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Agentes Públicos

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TJ-AM
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS
Pré-edital
Direito Administrativo
Agentes Públicos
Livro Eletrônico
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Agentes Públicos
Prof.ª Lisiane Brito 
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SUMÁRIO
AGENTES PÚBLICOS E LEI N.8.112/1990 .......................................................6
1. Apresentação .........................................................................................6
2. Introdução .............................................................................................7
3. Agentes Públicos .....................................................................................8
3.1. Conceito .............................................................................................8
3.2. Agente de Fato ....................................................................................9
3.3. Função Pública ...................................................................................10
3.4. Agentes Políticos ................................................................................12
3.5. Particulares em Colaboração com o Poder Público ...................................14
3.6. Agentes Militares ...............................................................................16
3.7. Servidores Estatais ou Agentes Administrativos ......................................17
3.8. Agentes Temporários ..........................................................................17
3.9. Empregados Públicos Celetistas. ..........................................................18
3.10. Diferenças entre o Regime Celetista e o Regime Estatutário. ..................20
3.11. Servidor Público Estatutário ...............................................................21
3.12. Estabilidade .....................................................................................24
3.13. Estabilidade e Estágio Probatório ........................................................26
3.14. Cargo Público e Função Pública ..........................................................27
4. Categorias De Cargos Públicos ................................................................28
4.1. Cargo em Comissão ...........................................................................28
4.2. Cargos de Provimento Efetivo ..............................................................30
4.3. Requisitos para a Investidura no Cargo Efetivo .......................................30
4.3. Provimento do Cargo ..........................................................................32
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4.4.Provimento Originário ..........................................................................32
4.5. Provimento Derivado ..........................................................................32
4.6. Formas de Provimento Derivado ...........................................................33
4.7. Promoção .........................................................................................33
4.8. Readaptação ....................................................................................34
4.9. Reversão .........................................................................................34
4.10. Reintegração ..................................................................................36
4.11. Recondução ....................................................................................36
4.12. Aproveitamento ..............................................................................37
4.13. Vacância .........................................................................................37
5. Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Remuneradas .......................38
5.1. Acumulação Lícita .............................................................................38
5.2. Acumulação Ilícita .............................................................................39
5.3. Acumulação de Aposentadoria do Regime Próprio de Previdência dos 
Servidores com Remuneração. ..................................................................40
5.4. Deslocamentos .................................................................................41
5.5. Remoção ..........................................................................................41
5.6. Redistribuição ...................................................................................43
5.7. Direitos do Servidor............................................................................44
5.7.1. Direitos de Natureza Pecuniária .........................................................44
5.7.1.1. Remuneração ou Vencimentos: .......................................................44
5.8. Subsídio ...........................................................................................45
5.9. Descontos na Remuneração dos Servidores ...........................................46
5.10. Vantagens ......................................................................................47
5.11. Indenizações ...................................................................................47
5.12. Ajuda de Custo ...............................................................................47
5.14. Diárias ............................................................................................48
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5.14. Indenização de Transporte ................................................................50
5.15. Auxílio Moradia ...............................................................................50
5.16. Gratificações ....................................................................................51
5.16.1. Gratificação de Função ...................................................................51
5.16.2. Gratificação Natalina .....................................................................52
5.16.3. Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso ................................53
5.17. Adicionais .......................................................................................54
5.17.1. Adicional de Insalubridade, Periculosidade e Atividades Penosas ..........54
5.17.2. Adicional Pela Prestação de Serviço Extraordinário ............................55
5.17.3. Adicional Noturno ..........................................................................55
5.17.4. Adicional de Férias ........................................................................55
5.18. Outros Direitos do Servidor, de Natureza não Pecuniária ........................56
5.18.1. Férias .........................................................................................56
5.19. Licenças .........................................................................................57
5.19.1. Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família ..........................58
5.19.2. Por Motivo de Afastamento do Cônjuge ............................................59
5.19.3. Licença Para o Serviço Militar ..........................................................60
5.19.4. Para o Exercício de Atividade Política ...............................................60
5.19.4. Licença ara Capacitação ................................................................615.19.5. Licença para Tratar de Interesses Particulares....................................62
5.19.6. Licença para o Exercício de Mandato Classista: ..................................62
5.20. Afastamentos ..................................................................................63
5.20.1. Afastamento Para Servir em Outro Órgão .........................................63
5.20.1. Afastamento Para Exercício de Mandato Eletivo .................................65
5.20.2. Afastamento Para Estudo ou Missão no Exterior ................................66
5.20.3. Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação “Stricto 
Sensu” no País ........................................................................................67
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5.21. Concessões .....................................................................................68
5.22. Direito de Greve dos Servidores .........................................................69
5.23. Regime Disciplinar dos Servidores .....................................................70
5.23.1. Responsabilidades ........................................................................70
5.24. Deveres do Servidor ........................................................................71
5.25. Proibições e Sanções ........................................................................72
5.26. As Penalidades Aplicáveis ao Servidor Público da União .........................74
5.26.1. Advertência .................................................................................74
5.26.2. Suspensão ....................................................................................74
5.26.3. Demissão ....................................................................................75
5.26.4. Cassação de Aposentadoria ou Disponibilidade ..................................76
5.26.5. Destituição de Cargo em Comissão ou Função de Confiança: ...............76
5.26.6. O Processo Administrativo Disciplinar ...............................................77
5.26.7. Sindicância ...................................................................................78
5.27. Processo Administrativo Disciplinar Propriamente Dito (PAD) .................79
5.27.1. Fases do PAD: ..............................................................................80
5.28. Julgamento ....................................................................................84
Questões Concurso ...................................................................................90
Gabarito ................................................................................................ 108
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AGENTES PÚBLICOS E LEI N.8.112/1990
1. Apresentação
Caro(a) aluno(a), vamos trabalhar nesta aula o tema “Agentes Públicos”.
É importante que você tenha a noção clara do que significa esse gênero, as es-
pécies de agentes públicos, as características de cada uma e os diferentes regimes 
jurídicos que os regem. 
Na sequência, vamos trabalhar a Lei n. 8.112/1990, que é o Estatuto Jurídico 
dos Servidores Públicos Federais.
Trata-se de uma lei muito importante para aqueles que se preparam para dispu-
tar um cargo público na Administração Pública Direta e Autárquica da União. Além 
de recorrente, é bastante significativo o número de questões sobre essa lei em pro-
vas de concursos. Vamos explorá-la satisfatoriamente e, ao final da aula, teremos 
nossas questões de concursos públicos anteriores, algumas com nosso gabarito 
comentado e outras sem comentários, mas com os gabaritos oficiais, para que você 
tenha oportunidade de testar seus conhecimentos. 
Aproveite a aula e tenha sucesso, sempre!
Lisiane Brito
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2. Introdução
Sabemos que o Estado, sendo um instrumento para a satisfação das necessi-
dades públicas, desempenha suas funções constitucionais através de estruturas 
administrativas. Essas, por sua vez, ora se apresentam sob a forma de estruturas 
físicas, como prédios, equipamentos, móveis etc. ora se manifestam por intermédio 
dos agentes públicos.
Já vimos, ao estudar a Organização Administrativa, que o Estado, em um pri-
meiro momento, se organiza de maneira que as atribuições públicas sejam dis-
tribuídas entre as pessoas políticas (as entidades federativas), nos três níveis de 
governo (federal, estadual e municipal). Vimos também que pode haver uma des-
centralização administrativa, pela qual ocorre a transferência de algumas atribui-
ções estatais a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de 
economia mista. 
As pessoas políticas e as entidades administrativas podem, ainda, se subdividir 
em órgãos, que são unidades internas de competências, sem personalidade pró-
pria. 
A Constituição Federal, via de regra, irá atribuir as funções estatais a órgãos e 
entidades públicas. É muito raro que seja feita uma atribuição direta a um agente 
público, como ocorre, por exemplo, no caso do art. 84, que arrola as competências 
do Presidente da República. Trata-se de situação excepcional. 
Mas, mesmo na situação normal, em que as competências estatais são atribuí-
das pela própria Constituição às entidades e órgãos públicos, o que acontece é que, 
na prática, essas funções serão desempenhadas pelos agentes públicos. O desem-
penho das funções do Estado é incumbência dos agentes públicos. São essas pes-
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soas que, investidas em cargos, empregos e funções públicas, integram a estrutura 
de órgãos e entidades do Estado e, mediante competência atribuída a esses por lei, 
manifestam as atividades estatais. 
Daí a importância, para o direito administrativo, do estudo dos agentes públi-
cos e seus regimes jurídicos: Sem que seja concebida uma estrutura de pessoal e 
o estabelecimento de regras claras para seu funcionamento torna-se impossível o 
desempenho de atividades administrativas. 
A Constituição Federal de 1988 traz regras que guardam estreita relação com 
os agentes públicos, dentre as quais a proibição de acumular cargos, empregos e 
funções públicas remunerados, a exigência de Concurso Público para provimento 
de empregos públicos e cargos efetivos, o teto remuneratório dos servidores e em-
pregados públicos, as normas sobre aposentadoria, estabilidade e tantas outras. A 
partir das disposições constitucionais foram sendo definidosos diferentes Regimes 
Jurídicos dos agentes públicos. 
3. Agentes Públicos
3.1. Conceito
O art. 2º da Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) traz o con-
ceito de agente público. 
Vejamos:
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
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Desse conceito tão extenso podemos extrair os pontos que realmente definem 
um agente público:
é qualquer pessoa que, em caráter definitivo ou transitório, com ou sem remune-
ração paga pelos cofres públicos, sob qualquer forma de investidura ou vínculo, 
exerce uma FUNÇÃO PÚBLICA.
Sim, pois o que faz de uma pessoa um agente público não é o lugar que ocupa 
na estrutura do Poder Público, tampouco a remuneração que recebe dos cofres pú-
blicos. O que define alguém como agente público é a FUNÇÃO pública que exerce. 
Assim serão entendidos todos aqueles que, em caráter definitivo ou transitório, 
com ou sem remuneração paga pelos cofres públicos exerça uma função pública.
A expressão agente público deve ser empregada em sentido genérico, incluindo 
todas as categorias de agentes que atuam em nome do Poder público.
3.2. Agente de Fato
Sabemos que, em decorrência da Teoria do Órgão, adotada pelo ordenamento 
jurídico brasileiro, quando um agente público exerce sua função, a atividade deverá 
ser imputada à respectiva entidade pública à qual ele serve.
Por exercerem funções do Estado, esse deverá ser responsabilizado, nos termos 
do art. 37, § 6º, da CF/1988.
Entretanto, quando alguém que não foi investido regularmente na função pú-
blica – o AGENTE DE FATO – exerce uma atividade, criando a terceiros a falsa im-
pressão de que havia naquele uma investidura regular, será atribuída ao Estado a 
responsabilidade por seus atos?
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A resposta é: depende. 
Se houver conivência por parte da Administração, ou seja, se foi permitido que 
esse sujeito se apresentasse perante terceiros como agente público, se nada foi 
feito para impedir a prática do ato ilícito, deverá, sim, ser responsabilizada a Admi-
nistração Pública, que responderá da mesma forma que responderia se o ato fosse 
praticado por um agente público regularmente investido. 
Então, que fique claro:
Se uma pessoa exerce “de fato” uma função pública e a Administração Pública, 
tendo condições de impedir a prática do ato eivado de ilicitude, não adota nenhuma 
providência, responderá pelos atos praticados por tal pessoa. Trata-se da “Teoria da 
Aparência”, sendo aplicada na prática. 
Lucas Furtado leciona que 
A aplicação à Administração Pública da teoria da aparência, que resulta em atribuir-lhe 
responsabilidade pelos atos praticados pelos denominados agentes de fato, pressupõe, 
além da boa-fé do terceiro, que a administração tenha de algum modo contribuído para 
criar perante esse terceiro a ilusão de que se tratava de um agente público e, mesmo 
assim, não tenha toma providências para impedir essa atuação. 
Por outro lado, se não houver como a Administração supor que determinada 
pessoa se faz passar por agente público e, portanto, não havendo como evitar a 
fraude, teremos o chamado “usurpador de função”. Nesse caso, não há como se 
atribuir responsabilidade ao poder público. 
3.3. Função Pública
É assim denominado o conjunto de responsabilidades e atividades a serem 
desempenhadas por um agente público, às quais não corresponde necessariamente 
um cargo, emprego ou mandato público.
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Art. 37
[…]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de ser-
viços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem 
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa.
Diante disso, tanto um mesário em dia de eleição, quanto uma pessoa que atua 
como membro do júri popular é um agente público.
A doutrina não é unânime ao classificar os Agentes Públicos. Oswaldo Aranha 
Bandeira de Mello1 e seu filho Celso Antônio Bandeira de Mello2 os classificam em: 
agentes políticos, servidores públicos e particulares em atuação colaboradora com 
o Poder Público. Outros autores, como o mestre Hely Lopes Meirelles3, preferiam 
separar os agentes públicos em quatro categorias: agentes políticos, agentes ad-
ministrativos, agentes honoríficos e agentes delegados. Para fins de provas de con-
cursos públicos vamos optar por essa classificação. 
1 BANDEIRA DE MELLO, Oswaldo Aranha. Princípios Gerais de Direito Administrativo. Vol. I, Rio de Janeiro: Forense.
2 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 26ª. Edição, São Paulo: Malheiros, 2009. 
3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro.26ª ed. atual., São Paulo: Revista dos Tribunais.
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3.4. Agentes Políticos
Estes compõem o denominado “arcabouço constitucional” do Estado e têm gran-
de autonomia na tomada de decisões. São responsáveis pelas principais decisões 
do Estado. Compõem o governo nos seus primeiros escalões, sendo investidos em 
cargos, funções, mandatos ou comissões, mediante nomeação, eleição, designação 
ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. Esses agentes atuam 
com plena liberdade funcional e desempenham suas atribuições com prerrogativas 
e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais. 
A maioria dos doutrinadores tem seguido o ensinamento de Celso Antônio Ban-
deira de Mello4: 
Agentes políticos são os titulares dos cargos estruturais à organização política do País, 
ou seja, ocupantes dos que integram o “arcabouço constitucional” do Estado, o esque-
ma fundamental do Poder. Daí que se constituem nos formadores da vontade superior 
do Estado. São agentes políticos apenas o Presidente da República, os Governadores, 
Prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos Chefes de Executivo, isto é, Mi-
nistros e Secretários das diversas pastas, bem como os Senadores, Deputados federais 
e estaduais e os Vereadores.
O mestre acrescenta que o vínculo mantido com o Estado não é de natureza 
profissional, mas política. O que os qualifica não é a habilitaçãotécnica, mas a con-
dição de cidadãos.
Na mesma linha é o pensamento de Diógenes Gasparini5, Ivan Barbosa Rigolin6, 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro7, entre outros.
4 Op. Cit. 
5 GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 16ª Edição. São Paulo: Saraiva 2011. 
6 RIGOLIN, Ivan Babosa, Comentários ao Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis.5ª Ed. São Paulo: 
Saraiva. 2007
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas.
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Hely Lopes Meirelles8 traz um conceito bem mais amplo. Nessa ampla concei-
tuação, incluem-se os chefes do Poder Executivo e seus auxiliares imediatos, mem-
bros do Legislativo, membros do Poder Judiciário, membros do Ministério Público, 
membros dos Tribunais de Contas, representantes diplomáticos e “demais autori-
dades que atuem com independência funcional no desempenho de atribuições go-
vernamentais, judiciais, quase-judiciais, estranhas ao quadro do servidor público”.
Para Hely, os agentes políticos são as autoridades públicas supremas do governo 
e da Administração, que decidem e atuam com independência nos assuntos de sua 
competência. A liberdade funcional que lhes é assegurada, equiparável à indepen-
dência dos juízes nos seus julgamentos, deixa-os a salvo de responsabilidade civil 
por eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, 
má-fé ou abuso de poder. 
Imagino que, a essa altura, você deva estar se perguntando:
 – Então, Lisiane, qual das classificações eu devo adotar para prova?
Para efeitos de prova objetiva, vamos considerar a classificação de Hely 
Lopes Meirelles para os agentes políticos: 
• Detentores de mandato eletivo;
• Chefes do Poder Executivo e seus auxiliares imediatos (secretários e minis-
tros de Estado);
• Membros da Magistratura;
• Membros do Ministério Público.
Mas, ATENÇÃO, aluno(a)! 
1. Defensor público não é agente político!
2. Membros do Tribunal de Contas: O STF os considera Agentes administrativos.
8 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais.
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Para ajudar na fixação desse ponto, deixe-me contar uma história interessante:
Em 2008, após ser editada a Súmula Vinculante n. 13 (aquela que proíbe a prá-
tica do nepotismo), ocorreu um fato curioso:
Um prefeito havia nomeado seu irmão como Secretário de Obras do Município, 
e o caso foi a julgamento no STF. 
Ao jugar o feito, o Tribunal entendeu que não havia inconstitucionalidade, já Se-
cretário de Estado é um agente político. Sendo assim, a nomeação para esse cargo 
se configura em ato político que, por sua vez, não está sujeita a controle jurisdicio-
nal pela via de súmulas vinculantes.
Transcorrido algum tempo após essa decisão, um governador nomeou seu ir-
mão conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e, nesse caso o STF anulou a no-
meação, sob o fundamento de que Conselheiros de Tribunal de Contas dos estados 
são agentes administrativos e não políticos. Em razão dessa decisão, Conselheiros 
de Tribunais de Contas estaduais são considerados agentes administrativos. 
3.5. Particulares em Colaboração com o Poder Público
Essa categoria de agentes públicos engloba aqueles que em determinadas situ-
ações exercem função pública, em caráter eventual ou não, algumas vezes remu-
nerada, outras sem remuneração, a título de colaboração com o Estado. 
São aquelas pessoas que, sem deixar a condição de particulares, atuam em 
situações específicas em nome do Estado. 
A doutrina costuma separá-los em subcategorias, dentre as quais encontra-se 
o particular em colaboração com Administração mediante requisição do Poder 
Público, o que ocorre quando a pessoa é convocada para exercer a função estatal, 
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como o mesário que trabalha nas eleições, ou o particular em colaboração median-
te delegação, por meio de licitação ou de concursos públicos. Há ainda uma outra 
subcategoria, que é conhecida como “gestores de negócios” ou “particulares em 
colaboração com a administração sponte propria”. (juristas gostam de aplicar 
o latim, não é mesmo? Dá aquele status... Mas não se impressione muito com o 
termo. “sponte propria” significa “por sua própria iniciativa”). Aqui vamos encon-
trar aqueles que voluntariamente assumem a função pública, diante de situações 
atípicas, no intuito de ajudar a solucionar necessidades públicas de caráter emer-
gencial. O interessante é que, mesmo o particular em colaboração sponte propria 
com o Estado é um agente público e é natural que, caso venha a causar algum dano 
no exercício da função pública, caberá ao Estado a responsabilidade de indenizar o 
lesado. 
Para que nosso estudo fique organizado, vamos dividir a categoria dos particu-
lares em colaboração como Poder Público em 4 subcategorias:
1. Voluntários: atuam voluntariamente em hospitais, escolas, situações de 
calamidade, em programas de voluntariado. Exemplo são os “amigos da escola”
2. Delegados: Atuam nas concessionárias e permissionárias de serviços públi-
cos. 
Obs.:� para efeito de provas objetivas, devemos considerar essa classificação, 
embora não seja pacífica, já que a atuação dos chamados “delegados” se dá 
em nome de uma empresa que presta serviço público como concessionária 
ou permissionária, e não em nome do Estado. 
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3. Agentes honoríferos: essa designação foi dada por Hely Lopes Meirelles, 
mas também são chamados de designados. Atuam mediante convocação do Poder 
Público. Exemplo são os mesários.
4. Credenciados: atuam em nome do Estado devido ao ato de autorização. 
Exemplos são os Titulares de cartórios. 
3.6. Agentes Militares
Não são considerados servidores públicos. Conforme leciona Alexandre Mazza, 
Os agentes militares formam uma categoria à parte entre os agentes públicos, 
na medida em que as instituições militares são organizadas com base na hierar-
quia e na disciplina.
São aqueles que compõem os quadros permanentes das forças militares pos-
suem vinculação estatutária, e não contratual, mas o regime jurídico é disciplina-
do por legislação específica, diversa da aplicável aos servidores civis. Os membros 
das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares são servidores públicos 
dos estados, Distrito Federal e Territórios, sendo as patentes dos oficiais conferidas 
pelos respectivos governadores (art.42, § 1º, da CF).
São estatutários também os militares ligados às Forças Armadas, constituídas 
pela Marinha, Exército e Aeronáutica, instituições nacionais permanentes e regu-
lares. As Forças Armadas estão igualmente fundamentadas nos princípios de dis-
ciplina e hierarquia e organizadas sob a autoridade suprema do Presidente da 
República. As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a ela inerentes, 
são conferidas pelo Presidente da República.
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Lembre-se de que aos militares estão constitucionalmente proibidas a sindi-
calização, a greve, a acumulação de cargos e a filiação partidária. 
Seguindo em nosso estudo acerca dos agentes públicos, passamos agora a ou-
tro grupo: os agentes administrativos. 
3.7. Servidores Estatais ou Agentes Administrativos
A expressão “servidor público” pode ser utilizada em sentido amplo, indicando 
um gênero, do qual são espécies os Servidores Estatutários, os Empregados 
Públicos e os Agentes temporários. 
3.8. Agentes Temporários
São contratados pela Administração Pública com fulcro no art. 37, inciso IX, da 
CF/1988 
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público. 
Essas pessoas se sujeitam a um regime jurídico especial, disciplinado por lei 
própria, de cada uma das unidades federativas. No âmbito da União, os temporá-
rios são regidos pela lei federal, n. 8.745/1993. Esse tipo de contratação depen-
derá sempre de uma lei regulamentadora específica. 
Embora seja vedada a contratação temporária para substituir servidores efeti-
vos, essa irregularidade ocorre frequentemente no âmbito da Administração, so-
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bretudo devido à simplicidade da contratação, que dispensa a realização de con-
curso público, bem como a simplicidade da ruptura do vínculo com o contratado, já 
que temporários não adquirem estabilidade. 
A Lei estabelece, para fins de contratação temporária, o atendimento a 3 re-
quisitos: 
• o serviço deve ser temporário;
• deve haver interesse público na contratação;
• deve haver caráter de excepcionalidade na contratação. 
Um exemplo claro de contratação temporária é o caso de pessoas contratadas 
pelo IBGE para trabalhar no Censo. 
Cabe ainda ressaltar que os temporários não se submetem ao regime de em-
prego celetista. São contratados, mas não há que se falar em contrato de trabalho, 
nos moldes da CLT. O que ocorre é que eles se sujeitam a um regime especial, de 
direito administrativo. 
As ações judiciais que possam surgir para dirimir conflitos serão julgadas pela 
justiça comum. 
 
3.9. Empregados Públicos Celetistas.
São empregados contratados pelas empresas estatais, sob regime trabalhista 
celetista. 
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Diante da decisão do STF que declarou inconstitucional o ingresso de emprega-
dos públicos na Administração direta e autárquica, só se admite sua contratação 
por empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Os empregados públicos firmam com o Estado um vínculo empregatício por pra-
zo indeterminado e exercem suas funções em emprego público. 
Sua relação de emprego com o Estado é regulada pelo direito privado, espe-
cialmente a Consolidação das Leis Trabalhistas e as controvérsias resultantes dessa 
relação deverão ser discutidas e julgadas na Justiça do Trabalho. 
Entretanto, embora sejam regidos pela CLT (norma de direito privado), há algu-
mas regras constitucionais aplicáveis a eles, especialmente as dos artigos 37 a 41 
da CF/1988, no que se refere às condições de investidura, acumulação remunerada 
de cargos, empregos e funções remuneradas, teto remuneratório, vencimento e 
aposentadoria. 
1. As disposições constitucionais aplicáveis aos empregados públicos configuram 
uma derrogação do direito privado (celetista) por normas de direito público (regime 
jurídico-administrativo)
2. Os celetistas nunca adquirem estabilidade, pois a estabilidade é adquirida pelos 
ocupantes de CARGO público, não sendo extensiva aos ocupantes de empregos. 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para 
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
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3.10. Diferenças entre o Regime Celetista e o Regime Estatu-
tário.
O estudo dos agentes administrativos leva à percepção de que a CF/1988 es-
tabeleceu dois regimes de trabalho, em caráter permanente, para a Administração 
Pública centralizada e descentralizada.
O regime estatutário, ou de cargo público, e o regime celetista, ou de em-
prego público. 
Consequentemente, há duas categorias básicas de agentes públicos atuando 
em caráter permanente nas administrações centralizada e descentralizada: os ser-
vidores estatutários e os empregados públicos. 
O que basicamente diferencia os empregados públicos, vistos anteriormente, 
dos servidores públicos estatutários é, basicamente, a natureza do vínculo que os 
liga ao Poder Público. 
O empregado celetista, após ser aprovado em concurso público, será cha-
mado para assinar um contrato de emprego, que prevê suas obrigações e seus 
direitos. As regras contidas na Consolidação das Leis Trabalhistas devem ser rigo-
rosamente observadas na contratação. 
O servidor público estatutário, após ser aprovado em concurso público, será 
nomeado e tomará posse em um cargo público. Não há contrato, e seus direitos e 
obrigações estão elencados em leia próprias – os estatutos.
O regime estatutário é o regime comum de contratação de agentes públicos 
pela Administração Direta e das entidades da Administração que se submetem a 
regime jurídico de direito público – as autarquias, fundações públicas e associações 
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públicas. Assim, os servidores ocupantes de cargos públicos nessas entidades terão 
vinculação de natureza estatutária não contratual.
No âmbito da União o regime estatutário é estabelecido pela Lei n. 8.112/1990.
Estão fora do alcancedessa lei os estados e do Distrito Federal. Também estão 
excluídos da aplicação da Lei n. 8.112/1990 os militares, que são regidos por regi-
me jurídico próprio, com regras próprias. Os magistrados e os membros do Minis-
tério Público também, já que possuem suas próprias Leis Orgânicas. 
Lembre-se, ainda, que os Conselhos Profissionais (exceto a Ordem dos Ad-
vogados do Brasil) são entidades de natureza autárquica, mas seu pessoal é regido 
pela CLT, não pelo Regime Jurídico estatutário!
Sobre o estatuto dos servidores públicos, resta dizer que é uma imposição uni-
lateral do Estado, criado por meio de Lei em sentido formal (aquela resultante de 
processo legislativo regular). O regime estatutário se resume ao conjunto de nor-
mas e princípios que regem as relações de trabalho firmadas entre os servidores 
públicos e o Estado, fixando direitos, deveres e proibições. 
3.11. Servidor Público Estatutário
Para a adequada compreensão dos servidores estatutários, é importante ter co-
nhecimento das disposições constitucionais acerca do tema. Há uma, em especial, 
que merece destaque: o art. 39.
O texto original da Constituição de 1988 trazia no artigo 39 a determinação de 
que a União, estados e Distrito Federal deveriam editar, no âmbito das respectivas 
competências, um Regime Jurídico Único para seus servidores públicos – aque-
les ocupantes de cargos públicos da Administração direta, autarquias e fundações 
públicas. 
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Vejamos a redação original do caput do art. 39:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito 
de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da 
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
Perceba que foi empregada a expressão “regime jurídico único”, indicando 
que todos os servidores públicos da Administração Pública Direta, Autárquica e 
Fundacional deveriam se sujeitar a uma única lei. Cumprindo essa determinação, a 
União editou a Lei n. 8.112, em 11 de dezembro de 1990. 
Aplicável no âmbito federal, a lei foi denominada “Regime Jurídico único dos 
Servidores Públicos Civis da União e suas entidades autárquicas e funda-
cionais”
Ocorre que, após transcorridos oito anos da promulgação da Lei n. 8.112/1990, 
foi publicada a Emenda Constitucional 19/19989, que implementou diversas al-
terações no texto da Constituição, dentre as quais a retirada da expressão “regime 
jurídico único” do texto do art. 39, que passou a ter a seguinte redação:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de 
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designa-
dos pelos respectivos Poderes
A consequência direta dessa alteração foi que, a partir de então, órgãos da 
União poderiam ser regidos por legislação trabalhista diferente do regime jurídico 
estatutário. 
Essa situação perdurou por alguns anos, até que alguns partidos políticos (PT, 
PDT, PSB e PC do B) ingressaram no STF com a ADI n. 2.135, pedindo a declaração 
9 A E.C. n. 19/1998 ficou conhecida como “Reforma da Administração Pública brasileira”, devido ao fato de ter 
implementado várias inovações na Constituição Federal, no que se refere à Adm. Pública. Exemplos sempre 
lembrados são o princípio da eficiência (Art. 37, caput), contrato de gestão (Art. 37. C§ 8º), avaliação peri-
ódica de desempenho para servidores estáveis (Art. 41), dentre outros. 
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da inconstitucionalidade formal do trecho da E.C. 19, no que se referia à alteração 
do caput do art. 39. 
Em 2007, o STF julgou a ADI 2.135 e declarou liminarmente inconstitucional 
aquele trecho da emenda 19 que retirou a obrigatoriedade do regime jurídico único.
A partir desse julgamento voltou a vigorar o texto original do art. 39 da Cons-
tituição Federal, com a obrigatoriedade de Regime Jurídico Único para todos os 
servidores públicos da União. Mas, como a decisão se fez em sede liminar, hoje o 
texto da Constituição Federal está assim: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito 
de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da 
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN n. 
2.135-4)
Feitos esses esclarecimentos introdutórios, vamos prosseguir no nosso estudo 
do regime jurídico estatutário dos servidores públicos União. 
A Lei n. 8.112/1990, no artigo 2º, conceitua o servidor público.
Art. 2º. Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo 
público 
O servidor público estatutário é, portanto, aquele agente ocupante de cargo 
público em um dos órgãos da Administração direta, autarquia ou fundação pública. 
Seu vínculo com o Poder Público é legal e se estabelece através da assinatura do 
Termo de Posse. 
Ao tomar posse, o servidor ingressa em uma situação jurídica pré-fixada, imu-
tável por acordo ou negociação, que inclui normas de ordem pública, inderrogáveis 
e dotadas de caráter impositivo.
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3.12. Estabilidade
É uma garantia constitucional, que garante ao servidor que a adquire que ele 
só perderá seu cargo nas hipóteses previstas na própria Constituição. 
Para adquirir a tão sonhada estabilidade, o servidor deve cumprir cumulativa-
mente dois requisitos:
• cumprimento de três anos de efetivo exercício;
• ser aprovado em avaliação especial de desempenho, por comissão especial-
mente constituída.
 
O STF entende que a avaliação de desempenho do servidor público, para fins de 
estabilidade, pode ser tácita. Assim, transcorridos os três anos de exercício ne-
cessários, caso não se efetive a avaliação, se presume que tenha sido o servidor 
avaliado e aprovado. 
O artigo 41 da Constituição Federal estabelece as hipóteses de perda do cargo 
por parte de servidor estável:
Art. 41. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa
Então, fique atento(a), pois o servidor estável pode sim, perder o cargo!
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As hipóteses são:
1. Sentença judicial, com trânsitoem julgado.
2. Processo Administrativo, respeitado o direito do servidor à ampla defesa.
3. Avaliação periódica de desempenho: significa que o servidor continuará a ser 
avaliado, mesmo após a estabilidade. Não confundir com aquela avaliação neces-
sária para a aquisição da estabilidade
4. Exoneração, para fins de corte de despesas dos cofres públicos. Essa última 
hipótese foi incluída no art. 169 da CF/1988 com a E.C. n. 19/1998. É que a LRF 
– Lei de Responsabilidade Fiscal – fixa limites para gastos com pessoal, pelo Poder 
Executivo. A Constituição, por sua vez, estabelece que se a entidade federativa ex-
trapolar esses limites, deverá cortar gastos. Há uma gradação das medidas de cor-
te. Primeiramente será feito o corte em pelo menos 20% dos cargos em comissão e 
funções de confiança. Se essa medida não for suficiente, serão exonerados os não 
estáveis. Se, ainda assim, os cortes não forem suficientes para se chegar ao limite 
estabelecido pela LRF, o servidor estável poderá ser exonerado.
Caso isso ocorra, aquele ente da federação deve extinguir o cargo e não poderá 
criar outro igual por quatro anos. O servidor exonerado terá direito a indenização 
equivalente a um mês de remuneração para cada ano de serviço público. O art. 169 
da CF/1988 trata desse tema. 
Art. 169
(…)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o 
prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral e os Municípios adotarão as seguintes providências:
 I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e 
funções de confiança;
 II – exoneração dos servidores não estáveis. 
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§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para 
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o 
servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um 
dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto 
da redução de pessoal
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização 
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
 § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado 
extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou asse-
melhadas pelo prazo de quatro anos.
 § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do 
disposto no § 4º. 
3.13. Estabilidade e Estágio Probatório
Para que possamos compreender esse tema, é necessário o entendimento acer-
ca das mudanças que se operaram desde a promulgação da Constituição Federal 
de 1988.
Pois bem, ocorre que o texto original da CF/1988 previa prazo de dois anos para 
a aquisição da estabilidade. 
A Lei n. 8.112, promulgada dois anos após o advento da Constituição, por sua 
vez, previu um período, que se iniciava após a entrada em exercício do servidor, 
em que esse seria avaliado na sua aptidão para o exercício do cargo. Esse período 
foi denominado “estágio probatório” e, nos termos do art. 20 da Lei n. 8.112/1990, 
teria o prazo de 24 meses. Assim, concluído o estágio probatório, no cargo, após os 
24 meses de exercício, viria a estabilidade no serviço público federal, o que deveria 
ocorrer com dois anos de exercício. 
Ocorre que, dez anos após a promulgação da CF/1988, foi editada a célebre EC 
n. 19/1998, que promoveu diversas alterações no texto constitucional, dentre as 
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quais o aumento do prazo necessário para aquisição da estabilidade, que passaria 
de dois para três anos. Só que a alteração ocorrida no texto constitucional dizia 
respeito apenas à estabilidade. A Lei n. 8.112/1990 manteve-se inalterada e, con-
sequentemente, o prazo de estágio probatório permaneceu sendo de 24 meses. 
A partir daí, surgiu uma corrente na doutrina que afirmava serem dois institu-
tos diversos e independentes: estabilidade, adquirida após três anos de efetivo 
exercício, e estágio probatório, que seria cumprido no prazo de 24 meses. 
Outra corrente defendia que, sendo o estágio probatório o prazo para a aquisi-
ção da estabilidade, com a alteração da Constituição e consequente ampliação des-
se prazo, de dois para três anos, automaticamente o prazo de estágio probatório 
estaria igualmente ampliado.
Essa dupla interpretação atormentou a vida dos que se preparavam para con-
cursos públicos e exames de Ordem. 
Finalmente, no ano de 2010, houve uma definição para o impasse. Em julgado, 
o STF definiu que, embora exista uma disparidade entre o texto da Constituição e 
o disposto no art. 20 da Lei n. 8.112/1990, o prazo de estabilidade é o mesmo do 
estágio probatório. Assim, finalmente a celeuma teve fim. 
Hoje não há dúvidas, para fins de provas, que o prazo de estabilidade é de 3 
anos e o prazo de estágio probatório também é de 3 anos, embora o texto da Lei 
n. 8.112 não tenha sofrido alteração. 
3.14. Cargo Público e Função Pública
A Lei n. 8.122/1990 define cargo público em seu artigo 3º:
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Art.3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na es-
trutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por 
lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento 
em caráter efetivo ou em comissão. 
José dos Santos Carvalho Filho conceitua cargo público como 
O lugar dentro da organização funcional da Administração direta e de suas autarquias e 
fundações púbicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remu-
neração fixada em lei ou diploma a ela equivalente.
4. Categorias De Cargos Públicos
4.1. Cargo em Comissão
Esses cargos são criados para serem providos mediante livre nomeação e des-
providos por livre exoneração. Os servidores comissionados não se submetem a 
concurso público para ingressarem no cargo, mas também não têm a garantia da 
estabilidade. O cargo em comissão (chamado por alguns de cargo de confiança) 
é um lugar, inserido na estrutura de um órgão, que pode ser ocupado por alguém 
que não possui cargo efetivo, mediante livre nomeação. Mas também pode haver 
servidores que já possuem seus cargos efetivos e são investidos em cargos em co-
missão. Nesse caso o servidor será afastado do cargo efetivo (não gera vacância, 
é apenas um afastamento), deixando de ser remunerado por esse cargo e passan-
do a receber uma retribuição pelo exercício do cargo em comissão. 
Como os cargos em comissão são de livre nomeação e livre exoneração, caso oservidor ocupante de cargo efetivo seja exonerado do cargo em comissão, voltará 
ao exercício de seu cargo efetivo. 
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Também pode ocorrer de um servidor ocupante de cargo em comissão ser in-
vestido em outro cargo em comissão, na condição de interino (transitoriamente). 
Nesse caso o servidor irá acumular as funções, mas receberá somente uma remu-
neração. É o que dispõe o artigo parágrafo único do art. 9º da Lei n. 8.112/1990:
Art.9º. 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial po-
derá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem 
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela 
remuneração de um deles durante o período da interinidade. 
Cabe nesse momento um esclarecimento acerca da diferença entre cargo em 
comissão e função de confiança. 
Primeiramente, é importante relembrar que cargos são criados por lei, para in-
tegrar a estrutura organizacional de um órgão público (o chamado “quadro”). Cada 
cargo terá suas funções. Não existe cargo sem função (embora existam funções 
sem cargo). 
Existem funções, entretanto, que não poderão ser atribuídas a qualquer ser-
vidor, pelo fato de serem diretamente dependentes de relação de confiança entre 
a autoridade que designa e o servidor que as exerce. São as funções de direção, 
chefia e assessoramento. 
Função de Confiança: é uma função sem cargo, uma função que existe para 
ser desempenhada por alguém, mas não está dentro de um cargo específico. Por 
essa razão, a função de confiança deverá ser exercida por um servidor que já esteja 
investido em cargo efetivo. A CF/1988 prevê o exercício de funções de confiança
Vejamos:
Art. 37. 
(...)
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de 
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira 
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento; 
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Assim, se o servidor é titular de cargo efetivo para o qual não há uma função de direção 
e se a ele for designada uma função de confiança, além daquela do seu cargo, ele rece-
berá uma gratificação pelo seu exercício. 
4.2. Cargos de Provimento Efetivo
O provimento desses cargos depende de prévia aprovação em concurso pú-
blico, conforme dispõe o art. 37, II, da CF/1988. É o único cargo passível de aqui-
sição de estabilidade. 
Cabe, então, ressaltar que nem todo servidor estatutário está apto a adquirir 
estabilidade, isso porque há cargos efetivos e cargos em comissão. 
No caso dos cargos efetivos, somente aprovados em concurso público podem 
provê-los. Trata-se de observância ao princípio da igualdade, que impõe à Adminis-
tração propiciar oportunidades iguais a todos os possíveis interessados. O servidor 
ocupante de cargo efetivo não será exonerado ad nutum (a critério da autoridade), 
já que sua exoneração deverá respeitar determinadas garantias, tais como o de-
vido processo legal. Cumpridos os requisitos, o ocupante de cargo efetivo poderá 
chegar à estabilidade.
4.3. Requisitos para a Investidura no Cargo Efetivo
A Lei n. 8.112/1990 fixa um rol de requisitos para a investidura no art. 5º. 
 Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
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V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
Observações:
1. Em relação à nacionalidade brasileira, somente a Constituição pode estabelecer 
distinções entre brasileiros natos e naturalizados. A lei não pode fazê-lo. Diante 
disso, tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados podem ingressar em car-
gos públicos. Exceções à regra são os cargos de professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, em Universidades públicas e instituições de pesquisa. 
2. No que se refere à aptidão física e mental, é vedada qualquer forma de restrição 
indevida, sendo admitida tão apenas se essa exigência for compatível com as atri-
buições do cargo. Um exemplo dessa situação ocorreu em concurso público para 
cargo de médico da polícia militar de um estado, no qual um candidato aprovado 
não tinha a altura mínima exigida. Nesse caso, deve ser considerado o fato de que 
as atribuições do cargo de médico não tornam indispensável o requisito de altura 
mínima. 
3. Cotas para portadores de necessidades especiais: a Lei n. 8.112/1990 prevê 
uma reserva de até 20% das vagas aos portadores de deficiência, desde que essa 
não impeça o exercício das atribuições do cargo. O STJ já firmou jurisprudência no 
sentido de que o edital deverá observar um percentual mínimo de 5% das vagas 
para esses candidatos. 
Lei n. 8.112/1990
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo 
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, 
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obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor 
na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do 
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. 
4.3. Provimento do Cargo
Provimento é o ato pelo qual alguém é indicado para ocupar um cargo. O pri-
meiro provimento ocorre com a nomeação (art. 6º), mas a pessoa nomeada ainda 
não é um servidor público, já que a investidura só ocorrerá com a posse (art. 7º)
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade compe-
tente de cada Poder.
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
A Lei n. 8.112 estabelece 7 categorias de provimento, sendo 1 deles (nomeação) origi-
nário e os demais derivados. 
4.4.Provimento Originário
O primeiro provimento na carreira do servidor. Caso o servidor seja nomeado e 
não tome posse, o ato de provimento será tornado sem efeito. A nomeação é pro-
vimento originário. 
4.5. Provimento Derivado
É aquele que decorre de um provimento originário anterior, na mesma carreira. 
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Só haverá provimento derivado se antes tiver ocorrido um provimento originário 
na mesma carreira. Não pode haver provimento derivado em outra carreira, pois 
deve haver concurso público para que o servidor possa migrar de uma carreira para 
outra. É o que determina a Súmula Vinculante n. 43:
Súmula Vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que pro-
picie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao 
seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
STF. Plenário. Aprovada em 08/04/2015 (Info 780).
4.6. Formas de Provimento Derivado
• Promoção;
• Readaptação;
• Reversão;
• Reintegração;
• Recondução;
• Aproveitamento.
4.7. Promoção 
É provimento derivado vertical. O servidor deixa um cargo para ocupar outro 
de nível mais alto na carreira de ingresso. As promoções ocorrem por antiguidade 
e merecimento. 
Lembre-se que o servidor nunca assumirá, por promoção, um cargo de ou-
tra carreira mais elevada (imagine alguém deixar um cargo de técnico judiciário 
para ocupar um cargo de analista judiciário). Essa situação era prevista na Lei n. 
8.112/1990 como ascensão, mas nos dias atuais não existe.
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4.8. Readaptação 
Prevista no art. 24 da Lei n. 8.112/1993, a readaptação aplica-se ao servidor 
que tenha sofrido uma limitação em sua capacidade física e mental, que o torne 
inapto para o exercício das atribuições de seu cargo, mas não tenha sido conside-
rado inválido (pois nesse caso caberia a aposentadoria por invalidez). 
O servidor será readaptado a cargo de atribuições compatíveis com a limitação 
sofrida, mantido o nível de escolaridade e equivalência de vencimentos. Caso não 
exista cargo vago nessas condições, o servidor exercerá as funções no novo cargo 
como excedente, até o surgimento de vaga. 
É importante ressaltar que não é necessário que a limitação tenha ocorrido no 
exercício do cargo, tampouco se faz necessária a estabilidade.
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsa-
bilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou 
mental verificada em inspeção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habili-
tação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de 
inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a 
ocorrência de vaga. 
4.9. Reversão 
Prevista no art. 25 da Lei n. 8.112/1990, consiste na volta do servidor aposen-
tado ao exercício do seu cargo. 
A reversão pode ocorrer em duas hipóteses: 
• aposentadoria por invalidez, quando cessarem os motivos da invalidez;
• aposentadoria voluntária, atendidos os requisitos legais.
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O entendimento atual do STF é no sentido de que a aposentadoria voluntária im-
porta a quebra do vínculo do servidor com a Administração Pública e por isso a 
reversão implica uma violação à norma constitucional que exige o concurso público 
para ingresso na Administração. Assim, de acordo com a jurisprudência atual, só se 
admite reversão do aposentado por invalidez, quando comprovada por junta médi-
ca oficial a cessação das causas da invalidez.
Entretanto, como nosso trabalho é voltado para Concursos Públicos, você deve es-
tar atento para fins de provas objetivas ainda é possível haver reversão no interes-
se da administração pública, no caso de aposentadoria voluntária. 
Cabe, ainda ressaltar que após 75 (setenta e cinco) anos de idade não haverá re-
versão, pois essa é a idade para aposentadoria compulsória, de acordo com a L.C. 
152/2015.
Vejamos o que dispõe o artigo 25 da Lei n. 8.112/1990, acerca do instituto da re-
versão. 
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado:
I- por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da apo-
sentadoria; ou
II- no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão 
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; 
c) estável quando na atividade; 
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação
e) haja cargo vago 
 § 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação
 § 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerdo para a concessão 
da aposentadoria
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atri-
buições como excedente, até a ocorrência de vaga
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§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, 
em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a 
exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à 
aposentadoria 
§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base 
nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo. 
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo
 
4.10. Reintegração 
A reintegração, prevista no art. 28 da Lei n. 8.112/1990, consiste na reinvesti-
dura do servidor estável no cargo anterior, em virtude da anulação de sua demis-
são. Será indenizado, recebendo todas as verbas que deixou de receber durante o 
período em que esteve fora do cargo.
É reintegrado ao próprio cargo, ainda que esse esteja provido. Nesse caso o 
eventual ocupante deixa o cargo e o reintegrado retorna. No caso de o cargo ter 
sido extinto, o reintegrado será aproveitado em outro cargo equivalente.
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente 
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demis-
são por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, obser-
vado o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao 
cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, 
posto em disponibilidade.
 
4.11. Recondução 
O art. 29 da Lei n. 8.112/1990 descreve a recondução como “o retorno do ser-
vidor estável ao cargo anterior”, nas duas hipóteses legais. 
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Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e 
decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado 
em outro, observado o disposto no Art. 30.
A recondução não gera direito adquirido à indenização, em nenhum dos casos. 
Caso o servidor seja reconduzido por ter sido reprovado em estágio probatório em outro 
cargo, o entendimento atual da jurisprudência é no sentido de que tanto o próprio ser-
vidor pode requerer sua recondução quanto a administração, de ofício, pode determinar 
seu retorno. 
4.12. Aproveitamento 
O art. 30 da Lei n. 8.112/1990 diz que o Aproveitamento é o retorno à atividade 
do servidor em disponibilidade em cargo compatível com o que ocupava anterior-
mente. 
A Constituição Federal estabelece que em caso de extinção do cargo ou decla-
ração de sua desnecessidade o servidor público estável não poderá ser demitido ou 
exonerado, devendo passar para a disponibilidade. 
Art. 37. 
§3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou 
declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for re-
distribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 
30 e 31. 
4.13. Vacância
As hipóteses de vacância seguem em sentido contrário ao provimento. Por isso 
a vacância é dita o “desprovimento” do cargo.
São eventos geradores de vacância:
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A. Aposentadoria;
B. Falecimento;
C. Exoneração e demissão; 
D. Promoção e readaptação*;
E. Posse em cargo inacumulável **;
*para fins de prova objetiva, essas são as duas hipóteses de provimento e va-
cância ao mesmo tempo. 
** se o servidor público for empossado em cargo que não seja acumulável com 
o primeiro, deverá ter a vacância desse declarada antes. 
5. Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Remuneradas 
5.1. Acumulação Lícita 
Nos termos da Constituição Federal de 1988, em regra não é permitida a acu-
mulação de cargos, empregos e funções remuneradas, nas administrações públicas 
diretas e indiretas de qualquer ente federativo. 
Há algumas exceções constitucionais, nos termos do inciso XVI do art. 37:
a) dois cargos de professor;
b) um cargo de professor com outro técnico ou científico*;
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas (redação dada pela E.C. n. 34, de 2001).
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Art. 37
(…)
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; 
* O STJ entende que so cargos técnicos e científicos, para fins de acumulação, 
deverão ser de nível superior ou nível técnico especializado, não sendo suficiente 
apenas a denominação do cargo como “técnico” (técnico judiciário, por exemplo). 
Além disso, no caso de membros do MP e da Magistratura, esses podem acumu-
lar seus cargos com um de professor, conforme autoriza o art. 95, par. único, inciso 
I, c/c art. 128, § 5º, inciso II, “d” , da CF/1988. A acumulação somente poderá 
ocorrer se houver compatibilidade de horários e se for respeitado o limite do teto 
remuneratório dos servidores (art. 37, XI da CF/1988). 
5.2. Acumulação Ilícita 
No caso de haver a acumulação de cargos, empregos e funções fora das hipó-
teses constitucionalmente previstas, a Administração deverá, ao tomar conheci-
mento do fato, notificar o servidor para que esse, no prazo de 10 (dez) dias, faça 
a opção por um deles.
Se o servidor fizer a opção por um dos cargos dentro desse prazo de 10 ( dez) 
dias, fica configurada sua boa-fé e considera-se que pediu exoneração de um dos 
cargos.
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Entretanto, caso o servidor não faça a opção no prazo acima, a Administração 
deverá instaurar um processo administrativo disciplinar com rito sumário e seguir 
o seguinte procedimento:
a) designação de comissão composta por dois servidores estáveis;
b) prazo de cinco dias para apresentação da defesa do servidor*;
c) decisão. 
Ainda poderá haver a opção do servidor por um dos cargos até o último dia de 
defesa. Caso isso ocorra, será considerada a boa-fé do agente. Se não houver a 
opção, o servidor será demitido dos cargos acumulados. 
5.3. Acumulação de Aposentadoria do Regime Próprio de Pre-
vidência dos Servidores com Remuneração. 
Nos termos da CF/1988, é lícito acumular:
a) proventos de aposentadoria + remuneração de cargo eletivo;
b) proventos de aposentadoria + remuneração de cargo em comissão;
c) proventos de aposentadoria + remuneração de cargo efetivo ACUMULÁVEL 
na atividade ( art. 37, XVI).
Vejamos os artigos Constitucionais que tratam do tema:
Art. 37
(…)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do 
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, 
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os 
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. ( incluído pela 
E.C.20, de 1998)
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Art. 40
(...)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta 
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime 
de previdência previsto neste artigo. (incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 
15/12/98)
(…)
§ 11 – Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inativida-
de, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem 
como de outras atividades sujeitas a contribuição para

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