pintar. FIGURA 65 – BROCHA FONTE: Disponível em: <http://www.portodastintas.com.br>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 94 Peneira: separar impurezas dos materiais. FIGURA 66 – PENEIRA FONTE: Disponível em: <http://industrialdatec.com.br/produtos/10>. Acesso em: 10 maio 2013. Prumo: fornecer alinhamentos. FIGURA 67 – PRUMO FONTE: Disponível em: <http://www.brasutil.com/produto/Prumo-de-Parede-Metal-400G--- Vonder/8247>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 95 Nível: fornecer nivelamentos. FIGURA 68 – NÍVEL FONTE: Disponível em: <http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/15/02/2009/o-que-e- nivel/>. Acesso em: 10 maio 2013. Desempenadeira: aplainar e distribuir materiais de forma uniforme. FIGURA 69 – DESEMPENADEIRA FONTE: Disponível em: <http://www.casasaopedroboituva.com.br/products/DESEMPENADEIRA- A%C7O.html>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 96 Carrinho de mão: transporte de materiais. FIGURA 70 – CARRINHO DE MÃO FONTE: Disponível em: <http://www.casasaopedroboituva.com.br/products/DESEMPENADEIRA- A%C7O.html>. Acesso em: 10 maio 2013. Padiola: medir e transportar materiais. FIGURA 71 – PADIOLA FONTE: Disponível em: <http://www.elmeza.ind.br/civil.htm>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 97 Betoneira: misturar agregados para formar a massa de revestimento e concreto. FIGURA 72 – BETONEIRA FONTE: Disponível em: <http://www.antonioejoao.pt/betoneira.htm>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 98 Vibrador: adensamento do concreto. FIGURA 73 – VIBRADOR FONTE: Disponível em: <http://www.silmaquinas.com.br/produto/nocateg/vibrador-de-concreto- 25mm-weber-comapct-power-silmaquinas-bh-mg.html>. Acesso em: 10 maio 2013. Guincho: elevador de carga. FIGURA 74 – GUINCHO FONTE: Disponível em: <http://www.ramonvan.com.br/detalhes-produto/31/Guincho-de-Coluna>. Acesso em: 10 maio 2013. AN02FREV001/REV 4.0 99 Andaime: estruturas para desempenho de atividades. FIGURA 75 – ANDAIME FONTE: Disponível em: <http://www.monteeuseandaimes.com.br/produto+interno.php?cd=7>. Acesso em: 10 maio 2013. 17 SEQUÊNCIA DE ETAPAS Para um planejamento eficiente é preciso que tenhamos um sequenciamento das principais etapas da obra (GIAMMUSSO, 1991). A setorização permite que possamos acompanhar as atividades de uma forma mais dinâmica e tenhamos assim um controle gerencial das atividades sem sobreposição ou ocultamento das mesmas. Partindo-se dessa diretriz montamos uma síntese das principais atividades agrupadas em etapas cronológicas de execução no canteiro de obras para uma obra sem muitas complexidades e bastante usual. AN02FREV001/REV 4.0 100 17.1 SERVIÇOS PRELIMINARES Nessa etapa, enumeram-se as primeiras atividades no local do empreendimento: Projetos e aprovações; Adequações do terreno: limpeza, remoção de terra, terraplanagem, etc.; Demolições de edificações, muros etc. existentes; Instalação de infraestrutura para trabalho; Fechamento do terreno com tapumes; Adequações para o canteiro de obras; Locação da obra. 17.2 INFRAESTRUTURA Engloba as atividades necessárias para executar as fundações do empreendimento, tais como escavações, execução de formas, ferragens e concretagens. Muitas vezes, pode exigir adequações no terreno e nas suas cercanias. Costuma-se incluir nessa etapa as impermeabilizações que são necessárias. 17.3 SUPRAESTRUTURA Todas as atividades relacionadas à execução das estruturas da edificação fazem parte da supraestrutura. Obviamente as atividades e materiais envolvidos mudarão em virtude do tipo de estrutura escolhido: AN02FREV001/REV 4.0 101 Madeira: guias, elementos diversos, etc.; Metálica: perfis, colunas, treliças, etc.; Concreto armado: pilares, lajes, vigas e reforços; Alvenaria estrutural: painéis, blocos, concreto, ferragem. 17.4 ALVENARIA Todas as paredes, externas e internas das edificações, sejam de vedação ou com função estrutural são tratadas no item das alvenarias. Temos ainda os muros, platibandas, etc. Na verdade, é a união dos materiais diversos, já vistos, para fechamento de paredes e os serviços específicos para realização das tarefas. 17.5 COBERTURA É o fechamento da edificação, podendo ter diversas formas, com telhado aparente ou embutido. Incorpora: As estruturas de sustentação das coberturas; Telhas; Isolamentos térmicos e acústicos; Reservatórios de água fria; Reservatórios de água quente; Sistema de captação solar; Sistema de recolhimento das águas; Impermeabilizações específicas. AN02FREV001/REV 4.0 102 17.6 IMPERMEABILIZAÇÕES Além das já mencionadas na infraestrutura e cobertura, as quais podem ser anexadas nesse item, temos as necessárias em paredes e estrutura da edificação. 17.7 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS Nessa etapa, registramos as atividades relacionadas às instalações de água fria e quente, esgoto de águas cinza e negras, e, águas pluviais. Por similaridade de execução acabam sendo incorporadas as conexões de gás e de prevenção de incêndio. Dentre os principais componentes dos sistemas citados temos: Tubos; Conexões; Aparelhos sanitários; Acessórios e metais sanitários: registros, torneiras, ralos, pias, lavatórios, bacias, banheiras, papeleiras, porta-toalhas, saboneteiras etc. 17.8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, TELEFÔNICAS E DE LÓGICA Todo o cabeamento da rede elétrica, os condutores, interruptores, tomadas, disjuntores, caixas de passagem e centrais de distribuição, bem como as centrais de ligação, podem ser descritas com serviços e elementos executados nessa etapa. Dentro desse item, temos ainda as ligações telefônicas, circuitos de interfone e vídeo monitorado, rede de lógica para computadores e centrais de alarme. AN02FREV001/REV 4.0 103 Guardadas as características de cada construção, podem-se ou não incluir o sistema de iluminação. Geralmente quando se trata de um empreendimento a ser comercializado, são entregues somente as luminárias das áreas externas. 17.9 INSTALAÇÕES ESPECIAIS Dependendo do empreendimento, poderão ser necessárias instalações especiais como antenas de comunicações, televisão e elevadores. 17.10 REVESTIMENTOS DE PAREDE O revestimento de parede, seja por reboco, pintura, ou assentamento de cerâmica ou outro material, só acontece após as etapas das alvenarias, obviamente, estarem concluídas. É importante ressaltar ainda que é necessária a finalização da passagem de canalizações hidrossanitárias e das redes elétricas e afins. Considerada como uma etapa de acabamento, pois começamos a personalizar os ambientes com técnicas e produtos que finalizam a obra. É sempre interessante que a mão de obra seja qualificada para evitar desperdícios e principalmente, para que tenhamos um ambiente apreciável. 17.11 ESQUADRIAS EXTERNAS Quando executamos a instalação das esquadrias externas contribuímos para que o interior da edificação não sofra mais ações externas e dessa forma fechamos e protegemos os ambientes. Sendo assim, as janelas já podem receber, inclusive, os vidros. Instalam-se igualmente as portas de acesso. AN02FREV001/REV 4.0 104 Não podemos esquecer que para a colocação das janelas e das portas, já devem ter sido assentados os peitoris das janelas e soleiras das portas. Podemos incluir nessa etapa a execução dos gradis, portões e fechamento do terreno, gradis ou guarda-corpo de sacadas, terraçose escadas, e também, fechamentos específicos nos ambientes comuns. 17.12 REVESTIMENTOS DE TETO Os tetos podem ser somente rebocados e pintados, ou receber revestimentos diversos, tais como lambris de madeira, forros de PVC e similares, ou ainda, rebaixos em gesso. Lançamos essa etapa após a instalação das esquadrias externas, pois assim protegemos os materiais das agressões provenientes de intempéries. 17.13 REVESTIMENTO DE PISO Uma vez executados os acabamentos dos tetos, lançamos mão dos revestimentos de piso. Dependendo dos materiais a serem empregados no revestimento, tais como a cerâmica, madeira, granito, etc., após as alvenarias e instalações diversas concluídas, o contrapiso deve ter sido executado e nivelado para o recebimento do material de acabamento. Nessa etapa são instalados os rodapés de acabamento. 17.14 ESQUADRIAS INTERNAS Com altura de piso acabado e revestimentos concluídos, são colocadas as portas e esquadrias internas específicas nos ambientes. AN02FREV001/REV 4.0 105 17.15 PINTURA É um dos últimos itens, pois é o acabamento final. As paredes, esquadrias e elementos diversos recebem a camada de pintura ou proteção superficial que conferem o aspecto final do empreendimento. 17.16 SERVIÇOS COMPLEMENTARES Geralmente vamos executar os serviços finais de entrega do empreendimento. Podemos englobar: Limpeza dos ambientes; Ajardinamentos; Ligações externas; Limpezas externas; Fixação de informações, etc. Entrega de documentos e manuais do proprietário; Entrega das chaves do imóvel. Cada empreendimento possui suas particularidades, portanto, irão existir serviços específicos a serem realizados no estágio final da obra. 18 MANUAL DE ESPECIFICAÇÕES O manual de especificações contém todo o descritivo da obra, ou seja, uma relação com todas as etapas que serão executadas e as especificações inerentes a AN02FREV001/REV 4.0 106 cada uma delas. São especificados os materiais a serem utilizados, com marca e modelo. É um documento apresentado ao cliente e usado para aprovações em órgãos responsáveis por licenciamento da construção. Pode servir igualmente para os casos de obras que vierem a participar de programas de licitação. Temos necessariamente que evidenciar alguns tópicos principais, os quais serão mais ou menos detalhados em virtude da complexidade do empreendimento. Vejamos de uma forma ampla quais seriam. 18.1 Folha de rosto Referenda-se que dados pertinentes ao empreendimento sejam descritos em um capítulo específico no início do manual: Nome do empreendimento; Endereço; Cliente; Responsável técnico; Data; Revisões; Outros dados pertinentes. 18.2 Índice Resumo com os principais capítulos descritos no manual. AN02FREV001/REV 4.0 107 18.3 O empreendimento Nesse capítulo é descrito o nome do empreendimento, sua área e localização. Temos ainda os dados dos responsáveis técnicos envolvidos e as características gerais de como o empreendimento será executado. Descrição de pavimentos, ambientes e áreas externas com suas características, níveis e áreas. 18.4 Escopo geral O escopo é uma prévia sumarizada de todas as etapas que descrevem os serviços a serem executados na criação do empreendimento. Por exemplo: Serviços preliminares, fundações, etc. Importante respeitar a ordem cronológica da execução. Para cada atividade descrita coloca-se uma especificação rápida de como será executada e/ou materiais empregados. 18.5 Normas aplicáveis ao projeto Existem normas específicas, as conhecidas NBR do catálogo da Associação Brasileira de Normas Técnica - ABNT, bem como legislações específicas que regem na área de inserção do empreendimento. Não se esquecer de nomear as leis municipais, estaduais e federais que por ventura interfiram no projeto. Nesse capítulo descreve-se toda a legislação que será observada e seguida na execução do empreendimento. Na descrição deve aparecer o número da norma ou lei, bem como seu nome e aplicação. AN02FREV001/REV 4.0 108 18.6 Serviços a serem executados Esse capítulo merece total atenção, pois tudo que será mencionado deverá necessariamente ser seguido à risca na execução do empreendimento, pois será passível de fiscalização e monitoramento pelas partes envolvidas. Podemos, por exemplo, subdividir os dados em itens que representem a ordem de execução dos serviços: Condições gerais; Implantação da obra; Adequações necessárias no terreno; Fundações; Estruturas de concreto; Estruturas metálicas; Estruturas de madeira; Alvenarias e painéis de vedação; Coberturas; Impermeabilizações; Revestimentos; Pavimentações; Forros; Instalações hidrossanitárias; Instalações elétricas; Instalações de comunicações; Instalações de ar-condicionado e ventilação; Instalações de alarme e monitoramento; Instalações de combate a incêndio; Esquadrias; Ferragens; Vidros; AN02FREV001/REV 4.0 109 Serralheria; Acessórios e acabamentos; Pintura; Urbanização das áreas externas; Sinalizações; Ajardinamentos e limpeza; Conclusões e ligações finais. Sempre é bom frisar que a relação não é um modelo a ser seguido, mas sim uma analogia para servir como base e exemplo, pois cada empreendimento terá as suas características próprias e particularidades que podem excluir ou incluir itens aos exemplificados. Para cada item se especifica o que será feito e de que forma será entregue, com especificação de modelo e marca dos materiais e equipamentos disponibilizados. 18.7 Conclusões finais Aqui é dado um fechamento do trabalho e são descritos os proprietários, responsáveis técnicos e clientes envolvidos, com seus dados documentais e assinaturas respectivas. FIM DO MÓDULO III
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