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Walace Nunes Geraldo
Matricula> 201820314
Sujeitos do Processo
Partes
Há três participações necessárias para o Sujeito do Processo como o: Estado, autor e réu. Gera o processo uma relação jurídica trilateral que vincula os sujeitos da lide e o juiz, todos à procura de uma solução para o conflito de interesses estabelecido em torno da pretensão de direito material de um dos litigantes e da resistência do outro.
A parte, além de sujeito da lide ou do negócio jurídico material deduzido em juízo, é também sujeito do processo, “no sentido de que é uma das pessoas que fazem o processo”, seja de forma ativa, seja passiva, com real possibilidade de influir na formação do próprio provimento jurisdicional.
Sendo assim, para Liebman, “são partes do processo os sujeitos do contraditório instituído perante o juiz (os sujeitos do processo diversos do juiz, para os quais este deve proferir o seu provimento)”. 3 Parte, portanto, em sentido processual, é o sujeito que intervém no contraditório ou que se expõe às suas consequências dentro da relação processual.
Substituição processual
A titularidade da ação vinculase à titularidade do pretendido direito material subjetivo, envolvido na lide (legitimação ordinária). Assim, “ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Por exceção, portanto, casos em que a parte processual é pessoa distinta daquela que é parte material do negócio jurídico litigioso, ou da situação jurídica controvertida. Quando isso ocorre, dáse o que em doutrina se denomina substituição processual (legitimação extraordinária), que consiste em demandar a parte, em nome próprio, a tutela de um direito controvertido de outrem.
Pode-se encontrar no art. 68 do Código de Processo Penal, que reconhece legitimidade ao Ministério Público para mover a ação civil de reparação do dano ex delicto, quando o titular do direito à indenização for pobre.
Sucessão de parte e alienação do bem litigioso
Não se confunde a substituição processual com a sucessão de parte. Se o direito controvertido se torna, no curso do processo, objeto de transfe rência a título particular, não importa se, por ato entre vivos ou por causa de morte, o processo prossegue entre as partes originárias (se se trata de ato entre vivos) ou perante o sucessor a título universal.
O processo é fonte autônoma de bens, portanto. Desse modo, o direito substancial pode ser transferido sem afetar o direito processual, assim como a ação pode ser transferida, independentemente do direito substancial, conforme haja sucessão de parte ou substituição processual.
Capacidade processual
A capacidade processual consiste na aptidão de participar da relação processual, em nome próprio ou alheio. Em regra geral, a capacidade que se exige da parte para o processo é a mesma que se reclama para os atos da vida civil, isto é, para a prática dos atos jurídicos de direito material.
Podem ser parte, portanto, as pessoas naturais e as pessoas jurídicas regularmente constituídas, de direito público ou de direito privado. Em consequência, não tem capacidade processual quem não dispõe de aptidão civil para praticar atos jurídicos materiais, como os menores e os alienados mentais. 
Da mesma forma que se passa com a incapacidade civil, suprese a incapacidade processual por meio da figura jurídica da representação. Por isso, quando houver de litigar, “o incapaz será representado ou assistido por seus pais, ou por tutor ou curador, na forma da lei.
Sempre que a parte for civilmente incapaz, embora regularmente representada ou assistida, haverá necessidade de intervenção do Ministério Público no processo, sob pena de nulidade.
Massas Patrimoniais Personalizadas
	A capacidade de ser parte no processo civil, porém, não cabe apenas às pessoas naturais e jurídicas. Há, também, certas massas patrimoniais necessárias, que, embora não gozem de personalidade jurídica, são admitidas a figurar em relações processuais como parte ativa ou passiva. Tais são a massa falida, a herança jacente ou vacante e o espólio.
	A essas massas atribuise a denominação de pessoas formais. Têm, portanto, capacidade para figurar como parte na relação processual: (a) as pessoas naturais; (b) as pessoas jurídicas; (c) as pessoas formais.
Capacidade processual das pessoas casadas
I – Capacidade ativa	
Dispõe o art. 73 do NCPC 22 que “o cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
Somente nas ações que versem sobre direitos reais imobiliários é que o cônjuge (varão ou mulher) dependerá do assentimento de seu consorte para ingressar em juízo. Mas essa restrição à capacidade processual é, como se vê, recíproca, pois atinge ambos os cônjuges. Observese, entretanto, que a necessidade de anuência do cônjuge e de seu eventual suprimento pressupõe sociedade conjugal em vigor e a adoção de outro regime de bens que não a de separação absoluta. Extinta esta por separação judicial ou divórcio, a existência de bens não partilhados passa para o regime do condomínio ordinário, no qual, obviamente, não vigora a exigência de vênia conjugal para os atos individuais dos excônjuges.
Para evitar situações de recusa caprichosa ou de outros empecilhos, permite o Código que a autorização do marido e a outorga da mulher possam ser supridas judicialmente, quando um cônjuge a recuse ao outro sem motivo justo, ou lhe seja impossível dála.
II – Capacidade passiva: 
Quanto à capacidade processual passiva, dispõe o art. 73, § 1º, do NCPC 34 que “ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação”: (a) que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens (inciso I); (b) resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato prati cado por eles (inciso II); (c) fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família (inciso III); (d) que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
III – Ações possessórias: 
Embora as ações possessórias devam ser classificadas como ações reais (NCPC, art. 47, § 2º), 36 o Código, em regra, não exige, para elas, o litisconsórcio necessário entre os cônjuges. A participação dos dois cônjuges nas possessórias sobre imóveis somente é considerada como indispensável “nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado”.
IV – Ações contraídas a benefício da família: 
No caso de dívidas contraídas apenas pelo marido, o litisconsórcio passivo se torna necessário quando o autor pretenda fazer reconhecida a responsabilidade patrimonial sobre os bens de ambos os cônjuges. A hipótese referese àquelas obrigações contraídas a benefício da família (Cód. Civil, art. 1.643), pelas quais os dois cônjuges respondem solidariamente, ainda que firmadas por apenas um deles.
V – A união estável: 
Por fim, o novo Código de Processo Civil estendeu a necessidade de con sentimento dos companheiros na união estável, desde que comprovada nos autos (art. 73, § 3º), 39 equiparandoos, para esse fim, aos cônjuges.
Curatela especial
 Em certos casos, o juiz deve dar à parte um representante especial para atuar em seu nome apenas no curso do processo. Tratase do curador especial ou curador à lide, cuja nomeação ocorre em alguns casos de incapacidade e de revelia. Com efeito, determina o art. 72 do NCPC 40 que o juiz dê curador especial: (a) ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste co lidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade (inciso I); (b) ao réu preso revel, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado (inciso II). A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei (LC 80/1994, arts. 2º, III, 4º, XVI, e 97) (art. 72, parágrafo único). Na sua falta, o juiz nomeará um estranho, de preferência advogado.
Ao curador incumbe velar pelo interesse da parte tutelada, no que diz respeito à regularidadede todos os atos processuais, cabendolhe ampla defesa dos direitos da parte representada, e podendo, até mesmo, produzir atos de resposta como a contestação e a reconvenção, se encontrar elementos para tanto, pois a função da curatela especial dálhe poderes de representação legal da parte, em tudo que diga respeito ao processo e à lide nele debatida. Não pode, naturalmente, transacionar, porque a representação é apenas de tutela e não de disposição.
Representação das pessoas jurídicas e das pessoas formais
 Cuida o art. 75 do NCPC 44 da representação das pessoas jurídicas públicas e privadas, bem como das pessoas formais, dispondo que serão representadas em juízo, ativa e passivamente: (a) a União, pela AdvocaciaGeral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; os Estados e o Distrito Federal, por seus procuradores (inciso I); 45 O novo Código autoriza que os Estados e o Distrito Federal ajustem compromisso recíproco, por meio de convênio firmado pelas respectivas procuradorias, para a prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado (art. 75, § 4º). 46 A regra da lei processual é autoaplicável, não dependendo de regulamentação na esfera federal ou local. O convênio, quando interessar ao ente federativo, será ajustado administrativamente.
Quanto à sociedade que mantenha filiais, urge distinguir duas situações: (i) em regra, a citação do gerente depende de poderes especiais, de sorte que, se a ação versar sobre atos que não foram praticados pelo citando, não basta a sua qualidade de gerente, pois indispensável será a existência de poderes adequados para o ato; 50 (ii) quando, porém, a ação versar sobre atos praticados pelo gerente da filial, a citação em sua pessoa, em face do art. 242, § 1º, 51 será eficaz, mesmo que não disponha de mandato especial para recebêla; mas desde que inexista no foro competente outro representante com poderes específicos
A massa do insolvente civil não foi contemplada no elenco do art. 75. Mas, segundo os arts. 751, II, e 752 do CPC/73, 57 tratase, também, de massa patrimonial necessária, com capacidade processual ativa e passiva, cuja representação compete ao administrador nomeado pelo juiz da causa (art. 766, II, do CPC/1973).
Incapacidade processual e irregularidade de representação 
Cumpre ao juiz verificar ex of icio as questões pertinentes à capacidade das partes e à regularidade de sua representação nos autos (NCPC, art. 485, IV, e § 3º), 59 por se tratar de pressupostos de validade da relação processual. Por isso, verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito (art. 76, caput). 60 Dito prazo não deve ser superior a 15 dias, conforme se vê do art. 351.
Não sendo cumprido o despacho no prazo assinado à parte, o juiz de primeiro grau (art. 76, § 1º): (a) extinguirá o processo, se a diligência competia ao autor (inciso I); (b) considerará revel o réu se estivesse a seu cargo a providência saneadora (inciso II); (c) excluirá o terceiro do processo ou o considerará revel, dependendo do polo em que se encontrar (inciso III). Se o descumprimento da determinação ocorrer em grau de recurso perante o tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator (art. 76, § 2º): (a) não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente (inciso I); (b) determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (inciso II).
DEVERES E DIREITOS DAS PARTES E 
PROCURADORES
Deveres Compete às partes, aos seus procuradores e a todos aqueles que de qualquer forma participam do processo (NCPC, art. 77): 
(a) expor os fatos em juízo conforme a verdade (inciso I); 
(b) não formular pretensões ou apresentar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento (inciso II); 
(c) não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à decla ração ou defesa do direito (inciso III); 
(d) cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza antecipada ou final, e não criar embaraços à sua efetivação (inciso IV); 
(e) declinar o endereço, residencial ou profissional, onde receberão intimações no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva (inciso V); 
(f) não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso (inciso VI).
Entre os casos de abuso processual ofensivos do dever de boafé e lealdade, devese incluir a conduta maliciosa da parte que retarda a execução da sentença ou da medida antecipatória para se beneficiar com o exorbitante avolumar da multa judicial (astreintes), que às vezes se transforma em ruína 194. do devedor e em verdadeiro enriquecimento indevido do credor. 
Quanto à não execução imediata da condenação, a jurisprudência evita os efeitos do abuso processual, estatuindo que a multa diária não é exigível senão depois de intimado pessoalmente o devedor a cumprir a obrigação de fazer ou não fazer (Súmula 410 do STJ). 
Mesmo, porém, quando o devedor tenha sido intimado, a demora exagerada na execução da multa pode ser tratada como ato de máfé ou deslealdade processual, se dela adveio um crescimento da medida coercitiva que ultrapasse o valor da obrigação principal e possa acarretar a insolvência do devedor, ou que se torne medida incompatível com a equidade reclamada pelo dever de boafé no comportamento processual.
Ato atentatório à dignidade da justiça 
O Código é claro ao estatuir que os deveres arrolados nos arts. 77 e 78 foram estendidos a “todos aqueles que de qualquer forma participem do processo”. Assim, o funcionário público, ou o empregado de empresa privada, por exemplo, quando convocado a informar, a fornecer dados, a exibir registros ou coisas, ou efetuar levantamentos, estarão sujeitos aos deveres de veracidade, lealdade, boafé e demais enunciados no art. 77
I – Condutas qualificadas como atentatórias à dignidade da justiça: 
A novidade trazida pela Lei 10.358/2001 e que foi ampliada pelo novo Có digo, no conteúdo de tais deveres, foi no sentido de que cabe não só às partes, como a todo aquele que de qualquer forma participa do processo, submeterse às ordens contidas nas decisões jurisdicionais, e não apenas naquelas que assumirem a feição mandamental, de natureza antecipada ou final, bem como não criar embaraços a sua efetivação
Toda ordem judicial, em princípio, há de ser cumprida na forma e prazo determinados. Mesmo quando sujeita a decisão final ou antecipada ao procedi mento executivo comum, é dever dos que participam do processo absteremse de criar embaraços à efetivação de todo e qualquer provimento judicial (art. 77, IV). Foi para reforçar o caráter cogente dos provimentos jurisdicionais e assegurar a sua exequibilidade que o § 2º do Código qualifica a violação do inc. IV como “ato atentatório à dignidade da justiça”, independentemente de se tratar de uma decisão mandamental ou não.
II – Punição por ato atentatório à dignidade da justiça: 
Para as condutas capituladas nos incs. IV e VI, o órgão judicial está auto rizado, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, a aplicar ao responsável (parte, interveniente, ou quem, de qualquer forma, participe do processo) a multa de até 20% (vinte por cento) do valor da causa (art. 77, § 2º
III – Repressão à inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso: 
Se o ato atentatório à dignidade da justiça ocorrer em razão de inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso (inc. VI), o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, até mesmo, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado (art. 77, § 7º).
Responsabilidade das partes por dano processual
Da máfé do litigante resulta o dever legal de indenizar as perdas e danos causados à parte prejudicada (NCPC, art. 79). 86 Esse dever alcança tanto o autor e o réu como os intervenientes. A responsabilidade, in casu, pressupõe o elemento objetivodano e o subjetivo culpa, mas esta não se confunde necessariamente com o dolo e, pelo casuísmo legal, pode às vezes limitarse à culpa em sentido estrito, mas de natureza grave (art. 80, I e V.
I – Indenização: 
O conteúdo da indenização compreenderá, segundo o art. 81, in fine: 
(a) os prejuízos da parte; 
(b) os honorários advocatícios; 
(c) as despesas efetuadas pelo lesado. Essa reparação, que decorre de ato ilícito processual, será devida, qualquer que seja o resultado da causa, ainda que o litigante de máfé consiga, ao final, sentença favorável.
Uma das dificuldades de punirse a litigância de máfé residia na necessidade de a vítima quantificar comprovadamente o dano que lhe havia sido acarretado pelo litigante temerário. Com a Lei 8.952, de 13.12.1994, que deu nova redação ao caput e ao § 2º do art. 18 do CPC/1973, dispositivos que foram mantidos em essência pelo novo Código (caput e § 3º do art. 81), o embaraço foi eliminado, já que: 
(a) ficou explícito que a condenação do litigante de máfé a indenizar a parte prejudicada nem mesmo depende, necessariamente, de pedido do ofendido. Caberá ao juiz decretála “de ofício ou a requerimento” (caput); 
(b) conferiuse, outrossim, ao juiz a faculdade de fixar objetivamente a indenização, ou de determinar que se proceda à liquidação por arbitramento ou à liquidação pelo procedimento comum (art. 81, § 3º.
II – Multa: 
Além do ressarcimento dos prejuízos, o litigante de máfé sujeitase a pagar multa de valor superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa (art. 81), verba essa que, também, reverterá em benefício da parte prejudicada (art. 96). 93 Se o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até dez vezes o valor do salário mínimo (art. 81, § 2º).
Direitos
A jurisdição importa exercício de atos soberanos pelo órgão judicial. Ao mesmo tempo, porém, que o Estado impõe sua justiça aos indivíduos, privandoos da autotutela, contrai perante eles o compromisso de tutelálos, sempre que ocorrer lesão ou ameaça a seus direitos subjetivos (CF, art. 5º, XXXV). Nasce, assim, para os litigantes, não só a sujeição à justiça oficial, mas também o direito subjetivo público de exigir do Poder Judiciário a prestação jurisdicional, a ser realizada dentro dos parâmetros legais e constitucionais do devido processo legal.
Por outro lado, o Código de Processo Civil elenca uma série de poderes e deveres do juiz, como o de assegurar o tratamento igualitário das partes, velar pela duração razoável do processo, prevenir ou reprimir atos contrários à dignidade da justiça etc. (v., adiante, o item 296).
Direito especial dos litigantes idosos e portadores de doenças graves
O novo Código de Processo Civil instituiu, por meio do art. 1.048, I, 95 o direito dos litigantes idosos a uma preferência de tramitação, a ser observada nos procedimentos em que figure pessoa de idade igual ou superior a 60 anos, regalia que consta, também, do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003, art. 71). 96 Essa regra beneficia, pois, tanto o autor como o réu e, ainda, o terceiro interessado. 
Uma vez requerido o favor legal do idoso, mediante petição acompanhada da prova de sua condição, caberá ao juiz ordenar ao cartório as providências tendentes a fazer com que o andamento do feito tenha preferência sobre os demais (art. 1.048, § 1º). 97 Mesmo que o idoso venha a falecer antes do julgamento da causa, a tramitação preferencial continuará prevalecendo em benefício do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, em união estável (art. 1.048, § 3º).
O Código novo estabeleceu, também, prioridade de tramitação aos procedimentos regulados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 13 de julho de 1990) (art. 1.048, II).
 Importante ressaltar que a tramitação prioritária não depende de deferimento pelo órgão jurisdicional, é garantia de observância imediata e automática, que decorre da prova da condição de beneficiário (art. 1.048, § 4º).
Antecipação das despesas
Impõe o Código a cada parte o ônus processual de pagar antecipadamente as despesas dos atos que realizar ou requerer, em curso do processo (NCPC, art. 82, caput). 103 Ao autor incumbe, mais, o ônus de adiantar as despesas relativas aos atos cuja realização for determinada pelo juiz, ex of icio, ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica (art. 82, § 1º). 104 Se este requerer diligência como parte, não será o caso de exigir do outro litigante que a custeie. Cumpre ao autor, também, efetuar o preparo inicial, logo após a propositura da ação (art. 290.
Toda vez que a diligência for custeada pelo Poder Público, após o trânsito em julgado da decisão final, o juiz oficiará a Fazenda Pública respectiva, para que promova a execução dos valores gastos com a perícia particular ou com a utilização do servidor público ou da estrutura de órgão público contra quem tiver sido condenado ao pagamento dessas despesas processuais. Se o responsável for beneficiário de gratuidade da justiça, a exigibilidade do crédito ficará suspensa até que o credor demonstre que deixou de existir a situação de insuficiência. Caso não haja alteração das condições econômicas do beneficiário em até cinco anos do trânsito em julgado da decisão, a obrigação será extinta (arts. 95, § 4º, e 98, §§ 2º e 3º,
Autor residente fora do Brasil (cautio pro expensis)
O novo Código de Processo Civil prevê que o autor, nacional ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação do processo, deverá prestar caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária, sempre que não possuir no país bens imóveis que lhes assegurem o pagamento (art. 83). 120 Essa medida tem por intuito resguardar eventual direito do réu que sair vencedor na ação de receber as custas e os honorários sucumbenciais do vencido. 12.
Uma vez prestada a caução, a parte interessada poderá exigir o seu reforço, toda vez que ocorrer o desfalque da garantia, oportunidade em que deverá justificar o pedido com a indicação da depreciação do bem e da importância do reforço que pretende obter (art. 83, § 2º).
Ressalvas aos efeitos da sucumbência
As consequências normais da sucumbência, no tocante ao ressarcimento de despesas e honorários advocatícios, submetemse a alguns regimes particulares em procedimentos especiais. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões (art. 89). 128 Se houver controvérsia entre os condôminos, sua solução será dada na primeira fase do procedimento, cuja sentença imporá ao vencido o encargo da sucumbência. Na segunda fase, reservada aos trabalhos divisórios propriamente ditos, as despesas serão sempre rateadas, salvo apenas aquelas provocadas por impugnações ou recursos, que seguirão a regra comum da sucumbência
Quando houver assistência e ocorrer sucumbência da parte assistida, o assistente será condenado nas custas em proporção à atividade que houver exercido no processo (art. 94). 133 Caberá ao juiz arbitrar em que proporção o assistente atuou no processo, para determinar a sua parcela de responsabilidade pelos encargos sucumbenciais. Não há, contra ele, condenação em honorários.
Extinção do processo por perda do objeto
Uma hipótese frequente é a de extinção do processo que se instaurou com observância de todas as condições da ação, mas que, por fato superveniente, sofre perda do respectivo objeto, fazendo desaparecer o interesse do autor no julgamento do mérito da causa. Quando isso se dá por fato imputável ao réu, como, por exemplo, no pagamento voluntário da dívida ajuizada, é claro que ficará ele responsável pelos honorários de sucumbência, pela simples razão de que foi o causador do litígio, ficando, outrossim, reconhecida de sua parte, implicitamente, a procedência inicial do pedido do autor. O NCPC, no tocante aos honorários advocatícios, foi claro ao determinar que, “nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quemdeu causa ao processo” (art. 85, § 10). 1
Entende a jurisprudência que o princípio da causalidade não se contrapõe propriamente ao da sucumbência, visto que este tem naquele um dos seus elementos norteadores. Com efeito, de ordinário, o sucumbente se apresenta como o responsável pela instauração do processo, e é por isso que recebe a condenação nas despesas processuais. “O princípio da sucumbência, contudo, cede lugar quando, embora vencedora, a parte deu causa à instauração da lide”.
Sucumbência recíproca
O Código anterior permitia a compensação dos honorários, o que foi expressamente vedado pelo atual, na parte final do § 14 do art. 85. Reconheceu, portanto, o Código, que os honorários de sucumbência constituem direito autônomo do advogado, e não da parte. Destarte, a Súmula 306 do STJ não tem mais qualquer aplicação. Assim, na sucumbência recíproca, cada advogado receberá a verba honorária calculada integralmente sobre a parte em que seu cliente saiu vitorioso
Entretanto, se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o juiz desprezará a sucumbência recíproca e atribuirá por inteiro, ao outro, a responsabilidade pelas despesas e honorários (art. 86, parágrafo único). 141 Sobre a sucumbência recíproca em ação de dano moral, v. adiante o item 215.
Multas 
No curso do processo, podem ser impostas multas às partes e demais intervenientes por atentado à dignidade da justiça (NCPC, art. 77, § 2º) e por litigância de máfé (art. 81). No primeiro caso, a multa reverte à Fazenda 207. Pública, sendo cobrada por meio de execução fiscal (art. 77, § 3º). No segundo, a pena reverterá em benefício da parte contrária à que agiu de máfé (art. 96), 145 hipótese em que constituirá título executivo judicial (art. 515, I), para fins de cumprimento de sentença.
Honorários de advogado
 Entre os gastos necessários que a parte faz no processo figuram os honorários pagos a seu advogado. Em sentido amplo, são uma espécie do gênero despesas processuais, portanto. Mas o Código, em matéria de sucumbência, reserva um tratamento especial para a verba advocatícia, principalmente em alguns aspectos: 
(a) só a sentença, ao encerrar o processo, é que resolverá a questão dos ho norários, salvo na execução e no cumprimento de sentença, quando é tratada em decisão interlocutória (NCPC, arts. 85, § 1º, e 827, caput);
 (b) por outro lado, pouco importa o contrato firmado entre a parte e seu advogado, ou a quantia que efetivamente lhe foi paga. O ressarcimento dos gastos advocatícios será sempre feito conforme valor fixado pelo juiz na sentença (art. 85, § 2º); 146 
(c) na verdade, os honorários de sucumbência não revertem para a parte vencedora, mas “constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho”. Por isso mesmo, fica vedada a compensação em caso de sucumbência parcial (art. 85, § 14).
Honorários sucumbenciais e direito autônomo do advogado
A concepção clássica da inclusão dos honorários de advogado dentro das despesas processuais que o vencido deve repor ao vencedor se fundamentou, sempre, na injustiça que representaria fazer recair sobre o titular do direito reconhecido em juízo os gastos despendidos na obtenção da respectiva tutela. Assim, na velha lição de Chiovenda, relembrada por Cândido Dinamarco: “tudo quanto foi necessário ao seu reconhecimento concorreu para diminuílo e deve ser reintegrado ao sujeito do direito, de modo que este não sofra prejuízos em razão do processo.
Assim dispondo, a lei protegeu a remuneração do advogado que defendeu, com êxito, a parte vitoriosa, mas reduziu a tutela jurisdicional que a esta foi prestada, já que uma porção considerável de seus gastos em juízo restou irrecuperável. Ao contrário do velho desígnio de cobertura total ao direito de quem faz jus à proteção da tutela da Justiça, o vencedor, agora, segundo a sistemática literal do NCPC, só logra recuperar uma parte de seu prejuízo. Embora ganhando a causa, a sentença lhe proporcionará um resultado menor do que o correspondente a seu crédito efetivo.
Cabimento da verba sucumbencial de honorários 
Ainda que não haja pedido expresso do vencedor, é devido o ressarcimento dos honorários de seu advogado. 156 E, mesmo funcionando o advogado em causa própria, terá direito, se vencedor, à indenização de seus honorários (art. 85, § 17). 157158 É que o pagamento dessa verba não é o resultado de uma questão submetida ao juiz. Ao contrário, é uma obrigação legal, que decorre automaticamente da sucumbência, de sorte que nem mesmo ao juiz é permitido omitirse frente à sua incidência.
O novo Código previu, todavia, de forma expressa, que, havendo omissão na sentença quanto ao direito aos honorários ou a seu valor, mesmo com o trânsito em julgado, é possível à parte ajuizar ação autônoma para sua definição e cobrança (art. 85, § 18). 162 Ou seja, o Código atual restaurou a orientação antiga do STJ, permitindo o ajuizamento de ação autônoma para a definição e a condenação da parte vencida em honorários advocatícios que foram omitidos anteriormente pela decisão transitada em julgado. Sendo assim, a Súmula 453/STJ deixa de ser aplicável. Por outro lado, uma vez proposta a ação, tornase obrigatória a imposição dos honorários, de modo que o réu não se libera dessa sanção pelo fato de pagar a dívida logo após a citação.
O novo Código previu, todavia, de forma expressa, que, havendo omissão na sentença quanto ao direito aos honorários ou a seu valor, mesmo com o trânsito em julgado, é possível à parte ajuizar ação autônoma para sua definição e cobrança (art. 85, § 18). 162 Ou seja, o Código atual restaurou a orientação antiga do STJ, permitindo o ajuizamento de ação autônoma para a definição e a condenação da parte vencida em honorários advocatícios que foram omitidos anteriormente pela decisão transitada em julgado. Sendo assim, a Súmula 453/STJ deixa de ser aplicável. Por outro lado, uma vez proposta a ação, tornase obrigatória a imposição dos honorários, de modo que o réu não se libera dessa sanção pelo fato de pagar a dívida logo após a citação.
Dispensa de condenação da Fazenda Nacional em honorários sucumbenciais 
Além da previsão do § 7º, do art. 85, do NCPC, aplicável apenas às execuções no regime de precatório, há em lei especial dispensa genérica de honorários sucumbenciais em ações ou execuções que não tenham sido contestadas ou embargadas pela Fazenda Pública Nacional, sob as condições a seguir indicadas. Assim é que o art. 19, caput, da Lei 10.522/2002 autoriza a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional “a não contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha interposto, desde que inexista outro fundamento relevante”, nas hipóteses arroladas por aquele dispositivo 215. legal. 196 Em tais casos, o § 1º dispõe que “não haverá condenação em honorários”, condicionando, entretanto, o benefício da Fazenda ao reconhecimento expresso, por seu Procurador, da “procedência do pedido, quando citado para apresentar resposta, inclusive em embargos à execução fiscal e exceções de préexecutividade”. Não basta a inércia da Procuradoria diante da demanda. Sem a expressa manifestação de reconhecimento da procedência do pedido formulado pela parte contrária, fica afastada a norma do art. 19, § 1º, I, da Lei 10.522, mormente quando se registrou resistência da Fazenda, afinal vencida.
Alguns casos especiais de fixação de honorários
Nas ações de pensionamento decorrente de ato ilícito, a verba de honorários deve ser calculada sobre a soma das prestações vencidas com mais doze prestações vincendas, de conformidade com o art. 85, § 9º. 199 Em se tratando de ação de alimentos, o cálculo dos honorários, por construção jurisprudencial, que é compatível com o regime do Código novo, será feito sobre o montante das parcelas vencidas mais 12 vincendas. 200 Nas ações de despejo por falta de pagamento, deverão, em princípio, incidir sobre o valor da causa (locação anual), consoante o disposto no art. 58, III, da Lei 8.245/1991, e não apenas sobre o valor dos aluguéis vencidos.
Posição interessantetem sido adotada pela jurisprudência em torno da ação de indenização por dano moral. Uma vez que o arbitramento da verba indenizatória é de exclusiva competência do juiz, o entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça fixouse no sentido de que, “na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca” (Súmula 326/STJ). No caso de litisconsórcio entre os vencidos, observarseá a regra do art. 87 (vide item 201.
Exigência dos honorários sucumbenciais e encargos moratórios 
O crédito de honorários sucumbenciais do advogado, como qualquer outra dívida de dinheiro, está sujeito a juros moratórios e correção monetária, enquanto o vencido não cumpre a obrigação de pagálos (Código Civil, art. 404). Reinava certa imprecisão no posicionamento do STJ acerca do dies a quo da contagem dos juros sobre a referida verba sucumbencial. Predominava, porém, a adoção da citação executiva como termo inicial da fluência de tais juros. 2.
Assistência judiciária (gratuidade da justiça) 
Como regra geral, a parte tem o ônus de custear as despesas das atividades processuais, antecipandolhe o respectivo pagamento, à medida que o processo realiza sua marcha. Exigir, porém, esse ônus como pressuposto indeclinável de acesso ao processo seria privar os economicamente fracos da tutela jurisdicional do Estado.
Tratase de direito personalíssimo, que não se transfere aos herdeiros, sucessores ou litisconsorte do beneficiário e é concedido em caráter particular para cada causa (Lei 1.060/1950, art. 10; NCPC, art. 99, § 6º). 212 Cabe aos sucessores, se for o caso, demonstrar sua hipossuficiência, requerendo o favor legal para o processo em curso, em benefício próprio, sob pena de se extinguir o benefício concedido à parte primitiva.
Assistência judiciária e atos notariais ou registrais 
Com relação aos emolumentos devidos aos notários ou registradores que tenham de praticar atos em processo de interesse do beneficiário da justiça gratuita, o novo Código, no art. 98, § 7º, determina que se aplique o disposto nos §§ 3º a 5º, do art. 95 (ver item 199, supra). Ou seja, o beneficiário da gratuidade de justiça terá direito à prática do ato notarial ou registral sem cobertura dos emolumentos correspondentes. A parte vencida, posteriormente, poderá ser cobrada por iniciativa do notário ou registrador, segundo as disposições dos arts. 95, § 4º, e 98, § 2º.
Procedimento para obtenção da assistência judiciária 
A assistência judiciária deve ser prestada por órgão oficial, ou, à sua falta, por advogado nomeado pelo juiz, por escolha da parte ou indicação da Ordem dos Advogados do Brasil, ou, finalmente, por eleição do próprio juiz, quando não se verificarem as hipóteses anteriores (art. 5º da Lei 1.060/1950.
Caberá à parte contrária, após o deferimento, oferecer impugnação, que pode ser feita na contestação, na réplica ou nas contrarrazões de recurso. Se a concessão da assistência for superveniente aos momentos ora aludidos, a impugnação darseá por meio de petição simples, no prazo de quinze dias, nos autos do próprio processo e sem suspensão do seu curso (NCPC, art. 100, caput). Igual regra se observará quando a gratuidade for deferida a terceiro interveniente (NCPC, art. 100, caput).
ADVOGADOS
Capacidade de postulação 
Não se confunde a capacidade processual, que é a aptidão para ser parte, 224. com a capacidade de postulação, que vem a ser a aptidão para realizar os atos do processo de maneira eficaz. A capacidade de postulação em nosso sistema processual compete exclusivamente aos advogados, de modo que é obrigatória a representação da parte em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (NCPC, art. 103). 238 Tratase de um pressuposto processual, cuja inobservância conduz à nulidade do processo (arts. 1º e 3º da Lei 8.906, de 04.07.1994).
O mandato judicial 
Para que o advogado represente a parte no processo, há de estar investido de poderes adequados, que devem ser outorgados por mandato escrito, público ou particular assinado pela parte (NCPC, art. 105). 239 O instrumento público só é obrigatório para os analfabetos ou para os que não tenham condições de assinar o nome. Admitese que a procuração ad judicia seja assinada digitalmente, na forma da lei (art. 105, § 1º).
Apresentada a procuração, o ato praticado estará perfeito e considerarseá ratificado na data de sua prática. Mas, não exibido o instrumento no prazo do art. 104, § 1º, o ato do advogado sem mandato “será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado”, ficando o causídico, ainda, responsável pelas despesas e perdas e danos que acarretar ao processo (art. 104, § 2º). 247 Superouse o entendimento antigo de que ocorreria, na espécie, ato processual inexistente.
Direitos e deveres 
Os direitos e deveres dos advogados achamse especificados no Estatuto da Ordem dos Advogados (Lei 8.906, de 04.07.1994). O novo Código de Processo Civil, no entanto, especifica certos deveres e obrigações, diretamente ligados a exercício do mandato judicial.
SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
Sucessão de parte. 
Sucessão do advogado. Sucessão de parte O processo, uma vez aperfeiçoada a relação processual pela integração de todos os seus elementos subjetivos, estabilizase. Nesse sentido, dispõe o art. 108 do NCPC 257 que “no curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei”. É o que se passa com o adquirente de coisa ou direito litigioso, que só pode suceder o alienante, com o consentimento da parte contrária (art. 109, § 1º). 258 Isto não quer dizer que o titular do direito material litigioso não possa transferilo na pendência do processo. Pode, mas não deixará de ser a parte da relação processual, em que, a partir da alienação, passará a agir como substituto processual do adquirente.
Por outro lado, a alteração de direito material, por não refletir na situação processual pendente, nenhum prejuízo acarretará à força da sentença, cujos efeitos se estenderão normalmente aos sucessores das partes, entre as quais foi prolatado o julgado (art. 109, § 3º). 261 Assim, com ou sem sucessão de parte, o cessionário do direito litigioso receberá os benefícios e encargos da sentença: (i) se o cedente ou o assistido for condenado, o adquirente sujeitarseá, passivamente, ao cumprimento da sentença; (ii) se vitorioso, caberá ao adquirente ou cessionário, o poder de submeter o vencido à execução forçada da sentença.
II – Sucessão universal: 
No caso de morte de qualquer dos litigantes, a sucessão por seu espólio ou seus sucessores é necessária, salvo a hipótese de ação intransmissível (NCPC, art. 110). 263 Haverá suspensão do processo, para que se promova a habilitação incidente dos interessados (art. 687). 264 O novo Código não reproduziu a regra do anterior que, no caso de óbito, estando o feito com a audiência de instrução e julgamento em curso, deveria o processo continuar até a sentença e só aí darseia sua suspensão até a efetiva habilitação dos sucessores ou do espólio. 265 Enquanto isto não se verificar, não fluirá, obviamente, o prazo de apelação para a parte vencida.
Sucessão do advogado 
A Sucessão do advogado no curso do processo pode decorrer de ato de vontade ou de fato natural. Pode advir de revogação ou renúncia do mandato, da morte ou incapacidade do próprio advogado. Pode, ainda, decorrer de caso de força maior que o impeça de continuar no patrocínio da causa. Quando a parte revogar o mandato outorgado ao seu advogado, no mesmo ato constituirá outro que assuma sua função nos autos (NCPC, art. 111). A desobediência dessa regra levará à extinção do processo, se o autor ficar sem advogado que o represente, pois faltará um pressuposto de desenvolvimento válido da relação processual (art. 485, IV). 266 Se a omissão for do réu, o processo deverá prosseguir à sua revelia, com as consequências dos arts. 344 e 346
Na hipótese de morte ou incapacidade do advogado, o juiz suspenderá o processo e marcará o prazo de quinze dias paraa parte constituir novo procurador.

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