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INCLUSÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS E 
NECESSIDADES ESPECIAIS 
Autor Evanilde Candaten 
Prof. Orientador Ivani Ines Das Vesco Brunetto 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Curso (PED1285) – TG 
29/11/2018 
 
 
RESUMO 
 
Vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na inclusão escolar de alunos com 
necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino. A legislação é explícita, quanto à 
obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independente de suas necessidades ou 
diferenças. Entretanto, não é suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com 
necessidades educacionais especiais tenha condições efetivas de aprendizagem e desenvolvimento 
de suas potencialidades. Sendo assim, buscou-se no presente estudo discutir sobre o processo de 
inclusão enfocando quatro momentos: primeiro um breve percurso histórico mostrando os 
diferentes tipos de inclusão; em seguida, uma breve reflexão sobre a terminologia “necessidades 
educacionais especiais”; focamos, também, a função da escola e o papel do professor no processo 
de inclusão. Amparando-se nos pressupostos da concepção histórico-crítica, focamos a 
importância da relação entre professor/aluno para o sucesso na aprendizagem, propondo dessa 
forma, algumas sugestões sobre “possíveis ações na prática do dia-a-dia”, aos professores do 
ensino regular que atuam nas escolas de Ensino Fundamental e Médio que no decorrer do ano 
letivo se deparam com alunos com necessidade especiais. Por fim, apresentamos os dados 
coletados e as discussões realizadas com professores do ensino regular sobre a prática escolar e o 
processo de inclusão. 
 
Palavras-chave: Ensino Regular. Necessidades Educacionais Especiais. Inclusão Escolar. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem por finalidade refletir sobre a inclusão e a capacidade de aceitação 
das diversidades dos indivíduos, na sociedade e na escola, garantindo acesso igualitário às 
oportunidades. Também representa um dos principais desafios da área da educação, uma vez que 
elimina as barreiras, a discriminação, dentre outras, que dificultam ou impedem o conhecimento e a 
aprendizagem de todos na escola. Buscaremos entender quais são as políticas públicas que falam 
sobre a inclusão social e escolar, levando em conta os paradigmas conceituais e princípios que vem 
sendo progressivamente defendidos em documentos nacionais e internacionais. Procuramos levantar 
algumas discussões teóricas sobre a função da escola e o papel do professor frente à inclusão. O 
estudo também pretendeu conhecer e entender como a inclusão se efetiva, que mudanças se fazem 
necessárias para a aceitação dos diferentes e quais as possibilidades de aprendizagem nesse novo 
momento da educação. 
Vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na inclusão escolar de alunos com 
necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino. Sabemos que a legislação é 
explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independentemente de 
suas necessidades ou diferenças. Por outro lado, é importante ressaltar que não é suficiente apenas 
esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades educacionais especiais tenha condições 
efetivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades. Desta forma, é necessário e 
urgente, que os sistemas de ensino se organizem para que além de assegurar essas matrículas, 
assegurem também a permanência de todos os alunos, sem perder de vista a intencionalidade 
pedagógica e a qualidade do ensino. 
Considerando que os fundamentos teórico-metodológicos da Educação Inclusiva, baseiam-
se numa concepção de educação de qualidade para todos e no respeito à diversidade dos educandos, 
é imprescindível uma participação mais qualificada dos educadores para o avanço desta importante 
reforma educacional, para o atendimento das necessidades educativas de todos os alunos, com ou 
sem deficiências. Infelizmente, o despreparo dos professores figura entre os obstáculos mais citados 
para a educação inclusiva. É um grande desafio, fazer com que a Inclusão ocorra, sem perdermos de 
vista que além das oportunidades, é preciso garantir o avanço na aprendizagem, bem como, no 
desenvolvimento integral do indivíduo com necessidades educacionais especiais. 
Este documento apresenta uma discussão sobre a política de inclusão na rede regular de 
ensino realizando uma análise dos referenciais e problematizando as concepções referentes a 
política educacional, a deficiência mental, a educação especial, a formação de educadores e a 
inclusão. Também apresenta uma investigação de diferentes contextos escolares com a finalidade de 
sintetizar os principais aspectos percebidos como tensionadores do processo de inclusão 
educacional e de identificar um conjunto de práticas desenvolvidas pelas escolas na perspectiva de 
efetivar políticas públicas de inclusão na área educacional. 
O texto tem por finalidade refletir sobre a inclusão e a capacidade de aceitação das 
diversidades dos indivíduos, na sociedade e na escola, garantindo acesso igualitário às 
oportunidades. Também representa um dos principais desafios da área da educação, uma vez que 
elimina as barreiras, a discriminação, dentre outras, que dificultam ou impedem o conhecimento e a 
aprendizagem de todos na escola. Buscamos entender quais são as políticas públicas que falam 
sobre a inclusão social e escolar, levando em conta os paradigmas conceituais e princípios que vem 
sendo progressivamente defendidos em documentos nacionais e internacionais. Procuramos levantar 
algumas discussões teóricas sobre a função da escola e o papel do professor frente à inclusão. O 
estudo também pretendeu conhecer e entender como a inclusão se efetiva, que mudanças se fazem 
necessárias para a aceitação dos diferentes e quais as possibilidades de aprendizagem nesse novo 
momento da educação. A inclusão de crianças nas escolas regulares de ensino é um processo 
complexo, envolve a garantia do sucesso da aprendizagem em um ambiente harmônico e 
respeitador, colaborando para a construção da cidadania com justiça e dignidade. 
Vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na inclusão escolar de alunos com 
necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino. Sabemos que a legislação é 
explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independente de suas 
necessidades ou diferenças. Por outro lado, é importante ressaltar que não é suficiente apenas esse 
acolhimento, mas que o aluno com necessidades educacionais especiais tenha condições efetivas de 
aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades. Desta forma, é necessário e urgente, que 
os sistemas de ensino se organizem para que além de assegurar essas matrículas, assegurem também 
a permanência de todos os alunos, sem perder de vista a intencionalidade pedagógica e a qualidade 
do ensino. 
Considerando que os fundamentos teórico-metodológicos da Educação Inclusiva, baseiam-
se numa concepção de educação de qualidade para todos e no respeito à diversidade dos educandos, 
é imprescindível uma participação mais qualificada dos educadores para o avanço desta importante 
reforma educacional, para o atendimento das necessidades educativas de todos os alunos, com ou 
sem deficiências. Infelizmente, o despreparo dos professores figura entre os obstáculos mais citados 
para a educação inclusiva. É um grande desafio, fazer com que a Inclusão ocorra, sem perdermos de 
vista que além das oportunidades, é preciso garantir o avanço na aprendizagem, bem como, no 
desenvolvimento integral do indivíduo com necessidades educacionais especiais. 
A discussão sobre políticas inclusivas costuma centrar-se nos eixos da organização sócio-
política necessária a viabilizá-la e dos direitos individuais do público a que se destina. Os 
importantes avanços produzidos pela democratização da sociedade, em muito alavancadapelos 
movimentos de direitos humanos, apontam a emergência da construção de espaços sociais menos 
excludentes e de alternativas para o convívio na diversidade. A capacidade que uma cultura tem de 
lidar com as heterogeneidades que a compõe tornou-se uma espécie de critério de avaliação de seu 
estágio evolutivo, especialmente em tempos de fundamentalismos e intolerâncias de todas as ordens 
como este em que vivemos. 
Nessa perspectiva, a inclusão social deixa de ser uma preocupação a ser dividida entre 
governantes, especialistas e um grupo delimitado de cidadãos com alguma diferença e passa a ser 
uma questão fundamental da sociedade. A questão se torna complexa quando nos deparamos com a 
realidade de uma mesma sociedade, que demanda soluções de sustentação e viabilidade para sua 
própria pluralidade, não é uma sociedade inclusiva. Longe disto, sabemos o quanto instituições 
criadas para regrar o convívio entre os homens tendem a reforçar a discriminação e a criar 
territórios que clássica e hierarquizam os cidadãos justamente a partir de suas diferenças. As 
pessoas com deficiência, com síndromes, são historicamente identificadas como páreas sociais em 
função de um conjunto de igualdades mais ou menos constantes que acabam por definir seu lugar na 
sociedade: lugar de exclusão. 
O território institucional expressivo da cultura em que se insere, a escola sofre pressões para 
acompanhar os novos tempos e lidar melhor com a diversidade do público que deve atender. Um 
público de “aprendizes de cidadania” que, para exercê-la, querem mais que o mero direito de 
expressão. Mas também um público se não forem respeitadas, acolhidas e atendidas em suas 
diferenças jamais farão da escola um dos possíveis espaços em que o exercício de uma política 
inclusiva contribua com a construção de uma sociedade mais justa. 
 Na busca desta perspectiva se evidenciam inúmeros esforços teóricos, técnicos, políticos, 
operacionais, para a construção de uma educação inclusiva que dê conta da amplitude das 
transformações que um processo como este implica. 
Uma política efetivamente inclusiva deve ocupar-se a descaracterizar a exclusão, seja ela no 
espaço da escola ou em outras estruturas sociais. Assim, a implementação de políticas inclusivas 
que pretendam ser efetivas e duradouras devem incidir sobre a rede de relações que se materializam 
através das instituições já que as práticas discriminatórias que elas produzem extrapolam, em muito, 
os muros e regulamentos dos territórios organizacionais que as evidenciam. 
 
2 OS FUNDAMENTOS DE ALGUMAS DAS DEFICIÊNCIAS E SÍNDROMES. 
 
É inegável a contribuição de Vygotsky para a educação; inegável também é a incrível aceitação 
e adequação de sua obra à nossa realidade brasileira. Entretanto, o que muitos ignoram é que 
Vygotsky dedicou boa parte de sua vida à educação de crianças com necessidades educativas 
especiais e que uma razoável parte de sua obra é dedicada a elas. Quando, hoje, falamos em 
inclusão e os nossos olhos se voltam para aquelas crianças que vêm sofrendo um processo perverso 
de exclusão social e educacional, é de suma importância verificar o que esse grande educador tem a 
nos dizer a respeito. 
Assumindo a perspectiva de Vygotsky, partimos do princípio de que nós e o mundo real que nos 
insere estamos em permanente movimento e transformação. Sob essa ótica, o que objetivamos nesse 
texto é oferecer ao leitor algum conhecimento a respeito da obra do autor dedicada às crianças com 
necessidades educativas especiais – denominada Defectologia Soviética – e oferecer algumas pistas 
para a prática de intervenção. A criança cujo desenvolvimento se há complicado por um defeito, 
não é simplesmente menos desenvolvido que seus coetáneos normais, é uma criança desenvolvida 
de uma outra forma (Vygostky, 1989, p. 3) 
Conhecer o que afeta o seu aluno é o primeiro passo para criar estratégias que garantam a 
aprendizagem. Os tipos de deficiência correspondem às alterações biológicas e suas necessidades 
específicas. A qualquer momento, outros grupos de interesse podem demandar sua inclusão no rol 
das pessoas com deficiência. Todavia, a razão de existir legislação e políticas públicas é promover e 
proteger os direitos das pessoas que estão em condições de maior exclusão na sociedade. Ampliar 
exageradamente a proteção para mais subgrupos faz perder o foco das políticas de ação afirmativa 
existentes, cuja finalidade é reduzir a desvantagem histórica das pessoas com deficiência grave ou 
severa. 
A síndrome de Rett, síndrome de Williams ou surdo-cegueira? Para receber os alunos com 
necessidades educacionais especiais pela porta da frente, é preciso conhecer as características de 
cada síndrome ou deficiência. 
O primeiro passo é entender as diferenças entre os dois termos. Deficiência é um 
desenvolvimento insuficiente, em termos globais ou específicos, ou um déficit intelectual, físico, 
visual, auditivo ou múltiplo (quando atinge duas ou mais dessas áreas). Síndrome é o nome que se 
dá a uma série de sinais e sintomas que, juntos, evidenciam uma condição particular. A síndrome de 
Down, por exemplo, engloba deficiência intelectual, baixo tônus muscular (hipotonia) e 
dificuldades na comunicação, além de outras características, que variam entre os atingidos por ela. 
Conheça a seguir as definições e características das síndromes e deficiências mais frequentes na 
escola. 
 Deficiência física 
 Definição: uma variedade de condições que afeta a mobilidade e a coordenação motora geral de 
membros ou da fala. Podem ser causadas por lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, 
más-formações congênitas ou por condições adquiridas. Exemplos: amiotrofia espinhal (doença que 
causa fraqueza muscular), hidrocefalia (excesso do líquido que serve de proteção ao sistema 
nervoso central) e paralisia cerebral (desordem no sistema nervoso central), que exige dos 
professores cuidados específicos em sala de aula (leia mais a seguir). 
 Características: são comuns as dificuldades no grafismo em função do comprometimento 
motor. Às vezes, o aprendizado é mais lento, mas, exceto nos casos de alteração na motricidade 
oral, a linguagem é adquirida sem problemas. Muitos precisam de cadeira de rodas ou muletas para 
se locomover. Outros apenas de apoios especiais e materiais escolares adaptados, como 
apontadores, suportes para lápis etc. 
Recomendações: a escola precisa ter elevadores ou rampas. Fique atento a cuidados do dia a dia, 
como a hora de ir ao banheiro. "Algum funcionário que tenha força deve acompanhar a criança", 
explica Marília Costa Dias, professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, na capital 
paulista. Nos casos de hidrocefalia, é preciso observar sintomas como vômitos e dores de cabeça, 
que podem indicar problemas com a válvula implantada na cabeça. 
 
 Paralisia Cerebral 
Definição: lesão no sistema nervosa central causada, na maioria das vezes, por uma falta de 
oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, ao nascer ou até dois anos após o parto. "Em 75% 
dos casos, a paralisia vem acompanhada de um dano intelectual", acrescenta Alice Rosa Ramos, 
superintendente técnica da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo. 
 Características: a principal é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que 
causa tensão. Inclui dificuldades para caminhar, na coordenação motora, na força e no equilíbrio, 
pode afetar a fala. 
 Recomendações: para contornar as restrições de coordenação motora, use canetas e lápis mais 
grossos - uma espuma em volta deles presa com um elástico costuma resolver. Utilize folhas 
avulsas, mais fáceis de manusear que os cadernos. Escreva com letras grandes e peça que o aluno se 
sente na frente. É importante que a carteira seja inclinada. Se ele não consegue falar e não utiliza 
uma prancha própria de comunicação alternativa, providencie uma para ele com desenhos ou fotospor meio dos quais se estabelece a comunicação. Ela pode ser feita com papel cartão ou cartolina, 
em que são coladas figuras pequenas, do mesmo material, e fotos que representem pessoas e coisas 
significativas, como os pais, os colegas da classe, o time de futebol, o abecedário e palavras-chave, 
como "sim", "não", "fome", "sede", "entrar", "sair" etc. Para informar o que quer ou sente, o aluno 
aponta para as figuras e se comunica. Ele precisa de um cuidador para ir ao banheiro e, em alguns 
casos, para tomar lanche. 
 
 Deficiência Visual 
Definição: condição apresentada por quem tem baixa visão (em geral, entre 40 e 60%) ou 
cegueira (resíduo mínimo da visão ou perda total), que leva à necessidade de usar o braile para ler e 
escrever. 
Características: a perda visual é causada em geral por duas doenças congênitas: glaucoma 
(pressão intraocular que causa lesões irreversíveis no nervo ótico) e catarata (opacidade no 
cristalino). Em alguns casos, as doenças são confundidas com uma ametropia (miopia, 
hipermetropia ou astigmatismo), que pode ser corrigida pelo uso de lentes, o que permite o retorno 
total da visão. A catarata também pode ser corrigida, mas só com cirurgia. "O aluno que não 
enxerga o colega a 2 metros nas brincadeiras, principalmente em espaços abertos, pode ter 5 ou 6 
graus de miopia e não necessariamente baixa visão ou cegueira", explica o oftalmologista Frederico 
Lazar, de São Paulo. 
Recomendações: promover a realização de exames de acuidade visual na escola para identificar 
possíveis doenças - reversíveis ou não - ou ametropias. Se o estudante não percebe expressões 
faciais, lide com ele de maneira perceptiva, alterando, por exemplo, o tom de voz. As atenções 
devem ser redobradas quando o assunto é orientação e mobilidade. É preciso identificar os degraus 
com contraste (faixa amarela ou barbante), os obstáculos, como pisos com alturas diferentes, e, 
principalmente, os vãos livres e desníveis. A sinalização de marcos importante, como tabuletas 
indicando cada sala e espaço, é feita também em braile. Uma ideia é trabalhar maquetes da escola 
para que o espaço seja facilmente identificado. 
Na sala de aula, é aconselhável não colocar mochilas no chão ou no corredor entre as carteiras. 
Use materiais maiores e reconhecíveis pelo tato. Aproxime os que têm baixa visão do quadro-negro, 
já que alguns conseguem enxergar quando sentados na primeira carteira. Outros precisam de 
equipamentos especiais. Para os que não conseguem ler o que está escrito no quadro, há algumas 
possibilidades. "Traga o material já escrito de casa e entregue a eles ou peça que os colegas, em 
sistema de revezamento, os auxiliem na tarefa”. 
 
 Deficiência Auditiva 
Definição: condição causada por má-formação na orelha, no conduto (cavidade que leva ao 
tímpano), nos ossos do ouvido ou ainda por uma lesão neurossensorial no nervo auditivo ou na 
cóclea (porção do ouvido responsável pelas terminações nervosas). Tem origem genética ou pode 
ser provocada por doenças infecciosas, como a rubéola e a meningite. Também pode ser temporária, 
causada por otite. 
Características: pode ser leve, moderada, severa ou profunda. "Quanto mais aguda, mais difícil é 
o desenvolvimento da linguagem", diz a fonoaudióloga Beatriz Mendes, docente da Pontifícia 
Universidade Católica (PUC), em São Paulo, que atua na Divisão de Educação e Reabilitação dos 
Distúrbios da Comunicação (Derdic). Um exame fonoaudiólogo é capaz de identificar o grau da 
lesão. 
 Recomendações: há duas formas de o aluno com deficiência auditiva desenvolver a linguagem. 
Uma delas é usar um aparelho auditivo e passar por acompanhamento terapêutico, familiar e 
escolar. "Pessoas surdas conseguem falar", ressalta Beatriz Mendes. 
“Para isso, tem de passar por terapia, receber novos moldes e próteses e ter o apoio da família e 
do professor”, complementa Beatriz Novaes, docente da PUC e coordenadora do Centro Audição na 
Criança da Derdic, da mesma universidade paulistana. Outro meio é aprender a língua brasileira de 
sinais (Libras). O estudante que tem perda auditiva também demora mais para se alfabetizar. Pedir 
que se sente nas carteiras da frente pode ajudá-lo a aprender melhor. "Fale perto e de frente para 
ele", destaca Beatriz Mendes. Aposte também no uso de recursos visuais e na diminuição de ruídos 
- e tente o apoio e a integração por meio de um intérprete de Libras. 
 
 Deficiência múltipla 
Definição: ocorrência de duas ou mais deficiências: autismo e síndrome de Down; uma 
intelectual com outra física; uma intelectual e uma visual ou auditiva, por exemplo. "Não há estudos 
que indiquem qual associação de deficiência é a mais comum", afirma Shirley Rodrigues Maia, 
diretora de programas educacionais da Associação Educacional para Múltipla Deficiência 
(Ahimsa). Uma das mais comuns nas salas de aula é a surdo-cegueira. 
 
 Surdo-Cegueira 
Definição: perdas auditivas e visuais simultâneas e em graus variados. As causas são 
principalmente doenças infecciosas, como rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus (doença da 
mesma família do herpes). A diferença de um cego ou surdo para um surdo-cego é que este não tem 
consciência da linguagem e, portanto, não aprende a se comunicar de imediato. 
Características: traz problemas de comunicação e mobilidade. O surdo-cego pode apresentar 
dois comportamentos distintos: isola-se ou é hiperativo. 
Recomendações: o primeiro desafio é criar formas de comunicação. Busque também integrar 
esse estudante aos demais e criar rotinas previsíveis para que ele possa entender o que vai 
acontecer. Ofereça objetos multissensoriais, que facilitam a comunicação. 
 
 Deficiência Intelectual 
Definição: funcionamento intelectual inferior à média (QI), que se manifesta antes dos 18 anos. 
Está associada a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação, 
autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, usam de recursos da comunidade, 
determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho). O diagnóstico do que acarreta a deficiência 
intelectual é muito difícil, englobando fatores genéticos e ambientais. Além disso, as causas são 
inúmeras e complexas, envolvendo fatores pré, peri e pós-natais. Entre elas, a mais comum na 
escola é a síndrome de Down. 
 
 Síndrome de Down. 
Definição: alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de 
número 21. A causa da alteração ainda é desconhecida, mas existe um fator de risco já identificado. 
"Ele aumenta para mulheres que engravidam com mais de 35 anos", afirma Lília Maria Moreira, 
professora de Genética da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 
Características: além do déficit cognitivo, são sintomas as dificuldades de comunicação e a 
hipotonia (redução do tônus muscular). Quem tem a síndrome de Down também pode sofrer com 
problemas na coluna, na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros, e, muitas vezes, 
nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis com cirurgias. 
Recomendações: na sala de aula, repita as orientações para que o estudante com síndrome de 
Down compreenda. "Ele demora um pouco mais para entender", afirma Mônica Leone Garcia, da 
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O desempenho melhora quando as instruções são 
visuais. Por isso, é importante reforçar comandos, solicitações e tarefas com modelos que ele possa 
ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas, com cores e símbolos fáceis de 
compreender. A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a 
síndrome, em geral, é cumprir regras. "Muitas famílias não repreendem o filho quando ele faz algo 
errado, como morder e pegar objetos que não lhe pertencem", diz Mônica. Não faça isso. O ideal é 
adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais. "Eles têm de cumprir regras e fazer o que os 
outros fazem. Se não conseguem ficar o tempo todo em sala, estabeleçacombinados, mas não seja 
permissivo." Tente perceber as competências pedagógicas em cada momento e manter as atividades 
no nível das capacidades da criança, com desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização 
dos trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para desenvolver atividades que 
envolvam funções cognitivas é muito grande e, às vezes, o cansaço faz com que pareçam missões 
impossíveis para ela. Valorize sempre o empenho e a produção. Quando se sente isolada do grupo e 
com pouca importância no trabalho e na rotina escolares, a criança adota atitudes reativas, como 
desinteresse, descumprimento de regras e provocações. 
 
 TGD 
Definição: os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações 
sociais recíprocas, com padrões de comunicação estereotipados e repetitivos e estreitamento nos 
interesses e nas atividades. Geralmente se manifestam nos primeiros cinco anos de vida. 
 
 AUTISMO 
 Definição: transtorno com influência genética causado por defeitos em partes do cérebro, 
como o corpo caloso (que faz a comunicação entre os dois hemisférios), a amídala (que tem funções 
ligadas ao comportamento social e emocional) e o cerebelo (parte mais anterior dos hemisférios 
cerebrais, os lobos frontais). 
Características: dificuldades de interação social, de comportamento (movimentos 
estereotipados, como rodar uma caneta ou enfileirar carrinhos) e de comunicação (atraso na fala). 
Alguns, porém, têm habilidades especiais e se tornam gênios da informática, por exemplo. 
 Recomendações: para minimizar a dificuldade de relacionamento, crie situações que 
possibilitem a interação. Tenha paciência, pois a agressividade pode se manifestar. Avise quando a 
rotina mudar, pois alterações no dia a dia não são bem-vindas. Dê instruções claras e evite 
enunciados longos. 
 
 Síndrome de Asperger. 
Definição: condição genética que tem muitas semelhanças com o autismo. 
Características: focos restritos de interesse são comuns. Quando gosta de Matemática, por 
exemplo, o aluno só fala disso. "Use o assunto que o encanta para introduzir um novo", diz Salomão 
Schwartzman. 
Recomendações: para minimizar a dificuldade de relacionamento, crie situações que 
possibilitem a interação. Tenha paciência, pois a agressividade pode se manifestar. Avise quando a 
rotina mudar, pois alterações no dia a dia não são bem-vindas. Dê instruções claras e evite 
enunciados longos. 
 
 Síndrome de Williams. 
Definição: desordem no cromossomo 7. 
Características: dificuldades motoras (demora em andar e falta de habilidade para cortar papel e 
andar de bicicleta, entre outros) e de orientação espacial. Quando desenha uma casa, por exemplo, a 
criança costuma fazer partes dela separadas: a janela, a porta e o telhado ficam um ao lado do outro. 
No entanto, há um interesse grande por música e muita facilidade de comunicação. "As que 
apresentam essa síndrome têm uma amabilidade desinteressada", diz Mônica Leone Garcia. 
 Recomendações: na sala de aula, desenvolva atividades com música para chamar a atenção 
delas. 
 
 Síndrome de Rett 
Definição: doença genética que, na maioria dos casos, atinge meninas. 
Características: regressão no desenvolvimento (perda de habilidades anteriormente adquiridas), 
movimentos estereotipados e perda do uso das mãos, que surgem entre os 6 e os 18 meses. Há a 
interrupção no contato social. A comunicação se faz pelo olhar. 
Recomendações: "Crie estratégias para que esse aluno possa aprender, tentando estabelecer 
sistemas de comunicação", diz Shirley Rodrigues Maia, da Ahim-sa. Muitas vezes, crianças com 
essa síndrome necessitam de equipamentos especiais para se comunicar melhor e caminhar. 
 
 Altas Habilidades (Superdotação) provisão de ambientes favoráveis para a aprendizagem, 
como: ateliê, laboratórios, bibliotecas, etc.; aquisição de materiais e equipamentos que 
facilitem o trabalho educativo: lâminas, pôsteres, murais, computadores, softwares 
específicos, etc. As Adaptações de Objetivos se referem à possibilidade de se eliminarem 
objetivos básicos, ou de se introduzirem objetivos específicos, complementares e/ou 
alternativos, como forma de favorecer que alunos com deficiência possam conviver 
regularmente, em sua vida escolar, com seus pares, beneficiando-se o máximo possível das 
possibilidades educacionais disponíveis. Outra modalidade de adaptação de grande porte é a 
adaptação de conteúdos específicos, complementares e/ou alternativos, e da eliminação de 
conteúdos básicos do currículo, determinadas pelas adaptações de objetivas já realizadas. 
Nessa perspectiva, Almeida e Capellini (2005, p. 49) pontuam que: 
Pessoas superdotadas, de fato, podem evidenciar sinais de boa saúde física, energia, 
disposição, resistência ao stress, podem se destacar em relação ao uso da linguagem ou 
socialização, bem como demonstrar um bom desempenho escolar. Todavia, igualmente há 
pessoas superdotadas que têm baixo rendimento escolar, necessitando de atendimento 
especializado, pois, frequentemente, tendem a manifestar falta de interesse e motivação 
para os estudos acadêmicos e rotina escolar, podendo também apresentar dificuldades de 
ajustamento ao grupo de colegas, desencadeando problemas de aprendizagem e de 
adaptações. 
A Adaptação de Método de Ensino e Organização Didática será realizada caso existam algumas 
particularidades de alunos cujas necessidades especiais exigirão, para sua satisfação, a adoção de 
métodos bastante específicos de ensino. Em relação à Adaptação de Sistema de Avaliação, devemos 
levar em consideração que o principal papel de um processo de avaliação é dar indicação de 
conteúdos ou processos ainda não apreendidos pelo aluno que devem ser retomados em nosso 
processo de ensinar. A última modalidade de adaptação de grande porte é a Adaptação de 
Temporalidade que se configuram como ajustes no tempo de permanência de um aluno em uma 
determinada série, desde que não se distancie do critério de respeito à faixa etária dos alunos. 
 
2.1 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA, MARCOS HISTÓRICOS E NORMATIVOS. 
 
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, com a 
criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto 
Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto 
Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é 
fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com 
deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – 
APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com 
superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. 
Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a ser fundamentado 
pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Lei nº 4.024/61, 
que aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de 
ensino. 
A Lei nº 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento especial” para os 
estudantes com “deficiências físicas, mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto à 
idade regular de matrícula e os superdotados”, não promove a organização de um sistema de ensino 
capaz de atender aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação e acaba reforçando o encaminhamento dos estudantes para as classes e 
escolas especiais. 
Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, responsável 
pela gerência da educação especial no Brasil, que, sob a égide integracionista, impulsionou ações 
educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com superdotação, mas aindaconfiguradas por campanhas assistenciais e iniciativas isoladas do Estado. 
Nesse período, não se efetiva uma política pública de acesso universal à educação, 
permanecendo a concepção de “políticas especiais” para tratar da educação de estudantes com 
deficiência. No que se refere aos estudantes com superdotação, apesar do acesso ao ensino regular, 
não é organizado um atendimento especializado que considere as suas singularidades de 
aprendizagem. 
A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o 
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, no artigo 205, a educação como um direito de todos, 
garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o 
trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência 
na escola” como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a oferta do 
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208). 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90, no artigo 55, reforça os 
dispositivos legais supracitados ao determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de 
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Também nessa década, documentos 
como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994) 
passam a influenciar a formulação das políticas públicas da educação inclusiva.. 
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de 
“integração instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que 
“(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do 
ensino comum, no mesmo ritmo que os estudantes ditos normais” (p.19). Ao reafirmar os 
pressupostos construídos a partir de padrões homogêneos de participação e aprendizagem, a Política 
de 1994 não provoca uma reformulação das práticas educacionais de maneira que sejam valorizados 
os diferentes potenciais de aprendizagem no ensino comum, mas mantém a responsabilidade da 
educação desses estudantes exclusivamente no âmbito da educação especial. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza 
que os sistemas de ensino devem assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e 
organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica 
àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de 
suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa 
escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade 
de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] 
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, 
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). 
O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “o grande avanço 
que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o 
atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de 
ensino favoreçam o atendimento aos estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, aponta um déficit referente à oferta de matrículas 
para estudantes com deficiência nas classes comuns do ensino regular, à formação docente, à 
acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado. MEC/SECADI 
 
2.2 Diretrizes da Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educação 
Inclusiva. 
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e 
modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e 
orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino 
regular. 
O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos 
estudantes, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no 
atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, 
não sendo substitutivas à escolarização. 
Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos estudantes com vistas à 
autonomia e independência na escola e fora dela. Dentre as atividades de atendimento educacional 
especializado são disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens 
e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva. 
Ao longo de todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado com a 
proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional especializado é acompanhado 
por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação da oferta realizada nas 
escolas da rede pública e nos centros de atendimento educacional especializada públicos ou 
conveniados. 
O acesso à educação tem início na educação infantil, na qual se desenvolvem as bases 
necessárias para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. Nessa etapa, o 
lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos 
físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças 
favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. 
Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio 
de serviços de estimulação precoce, que objetivam aperfeiçoar o processo de desenvolvimento e 
aprendizagem em interface com os serviços de saúde e assistência social. Em todas as etapas e 
modalidades da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar 
o desenvolvimento dos estudantes, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino. Deve ser 
realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que 
realize esse serviço educacional. 
Desse modo, na modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional, as 
ações da educação especial possibilitam a ampliação de oportunidades de escolarização, formação 
para ingresso no mundo do trabalho e efetiva participação social. A interface da educação especial 
na educação indígena, do campo e quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e 
atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com 
base nas diferenças socioculturais desses grupos. 
Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o 
acesso, a permanência e a participação dos estudantes. Estas ações envolvem o planejamento e a 
organização de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas 
comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser 
disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam 
o ensino, a pesquisa e a extensão. 
Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos espaços, aos recursos 
pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das 
diferenças, de forma a atender as necessidades educacionais de todos os estudantes. A 
acessibilidade deve ser assegurada mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas, urbanísticas, 
na edificação – incluindo instalações, equipamentos e mobiliários – e nos transportes escolares, bem 
como as barreiras nas comunicações e informações. 
 
3 PRINCIPAISDOCUMENTOS INTERNACIONAIS ORIENTADORES DA INCLUSÃO. 
No Brasil a apropriação do discurso favorável à inclusão foi fortemente influenciada por 
movimentos e declarações internacionais, desde o final da década de 40, com a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos. 
A historicidade da inclusão evidencia que esta atravessou diferentes fases em diversas 
épocas e culturas. Na Idade Antiga, na Grécia é considerado um período de grande exclusão social, 
pois crianças nascidas com alguma deficiência eram abandonadas ou mesmo eliminadas, sem 
chance ou direito ao convívio social. 
O surgimento de um corpo de leis que defende os direitos fundamentais da pessoa humana, 
em vários aspectos e níveis, representou, sem dúvida, um avanço importantíssimo na construção de 
uma sociedade mundial baseada no direito. 
Os direitos básicos do cidadão estão garantidos em vários documentos. Destaca-se em 
âmbito internacional e nacional, respectivamente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem 
(1948) e a Constituição Brasileira (1988), onde ambas enfatizam que todos somos iguais perante a 
lei. A ênfase se justifica porque pessoas são vítimas de violação dos direitos do homem, com 
destaque os portadores de deficiências que costumam ser discriminados, e nessa condição, ficam 
excluídos do acesso e usufruto dos bens e serviços socialmente disponíveis. Ou seja, do princípio de 
igualdade entre todos. 
 A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDBEN nº 9394/96) estabelecem que os portadores de necessidades especiais devam estudar de 
preferência nas escolas regulares e que todos têm direito à educação. A Conferência Mundial sobre 
Educação para Todos (UNESCO, 1990) realizada em Jomtien na Tailândia, fixou metas para 
melhorar a educação de crianças e jovens com necessidades especiais. 
A Assembleia Geral da Organização das Nações produziu vários documentos dentre eles 
destacamos: 
 Declaração de Salamanca 
A Declaração de Salamanca, aprovada em 1994, na Conferência Mundial de Educação 
Especial, passou a considerar a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais em 
classes regulares como a forma mais avançada de democratização das oportunidades educacionais. 
 Como resultado da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, 
realizada entre 07 e 10 de junho de 1994, na cidade espanhola de Salamanca, a Declaração de 
Salamanca trata de princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. 
A inclusão de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema 
regular de ensino é a questão central, sobre a qual a Declaração de Salamanca discorre. 
Na introdução, a Declaração aborda os Direitos humanos e a Declaração Mundial sobre a 
Educação para Todos e aponta os princípios de uma educação especial e de uma pedagogia centrada 
na criança. Em seguida apresenta propostas, direções e recomendações da Estrutura de Ação em 
Educação Especial, um novo pensar em educação especial, com orientações para ações em nível 
nacional e em níveis regionais e internacionais. As orientações e sugestões para ações em nível 
nacional são organizadas nos seguintes subitens: 
 Política e Organização 
 Fatores Relativos à Escola 
 Recrutamento e Treinamento de Educadores 
 Serviços Externos de Apoio 
 Áreas Prioritárias 
 Perspectivas Comunitárias 
 Requerimentos Relativos a Recursos 
 Pode-se dizer que o conjunto de recomendações e propostas da Declaração de Salamanca, é 
guiado pelos seguintes princípios: 
 Independente das diferenças individuais, a educação é direito de todos; 
 Toda criança que possui dificuldade aprendizagem pode ser considerada com necessidades 
educativas especiais; 
 A escola deve adaptar–se às especificidades dos alunos, e não os alunos as especificidades 
da escola; 
 O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças. 
A Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais foi promovida pelo governo 
espanhol em colaboração com a Unesco. A Declaração de Salamanca repercutiu de forma 
significativa, sendo incorporadas as políticas educacionais brasileiras. 
 A Declaração de Salamanca é considerada um dos principais documentos mundiais que 
visam á inclusão social. Esta defende que inclusão e participação são essenciais à dignidade humana 
e ao desfruta mento e exercício dos direitos humanos. 
 
Dentro do campo da educação, isto se reflete no desenvolvimento de estratégias que 
procuram promover a genuína equalização de oportunidades (...). Ao mesmo tempo em que 
as escolas inclusivas preveem um ambiente favorável à aquisição da igualdade de 
oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço claro, não somente 
por parte dos professores e dos profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, 
pais, família, voluntários. A reforma das instituições sociais não constitui somente uma 
tarefa técnica, ela depende, acima de tudo, de convicções, compromisso e disposição dos 
indivíduos que compõem a sociedade (UNESCO, 1994, p. 5). 
 
A “educação de qualidade para Todos” tem a ver com a inclusão total, incondicional, de 
todos os alunos às escolas de seu bairro, como cita a Declaração de Salamanca (1994), e que 
ultrapassa o âmbito dos alunos com deficiência, englobando-os sem dúvida. Em outras palavras, 
este especial qualifica as escolas que são capazes de incluir os alunos excluídos, indistintamente, 
descentrando os problemas relativos à inserção total dos alunos com necessidades educativas 
especiais e focando o que realmente produz situação lamentável de nossas escolas. 
Outra lei que veio pra auxiliar a inclusão não somente em escolas, mas na sociedade em 
geral a lei brasileira de inclusão – LBI 
 Em vigor desde 2016, a lei federal nº 13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida como Lei 
Brasileira de Inclusão (LBI) tramitou pelo Congresso Nacional desde 2003 e sofreu diversas 
transformações até ser aprovada. Entre os avanços apresentados na lei, está o auxílio inclusão para 
trabalhadores com deficiência que exerçam atividade remunerada, a liberação de recursos do FGTS 
para aquisição de órteses e próteses e a proibição aos planos de saúde de praticarem qualquer tipo 
de discriminação em razão de sua deficiência. 
No campo da mobilidade, ficam reservadas 2% das vagas em estacionamentos e 10% dos 
veículos de locadoras de automóveis deverão ser adaptados para motoristas com deficiência. 
A LBI também traz novidades no campo da moradia com a reserva de 3% de unidades 
habitacionais em programas públicos ou subsidiados com recursos públicos. Na cultura, teatros, 
cinemas, auditórios e estádios passam a ser obrigados a reservar espaços e assentos adaptados. No 
turismo, cota de 10% de dormitórios acessíveis em hotéis, pousadas e afins. 
Na educação, as instituições de ensino não poderão cobrar mais de alunos com deficiência, 
além disso, obriga o poder público a fomentar a publicação de livros acessíveis pelas editoras. 
 Na nossa Constituição Federal (1988), observa-se uma tendência dos pais de se 
organizarem em associações especializadas para garantir o direito à educação de seus filhos com 
deficiência, pelo medo da discriminação. Ou, ainda, os pais querem proteger seus filhos em uma 
escola cercada pelos muros da indiferença e, sendo assim, confirmam sua exclusão social e escolar. 
Como afirma Cury, “o contorno legal indica possibilidade e limites de atuação, os direitos, 
os deveres, proibições, enfim, regras”, porém, a conversão para as realizações no cotidiano 
entra em choque com as condições sociais. Inegavelmente, tudo isso tem impacto nas vidas 
das pessoas, pois sabe-se que a educação tem um papel de destaque na formação do cidadão 
(cury 2002, p. 08). 
 
Essa foi uma apresentação rápida da DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Recomenda-se 
que você conheça o seu texto na íntegra. e para facilitar,na coluna ao lado há os links para acessá-
la, assim como a LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO. 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
No dia 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) – na ocasião 
composta por 58 Estados-membros, entre eles o Brasil – instituiu a Declaração Universal dos 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/onu.htm
Direitos Humanos. O documento define os direitos básicos do ser humano. Em seus trinta artigos, 
estão listados os direitos básicos para a promoção de uma vida digna para todos os habitantes do 
mundo independentemente de nacionalidade, cor, sexo e orientação sexual, política e religiosa. 
A declaração é um marco normativo que serve de pressuposto para as condutas de estatais e 
dos cidadãos. Os princípios nela contidos têm a função de inspirar e balizar o comportamento dos 
indivíduos. Vejamos a seguir o texto da declaração a partir de seus objetivos. 
A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido 
por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da 
sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforcem, através do ensino e da educação, 
por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de 
caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e 
efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-membros, quanto entre os povos dos territórios 
sob sua jurisdição. 
 De maneira geral esta declaração assegura a todas as pessoas, independente de raça, cor, 
sexo, religião, sem distinção alguma, os mesmos direitos a liberdade, a uma vida digna, à educação 
fundamental, ao desenvolvimento pessoal e social, enfim à livre participação na vida comunidade. 
 Convenção da Guatemala, de 28 de maio de 1999. 
Eliminação de todas as formas de discriminação contra pessoas portadoras de deficiência e 
o favorecimento pleno de sua integração à sociedade. Define a discriminação como toda 
diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, ou em seus antecedentes, 
consequências ou percepções, que impeçam ou anulem o reconhecimento ou exercício, por 
parte das pessoas com deficiência, de seus direitos humanos e suas liberdades 
fundamentais. Convenção ratificada pelo Brasil: Decreto n.º 3.956, de 08 de outubro de 
2001 . 
No seu artigo I, a Convenção define o termo deficiência, significa uma restrição física, 
mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma 
ou mais atividades essenciais da vida diária causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. 
 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS 
 
O presente trabalho foi realizado diante de coleta de dados na pesquisa bibliográfica através de 
livros, documentos impressos e artigos seguiu os caminhos de uma pesquisa de cunho qualitativo e 
de uma revisão bibliográfica, cujo foco principal era obter dados para permitir analisar e descrever a 
educação inclusiva adotada pelas escolas regulares, objetivando a compreensão do processo da 
mesma. Na visão de Lima (2004), diferentes tipos de pesquisas abrigam um conjunto de técnicas de 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/cidadania.htm
coletas de materiais que funcionam como instrumentos confiáveis possibilitando ao pesquisador 
sistematizar o processo da localização, coleta, registro e tratamento dos dados e informações, 
julgadas como necessárias à fundamentação das descrições, discussões, análise e reflexões à medida 
que permitem ao pesquisador dispor de referencial indispensável para a fundamentação do 
problema investigado. 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Os textos que foram tratados neste trabalho buscaram refletir sobre a inclusão e a 
representação das crianças com deficiência no cotidiano escolar, explicitando que a imagem e as 
características dessas crianças muitas vezes são mal interpretadas pelas pessoas. Diante disso, 
compreendemos que o aluno com deficiência apresenta dificuldades de interagir com os outros e a 
mediação favorece a participação, o que foi reafirma como é importante o processo de interação, 
reforçando que cabe ao professor e toda comunidade escolar contribuir com a elaboração de 
estratégias para facilitar essa interação dessas crianças no ambiente escolar. 
A inclusão do aluno com alguma deficiência também requer a inclusão dos próprios 
professores de modo que estes disponham de um ambiente favorável à reflexão da prática e os 
sentimentos que a presença de uma dada peculiaridade suscita. É preciso investir na construção de 
um espaço de escuta desses profissionais, para que possam dar vazão aos sentimentos sejam estes 
de amor, de raiva, dor, angústia, frustação ou (in) satisfação, compartilhando e re (significando) sua 
experiência. 
O desafio de ensinar a todos os alunos, na escola que se quer inclusiva, exige, portanto, o 
compromisso com indagações, de modo que consiga subverter o ideal de turmas homogêneas à 
revelia de quadros diagnósticos pré-definidos. Incluir significa ver além da deficiência e as 
diferenças consideradas peculiaridades que a escola precisa se dispor a acolher. Precisamos rever a 
nós mesmos, sujeitos da ação, reconhecendo nossas atitudes, valores, limites, preconceitos, desejos 
e possibilidades, enquanto elementos contribuintes na efetivação do arquétipo inclusivo. 
Vale salientar que a efetivação de ideias inclusivas requer mais que boa vontade dos 
professores, os quais não podem ser tomados como os únicos responsáveis por esse processo. Com 
a inclusão, torna-se grande o comprometimento de todos e a preocupação da escola em criar 
condições para que sejam supridos possíveis impasses estruturais, funcionais e formativos de seu 
corpo docente. Também é importante lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas 
pessoas são colocadas em um grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores morais e de 
respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades 
diante da vida. A forma holística de entender as necessidades auxilia na compreensão das 
necessidades do próximo criando ambiente favorável para que todos possam desenvolver seus 
potenciais. 
Percebemos no espaço temporal percorrido, que a impossibilidade do efetivo 
desenvolvimento da Educação Profissional que atenda a demanda vincula a Educação Especial, 
está, via de regra, atrelada a insuficiência e a indefinição de orçamento para tais ações. Além disso, 
a promoção de projetos e programas pontuais, descontextualizados do todo, também dão corpo a 
referida impossibilidade. Diante disso, a edificação de um novo paradigma, o paradigma da 
inclusão, que começou a influenciar a política educacional a partir de 2008, conforme demonstrado 
nas mudanças significativas ocorridas na legislação e nos documentos oficiais, se faz 
imprescindível, uma vez que, somente a partir dele, os processos efetivos de inclusão das pessoas 
com deficiência nas Instituições de Educação, sobretudo, nas Instituições de Educação acontecerão. 
 
 
6 CONCLUSÃO 
Diante dos teóricos analisados verificou-se que a inclusão é um grande desafio para a escola 
e seus educadores. Faz-se necessário que o processo se estabeleça nas escolas para se valerem às 
leis, para que desapareçam os vestígios de uma sociedade que, ao longo de sua história, perseguiu, 
matou e humilhou as pessoas com necessidades educativas especiais. Promover esse processo é 
promover a interação do aluno com necessidades educativas especiais com a escola e, com os outros 
alunos no processo de aprendizagem, onde o fundamental é estar se promovendo mudanças no 
cotidiano escolar. Essas mudanças devem vir de encontro com as necessidades desse aluno. A 
inclusão escolar é o mais novo paradigma educacional e defende a matrícula de todos os alunos na 
escola regular, preferencialmente na classe comum, inclusive para os provindosda Educação 
Especial. A escola regular deve estar apta para receber todos os alunos, independente das 
características que possam apresentar. Ela é o espaço educacional que deve ser usufruído por todos. 
Os alunos não devem mais ser deixados de “fora da escola” e mais do que isso, não devem 
mais ser segregados em espaços escolares diferenciados ou mesmo excluídos dentro da classe 
comum. O princípio fundamental desta política é de que o sistema regular deve atender a 
diversidade do alunado, isto é, todos os que se encontram excluídos, frequentadores da escola. 
Incluir não significa apenas estar lá, mas entender que a pessoa tem possibilidades de aprender das 
mais variadas formas, e com diferentes ritmos. A inclusão nos faz pensar profundamente sobre o 
mundo em que vivemos; aprender é uma ação humana individual, são as diferentes ideias, opiniões 
e níveis de compreensão que enriquecem o processo de aprendizagem sempre reconhecendo e 
valorizando as diferenças. Possíveis sucessos ocorrerão se os talentos forem explorados, atualizar 
possibilidades e desenvolver as pré-disposições dos alunos, onde esses sabem algumas coisas, que 
todos podem aprender mais no tempo e do jeito que lhe são próprios. 
 Mesmo com o respaldo legal, observa-se que o sistema educacional ainda não está 
estruturado para um serviço educacional totalmente especializado, as pessoas portadoras de 
necessidades educativas, principalmente no sistema público de ensino. A inclusão deve ser um 
motivo que força o aprimoramento da capacitação profissional dos professores em serviços e que 
questiona a formação dos educandos. Torna-se necessária uma preparação prévia desse professor, a 
redução de números de alunos por turma, uma estrutura física adequada e o apoio especializado ao 
docente regular, um acompanhamento permanente aos pais e uma campanha de conscientização 
com a comunidade sobre a problemática da inclusão do surdo em classe regular. Conclui-se que a 
inclusão é um movimento amplo, levando em conta não apenas o portador de necessidades 
educativas especiais, mas considerando também às diferenças individuais, direitos e deveres dos 
cidadãos. Faz-se necessário pesquisar e discutir sobre o assunto. É preciso que os professores se 
conscientizem de seu importante papel neste processo. Cabe a estes, de ensino regular como do 
ensino especial, aplicarem os conceitos de forma científica, para a partir deles tentarem promover a 
inclusão das pessoas com necessidades educativas especiais no ensino regular. 
Desejar uma sociedade acessível e se empenhar pela sua construção não pode significar o 
impedimento de acesso das pessoas com deficiência aos serviços atualmente oferecidos, pelo 
contrário, deve-se manter o olhar no ideal, mas os pés na realidade. A inclusão envolve mudanças 
em todas as pessoas e é um trabalho longo e desafiador. Igualdade de oportunidades é um desejo de 
muitas pessoas para um futuro, que esperamos, seja breve. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. REFERENCIAS 
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