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Fungos - 8

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42
Sumário
1Introdução
11. Características gerais
22. Estrutura geral dos fungos
23. Nutrição e crescimento
54. Reprodução
75. Importância do grupo
96. Taxonomia do grupo
107. Taxonomia nos fungos
188. Basidiomicetos
319. Fungos de interesse industrial
3510. Técnicas de coleta e manutenção de líquens e fungos
42Fonte
FUNGOS
Introdução
Micologia: é o ramo da Biologia que estuda os fungos, ela engloba o estudo de um grande número de seres pluricelulares ou macroscópicos ou unicelulares ou microscópicos. Estes últimos, principalmente os micro-fungos parasitas, pertencem ao domínio da Microbiologia. 
Definir os exatos limites do grupo é virtualmente impossível. Atualmente, os biologistas usam o termo FUNGO para incluir: "os organismos aclorofilados, nucleados, produtores de esporos, que geralmente se reproduzem sexuadamente à assexuadamente e cujas estruturas somáticas filamentosas e ramificadas são envolvidas por paredes celulares contendo celulose ou quitina ou ambas." 
Os fungos incluem organismos muito diversificados e em muitos casos pouco relacionados. Apresentam algumas características comuns aos vegetais e outras aos animais, sendo que sua posição entre os seres vivos foi polêmica durante muitos tempo. No sistema de cinco reinos, proposta por Wittaker (1969) para a classificação dos seres vivos, o grupo adquiriu identidade própria: Reino Fungi (grego: sphongos = esponja; latin = fungus). Alexopoulos & Mimus (1979) adotaram a posição do reino para o grupo, mas com outra terminologia: Reino Mycetae (grego: mykes = cogumelo). 
A taxonomia dos fungos tem sido tratada, classicamente, em livros textos de botânica. Micologia é relativamente recente (cerca de 250 anos), se comparada com a Botânica e Zoologia. Muito grupos de fungos são conhecidos somente a 30-40 anos. Os fungos são popularmente pouco conhecidos. Poucas pessoas têm consciência da importância dos fungos em nosso dia a dia. Basta lembrar que a Micologia tem ramificação, aplicações e disciplina na Medicina, Veterinária, Bioquímica, Genética, Citologia, etc. 
1. Características gerais
Os fungos são encarióticos, diferem, portanto, das bactérias, algas azuis e proclorofíceas. Como já foi mencionado anteriormente, os fungos não possuem clorofila e nesta característica constituem um grupo bastante homogêneo; não há exceções. 
Excetuando-se os raros casos, possuem paredes celulares definidas, são geralmente imóveis, porém podem possuir estágios reprodutivos móveis, reproduzindo-se assexuadamente através de esporos, na maior parte dos casos. Não possuem caule, raízes ou folhas, nem um sistema de condução sofisticado como as plantas superiores. A forma varia desde um simples talo esférico sem qualquer outro acessório e que se transforma totalmente em um esporângio na maturidade, até a forma filamentosa multicelular (micelial), ramificada ou não. Os núcleos são relativamente fáceis de serem observados e as estruturas somáticas, com raras exceções, demonstram possuir restrita ou nenhuma divisão de trabalho. 
2. Estrutura geral dos fungos
O crescimento do filamento - a hifa - é apical, porém as outras partes do fungo possuem potencialidades de crescimento. Assim um pequeno fragmento de quase qualquer parte do fungo é suficiente para dar início a um novo talo. 
De modo geral as estruturas somáticas são diferentes das estruturas reprodutivas e estas possuem uma diversificação de formas nas quais se baseia a classificação desses organismos. Poucos são os fungos que podem ser identificados na ausência de seus estágios sexuados. Neste caso devem ser colocados na classe formal: Deuteromycetes. 
3. Nutrição e crescimento
Os fungos são aclorofilados e heterotróficos. Possuem pigmentos responsáveis pelas cores variadas que apresentam mas nenhuma capaz de absorver energia para síntese de carbohidratos a patir de CO2. Assim, são heterotróficos, mas se nutrem por obsorção, ao contrário dos animais, por ingestão. Excetuam-se os representantes da classe Nyxomicetes que também se nutrem por ingestão. 
Os fungos dependem de água líquida para seu crescimento e desenvolvimento. A maioria também depende do oxigênio para a respiração, sendo, portanto, aeróbicos. Muitos entretanto, são anaróbicos facultativos, isto é, respiram na presença de oxigênio e fermentam na ausência. 
Conforme a nutrição, os fungos são classificados em duas categorias: s aprófitas (ou sapróbios) e parasitas. Os saprófitas se alimentam de matéria orgânica animal ou vegetal morta e os parasitas vivem dentro de ou sobre organismos vivos (animais ou vegetais), deles retirando seus alimentos. 
Entretanto, nem sempre se pode fazer uma clara distinção entre parasitas e saprófitas. Entre os parasitas, pode-se distinguir 3 níveis de parasitismo: 
a) Parasita obrigatório: é aquele que só pode viver sobre um hospedeiro. 
Ex.: Erysiphe sp. 
b) Saprófita facultativo : normalmente vive como parasita e deste modo atinge seu maior desenvolvimento. Entretanto, dependendo das circunstâncias pode viver como saprófita. Ex.: Phytophtora infestans (parasita de batata) pode se desenvolver em meio de ágar, em laboratório. 
c) Parasita facultativo: é aquele que geralmente é saprófita, mas pode se tornar parasita. Isto ocorre, por exemplo, com certas espécies da Fusarium que habitam o solo vivendo como saprófitas. Se um hospedeiro vegetal (plântulas, por exemplo) adequado for colocado no solo, o fungo passa a atacá-lo, vivendo agora como parasita.
Fotografia de um Basidiomycete
Vulgar “Orelha de Pau”
Os fungos vivem exclusivamente como saprófitas, são chamados saprófitas obrigatórios . São incapazes de infectar plantas ou animais vivos. São exemplos destes: Rhizopus ("bolor preto do pão"); Penicillium ("bolor azul"). 
A Penicilina é um importante antibiótico derivado deste fungo saprófita Penicillum notatum
Os fungos podem viver ainda em simbiose com outros organismos. O exemplo mais notável são os líquens, nos quais uma determinada espécie de fungo vive em simbiose com uma alga. 
Outro exemplo é o da micorriza, onde o fungo vive associado às raízes de plantas superiores. As hifas do fungo funcionam como pelos absorventes, retirando água e sais da solução de solo, transferindo-os às raízes da planta. Esta, por sua vez fornece substâncias elaboradas ao fungo. 
Para o seu desenvolvimento, necessitam de carboidratos. Estes são necessários para a construção do corpo do fungo e como fonte de energia. Num fungo típico, 50% do peso seco são representados por Carbono. Dos carboidratos, os fungos utilizam glicose, frutose, maltose. A sacarose é também boa fonte de carbono para algumas espécies. Alguns fungos utilizam proteínas, lipídios e certos ácidos orgânicos como fontes de energia. 
O crescimento, entretanto, é sempre melhor quando o fungo se encontra sobre um substrato que contém um carboidrato apropriado. 
Além do carbono, os fungos necessitam de Nitrogênio. Para conseguí-lo, eles se utilizam de fontes orgânicas ou inorgânicas daquele elemento. As principais fontes orgânicas são as proteínas, peptídios e aminoácidos. Na natureza, os fungos decompõem proteínas, e outras matérias para obterem seu suprimento de Nitrogênio. Muitos fungos, entretanto, obtém o Nitrogênio a partir de fontes inorgânicas, como nitratos e sais de amonia. 
Hidrogênio e Oxigênio são obtidos na forma de água que representa cerca de 85-90% do peso total do micélio. 
Entre os macronutrientes, os fungos requerem além do Nitrogênio, Enxofre, Fósforo, Potássio e Magnésio. Estes elementos são obtidos a partir de sais inorgânicos ou de outras fontes como sulfatos para o Enxofre e fosfatos para o Fósforo. 
Para o seu completo desenvolvimento, utilizam ainda micronutrientes como: Ferro, Zinco, Cobre, Manganez, Boro, Cobalto e Molibdênio. 
Como os outros organismos, necessitam de diminutas quantidades de Vitaminas . Muitas espécies sintetizam suas próprias vitaminas; outras obtem, ou aos seus precursores, a partir de substratos. Tais vitaminas incluem: tiamina (B1 ), piridoxina (B6) e riboflavina(B2). Poucas espécies usam também ácido nicotínico e ácido pantotênico, sendo que a grande maioria, contudo, requer a tiamina. 
Quanto à temperatura, a maioria dos fungos cresce bem entre 0ºC e 35ºC, mas o ótimo fica na faixa de 20ºC a 30ºC. Podem ocorrer casos extremos de tolerância tanto à altas como baixas temperaturas. 
Quanto ao pH, os fungos preferem meio ácido para o seu crescimento, ficando o ótimo no redor de 6. 
O fator luz não é importante para o seu desenvolvimento, mas um pouco de luz é essencial para a ocorrência de esporulação em muitas espécies. A luz também toma parte na dispersão dos esporos, sendo que os esporângios de muitos fungos são positivamente fototrópicos e descarregam seus esporos em direção à luz. 
Tipicamente, o talo de um fungo consiste de filamentos ramificados em todas as direções, sobre ou dentro de substrato que exploram como alimento. Tais filamentos se denominam HIFAS (grego: hiphe = tecido, trama). O conjunto de hifas se chama MICÉLIO (grego: mykes = fungo). Cada hifa pode ou não estar interrompido por septos. O micélio que contém septos é chamado septado e o que não apresenta septos em suas hifas, é dito cenocítico (grego: Koinos = comum; Kytos = cavidade). 
As septadas podem apresentar septo completo, com poro simples ou poro doliporo. 
Fotografia de um Zigomycete, evidenciando os esporos
O micélio pode ser classificado em dois tipos de acordo com o arranjo das hifas: Prosênquima e pseudoparênquima . O micélio do tipo prosênquima caracteriza-se por sua aparência distintamente filamentosa, enquanto no pseudoparênquima a estrutura filamentosa não pode ser reconhecida, isto é, lembra um parênquima. Os fungos parasitas emitem hifas especiais por entre as células do hospedeiro ou para dentro delas, sugando-lhes os nutrientes através de uma estrutura denominada HAUSTÓRIO. (Latim: haustor = o que bebe). 
4. Reprodução
Pode ser sexuada ou assexuada. Na formação dos órgãos reprodutivos (sexuada ou assexuada) o talo pode se converter em tais estruturas de reprodução, não ocorrendo, portanto, fases somáticas ou reprodutivas ao mesmo tempo e no mesmo indivíduo. Tal condição é apresentada pelos chamados fungos HOLOCÁRPICOS (Grego: holos = total; Karpos = fruto). Na maioria dos fungos porém, tais órgãos de reprodução surgem apenas em certas porções do micélio, permanecendo a porção remanescente com funções vegetativas. Fungos que apresentam este padrão são chamados EUCÁRPICOS (Grego: eu = verdadeiro; Karpos = frutos). 
4.1. Reprodução assexuada
(propagação vegetativa)
Os vários processos de propagação vegetativa podem ser memorizados como seguem: 
A)  Fragmentação somática: na qual cada fragmento se desenvolve em um novo indivíduo. É uma forma usual de propagação nos fungos. A hifa se quebra em seus componentes celulares que passam a se chamar oídios (Grego: oidio = pequeno ovo) ou artrósporos (Grego: arthron = articulado; sporos = semente) que se comportam como esporos. 
Se as células se tornam envolvidas por uma parede espessa antes de se separarem, uma das outras ou das células adjacentes, são então chamadas clamidósporos (Grego: chlamys = capa). 
2)   Fissão celular: é a simples divisão de uma célula em outras duas. Ocorre em algumas leveduras. 
3)   Brotamento: também é chamado de gemulação, é a produção de uma gema a partir de uma célula. Enquanto a gema é produzida, o núcleo da célula-mãe se divide e um dos núcleos migra para a gema. Esta cresce e se destaca, originando um novo indivíduo. Às vezes, são formados vários brotos em cadeia, simulando um curto micélio. Ocorre em freqüência em levedura. 
4)   Esporulação: é o processo mais comum de propagação entre os fungos. Os esporos variam muito na cor, forma e tamanho. Quando produzidos dentro de esporângio, são ditos esporangiósporos . Estes podem ser móveis (zoósporos) ou imóveis (aplanósporos). Se forem produzidos no ápice de hifas especiais, são chamados conídios ou conidiósporos (Grego: Konys = poeira). 
Método de propagação através de esporos
4.2. Reprodução sexuada
(ocorre isogamia e heterogamia - anisogamia e oogamia)
Consiste, como nos outros organismos vivos, na união de 2 núcleos compatíveis. Tipicamente consiste em 3 fases distintas: PLASMOGAMIA, CARIOGAMIA e MEIOSE. 
A plasmogamia frequentemente é seguida por cariogamia nos fungos inferiores. Nos superiores, porém, tais processos são separados no tempo e no espaço, ficando a célula com 2 núcleos. Este par de núcleos é denominado DÍCARO (Grego: di = dois; Karyon = núcleo) e esta situação pode permanecer indefinidamente no micélio. 
A fusão nuclear, que ocorre nos fungos que se reproduzem sexuadamente, é, mais cedo ou mais tarde, seguida por meiose que restaura a condição haplóide. 
Para que a reprodução sexuada ocorra, é necessário que haja compatibilidade nuclear. 
Com base nesta compatibilidade, os fungos podem ser separados em: 
Homotálicos: são aqueles cujo micélio (ou talo) é auto-fértil e podem, portanto, reproduzir-se sexuadamente por si só, sem a participação de outro micélio. 
Heterotálicos: são os que possuem micélio auto-estéril e requerem a participação de outro talo compatível para a reprodução sexuada. 
O processo de fecundação, isto é, de encontro dos gametas é muito diverso: 
Conjugação de planogametas: isto é, gametas móveis de modo semelhante ao que ocorre em muitas algas. 
Espermatização: onde o gameta feminino permanece fixo ao talo, enquanto o masculino (aplanosporo) desprende-se do talo, aderindo-se ao feminino, de modo semelhante ao que ocorre nas algas vermelhas. 
Nos três casos seguintes, não são produzidos gametas diferenciados. Hifas diferenciadas ou não entram em contato, após o que ocorre sua fusão ou migração dos núcleos gaméticos masculinos. 
Somatogamia: linfas sométicas pouco ou não diferenciadas entram em contato. 
Contato de gametângios: gametângios diferenciados se justapõem. 
Conjugação de gametângios: gametângios diferenciados se fundem. 
Caracterização do grandes grupos: 
Os fungos são muito diversos. Cerca de 80.000 espécies tem sido descritas e sua classificação é relativamente instável, tendo sofrido muitas modificações nas últimas décadas. Nosso estudo dará ênfase ao nível de classe e gênero porque estas categorias taxonômicas permitem agrupar melhor as informações morfológicas, biológicas e evolutivas. 
5. Importância do grupo
1. Promovem a desintegração da matéria orgânica, vegetal ou animal (decompositores). 
2. Contaminam e decompõem os alimentos (pão, frutas, carnes). 
3. São a base de processos industriais que envolvem fermentação, como a produção de pão, vinho, álcool, cerveja, queijos (Camembert, Roquefort e outros). 
4. São usados na fabricação de antibióticos (Penicilina). 
5. Provocam doenças (micoses) nos animais e no homem, podendo causar lesões superficiais na pele, nos pelos e nas mucosas ou profundas, atingindo e lesando os pulmões, o sistema nervoso e até mesmo os ossos. 
6. Produzem doenças em plantas cultivadas, trazendo grandes prejuízos econômicos. Exemplos: "ferrugens" e "carvões" que atacam o café, o milho, o feijão, a cana-de-açucar, etc. 
7. Algumas espécies são usadas como alimentos. Exemplos: entre os Ascomycetes podem ser citados: Morchella , Poziza, Tuber , e entre os Basidiomycetes: Agaricus , Lepigta , Boletus , Clavarig e outros. 
Basidiomycete típico de uma floresta decídua
8. Outras espécies são valiosos materiais para estudos genéticos, como por exemplo: Neurospora, Sordaria. 
9. Alguns se associam com raízes de plantas superiores, constituindo o que se chama de micorriza. Esta associação é geralmente benéfica para os dois organismos. Provavelmente representa uma condição de parasitismo equilibrado, através da qual a planta deve obter nutrientes através das hifas do fungo. Se, entretanto, o equilíbrio é alterado, o fungo pode causar grandes danos à raiz. 
10. Há espécies que causam grande danos às indústrias de madeira, couro e de instrumento ópticos, pelo emboloramento das lentes. 
11. Outras espécies produzem substâncias altamentetóxicas ao organismo dos animais e ao próprio homem. A literatura registra alguma espécies de Aspergilus e Penicillium como produtoras de aflatoxinas, metabolitos altamente tóxicos para o organismo animal e humano. 
12. Certas tribos indígenas mexicanas usam várias espécies de "fungos sagrados" (gênero Psilocybe) em ritos religiosos. Certos povos primitivos da Ásia usam certas espécies de Agaricus (A. muscarius), por exemplo, em banquete orgíacos. Tais fungos produzem substâncias alucinógenas que provocam alucinações ou estados oníricos, de confusão mental ou de despersonalização. 
6. Taxonomia do grupo
  
	Reino Miceteas (Myceteae) ou Fungi
	Divisão 1. Gimnomicotes (Gymnomycota) 
	Subdivisão 1. Acrasiogimnomicotinas (Acrasiogymnomycotina)
	Classe 1. Acrasiomicetes (Acrasiomycetes)
	Subdivisão 2. Plasmodiogimnomicotinas (Plasmodiogymnomycotina)
	Classe 1. Protosteliomicetes (Protosteliomycetes)
	Classe 2. Mixomicetes (Myxomycetes)
	Divisão 2. Mastigomicotes (Mastigomycota)
	Subdivisão 1. Haplomastigomicotinas (Haplomastigomycotina)
	Classe 1. Quitridiomicetes (Chytridiomycetes)
	Classe 2. Hifoquitridiomicetes (Hyphochytridiomycetes)
	Classe 3. Plasmodioforomicetes (Plasmodiophoromycetes)
	Subdivisão 2. Diplomastigomicotinas (Diplomastigomycotina)
	Classe 1. Oomicetes (Oömycetes)
	Divisão 3. Amastigomicotes (Amastigomycota)
	Subdivisão 1. Zigomicotinas (Zygomycotina)
	Classe 1. Zigomicetes (Zygomycetes)
	Classe 2. Tricomicetes (Trichomycetes)
	Subdivisão 2. Ascomicotinas (Ascomycotina)
	Classe 1. Ascomicetes (Ascomycetes)
	Subclasse 1. Hemiascomicétidas (Hemiascomycetidae) 
	Subclasse 2. Pletomicétidas (Plectomycetidae)
	Subclasse 3. Himenoascomicétidas (Mymenoascomycetidae)
	Subclasse 4. Laboulbeniormicétidas (Laboulbeniomycetidae)
	Subclasse 5. Loculoascomicétidas (Loculoascomycetidae)
	Subdivisão 3. Basidiomicotinas (Basidiomycotina)
	Classe 1. Basidiomicetes (Basidiomycetes)
	Subclasse 1. Holobasidiomicétidas (Holobasidiomycetidae)
	Subclasse 2. Fragmobasidiomecétidas (Phragmobasidiomycetidae)
	Subclasse 3. Teliomicétidas (Teliomycetidae)
	Subdivisão 4. Deuteromicotinas (Deuteromycotina)
	Forma-classe 1. Deuteromicetes (Deuteromycetes)
	Forma-subclasse 2. Celomicétidas (Coelomycetidae)
	Forma-subclasse 2. Hifomicétidas (Hyphomycetidae)
	Forma-subclasse 3. Agonomicétidas (Agonomycetidae)
7. Taxonomia nos fungos
Os métodos utilizados na identificação de fungos de uma maneira geral tem sido baseados predominantemente nas observações das características morfológicas, tanto da fase assexual, através do grau de crescimento, coloração e textura superficial da colônia, odores existentes e características das hifas; assim como da fase sexual através das características completas do corpo de frutificação (Day, 1979). 
Uma revisão dos fatores morfológicos usados para os ascomicetos à nível de classe proveu uma base para avaliar tanto os avanços da filogenia molecular quanto estudos do desenvolvimento de fatores para chaves morfológicas. Esses fatores incluem : crescimento como um unicelular (leveduras) ou um filamento (hifas), a presença ou ausência de um corpo de frutificação (ascocarpo) e sua morfologia, e a saída passiva ou forçada do esporo meiótico (ascosporos) do meiosporângio (ascos). Em alguns casos é considerado também a produção dos esporos mitóticos (conidiosporos) (Taylor et al, 1993).
Há, entretanto, alguns grupos de fungos que devido sua importância prática, tem sido estudado mais intensivamente. E não só morfologia, mais outros fatores tem sido usados na classificação. A correta identificação de fungos é de grande importância nos estudos de patologia de plantas e animais, biodeterioração, biotecnologia e em estudos ambientais. Muitos dos fatores usados na classificação também podem ser utilizados na identificação.
O uso de experimentos relacionados com sequência única de DNA para espécie é o mais recente desenvolvimento na taxonomia de fungos. Alguns dos fatores considerados de maior importância e mais utilizados na classificação e identificação dos fungos atualmente são: morfologia, nutrição e fisiologia, compostos químicos de baixo peso molecular (CoQ, metabólitos secundários), pirólise-espectrometria de massa, composição da parede celular, composição de proteínas (eletroforese em gel) e ácidos nucléicos (composição de base de DNA - %C+G; hibridização DNA:DNA; RFLP (Restriction Fragment Lenght Polymorphisms); e sequência de ácido nucléico ribossomal) (Carlile e Watkinson, 1996).
Tradicionalmente, a classificação dos ascomicetos tem sido baseada nas características do corpo de frutificação. Alguns micologistas insistem no fato de que apenas estes caracteres não são suficientes para definir seguramente a identidade do organismo, porém são questões ainda não definidas.
Berbee e Taylor (1992), conduziram análises filogenéticas determinando a sequência do gene RNA 18S ribossomal de fungos das classes Plectomicetos e Pirenomicetos (peritécios), para uma melhor classificação dos grupos. Atualmente esta técnica tem sido desenvolvida com sucesso na identificação e classificação de alguns fungos, reduzindo as convergências detectadas quando somente se faz uso de características morfológicas, porém para o grupo de Neurospora os estudos moleculares tem confirmado as conclusões morfológicas.
7.1. Ascomicetos
Os ascomicetos são caracterizados por : 
· esporos sexuais (ascosporos) desenvolvidos em ascos, e descarregados forçadamente 
· ascos desenvolvidos a partir de um zigoto, célula vegetativa 2N, ou hifas ascogênia 
· hifas ascogênias dicarióticas (homocariótica ou heterocariótica) 
· estágio vegetativo uni-celular ou filamentoso; hifas com células delimitadas por septos 
· septos perfurados permitindo a migração nuclear e formação de heterocarion 
· parede celular composta usualmente por 1,3 ou 1,6 glucano ou manana, também quitina 
· todos, exceto o grupo Hemiascomiceto tem ascocarpo 
· muitos apresentam estágio sexual pleomórfico 
· são heterotálicos ou homotálicos 
· os heterotálicos são bipolar 
· reprodução sexual pode ser por : fusão gametangial, contato gametangial, espermatização, somatogâmia e conidiação (Neurospora) 
A classificação baseada na estrutura do corpo de frutificação divide os Ascomicetos em seis grupos : 
Hemiascomicetos - são distinguidos pela ausência de um corpo de frutificação; ascos a partir de células diplóides; inclue as leveduras 
Plectomicetos - o ascocarpo é representado por um cleistotécio, o qual não apresenta abertura, e tem forma esférica 
Pirenomicetos - corpo de frutificação chamado de peritécio, o qual tem uma abertura (ostiole), e apresenta uma forma de frasco contendo ascos com parede única 
Discomicetos - onde o ascocarpo é um apotécio onde os ascos ficam expostos 
Loculoascomicetos - o ascocarpo é um pseudotécio, similar ao peritécio, porém com ascos de parede dupla 
Laboubeniomicetos - ascocarpo é um peritécio, são parasitas de inseto; pouco estudados. 
7.2. Importância de Neurospora
Principalmente pelo fato de ser considerado como organismo modelo, ou seja, possuem certas características que permitem serem mais facilmente estudados, e os resultados aplicados para outros microrganismos. A maioria dos estudos moleculares utilizam espécies modelos em seus experimentos, e os taxonomistas podem alterar os estudos de desenvolvimento molecular para entender bases genéticas de diferenças morfológicas as quais são tão importantes na classificação de fungos. 
N. crassa é a éspecie mais utilizada como organismo modelo, principalmente pelo fato de sua morfologia e fisiologia terem sido tão bem sucedidos em laboratórios de genéticas e por apresentarem um número impressionante de "primeiros" neste campo (primeiros fungos filamentosos que moléculas intactas de DNA foram separadas por eletroforese; primeiro fungo a ter todos os grupos mapeados geneticamente....). 
Os ascomicetos tem sido os fungos mais populares em estudo de desenvolvimento molecular pelos geneticistas, começando com Neurospora, edepois Saccharomyces e Aspergillus. 
Características que fazem de Neurospora um organismo modelo: 
· fisiologia e morfologia bem definida 
· apresentam bom mapa genético 
· suficientes referências para comparação de estudos 
· tem uma certa importância econômica 
· sustentam um número impressionante de "primeiros" na genética
7.3. Ciclo de Vida de Neurospora
7.3.1. Sistema Vegetativo
Durante o crescimento vegetativo os micélios espalhados formam esporos assexuais chamados conídeas (macroconídeas e/ou microconídeas) que são produzidos na extremidade dos conidióforos (hifas aéreas). A reprodução vegetativa também pode ocorrer através de fragmentos miceliais (Leslie, 1996). O resultado da germinação dos esporos leva à saída de um ou mais filamentos finos, conhecidos como tubos germinativos, que crescem prolongando-se de uma maneira notável, mas com pouco desenvolvimento em diâmetro. Os tubos germinativos ramificam-se em todos os sentidos formando uma massa de filamentos conhecida como micélio, que constitue o corpo vegetativo dos fungos filamentosos. Cada filamento ou hifa, são segmentadas por septos perfurados no centro, que permitem a migração dos núcleos. Os esporos germinam por um ou mais poros, por onde sai a massa, tomando a forma de longos tubos germinativos. São chamados de assexuais, quando produzidos puramente pelas transformações do sistema vegetativo. 
7.3.2. Reprodução Sexual 
Na reprodução sexual as espécies seguem uma das três estratégias básicas: homotalismo, pseudohomotalismo e heterotalismo. As linhagens homotálica e pseudohomotálica podem ser auto-fértil, e esta última ainda pode cruzar com outro indivíduo de sua espécie para completar a parte sexual do ciclo de vida. As linhagens heterotálicas, requerem contribuições de dois parentes distintos geneticamente para êxito no cruzamento sexual (Leslie e Klein, 1996).
Uma cultura de Neurospora sitophila por exemplo pode produzir abundantes conídeas e protoperitécios. Os protoperitécios são estruturas, mais ou menos esféricas, com 60 um em diâmetro, contendo uma estrutura multicelular enrolada, o ascogônio, os quais são cercados por hifas estéreis. A partir da extremidade do ascogônio, crescem tricogônios ramificados, mais o desenvolvimento não segue adiante, a menos que os protoperitécios sejam fertilizados por conídeas de uma linhagem compatível. O fungo neste caso é heterotálico, com dois mating types, e que requer a interação de duas linhagens compatíveis, uma de cada mating type, para completar a reprodução. O ciclo sexual é iniciado somente quando um protoperitécio de um mating type (A) é fertilizado pela célula macho de um outro mating type (a)
O orgão sexual feminino, ou protoperitécio, é formado pelas linhagens mating-type, em resposta à carência de nitrogênio, luz e temperatura baixa (25oC) (genes expressados preferencialmente durante a fase sexual são pouco ou não detectados durante o crescimento de linhagens em condições vegetativas (alto nitrogênio), sugerindo que a carência de nitrogênio é requerida para sua síntese (Nelson e Metzenberg, 1992). Dando continuidade ao ciclo sexual a hifa especializada tricogônia se estende a partir do protoperitécio em busca de um conídeo ou hifa de um mating-type oposto. A extremidade tricogonial fundi com células fertilizantes, e núcleos do doador macho migram para o protoperitécio, ocorrendo o desenvolvimento dos ascos. Nestas células em forma de gancho, o núcleo de mating-type oposto fundi para formar um núcleo diplóide que imediatamente iniciam meioses.
Os ascos resultantes contém os produtos derivados de um único evento meiótico e uma subsequente mitose pós-meiose; os oito ascosporos gerados são arranjados em ordem linear dentro do asco, os quais são expulsos do corpo de frutificação (peritécio) para a continuação do ciclo (Nelson, 1996). 
7.4. Identificação de Neurospora 
Para a distinção entre espécies de Neurospora, diferenças na conidiação (px.pigmentação e morfologia grosseira) na fase vegetativa, são de pequeno valor taxonômico para a classificação do organismo. Entretanto, informações morfológicas da fase sexual ou telemórfica do fungo, vem sendo usadas com sucesso até hoje na sua classificação e identificação. 
Descrições já publicadas tem enfatizado convenientemente o ciclo sexual; homotalismo versus heterotalismo e a presença de 4 esporos versus oito esporos nos ascos, são por exemplo, tipos claramente diferentes, fáceis de se obter e portanto fundamentais, na identificação de Neurospora (Perkins, 1976). 
O cruzamento seguido das observações morfológicas é o procedimento preferido como critério taxonômico para a identificação das linhagens heterotálicas de Neurospora. A produção de peritécios férteis e abundantes ascos, com viáveis esporos negros, quando um isolado é cruzado com uma linhagem de referência autêntica, é o mais prático e convencional método para estabelecer, através de diferenças nos detalhes morfológicos, a que espécie pertence uma determinada linhagem. 
Outros fatores que também podem ser utilizados na classificação e identificação de Neurospora são : análises quimiotaxonômicas, como diferenças no número de unidades isoprenóides (CoQ), que no caso deste gênero é representado pela CoQ 10; A composição de proteínas, através de eletroforese em gel; e técnicas moleculares, usando principalmente a reação em cadeia de polimerase (PCR).
7.4.1. Características morfológicas
Apesar do questionamento com relação à classificação e identificação dos fungos apenas através de informações morfológicas não ser sufuciente para caracterizar uma espécie, a identificação de Neurospora ainda sustenta a morfologia como principal fator na sua caracterização (Nelson, 1996).
Através de diferenças de detalhes dos esporos sexuais entre as espécies conhecidas, como a presença de estrias, de um ou dois poros de germinação, diâmetro e forma, da quantidade presente nos ascos, e tamanho de peritécios, o organismo pode ser identificado à nível de espécie. Para as culturas heterotálicas, que são estéreis, e não podem ser fertilizadas por linhagens de mesmo mating type, e consequentemente produzir o corpo de frutificação, procede-se com o cruzamento, onde uma cultura de mating type A produz protoperitécios que podem ser fertilizados por um mating type a compatível, e vice versa (ver ciclo de vida).
O resultado é a formação de peritécios, ascos e ascosporos, dos quais pode-se obter as informações para a identificação do fungo, através de comparação com a chave para identificação de Neurospora descrita por Frederick (1969). A cultura em lâmina é utilizada para se obter informações morfológicas da fase vegetativa.
Cultura em lâmina: Para execultar esta técnica utiliza-se placas de Petri estéril montadas com papel de filtro, lâmina e lamínula conforme descrito por Soares et al, 1987. O meio PDA, o qual favorece o crescimento vegetativo do fungo, é distribuido numa placa e em seguida cortado com auxílio de uma espátula, em pedaços quadrados de aproximadamente 5mm. O microrganismo é então semeado dos 4 lados do quadrado (meio de cultura). O papel de filtro no fundo da placa é umedecido com água estéril, repetindo sempre que estiver seco, no decorrer do experimento. Em seguida a placa é incubada à temperatura ambiente por aproximadamente 12 dias, seguindo com a fixação da cultura com etanol 70% lavando a lamínula e lâmina após o crescimento do fungo, secar ao ar livre e corar com azul de algodão/lactofenol. As bordas da lamínula são fechadas com esmalte, quando então estão aptas para serem observadas no microscópio as formas vegetativas como hifas, conídeos e septos do microrganismo. Com este método se obtém estruturas em boas condições para o estudo morfológico detalhado. 
Cruzamento: Os cruzamentos são realizados rotineiramente a 25oC, em tubos de 15 cm, ou em placas de Petri, no meio sintético para cruzamento (SC), proposto por Westegaard e Mitchell (1947), onde os ascosporos são germinados por volta de 18 dias após a fertilização. O meio de cultura Ágar de milho (Cornmealagar) pode ser usado em casos especiais, em que não se obtém sucesso com o meio sintético pra cruzamento (Stanford Neurospora Methods, 1996). Em algumas linhagens de Neurospora que aparentemente não produzem protoperitécios em meio com sacarose, foi constada grande abundância do orgão feminino em meio com papel (Fairfield e Turner, 1996). O cruzamento é inibido com alta presença de nitrogênio amônia ou amino, porém se o total de aminoácido não exceder 0.3 mg/ml não há problema com a fertilização (Perkins, 1996). 
Um simples método para cruzamento de linhagens de Neurospora crassa foi sugerido por Pandit e Russo (1996). O meio de cruzamento sintético (Davis e de Serres, 1970), foi utilizado nos testes, exceto na concentração de sacarose, modificada para 0.1% e a adição de 0.5% de sorbose, 0.1% de extrato de levedura e 0.1% de hidrolizado de caseína. E a presença de papel de filtro como fonte de carbono. Em aproximadamente 18 dias pode-se verificar a presença dos esporos sexuais. 
7.4 2. Taxonomia molecular
A taxonomia molecular envolve o estudo dos ácidos nucléicos microbianos, principalmente DNA cromossômico e RNA ribossômico, para a obtenção de informações taxonômicas. As informações derivadas de ácidos nucléicos podem ser empregadas na classificação de linhagens microbianas em diversos níveis taxonômicos hierárquicos, desde o estabelecimento de relações infra-específicas entre linhagens até relações entre espécies, gêneros e níveis taxonômicos supra genéricos.
Com os ascomicetos, a consequência de simples ou reduzida morfologia tem sido uma ploriferação de sistemas de classificação mutuamente impróprios. Dados de sequências, prover resolução de identidade para alguns casos onde a morfologia reduzida tem criado confusão (Spatafora, 1995a). Estes questionamentos tem levado ao crescimento de aplicações de técnicas moleculares para a classificação e identificação dos fungos, anteriormente mais utilizado para as bactérias. Para os grupos bem suportados morfologicamente, como é o caso de Neurospora os dados de sequência de DNA são convenientes (Berbee e Taylor, 1992). Neste trabalho, os autores chegaram às seguintes conclusões, baseados nos dados de sequência : 
1. permitiu deduzir relações de uma ampla faixa de fungos
2. a árvore filogenética pode ser bem solucionada e foi compatível com a morfologia e classificação tradicional
3. prover melhor evidências dos eventos evolutivos morfológicos
4. não revela como os ascos são desenvolvidos ou como o corpo de frutificação é originado
PCR: Tem sido descrito o uso de reação em cadeia de polimerase (PCR) na amplificação e sequenciamento direto de genes de RNA ribossomal das classes Pirenomicetos e Plectomicetos. Estes genes são suficientemente conservados para a designação de primers em bases de sequências homólogas. Usando diferentes primers por diferentes regiões do rDNA, estes podem ser diretamente sequenciados e os dados obtidos da sequência, mostram conveniência na diferenciação de isolados de fungos em diferentes níveis e taxas (Berbee e Taylor, 1992, 1995). 
Para aplicação do método de PCR, primeiramente é necessário isolar o DNA do microrganismo. Um método proposto por Cambareri e Kinsey (1996) para a extração do DNA a partir de Neurospora utilizando tampão, contendo NaCl e solução de DE/GTC (terra diatomácea/tiocianato de guanidina) pode ser usado para aplicações de PCR.Seguindo portanto com a amplificação do rDNA 18S, usando a reação em cadeia de polimerase, a clonagem do fragmento, o sequenciamento e finalmente a análise genética (Berbee e Taylor, 1992; Lee e Taylor, 1990). 
7.5. Espécies de Neurospora 
Atualmente são conhecidas 14 espécies de Neurospora, identificadas baseadas principalmente nas características morfológicas. Mas, dados baseados em hibridização de DNA sugeriram que várias das taxas homotálicas possivelmente poderão ser sinônimos (Glass et al, 1990).
A mais nova espécie de Neurospora foi identificada também através de observações morfológicas por Turner e Fairfield (1996), conhecida provisioramente por N. celeata. 
· N. tetrasperma Shear e Dodge (1927) 
· N. sitophila Shear e Dodge (1927) 
· N. crassa Shear e Dodge (1927) 
· N. toroi Tai (1935) 
· N. intermedia Tai (1935) 
· N. phoenix Dennis (1960) 
· N. terrícola Gochenaur e Backus (1962) 
· N. dodgei Nelson e Novak (1964) 
· N. galapagosensis Mahoney e Backus (1969) 
· N. africana Mahoney et al (1969) 
· N. lineolata Frederick et al (1969) 
· N. discreta Perkins e Raju (1986) 
· N. pannonica Krug e Khan (1991) 
· N. celeata Turner e Fairfield (1996) 
8. Basidiomicetos
8.1. Introdução
Os organismos da linhagem fúngica incluem os cogumelos, os bolores, os "bufa-de-lobo", as trufas, os mofos, e muitos outros organismos que ainda não são bem conhecidos (Alexopoulos et al., 1996). Cerca de 70.000 espécies de fungos já foram descritas, entretanto, algumas estimativas do número total sugerem que aproximadamente 1,5 milhões de espécies devam existir (Hawksworth , 1991).
Os fungos verdadeiros, classificados como Ascomicetos, Basidiomicetos, Zigomicetos e Quitridiomicetos, são distinguidos dos musgos e das algas pela presença de quitina em suas paredes celulares e pela síntese de um sistema multienzimático para o aminoácido lisina (Berbee e Taylor, 1992). Esses organismos são de grande importância por várias razões: eles são os decompositores primários em todo os ecossistemas terrestres; são importantes associações simbióticas de plantas vasculares em ambas as relações de mutualismo e parasitismo; constituem a avassaladora maioria dos patógenos de plantas e como tais possuem um tremendo impacto econômico (muitos significantes patógenos humanos também são fungos); oferecem bons desenvolvimentos de sistemas genéticos para os biologistas moleculares (Saccharomyces cerevisiae, Neurospora crassa, Aspergillus nidulans); e são cruciais para a fermentação e biotecnologia industrial (Bruns et al., 1991).
Dentre os fungos verdadeiros, o grupo monofilético de espécies do filo Basidiomicota representa cerca de um terço das espécies descritas (Hawksworth, 1995) e é um componente ecológico vital, principalmente de ecossistemas terrestres. Esse extraordinário bem sucedido grupo de fungos é classificado em sistemática tradicional separadamente em Basidiomicetos sexuais e assexuais. Entretanto, esta prática está se tornando obsoleta devido a aplicação dos princípios de sistemática filogenética para a sua classificação. Os avanços tecnológicos têm provido o acesso a caracteres ultraestruturais, bioquímicos e genéticos, os quais estão presentes em todas as espécies independentemente da capacidade sexual (como por exemplo a composição da parede celular, sequências de nucleotídios, etc). O uso desses caracteres onipresentes permite à sistemática integrar espécies sexuais e assexuais em um simples sistema de classificação.
Apesar de sua grande importância, muito pouco se sabe sobre as relações evolucionárias dentro dos fungos.
Suas simples e frequentemente convergente morfologia, a ausência de registros fósseis úteis, e sua diversidade, têm sido o principal impedimento para o progresso nesse campo. Com o desenvolvimento de técnicas moleculares, novos caminhos são agora avaliáveis permitindo contornar esses obstáculos (Bruns et al., 1991).
Muitas técnicas têm sido utilizadas no estudo de evolução dentro dos fungos, tais como: estudos de hibridização DNA-DNA, análises por enzimas de restrição, análises de sequências, RFLP, e cariotipagem eletroforética que são as mais utilizadas para investigação de relações evolucionárias ( Bruns et al., 1991). 
O presente trabalho tem como objetivo relatar as principais técnicas utilizadas em sistemática molecular de fungos e fornecer uma descrição dos fungos da classe dos Basidiomicetos, apresentando a utilização de dados moleculares em estudos filogenéticos e identificação de espécies biológicas para esses fungos. 
8.2. Métodos utilizados em sistemática molecular de fungos
8.2.1. Hibridização DNA-DNA
O pequeno tamanho do genoma fúngicoe o fato da proporção de sequências repetitivas ser muito menor do que em plantas ou animais parece ser ideal para estudos de hibridização, mas de fato a técnica possui uso muito restrito devido à maneira com a qual o genoma fúngico se desenvolve (Bruns et al., 1991). Praticamente todos os estudos com fungos têm focado a porcentagem de cross-hibridização entre o total DNA extraído preferivelmente do que a estabilidade térmica dos híbridos. A porcentagem de DNA de cross-hibridizados entre espécies intimamente relacionadas é excessivamente baixa, tipicamente menor do que 20%, enquanto a porcentagem de cross-hibridização entre individuos dentro de espécies biológicas é maior do que 90% (Bruns et al., 1991). Vilgalys e Johnson (1987) evidenciam que baixos níveis de cross-hibridização entre espécies que parecem estar intimamente relacionadas encontram-se em total contraste com a redução gradual em hibridização entre animais distancialmente relacionados. Os mecanismos que sublinham esta rápida mudança genômica nos fungos permanecem desconhecidos e seja qual for a causa, o fenômeno efetivamente limita o método para questões de relacionamentos muito íntimos (Jahnk e Bahnweg, 1986; Kurtzman et al., 1983).
Outro principal obstáculo para o uso dessa técnica é a necessidade por comparações pareadas. Para N taxa o número de experimentos é igual a N(N-1)/2. Portanto, para um estudo de 25 taxa, 300 experimentos são necessários. Uma grande quantidade de DNA é necessária para estudos de hibridização e este requerimento elimina a possibilidade de examinar fungos que não cresceram bem em cultura ou não produziram suficiente quantidade de biomassa facilmente coletada na natureza. Um outro obstáculo é que os resultados de dois estudos diferentes de organismos relacionados não são realmente comparados sem experimentos adicionais (Bruns et al., 1991).
A técnica de cross-hibridização tem comumente sido usado para ajudar a definir espécies. Esta prática tem provado ser de grande utilidade em sistemática de leveduras onde a correlação com estudos de conjugação tem geralmente suportado o conceito de que espécies biológicas podem ser reconhecidas por níveis de cross-hibridização maiores do que 80% (Kurtzman et al., 1983). Em fungos filamentosos, descrever espécies com níveis de cross-hibridização tem sido usado com menor frequência (Bruns et al., 1991).
8.2.2. Análises por enzimas de restrição
RFLPs versus Mapeamento: Os padrões de restrição são gerados pela quebra do DNA com enzimas de restrição, seguido de separação por tamanho dos fragmentos resultantes via eletroforese em gel. Os padrões de fragmentos podem ser comparados de duas maneiras: (a) um RFLP (restriction fragment lenght polymorphism) é utilizado no qual o padrão de fragmentos ou os fragmentos individuais são analisados, ou (b) um caminho de mapeamento é empregado pela utilização de padrões de fragmentos para deduzir o mapa dos sítios enzimáticos, os quais então tornam-se as unidades de análise juntamente com o comprimento mapeado de mutações de comprimento (Bruns et al., 1991).
Análise por RFLP tem sido utilizada com sucesso para distinguir fungos intimamente relacionados (Levy et al., 1991), entretanto, essa técnica consome muito tempo e requer grande quantidade de DNA e padrões específicos (Tommerup et al., 1995). O principal poder dos RFLPs é a sua utilização como "fingerprinting" para identificação de linhagens (Bruns et al., 1991).
O mapeamento é a única maneira para determinar o relacionamento físico dos fragmentos de restrição uns com os outros. Em teoria, os mapas podem ser comparados diretamente, mas na prática, o detalhado alinhamento dos mapas provenientes de diferentes estudos não é sempre possível (Bruns et al., 1991). A resolução resultante de relacionamentos filogenéticos é frequentemente marginal por que os fungos não possuem grandes regiões genômicas próximas que estão relativamente livres de diferenças no comprimento. As mutações no comprimento (como por exemplo inserções ou deleções) complicam o mapeamento, e sítios de restrições são propensos a covergentes perdas e saturam rapidamente. Por estas razões o mapeamento para fazer comparações filogenéticas entre fungos é de valor limitado (Bruns et al., 1991).
Análise de Regiões Alvo por Enzimas de Restrição: O DNA mitocondrial tem sido amplamente utilizado para estudos evolucionários em fungos. Muitos aspectos contribuem para sua popularidade (Bruns et al., 1991): (a) Ele possui um tamanho utilizável (176-17 Kb). (b) Não existem evidências para metilação de bases¾ neste caso um potencial fator de confusão é evitado. (c) A forte composição predisposta A + T fornece um isolamento de mtDNA purificado relativamente fácil (Hudspeth et al., 1980). (d) O alto número de cópia do genoma mitocondrial torna possível visualizar facilmente os fragmentos de restrição por hibridização de DNA total para mtDNA investigados. (e) MtDNA é rico em RFLPs até o nível intraespecífico (Foster et al., 1990; Gardes et al., 1991). 
Os plasmídeos são extremamente comuns em fungos (Somac e Leong, 1989) e potencialmente oferecem outra região multicópia alvo ou estudos por RFLP, mas as desvantagens de usar plasmídeos geralmente superam qualquer vantagem. Eles não estão universalmente presentes nem conservados em sequências, e podem ser horizontalmente transmitidos (Bruns et al., 1991).
A unidade repetida do DNA nuclear ribossomal (rDNA) também tem sido usada extensivamente para estudos com enzimas de restrição em fungos. Em muitos eucariotas, incluindo todos os fungos verdadeiros, existe rDNA como um arranjo repetido dos três grandes genes rRNA separados por espaços transcritos e não transcritos. A sequência de genes parece ser universalmente conservada com exceção do gene 5S, o qual pode ou não pode estar dentro da repetição e é informado para existir em orientação oposta pelo menos em alguns Basidiomicetos (Cassidy e Pukkila, 1987). 
O arranjamento gene-espaço-gene da ordem multicópia é parte da razão implícita que o rDNA tem sido tão popular. Porções de regiões gênicas são tão altamente conservadas que todos os heterólogos investigados hibridizam fortemente com eles, contudo outras regiões gênicas variam consideravelmente para comparar níveis taxonômicos moderados. Os espaços, particularmente o espaço intergênico (IGS), frequentemente varia significativamente até o nível interespecífico (Bruns et al., 1991). 
As sequências universalmente conservadas dentro dos genes ribossomais também fornecem uma imprimação alvo ideal para amplificação enzimática; Vilgalys e Hester (1990) tem tomado vantagens desse fato para acelerar o mapeamento de porções da subunidade grande do rRNA. Seus métodos tornam o mapeamento apenas levemente mais trabalhoso do que análise por RFLP (Bruns et al., 1991).
8.2.3. Análise de sequências
Sequenciamento Direto: O uso de sequências de DNA para estudos evolucionários pode superar muito dos problemas associados com as análises por enzimas de restrição. O grande número de caracteres comparados pode substancialmente aumentar o poder de resolução. Também pode ser observado o modo da variação de sequência, como por exemplo se a mudança é transverção ou transição, e o grau de movimento do nucleotídeo pode ser medido; essas observações podem ser incorporadas nas análises filogenéticas de várias maneiras. Os resultados de diferentes laboratórios podem ser diretamente comparados, e a publicação de sequências e sua deposição em databases eletrônicas facilita a confirmação de resultados e suas aplicações para outros taxa sem a necessidade da obtenção de linhagens ou clones ou repetição de experimentos (Bruns et al., 1991).
O seqüenciamento direto dos dois maiores RNAs por extensão da "cartilha" tem alargado a aplicabilidade para os estudos sistemáticos. A deficiência do método é que apenas é obtido a sequência de um fio de ácido nucléico. Estes resultados possuem uma alta frequência de erros (1-5%) por causa da ambiguidade que não pode ser resolvida por comparação com o fio oposto (Bruns et al., 1991).Em contraste com o sequenciamento de RNA, a reação da polimerase em cadeia (PCR) desenvolvida por Mullis e Faloona (1987) foi seguida por biologistas para sequenciar DNA de muitas espécies em poucos dias. Muitos métodos são avaliáveis para sequenciamento direto de produtos de PCR. Estes incluem métodos que geram e sequenciam fios simples ou que diretamente sequenciam fios duplos. A exatidão do sequenciamento direto de produtos de PCR é melhor do que sequenciamento de RNA por que ambos os fios podem ser determinados. Uma segunda vantagem é que outras regiões que não as dos genes RNA nucleares são acessíveis para análise de sequência. Outra importante vantagem do PCR é que apenas minúsculas quantidades de DNA são necessárias. Como resultado, fungos raros ou parasitas obrigatórios são agora acessíveis à sistemática molecular (Bruns et al., 1991).
Seleção de Regiões Apropriadas para Sequenciamento: Existem vários fatos para considerar em selecionamento de região para análise sequencial (Bruns et al., 1991). Incluindo: (a) A região deve ser expandida até um grau apropriado para a comparação de interesse. Idealmente isso significa que a região deve fornecer diferenças consistentes para separar a taxa em grupos monofiléticos suportados estatisticamente. Regiões que são muito conservadas forneceriam poucas chances. Regiões que são muito variadas conteriam muitos caracteres inconsistentes devido a múltiplas substituições até posições únicas, e o alinhamento seria um problema adicional. (b) A região deve estar presente idealmente como uma cópia única ou deve pelo menos evoluir como uma região de cópia única (como por exemplo rRNA, mtDNA). O perigo de regiões multicópias é que diferentes cópias podem ser comparadas em diferentes espécies. (c) A região deve ter a mesma função em todo o taxa. A evolução de uma nova função mudaria as pressões seletivas e consequentemente a rota de mudança da sequência. 
Praticamente todos os estudos de sequência em fungos tem focado em genes rRNA. Sua popularidade é causada principalmente pela presença de regiões conservadoras universais que servem como posições "cartilhas" ideais. Regiões diferenciadas dos genes RNA mitocondrial e ribossômico divergem em diferentes graus; por esse motivo se alguém quiser conseguir a máxima quantidade de informações de uma mínima quantidade de sequenciamento a questão de quais regiões são mais apropriadas para um nível específico de comparações é importante. A situação com o rRNA é complicada pois substituições de bases e mutações no comprimento fazem alinhamento de algumas regiões ambíguas. Desta forma, como comparações de maiores distâncias são feitas, o número de nucleotídeos alinhados decresce. Este problema é muito mais forte em genes mitocondriais; elas não são portanto utilizados para comparações filogenéticas distantes. Em níveis taxonômicos intermediários, entretanto, os genes mitocondriais podem ter uma alta proporção de posições variáveis (Bruns et al., 1991). 
Genes que codificam proteínas tem algunhas vantagens sobre genes rRNA e o alinhamento das sequências é menos problemático, entretanto, nenhum primer universal foi desenvolvido para genes de proteínas de fungos (Bruns et al., 1991). 
8.2.4. Cariotipagem eletroforética
Recentes avanços em tecnologia de eletroforese em gel tem permitido que moléculas de DNA de tamanhos megabases sejam eficientemente separadas. Essa técnicas tem sido extensivamente aplicada para a separação de cromossomos fúngicos (Bruns et al., 1991). Mills e McCluskey (1990) listaram 25 espécies de fungos cujos cariótipos eletroforéticos foram examinados. O mais surpreendente resultado desse estudo foi a alta frequência de polimorfismo de comprimento de cromossomos observada dentro das espécies; isto adiciona uma nova dimensão do quadro emergente do genoma fúngico e elimina o método para estudos filogenéticos sobre o nível populacional.
8.3. Fungos basidiomicetos
8.3.1. Características
Os Basidiomicetos são assim denominados por apresentarem uma estrutura característica denominada de basídio. É nessa célula que a cariogamia (fusão nuclear) e a meiose ocorrem, e também onde os basidiosporos haplóides exógenos são formados. Existe um bom nível de variação na morfologia do basídio, no número de esporos formados, e como os esporos nascem na superfície do basídio (Ingold, 1991). Normalmente quatro esporos são produzidos em cada basídio, no apix das protuberâncias basidiais chamadas esterigmas (Figura 1). Cada esporo usualmente contém um dos produtos meióticos haplóides.
 Figura 1. Micrografia eletrônica do Basidiomiceto Coprinus cinereus, mostrando os basídios, alguns com quatro basidiósporos fixados. (McLaughlin, 1985)
Os membros dos Basidiomicetos são incomuns pelo fato de existirem principalmente em um estado dicariótico, ou seja, os dois núcleos trazidos juntos no mating não fundem no talo do fungo, eles existem lado a lado em cada célula. A fusão do núcleo haplóide para formar núcleos diplóides ocorre apenas no basídio.
Os Basidiomicetos também são caracterizados pela "clamp connection" (Figura 2), que nada mas é do que um ramo de hifa que se forma em associação com a divisão simultânea dos dois núcleos na célula apical da hifa dicariótica. Um dos núcleos divide-se no axis da hifa principal, enquanto o outro dividi-se dentro do "clamp". O ramo cresce e toca a célula próxima ao núcleo inferior, onde haverá migração do núcleo da ramificação em direção ao núcleo axial. Dois septos são formados através de cada fuso mitótico, um longitudinal (na origem do ramo) e outro transversal. A célula do apix do sentido contrário da "clamp" monocariótica funde-se com a célula subapical, restabelecendo a condição dicariótica.
Todos os fungos que produzem "clamp connection" são membros dos Basidiomicetos, entretanto, nem todos os Basidiomicetos produzem "clamp connections". 
Essas conecções devem ter se desenvolvido prematuramente na evolução dos Basidiomicetos, pois elas são encontradas nas mais antigas linhagens divergentes.
Figura 2. Diagrama da formação da clamp connection: A. Hifa dicariótica, a seta demonstra a direção do crescimento do topo da hifa. B. Crescimento do gancho (clamp) celular, divisão nuclear sincrônica. C. Conecção formada (Swann, 1987).
Uma das mais fascinantes características dos Basidiomicetos é a produção da explosiva descarga de esporos denominados balistosporos. Esses esporos podem ser sexuais ou assexuais, podem ser produzidos pelos basídios, hifas, células de leveduras, ou por outros balistosporos. Este tipo de descarga de esporos deve ter evoluído precocemente na histótia evolucionária dos Basidiomicetos, pois é encontrada em membros das mais precoces linhagens divergentes dentro do filo.
Sabe-se que o líquido de preenchimento da gota hilar (Figura 3) está envolvido no mecanismo da descarga de balistosporos, mas a física do mecanismo permanece desconhecida (McLaughlin et al., 1985; Webster et al., 1984a, b; Yoon and McLauglin, 1986).
Figura 3. Micrografia eletrônica mostrando a gota hilar na base do basidiosporo do Himenomiceto Coprinus cinereus (McLaughlin et al., 1985).
Embora não exclusivamente restrito aos Basidiomicota a habilidade para causar mudança de cor no composto o-dianisidina é característico desse filo (Summerbell, 1985).
8.3.2. Reprodução
A maioria dos Basidiomicetos está capacitada para reprodução sexual e assexual. O número de sexos (ou mating types) é variável de espécie para espécie. Algumas espécies possuem apenas dois sexos, enquanto outras podem ter quatro ou mais sexos. Os produtos da reprodução sexual, os basidiosporos, podem ser fortemente ou passivamente liberados. A reprodução assexual pode consistir da simples fragmentação do talo, brotamento em espécies leveduriformes, ou produção de vários tipos de esporos (Alexopoulos et al., 1996).
8.3.3. Ciclo de vida
Os Basidiomicetos podem crescer em uma fase de levedura (célula simples), ou uma fase filamentosa (hifas) (Bandoni, 1995; Wells, 1994). Muitos Basidiomicetos são capazes de produzir ambas as fasesdurante alguma parte do seu ciclo de vida, denominado dimórfico. As leveduras e hifas podem ser haplóides ou dicarióticas, entretanto leveduras dicarióticas são raras.
Os membros sexuais dos Basidiomicetos iniciam seu ciclo sexual pela fusão entre células haplóides de "mating types" compatíveis. Este processo é conhecido como somatogamia, uma vez que o talo haplóide fúngico por ele mesmo desenvolve o papel que células gaméticas especializadas desenvolveriam em planta e animais. Os esporos assexuais podem algumas vezes agir como agentes de fertilização, fundindo com outras células de "mating types" compatíveis.
Os dois núcleos da fase dicariótica permanecem separados, formando um núcleo diplóide apenas em células que se desenvolvem dentro dos basídios. A fusão do núcleo haplóide para formar um diplóide é denominada cariogamia. O tempo entre a cariogamia e a meiose é altamente variável, e depende largamente da história de vida do organismo. Algumas espécies sofrem meiose e formam basidiosporos minutos após a cariogamia, enquanto outras podem invernar antes de ocorrer a meiose. Os basidiosporos podem germinar para formar a fase haplóide que pode reproduzir indefinidamente de maneira assexual. Alternativamente, o talo haplóide pode ser capaz de apenas limitar o desenvolvimento, e deve participar na formação do talo dicariótico para o posterior crescimento ocorrer (Alexopoulos et al., 1996).
Figura 4. Ciclo de vida generalizado do filo Basidiomicota (Swann, 1997).
8.3.4. Classificação
Os Basidiomicetos são classificados de acordo com a presença ou ausência de basidiocarpo (corpo de frutificação); natureza do basidiocarpo que pode ser angiocárpica, hemiangiocárpica ou gimnocárpica; presença de basídios septados ou asseptados; descarga do basidiosporo explosiva ou passiva.
8.3.5. Discussão de relacionamentos filogenéticos em basidiomicetos
Existem fortes evidências de que o filo Basidiomicota é monofilético. Os complexos aspectos morfológicos como os balistosporos, basídios, "clamp connections" estão presentes em cada um dos principais subgrupos, indicando uma origem comum. Alguns Basidiomicotas não possuem uma ou mais dessas características esteriotípicas, mas evidências ultraestruturais e bioquímicas podem ser usadas para acessar sua posição filogenética.
O peso da evidência é consistente com a hipótese de que existem três principais grupos de Basidiomicetos (Urediniomicetos, Ustilaginomicetos e Himenomicetos). A maioria das análises filogenéticas de sequências do RNA ribossomal indicam que cada grupo é monofilético, e caracteres bioquímicos e ultraestruturais são concordantes com esses resultados.
8.3.6. Estudos filogenéticos em basidiomicetos
Tratamentos taxonômicos de fungos Basidiomicetos, particularmente aqueles relativos a taxa superiores, têm estado em fluência desde o começo da micologia taxonômica. Fries (1821-1832) agrupou os fungos baseados em caracteres morfológicos macroscópicos, misturando ascomicetos, Basidiomicetos, e mixomicetos. Na metade do século 19, com a ascensão de estudos microscópicos, diferenças básicas entre Basidiomicetes e Ascomicetes foram descobertas. Posteriormente micologistas transferiram a taxonomia a qual separou Basidiomicetos dos outros fungos, mas essencialmente perseguiram a tradição Friesiana (Swann e Taylor, 1993). 
Patouillard (1900) foi o principal "quebrador" da tradição Friesiana. Patuillard dividiu os Basidiomicetos em dois grupos baseados nas características microscópicas da morfologia dos basídios e modo de germinação basidióspora. Os Basidiomicetos heterobasídios, ou heterobasidiomicetos, foram caracterizados por basidios septados ou asseptados, e/ou a capacidade de dois ou mais do que quatro modos de germinação do basidiosporo: brotamento, germinação por repetição (esporos secundários), formação da mitocôndria, e formação do tubo germinal. Os Basidiomicetos homobasídios, ou homobasidiomicetos, foram caracterizados apenas pelos basídios não septados, e germinação do basidiósporo por tubos germinativos (Swann e Taylor, 1993).
O conjunto de caracteres da definição de heterobasidiomicetos por Patuillard admitiu grande plasticidade, e encompassou uma grande quantidade de diversidade evolucionária. Alguns micologistas na segunda metade do século 20 tornaram-se insatisfeitos com os aspectos das classes de Patuillard por causa da sua plasticidade e, como resultado, definiram novos taxa superiores (Donk, 1972; Lowy, 1968; Talbord, 1965), enquanto outros continuaram a usar nomes da classe Patuillardiana formalmente (Jülich, 1981) ou informalmente (Oberwinkler, 1987).
Perspectivas Filogenéticas em Sistemática de Basidiomicetos: Evidência para o gene rRNA 18S: Swann e Taylor (1993) utilizaram sequências de genes do 18S, genes RNA da pequena subunidade ribossomal para uma representação diversa dos Basidiomicetos no intuito de identificar grupos monofiléticos de Basidiomicetos e avaliar classificações taxonômicas conflitantes. Com os resultados obtidos por análise de parcimônia foi construída uma única árvore principal, onde foram utilizados como grupo de fora os Ascomicetos Neurospora crassa, Eurotium rubrum e Taphrina deformans. Os Basidiomicetos demonstraram três linhagens principais. A primeira composta pelos fungos parasitas de plantas (Ustilaginales); a segunda composta pelos Basidiomicetos com septos simples (Urediniomicetos), a maioria com basidia auricularioide; e a terceira linhagem composta pelos Himenomicetos com septos complexos.
A sistemática de Basidiomicetos tem uma história de dramáticas mudanças devido a introdução de novas formas de informação. Baseados na análise do gene rRNA 18S, Swann e Taylor (1995) apresentaram uma nova classe de nível taxonômico para Basidiomicetos composta por Urediniomicetos (modificado), Ustilaginomicetos, e Himenomicetos. Outros caracteres como os morfológicos (morfologia dos basídios, septos, etc) e bioquímicos (composição celular de carboidratos, principal sistema de ubiquinonas), também foram considerados. 
Utilização de Dados Moleculares para Identificação de Espécies Biológicas de Basidiomicetos Filamentosos: Os Basidiomicetos são caracterizados principalmente pelos aspectos morfológicos, bioquímicos e ultraestruturais, e apenas alguns grupos apresentam dificuldades taxonômicas. Dentro dos Basidiomicetos filamentosos, a maioria dos estudos filogenéticos têm sido limitados às formas de cogumelos (‘mushroom"): agaricus, boletes e seus gasteróides relativos. A maioria dos estudos publicados com agaricus têm sido focado em espécies biológicas complexas (como por exemplo espécies difíceis de serem separadas morfologicamente), ou espécies intimamente relacionadas morfologicamente. Em ambos os níveis problemas de resolução tem sido comuns com as técnicas utilizadas (Bruns et al., 1991).
A técnica de DNA "fingerprinting" tem sido amplamente adotada para diferenciar organismos ao nível de espécies e subespécies (Maclean et al., 1993). Análises de RFLP têm sido utilizadas com sucesso para distinguir fungos intimamente relacionados, entretanto, esta técnica consome tempo e requer grande quantidades de DNA e sondas específicas. Recentemente, Williams et al. (1990) e Welsh e McClelland (1990) descreveram uma técnica que utiliza uma única espécie de "primers" arbitrários para amplificar polimorfismos de DNA (RAPD) usando uma reação de polimerase em cadeia modificada. Os padrões eletroforéticos dos fragmentos gerados por cada "primer" para um isolado pode ser usado como um DNA "fingerprint" para determinar diversidade. Essa técnica apresenta vantagens como a economia em tempo, o não requerimento de informação de sequência alvo e pode prover marcadores em regiões genômicas não acessíveis em análises de RFLP (Williams et al.,1990). Análises RAPD podem ser utilizadas para identificação de linhagens fúngicas, estudos ecofisiológicos e mapeamento (Williams et al., 1990). Recentemente, Tommerup et al. (1995) reportaram a ação de alguns componentes na mistura de reação e o perfil de temperaturas termocíclicas na determinaçãoda reprodutibilidade do RAPD "fingerprint" de três fungos Basidiomicetos, confirmando a confiança na utilização dessa técnica. 
Utilização de RAPD para diferenciar grupos interestérieis entre isolados de Heterobasidion annosum (Garbelloto et al., 1992): O Basidiomiceto Heterobasidion annosum pertencente a classe dos Himenomicetos é considerado um patógeno principalmente de árvores coníferas, podendo também ser encontrados em algumas árvores de madeira dura, em florestas temperada e boreal por todo o hemisfério norte (Hodges, 1969). Ele é reconhecido como um complexo no qual diferentes espécies biológicas ou grupos que possuem interesterilidade (IGSs) podem ser distinguidos. Estes grupos exibem uma marcante especialização ao hospedeiro (Cobb et al., 1989) e diferem em suas características fisiológicas (Karlsson e Stenlid, 1991), epidemiológicas, e ecológicas. 
São três os grupos descritos de H. annosum que apresentam interesterilidade: o grupo P está mais associado com Pinnus spp., Juniperus spp., e Calocedrus, enquanto o grupo S está associado com Picea spp., Abies spp., Tsuga spp., e Sequoiadendro. O grupo F está exclusivamente limitado ao Abies alba Mill. na Itália. A interesterilidade entre os grupos é determinada pela ausência de alelos positivos divididos em algum dos pelo menos cinco locos de interesterilidade (Chase e Ullrich, 1990). Embora cruzamentos entre dois diferentes grupos interestéreis não possam ser observados na natureza, a interesterilidade entre grupos não é completa e a interfertilidade entre pares de laboratórios varia entre 4 a 18% (Stenlid and Karlsson, 1991; Chase et al., 1989; Korhonen, 1978).
A determinação de grupos que possuem interesterilidade pode reduzir perdas causadas por esse patógeno. Diferentes grupos interestéreis podem ser identificados por testes "mating"; métodos moleculares; atividade de enzimas pécticas, análises de aloenzimas, e análises de RFLP. Entretanto, essas técnicas possuem limitações para distinção entre grupos interestéreis e entre as fontes geográficas dentro dos grupos. O estudo de Garbellotto et al. (1992) descreve o uso de RAPDs para diferenciar IGSs de H. annosum como sendo um método que oferece rapidez, baixo custo relativo, e extrema sensibilidade de caracterização e tipagem para linhagens desse fungo.
Garbelotto et al. (1992) utilizaram 23 isolados de H. annosum provenientes da América do Norte e 13 isolados da Europa. Os "primers" de RAPD foram utilizados com sucesso para todos os isolados. O perfil de RAPD de cada isolado foi correlatado com o grupo interestéril e com a procedência geográfica dos isolados. O grupo F, o qual, baseado em isoenzimas está intimamente relacionado com o grupo Europeu S, foi claramente diferenciado de todos os outros grupos interestéreis pelo "primer" ATG (Figura 5).
Os resultados obtidos por Garbelotto et al. (1992) indicaram que as diferenças entre os grupos que possuem interesterilidade são realmente detectadas por uma vasta lista de "primers". Sobre a questão da variabilidade dentro de um grupo interestéril, as populações dos grupos norte americanos e europeus P, pareceram ser facilmente diferenciadas por ambos 15-mers e 10-mers. Em contraste, a variabilidade dentro do grupo interestéril S foi difícil de detectar, e o 15-mers não detectou polimorfismo entre o grupo S norte americano e europeu; entretanto, os isolados foram diferenciados pelo "primer" G5. A partir desses resultados Garbelotto et al. (1992) inferiram que os isolados S da Europa e América do Norte são geneticamente intimamente relacionados, enquanto que para os isolados do grupo P dos dois continentes existe um bom grau de divergência genética. Esta interpretação é suportada por estudos de aloenzimas (Otrosina et al., 1992) no qual foi observado maior divergência entre os isolados europeus e norte americanos do grupo P do que entre entre os isolados S dos dois continentes.
O poder diagnóstico dessa técnica pode ser utilizado por aqueles que administram florestas pela capacidade de caracterizar precisamente os grupos interestéreis de isolados coletados de árvores, galhos submersos, e troncos infectados. A importância dessa caracterização está relacionada com o fato de que os fungos podem agir como saprófitas generalistas em troncos e muitas espécies de árvores.
A especificidade pelo hospedeiro em grupos interestéreis é altamente correlacionada (Worrall et al., 1983; Cobb et al., 1989; Otrosina et al., 1992), e então pela determinação de grupos interestéreis isolados de H. annosum que crescem saprofitamente, torna-se possível uma previsão para espécies de árvores vizinhas, se algumas ou todas, podem ser infectadas por tais isolados.
Figura 5. Fragmentos RAPD obtidos com o "primer" ATG. 1: B351, isolado do grupo P de H. annosum do oeste dos Estados Unidos; 2 e 3: isolados do grupo P, CW5 e CW7 do leste dos Estados Unidos; 4 e 5: isolados P 172-10 e 346-1 da Escandinávia (Europa); 6 e 7: isolados do grupo S B228 e B147 do oeste dos Estados Unidos; 8 e 9: isolados S da Escandinávia 211-3 e 217-3; 10: isolado S 871104.3.1 da Itália. As duas primeiras colunas não numeradas são padrões de DNA, o pUC19 cortado pela TaqI e o pUC19 cortado pela Sau3A, respectivamente. As setas indicam o diagnóstico de seleção das bandas, identificadas como F1-F3, S1 e S2, P1 e P2, e Eu.P1 (Garbelotto et al., 1992) 
A importância do reconhecimento da origem geográfica dos isolados de H. annosum está relacionada com a possibilidade de se determinar a proveniência de novas linhagens introduzidas. A mesma informação pode ser muito útil em estudo populacional e epidemiológico visados em investigação da propagação das linhagens desse patógeno sobre vastas áreas (Garbelotto et al., 1992).
9. Fungos de interesse industrial
Os fungos influenciam a vida do homem participando de processos desejáveis ou prejudiciais. 
Os fungos encontram-se amplamente em todos os ecossistemas e habitats. Podem ser parasitas, simbiontes, sendo, em sua grande parte, sapróbios. 
Crescem onde existe matéria orgânica disponível, viva ou morta, geralmente apreciando calor e umidade. Água, solo, troncos, folhas, frutos, sementes, excrementos, insetos, alimentos frescos e processados, têxteis e inúmeros outros produtos fabricados pelo homem constituem substratos para o desenvolvimento de fungos. 
O reino Fungi está dividido em Mixomycota (fungos limosos ou gelatinosos) e Eumycota (fungos verdadeiros). 
Os fungos verdadeiros ou Eumycota foram divididos em 4 subdivisões: 
- Mastigomycotina (4 classes) - fungos inferiores 
- Zygomycotina (2 classes) - fungos inferiores 
- Ascomycotina (6 classes) - fungos superiores 
- Basidiomycotina (3 classes) - fungos superiores 
- Deuteromycotina (3 classes) - fungos imperfeitos 
9.1. Mastigomycotina 
Inclui muitos fungos parasitas obrigatórios que causam sérias doenças em plantas, e fungos aquáticos. Normalmente, associados com matéria orgânica em decomposição. 
9.2. Zygomycotina 
Destacam-se os gêneros Rhizopus e Mucor. 
Rhizopus, Mucor: Produção de enzimas amilolíticas (amilases e glucoamilases) para a produção de alimentos. 
Rhizopus: Produção de enzimas pécticas empregadas na clarificação de sucos de frutas. 
Desde 1950, esse gênero tem sido empregado na indústria farmacêutica para introduzir grupos OH em córtico-esteróides para a produção de preparações contendo corticóides. 
Rhizomucor miehei e Rhizomucor pusillus: produzem a enzima protease rennet, usada na produção de queijos. 
Rhizopus stolonifer: responsável pôr doenças em frutas durante o armazenamento e transporte, provocando o amolecimento de batatas, morangos, framboesas, pêssegos, etc.
9.3. Ascomycotina
* Gênero Aspergillus: 
A . niger: Produção de ácido cítrico; ácido glucônico; 
- Produção de enzimas. 
* Gênero Penicillium: (fungo azul-verde) 
- Manufatura de queijos; 
- Produção de antibióticos; 
- Parasita de plantas; 
- Produção de enzimas. 
* Gênero Neurospora: (bolor vermelho do pão) 
- Produz contaminações em padarias, causando perdas econômicas. 
9.4.Basidiomycotina 
Formadores de cogumelos (Agaricus campestris, Lentinula edodes, Pleurotus ostreatus etc). 
Parasitam e destroem material lignocelulósico. 
9.5. Características Fisiológicas 
- Faixa de temperatura de crescimento: 0 - 35ºC 
- Temperatura ótima: 20 - 30ºC 
- Faixa de pH de crescimento: 2,0 - 8,5 
- pH ótimo: 4,5 - 5,5 
- Necessidades hídricas: 
- Bolores < Leveduras < Bactérias 
- Aw (atividade de água) menor que 0,70 inibe o crescimento da maioria dos bolores que causam a deterioração de alimentos. 
- Aw = estima a proporção de água disponível no sistema para reações bilológicas, bioquímicas e químicas.
	Organismo 
	Aw mínimo para crescimento 
	Bactérias 
	0.91 
	Leveduras 
	0.88 
	Bolores 
	0.80 
9.6. Os Fungos na Biotecnologia 
Muitas espécies de fungos tem sido testadas e utilizadas para a produção de substâncias de interesse industrial ou médico: 
O etanol, ácido cítrico, ácido glucônico, aminoácidos, vitaminas, nucleotídeos e polissacarídeos são exemplos de metabólitos primários produzidos por fungos, enquanto que os antibióticos constituem importantes metabólitos secundários. 
Além da aplicação em indústrias de fermentação, novos aspectos biotecnológicos têm sido explorados, inclusive de caráter ambiental, ou seja, os fungos podem atuar como agentes benéficos à melhoria do meio ambiente: 
- Tratamento de resíduos líquidos e biorremediação de solos poluídos; 
- Mineralogia e biohidrometalurgia; 
- Produção de biomassa, incluindo proteína comestível; 
- Tecnologia de combustíveis, particularmente na solubilização de carvão; 
- Emprego em controle biológico 
9.7. Leveduras
As leveduras, são fungos como os bolores, mas se diferenciam deles por se apresentarem predominantemente sob forma unicelular. Por serem células mais simples, elas crescem e se reproduzem mais rapidamente do que os bolores. 
Uma levedura típica consta de células ovais, que se multiplicam assexuadamente comumente por brotamento ou gemulação. 
A maioria das leveduras, não vive no solo mas adaptou-se a ambientes com alto teor de açúcares, tal como néctar das flôres e a superfície de frutas. 
As leveduras fermentativas vêm sendo exploradas pelo homem há milhares de anos, na produção de cerveja e do vinho e na fermentação do pão, embora, somente no século dezenove tenha sido reconhecida a natureza biológica dos agentes responsáveis por estes processos. 
As leveduras são classificadas em todas as três classes de fungos superiores: ascomicetos, basidiomicetos e fungos imperfeitos. 
O principal agente da fermentação alcoólica, Saccharomyces cerevisae, é uma levedura ascomicética. 
9.7.1. Utilização de Compostos de Carbono 
A habilidade para fermentar açúcares varia entre os vários gêneros de leveduras. 
- Fermentação vigorosa da glicose: Saccharomyces, Kluyveromyces, etc. 
- Gêneros não fermentativos: Lipomyces 
- Gênero Hansenula: espécies fermentativas e não fermentativas 
9.7.2. Assimilação de Fontes de Carbono (Aerobiose) 
Ocorre diferenças entre as espécies: pentose (xilose, amido, alcóois (manitol, sorbitol), ácidos orgânicos (ácido acético, lático, cítrico). 
9.7.3. Leveduras de Interesse em Alimentos 
· Top yeast: leveduras de superfície 
· Botton yeast: leveduras de profundidade 
· S. cerevisae, S. calrsbergensis botton yeast, após o crescimento e fermentação precipitam. Usadas na panificação, cerveja, vinhos, etc 
· S. fragilis, S. lactis fermentam lactose (tratamento de resíduos) 
· S. roufii, S. mellis osmofílicas - frutas secas, xaropes, geléias 
· S. baillie fermentação de sucos (cítricos) 
· Torulopsis osmofílica - leite condensado 
· Candida produz grande quantidade de proteínas, ataca leite e derivados 
· Rodutorula deterioração de pickles, chucrutes e carnes (cor vermelha ou amarelo 
· Picchia, Hansenula, Debarymocyces, Thricosporum deterioração de pickles com produção de película, oxida o ácido acético e altera o sabor 
· Debaryomyces carnes, queijo e salsichas 
10. Técnicas de coleta e manutenção de líquens e fungos
10.1. Introdução
A classificação dos grandes grupos de fungos tem sido baseada no tipo e complexidade da morfologia, nas características das estruturas de reprodução e no padrão de comportamento exibido nos processos sexuais. 
Inúmeros botânicos e, seguramente, poucos micologistas podem, ainda hoje, admitir os fungos como plantas. Por revelarem estruturas específicas, exibirem comportamento diferenciado e serem incapazes de realizar a fotossíntese, os fungos tornam-se organismos distintos dos demais seres vivos. 
A situação dos líquens é mais complexa, uma vez que constituem produto da associação simbiôntica entre fungo e alga. Além de revelarem característica metabólica e, de certa forma, estrutura própria, os integrantes liquênicos mantêm sua individualidade biológica. 
Como organismo heterotrófico, todo fungo depende, direta ou indiretamente, de outro ser vivo, para sua alimentação. A condição sapróbia é bastante evidente quando o fungo é encontrado sobre troncos, ramos, folhas, restos ou partes de vegetais ou animais mortos. O predatismo leva ao abate sumário do hospedeiro, enquanto o parasitismo é o tipo de associação em que o fungo provoca série gradativa de danos ao hospedeiro que, eventualmente, podem provocar sua morte. Entre os fungos, o parasitismo pode ser facultativo ou obrigatório. 
Nos casos de fungos sapróbios e parasitas, a atenção ao complexo fungo-substrato é de grande valia nas iniciativas de coleta. É oportuno chamar a atenção para a ocorrência de fungos com desenvolvimento intramatrical, cujo ciclo se passa inteiramente no interior do hospedeiro e o extramatrical, que se desenrola em seu exterior. E como se tudo isso não bastasse, há determinadas estruturas, como esporos e suas variações morfológicas e funcionais, que efetivamente não exibem qualquer manifestação de relacionamento físico e biológico ao substrato orgânico, até o momento em que iniciam o processo de germinação. 
As estruturas mais visíveis de um fungo não representam, necessariamente, todas as suas partes, nem tudo o que constitui o ciclo do organismo coletado. Grande parte do seu ciclo ou dos remanescentes estruturais poderá estar sendo perdida no interior do substrato ou, simplesmente, já ocorreu em outro lapso de tempo, em outro hospedeiro, ou em partes distintas do mesmo substrato. 
Resultado: o que se coleta de um fungo constitui, em geral, um momento, no ciclo biológico da espécie. 
As condições ideais para o estudo e compreensão dos fungos reside no isolamento de organismos, a partir de diferentes substratos e nos diversos ambientes em que os fungos ocorrem: ar, água e solo. 
As partes mais evidentes, nos fungos, constituem, como regra geral, o que mais resiste ao manuseio e ao tratamento que leva à constituição da amostra do material (a exsicata) a ser incorporado ao herbário. Os espécimes podem ser preservados pela simples secagem; em meios líquidos, o picles; em lâminas, para exame ao microscópio, sob forma desidratada e liofilizada; em nitrogênio líquido, e por outros processos. 
10.2. Coleta e Manutenção de Fungos e Líquens macroscópicos 
Existe uma variação muito grande de fungos e líquens macroscópicos. Para coleta, preservação e herborização levam-se, especialmente, em consideração, o tamanho e a consistência. Alguns, após coleta, decompõem-se rapidamente, tornando-se impossível reconhecê-los. 
Líquens ocorrem tanto sobre madeira como sobre rochas e folhas vivas. Quando sobre pedra, é necessário equipamento especial, como martelo e talhadeira usados pelos geólogos. 
São relalcionados materiais considerados ideais embora, algumas vezes, dispensáveis ou substituíveis. 
Em qualquer caso, cuidado e bom senso são essenciais para uma coleta adequada. 
10.2.1. Coleta 
A) Materiais 
· carta de cores 
· cristalizador 
· espátula 
· folha de papel com uma das metades branca e outra preta, para coleta de esporos 
· frasco de vidro com tampa de plástico (±200ml) 
· frasco de vidro escuro com fixador: FAA+sulfato de cobre

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