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TCC Psicanalise dos contos de fadas

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO IMAGINÁRIO INFANTIL.
SÃO ROQUE/SP
2017
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
LUCIENE MARIA ALVES
A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO IMAGINÁRIO INFANTIL.
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização LatoSensu, do curso de Educação Especial Inclusiva- Com ênfase em Deficiência Intelectual, conforme Norma Regimental Interna e Art.47, Inciso2, da LDB 9394/96.
Orientador(A):
SÃO ROQUE/ SP
2017
RESUMO
Os conhecimentos passados na literatura infantil é algo muito importante por conta de seus ensinamentos, e pelo desenvolvimento das crianças.
Esse trabalho tem como objetivo, pesquisar os benefícios proporcionados pela literatura infantil, em especial os contos de fadas, e a sua importância e contribuição para a construção do imaginário das crianças.
Foi realizada uma pesquisa com base nos principais autores e assim enfocando e abordando a importante aplicação dos contos de fadas em sala de aula.
Neste trabalho também podemos verificar que apesar da extrema importância passada pela literatura, e da origem antiga dos contos de fadas, não se tem uma visão da sua contribuição para a construção do imaginário.
Conclui-se que na aplicação dos contos de fadas mesmo sem um direcionamento, eles permitem que o imaginário seja aguçado por suas histórias cheias de encanto, e que os professores devem dar mais importância na pratica de ler historias, e que aprendam a fazer com que as crianças tenham o prazer de se envolver no mundo encantado dos contos de fadas.
Palavras Chave: contos de fadas, imaginário, criança.
INTRODUÇÃO
A literatura infantil desenvolve o interesse de ler nas crianças, partindo para um lado lúdico e mágico, é assim a forma mais prazerosa e divertida de se aguçar o interesse. E assim juntamente com um adulto que já vive em um mundo mais real e letrado, desperte na criança a paixão pela leitura.
Este trabalho tem como objetivo principal, investigar e abordar de que forma a aplicação da literatura infantil, em especial os contos de fadas em sala de aula contribuem para o desenvolvimento do imaginário da criança.
O trabalho está estruturado em quatro capítulos. No 1° capitulo: A ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS relata o contexto histórico e todo o caminho percorrido até chegar aos contos de fadas que chegamos hoje. 
O segundo capitulo- O QUE É IMAGINÁRIO? relata sobre a construção de imagens, e como o imaginário está presente em nossas vidas desde muito cedo, e não damos tamanha importância.
No terceiro capitulo- OS CONTOS DE FADAS E O DESENVOLVIMENTO DO IMAGINÀRIO INFANTIL, relata a extrema importância da literatura na infância, pois a criança acaba aprendendo a sonhar, e assim ajudando no seu desenvolvimento.
No quarto capitulo- A IMPORTÃNCIA DOS CONTOS DE FADAS NO CONTEXTO ESCOLAR, relata a extrema importância de contar historias em sala de aula, não apenas como um momento de distração para os alunos, mas principalmente como estimulação do imaginário e assim criando a vontade de ler nas crianças.
1. A origem dos contos de fadas.
Antigamente na Europa as reuniões em volta da fogueira era um encontro familiar, e nesses encontros eram passadas de geração em geração as lendas antigas que existiam naquelas regiões, os contadores de lendas, eram pessoas simples como músicos, camponeses, barqueiros, que muitos deles eram analfabetos, mas tinham esse tipo de conhecimento, por ser uma tradição do local.
Existem evidências que relatam a existência dessas lendas antes mesmo do folclore, no século XIX, pois eram usadas no tempo medieval por pregadores para transmitir conceitos morais para as pessoas.
A origem dessas histórias são exibicionistas, grotescas e violentas, pois não eram contadas para as crianças, mas para diversão dos adultos.
É bem verdade que, num nível manifesto, os contos de fadas pouco ensinam sobre as condições especificas da vida moderna da sociedade de massa, eles foram inventados muito antes de seu surgimento, no entanto, por meio deles pode- se aprender mais sobre os problemas íntimos dos seres humanos, e sobre as soluções corretas para suas dificuldades em qualquer sociedade do que qualquer tipo de história compreensível por uma criança. (BETTELHEIM, 1986, p 11, 12)
Segundo Bettelheim, de modo geral as situações impostas pelos contos de fadas, são adequadas para um aprendizado de moral e de valores para as crianças, independente da época em que vivemos, pois os problemas sociais são basicamente os mesmos, e os contos são flexíveis para passar e ensinar isso para muitas gerações. 
Segundo estudiosos e folcloristas encontram cerca de 10.000 contos, contadas em diferentes modos. Uma única historia pode representar varias versões, mas sem perder um foco principal, que seria a moral da historia, como a historia da Chapeuzinho Vermelho, que o seu núcleo é formado pela menina que vai até a casa da avó e encontra o lobo na floresta.
Os antigos contadores de historias usavam meios com que as suas historias ficassem mais atraentes, fazendo como se fosse um pequeno teatro, acrescentando poemas, e assim era um meio de diversão e aprendizagem para o publico que presenciava o espetáculo. 
Há dois séculos um encontro de narrativas orais da idade média contados com uma estética textual que moldou a Literatura infantil e fez com que as historias da carochinha se tornassem universais.
É impressionante existe uma variedade de versões no mesmo conto, cada um contada do seu jeito, com as suas características e com isso fazia com que houvesse essas modificações.
As versões consideradas originais dos contos de fadas são totalmente diferentes da versão em que conhecemos em nossas infâncias, e que são passadas para as crianças nos dias hoje, os contos atuais tem um ar mais fantasioso, que trabalha muito mais com o lúdico.
Mesmo os contos com o ar mais inocente para as crianças existem essas variações de versões, como também nos três porquinhos, em algumas eles são devorados em outras eles escapam do lobo.
O primeiro a escrever um livro de conto de fadas foi o francês Charles Perralt, que nasceu em Paris no século XVII, aos 70 anos escreveu o seu primeiro livro de contos, era conhecido como “Historias da mamãe gansa”, era uma coletânea de oito historias e só teve sua publicação em janeiro de 1697, era uma redação simples, que em forma de versos traziam conceitos morais, esses livros traziam historias de bruxas, fadas e princesas que habitam até os dias de hoje no imaginário infantil como “A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela”, entre outros. 
Segundo o artigo de Karin Volobuef, entendemos um pouco mais sobre a história dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, eram bibliotecários, e este contato direto com a literatura, e maioria das vezes com livros de historias populares, e uniu ao conhecimento adquirido pelos amigos, que passaram para eles um pouco mais sobre as lendas. E assim no inicio do século XIX surgiu o interesse dos irmãos em adaptar essas historias para as crianças, que muitas delas fazem parte da infância de muitas crianças nos dias de hoje por meio das publicações nos livros, e pela lançamentos de filmes da Disney.
Segundo Bettelhein (1986), os contos de fadas durante esses dois séculos, tem um papel muito importante na vida das crianças, pois desde cedo despertam o imaginário, e ensinam novos caminhos e descobertas na vida.
A primeira publicação de um livro de contos de fada dos irmãos Grimm foi na Alemanha no ano de 1812, foi lançado próximo a data de Natal e se chamava “Contos de para o lar e as crianças” (em alemão: Kinder- undHausmärcher), que na sua primeira publicação continha 51 narrativas, entre elas eram Pele de Urso, Gata Borralheira, João e Maria, e o segundo volume saiu no ano de 1815.
Neste titulo já evidenciamos o verdadeiro intuito dos irmãos aos publicarem esse livro, pelo fato dos contos serem voltados para osadultos, a partir dai vemos uma proposta educativa.
Essa concepção de mudança na literatura infantil contribuiu com diversas áreas como a filologia, antropologia e a literatura comparada.
Os contos desde o inicio tem o objetivo de trazer ao leitor um conceito moral, ao passarem isso para a criança eles passam a entender o seu papel na sociedade, e que entendam por meio dos contos que na vida real também existe, o bem e o mal, e aprendendo que se agir da forma correta vai ser benevolente para seu destino, e isso mudara muito a sua vida.
Nos contos de fadas existe uma grande característica que muitas vezes não e existente em outras historias comuns da literatura infantil, pois os contos de fadas além de trabalharem muito com o imaginário, fazendo com que exista o sonho do príncipe encantado, ou de morar em um castelo. Mas também existe a parte do ensinamento por meio de historias em que sempre e em qualquer lugar, existem as pessoas más que irá tentar fazer o mal e tentar prejudicar as pessoas boas, e sempre mostrando o fim em que esses mal feitores acabam tendo, e isso tem um papel muito importante na construção moral da criança.
Contos como a Rapunzel, mostra muito bem essa teoria de Bettelheim, pois era uma garota inocente, em que não conhecia o mundo fora de sua torre, e teve essa ousadia em buscar novos horizontes, e com isso apesar da desobediência, que é algo natural em todos nos na fase de amadurecimento a busca de novas aprendizagens.
Nos dias de hoje mesmo com a presença de meios tecnológicos, os contos de fadas fazem parte da vida das crianças, pois os pais e educadores fazem questão de passar isso para eles. 
Entre as gerações existe uma certa rivalidade, o fato de crianças e adultos ter que conviver, as diferentes etapas de uma vida como o nascimento, amadurecimento, velhice e a morte, os diversos e diferentes sentimentos que fazem parte de cada um de nós, como o amor, a inveja, ódio entre outros, e que necessitam de uma explicação do mundo que nos rodeia, para q tenhamos modos e formas de lidar com essas diversas situações.
Os contos de fadas também ajudam a lidar com dificuldades muitas vezes passadas todos os dias pelas crianças, mesmo sendo textos tão antigos, passam o que faz parte da sua realidade nos dias atuais, como: rivalidade entre irmãos, o sofrimento da morte dos pais, e o que passam com as madrastas, inveja, medo, inferioridade, bullying, vingança e por isso elas pedem para ler diversas vezes a mesma história.
Em certos momentos os contos parecem ser muito reais para as crianças, pois nesses contos relata a presença de madrastas, o afastamento dos pais, o sofrimento muitas vezes causado por essas situações.
Por um lado isso se diferencia das historias comuns da literatura infantil, pois diverte ou informa, mas não contém muitos significados para se obtiver. Segundo Retelhei não existe literatura tão satisfatória e enriquecedora para crianças e adultos do que os contos de fadas.
Em certo momento na vida das crianças, elas acham prazeroso em utilizar as fantasias, e brincar com a imaginação e ouvir as mesmas histórias varias vezes.
Para eles não se torna cansativo de ouvir histórias de contos de fadas que começam “Era uma vez...” e terminam com “viveram felizes para sempre”. Essa idéia cria a esperança de que as coisas na vida podem dar certo e elas podem ter sucesso em suas dificuldades, e mesmo que os contos tenham partes às vezes consideradas cruéis, são amenizadas por essas palavras, pois eles entendem que seguindo o caminho certo e do bem tudo vai dar certo, mesmo tendo os maiores problemas.
A punição é algo que traz um certo medo, e assim muitas vezes limitando as pessoas de cometer crimes e de fazer coisas erradas, e os contos de fadas mostra um pouco disso, as pessoas que fazem o mal, acabem perdendo e tendo um final nada legal, e as pessoas que fazem o bem, no caso os “mocinhos”, acabem se tornando verdadeiro heróis e acabam sendo muito mais atraentes para as crianças, e desse modo passando algum ensinamento para elas
Todas as crianças se identificam com o encantamento passado nos contos, e se sentem aliviadas em sentir raiva da bruxa malvada, coragem do príncipe que salva a princesa e faz com que a historia acabe com um final feliz, a sabedoria do rei, a fragilidade da princesa. Todos nós temos um pouco dessas características em diversos momentos e situações de nossa vida.
São histórias criativas e bem elaboradas que prendem a atenção, desperta a curiosidade, a imaginação e a criatividade, promove o enriquecimento na vida interior da criança, auxiliando-a a entender melhor as suas emoções, e evoluem na questão do imaginário. Como acontecem nas brincadeiras, as fantasias e os contos de fadas têm um papel importante no seu desenvolvimento lúdico.
A estimulação pela leitura deve vir dos pais da forma mais natural possível, com o objetivo de promover o máximo de desenvolvimento tanto na parte lúdica, intelectual, imaginaria, para criar o habito da leitura entre tantos outros.
2. O que é o imaginário? 
Incontestavelmente é necessário começar o capítulo com esta pergunta pertinente que ao decorrer do mesmo iremos responder. 
Baseado na leitura do livro O que é Imaginário de François Laplantine e Liana Trindade compreendo pontos importantes que abordam um conceito de Imaginário. Nossa mente produz a todo o momento uma seriação de imagens, como no caso de uma agencia de publicidade que depende da bagagem cultural já adquirida para compreendermos a imagem formada que pode ser decorrente das experiências e as mesmas definem o nosso universo mental, que é moldado a todo instante. 
As imagens obtidas pelo nosso cérebro são na maioria das vezes representações de nossos ideais e são codificadas em formas de informações, sendo assim imaginar não é só pensar e sim interpretar e relacionar fatos, analisar situações dando interpretação a elas. Imaginar é penetrar, explorar os fatos dos quais se retira uma visão. A partir desta visão para que isso se torne concreto é necessário o uso de símbolos que tem a função de revelar ou ocultar fatos, direta ou indiretamente que propõe o individuo a participar e interagir. 
A constituição de imagem é algo criado, que surgiu do ato de pensar, com isso a imagem que obtivemos de um objeto não é o objeto em si e sim uma interface do objeto externo. O âmbito virtual que é extremamente atual é um belo exemplo afinal à imagem que conhecemos é uma personificação de uma imagem criada que muitas vezes está distante da imagem original, a imagem que criamos é marcada pelos sentimentos e experiências que tivemos com esta pessoa. 
O Imaginário é unido ao pensamento, tem sentido intuitivo e também cria um espaço indeterminado que parte do sujeito e da sociedade pressupondo o fator sócio histórico e instintivo dão sentido coletivo. A realidade seria então algo percebido e interpretado e a partir disto percebemos a própria natureza, as pessoas e o meio social no qual pertencemos. A realidade não é estabilizada é formada pouco a pouco e correm o risco de viciar o olhar e o pensamento afinal aquilo que está muito próximo da visto pode ser visto, mas não interpretado, a representação tradicional é formada pelos signos primitivos sejam eles visuais ou de linguagem. 
No escopo desta definição é importante que sigamos alguns conceitos correlatos e quanto ao símbolo atribuídos por Paul Ricoeur e as teorias psicologias de Carl G. Jung e as teorias substâncialistas que dão continuidade à tradição neoplatônica que significa o supremo esforço do pensamento clássico que tem como função relacionar os sinônimos dos símbolos e a imagem dinâmica. 
Na mesma linha de pensamento Jung interpreta que as imagens são formas derivadas de sentidos afetivos e típicos que remetem à estruturação do inconsciente. Inconsciente que se torna coletivo no qual o individuo doa significados às situações de acordo com o universo em que vive. 
Para Paul Ricoeur ‘nos símbolos residem os sentidos que os homens irão descobrir: o inconsciente é depositário de significados da experiência, cabendoao homem à criação das formas...
 ’. Toda imagem é produto e produtor do imaginário, revestida de universalidade, embora tenham formas culturais específicas. A indiferença entre os conceitos de imagem e símbolo afasta o segundo plano da diversidade de sentidos entre as culturas.
Para outro teórico chamado Charles S. Pierce ‘‘o símbolo é um signo determinado por seu objeto dinâmico somente no contexto em que é apresentado, sendo por isso convencional... ’’.
Por possuir caráter convencional o símbolo com suas ambiguidades possui funcionamento social que representa um movimento unitário pressupondo que cada indivíduo tem uma cultura sobre a mesma figura sintética. 
A semiótica é a doutrina formal dos signos conforme estudado por Charles Sanders Peirce a semiótica é segmentada e isto é derivado aos gêneros que os signos possuem, o símbolo através de seus possíveis estímulos ultrapassa o objeto referente e atua com relações substitutivas ele ainda afirma que a vida social é impossível fora de uma rede simbólica. 
Símbolo e imagem são conceitos diferentes mais ambos constituem-se das representações que não significa necessariamente a pura substituição do objeto e nem sua reprodução e sim uma reapresentação do objeto percebido com significados diferentes. 
Referindo-se aos objetos sejam eles formas, imagens concretas, abstratas, música, fotografia, etc... Todos apontam para uma concepção visual e conceitual, este tipo de relação é derivado do signo artístico que não possui caráter convencional. 
Segundo Eliana Yunes (YUNES, 1982, p.40):‘O imaginário é herança universal e faz parte do campo das representações, mas não é uma instância reprodutora ou uma transposição de imagens...’ 
Podemos então dizer que o imaginário é evocador de imagens que utiliza o símbolo para exprimir e existir, a simbologia pressupõe a capacidade imaginaria que em outras palavras tem a capacidade de revelar uma imagem e uma relação que são diretamente dadas pela percepção. 
Um processo criador é dado a partir do imaginário e tem dentre suas funções transformar e reconstruir o real, isto é, configura a representação. Em sua grande dos símbolos seja dado na confiança do intuitivo o imaginário não implica na negação do real, nem na ausência da razão. 
Transitar em diversos níveis do imaginário é uma concepção que esclarece o imaginário autêntico e não nos afasta da realidade, ao contrário, nos permite restituí-la e recriar-la. Levando em conta que o imaginário não modifica o objeto físico a pessoa que faz uso do imaginário pode ultrapassar as representações já massivas que a sociedade produziu podendo então criar, fingir, improvisar, adaptar suas novas relações com o mundo e o objeto fazendo uso do processo cognitivo e é desta forma que o imaginário pode criar o possível real imerso de potencialidades por surgir do incerto. 
Um estudioso chamado Jean Baudrillard desenvolveu uma teoria que se faz presente no processo imaginário que tem como principio básico: ‘ O signo matou a coisa e o ficou foi o referencial’ e um exemplo disso é o que ocorre com as crianças de hoje que não sabem que o leite antes mesmo de ir para a prateleira do mercado é retirado da vaca, que é um animal que é criado para isso. Sendo assim a essência do original está sendo esquecido e fantástico mundo das inovações está fazendo com que as pessoas não têm tempo de imaginar já que tudo que elas desejam se encontram à disposição em alguma prateleira.
Os escritores são exímios e eternos imaginários que fazem as estruturas estereotipadas que conhecemos e transformam um cotidiano, cria um passado, um presente e possibilita aos leitores um futuro por mais que já esteja definido, real e imaginário são inusitados e faz parte de uma ficção que dá asas a imaginação. 
A continuidade do processo real ao imaginário só se consolida num processo extenso e tem como agente principal uma produção, que é muito vista nos contos de fadas que possui uma narrativa que pode partir para uma ação descritiva e consequentemente ao desenvolvimento da linguagem e do repertório infantil, que, segundo Vigotsky estão seriamente interligados, o imaginário pode ser comparado ao jogo lúdico que é dinâmico e permite a criança habitar seu próprio universo e também podemos dizer que outro universo tem a possibilidade de se inserir no seu mundo. 
As experiências realizadas são analisadas de forma inconsciente a partir de uma ideia, comparações até o processo imaginário infantil e alguns agentes são consideradas como injeções lúdicas como caso de algumas historias que são contadas para crianças, especificamente na historia da fada madrinha que se utiliza da varinha e é referencia a uma invenção lúdica que trás a conexão do ato de pensar, passa pela seriação imagética para a formação de algo concreto ou referencial e esta atrelado ao desenvolvimento da imaginação. A maioria das crianças tem seus primeiros feitos imaginários concretos quando expressam seu pensamento em frases curtas e grande parte deste potencial é derivado do contato lúdico com a literatura, em especial, com os contos de fadas. 
Os estímulos procuram sempre alimentar o exercício imaginativo das crianças, criações textuais a partir da leitura dos contos de fadas acionam o pensamento com mais intensidade. Deste modo seja por meio de devaneios ou novos contos as crianças desenvolvem novas historias, desenhos e exibem suas produções através de seu desenvolvimento da linguagem. Isso permite notar o amadurecimento que se dá tanto em nível linguístico quanto ao nível simbólico e a palavra é o resultado dos processos internos da imaginação. Em primeiro momento o imaginário é expresso de forma confusa, nenhuma ilustração é criada, apenas contornos são expressos, após um amadurecimento a simbologia começa a ser retratada de maneira mais clara em razão dos exercícios e estímulos que podem desenvolver este recurso. 
Uns dos primeiros sinais concretos também são vistos em alguns desenhos que as crianças realizam e a partir disso que se desenvolvem, cabe ao ambiente entrelaçar as crianças para que o seu aspecto imaginário seja rico, os estímulos são necessários desde o nascimento da criança, a interação com os pais é extremamente importante, pois o afeto é um dos recursos que viabilizam a sensação de segurança para a criança. 
Todos os elementos que permeiam o universo do imaginário não se restringem ao prazer, como evidencia Vygotsky (1989),ou ao perder ou ao ganhar, mas proporcionam outras experiências que ajudam em etapas posteriores de seu amadurecimento enquanto ser social. Outros aspectos também complementam essa capacitação, como a possível habilidade de se comunicar das mais interessantes e diversas formas, a estimulação do processo criativo, imaginário e social, como também o impulso a experimentação. 
Segundo Emerique (1999: 192-3) evidencia o quanto o imaginário é importante para o desenvolvimento natural do ser humano, pois: 
[...] considerada a função ambivalente do jogo( que associa a norma e a sua negação, o interdito e o autorizo, o sucesso e o fracasso, o ganhar e o perder, o real e o fictício), conclui-se que não basta permitir ou dar o direito ao lúdico, sendo preciso despertar e manter o desejo de brincar, pois a atividade humana resulta da motivação proposta pela atividade e pela realidade onde a pessoa está inserida.
Diante de todas essas posições, acredita-se ser de extreme importância ampliar o conteúdo lúdico para o desenvolvimento do imaginário, evidenciando os valores inclusos em seu conteúdo, levando a todos os campos culturais, sociais e educacionais. Em razão da constante redefinição dos valores conceituais do processo imaginário, a atividade ultrapassa a importância de apenas incutir valores vigentes no contexto social, inclusive dentre outros adicionais complementar a personalidade da criança, propiciando um espaço de convivência critica, favorecendo as todos os aspectos sociais, psicológicos, culturais. 
A sociedade contemporânea é muito objetiva e acaba reduzindo a criatividade do aluno quanto às perspectivas técnicas.Desta forma o imaginário surge para reverter o quadro sistematizado e proporcionando possibilidades de assumir os riscos e prazeres implantados em conjunto com o lúdico. 
3. Os contos de fadas e o desenvolvimento do imaginário infantil.
Nos primeiros anos de nossas vidas, desenvolvemos maneiras muito particulares para construirmos nossas matrizes como comportamento emocional, individualização do nosso corpo, formação de consciência, e nesta fase em que as crianças desenvolvem o seu imaginário.
O imaginário infantil é muito fértil, qualquer objeto ou situação é o suficiente para desabrochar, e assim criar em sua mente situações incríveis e únicas.
Uma criança ao ouvir contos de fadas, transforma cada situações, em cada uma das palavras que lhe são contadas, e assim a criança de certa forma vive aquele momento, imagina, sonha, e deseja aquela situação, como o encontro do príncipe, os castelos entre outros.
Os contos de fadas, à diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem a criança para a descoberta de sua identidade e comunicação e também sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais o seu caráter. (BETTELHEIM 1986, p.23)
De um modo muito diferenciado, os contos de fadas desperta e desenvolve na criança, características muito positivas, uma característica muito forte, é a questão moral e afetiva desenvolvida a partir dos contos de fadas.
Segundo Bettelhein, os contos de fadas nos mostra desde a nossa infância que existe muitas diferenças no mundo, mas que podemos sempre escolher ser uma pessoa do bem ou do mal, e nos mostra também como o mundo é verdadeiramente, mas de um modo lúdico, criativo e encantador.
A questão moral transmitida para as crianças é baseada no seguinte tese, quem fará o bem recebera o bem, e quem fará o mal sempre terá um final trágico, e assim a criança vai construindo em seu imaginário que fazer o mal não é legal, não traz coisas boas, e se torna um meio de se ensinar desde cedo o que é certo e errado.
Quando contamos um conto de fadas para uma criança ela entra no “mundo da fantasia e da imaginação”, e ela neste período vai elaborando meios para resolver os problemas e muitas vezes tomando atitudes que um adulto tomaria, e assim ultrapassando aquelas expectativas do cotidiano, e assim achando meios de transformar a sua realidade em um faz de conta, em desejos que podem ser realizados quantas vezes ela desejar, criando e recriando situações que satisfaz de alguma forma algo que necessário no seu presente. 
Os contos de fadas atuam no emocional e imaginário da criança, contribuindo para auxiliar a tomar decisões e assim se tornando mais independente em
seus sentimentos, e assim lhe dando esperanças e que um dia ela poderá chegar a ter um final feliz.
Em cada conto sempre um marca mais para a criança e o símbolo pode ser um personagem, que irá fazer mais rica a identidade da criança, pois ela terá a curiosidade de experimentar outras formas de agir e pensar, possibilitando, pois no faz de conta, a criança desempenha vários papéis sociais.
O imaginário da criança flui ao presenciar um conto de fadas, e faz com que ela tenha a curiosidade, e que logo é respondida ao decorrer da historia.
E assim é onde a criança encontra a possibilidade em descobrir o mundo imenso em que vive cheios de problemas e conflitos, e que todos vivem e passam por esses impasses de um modo ou de outro, pelos personagens de cada historia.
Segundo Abramovich através de uma história que podemos descobrir outros lugares, outros tempos, modos de ser e agir, novas regras, outra ética. E também aprender muitas outras matérias como historia, filosofia, política, sociologia entre outras, sem saber o nome disso tudo e muito menos achando que isso tem cara de uma aula, considerada muitas vezes chata.
E é esse peso que as historias tem em nossas vidas, pois sempre aprendemos algo de rico e valioso para nossas vidas, por mais fantasiosa e lúdica que seja, pois aprendemos a ver o mundo e a sociedade, não apenas como algo difícil e perigoso de se conviver, mas que também existe os momentos de felicidade, e como devemos nos portar perante a sociedade.
As fantasias que são preciosas para uma crianças, os contos de fadas cumprem muito bem esse papel, já que elas muitas vezes provocam os desejos, perigos e o medo. 
Algo muito interessante e atraente nos contos de fadas, e o modo que se mantêm uma estrutura fixa, em praticamente todas as historias. Partem de um problema vinculado à
Realidade da sociedade, e que mesmo ao passar dos anos isso não muda (como carência de afeto, conflito entre mãe e filhos, madrastas, entre outros), que desequilibra a tranquilidade da vida de muitas pessoas.
Os contos são usados pelas crianças como um refugio para conseguirem a lidar com os problemas que mais os afetam em sua vida, e assim tentando enfrentar-los com a inocência típica de uma criança, mas com a coragem e determinação de um adulto. 
A criança se espelha muitas vezes nos contos de fadas, pois serve como apoio e ajuda para sua formação ideologia e de personalidade.
A história passa a ter sentido e riqueza para as crianças, pois nelas a justiça sempre é feita.
A imagem passada pelos contos é algo muito fundamental para as crianças como a presença dos pais, de um professor, educador, de um responsável por si. O fato de descrever metaforicamente sobre os diversos problemas que enfrentamos a cada dia, como a morte, estrutura familiar abalada, conflitos do ser humano, separação vingança, é algo que traz muito potencial para esses contos
E o que se torna alvo de medo ou espanto para as outras pessoas, de acordo com a realidade de cada cultura, geração, situação familiar.
Uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de nossa identidade é a nossa imaginação. 
Em algumas situações que são aparentemente absurdas, em nosso inconsciente ilustra os nossos conflitos, como virar comida de bruxa, se aventurar em uma floresta, ser maltratado por uma madrasta, resolver todos os seus problemas no encontro de um amor.
Mesmo com as mudanças obvias do mundo, o grande problema dos seres humanos são de lidar e enfrentar o crescimento seguido de morte, com diversas situações em alguns casos catastróficos. 
No mundo do faz de conta, os desejos de uma criança pode ser realizado quantas vezes quiser e facilmente.
A possibilidade descobrir um mundo cheio de conflitos, e as suas soluções para serem resolvidos os problemas de cada personagem dos contos.
 Com todas as características dos contos de fadas, o principal é o rico ensinamento moral e o aprendizado de valores passado para as crianças, e o desenvolvimento de seu imaginário que são aguçados e se torna prazeroso tanto para as crianças que são ouvintes desses contos, mas também para os adultos que são os responsáveis em passar esse conteúdo.
4. A importância dos contos de fadas no contexto escolar
É importante trabalhar os contos de fadas na educação infantil para que os alunos possam se prevenir dos possíveis problemas e dificuldades de aprendizagem, já que é uma das fases de grande importância para o desenvolvimento do ser humano. 
Os contos de fadas são espelhos onde podemos retratar dos problemas e suas soluções apenas com a imaginação, devemos levar em consideração as conversas estabelecidas após a narração dos contos. Para que assim a criança consiga visualizar suas dificuldades, fala dos seus problemas, relacionar seu contexto de vida com a narrativa, sendo assim ela pode expressar os seus próprios sentimentos e isto é muito significante para que a criança possa perceber que existem outras pessoas que tem problemas e mesmo assim conseguem superá-los. 
É importante ressaltar que a apresentação dos contos originais é essencial pois eles relatam os detalhes específicos da historia e por mais insignificantes que pareçam os detalhes são essenciais por as crianças conseguem distinguir com mais facilidade o significado de cada conto. Os contos mostram os conflitos que vem de geração para geração, trabalham com o humano, com a rivalidade fraterna que muitas vezesé maquiada pela sociedade, com sensações atípicas. Os contos de fadas tem o papel de mostrar a maneira subjetiva e objetiva dos fatos e que muitas vezes demonstra que a vida não é tão fácil quanto se pensa e que aquilo que almejamos leva tempo para ser conquistado e que a única forma de atingir os objetivos é alcançar-los por mérito próprio. 
Os contos de fadas surgiram na França no final do século XVIII sob iniciativa de Charles Perrault (1628 –1703) e originalmente veio como uma adaptação de seus contos para que eles adequassem à corte do rei Luiz XIV, as narrativas folclóricas contadas pelos camponeses e serventes do serviço feudal que forneceram matéria-prima para estes contos. 
Apesar de a camada popular ser distante da nobreza essa cultura era transmitida inconsequentemente devido ao inevitável contato deles nos momentos de comercio, pela presença das governantes e os outros serviçais que frequentavam sua residência e após coletar essas narrativas Charles Perrault eliminou ao máximo as passagens obscenas que continham incesto, canibalismo e sexo grupal e manteve assim o apelo literário junto aos salões parisienses. Foram os franceses que criaram o termo ‘’Conte de Fee’’ que logo se tornou o ‘’Fairy’’. No Brasil este movimento surgiu comente no século XIX. 
Segundo BETTELHEIM (1986, p.14) a maioria dos contos de fadas se originou em períodos em que a religião era parte muito importante da vida, por isso em sua grande maioria retratam temas religiosos. 
No entanto os contos de fadas nada mais eram do que os relatos corriqueiros da vida dos camponeses, recheados por choques de realidade, aventuras e pornografias o que era pouco indicado a crianças. Eram apenas relatos que serviam de entretenimento e apenas anos mais tarde eles surgiram com a descoberta das fadas, que veio como a idealização de uma mulher perfeita e linda que em toda ocasião se mostra poderosa, dotada de poderes sobrenaturais, foi necessário utilizar tais historias alienadas também na educação já que as crianças gostavam muito deste tipo de conto e desse mundo fantasioso no qual eram inserindo e ajudavam a formar a personalidade dessas pequenas pessoas. 
Os contos de fadas caracterizam-se pela presença do elemento ‘’Fada’’ que vem do latim ‘’Fatum’’(destino, fatalidade, oráculo). 
Comprova-se que as fadas tiveram origem comum em função do próprio termo que as designa: “fada”.Sua primeira menção documentada em textos novelescos foi em língua latina: fata (oráculo,predição), derivada de fatum (destino,fatalidade). Nas línguas modernas: fada (português); fata (italiano); fée (francês); fairy (inglês); feen (alemão) e hada (espanhol).
(COELHO,2009,p.78).
Ao chegar ao Brasil a adaptação de um modelo europeu de conto abrangia todo tipo de literatura até então usada, sendo assim apropriava-se do projeto educativo e ideológico que via no texto infantil e na escolaeram aliados indispensáveis para a formação cidadãos. A formação que tem como base tais textos aproxima-se do patriotismo, o amor, o respeito à família e aos mais velhos até mesmo a piedade pelos pobres e fracos. 
É através das historias que se tornam possíveis o descobrimento de outros lugares, outra temporalidade, outras formas de agir e pensar, outras regras, outra ética. E ficar sabendo de historia, filosofia, direito, politica, sociologia sem precisar saber o nome de todos estes conceitos conforme é retratado por Abramovich. 
A entonação do conto de fadas é lenta habitualmente, mas mantém um fator vital que é a ênfase nas qualidades morais do herói ou da heroína. Os bons são valentes, pacientes, gentis, generosos e belos, estereótipo perfeito. Já os maus são destrutivos, feios, terríveis e a justiça realiza-se de maneira satisfatória. Bruxas, dragões, ogros e gigantes são mortos ou postos em fuga, o príncipe casa-se com a princesa e são felizes pela eternidade. A forma simbólica no qual são apresentados permite aos ouvintes considerarem suas situações justas ou nem tanto, sonhar com o dia em que o mundo será fantasioso. 
Afinal por que é importante ouvir histórias? Depois dos instintos mais primitivos o ato de falar é uma das artes mais antigas e nos velhos tempos o povo se sentava ao redor do fogo para se esquentar, alegrar, conversar e contar seus causos. Pessoas vinham de longe para contar e repetir suas historias para guardar suas tradições e sua língua. As histórias hoje em dia são incorporadas em nossa cultura, ganharam as nossas casas, através de anos de perpetuação de seu gênero, seus livros coloridos e encantadores. Os pedagogos utilizam desse processo educacional como se fosse uma mina de ouro, afinal é parte importante na vida da criança à literatura que é considerada alimento precioso do saber. É conhecendo a criança e seu misterioso e intenso mundo que podemos avaliar todo o valor da literatura em sua formação. A criança vive em um mundo próprio, particular, povoado de sonhos e fantasias.
Ouvir os contos é um fato prazeroso que desperta o interesse das pessoas em todas as idades. Um bom adulto que gosta de ouvir causos certamente vai ensinar a criança na qual convive o valor de sua capacidade imaginaria afinal as crianças são ainda mais intensas no ato de imaginar. A narrativa é constituinte da criança desde o seu nascimento, através da voz amada, dos carinhos, das canções de ninar, que mais tarde são substituídas pelas cantigas, as narrativas que elas mesmas trocam com os outros sujeitos. Bater palmas, sorrir, sentir medo ou imitar alguém é um dos indicadores do interesse das crianças pelas histórias e para isso é fundamental para a formação da criança. 
O primeiro contato de uma criança com um texto é oral, quando seus familiares contam diversos tipos de historias, como a do seu nascimento, os fatos decorrentes deste acontecimento. A medida de seu crescimento as crianças vão ficando criticas quanto ao tipo de historia que gostam de ouvir, qual sua parte preferida. É neste momento que as historias vão se tornando mais complexas, as crianças começam a interagir, acrescenta personagens e chega ao extremo de corrigir algum fato que por ventura o narrador tenha esquecido. As histórias reais são fundamentais para que a criança possa estabelecer sua identidade e consequentemente compreender melhor as relações familiares. 
Um dos fatores relevantes é o vinculo afetivo que o contador de historias é capaz de transmitir a criança. Contar e ouvir uma história é partilhar uma experiência, uma descoberta no mundo das historias e dos livros. A possibilidade de envolver o real e o imaginário é uma vertente importante já que é natural que a criança desenvolva a habilidade da leitura e também possa diferenciar suas relações convencionais com a história, podem também aprimorar a sua capacidade de imaginar, podem estimular seus pensamentos, seus habilidades de criar e recriar. E num mundo onde tantas tecnologias retratam as informações de formas tão prontas a oportunidade de sustentar o imaginário, num futuro próximo, retira-o da sociedade engessada que os indivíduos não tem criticidade, são insensíveis e não compreendem sua própria realidade. 
Por isso é importante garantir que as narrativas façam parte desde os primeiros anos de vida da criança para que possam contribuir para o desenvolvimento de seus pensamentos lógicos e também imaginários, Vigotsky (1992, p.128) 
A imaginação é algo muito intenso na vida de uma criança, são momentos em que a criança se desenvolve de uma maneira muito individual, pois é algo muito particular e intimo, e são nesses momentos em que a criança acha a oportunidade de se afastar de sua rotina de vida, e criar um mundo ou situações de seu desejo.
Esse distanciamento da realidade através de uma história, por exemplo, é essencial para uma penetração mais profunda na própria realidade. Afastamento do aspecto externo aparente da realidade dada imediatamente na percepção primária possibilita processos cada vez mais complexos, com a ajuda dos quais a cognição da realidade se complica e se enriquece. ’’ (VIGOTSKY 1992, p.129).
A realidade e o imaginário,durantes os primeiros anos de vida as crianças desenvolvem suas próprias maneiras e seus esquemas de relações com o mundo e as pessoas que convivem ao seu redor. Essas interações em sua grande maioria são desenvolvidas pelo seu contato com o meio, por isso este processo é bem interiorizado é os aspectos afetivos são predominantes sobre os fatores lógicos e objetivos.
Segundo FERREIRA (1975, p. 918) “Imaginar é construir ou conceber na imaginação; fantasiar, idear, inventar; é o ilusório; o fantástico. Imaginação: é a faculdade que tem o espírito de representar imagens. Imaginário: é o que só existe na imaginação”. Sendo assim uma criança que ouve contos de fadas, transforma as palavras que são contadas a elas, fazendo referencia aos seus sonhos, seus ideais, seus amigos, personagens, seus medos, suas vitorias e as mais derivadas associações. 
Os contos de fadas são diferentes das outras formas literárias, permite que as crianças sejam encaminhadas para sua autonomia literária, seu caráter. Quando a criança é inserida no mundo fantasioso de um conto de fadas, ela passar a administrar e elaborar hipóteses para a resolução dos problemas e pode assumir qualquer caráter figurativo além daqueles que ela vivencia no cotidiano, para transformar a realidade. No faz de conta seus desejos são feitos ao gênia quantas vezes elas querem, criando e recriando situações que ajudam e atendem suas necessidades interiores de alguma forma. 
Sendo assim, os contos de fadas atuam no âmbito emocional e imaginário da criança e contribuem nas suas decisões que estão relacionadas com o processo autônomo da criança e sua independência. O símbolo dentro de um conto muitas vezes é um personagem, que enriquece a identidade da criança, graças a experimentação de outras formas, de ser e de pensar, possibilitandoa ampliação de suas relações com o meio, pois no faz de conta, a criança assume múltiplos papéis sociais. 
Os contos têm diversas funções, dentre elas a de expor as crianças as suas fantasias, pois elas provocam o medo, desejos, o perigo e diversos outros tipos de sensações. Assim se não conhecerem as fantasias nunca saberão e não poderão realizar-los. Para fantasiar é necessário que algum desejo tenha sido satisfeito em algum momento de sua vida, pois só assim, saberão o que desejar. A maioria dos contos de fadas possui uma estrutura fixa e partem de um problema vinculado à realidade, que desequilibra a tranquilidade inicial em seu decorrer. No desenvolver do plano fantasioso a restauração da ordem sempre acontece no desfecho narrativo, valendo-se desta estrutura os autores demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e transmitem à criança a ideia de que ela não pode viver no mundo da fantasia. Sendo necessário assumir o real, no momento certo. 
No mundo real ou no imaginário é fundamental a presença de um adulto, seja educador ou familiar. O conto de fadas tem grande potencial e sua capacidade de falar por metáforas possibilita um melhor entendimento sobre os conflitos naturais do ser humano. As diversas formas de interpretação são ligadas ao que já conhece de cultura, o ambiente familiar e social e a sua identidade. 
Situações aparentemente absurdas podem ilustrar os conflitos inconscientes, o mundo está mudado mais transformar-se em homens e mulheres é parte formal dos processos imaginários e tudo isso mudou para que pudesse continuar do mesmo jeito. 
A aprendizagem das crianças é iniciada ao seu nascer e segue assim por toda a sua vida, nos primeiros anos derivados os acontecimentos e os definimos como construtores da personalidade e do caráter, a partir disto que começam a serem moldados. Já com os quatro anos as crianças começam a entender melhor o que esta acontecendo no mundo a sua volta. Sendo assim os contos são contribuintes para a formação da personalidade, seu equilíbrio emocional, seu bem estar e através dos personagens bons ou maus, das barreiras que são obrigados a enfrentarem, dos desfechos que nem sempre são felizes eles começam a perceber o mundo em que esta imerso e descobre que as dores e os prazeres são unidos à eles. 
Os contos falam das verdades universais e individuais de acordo com o contexto da criança que tem diversas formas de interpretação, sem mensurar as finalidades pedagógicas envolvidas na busca do educador para trazer a realidade concreta, racional para as crianças. A capacidade de imaginação infantil é para despertar o que há de mais real dentro delas. Desta forma, é interessante o fato dos contos estarem presentes na vida das crianças desde a educação infantil, auxiliando-os afinal a maioria deles é atemporal. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho é relatado, e fica evidente a extrema importância dos contos de fadas na infância, pois permite que a criança tenha o prazer de navegar em um mundo repleto de emoções e magia, e conseqüentemente acaba despertando o interesse na criança pela literatura.
Sendo assim é necessário que o contador de historias tenha o conhecimento de obras infantis que abordem os principais problemas comuns para o ser humano.
E não deixar de ressaltar, que os conflitos e sentimentos que os adultos temem que as crianças passem, são de extrema importância para o seu desenvolvimento e construção de sua identidade.
Finalizando ressalto, que os contos de fadas e sua utilização em sala de aula desenvolvem o lado intelectual, e afetivo das crianças. E assim torna- se um grande aliado para ajudá-los em umas situações critica e presentes em nosso cotidiano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil; gostosuras e bobices. São Paulo; Scipione 1997.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanalise dos contos de fadas. São Paulo: Paz e Terra S/A 6° edição, 1986.
DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos: E outros episódios da historia cultural francesa. Rio de Janeiro Graal, 2° edição, 1986.
FARIAS R. A. Francy; RUBIO A. S. Juliana. Literatura Infantil: A Contribuição dos Contos de Fadas para a Construção do Imaginário Infantil.
LAPLATINE, François; TRINDADE, Liana. O que é imaginário. Brasiliense, 2011
VOLOBUEF, Karin. Contos de fadas dos irmãos Grimm. Revista do professor Carta Fundamental. Editora Confiança, Dez 2012.

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