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Geologia 12

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TEXTO DE APOIO 12ª CLASSE GEOLOGIA
Tema 2: Acçao Geológiaca dos ventos
I.Acção erosiva do vento
O ar em movimenta-se de um lugar para o outro da superficie terrestre em consequência da diferença de pressão, originando o vento. A diferença de pressão muita das vezes esta relacionada com a diferença de temperatura resultante da quantidade de energia solar recebida na região.
Erosão, transporte e sedimentação eólicas.
A acção modeladora do vento resulta da sua triplice acção geologica: Erosão, Transporte e Sedimentação.
A velocidade do vento pode passar de uma simples brisa, com uma velocidade muito baixa até a velocidade dos ventos ciclonicos, que podem atingir de 180 a 200 Km horas.
A acção erosiva do vento manifesta-se, fundamentalmente por dois processos: A deflação e a corrasão.
Deflação
A deflação consite na separação, por acção do vento, de particulas meteorizadas e que se encontram soltas nas rochas ou nos solos. Verifica-se fundamentalmente nas regiôes onde ocorre a desnudação (remoção) da camada protectora de ervas e plantas por acção do Homem e dos animais. A deflação resulta, em geral, na formação de bacias de deflação. A maioria dos oásis são bacias de deflação em que progrediram até encontrar niveis com humidade e, eventualmente, a fixação de vegetação. 
Quando a acção do vento se exerce sobre depósitos heterogéneos, arrasta os de menor tamanho deixando um resíduo pedregoso, que por vezes ocupa grandes áreas, constituindo os desertos pedregosos ou regs.
A corrasão
A corrasão acção erosiva do vento provocada pelos detritos transportados, exerce-se sobre os mais diversos meios.
Os detritos maiores são sujeitos a esta acção abrasiva pelos elementos mais finos arrastados pelo vento, acabando por ficar facetados-ventifactos.
Os ventifactos podem apresentar diferentes formas, dependente do tipo de corrasão que experimentou.
Como a carga transportada pelo vento é maior junto ao solo, ocorre nas rochas uma corrasão diferencial, que pode originar blocos pedunculados.
II. Depositos eólicos
Nas zonas do litoral e em desertos onde a area é abundante acção modeladora do vento manifesta-se de varias maneiras incluindo o transporte e deposito dos sedimentos-areias.
O transporte de sedimento pelo vento, conforme a sua granulometria, é feita por arrastamento ( deslizamento, saltação e suspensão).
Dunas
Quando a energia do vento não é suficiente para realizar transporte, as areias depositam-se, constituindo as Dunas.
Conforme o local de acomulação, as dunas podem ser litorais ou desérticas.
· Dunas litorais
Em grandes superficies arenosas, os ventos dominantes, soprando do lado do mar, desde que areia possa ficar a seco e não haja obstáculos importantes formam dunas litorais.
As dunas podem ser fixadas por acção da vegetação, que pode aparecer natural ou artificialmente. Quando a velocidade do vento abranda, a vegetação aparece e constitui um entrave á deflação.
· Dunas desérticas
Nas regiões deserticas distinguem-se vários tipos de formações dunares.
A velocidade do vento e a quantidade de areia controla a configuração e a orientação da duna. 
Tipos de dunas em função da velocidade do vento e da disponiblidade de areia.
· Dunas Barkhanes ou barchanes, formam-se nas regiões rochosas onde a pouca areia, o centro da duna cresce mais em altura que nos bordos. Diferente das outras elas deslocam-se independentemente umas das outras.
· Dunas Transversais, formam-se nas regiões onde a areia é abundante, e deslocam-se a mesma velocidade quer nas bordas como no centro migrando em crista. Estas dunas são perpendiculares a direção do vento, originando ondulações de areia muito largas e extensas.
· Dunas parabolicas, forma-se se quando ocorre a destruição da vegetação e o vento provoca a deflação e a areia arrastada é depositada. São comuns em região de climas semideserticos.
· Dunas longitudinais, formam-se quando a direção do vento é irregular mais prevalece no mesmo quadrante e há abundancia de areia, e são paralelas a direção do vento. Extremamente largas e altas, chegam a antingir 400 metros de altura.
Ergs ou mares de areia.
São áreas extensas constituidas por dunas longitudinais encontram-se em muitos desertos tais como os da Namibia, Arábia Saudita, etc. os Ergs podem chegar a cobrir uma área de 500.000 quilometros quadrados.
A irregularidade da direção do vento provoca a mudança de direção da sedimentação da duna.
Como se forma um deserto?
A falta de chuva é o factor determinante da formação dos grandes desertos do mundo. O sara e o Kalahari, em Africa e o grande deserto Australiano são lugares mais secos da Terra. 
Mudanças climáticas numa região e o comportamento da população podem transformar terras semiáridas em desertos por um processo chamado desertificação.
O clima muda quando a diminuiçãosignificativa da precipitação durante dezenas ou centenas de anos. O descontrolado crescimento da população humana, com a sua agricultura e criação de animais, provoca uma expansão das áreas desérticas. 
III.1. ACÇÃO GEOLÓGICA DOS GLACIARES
Apesar de cobrirem actualmente cerca de 10% da superfície emersa da terra, as geleiras constituem um elemento extremamente importante na constituição na constituição física do planeta. O manto de gelo que recobre actualmente a Antárctica por exemplo, representa o maior sorvedouro de calor da terra influenciando profundamente as condições climáticas, circulação das águas oceânicas e da atmosfera terrestre.
Para um geólogo, um bloco de gelo é uma rocha, uma massa de grãos cristalinos do mineral gelo. Tal como a maioria das rochas, o gelo é duro mas é muito menos denso do que a maioria das rochas.
Os glaciares são enormes massas de gelo em terra firme constituídas por neve recristalizada, que se deslocam lentamente por acção da gravidade.
III.2. FORMAÇÃO DOS GLACIARES
Um glaciar forma-se quando existe abundante precipitação de neve durante a estação fria e esta não se derrete na estação quente. Esta neve acumulada (Nevado), é gradualmente convertida em gelo e, quando o gelo se torna suficientemente espesso, começa a fluir. São, assim necessárias duas condições essenciais para a sua formação: temperaturas baixas e quantidades adequadas de neve.
Para que os glaciares se formem, as temperaturas devem ser suficientemente baixas para manter a neve durante todo o ano. Estas condições são encontradas nas altas latitudes (regiões polares árcticos e antárcticos e sub-polares) e nas elevadas altitudes (montanhas – Alpes e Andes).
Como consequência do movimento do gelo, podem abrir-se no glaciar, fendas transversais ou longitudinais com até mais de 100 metros de profundidade.
III.3. TIPOS DE GLACIARES
 Dois tipos básicos: os glaciares de vale ou alpinos e os glaciares continentais ouinlandsis.
Glaciares de vale ou alpinos
Os glaciares de vale ou alpinos são rios de gelo que se formam nas partes mais altas das cordilheiras montanhosas onde a neve se acumula, geralmente em vales pré-existentes (bacias de recepção), fluindo ao longo dos mesmos. A maioria destes glaciares ocupa a largura total do vale e pode afundar a sua base rochosa sob centenas de metros de gelo.
Em climas mais quentes, de latitudes mais baixas, os glaciares de vale podem ser encontrados apenas nos topos dos picos das montanhas mais altas. Nos climas mais frios, das altas latitudes, os glaciares de vale podem descer muitos quilómetros ao longo do comprimento total do vale; em alguns locais, eles podem estender-se como largas línguas glaciárias nas terras baixas que rodeiam as frentes montanhosas.
Quando o glaciar de vale flui por cordilheiras costeiras, ele pode acabar no oceano, onde se desprendem massas de gelo que formam os icebergues.
Glaciares continentais ouinlandsis.
Um glaciar continental é muito maior do que um glaciar de vale e é constituído por um manto de gelo extremamente lento, daí também o seu outro nome de inlandsis.
Os maiores inlandsis  actualmente são os que cobrem grande parte da Gronelândia e da Antárctida. O gelo glaciar da Gronelândia e da Antárctida não se encontra confinado aos vales de montanhamas cobre praticamente toda a sua superfície sólida.
Na Gronelândia, 2,8 milhões de quilómetros cúbicos de gelo cobrem cerca de 80% da área total de 4,5 milhões de quilómetros quadrados da ilha. Maior ainda é o inlandsisantárctico onde o gelo cobre cerca de 90% da Antárctida, cobrindo uma área de cerca de 12,5 milhões de quilómetros quadrados e atingindo profundidades médias de 3000 metros, estando o seu ponto mais elevado situado a uma cota superior a 4000 metros.
As calotas polares são massas de gelo formadas nos pólos Norte e Sul da Terra. A maior parte da calota polar árctica formou-se nas águas oceânicas e não é, geralmente, referida como um glaciar.
Os leitos glaciares abandonados e invadidos pelo mar têm o nome de Fiorde. As rochas que fizeram parte do leito de um glaciar podem ser reconhecidas pelas suas superficies arredondadas, polidas e estriadas. Devido ao efeito visual que provocam, assemelhando-se a rebanhos de ovelhas, denominam-serochas aborregadas ou arrebanhadas.
Glaciação e Ablação
A Glaciação é um termo geral usado para designar todos os processos e resultados ligados ao período de tempo durante o qual se verifica a cobertura ou ocupação de uma área por um lençol de gelo ou glaciar.
A quantidade total de gelo que um glaciar perde anualmente corresponde à sua ablação. Existem quatro mecanismos responsáveis pela ablação de um glaciar:
1. Degelo: quando um glaciar se começa a derreter perde material;
2. Desprendimento de icebergues:quebram-se peças de gelo e formam-se icebergues quando um glaciar desce até à linha de costa;
3. Sublimação: nos climas frios, o gelo pode passar directamente do estado sólido para o estado gasoso;
4. Erosão eólica: ventos fortes podem erodir o gelo primariamente por degelo e sublimação.
III.4. DEPOSIÇÃO DE MATERIAIS
Uma acumulação de material rochoso, arenoso e argiloso transportado pelo gelo ou depositado como terreno errático é denominada demoreia. Existem muitos tipos de moreia, cada uma nomeada de acordo com a sua posição em relação ao glaciar que as formou e as mais proeminentes são:
1.  Moreias laterais: dispõem-se nas margens do glaciar e são constituidas fundamentalmente, por detritos de talude e material resultante da erosao da margem do leito do glaciar. São superficiais.
2.  Moreias medianas: ocorrem quando há junção de dois glaciares, ocupando a zona média do glaciar resultante. São superficiais.
3.  Moreias frontais: são constituidas pelos materiais detriticos que se depositam na frente do glaciar.
4.  Moreias internas: são constituidas por materiais detriticos transportados no interior do glaciar, material detritico esse que caiu nas fendas ou foi erodido das margens do leito.
5.  Moreias de fundo: são constituidas por materiais detriticos que atingem o leito do glaciar ou que foram erodidos do fundo do leito.
O tamanho dos detritos transportados é muito variável. Se são de grande tamanho e aparecem muito longe do seu lugar de origem, denominam-se blocos erráticos.
Quando os glaciares recuam devido à elevação da temperatura, podem constituir-se depressoes limitadas por moreias frontais que são preenchidas pela agua resultante da fusao do gelo, formando lagos de barragem. Na parte terminal de uma moreia frontal pode constituir-se uma torrente glaciária ou um rio.
Fig.1-glaciares.
IV- ACÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁGUAS DO MAR
IV.1. MOVIMENTOS E ACÇÃO EROSIVA DAS ÁGUAS DO MAR
As águas do mar estão em constante movimento, que se revela pelas ondas, marés e correntes marinhas, provocando uma acção erosiva sobre os materiais sólidos com que entram em contacto quer no fundo do mar quer na costa. Esta erosão é condicionada por alguns factores, tais como: as ondas, as marés (que dependem da atracção gravítica da Lua e do Sol) e as correntes, bem como o tipo de rochas existentes no litoral, o levantamento ou asubsidência das zonas costeiras e as variações do nível médio das águas do mar (que condicionam as mudanças da linha de costa).
Os oceanos são grandes extensões de águas salgadas que banham os continentes e cobrem a maior parte da terra. Reserva-se a designação mar aos golfos, bacias e porções limitadas dos oceanos. A oceanografia é a ciência que se ocupa do estudo dos oceanos.
IV.2. ONDAS
As ondas são movimentos oscilatórios da superfície do mar produzida por qualquer acção que perturbe as águas.
Dos movimentos das águas marinhas, as ondas constituem o principal meio de que o mar se dispõe para desgastar o litoral sobre o qual actua por abrasão. No seu movimento, as ondas são possuidoras de uma poderosa energia cinética (força hidráulica) principalmente quando o mar esta agitado, que é capaz de destruir grandes massas rochosas, arrancando-lhes fragmentos por vezes de grandes dimensões.
IV.3. CORRENTES MARINHAS
As Correntes marinhas, são movimentos em grande escala de massas de águas oceânicas ocasionadas por processos vinculados à distribuição de calor do sol na atmosfera terrestre e na superfície dos oceanos. A distribuição espacial dos grandes padrões de correntes frias e quentes nos oceanos está directamente relacionada com esses diferenciais de temperatura.
O movimento de rotação da Terra também influencia essa distribuição, assim como a diferente salinidade e densidade das águas. Correntes frias tendem a movimentar-se no fundo e as quentes na superfície. O exemplo mais expressivo de corrente marinha é a do Golfo, que se origina no golfo do México, contorna a península da Flórida e direciona-se para o hemisfério Norte banhando o litoral norte-americano e parte do litoral leste da Europa, evitando um congelamento dessas áreas no inverno. No oceano Pacífico, em intervalos de tempo aproximados de 10 anos ocorre o fenômeno do El Niño, com um forte aquecimento da superfície do oceano, provocando, pela inversão das correntes, graves efeitos climáticos em escala mundial.
A costa marítima (zona limite entre a terra e o mar), encontra-se constantemente submetida a transformações provocadas pela acção das correntes marítimas, das marés, das ondas, da abrasão e das flutuações do nível do mar.
IV.4. MARÉS. TRANSGRESSÕES E REGRESSÕES MARINHAS
As observações vulgares, mostram-nos que o nível das águas do mar pode aumentar ou diminuir. No plano sedimentológico e à escala do tempo geológico, a elevação do nível do mar determina uma transgressão marinha (vulgarmente chamada por maré alta), que numa serie ou coluna estratigráfica traduz-se por uma sequência positiva. O abaixamento do nível das águas do mar, determina uma regressão marinha (vulgarmente chamada por maré baixa), que provoca uma erosão continental, correspondente a uma sequência estratigráfica negativa.
As marés são provocadas pelas forcas de atração exercida pela lua e pelo sol sobre a terra. Apesar das suas pequenas dimensões, a lua exerce uma grande influencia sobre o mar por se encontrar próximo da terra enquanto que o sol embora sendo enorme, a sua influência é menor pois a distancia que o separa da terra é maior.
A distância vertical entre o nível máximo e mínimo das águas marinhas, denomina-se amplitude da maré. O período de uma maré é o intervalo de tempo percorrido entre duas marés sucessivas.
 	O aumento do nível medio das águas do mar, deve-se ao aumento de gás carbónico na natureza que por sua vez aumento a temperatura da terra, a acção erosiva dos mares, as perturbações provocadas pelo próprio homem bem como a fusão dos glaciares. Para minimizar este fenómeno em alguns países tem-se adoptado a construção de paredões para estancar a erosão.
.Fig.2-Regressão e transgressão marinha.
IV.5. EROSÃO MARINHA
Tal como a acção dos ventos, dos rios e dos glaciares, o mar exerce a sua acção modeladora sobre o litoral pela erosão. No início, a erosão é feita por desgaste dos materiais e posteriormente o transporte e a consequente acumulação.
Fig.3- Acção erosiva das águas do mar.
Os factores que condicionam a erosão marinham são:
· A intensidade dos ventos do mar,
· A natureza e a estrutura das rochas,
A forma do relevo costeiro e a presença dos fragmentos mobilizados pelas ondas. O processo maiseficaz da erosão marinha é a abrasão.
IV.6. TRANSPORTE DOS SEDIMENTOS MARINHOS. FORMAS LITORAIS DE SEDIMENTAÇÃO
A maior parte das partículas geradas pelo intemperismo e erodidas nos continentes são depositadas nas áreas oceânicas, embora possam também vir de outros processos.
Grande parte dos depósitos sedimentares marinhos é composta por um ou vários tipos de sedimentos de origens diversas tais como os precipitados de sais a partir da água do mar (sedimentos autigênicos), conchas e matérias orgânicas derivadas da vida marinha e terrestre (sedimentos biogénicos), produtos vulcânicos e hidrotermais originados das actividades magmáticas no meio marinho (sedimentos vulcanogênicos), além de uma pequena quantidade de fragmentos cósmicos, atraídos pela gravidade terrestre, que se depositam em bacias oceânicas (sedimentos cosmogênicos).
Todos estes materiais depositam-se ao longo da costa e formam uma cintura contínua na periferia dos continentes. Podemos considerar a partir da costa a seguinte ordem de deposição: blocos, calhaus, rolados, cascalhos, areias e vasas.
Segundo a localização, maior ou menor profundidade e arrastamento da costa, os sedimentos marinhos repartem-se pelas seguintes categorias: litorais ou costeiros, neríticos, batiais e abissais.
Os sedimentos litorais ou costeiros, formam-se na plataforma litoral. Os detritos são dos mais diversos tamanhos e são constituídos por blocos, cascalhos, calhaus, areias e vasas. Os sedimentos de precipitação formados nas lagunas ou deltas dos rios, são normalmente depósitos salinos ou calcários de precipitação.
Os sedimentos neríticos constituem-se até às cotas de 200 metros no planalto continental. Os detritos são constituídos por cascalhos, areias, vasas e os de precipitação são algumas vasas calcárias.
Os sedimentos batiais constituem-se para além dos 200 metros sobre o talude continental, e o seu afastamento pode ir até aos 300 quilómetros da costa. São constituídos por detritos de pequeníssimas dimensões e geralmente são vasas argilosas que podem apresentar varias cores como azuis, vermelhas e verdes
Os sedimentos abissais constituem-se a profundidades para além dos 2000 metros. Denominam-se sedimentos pelágicos por serem constituídos, em grande parte, por restos de seres planctónicos depositados a grandes distâncias da costa.
A acção erosiva e de transporte da água é um agente modelador das faixas costeiras das áreas continentais. As formas litorais resultam de processos de erosão e deposição.
Na sua acção continua sobre a costa, as ondas provocam a sua destruição, arrancando-lhe detritos, por vezes de grandes dimensões. Depois de embater nas falésias (escarpa íngreme, à beira mar, formada pela acção da erosão marinha) ou de se estender nas praias (porção da costa, levemente inclinada, entre a linha media mais baixa da maré vazia e a linha media mais alta da preamar, coberta de areias, pedras ou fragmentos rochosos que resultam da abrasão marinha sobre o litoral), a agua das ondas regressa ao ma, originando uma corrente de refluxo que arrasta consigo uma serie de materiais.
Os maiores e mais achatados são depositados mais próximos da linha de costa e os mais rolados são arrastados para mais longe. Quando o processo actua por um período de tempo longo, acaba por cavar cavidades subterrâneas que diminuem a resistência das falésias, escarpas (rampa ou declive de terreno, deixado pela erosão, nas beiras ou limites dos planaltos e mesas geológicas) ou arribas que vão sendo destruídas, recuando. Este trabalho é facilitado se a rocha apresentar fissuras.
Assim se alarga a plataforma litoral ou plataforma de abrasão (região da costa que fica a descoberta na maré baixa e coberta de agua durante a maré alta). Nas zonas da costa onde as rochas não são muito resistentes à erosão, em pouco tempo, os materiais são facilmente desgastados e originam praias, que constituem as principais formas de deposição.
As acções conjuntas de erosão, transporte e sedimentação, tendem a tornar a linha de costa rectilíneo. Quando há um levantamento da linha de costa ou uma descida do nível do mar, forma-se um terraço marinho ou praia levantada.
Fig.4- Costa alta (Arriba.)
Quando as arribas, escarpas ou falésias são constituídas por material litológico heterogéneo, de desigual dureza, o trabalho erosivo do mar, acompanhado do transporte e sedimentação de material arrastado, pode dar origem a acidentes diversificados como baías, arcos naturais, leixões, ilhas barreira, etc.
CAPÍTULO – V- ACÇÃO GEOLÓGICA DOS RIOS
V.1. ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS
A origem da água segundo alguns historiadores, está relacionada com a formação da atmosfera, ou seja, a desgaseificação do planeta, que consiste na liberação de gases por um sólido ou líquido quando este é aquecido ou resfriado. A geração de água sob a forma de vapor é observada actualmente em erupções vulcânicas, sendo chamada de água juvenil.
A quantidade de água existente na Terra é imensa sendo o seu volume estimado em 1,36 bilhões de Km3, dos quais 97,2% fazem parte dos oceanos, 2,15% estão sob a forma de gelo nos nevados e glaciares e só 0,65% se encontra distribuído pelos rios, lagos e atmosfera.
A circulação que se realiza entre os oceanos, a atmosfera e os continentes constitui o ciclo hidrológico e realiza-se graças a energia solar. O ciclo hidrológico representa o contínuo movimento das águas dos oceanos para a atmosfera e para os continentes e destes para os oceanos. A água, o principal factor de meteorização, erosão e transporte da superfície terrestre, pode apresentar-se sob formas diferentes tais como: águas selvagens (enxurradas), torrentes, rios e marés.
V.2. ACÇÃO EROSIVA DOS RIOS
Os rios e ribeiros, são correntes ou cursos de água, geralmente permanentes que correm em leitos próprios.
Os rios são os principais agentes modeladores da superfície terrestre. Na sua função, desgastam as rochas, transportam e depositam calhaus, areias, lodo, etc. todos os rios, independentemente do tamanho, são responsáveis pela alteração da paisagem terrestre.
Um rio não é um sistema isolado, ocorre numa região (bacia hidrográfica – conjunto de um rio principal e todos os seus afluentes), na qual as aguas seguindo uma direcção convergente o alimentam. Numa bacia hidrográfica, corre um rio principal e os seus afluentes
A capacidade de erosão e transporte dos rios depende da sua velocidade. Variações ligeiras na velocidade pode conduzir à mudanças significativas na quantidade de sedimentos transportados pela água. Vários factores determinam a velocidade da corrente tais como:
· Declive ou gradiente – Expresso em metros por quilómetros;
· Área de secção do leito – Expressa em metros quadrados;
· Débito ou descarga – Expresso em metros cúbicos por segundos;
· Competência – Expressa em quilogramas por metros cúbicos.
Como a água se desloca por acção da gravidade, o declive do leito é um factor importante do comportamento do rio. Um leito que se desenvolve em cascata tem obviamente um comportamento diferente do de um rio que corre numa planície.
No seu perfil transversal, o comportamento das águas e o aspecto do leito vão variando consoante o declive, a largura do leito, o débito, etc. a relação entre o débito, a velocidade e o leito do rio pode ser expressa pela equação:
	 
 D= A×V Sendo A= L×P      
Onde:
D: Débito (m3/s);
A: Área da secção do leito (m2);
V: Velocidade média (m/s);
L: Largura (m);
P: Profundidade (m).
A forma do canal em secção transversal determina a quantidade de água em contacto com o canal e por isso afecta a fricção. Os canais mais eficientes são os de menor perímetro da área da secção do leito. O débito é a quantidade de água fluindo por um certo ponto em certa unidade de tempo.
A erosão e sedimentação nos rios é condicionada principalmente pela velocidade das águas e pela competência.
A velocidade depende, fundamentalmente do declive, da forma e constituição do leito e, normalmente é maior no centro do que nas margens e à superfície do que em profundidade. O declive pode ser modificado quer pelasedimentação, quer pela erosão provocada pelo próprio rio. Uma elevação do nível superior do rio pode provocar uma variação do declive que, originado um aumento da velocidade tem por consequência um agravamento da erosão.
Outro factor que condiciona a velocidade da corrente, para um mesmo débito, é a área do leito e a sua constituição. Quando o leito é estrito, a velocidade é maior. Se o leito é largo, a velocidade é menor. Se apresentar detritos grosseiros, a velocidade da água pode diminuir devido ao atrito e ao aumento da turbulência junto ao fundo do leito.
A competência do rio, quantidade de sedimentos transportados por unidade de volume, contribui para a função erosiva do rio. Quanto maior for a carga sedimentar transportada, maior será a sua capacidade erosiva.
V.4. SEDIMENTAÇÃO DOS MATERIAIS
Os detritos depositados pelos rios, vulgarmente areia e cascalho, constituem bancos ou barras de canal, que são amontoados de sedimentos, ao longo do leito.
A sedimentação ocorre quando o declive e a velocidade diminuem e varia na razão directa da densidade dos detritos. As partículas em suspensão e as dissolvidas são as que se mantêm mais tempo por sedimentar.
Um aumento da capacidade do rio pode permitir que os bancos anteriormente existentes sejam erodidos e se formem novos bancos que aparecem separados por canais.
V.5. MEANDROS
A simultânea erosão na parte côncava de uma curva de um rio e a sedimentação na parte convexa da mesma leva à formação de meandros. Fig.5- Formação de um meandro por erosão e sedimentação nas curvas do rio.
Os meandros podem ser alterados devido à modificação da acção erosiva da corrente. Particularmente durante as cheias, o rio pode formar braços mortos.
Os velhos meandros podem ser abandonados devido a formação de sedimentos que os separam do braço principal do rio. O meandro abandonado denomina-se lago em ferradura. Com o tempo esse lago pode ser preenchido por sedimentos e vegetação.
 Fig.6- Mecanismo de formação de um lago em ferradura.
Geralmente consideram-se dois tipos de meandros:
· Divergentes: são aqueles que se encontram nas grandes planícies, onde divagam (percorrem), alterando o seu trajecto, aumentando algumas curvas e abandonando outras;
· Encaixados ou de vale: O traçado é condicionado pela morfologia do terreno.
V.6. PERFIL LONGITUDINAL DE UM RIO
Uma maneira eficaz de estudar um rio é examinando o seu perfil longitudinal. Tal perfil é simplesmente uma secção da corrente desde a área da nascente (denominada de cabeceira) até a foz (desembocadura).
O nível de base é definido como a menor elevação na qual o rio pode erodir o seu canal. Essencialmente é o nível no qual a desembocadura do rio entra no oceano, num lago, ou noutra corrente.
O nível de base é importante pelo facto de a maior parte dos perfis dos rios terem gradiente baixo próximo das suas desembocaduras, devido ao facto do rio estar a se aproximar à elevação abaixo da qual eles não poderão erodir o seu leito.
Um grande rio que desagua no mar tem no nível médio das águas do mar o seu nível de base, em função do qual regula o seu perfil.
Pelo facto de este nível condicionar toda a rede fluvial dos continentes chama-se nível de base geral. O ponto de confluência de dois cursos de água funciona para o afluente como nível de base local. Acidentes, como barragens, naturais ou artificiais, são responsáveis pelo mesmo efeito regularizador dos troços que ficam a montante do nível de base.
O perfil longitudinal do rio também estabelece o seu estádio de evolução. À medida que o rio se vai aproximando do seu perfil de equilíbrio, a erosão vertical ou escavamento do leito vai diminuindo, dando lugar a um alargamento do rio e a um aumento da sedimentação.
Fig.7-Perfil longitudinal e transversal de um rio.
A regularização do perfil faz-se da foz (jusante) para a nascente (montante). As irregularidades vão desaparecendo, os rápidos recuando, o mesmo sucedendo às cabeceiras, que vão penetrando na montanha. 
Esta progressão da erosão no sentido contrário ao da corrente é denominada erosão regressiva.
Em geral, um curso de água inicialmente percorre um vale cujo talvegue (zona mais profunda do leito) tem um perfil longitudinal e muito irregular, com variações mais ou menos bruscas de declive.
Essas variações podem constituir rápidos, quando há um aumento brusco de declive ou quedas de água, cascatas ou cataratas, quando ocorrem grandes desnivelamentos.
Após evolução mais ou menos prolongada e desde que o seu nível de base se mantenha o tempo necessário, o rio acabará por regularizar o seu perfil, atingindo o perfil de equilíbrio (Fig.V.3), ou seja quando desaparecem todas as irregularidades e o trabalho erosivo praticamente não existe.
V.7. REGIME DOS RIOS
As nascentes dos rios são os locais em que os níveis hidrostáticos ou lençol freático atinge a superfície. Em períodos de estiagem prolongada, elas chegam a secar, enquanto em épocas chuvosas o volume da água aumenta, o que demonstra que a água das nascentes é água da chuva que se infiltra no solo.
Essa variação na quantidade de água no leito do rio ao longo do ano recebe o nome de regime. Se as cheias dependem exclusivamente da chuva, o regime é pluvial; se dependem do derretimento da neve, é nival; se dependem de geleiras é glacial. Muitos rios apresentam um regime misto ou complexo, como no Japão, onde os rios são alimentados pela chuva e pelo derretimento da neve das montanhas.
V.8. EVOLUÇÃO DOS RIOS
Conforme o estádio evolutivo verificado num rio, assim se poderão considerar fases de juventude, de maturidade e senilidade.
Na fase de juventude predominam a erosão e o transporte. O perfil longitudinal é irregular e o declive é acentuado e irregular, permitindo, muitas vezes, a formação de rápidos.
A fase de maturidade é caracterizada pela grande capacidade de transporte. O declive é menos acentuado e os vales são profundos e muitas vezes apertados. O perfil longitudinal apresenta-se mais regularizado.
A fase de senilidade é caracterizada pela existência de vales amplos com as vertentes bastante afastadas e degradadas. Predominam os fenómenos de sedimentação, originando extensas planícies resultantes da agradação, isto é, do assoreamento pela sedimentação fluvial.
As fases evolutivas de um rio podem ser alteradas devido ao abaixamento ou subida do nível de base geral. O nível de base pode variar por uma descida ou subida do nível do mar, por alterações climatéricas significativas ou por elevação dos vales fluviais.
Nestas circunstâncias, toda a actividade fluvial rejuvenesce. Os primeiros efeitos verificam-se junto à foz: aumenta o declive e a erosão regressiva acabará por atingir toda a rede fluvial, procurando restabelecer o anterior perfil de equilíbrio.
As vertentes voltarão a recuar e aparecem novas planícies aluviais. Nas planícies aluviais, o rio, por erosão, cava um novo leito, provocando a formação de degraus ou terraços fluviais.
A continuação da evolução fluvial pode criar novas planícies aluviais a níveis inferiores. Esta repetição é a causa da existência de vários níveis de terraços fluviais. Os rios terminam no mar de formas diversas tais como: Estuários e Deltas.
Os estuários constituem o troço final dos rios sujeitos a acções continentais e marinhas. Em consequência, a sedimentação é determinada pela inversão do sentido das marés, duas vezes por dia, de que resulta a alternância de fenómenos de erosão e sedimentação.
Os estuários podem produzir a acumulação da areia ligada à faixa litoral por uma das extremidades e com o outro livre formam uma restinga ou cabedelo. Por vezes, os sedimentos aluviais formam cordões litorais denominados barras ou lombas, que fecham lagunas que acabam por ser assoreadas ou então fazem a ligação entre uma praia e uma ilha, constituindo um tômbolo.
A formação de deltas na foz dos rios reflecte-se em diversos aspectos da acumulação dos depósitos sedimentares. Em geral, a sedimentação é intensa e pressupõe uma estabilidade relativa do litoral.
Muitos deltas são caracterizados pela existência de numerososcanais, através dos quais os sedimentos aluviais são distribuídos.
Os depósitos fluviais têm uma grande importância do ponto de vista socioeconómico de qualquer país. Muitas planícies de inundação contêm meandros abandonados e lagos com depósitos de material argiloso e matéria orgânica, estes últimos dando origem às turfeiras. A sedimentação nestas zonas é muito importante para a humanidade, devido à fertilidade dos sedimentos depositados por rios que a produção de algumas culturas.
Os rios são vias de ligação e transporte entre várias localidades. Fornecem alguns alimentos ao homem. Em alguns rios são encontrados minerais de especial valor económico como ouro, diamante e cassiterite, os quais são transportados e depositados com areias e seixos.
Elaborado por: Lic. Luciano Calenga Ekundi.	Página 2

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