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Aula_1_-_Processo_Legislativo_Regimental (1)

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Processo Legislativo 
Regimental
Aula 1
Processo Legislativo
Constitucional
Professor
Luciano Henrique da Silva Oliveira
Consultor Legislativo do Senado Federal
Ajuste / Descrição
Cláudio Cunha de Oliveira
Júnia Cláudia Gondim Melo 
Desenho Editorial (PDF)
Vinicius Soares Motinha
Videoaulas
Equipe Programa Saber Jurídico
Produção
Tv Justiça 
Senado Federal
Complexo Arquitetônico do Senado 
Federal, Via N2. Bloco de apoio nº 12.
CEP | 70165-900
Instituto Legislativo Brasileiro
Plataforma de Ensino a Distância Saberes 
TV Justiça
Saber Direito
Distribuição:
saberes.senado.leg.br
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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[...] Música
No Saber Direito desta semana, vamos aprender sobre Pro-
cesso Legislativo, Ritos Legislativos na Câmara e no Senado, 
medidas provisórias e muito mais. 
As aulas são com o professor Luciano Oliveira.
Olá meu nome é Luciano Oliveira. Eu sou consultor legislativo 
do Senado Federal. E hoje nós vamos começar o nosso curso 
de Processo Legislativo Regimental.
 
O Processo Legislativo é uma matéria afeta ao Direito Consti-
tucional e ele é detalhado nos regimentos das casas legislati-
vas. As casas legislativas que são o Congresso Nacional com-
posto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Os regimentos dessas casas detalham o processo legislativo. 
Nosso curso terá cinco encontros. Nesse primeiro encontro, 
nós vamos falar da parte constitucional do processo legis-
lativo. 
A partir dos demais encontros, nós vamos entrar na efetiva 
parte regimental. Então no segundo encontro, nós vamos 
falar das regras regimentais do processo legislativo na Câ-
mara dos Deputados. No terceiro encontro, das regras re-
gimentais no Senado Federal. 
Falaremos no 4º encontro sobre as regras regimentais que 
regem o rito das medidas provisórias que é uma importante 
espécie legislativa adotada no Brasil.
E finalmente na nossa última aula, falaremos sobre os prin-
cipais incidentes processuais no processo legislativo como: 
destaques, pedidos de vista, sobrestamento de proposi-
ções e outras.
Saber Direito
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Regras Constitucionais do Processo Legislativo
Então hoje nós vamos começar a falar sobre as regras cons-
titucionais do Processo Legislativo.
O que é o processo legislativo?
É o conjunto ordenado de atos para a produção das leis no 
país. Então ele é regido na Constituição, a partir do artigo 59 
da carta magna e vai até o artigo 69 da Constituição.
São as principais regras, os principais dispositivos que tratam 
do processo legislativo na Constituição federal.
Quais são as leis que o Congresso Nacional produz?
Existem algumas espécies de normas. Algumas espécies de 
lei ou chamadas também de espécies legislativas. 
São elas: a emenda à Constituição que é uma norma que 
se destina a alterar a Constituição federal; 
A Lei ordinária que é a lei destinada a regular os dispositi-
vos da Constituição, a detalhar, a regulamentá-los.
A Lei complementar que, da mesma forma que a lei ordiná-
ria, também regulamenta os dispositivos da Constituição, 
Porém para aqueles assuntos para os quais a Constituição 
expressamente exige lei complementar que a doutrina diz 
são aqueles assuntos mais sensíveis, mais importantes por-
que para aprovar uma lei complementar, nós vamos ver, é 
preciso um quórum especial de votação no Senado e na Câ-
mara dos Deputados. 
Além disso, nós temos as medidas provisórias que são es-
pécies legislativas que são produzidos inicialmente pelo Po-
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der Executivo, mas que devem ser apreciadas também pelo 
Congresso Nacional para virarem lei definitivas.
Temos as leis delegadas que são leis produzidas também 
pelo Executivo quando ele solicita a delegação da função le-
gislativa ao Congresso Nacional.
E por fim nós temos os decretos legislativos que tratam de 
matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional e 
as resoluções que tratam de matérias consideradas privati-
vas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
AS FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO 
O processo legislativo ele é composto de determinadas fases. 
Fase Introdutória
Nós temos uma fase chamada introdutória que a fase da 
iniciativa legislativa. A Constituição atribui a determinados 
agentes públicos ou determinados órgãos a prerrogativa de 
apresentar um projeto de lei, um texto a ser votado pelo 
parlamento para que ele se transforme em norma jurídica.
Então a fase introdutória é a fase da iniciativa. Uma vez o pro-
jeto tendo chegado ao Congresso Nacional, ele pode iniciar 
o seu trâmite tanto pela Câmara dos Deputados como pelo 
Senado federal. Congresso Nacional é composto dessas duas 
casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal.
A casa por onde se inicia o projeto é chamada de casa ini-
ciadora. Aprovada numa casa, a matéria vai para a outra 
casa que é chamado então de casa revisora porque ela vai 
revisar o projeto, o texto que foi aprovado na primeira casa. 
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Após isso o projeto pode ser ou remetido à sanção do pre-
sidente da república, se for um projeto de lei. Ou então, se 
a casa revisora tiver feito alterações, essa matéria retorna à 
casa iniciadora para que ela dê a palavra final sobre o texto 
do projeto. E só então é que a matéria vai ao presidente da 
república. Certo?
Fase Constitutiva
Essa fase após a fase introdutória em que o Congresso Nacio-
nal analisa o texto e decide como vai ficar o texto final é cha-
mada fase constitutiva do projeto de lei. Então nós temos a 
fase introdutória em que um agente órgão público apresenta 
a matéria. Dá iniciativa do texto no Congresso Nacional. E 
depois da segunda fase que é a fase constitutiva em que o 
Congresso Nacional vai discutir. E após a discussão vai votar 
o texto que o Congresso entende que é o mais adequado 
àquela norma jurídica.
Durante a fase de discussão, os parlamentares podem apre-
sentar emendas ao projeto que são sugestões de alterações 
do texto que foi proposto. É uma prerrogativa do mandato 
parlamentar a possibilidade de oferecer essas emendas, es-
sas sugestões de alterações ao texto que está sendo discu-
tido no Congresso Nacional. Durante essa discussão, não só 
os parlamentares discutem entre si, como representantes 
eleitos do povo, mas a própria população pode também par-
ticipar dessa discussão por meio de mecanismos regimentais 
que permitem colher esses posicionamentos da população 
por audiências públicas, por sugestões por meio da internet 
e outros mecanismos.
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Fase de Deliberação 
Após a fase da deliberação parlamentar em que ocorre a dis-
cussão e a votação do projeto com a possibilidade de aprova-
ção de emendas, existe a fase da deliberação executiva que 
é quando o Congresso Nacional remete o projeto de lei ao 
presidente da república, ao chefe do poder executivo, para 
que ele diga se concorda ou discorda do texto aprovado pelo 
Congresso. Se ele concordar, ele dá chamada sanção que é a 
sua concordância, a sua aquiescência ao texto que foi votado.
Se ele discorda, ele opõe o veto, que é a manifestação de 
discordância sobre o texto decretado pelo Congresso Na-
cional. Quando ele sanciona, o projeto se transforma numa 
lei. Se ele veta o projeto, não vira lei eontinua como projeto.
Quando o projeto é sancionado pelo presidente da república, 
a seguinte fase é a fase complementar. Encerra-se então a 
fase deliberativa com a sanção e surge a fase complementar 
em que o presidente da república promove a promulgação 
e a publicação da lei.
Pomulgação
A promulgação é a declaração do presidente para a socieda-
de de que a lei é uma lei nova e passa a existir, e a publicação 
é a remessa do texto ao diário oficial para que ele seja publi-
cado oficialmente e passe então a vigorar, passe a poder ser 
então aplicado a toda a sociedade. 
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Vetos
Por outro lado, se o presidente em vez de sancionar o texto,ele veta, então o projeto de lei não se converte em lei. Neste 
caso, a Constituição federal diz que a matéria deve retornar 
ao Congresso Nacional para que o Congresso Nacional dê a 
última palavra: se concorda ou não com aquele veto. 
Por isso a doutrina no Brasil diz que o veto, ele é relativo, ou 
seja, ele não é absoluto. Ele pode ser oposto pelo presidente 
da república, mas o Congresso Nacional pode derrubar este 
veto. Nós vamos ver também como é que pode ser feita essa 
derrubada do veto. O veto quando vem ao Congresso Na-
cional, ele é deliberado pelos senadores e deputados numa 
sessão conjunta em que eles decidem como vai ser feita essa 
deliberação. Nós vamos falar disso um pouco mais pra frente, 
certo?
Rito Básico
Esse é o rito básico do projeto de lei que é aplicado tanto ao 
projeto de lei complementar como o projeto de lei ordinária 
e aplicado também para as resoluções e aos decretos legisla-
tivos especificamente para os projetos de decreto legislativo 
e para os projetos de resolução com uma diferença. Os pro-
jetos de decreto legislativo e os projetos de resolução eles 
não estão sujeitos à deliberação executiva. 
Então relembrando: o processo legislativo tem uma fase 
introdutória. Uma fase deliberativa, uma fase constitutiva 
que se divide em deliberação parlamentar com discussão 
e votação e em deliberação executiva com sanção ou veto.
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Somente projetos de lei ordinária ou complementar tem 
sanção ou veto. Projetos de decreto legislativo e projetos 
de resolução não tem sanção ou veto. Uma vez aprovado 
pelo decreto legislativo pelo Congresso Nacional, eles vão 
diretamente à fase complementar que é a de promulgação 
e publicação.
Proposta de emenda à Constituição
Já para as propostas de emenda constitucional, seguimos 
um rito um pouco diferente. Ele também passa pelas duas 
casas. A proposta de emenda constitucional também passa 
pelas duas casas, melhor dizendo. Sendo que para que ela 
seja aprovada e transformada em emenda constitucional é 
preciso haver a concordância das duas casas.
Então ela se inicia numa casa, digamos, a Câmara dos De-
putados que vota, discute e aprova um texto que remete ao 
Senado Federal. O Senado Federal, se aprovar na íntegra 
deste texto, então, é possível que o Congresso
Nacional considere a emenda constitucional aprovada e pro-
mulgue como emenda constitucional, alterando a
Constituição.
Lembre-se: não há na emenda constitucional, fase de sanção 
ou veto também. Mas após a aprovação direta com a pro-
mulgação. Porém se a casa revisora na proposta de emenda 
constitucional discorda da casa iniciadora, o texto volta todo 
para casa iniciadora para que ela delibere tudo de novo. É 
como se a casa revisora se transformasse em casa iniciado-
ra e a casa iniciadora se transforma em casa revisora. E aí 
a casa revisora agora tem que concordar novamente com o 
texto na íntegra. 
Somente quando as duas casas concordam com o mesmo 
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texto é que pode ser promulgada uma emenda à Constituição.
Projeto de Lei 
Veja: no projeto de lei é um pouco diferente: a casa iniciado-
ra aprova um texto. A casa revisora aprova ou mesmo texto 
e a matéria é enviada à sanção, ou um texto diferente com 
emendas que volta para casa iniciadora para dar a última 
palavra. E em qualquer caso seja a casa iniciadora, concor-
dando com as alterações, a casa revisora no projeto de lei, 
seja casa iniciadora, discordando e batendo o pé, vamos dizer 
assim, para manter o texto como ela aprovou, a matéria en-
tão é encerrada no Congresso e vai à sanção do presidente 
da república. Certo?
Medidas Provisórias
Nós temos ainda, que falamos no começo, as medidas pro-
visórias e as leis delegadas. Ambas são elaboradas direta-
mente pelo presidente da república. 
As leis delegadas devem ser antes solicitadas pelo presiden-
te da república ao Congresso Nacional. Ele envia uma men-
sagem, solicitando a delegação da função legislativa, após o 
que, se o Congresso Nacional concordar delegar a função, o 
presidente da república pode editar uma lei delegada, publi-
cando-a diretamente.
Eventualmente o Congresso Nacional determina que antes 
de o presidente editar a lei delegada, ele elabora um projeto 
de lei delegada para que o Congresso Nacional verifique se 
os termos desse texto estão de acordo com os termos da 
delegação legislativa para só então o presidente poder pu-
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blicar a lei. Em outros casos não. Já permite que o presidente 
publique diretamente.
E a medida provisória é um pouco diferente porque o presi-
dente pode editar desde logo sem solicitar nenhuma delega-
ção legislativa medidas provisórias com força de lei que tem 
vigor imediatamente após a sua publicação e devem então 
ser analisadas posteriormente pelo Congresso Nacional. E o 
Congresso decide: se ela vai se transformar em lei, ou seja, 
deixar de ser provisória para se tornar uma lei permanen-
te, ou se o Congresso não concordar, ele pode rejeitar essa 
medida provisória.
A medida provisória pela Constituição tem vigência de 60 
dias prorrogáveis por mais 60. Total de 120 dias. Se o Con-
gresso rejeita ou se o Congresso deixa de analisar a matéria 
nesse período, ela perde a eficácia. Ele pode rejeitar ou se 
em 120 dias o Congresso não analisar, ela perde eficácia e 
não se transforma em lei.
Então veja que se a lei delegada tem a vantagem de ao ser 
publicada já ser uma norma permanente, ela tem a desvan-
tagem, desvantagem para o Executivo, vamos dizer, de o pre-
sidente ter que solicitar delegação legislativa.
Já na medida provisória, ele não precisa solicitar delegação 
legislativa, mas ela não é uma norma permanente ainda. Ela 
precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. 
Na prática as leis delegadas estão em desuso no Brasil. O 
Executivo historicamente desde a Constituição de 88 têm
preferido, quando precisa legislar diretamente, utilizar o me-
canismo da medida provisória, certo?
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Hierarquia e Status das Leis
Muito bem. E nós temos que entender então as diferenças 
das matérias que cada espécie legislativa trata.
Quais são as matérias próprias de uma emenda à Consti-
tuição. Quais são as matérias próprias de uma lei ordiná-
ria de uma lei complementar, de uma medida provisória, 
de uma lei delegada de um decreto legislativo ou de uma 
resolução?
Veja. Inicialmente nós temos que a emenda constitucional é 
uma norma de status, hierarquia jurídica constitucional. E as 
demais são normas de status legal que é um status abaixo 
do constitucional.
Nós temos na hierarquia das normas três, vamos dizer assim, 
status jurídicos de normatividade: o nível constitucional 
que é o mais alto da pirâmide das normas. O nível legal que 
é o intermediário e o nível chamado administrativo que são 
as normas produzidas pela administração pública. 
O processo Legislativo produz uma norma de natureza cons-
titucional que é a emenda constitucional e seis normas de 
natureza legal, hierarquia legal que é imediatamente abaixo 
da do nível constitucional que são: lei ordinária, lei delegada, 
lei complementar, medida provisória, o decreto legislativo 
e de resolução. Perfeito?
Quando a matéria tem natureza constitucional, quando ela 
é prevista na Constituição da República, então a espécie nor-
mativa que deve ser adotada é a Emenda à Constituição. É 
preciso que um dos legitimados a apresentá-la, como vamos 
ver mais para frente, ofereça ao Congresso Nacional uma 
proposta de emenda à Constituição que nós abreviamos para 
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PEC- Proposta de Emenda à Constituição.
Quando a matéria se destina a regular dispositivos da Cons-
tituição federal, costuma-se utilizar a lei ordinária. Então um 
órgão ou agente legitimado para isso apresenta ao Congres-
so Nacional um projeto de lei ordinária que será votado pelas 
duas casas e depois remetido à sançãodo presidente da 
república. 
A lei ordinária, portanto, se destina a regulamentar, regular, 
detalhar as regras constitucionais.
A lei complementar cumpre o mesmo papel que a lei ordiná-
ria. Acontece que ela regulamenta aqueles dispositivos para 
os quais a Constituição exige que seja
tratado em lei complementar. Matérias mais sensíveis, se-
gundo a doutrina, porque o quórum de aprovação de uma lei 
complementar é maior do que uma lei ordinária, mais difícil 
como nós vamos ver. Certo?
A medida provisória ela pode regulamentar a assuntos de lei 
ordinária em geral com algumas exceções. Existem pequenos 
assuntos que a Constituição não permite que sejam objeto 
de lei ordinária. Por exemplo, direito penal, direito proces-
sual, normas orçamentárias, salvo créditos extraordinários 
e alguns outros assuntos.
Também não pode ser objeto de medida provisória a matéria 
regulada por lei complementar, certo?
Mas de uma maneira geral, a medida provisória ela cumpre 
o papel de uma lei ordinária: regulamentar dispositivos da
Constituição. O mesmo papel que uma lei delegada cumpre 
também: regulamentar dispositivos da Constituição.
Já o decreto legislativo ele se destina a detalhar matérias que 
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são de competência exclusiva do Congresso nacional.Essas 
matérias na Constituição estão no artigo 49 da carta magna. 
Entre elas estão: a aprovação de tratados internacionais; au-
torização para que forças estrangeiras transitem pelo país; 
autorização para que o presidente da república se ausente 
do país por mais de 15 dias; subsídios aos vencimentos men-
sais dos parlamentares e outros assuntos são tratados por 
decreto legislativo. 
A doutrina costuma dizer que o decreto legislativo é uma lei 
que não passa por sanção, ou seja, é apresentada por uma
casa votada pela outra casa, no sistema bicameral como a 
gente pode ver, né?. Só que não tem a fase da deliberação
executiva, fase de sanção ou veto. Aprovada pelas duas ca-
sas, uma matéria objeto de decreto legislativo, a norma
jurídica, decreto legislativo, então, é promulgado diretamen-
te pelo presidente do Congresso Nacional, certo?
E as resoluções elas tratam de matéria privativa de cada
Casa. Nós temos então resoluções da Câmara dos Deputa-
dos e resoluções do Senado Federal. Uma característica das 
resoluções é que elas passam apenas pela respectiva casa, 
ou seja, por um rito que é unicameral.
As resoluções do Senado são para regular matérias inter-
nas do Senado: sua organização e funcionamento da casa; 
a elaboração do regimento interno que é uma resolução e 
alguns outros assuntos que são tratados apenas na respec-
tiva casa, sem ser necessário enviar o projeto à outra. Então, 
a resolução da Câmara e a resolução do Senado tratam, nas 
suas respectivas casas, de matéria privativa da Câmara ou 
do Senado, conforme o caso.
Existe ainda um terceiro tipo de resolução que é menos co-
nhecido que a resolução do Congresso Nacional. No artigo 
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57 parágrafo 3º da Constituição, nós temos algumas matérias 
que são tratadas também em resolução, mas não da Câmara, 
não do Senado, mas resolução do Congresso Nacional. Por 
exemplo: a elaboração do regimento comum às duas casas 
que é uma norma que regulamenta algumas matérias que 
são tratadas simultaneamente pelas duas casas. 
Uma característica da resolução do Congresso Nacional é que 
ela é votada numa chamada sessão conjunta do Congres-
so Nacional em que deputados e senadores se reúnem no 
mesmo local, na mesma sessão, no mesmo momento, para 
em conjunto discutirem e então votar o texto do projeto de 
resolução do Congresso Nacional.
É uma diferença em relação aos projetos de lei e aos decre-
tos legislativos que são votados também pelas duas casas, 
mas em sessões separadas. Primeiro a casa iniciadora, di-
gamos, a Câmara dos Deputados e depois o Senado federal. 
Se houver emendas volta para casa iniciadora novamente. 
As resoluções são
votadas unicameralmente só na respectiva casa. E a resolu-
ção do Congresso nas duas casas, reunidas em
sessão conjunta. 
Vamos chamar agora a nossa primeira questão do Quis. 
Questão de fixação sobre o assunto que foi tratado até ago-
ra. Vamos ver/
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Quiz
Não é espécie legislativa produzida pelo atual processo le-
gislativo brasileiro:
A. Medida provisória
B. Lei delegada,
C. Decreto-lei
D. Emenda constitucional 
Resposta: “C”
Veja. A medida provisória, como nós vimos, é prevista no 
artigo 59 da Constituição como uma das espécies legislati-
vas bem como a lei delegada e a emenda constitucional. O 
decreto lei já foi previsto na Constituição anterior de 1969, 
mas não é mais previsto hoje na atual Constituição.
E o que era o decreto lei?
Era muito semelhante à medida provisória. Era uma norma 
que é editada diretamente pelo presidente da república e 
que depois era sujeita à análise do Congresso Nacional para 
que ele a ratificasse. Havia uma pequena diferença entretan-
to em relação à medida provisória. Hoje a medida provisória, 
uma vez e editada pelo chefe do executivo, ela tem até 120 
dias para ser convertida em lei pelo Congresso Nacional ou 
então ela perde a eficácia. Na Constituição anterior e, tam-
bém houve o decreto lei na Constituição de 1937, da Era 
Vargas, como era o funcionamento?
O decreto-lei era expedido e se o Congresso Nacional não 
analisasse o texto no prazo estabelecido na Constituição, ha-
via aprovação automática por decurso de prazo do decreto 
lei. Então veja qual é a diferença: o decreto-lei, ele se não 
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apreciado no tempo previsto virava lei. Já a medida provisória 
se não apreciada pelo Congresso Nacional perde a eficácia. 
Então o Executivo é que tem que ter o esforço de conseguir a 
negociação política para que a medida provisória seja aprova-
da. E no antigo decreto lei, o Congresso Nacional é que tinha 
que se mobilizar para, se for o caso, rejeitar o texto com o 
qual não concordasse. Existem alguns decretos-leis em vigor 
no país : o Código Penal, por exemplo, é um decreto-lei. A 
nossa Consolidação das Leis Trabalhistas foi aprovada por 
um decreto lei.
Então o decreto-lei existe ainda no Brasil hoje. Alguns ainda 
estão em vigor. Existem porque eles vieram do período ante-
rior à Constituição de 88. No entanto, a partir da nossa atual 
Constituição, eles não podem mais ser produzidos. Ocorre 
que a gente chama de recepção dos antigos decretos-leis 
pela atual Constituição, se o seu conteúdo, a sua matéria, o 
assunto, conteúdo material é compatível com as novas nor-
mas. A forma de decreto-lei não tem problema. Ele passa a 
entrar no nosso ordenamento com o status de lei ordinária. 
Tanto é que se você observar um Código Penal, por exemplo, 
decreto-lei de 1941, ele tem vários dispositivos alterados por 
lei ordinária. Perfeito?
Poder da Iniciativa 
Muito bem, pessoal!
Vamos falar agora um pouco sobre quem tem o poder de 
iniciativa, ou seja, quem pode desencadear o processo legis-
lativo que é a fase introdutória do processo de elaboração 
das leis.
Nós temos inicialmente dois tipos de iniciativa: a iniciativa 
geral e a iniciativa chamada privativa.
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Pela iniciativa geral o agente que pode oferecer o projeto, ele 
pode é justamente apresentar um projeto sobre temas em 
geral. Sobre quaisquer temas que ele acha que é importante 
para a sociedade ter essa regulamentação. 
Por exemplo, um parlamentar tenha chamado iniciativa geral 
de projetos de lei, ele pode apresentar um projeto sobre a 
economia, sobre tributação, sobre meio ambiente, sobre o 
programa social, cultura, sobre vários projetos. 
Ele tem a iniciativa chamada geral. 
O presidente da república também é um agente público 
que tem a iniciativa geral de leis. Iniciativa geral chamada 
também de concorrente. Então é aquela, é aquele poder de 
iniciativa por meio do qual a gente pode apresentarprojetos 
de lei sobre temas em geral. Quem é que tem ele? Presidente 
da república, parlamentares, ou seja, deputados e senadores. 
Além disso, as Comissões parlamentares. Comissões são ór-
gãos fracionários do parlamento. O parlamento ele se divide 
em comissões. Nós temos o plenário, que é o órgão máximo 
de cada casa, que a reunião de todos os parlamentares da-
quela casa. Plenário do Senado Federal. Plenário da Câmara 
dos Deputados.
E temos em cada casa, as comissões que são órgãos fracio-
nários. Então no Senado, nós temos comissões de
Assuntos Econômicos, composta por uma parte dos senado-
res; Comissão de Assuntos Sociais, Comissão de Educação e 
Cultura e Esporte e assim por diante. 
Da mesma maneira na Câmara dos Deputados: Comissão de 
Administração Pública, Comissão de Finanças e Tributação, 
Comissão de Constituição e Justiça que analisa a constitucio-
nalidade das normas.
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As Comissões do Senado, as comissões da Câmara e também 
as chamadas Comissões Mistas do Congresso Nacional, com-
postas ao mesmo tempo por deputados e Senadores, têm a 
iniciativa geral também de projetos de lei.
Um outro ator da sociedade que pode apresentar projetos de 
lei sobre o tema geral, os temas gerais não ator, mas atores 
são os cidadãos. Os chamados projetos de lei de iniciativa 
popular. 
Os projetos de lei de iniciativa popular devem ser assinados 
por 1% do eleitorado Nacional, dividido por pelo menos nove 
estados e são apresentados à Câmara dos Deputados. A Câ-
mara dos Deputados é a casa iniciadora dos projetos de lei de 
iniciativa popular. A Câmara dos Deputados também é a casa 
iniciadora dos projetos de lei, apresentados por deputados 
ou por comissão da Câmara dos Deputados.
Já o Senado Federal é a casa iniciadora dos projetos de lei 
apresentados por senadores ou por comissões do Senado. 
Quando o projeto é apresentado por uma Comissão Mista do 
Congresso Nacional, compostas por deputados e Senadores 
ao mesmo tempo, há uma regra no regimento comum, artigo 
142, que determina que a casa iniciadora é alternada. En-
tão, se uma comissão mista apresenta um projeto à Câmara 
dos Deputados, a próxima comissão mista que oferecer um 
projeto apresentará ele ao Senado Federal. E as casas vão se 
alternando, no caso de comissão mista, Certo?
Então: comissões parlamentares, o presidente da Repúbli-
ca, cidadãos têm a chamada iniciativa geral.
Agora a outra iniciativa é a iniciativa privativa em que o órgão 
ou agente detém o poder de apresentar um projeto de lei 
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apenas sobre aqueles assuntos privativos da sua atividade. 
Por exemplo, o Poder Judiciário, os tribunais do poder judici-
ário. Vamos dizer: o Supremo Tribunal Federal pode apresen-
tar um projeto de lei referente à lei orgânica da magistratura 
nacional. Um assunto totalmente afeto ao poder judiciário. 
Pode apresentar um projeto de lei sobre a estrutura e os 
cargos do Supremo Tribunal Federal. Então são assuntos di-
retamente relacionados à sua atividade.
Então o Supremo Tribunal Federal, os tribunais superiores, 
quais sejam: o Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior 
do Trabalho, Superior Tribunal Militar e Tribunal Superior 
Eleitoral também tem iniciativa privativa de projetos de lei, 
mas apenas para os seus respectivos assuntos. Então, por 
exemplo, um assunto relativo à justiça federal é apresenta-
do pelo Superior Tribunal de Justiça. Um assunto referente 
à gestão do trabalho ou a criação de cargos de juízes do 
trabalho, de varas do trabalho ou de servidores da justiça 
do trabalho, remuneração e o subsídio de seu pessoal, o 
Tribunal Superior do Trabalho.
Em matéria de justiça eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral. 
Matéria referente à justiça militar da União: Superior Tribunal 
Militar.
Nós temos ainda a particularidade de um tribunal de justiça 
com iniciativa de lei no Congresso Nacional que é o Tribunal 
de Justiça do Distrito Federal e Territórios porque pela Cons-
tituição federal, ele compõe o Poder Judiciário da União. É 
muito curioso Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Ter-
ritórios não é da Justiça do Distrito Federal. É da justiça da 
União. Então quando o tribunal de justiça quer apresentar 
um projeto de lei sobre os seus cargos, os seus juízes, ele 
apresenta ao Congresso Nacional. É diferente dos tribunais 
de justiça dos estados: São Paulo, Minas Gerais, Bahia etc .... 
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que tem competência legislativa para apresentar projetos 
de lei na respectiva Assembleia Legislativa Estadual. Certo?
Agora uma coisa importante: a iniciativa privativa, como o 
nome já diz, é privativa do órgão que tem o poder de apre-
sentar. 
Então aqueles que têm a iniciativa geral não podem apresen-
tar um projeto de lei sobre iniciativa privativa de outro poder. 
Por exemplo, um deputado federal pode apresentar projeto 
de lei sobre assuntos em geral, salvo o assunto privativo de 
outro poder, de outro órgão, de outro agente. Então ele não 
vai poder apresentar um projeto de lei por exemplo, sobre 
a estrutura do poder judiciário porque isso compete ao res-
pectivo tribunal judiciário, certo?
Outros agentes que possuem iniciativa privativa são o Tri-
bunal de Contas da União, referente à sua organização, à 
sua estrutura, seu funcionamento, à remuneração de seus 
agentes. O Procurador Geral da República no tocante a or-
ganização, estruturas do Ministério Público da União, que 
compreende tanto o Ministério Público Federal como o do 
Trabalho como Militar e ainda o Ministério Público do Distrito 
Federal e Territórios também faz parte do Ministério Público 
da União. São agentes então que tem também a competência 
privativa.
Em resumo:
Competência geral para a iniciativa de leis:
Parlamentares, comissões parlamentares, presidente da re-
pública, cidadãos. Assuntos em geral, salvo se o assunto for 
privativo de outro poder ou órgão.
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Iniciativa privativa: o Poder Judiciário por meio do Supremo 
Tribunal Federal e dos quatro tribunais superiores; o Tribunal 
de Contas da União e o Procurador Geral da República, este 
nos assuntos referentes ao Ministério Público da União. No 
poder judiciário lembramos ainda que o Tribunal de Justiça 
do Distrito Federal e Territórios têm iniciativa privativa para 
os assuntos referentes à sua estrutura, sua organização e 
seus cargos.
Muito bem. Vamos então ao nosso QUIS. A nossa segunda 
questão de fixação. 
QUIZ
Não pode dar início ao processo legislativo?
A. Procurador Geral da República
B. Tribunal Superior do Trabalho
C. Mesa do Senado federal
D. Ordem dos Advogados do Brasil.
Resposta: “D”
Justificativa: A Ordem dos Advogados do Brasil não tem ini-
ciativa para projetos de lei segundo a nossa Constituição.
Veja só é o procurador geral da república tem iniciativa priva-
tiva para os assuntos da competência das suas atividades do 
Ministério Público da União, estrutura organização, cargos, 
etc.
O Tribunal Superior do Trabalho tem competência para apre-
sentar projetos de lei referente à sua estrutura, é sobre varas 
do trabalho, juízes do trabalho e a remuneração dos juízes 
do trabalho, dos servidores da justiça do trabalho.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
23
A mesa do Senado Federal, eu ainda não mencionei, mas 
menciona agora, ela se comporta, no caso, como se fosse 
uma comissão lato sensu - assim sentido amplo. É um cole-
giado de parlamentares que têm em alguns casos também 
iniciativa para oferecer projetos de lei, como o projeto de lei 
de remuneração dos agentes da respectiva casa, do Senado 
ou da Câmara; projetos de resolução e projetos de decreto 
legislativo em alguns casos. 
O que é a mesa? 
A mesa é o órgão de direção dos trabalhos de um parlamen-
to. Então nós temos a mesma da Câmara dos deputados 
que dirige coordena os trabalhos legislativos e administra-
tivos da Câmara dos Deputados. Nós temos a mesa doSe-
nado Federal que também organiza e coordena e dirige os 
trabalhos legislativos e administrativos do Senado federal. 
Quando dirigimos de os trabalhos administrativos, o Senado 
costuma utilizar a expressão Comissão Diretora, composta 
pelos mesmos membros. Existe ainda a mesa do Congresso 
Nacional que coordena os trabalhos das sessões conjuntas 
do Congresso Nacional. 
Agora porque a resposta é a letra D?
A Ordem dos Advogados do Brasil não tem competência 
constitucional para apresentar projetos de lei. Não foi previs-
to na nossa Constituição. Ela tem a possibilidade de atuar em 
muitos assuntos, por exemplo, no Supremo Tribunal Federal. 
Ela pode oferecer Ação Direta de Inconstitucionalidade. Isso 
é previsto. No entanto, não foi previsto na nossa Constituição 
a possibilidade de ela oferecer projetos de lei. Um projeto 
de lei, por exemplo, como Estatuto da OAB e uma lei que o 
altere, ela é oferecida anualmente bem pelo Poder Executi-
vo para que haja essa atualização da lei e não pela própria 
Ordem dos Advogados do Brasil.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
24
Muito bem. 
Apresentado o projeto de lei pelo ator que tem iniciativa, 
inicia-se então a fase constitutiva com a deliberação parla-
mentar que, como nós vimos, é compostas de: discussão e 
votação do projeto sendo que durante a discussão, os par-
lamentares podem oferecer emendas, ou seja, sugestões de 
alterações ao texto. 
O agente que detém a iniciativa, ou o órgão que detém a 
iniciativa apresenta um texto que ele considera o adequa-
do. Mas os parlamentares podem, ao estudar a matéria, re-
solver apresentar sugestões. E essas sugestões são votadas 
pelo parlamento e se aprovadas, são incorporadas ao texto. 
Então vamos supor que um projeto inicia pela Câmara dos 
Deputados. 
Aliás aqui cabe uma observação: a Câmara dos deputados ela 
normalmente é a casa iniciadora da maioria dos projetos de 
lei. Porque pela Constituição da República, a casa iniciadora é 
Câmara dos Deputados quando o projeto é apresentado por
deputados, por comissões da Câmara dos deputados e por 
quaisquer agentes extra parlamentares, ou seja, o Poder 
Executivo, o presidente da república, o procurador geral da 
república, os tribunais do Poder Judiciário e também o Tri-
bunal de Contas da União. 
O Senado Federal só vai ser a casa iniciadora quando o pro-
jeto foi oferecido por um Senador ou por uma comissão do 
Senado Federal. Então na prática o maior volume de projetos 
se iniciam pela Câmara dos deputados. Por isso costuma-se 
dizer que é a casa iniciadora, mas não se pode esquecer que 
o Senado Federal também funciona como casa iniciadora dos 
projetos de lei. Certo?
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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Já para as propostas de emenda à Constituição, a casa inicia-
dora pode ser tanto a Câmara ou Senado. Quando os Sena-
dores apresentam uma proposta de emenda à Constituição, 
ela começa pelo Senado. Quando os deputados apresentam 
uma proposta de emenda à Constituição, ela começa pela 
Câmara. E quando o presidente da república apresenta uma 
proposta de emenda à Constituição, ela começa normalmen-
te, por um costume, pela Câmara, mas poderia começar pelo 
Senado. Aliás esses são os três atores que podem apresentar 
uma proposta de emenda à Constituição: o presidente da re-
pública, os senadores. No mínimo, um terço do Senado, que 
dá 27 Senadores porque são 81 no total. No mínimo um terço 
dos deputados. Um terço da Câmara dos deputados que são 
171 deputados. Um terço de 513 que é o total. E ainda existe 
um ator que pode apresentar uma Proposta de Emenda à 
Constituição que é mais da metade das Assembleias Legisla-
tivas do país, nelas incluídas a Câmara Legislativa do Distrito 
Federal, certo? 
Então tinha faltado falar, mas agora nós estamos falando,: 
que quem tem a iniciativa sobre propostas de emenda à 
Constituição são: um terço da Câmara, ou um terço do Sena-
do. E aí a proposta começa na respectiva casa. O presidente 
da república, que por um costume, remete à Câmara dos 
Deputados, mas nada impede que ele remeta ao Senado e 
mais da metade das assembleias legislativas, nelas incluída 
e a Câmara legislativa do Distrito Federal que pode remeter 
normalmente ao Senado ou a Câmara. Só houve um caso 
real até hoje que foi remetido ao Senado. Nada impede de 
ser na Câmara também. 
Um detalhe: quando mais da metade das assembleias legis-
lativas resolve apresentar uma proposta de emenda constitu-
cional ao Congresso Nacional, cada uma delas tem que apro-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
26
var essa iniciativa pela maioria relativa de seus membros. A 
maioria relativa, a maioria dos presentes a uma determinada 
votação. Perfeito?
Fase Constitutiva
Muito bem. Vamos então falar da fase constitutiva. Uma vez 
apresentado um projeto, uma proposta de emenda à Cons-
tituição ou alguma outra matéria, a casa vai
deliberar. Ela vai discutir aquela matéria. Os parlamentares 
podem apresentar emendas. E após a discussão e o ofereci-
mento de emendas à matéria será votada.
Como é que ocorre isso na prática? 
A matéria, um projeto de lei, por exemplo, chega a Câmara 
dos Deputados. O presidente da Câmara dos Deputados, ele 
vai despachar o projeto às comissões que compõem a casa. 
Por exemplo, vamos dizer que o assunto trata de aproveita-
mento econômico de madeira de florestas. Então ele pode, 
por exemplo, determinar que a matéria vai passar pela Co-
missão de Meio Ambiente e pela Comissão de Economia. E aí 
essa matéria vai a essas duas comissões para ser analisada. 
Quando chega em cada comissão, o presidente da comissão 
que é um colegiado de parlamentares têm o seu presidente, 
ele determina um relator para a matéria. 
Esse relator vai estudar o assunto e ao final apresentar um re-
latório com o seu voto. Qual é a sua opinião sobre o projeto. Se 
ele deve ser aprovado na íntegra, rejeitado ou ainda aprovado 
com determinadas emendas. Ele pode sugerir modificações 
ao texto como condição para que ele seja aprovado. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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A aprovação ela avalia tanto a parte jurídica, ou seja, a consti-
tucionalidade do projeto. Verificar se o projeto está de acordo 
com a Constituição, pois a Constituição tem hierarquia jurí-
dica superior e não pode ser contrariada por um projeto de 
lei. E ainda se o mérito político da matéria é de ser aprovado. 
Então a admissibilidade jurídica, basicamente a constitucio-
nalidade e a admissibilidade, vamos dizer assim, o mérito 
político da matéria. Se ele opta por rejeitar a matéria, ele 
pode tanto estar fazendo isso por uma inconstitucionalidade 
como por achar que não é conveniente politicamente, vamos 
dizer, aprovar a matéria.
O voto do relator então é submetido ao colegiado. A comis-
são vota aquele, um parecer sobre a proposição. Feito isso, 
a matéria vai para a próxima comissão que vota também 
um parecer sobre aquela matéria, aquele projeto. Os pare-
ceres das comissões, em regra, são opinativos. Depois que 
a matéria foi instruída com esses pareceres, ela deve ir ao 
plenário da casa. E lá no conjunto de todos os parlamentares 
é que são votados o texto e as emendas do projeto de lei. A 
versão final aprovada pela casa iniciadora então é remetida à 
casa revisora e o processo se inicia, ou seja, se a matéria que 
estava na Câmara dos Deputados chega agora ao Senado 
Federal, o processo se repete. 
O presidente do Senado despacha a matéria a determinadas 
comissões. No nosso exemplo: Comissão de Meio ambiente, 
Comissão de Assuntos Econômicos as quais pareceres sobre 
a matéria com base no voto do relator e depois vão mandar 
o projeto em regra ao plenário do Senado Federal.
Nós vamos ver que em alguns casos o plenário pode não ser 
necessária a manifestação, mas isso será mais para frente. 
Em geral a matéria vai ao plenário.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
28
Então veja: dentro da comissão, o relator dá um
voto, mas é o colegiado que decide, se a comissão vai acatar 
aquele voto comoum parecer geral do órgão fracionário, ou 
se aquele voto será vencido. Caso de sim será designado um 
outro parlamentar para fazer a redação do parecer vencedor 
que a gente costuma no jargão, falar em parecer vencido, 
do que foi decidido. Mas é um parecer que foi o vencedor. 
Sempre que o relator derrotado o outro, outro parlamentar 
designado para redigir um parecer final.
Em que momento os parlamentares podem oferecer essas 
emendas? Normalmente as emendas são oferecidas durante 
a fase de comissões, durante a análise pelas comissões, os 
membros das comissões oferecem emendas que são anali-
sadas pelo relator para decidir se ele acata, ou melhor, vota 
pelo acatamento ou não dessas emendas.
Também podem ser apresentadas emendas em plenário, 
quando então as emendas que são apresentados por qual-
quer parlamentar da casa no plenário são normalmente 
analisadas novamente pelas comissões. A matéria volta às 
comissões para análise das emendas, um parecer sobre as 
emendas e volta depois ao plenário para que seja definitiva-
mente votado. 
Essa é a chamada então fase de deliberação parlamentar que 
é uma sub fase, uma etapa da fase constitutiva do processo 
legislativo. Uma vez finalizada a deliberação parlamentar, há 
que se verificar se há necessidade ainda de enviar o projeto à 
sanção do Poder Executivo: sanção ou veto que seria fase da 
deliberação executiva. Apenas para projetos de lei ordinária e 
projetos de lei complementar é que essa fase é exigida. Não 
é exigida se se tratar de um projeto de resolução, ou de um 
projeto de decreto legislativo. 
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Processo Legislativo Regimental
29
E se for uma proposta de emenda à Constituição também 
não é necessária fase de sanção ou veto. Nesse caso apro-
vada a norma, o Congresso Nacional pode promulgar dire-
tamente a matéria, ou seja, declarar para a sociedade que 
existe uma nova lei, uma nova norma jurídica e publicar no 
Diário Oficial para que a matéria possa entrar em vigor.
Os projetos de lei que vão à sanção ou veto do Chefe do 
Executivo, se sancionados, são promulgados e publicados. 
Promulgação e Publicação já é a fase complementar do pro-
cesso legislativo. Então se publica no Diário Oficial da União. 
No caso das resoluções e decretos legislativos, uma vez apro-
vados costuma se publicar não só o Diário Oficial da União, 
mas também no Diário do Decreto do Congresso Nacional. E 
as resoluções que são próprias de uma única casa são publi-
cadas respectivamente no Diário da Câmara dos Deputados 
e no Diário do Senado Federal.
Fase de Deliberação Executiva
Como é que funciona essa fase da deliberação executiva 
sobre um projeto de lei que é a fase de sanção ou veto?
Se o presidente concorda com o texto, ele pode sancionar 
na íntegra a matéria que então vira lei. Se ele concorda ape-
nas em parte, ele pode sancionar uma parte e vetar a ou-
tra. Normalmente ele opõe o veto a determinado artigo, por 
exemplo, e subentende-se que o resto foi sancionado. Então 
um projeto com 10 artigos pode de repente receber o veto 
parcial do presidente da república no artigo 3º, digamos. Os 
demais são sancionados e se transformam em lei. E o presi-
dente pode ainda vetar integralmente a matéria. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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Nesse caso, a matéria não se transforme em lei, mas isso é 
relativo porque pela Constituição, o veto deve regressar ao 
Congresso Nacional para que seja apreciado pelos deputados 
e senadores numa sessão conjunta do Congresso Nacional.
Então olha que interessante: o projeto de lei foi votado em 
sessões separadas das duas casas. Inicialmente a Câmara 
votou nas suas comissões e plenário e depois o Senado Fe-
deral, nas suas comissões e plenário. Uma vez decretado o 
texto foi à sanção do Executivo. Se ele veta, esse texto re-
torna ao Congresso Nacional, que segundo a Constituição, 
vai apreciar agora conjuntamente em uma sessão conjunta 
de deputados e senadores, reunidos no mesmo ambiente, 
normalmente, no plenário da Câmara dos Deputados que 
onde tem mais espaço porque são 513 deputados federais 
e apenas 81 Senadores.
E como ocorre essa deliberação sobre o veto?
Segundo o regimento comum do Congresso Nacional, em-
bora a sessão seja conjunta, as matérias são deliberadas 
por casa, ou seja, separadamente. Costuma-se dizer que a 
discussão no plenário da sessão conjunta, que é o plenário 
do Congresso Nacional, ocorre de maneira conjunta entre 
deputados e senadores. Mas na hora de ‘votar, consultam-se 
as casas separadamente. 
Então a Câmara dos Deputados é consultada, se deseja man-
ter ou derrubar o veto. Se ela derrubar, consulta-se o Senado 
Federal se deseja manter ou derrubar o veto. Se o Senado 
Federal também pela maioria dos seus senadores optar por 
derrubar o veto, o que tinha sido vetado transforma-se então 
lei e retorna ao presidente da república para que ele promul-
gue e publique a matéria. Não pode mais vetar novamente. 
Já exerceu uma vez o seu direito. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
31
Agora se a Câmara dos Deputados opta por não derrubar o 
veto, por manter o veto, não é nem preciso consultar depois 
o Senado Federal. Porque segundo a Constituição para um 
veto ser derrubado, as duas casas têm que concordar em 
derrubar o veto. Se uma não concordou, a outra não preci-
sa nem ser consultada. O veto para ser derrubado tem um 
quórum especial de aprovação que é de maioria absoluta. 
Quórum
Nós temos, na verdade, alguns quóruns de aprovação de 
matéria no Congresso Nacional. O de maioria absoluta sig-
nifica que uma matéria só é aprovada, ou no caso do veto, 
só é derrubada, se a maioria absoluta da casa disser não ao 
veto, derrubar o veto. Por exemplo, a Câmara dos Deputados 
possui 513 deputados federais. Metade de 513. O número 
superior a metade é 257. Então precisa de 257 deputados, 
dizendo não ao veto. Aí sim a matéria vai ao Senado Federal
onde também deve ser derrubada por maioria absoluta.
No Senado Federal são 81 Senadores. Então preciso de mais 
de 40 e mais de 40 e meio, preciso de 41 Senadores dizendo 
não ao veto. Se esses quóruns não são atendidos, o veto não 
é derrubado. Veja que não é fácil então derrubar um veto. É 
preciso a maioria absoluta do Senado e da Câmara.
O outro quórum é utilizado para aprovação em geral de proje-
tos de lei é quórum de maioria relativa. Nesse caso, é o artigo 
47 da Constituição diz que a matéria aprovada de um projeto 
de lei pela maioria relativa que é a maioria dos presentes. Eu 
tenho que ter a maioria da casa para iniciar a votação. 
Então, por exemplo, um projeto de lei no Senado. Nós temos 
81 Senadores na casa. Para iniciar a votação temos que ter 
mais da metade: 41 Senadores. Agora desses 41 para apro-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
32
var o projeto, eu preciso ter mais da metade dos presentes. 
Se tivermos exatamente 41, precisa então de 21 votos para 
considerar a matéria aprovada. Isso é a maioria relativa. A 
maioria dos presentes, desde que estejam presentes a maio-
ria absoluta da casa.
Existe alguns quóruns especiais como da proposta de emen-
da à constituição em que a matéria precisa alcançar três 
quintos da casa, 60% da casa. E isso em cada casa. E além 
disso, são dois turnos de votação em cada casa. Nós vamos 
ver isso com calma, depois quando nos aprofundarmos nas 
regras regimentais de cada casa na votação da PEC, certo?
Muito bem! Vamos agora então a nossa terceira questão do 
nosso QUIZ para testar os novos conhecimentos.
QUIZ
É proposição não sujeita a sanção ou veto do presidente da 
república:
A. Projeto de lei ordinária 
B. Proposta de emenda à Constituição
C. Projeto de lei complementar
D. Projeto de lei de conversão 
Resposta: “B”
Vamos lembrar?
O que é a sanção ou veto do presidente da república?
É aquela fase da deliberação executiva dentro da fase cons-
titutiva do projeto legislativo. Uma vez aprovado o projeto 
de lei pelo Congresso Nacional, ele vai à sanção ou veto do 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental33
presidente da república. Então o projeto de lei ordinária ele 
precisa ir à sanção ou ao veto.
Agora a proposta de emenda à Constituição, uma vez apro-
vada pelas duas casas, não precisa ir à sanção ou veto do 
presidente da república. Não há essa exigência para a pro-
posta de emenda à Constituição. Por isso é que o Gabarito.
Já o projeto de lei complementar ele segue um rito muito 
semelhante ao do projeto de lei ordinária. Aprovado por 
uma casa, aprovado pela outra casa, ele tem que também 
ir à sanção ou veto. A grande diferença, pessoal, no rito do 
projeto de lei ordinária e do projeto de lei complementar é o 
quórum de aprovação. O projeto de lei ordinária ele precisa 
ser aprovado pela maioria relativa das duas casas, maioria 
dos presentes.
Agora o projeto de lei complementar, segundo o artigo 169 
da Constituição, precisa ser aprovado pela maioria absoluta 
de cada casa. Então, por exemplo, na Câmara dos deputa-
dos um projeto de lei complementar precisa ser aprovado 
por 257 deputados. Se na casa, numa determinada a sessão 
plenária, estiverem presentes exatamente 257 deputados 
teria que haver unanimidade aprovar esse projeto de lei com-
plementar.
Vejam a diferença em relação ao projeto de lei ordinária que 
exige apenas maioria simples. Basta a maioria desses 257, ou 
seja, mais da metade desses presentes para aprovar.
E o que o que é ali, pessoal, o projeto de lei de conversão? 
Parece que não falamos disso ainda, não é?
Mas nós vamos falar melhor na aula 4, quando nós formos 
falar de medida provisória. Mas para adiantar aqui, o projeto 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
34
de lei de conversão é o resultado da análise de uma medida 
provisória, quando o Congresso Nacional resolve emendar 
o texto da medida provisória. Quando ele resolve emendar 
o texto, ele reescreve o texto sob a forma de um projeto de 
lei, chamado projeto de lei de conversão. Por que esse nome? 
Porque a medida provisória é uma espécie normativa que 
se destina a se converter em lei ordinária, se aprovada pelo 
Congresso nacional.
Então quando uma medida provisória chega ao Congresso 
Nacional, o Congresso pode: não apreciá-la, de maneira que 
ela perde eficácia e deixa de existir. Pode rejeitar expressa-
mente. Mas ele tem ainda uma terceira opção: que é aprovar 
com emendas. E aí ao aprovar com emendas, ele elabora o 
chamado projeto de lei de conversão. E o projeto de lei de 
conversão vai à sanção, segundo a Constituição. 
A medida provisória, quando aprovada na íntegra pelo Con-
gresso sem alterações, não gera projeto de lei de conversão 
e não precisa ir à sanção. Ela é promulgada direto pelo pre-
sidente do Congresso Nacional. Mas quando uma medida 
provisória é alterada pelo Congresso, surge a figura do pro-
jeto de lei de conversão, que ao final aprovado pelas duas 
casas, deve ir à sanção do presidente da república. Por isso 
é que o projeto de lei de conversão também é sujeito a fase 
de deliberação executiva, fase de sanção ou veto também.
Muito bem, pessoal, então para fazermos um pequeno resu-
mo do que nós tratamos hoje na aula.
Nós falamos de:
• Conceito de processo legislativo que é o conjunto de atos 
ordenados destinada à produção das leis 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
35
• Falamos das espécies de leis existentes que são: a emenda 
à Constituição, a lei ordinária, a lei complementar, a medida 
provisória, a lei delegada, decreto legislativo e a resolução.
 
• Nós falamos das fases do processo legislativo: a fase ini-
ciativa que é a fase introdutória, que é a fase da iniciativa. A 
fase constitutiva que se divide em deliberação parlamentar 
com discussão emendamento e voto e a fase deliberação 
executiva que é a sanção ou veto.
• Lembrando que a sanção ou veto só existe para os projetos 
de lei, o projeto de lei ordinária, projeto de lei complementar. 
E vimos agora no finalzinho, o projeto de lei de conversão, 
oriundo de uma medida provisória.
• Temos também após a fase introdutória, a fase constitutiva, 
a fase complementar que é a promulgação, que é a declara-
ção para a sociedade de que uma nova lei existe e a publica-
ção que é o registro do texto na imprensa oficial. 
• Geralmente quem promove a sanção, que no caso é um 
ato privativo do presidente da república, também promove 
a promulgação e a publicação.
• Quem promove a promulgação nos atos não sujeitos à
Sanção, como um decreto legislativo e a resolução, também 
promove a sua publicação.
• Vimos também quem são os agentes que detém a iniciativa 
no processo legislativo.
• Vimos que a iniciativa geral ou concorrente e a iniciativa 
privativa que parlamentares, comissões parlamentares, o 
presidente do executivo, o presidente da república, o che-
fe do executivo e os cidadãos, de ter iniciativa geral sobre 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
36
qualquer assunto, ressalvados aqueles que são privativos de 
outros atores.
• E a iniciativa privativa em que o agente pode apresentar 
projetos de lei somente sobre os assuntos relativos à sua 
atividade, sua estrutura, seus órgãos, seus servidores que 
são o Supremo Tribunal Federal, os tribunais superiores. 
No Congresso Nacional ainda o Tribunal de Justiça do Distri-
to Federal e Territórios, o Tribunal de Contas da União e o 
procurador-geral da república.
Então essa foi uma visão geral do processo legislativo na 
Constituição, as regras constitucionais do processo legisla-
tivo.
 
Chegamos ao fim da nossa aula 1. A partir da próxima aula, 
vamos detalhar mais as regras regimentais do processo le-
gislativo em cada casa. Aguardo você lá.
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