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AGREGADOS RECICLADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NOMES: RA: Camila Federice 151321991 Getúlio Silva Guardiano Santana 161323987 Guilherme Canale Damasceno 161321381 Juliana Megumi Rocha Tsujimoto 161321259 Júlio Valério Compiani 161322085 Profº Drº Mateus Vilanova Saneamento Ambiental 4° Ano de Engenharia Civil Guaratinguetá 2019 1. INTRODUÇÃO Segundo estudos realizados por Marques Neto, 2005, na data em questão, a construção civil representava cerca de 51% a 70% dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil, dado que é reforçado em um relatório da Abrelpe que revela para ano de 2017 um valor de 57% para esse mesmo índice. A reutilização desses resíduos vem se tornando cada vez mais necessária em um cenário em que a produção de lixo crescente preocupa em diversos aspectos como poluição, sustentabilidade, e até mesmo fatores econômicos. A resolução CONAMA N° 307/2002 trouxe novas diretrizes para gestão dos resíduos da construção civil (RCC) que acarretam na necessidade de destinações mais nobres para esses materiais, e que contribuam para o desenvolvimento sustentável. Nessa resolução os resíduos da construção civil ficam definidos como “os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos” (Resolução CONAMA 307, 2002, art. 2°), são eles tijolos, blocos cerâmicos, concreto, que após processo de triagem adquirem aspectos necessários para sua reutilização. Além, também, de classificar em 4 classes. Os resíduos classe A são os reutilizáveis ou recicláveis como agregados; os classe B são os recicláveis para outras destinações; os classe C são os que não possuem tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam sua reciclagem ou recuperação; e por fim, os classes D são os resíduos caracterizados como perigosos. Com isso a NBR 15.115 e NBR15.116 trazem as especificidades de uma possível aplicação dos resíduos. Os resíduos tratados em ambas são classificados como Classe A, que são os agregados que podem ser reutilizados ou reciclados, devendo-se evitar utilizar para essa utilidade os Classes B, C, D. A aplicação desse material para execução de camadas de pavimentação traz vantagens, não só na diminuição do impacto ambiental proveniente da reutilização e reciclagem, como na questão da sustentabilidade e também vantagens em aspectos técnicos e econômicos, em alguns casos. Segundo Carneiro, 2001; e Trichês e Kryckyj, 1999 a utilização desse material para camadas de base e sub-base apresentam vantagens como: utilização em grandes quantidades do material reciclado (tanto graúdo como miúdo); simplicidade de produção do agregado reciclado; aplicação de diversos materiais do ‘entulho’; pode estar em contato com água; diminuição dos custos de pavimentação; sobrevida de aterros. Enquanto que para concretos sem função estrutural podem trazer uma boa economia a obra, e até mesmo alcançar níveis de resistência iguais ou superiores aos do concreto com agregado natural, tudo dependerá da granulometria, materiais presentes e da relação água cimento do concreto. 2. DESENVOLVIMENTO a. NBR 15116 - Agregados Reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos. i. Objetivo da Norma e Classificações A norma brasileira ABNT NBR 15.116 discorre sobre os agregados reciclados de resíduo sólido da construção civil, dando enfoque na utilização em pavimentação viária (em camadas de reforço do subleito, sub-base e base da pavimentação ou revestimento primário de vias não pavimentadas) e preparo de concreto sem função estrutural. Para efeito da norma, classificam-se os resíduos em algumas importantes classes, segundo a Resolução CONAMA 307: - Classe A: Resíduos recicláveis ou reutilizáveis como agregados: resíduos de construção, demolição, reformas e reparos; - Classe B: São resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, etc.; - Classe C: São resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Ex.: Produto oriundo do gesso; - Classe D: resíduos perigosos oriundos do processo de construção (como, tintas e solventes) ou contaminados provenientes de demolições, reformas e reparos (instalações industriais, clínicas radiológicas). ii. Requisitos Gerais para Agregado reciclado destinado a pavimentação Os agregados reciclados para poderem ser utilizados em pavimentação devem ser provenientes da classe A e atender aos requisitos da tabela 1 da norma NBR 15.116, a qual está exposta a seguir: Tabela 1 – Requisitos gerais para agregado reciclado destinado à pavimentação.Fonte: ABNT NBR 15.116. Ademais, o agregado reciclado deve ser classificado quanto ao tipo de emprego na execução de camadas de pavimentos, expostos na tabela 2, a qual relaciona parâmetros de suporte e expansibilidade (mensurados, mediante metodologias previstas pela norma ABNT NBR 9895). Sendo que, aqueles agregados que não atenderem os requisitos da tabela, devem seguir a norma ABNT NBR 15.115 para serem estabilizados ou pela adição de cimento Portland ou cal hidratada. Tabela 2 – Requisitos específicos para agregado reciclado destinado à pavimentação. Fonte: ABNT NBR 15.116. iii. Requisitos para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função estrutural De acordo com a ABNT NBR 15116 o agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função estrutural deve ser proveniente de material classe A. Este material pode substituir parcialmente, ou totalmente os agregados convencionais. A tabela abaixo mostra os requisitos para obtenção de agregados de resíduo de concreto (ARC) e agregados de resíduo misto (ARM) a partir do beneficiamento de resíduos de classe A. Tabela 3 – Requisitos para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função estrutural . Fonte: ABNT NBR 15.116. Vale notar que como exemplos de materiais não minerais definidos pela norma tem-se : madeira , plástico , betume , materiais carbonizados, vidros e vidros cerâmicos. Em relação a composição granulométrica do agregado final a ser utilizado no concreto sem função estrutural tem-se como diretriz a ABNT NBR 7211 . É importante observar que a composição granulométrica pode ser corrigida com a adição de agregados convencionais. Para o preparo dos agregados é necessário uma pré molhagem . São adequados valores em torno de 80% do teor de absorção de água do agregado reciclado em uso. iv. Controle da qualidade e caracterização do agregado reciclado Para o controle de qualidade do agregado reciclado deve-se haver a separação do material em lotes de acordo com o tipo de resíduo ARC ou ARM . Além disso, cada lote é formado de acordo com a graduação granulométrica e com a produção do período de um mês, considerando o volume máximo de um lote de 1500 m³ . Para coleta e preparação de amostras de agregados reciclados para ensaios de caracterização deve-se coletar o material na pilha de agregados reciclados em vários pontosdistintos evitando-se a base e a superfície da pilha. Após a coleta o material deve ser acondicionado em recipiente que evite sua contaminação. Tem-se , de acordo com a norma, 3 tipos de amostras : - Amostras parciais : coletadas aleatoriamente ao menos duas vezes por dia de acordo com o tipo de resíduo (ARC ou ARM). Cada amostra parcial deve conter 10kg e deve ser coletada do material processado conforme a ABNT NBR NM 26. - Amostra de campo : é formada de várias amostras parciais em quantidade suficiente para o ensaio de laboratório. Cada lote de agregado reciclado deve ter uma amostra de campo formada por no mínimo 10 amostras parciais. - Amostra de ensaio : porção obtida por redução da amostra de campo, de acordo com a ABNT NBR NM 27 , utilizada em ensaios de laboratório, este tipo de amostra deve ter no mínimo 60 kg. No que diz respeito aos ensaios tem-se , de acordo com a norma ABNT NBR 15.116 , a tabela a seguir : Tabela 4 – Determinação do tipo e frequência de execução de ensaios . Fonte: ABNT NBR 15.116. Vale ressaltar que outros ensaios devem ser executados quando estabelecidos em normas específicas a cada a aplicação. No que diz respeito a aceitação ou rejeição de um lote de agregado reciclado este somente deve ser aceito se cumprir todas as prescrições da norma ABNT NBR 15116. v. Determinação da composição dos agregados reciclados graúdos por análise visual A determinação da composição dos agregados reciclados graúdos por análise visual segue a norma ABNT NBR 15116 e tem como objetivo o estabelecimento de procedimentos para o uso destes agregados na produção de concretos sem função estrutural e em pavimentação. Este método expressa percentualmente, a relação entre as massas de materiais minerais e não minerais identificadas visualmente e a massa total de fragmentos. Como equipamentos essenciais para este procedimento tem-se : - Balança com capacidade mínima de 10 kg com resolucao de 0,1g ; - Estufa com temperatura ajustável a (105± 5)℃ ; - Peneira metálica com abertura de malha de 4,8 mm, conforme ABNT NBR NM-ISO 3310-1 ; - Bandeja metálica para secagem do material . Devem ser separados 4 kg de amostra de ensaio, previamente obtida conforme as diretrizes. Como procedimentos tem-se : - Lavagem da amostra em água corrente utilizando-se a peneira de 4,8 mm; - Secagem da amostra lavada na estufa a (105± 5)℃ até constância de massa ; - Resfriamento da amostra até atingir a temperatura ambiente, em um período de no máximo 6h , e determinação da massa total (MT), com aproximação de 0,1 g ; - Separação de cada fragmento presente na amostra , segundo os seguintes critérios : - Grupo 1 : fragmentos que apresentam pasta de cimento endurecida em mais de 50% do volume ; - Grupo 2: fragmentos constituídos de rochas em mais de 50% do volume; - Grupo 3: fragmentos de cerâmica branca ou vermelha, com superfície não polida, em mais de 50% do volume ; - Grupo 4: fragmentos de materiais não minerais de natureza orgânica tal como a madeira, plástico, betume e materiais carbonizados , e de contaminantes como vidros , vidrados cerâmicos e gesso ; - Determinação das massas de cada grupo ; - Determinação das porcentagens de massa de cada grupo (G₁ , G₂ G₃,G₄) em relação à massa total , totalizando em 100% a soma das porcentagens de cada grupo. Como resultado deste experimento tem-se a classificação em agregado de resíduo de concreto (ARC) , agregado de resíduo misto (ARM) e o teor de materiais não minerais. O agregado tipo ARC é aquele que apresenta a soma dos percentuais do grupo 1 e 2 (G₁ + G₂) maior ou igual a 90% , ou seja, apresenta maior quantidade de pasta de cimento endurecida e de rochas em seu volume. Já o agregado tipo ARM a soma dos percentuais do grupo 1 e 2 (G₁ + G₂) é menor que 90% . E por fim, o teor de materiais não minerais é representado pela percentagem do grupo 4 . vi. Determinação do percentual de materiais não-minerais dos agregados reciclados miúdos por líquidos densos Para a utilização do agregado reciclado tanto para a aplicação nas camadas de pavimentação como em concreto sem função estrutural, deve-se seguir determinadas características, entre elas está a determinação de percentual de materiais não minerais no agregado miúdo. Logo, para que o agregado reciclado seja empregado nas respectivas áreas mencionadas acima, esta determinação deve ser feita a cada lote, para a aplicação em pavimentações assim como em concreto sem função estrutural, como foi mencionado no item sobre controle da qualidade e caracterização do agregado reciclado do presente relatório. No anexo B da NBR 15.116 demonstra os “passos a passos” deste ensaio que tem como objetivo especificar a porcentagem dos fragmentos não minerais (grandeza definida na tabela 5) encontrados na composição dos agregados miúdos, empregando, assim, líquidos densos. Percentual de fragmentos não minerais Definidos, segundo a NBR 15.116, como a relação entre a massa dos fragmentos não minerais identificados pela separação por líquidos densos, e a massa total dos fragmentos. Tabela 5 - Definição de Porcentual de fragmentos não minerais. Fonte: NBR 15.116. A norma especifica os equipamentos que devem ser manipulados, estes estão descritos na próxima imagem retirada da própria NBR. Figura 1 - Equipamentos Empregados na Determinação da Percentagem de Materiais não-minerais em amostras de agregados reciclados. Fonte: NBR 15.116. O único material necessário para esta determinação é o cloreto de zinco, entretanto, caso não haja este líquido, deve-se aplicar outro tipo de líquido denso, que conforme a NBR 9936 (Agregados - Determinação do teor de partículas leves - Método de Ensaio) pode ser uma mistura de querosene com 1, 1, 2, 2 - tetrabromoetano (em proporção para a densidade de 2,95 g/cm³). O procedimento do experimento consta na seguinte figura, esta também removida da norma: Figura 2 -Procedimentos Empregados na Determinação da Percentagem de Materiais não-minerais em amostras de agregados reciclados. Fonte: NBR 15.116. Por fim, após o procedimento descrito acima, calcula-se a porcentagem através da seguinte equação: Onde: P nm - Percentual de materiais não minerais (em porcentagem); M1 - Massa seca total da amostra retida na peneira 0,300 mm (em gramas); M2 - Massa seca de materiais não minerais (em gramas). b. NBR 15115 - Agregados Reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação - Procedimentos. i. Objetivo da Norma, Materiais e Equipamentos A norma NBR 15115 (Agregados Reciclados de Resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação - Procedimentos) tem como objetivo estabelecer critérios para a realização de camadas de reforço do sub-leito, sub-base e base de pavimentos, assim como a camada de revestimento primário, utilizando agregado reciclado de resíduos sólidos da construção civil. Figura 3 - Estrutura Interna, dividida em camadas, de uma Rodovia de forma generalizada. Fonte: JBM Construtora, site: http://www.jbmconstrutora.com.br/servicos/pavimentacao . Acesso no dia 28/11/2019 às 22:59. Segundo a norma estudada, os materiais que devem ser empregados, como agregado reciclado, necessitam respeitar os seguintescritérios: ● Deve-se evitar a presença de madeiras, vidros, plásticos, gessos, forros, tubulações, fiações elétricas e papéis, ou quaisquer materiais orgânicos ou não inertes, reputados nas classes “B”, “C” e “D” pela Resolução da CONAMA n°307; ● O agregado reciclado deve apresentar curva granulométrica bem graduada, não uniforme e com coeficiente de uniformidade maior que 10; http://www.jbmconstrutora.com.br/servicos/pavimentacao/ ● A porcentagem do agregado que passa na peneira 0,42 mm deve estar entre 10% a 40%; ● Necessita-se que o agregado apresente o índice de suporte califórnia (ISC ou CBR), segundo os seguintes valores conforme camada de aplicação: ○ Aplicado em Reforço do Subleito: CBR ≥ 12% com expansão ≤ 1%; ○ Aplicado na camada de Sub-base: CBR ≥ 20% com expansão ≤ 1%; ○ Aplicado na base do pavimento: CBR ≥ 60% com expansão ≤ 0,5%; ● Porcentagem máxima admissível, em massa, para grãos de forma lamelar é de 30% (característica obtida no ensaio descrito na norma NBR 7809); ● Dimensão característica máxima dos grãos: 63,5 mm, com uma limitação de ⅔ da espessura da camada compactada; ● Materiais indesejáveis de grupos distintos: máximo 3% em massa; ● Materiais indesejáveis de mesmo grupo: máximo de 2% em massa; ● Não são permitidos materiais nocivos ao meio ambiente ou à saúde do trabalhador. Por fim, a norma determina o conjunto de equipamentos que devem ser empregados para a efetivação das camadas de agregado reciclados, que estão detalhados na figura seguinte. Figura 4 - Equipamentos empregados na execução das camadas da estrutura interna da pavimentação utilizando agregados reciclados. Fonte: NBR 15115. ii. Execução De acordo com a norma brasileira estudada, a execução de pavimentos utilizando agregados reciclados consta dos estágios de mistura e pulverização, umedecimento ou secagem dos materiais, espalhamento, compactação e acabamento na pista, com a largura e espessura desejada em projeto. 1) Condições físicas da superfície de apoio da camada de agregado reciclado ● Deve-se executar as camadas de reforços do subleito, da sub-base ou base conforme a especificação do projeto. Caso ocorra defeitos, a superfície de apoio deve ser reparada antes da distribuição da camada de agregado reciclado; 2) Transporte do agregado reciclado ● O agregado reciclado deve ser transportado para o local de aplicação, apropriadamente protegido contra o intemperismo ou contaminação. 3) Distribuição do Material Para este item devem seguir as seguintes considerações, segundo a própria norma brasileira avaliada: a) A distribuição do material solto deve ter uma espessura suficiente para que após a compactação atinja a espessura de projeto; b) A distribuição deve ser realizada com um distribuidor de agregados, com a finalidade de distribuir o agregado reciclado com espessuras uniformes, com o intuito de não ocasionar segregação dos materiais; c) A espessura de cada camada acabada deve estar no intervalo entre 10 cm a 20 cm; d) Após a compactação, é vedada a complementação da espessura da camada. Se caso a espessura não estiver conforme projeto, a camada deve ser refeita. 4) Compactação No que tange à compactação, na NBR 15115 são abordados diversos itens, mas por escolha dos autores do respectivo relatório, os tópicos de grande importância são os seguintes: ● O teor de umidade da mistura, por ocasião da compactação da camada de agregado reciclado, deve estar no intervalo entre ± 1,5 % em relação a umidade ótima; ● A compactação do agregado reciclado deve ser realizada por rolos compactadores do tipo pé de carneiro vibratório e liso vibratório; ● Conforme a execução da compactação, pode-se promover o umedecimento da camada para que possa ser corrigida a umidade; ● Por fim, o grau de compactação mínimo exigido para a camada acabada deve ser de 100% comparada com a massa específica aparente seca máxima obtida em laboratório. 5) Condições Gerais No quesito geral, baseado na norma, não é permitida a execução dos serviços em dias de chuva e a camada de agregado reciclado deve ser drenada através do lastro sob a sarjeta. 6) Execução de revestimento primário iii. Controle Tratando da execução de pavimentos utilizando agregados reciclados resíduos sólidos da construção civil, são necessários, no mínimo, três tipos de controle: controle tecnológico de materiais, controle de execução e controle de recebimento. Antes do espalhamento e da compactação, deve ser realizado o controle tecnológico dos materiais, descrito a seguir. NBR 7181: Determinar a granulometria do material, o coeficiente de uniformidade do mesmo e ainda verificar a porcentagem passante na peneira nº 40 (0,42mm). Devem ser realizadas três determinações a cada lote de 700m² de camada acabada. NBR 7185, NBR 7182 e NBR 9895: Determinar a massa específica aparente seca, a umidade ótima e o Índice de Suporte Califórnia (CBR). Devem ser realizadas três determinações a cada lote de 2000m² de camada acabada. NBR 7809: Determinação da porcentagem de grãos lamelares. Este parâmetro deve ser verificado a cada lote de 700m² de camada acabada ou sempre que houver variação nas características do agregado utilizado. Em seguida, realiza-se o controle tecnológico da camada executada, o controle da espessura e o controle do acabamento. Teor de umidade da pista: Imediatamente antes do início da compactação e a cada lote de 700m², realizar o estudo do teor de umidade da camada. NBR 7185: Determinar a massa específica aparente seca in situ após a compactação. Devem ser realizadas, no mínimo, três determinações a cada, no máximo, 50m ou a cada lote de 400m² de camada acabada. Locação e nivelamento: Deve-se controlar a espessura ao longo do eixo e das bordas, em pelo menos cinco pontos da seção transversal, a cada 20m. Acabamento: Verifica-se a superfície quanto a parâmetros visíveis no acabamento, como a presença de ondulações, escamações, segregações superficiais, entre outros. Por fim, são realizados os controles de recebimento em termos de grau de compactação e espessura da camada. Sejam definidas as seguintes variáveis: ● : grau de compactação médio;X1 ● : espessura média;X2 ● e: espessura média da camada [cm]; ● N: número de medidas; ● : coeficiente dado pela Tabela 1 da NBR 15115;K1 ● : coeficiente dado pela Tabela 2;K2 ● S: Desvio-padrão. Em que: e As principais condições a serem satisfeitas são: ● , tal que é dado na Tabela 1 da NBR 15115K .S 00 %X − 1 ≥ 1 K1 (Condição 1); ● Seja: e = X2 − N K.S A espessura média e não deve ser menor do que a espessura de projeto menos 1 cm. (Condição 2). Existem mais especificações discriminadas na NBR 15115, as quais devem ser devidamente cumpridas no projeto de pavimentação. iv. Recomendações de ordem geral A NR 15115 fornece algumas diretrizes gerais como recomendações do uso de agregados recicláveis em pavimentos. Em primeiro lugar, não é recomendado que as camadas de reforço do sub-leito, sub-base ou base recebam diretamente cargas de tráfego. Além disso, a norma recomenda que a impermeabilização da camada de agregado reciclado seja feita logo após a compactação da camada. E por fim, recomenda-se a limpeza e remoção completa de todos osmateriais soltos antes da aplicação da pintura betuminosa. v. Execução de camada de revestimento primário de vias de terra (cascalhamento), com utilização de agregado reciclado O uso de agregados reciclados em camadas de revestimento primário compreende o uso dos referidos agregados na melhoria da trafegabilidade de vias não pavimentadas. Envolve a regularização e compactação da camada de agregado reciclado. Os agregados reciclados podem ser empregados como revestimento primário desde que o sub-leito esteja preparado para recebê-lo, conforme recomendações da NBR 15115, e sob a condição de que sua performance satisfaça as mesmas exigências impostas para qualquer camada de revestimento primário executada com materiais ordinários. Algumas das principais características que um agregado reciclável deve apresentar para que possa ser empregado em revestimento primário são: ● Dimensão característica máxima dos grão de 63,5mm; ● Coeficiente de uniformidade maior ou igual a 10; ● Porcentagem passante na peneira nº40 entre 10% e 40%; ● CBR e expansão (energia de compactação normal, isto é, 12 golpes);0%≥ 2 %≤ 1 ● Porcentagem menor que 30% de grãos lamelares; ● Ausência de materiais nocivos ao meio ambiente ou à saúde humana. Se o agregado reciclado escolhido atender às exigências descritas, então pode ser empregado na camada de revestimento primário. Por sua vez, esta camada deve cumprir as seguintes exigências: ● Camada compactada com espessura máxima de 20 cm; ● Umidade de compactação em relação a umidade ótima (obtida em ensaio);, %± 1 5 ● Grau de compactação mínimo de 100% em relação ao ensaio de compactação. 3. CONCLUSÃO A utilização desses agregados reciclados favorecem o desenvolvimento sustentável e contribuem na diminuição dos danos causados ao meio ambiente. Contudo, ao mesmo tempo que possuem alguns benefícios, como já citados, o desenvolvimento dessas técnicas acaba sendo limitado pelo cenário brasileiro de coleta de resíduos sólidos. Muitas aplicações de grande porte acabam se tornando inviáveis devido falta de separação do material na origem, o que eleva o preço final desses materiais já que terão que ser triados em algum momento. Para os casos do concreto sem função estrutural, a aplicabilidade fica mais flexível pois é necessário menores quantidades o que já permite a aplicação dessas técnicas em algumas regiões do Brasil que possuem o sistema de coleta urbano mais desenvolvido. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15115 :Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panoramas dos Resíduos Sólidos no Brasil 2017. Resolução CONAMA 307/2002 AFRODITE DA CONCEIÇÃO FABIANA CARDOSO; SÉRGIO LUCIANO GALATTO; MARIO RICARDO GUADAGNIN. Estimativa de Geração de Resíduos da Construção Civil e Estudo de Viabilidade de Usina de Triagem e Reciclagem. UNESC, Março de 2014. Disponivel em:http://abes-dn.org.br/publicacoes/rbciamb/PDFs/31-03_Materia_1_artigos386.pdf. J.ALMEIDA; F.D.ROSA; A. PANDOLFO; R. BERTICELLI; E.M. BRUM; M.S. MARTINS. Estudo de viabilidade econômica do uso do agregado RCD em pavimentação de vias urbanas. Universidade de Passo Fundo, publicado em 26 março 2018. Disponivel em: http://www.civil.uminho.pt/revista/artigos/n54/Pag.16-25.pdf ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9936 :Agregados - Determinação do teor de partículas leves - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2013. JBM CONSTRUTORA. Pavimentação. Acesso no dia 28/11/2019 às 22:59, no site: http://www.jbmconstrutora.com.br/servicos/pavimentacao/ http://www.civil.uminho.pt/revista/artigos/n54/Pag.16-25.pdf http://www.jbmconstrutora.com.br/servicos/pavimentacao/
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