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Pressupostos e Conceitos das Principais Correntes Economicas

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ECONOMIA 
POLÍTICA
Aline Krüger Dalcin
Reproduzir os conceitos de 
cada corrente econômica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever as escolas clássica, marxista, keynesiana, neoclássica e atual 
de pensamento econômico.
  Comparar as diferentes correntes de pensamento econômico.
  Analisar as relações entre as correntes de pensamento econômico 
atuais e suas origens na história do pensamento econômico.
Introdução
O pensamento econômico vem evoluindo continuamente durante os sé-
culos. No século XVIII, surgiu a escola clássica do pensamento econô mico, 
que marcou o nascimento da economia como uma ciência social. Por 
volta da segunda metade do século XIX, a escola marxista surgiu como 
uma crítica à escola clássica e sua falta de perspectiva histórica. A escola 
neoclássica também surgiu na segunda metade do século XIX, mas com 
o objetivo de redesenhar a teoria clássica e desenvolvê-la ainda mais. 
Já no século XX, a escola keynesiana despontou em resposta à Grande 
Depressão e sua falta de explicações pelas teorias anteriores.
Neste capítulo, você vai aprender sobre as escolas clássica, marxista, 
neoclássica e keynesiana e vai visualizar comparações entre essas escolas. 
Por fim, você vai conhecer sobre as origens do pensamento econômico 
atual.
História do pensamento econômico: escolas 
clássica, marxista, neoclássica e keynesiana
O pensamento econômico existe desde a Idade Antiga e evoluiu continuamente 
durante os séculos. Entre 1500 e 1776, o mercantilismo, de Thomas Mun, 
Gerard Malynes, Charles Davenant, Jean Baptiste Colbert e Sir William Petty, 
foi a escola do pensamento econômico predominante na Europa. Entre 1756 e 
1776, o mercantilismo dividiu espaço com a fi siocracia, de François Quesnay 
e Anne Robert Jacques Turgot, principalmente entre os pensadores franceses. 
Mas foi apenas a escola clássica (ou liberal) que marcou o nascimento da 
economia como uma ciência social (BRUE, 2006). A seguir, são brevemente 
descritas as escolas de pensamento econômico com grande destaque a partir 
da escola clássica.
Escola clá ssica
Duas revoluções infl uenciaram a formação da escola clássica: a Revolução 
Científi ca e a Revolução Industrial. A Revolução Científi ca do século XVII foi 
marcada por Isaac Newton e outros cientistas famosos, como Galileu Galilei 
e René Descartes, que confi avam na evidência experimental e na ideia de 
que o universo é governado por leis naturais. O nascimento da ciência mo-
derna inspirou os economistas liberais a organizarem o conhecimento sobre 
o funcionamento da economia de forma semelhante aos modelos da física. O 
pensamento liberal e a Revolução Industrial se desenvolveram juntos, inicial-
mente, na Inglaterra. As mudanças causadas por essa revolução infl uenciaram 
diversos pressupostos gerais da teoria liberal e teorias específi cas de alguns 
dos principais pensadores da escola (BRUE, 2006). 
Assim, em 1776, a publicação do livro A riqueza das nações, de Adam 
Smith, marcou a origem da teoria liberal, que dominou a economia até meados 
dos séculos XIX. Além de Adam Smith, outros nomes de pensadores clássicos 
foram Thomas Malthus, David Ricardo, Jeremy Bentham, Jean-Baptiste Say, 
Nassau William Senior e John Stuart Mill. De acordo com Brue (2006), os 
pressupostos da teoria liberal podem ser resumidos da seguinte forma:
  Leis econômicas: para os pensadores liberais, a economia era governada 
por leis universais e imutáveis. Em outras palavras, o comportamento 
geral da economia (como, por exemplo, o que determina a riqueza das 
nações) não dependia de condições históricas ou particularidades dos 
países em questão.
Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica2
  Comportamento econômico de autointeresse: de acordo com os pensa-
dores liberais, é da natureza humana ter comportamento de autointeresse. 
Em outras palavras, os produtores e os mercadores forneciam bens e 
serviços em busca de lucros, os trabalhadores ofereciam sua mão de 
obra em busca de salários e os consumidores compravam produtos em 
busca da satisfação de seus desejos.
  Harmonia de interesses: os pensadores liberais acreditavam que a 
busca do interesse individual produzia os maiores benefícios econômicos 
possíveis para a sociedade. Em outras palavras, quando os indivíduos 
buscavam atender a seus interesses próprios, eles também atendiam aos 
interesses da sociedade. A orientação das decisões autointeressadas 
para o bem comum da sociedade seria feita pela (“mão invisível” da) 
economia de mercado, cujo instrumento seria o sistema de preços. 
  Interferência mínima do governo (laissez-faire): por causa da ideia 
da “mão invisível”, para os pensadores liberais, a economia funcionaria 
melhor sem a interferência direta do governo. O papel do governo 
deveria limitar-se à definição e defesa dos direitos de propriedade, 
ao fornecimento de defesa nacional, educação pública e outras obras 
públicas. Por causa do funcionamento do sistema de preços, a economia 
era vista como autoajustável e tendendo na direção do pleno emprego 
(desemprego involuntário zero), sem a necessidade de interferência 
do governo.
  Importância de todos os recursos e atividades econômicas: para os 
pensadores liberais, todos os recursos econômicos (isto é, terra, mão de 
obra, capital e habilidade empresarial) e todas as atividades econômi-
cas (isto é, agricultura, comércio, produção e comércio internacional) 
contribuíam para a riqueza de uma nação. 
Escola marxista
Karl Marx estudou os autores da economia política clássica e apontou como 
maior defi ciência a esses autores a falta de perspectiva histórica (HUNT, 2005). 
Então, por volta da metade do século XIX, Marx desenvolveu sua própria 
teoria, baseada no materialismo histórico.
O materialismo histórico está relacionado com a concepção de desenvol-
vimento histórico como processo de transformação ininterrupta de todos os 
aspectos da vida coletiva humana, cuja força motriz fundamental é a evolução 
dos modos de produção ou das condições materiais de produção (tecnologia, 
3Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica
tipos de capital, nível de habilidade da mão de obra). Os modos de produção são 
dinâmicos, isto é, estão em constante evolução, e são capazes de transformar 
os demais aspectos estáticos da vida humana (regras, relações sociais entre 
as pessoas, relações de propriedade) (BOBBIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 
2009; BRUE, 2006).
Assim, de acordo com essa perspectiva, as características das instituições 
e dos valores políticos em cada época e situação histórica são determinadas 
pelas várias fases da evolução do modo de produção. A sociedade europeia 
já havia passado por várias épocas históricas distintas, com modos de pro-
dução distintos, como a sociedade escravista e a sociedade feudal. Naquele 
momento, estava organizada no sistema capitalista. Assim, o modelo liberal 
de Estado, relacionado com o modo de produção capitalista, estaria histo-
ricamente destinado a ser superado com a passagem ao modo de produção 
socialista. Resumidamente, Marx via seis estágios da evolução da sociedade: 
(1) comunista primitiva; (2) escravista; (3) feudal; (4) capitalista; (5) socialista; 
(6) comunista (BOBBIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 2009; BRUE, 2006).
Utilizando sua teoria, Marx procurou expor como ocorreria a queda do 
sistema capitalista. Segundo o autor, toda mercadoria possui valor de troca, 
que é igual ao tempo de trabalho necessário para sua produção, considerando 
as condições normais de produção, a competência média e a intensidade do 
trabalho no tempo. Para obter lucro, o capitalista compra a mercadoria que cria 
um valor maior do que seu próprio valor, isto é, a força de trabalho. O valor 
da força de trabalho é igual ao tempo de trabalho necessário para produzir as 
necessidades do trabalhador e sua família. A diferença entre o valor produzido 
pelo trabalhador e o valor de sua mão de obra é apropriado pelo empregador 
(mais-valia).O capitalismo leva ao acúmulo de capital, o que ocorre porque 
a empresa que se orienta para uma produção mais eficiente por meio do uso 
de mais e melhor capital recebe, temporariamente, lucros extras. A empresa 
que não acompanha essa mecanização não sobrevive devido à concorrência. 
Há substituição de mão de obra por capital, o que leva ao desemprego. Como 
a mão de obra é a fonte da mais-valia, a taxa de lucro cai. O investimento 
rápido em capital aumenta temporariamente a demanda e eleva os salários. Os 
salários mais altos, por sua vez, reduzem a taxa de lucro, levando a economia 
à crise. A crise destrói o valor monetário do capital fixo, fechando algumas 
empresas e permitindo que os capitalistas maiores adquiram todas as demais 
empresas menores que sobreviveram. Esse cenário produz centralização de 
capital, acúmulo de riqueza, desemprego e empobrecimento dos trabalhadores. 
Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica4
Miséria, opressão, escravidão, degradação e exploração aumentam a disposição 
dos trabalhadores em se ajudar e a se revoltar contra os capitalistas. Assim, a 
classe trabalhadora derruba o Estado capitalista e estabelece a própria ditadura 
do proletariado (BRUE, 2006).
Escola neoclássica
A escola neoclássica, de Alfred Marshall, destacou-se entre 1870 e a Primeira 
Guerra Mundial e buscou redesenhar a teoria econômica clássica a partir da 
teoria subjetiva do valor da utilidade marginal. Esse valor subjetivo está relacio-
nado com a utilidade e a capacidade de satisfazer as necessidades humanas que 
cada bem possui. Mais especifi camente, os pensadores neoclássicos defendiam 
que o mecanismo de interação entre oferta e demanda era explicado por um 
critério psicológico como força reguladora da atividade econômica (isto é, a 
maximização do lucro pelos produtores e a maximização da utilidade pelos 
consumidores). O equilíbrio entre produção e consumo é resultado dessa busca 
pela maximização de lucro e de utilidade (BRUE, 2006).
Os principais pressupostos da escola neoclássica estão, então, também 
presentes na escola clássica: os indivíduos agem em busca do autointeresse; 
a busca do interesse individual produz os maiores benefícios econômicos 
possíveis para a sociedade; a economia é autoajustável e tende ao equilíbrio; 
assim, as crises econômicas só acontecem como consequência de erros ou 
como acidente (BRUE, 2006).
Além disso, a análise da escola neoclássica tem ênfase microeconômica; 
em outras palavras, ela está baseada no comportamento dos indivíduos e nas 
condições de um equilíbrio estático. Outra característica da análise neoclássica 
é a utilização da matemática para elaboração de modelos teóricos da realidade, 
os quais geram previsões a respeito do comportamento dos agentes no mundo 
real (BRUE, 2006).
Escola keynesiana
O keynesianismo surgiu em 1936, em resposta à Grande Depressão. Em 1936, 
a publicação da obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de 
John Maynard Keynes, marcou a origem da teoria keynesiana, que dominou 
a economia até meados das décadas de 1960 e 1970.
5Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica
De acordo com Brue (2006), os pressupostos da teoria keynesiana podem 
ser resumidos da seguinte forma:
  Ênfase macroeconômica: os economistas keynesianos estavam mais 
interessados nos determinantes das quantias totais ou agregadas de 
consumo, poupança, renda, produção e emprego na economia (ma-
croeconomia) do que em, por exemplo, como uma empresa individual 
decide sobre quantos pessoas empregar (microeconomia).
  Orientação pela demanda: os economistas keynesianos defendiam a 
demanda efetiva ou os gastos agregados (que consistem na soma dos 
gastos de consumo, de investimentos, do governo e da exportação 
líquida) como determinante da renda, da produção e do emprego na 
economia. As empresas produzem uma determinada quantidade que 
esperam vender. Porém, nem sempre os gastos agregados são suficientes 
para comprar todos esses bens e serviços produzidos. Nesse caso, há 
demissão de funcionários e diminuição da produção. Assim, a demanda 
efetiva estabelece o nível de produção na economia, o qual pode ser 
menor do que a produção potencial (o nível de produção em caso de 
pleno emprego).
  Instabilidade na economia: para os economistas keynesianos, a eco-
nomia é instável. A economia é suscetível a flutuações econômicas 
devido, principalmente, à irregularidade dos gastos planejados com 
investimentos.
  Inflexibilidade nos salários e nos preços: os economistas keynesianos 
apontavam que os salários tendem a ser inflexivelmente decrescentes 
por causa de fatores institucionais como as negociações com sindicatos, 
as leis de salário mínimo, etc. 
  Políticas fiscais e monetárias ativas: os economistas keynesianos 
defendiam a intervenção do governo por meio de políticas fiscais e 
monetárias adequadas para promover o pleno emprego e o crescimento 
econômico. Para combater uma recessão ou depressão, o governo deveria 
aumentar seus gastos ou diminuir impostos para aumentar o consumo 
privado. Nessa situação, o governo também deveria aumentar a oferta 
de moeda para baixar a taxa de juros na expectativa de estimular os 
investimentos.
Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica6
As diferentes correntes do pensamento 
econômico
Em geral, os fundadores de uma nova escola de pensamento econômico re-
correm às ideias de escolas anteriores para desenvolvê-las ainda mais ou para 
reagir em oposição. O Quadro 1, a seguir, resume algumas semelhanças e 
diferenças entre as quatro escolas discutidas aqui.
Comparação Semelhanças Diferenças
Escola clássica
versus
Escola marxista
Teoria do valor do 
trabalho: toda mer-
cadoria possui valor 
de troca, o qual está 
relacionado ao tempo 
de trabalho necessário 
para sua produção.
Economistas clássicos defendem que o 
comportamento geral da economia não 
depende das condições históricas ou 
particularidades de cada país. Para eles, 
a economia é governada por leis univer-
sais e imutáveis. Marxistas criticam a falta 
de perspectiva histórica dos clássicos.
Economistas marxistas defendem que 
o capitalismo é caracterizado pela exis-
tência de um conflito de classes (empre-
gadores capitalistas versus proletariado), 
que levaria o sistema ao seu fim, en-
quanto os economistas clássicos defen-
dem que, quando os indivíduos buscam 
atender a seus interesses próprios, eles 
também atendem aos interesses da so-
ciedade, isto é, há uma harmonia social.
Para economistas clássicos, o papel 
do governo deve limitar-se à definição 
e defesa dos direitos de propriedade, 
ao fornecimento de defesa nacional, 
educação pública e outras obras públi-
cas. Para os economistas marxistas, o 
governo em uma sociedade capitalista 
atende apenas aos interesses burgueses.
Para os economistas clássicos, a econo-
mia de mercado é autorregulável. Para 
os economistas marxistas, o capitalismo 
apresenta crises econômicas recorrentes.
Quadro 1. Comparação entre as diferentes correntes do pensamento econômico
(Continua)
7Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica
Comparação Semelhanças Diferenças
Escola clássica 
versus
Escola 
neoclássica
Os indivíduos 
agem em busca 
do autointeresse.
 
A busca do interesse 
individual produz os 
maiores benefícios 
econômicos possíveis 
para a sociedade. 
A economia é auto-
ajustável e tende ao 
equilíbrio. Assim, as 
crises econômicas 
só acontecem como 
consequência de erros 
ou como acidente.
Os economistas neoclássicos uti-
lizam matemática para a elabora-
ção de suas teorias, enquanto os 
clássicos elaboravam suas teorias 
apenas de forma textual.
Os economistas neoclássicos busca-
ram redesenhar a teoria econômica 
clássica (que defendia a teoria do valor 
trabalho) a partir da teoria subjetiva 
do valor da utilidade marginal. 
Escola clássica 
versus
Escola 
keynesiana
Os economistas clássicos defendem que 
toda oferta gera sua própria demanda 
(Lei de Say), ou seja, as condições de 
oferta determinam a rendada economia. 
Os economistas keynesianos, por sua 
vez, defendem a demanda efetiva como 
determinante da renda na economia.
Para os economistas keynesianos, 
a economia é instável. Para os eco-
nomistas clássicos, a economia é 
autoajustável e tende ao equilíbrio. 
Os economistas keynesianos apon-
tavam que os salários tendem a ser 
inflexivelmente decrescentes por causa 
de fatores institucionais. Os clássicos 
acreditavam em salá rios flexíveis.
Enquanto, por causa da ideia da “mão 
invisível”, para os pensadores clássicos, 
a economia funcionaria melhor sem 
a interferência direta do governo, os 
economistas keynesianos defendem 
a intervenção do governo por meio 
de políticas fiscais e monetárias ade-
quadas para promover o pleno em-
prego e o crescimento econômico.
Quadro 1. Comparação entre as diferentes correntes do pensamento econômico
(Continuação)
(Continua)
Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica8
Comparação Semelhanças Diferenças
Escola marxista 
versus
Escola 
neoclássica
Economistas neoclássicos defendem 
que o comportamento geral da eco-
nomia não depende das condições 
históricas ou particularidades de cada 
país. Para eles, a economia é gover-
nada por leis universais e imutáveis. 
Marxistas criticam a falta de perspec-
tiva histórica dos (neo)clássicos.
Economistas marxistas defendem que 
o capitalismo é caracterizado pela 
existência de um conflito de classes 
(empregadores capitalistas versus 
proletariado) que levaria o sistema 
ao seu fim, enquanto os economistas 
neoclássicos defendem que, quando 
os indivíduos buscam atender a seus 
interesses próprios, eles também 
atendem os interesses da sociedade, 
isto é, há uma harmonia social.
Para economistas neoclássicos, o papel 
do governo deve se limitar à definição 
e defesa dos direitos de propriedade, 
ao fornecimento de defesa nacional, 
educação pública e outras obras públi-
cas. Para os economistas marxistas, o 
governo em uma sociedade capitalista 
atende apenas aos interesses burgueses.
Para os economistas neoclássicos, 
a economia de mercado é autor-
regulável. Para os economistas 
marxistas, o capitalismo apresenta 
crises econômicas recorrentes.
Escola marxista
versus
Escola 
keynesiana
A economia é ins-
tável e apresenta 
crises recorrentes.
Os economistas keynesianos defen-
dem que o sistema capitalista pode 
ser salvo a partir de políticas fiscais 
e monetárias ativas adequadas, en-
quanto os economistas marxistas 
veem o capitalismo como destinado 
a ser superado pelo socialismo. 
Quadro 1. Comparação entre as diferentes correntes do pensamento econômico
(Continuação)
(Continua)
9Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica
Fonte: Adaptado de Bobbio, Matteucci e Pasquino (2009), Brue (2006) e Hunt (2005).
Comparação Semelhanças Diferenças
Escola 
neoclássica
versus
Escola 
keynesiana
A escola neoclássica tem ênfase micro-
econômica, enquanto a escola keyne-
siana tem ênfase macroeconômica.
Assim como os economistas clássicos, 
os neoclássicos defendem que toda 
oferta gera sua própria demanda (Lei 
de Say), ou seja, as condições de oferta 
determinam a renda da economia. Os 
economistas keynesianos, por sua vez, 
defendem a demanda efetiva como 
determinante da renda na economia.
Para os economistas keynesianos, a 
economia é instável. Para os econo-
mistas neoclássicos, a economia é 
autoajustável e tende ao equilíbrio.
Os economistas keynesianos apontavam 
que os salários tendem a ser inflexi-
velmente decrescentes por causa de 
fatores institucionais. Os neoclássicos 
acreditavam em salários flexíveis.
Enquanto, por causa da ideia da “mão 
invisível”, para os pensadores neoclás-
sicos, a economia funcionaria melhor 
sem a interferência direta do governo, 
os economistas keynesianos defen-
dem a intervenção do governo por 
meio de políticas fiscais e monetárias 
adequadas para promover o pleno 
emprego e o crescimento econômico.
Quadro 1. Comparação entre as diferentes correntes do pensamento econômico
Origens do pensamento econômico atual
Brue (2006) faz algumas conclusões sobre o estudo do pensamento econômico. 
Para o autor, a economia é uma disciplina dinâmica: as ideias econômicas 
evoluíram ao longo do tempo e continuam nesse processo de desenvolvimento. 
Novas ideias surgem principalmente para abordar problemas atuais que antes 
eram inexistentes ou inexpressivos. Essas novas ideias recorrem às ideias 
(Continuação)
Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica10
antigas para desenvolvê-las ainda mais ou para reagir em oposição. Assim, 
ideias se generalizam, formando um grupo de princípios básicos da economia 
quase universalmente aceitos.
O pensamento econômico moderno é muito influenciado pelas escolas 
neoclássicas e keynesianas. A maior influência da primeira é em relação ao 
método. A teoria econômica moderna é fundamentada em modelos teóricos 
ló gico-matemá ticos nos moldes de Alfred Marshall e Leon Walras. As análises 
microeconômicas, por exemplo, são feitas utilizando modelos matemáticos 
de equilíbrio parcial ou geral. A influência keynesiana, por sua vez, ocorre 
principalmente na teoria macroeconômica. Os modelos macroeconômicos da 
economia atual levam em conta os insights de Keynes em relação à presença 
de rigidez nos preços de diversos mercados importantes, como, por exemplo, 
o mercado de trabalho. Nesse aspecto em particular, as escolas keynesianas e 
neoclássicas se combinam, pois o pensamento moderno buscou fundamentar 
a existência de rigidez salarial a partir de modelos microeconômicos nos 
moldes neoclássicos. Gregory Mankiw, um dos expoentes do pensamento 
moderno, fundamentou a rigidez de preços da economia a partir do modelo 
microeconômico chamado “Custos de Menu”. As empresas incorrem em 
pequenos custos para mudar seus preços (a analogia é feita com o menu de 
um restaurante, que precisa ser refeito toda vez que o preço aumenta) e isso, 
em nível da economia como um todo, pode gerar efeitos recessivos nos moldes 
propostos por Keynes (BRUE, 2006).
O pensamento econômico atual também teve influência de pensadores 
clássicos na medida em que ele também busca estudar as causas da riqueza das 
nações, como fez Adam Smith. A pergunta “O que faz as nações ficarem ricas?” 
deu origem a uma linha de pesquisa chamada “Crescimento Econômico”. Ela 
se insere no guarda-chuva da macroeconomia, mas se difere da macroeconomia 
keynesiana, pois essa se preocupa com o curto prazo da economia, enquanto as 
teorias de crescimento econômico estão preocupadas com questões de longo 
prazo. Nessa área de crescimento, também há influência dos economistas 
neoclássicos, pois os modelos de crescimento são matematizados. Nessa área, 
o ganhador do prêmio Nobel Paul Romer desenvolveu modelos de crescimento 
econômico baseados no progresso tecnológico. A economia cresceria, no longo 
prazo, em função do setor de pesquisas, que, ao gerar novas ideias e produtos, 
aumentaria a capacidade produtiva da economia (BRUE, 2006).
O pensamento moderno econômico também tem influências das escolas 
clássica e marxista na área de Economia Política. Economistas como Daron 
Acemoglu, autor do livro Por que as nações fracassam, buscam entender 
como as relações econômicas entre uma “elite” e os demais membros da 
11Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica
sociedade determinam instituições políticas e econômicas e como isso 
afeta a distribuição de renda da sociedade. Além dos estudos de Acemoglu, 
existem muitos outros economistas da corrente principal da economia que 
estão preocupados com questões de desigualdades, como, por exemplo, 
Amartya Sen (BRUE, 2006).
E, assim, a economia tem evoluído e se especializado cada vez mais. Por 
exemplo, na classificação tradicional do Journal of Economic Literature, 
já existem muitos outros campos em economia além da microeconomia e 
macroeconomia, e os economistas vencedores do Prêmio Nobel contribuíram 
para a evolução desses diversos campos. Para entender como o pensamento 
econômico chegou aoestágio atual, é essencial conhecer as principais escolas 
do pensamento econômico em cada fase da história.
Sistema de classificação do Journal of Economic Literature:
  economia e ensino geral;
  metodologia e história do pensamento econômico;
  métodos matemáticos e quantitativos;
  microeconomia;
  macroeconomia e economia monetária;
  economia internacional;
  economia financeira;
  economia pública;
  saúde, educação e bem-estar;
  trabalho e economia demográfica;
  direito e economia;
  organização industrial;
  administração de empresas e economia empresarial; marketing; contabilidade;
  história econômica;
  desenvolvimento econômico, mudança tecnológica e crescimento;
  sistemas econômicos;
  economia dos recursos agrícolas e naturais;
  economia urbana, rural e regional;
  outros tópicos especiais.
Fonte: American Economic Association (2019, documento on-line).
Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica12
Laureados com o Nobel de Economia no século XXI:
Ano Nome Principais contribuições
2001 George Akerlof
Michael Spence
Joseph Stiglitz
Análise de mercados com 
informações assimétricas
2002 Daniel Kahneman
Vernon Smith 
Pesquisa psicológica na economia: 
análise econômica empírica
2003 Robert Engle III
Clive Ganger
Métodos de análise econômica
2004 Finn Kydland
Edward Prescott
Macroeconomia
2005 Robert Aumann
Thomas Schelling
Teoria dos jogos
2006 Edmund Phelps Trabalho sobre relações 
dos efeitos a curto prazo de 
uma política econômica
2007 Leonid Hurwicz
Eric Maskin
Teoria do desenho de mecanismos
2008 Paul Krugman Teoria que integra comércio 
e geográfica econômica
2009 Elinor Ostrom
Oliver Williamson
Análise de governança econômica
2010 Peter A. Diamond
Dale T. Mortensen
Christopher A. Pissarides
Estudo das relações entre política 
econômica e desemprego
2011 Thomas Sargent
Christopher Sims
Pesquisa empírica sobre causa 
e efeito na macroeconomia
2012 Alvin Roth
Lloyd Shapley
Pesquisas sobre como 
relacionar os agentes de 
determinados mercados
13Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica
AMERICAN ECONOMIC ASSOCIATION. JEL Classification System/EconLit Subject 
Descriptors. 01 abr. 2019. Disponível em: https://www.aeaweb.org/econlit/jelCodes.
php?view=jel. Acesso em: 24 abr. 2019.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política. Brasília: UnB, 2009.
BRUE, S. L. História do pensamento econômico. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
ESTADÃO. Conheça todos os vencedores do Prêmio Nobel de Economia. 8 out. 2018. 
Disponível em: https://economia.estadao.com.br/galerias/geral,conheca-todos-os-
-vencedores-do-premio-nobel-de-economia,21786. Acesso em: 24 abr. 2019.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico: uma perspectiva crítica. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2005.
Ano Nome Principais contribuições
2013 Robert Shiller
Lars Peter Hansen
Eugene Fama
Análise empírica do 
preço dos ativos
2014 Jean Tirole Estudo sobre o poder de 
mercado das empresas
2015 Angus Deaton Estudos sobre consumo, 
pobreza e bem-estar
2016 Oliver Hart
Bengt Holmstrom
Teoria dos contratos
2017 Richard H. Thaler Economia Comportamental
2018 William D. Nordhaus
Paul M. Romer
Métodos para favorecer o 
crescimento sustentável
Fonte: Adaptado de Estadão (2018).
Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica14

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