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CÁLCIO, VITAMINA D E FÓSFORO: METABOLISMO, FUNÇÕES, BIODISPONIBILIDADE, NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Prof. Sheila Moreira da Silva Guimarães Cálcio Mineral mais abundante do corpo Representa cerca de 2% do peso corporal total Ossos e dentes 99% do cálcio do corpo O restantes (1%) distribuído em fluidos intra e extracelulares MUITO IMPORTANTE PARA O METABOLISMO Cálcio: digestão Disponível em alimentos como sais de cálcio insolúvel Solubilizado em pH ácido, como no estômago A solubilidade não garante a absorção pela interação do cálcio livre com outros componentes dietéticos Cálcio: absorção Calcitriol (vitamina D ativa) Paratormonio (PTH) Calbindina CBP Cálcio Cálcio Concentrações séricas baixas de Cálcio ionizado Dieta pobre em cálcio Crescimento, gravidez e lactação aumentam a absorção Proteína de transporte Enzima Ca2+ - Mg2+-ATPase Extração Estimulada pela vitamina D Via 1 – Duodeno e jejuno com utilização de energia e transportador Estímulos via 1 Cálcio: absorção Cálcio Cálcio Via 2 – Jejuno e íleo sem utilização de energia ou transportador Cálcio Cálcio Cálcio Cálcio Transporte entre junções de células Processo estimulado por grandes concentrações de cálcio no lúmen intestinal Estudo de Suzuki e Hara, 2004 mostraram que alguns carboidratos não digeríveis melhoram esta via de absorção de cálcio. Cálcio Transporte paracelular 4 a 10% do cálcio dietético é absorvido pelo cólon através da liberação de cálcio preso à fibras, como as pectinas, no processo de fermentação pelas bactérias intestinais. Cálcio Estímulo via 2 Cálcio: biodisponibilidade 40% Albumina 10% forma complexo de sulfato, fosfato ou citrato 50% forma livre (ionizado no sangue) Urina FezesSuor Maioria filtrada e reabsorvida Fatores dietéticos aumentam excreção renal de Ca. Ingestão elevada de proteína, sal, cafeína... EFEITO AGUDO DA CAFEÍNA NA EXCREÇÃO URINÁRIA DE CÁLCIO Excreção Urinária Ingestão de cafeína (mg/dia ) 0 100 200 300 Excreção de cálcio em 4h (mmol) 0,64 0,67 0,81 0,92** Excreção A biodisponibilidade desse mineral irá depender de uma série de fatores como a fase da vida, absorção, interação com medicamentos e nutrientes. Cálcio: fatores que influenciam Nutrientes/substâncias promovem absorção do cálcio Nutrientes/substâncias inibidores da absorção de cálcio Vitamina D Fibra Açúcares e açúcares do álcool Fitato Proteínas Oxalato (quelante) Cátions bivalentes excessivos (Zn) Ácidos graxos não absorvidos Nutrientes promotores da excreção urinária de cálcio Nutrientes cuja absorção pode ser inibida pelo excesso de cálcio Sódio Ferro Proteína (excesso) Ácidos graxos Cafeína Oxalato Quela o cálcio e reduz absorção Encontrado em: frutas (morango, amora, framboesa); hortaliças: espinafre, beterraba, berinjela; nozes; bebidas (chá, cacau...). Cálcio: regulação Concentrações séricas de cálcio Paratireoide: PTH Nos rins, o PTH aumenta síntese de calcitriol (vitamina D) Aumenta reabsorção de cálcio renal Através da calbindina (ptn transportadora) Aumenta absorção de cálcio intestinal PTH interage com receptotes de osteoblastos Objetivo final aumentar as concentrações séricas de cálcio Levam a ativação dos osteoclastos estimula tireoide: Calcitonina Inibição de osteoclastos Função inversa ao PTH 2 1 3 4 5 Já o aumento das concentrações séricas de Cálcio Cálcio: funções regiões trabecular e cortical Cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, estrôncio, grupos hidroxilas e proteínas (principalmente colágeno) Cálcio facilita interação entre proteínas 99% osso e dentes Cálcio não ósseo - Representam 1% do cálcio Menos de 0,5 % do Cálcio total são responsáveis por várias funções regulatórias. Ionizado livre (40-45% do total): Forma fisiologicamente ativa. Mantido em níveis constantes. Mineralização óssea trabecular cortical Cálcio não ósseo: funções Coagulação sanguínea – ativação da fosfolipase A2 e ácido araquidônico Condução nervosa – via acetilcolina – influxo de sódio Contração muscular – ligação com proteínas Regulação enzimática – ativa proteína quinase Permeabilidade de membrana • Ingestão adequada de Ca até o mometo do pico de massa; • Crianças em fase de crescimento absorvem até 75% do cálcio; dietético. Enquanto que adultos absorvem, em média, 30%; • Interação alimento e interação medicamentos. Cálcio: necessidades nutricionais Depende de: M e ta b o li s m o d o C á lc io C a r lo s A lb e r to S o a r e s d a C o s ta Cálcio (mg): referência IOM, DRI, 2011 Grupos 1 a 3 anos 4 a 8 anos 9 a 13 anos 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 51 a 70 anos > 70 anos Crianças 700 1000 Mulheres 1300 1300 1000 1000 1200 1200 Homens 1300 1300 1000 1000 1000 1200 Gestantes 1300 1000 1000 Lactantes 1300 1000 1000 Istitute of Medicine (IOM), 2011. Dietary Reference Intakes (DRIs): Recommended Dietary Allowances and Adequate Intakes, Elements M e ta b o li s m o d o C á lc io C a r lo s A lb e r to S o a r e s d a C o s ta Cálcio: Biodisponibilidade de cálcio em alguns alimentos Weaver CM and Heaney RP. Calcium in human health. Totowa, NJ: Humana Press; c2006. Chapter 9, Food sources, supplements and bioavailability; p. 129-42. M e ta b o li s m o d o C á lc io C a r lo s A lb e r to S o a r e s d a C o s ta Cálcio: necessidades nutricionais – no prato 200 mL de leite desnatado 2 fatias de queijo minas (40 g) 200 g de iogurte natural desnatado 60 g de brócolis cozido 60 g de couve refogada 1150 mg de cálcio Recomendações: RDA /2011, (1000 mg/dia). Vitamina D Estruturalmente deriva de um esteroide – 4 anéis Estruturalmente deriva de um sacoesteroide – um anel quebrado – 3 intactos Substância cristalina solúvel em gorduras Vitamina D: fontes Glândulas sebáceas, secretado na superfície da pele Colesterol 7-dehidrocolesterol Ergosterol Colecalciferol ou Vitamina D3 UVB Maior fonte de vitamina D Fungos, leveduras e plantas Vitamina D: fontes Alimentos de origem animal Laticínios Peixes de água salgada Colecalciferol ou Vitamina D3 Vitamina D dietética: absorção e transporte Colecalciferol Vitamina D3 provenientes da alimentação Gorduras Sais biliares Cerca de 50% da vitamina D3 da alimentação é absorvida nos enterócitos Segue pela circulação linfática Incorporada aos quilomícrons 2 1 3 4 5 6 Vitamina D epitelial: absorção e transporte Colecalciferol Vitamina D3 Pele Se funde para a circulação Se liga a PTN de transporte DBP Desloca-se ao fígado Mas também captada por outros tecidos Os dois mecanismos de transporte mantém o equilíbrio das concentrações de vitamina D pelo corpo 2 1 3 4 5 1 - Colecalciferol ou Vitamina D3 25-hidroxilase Calcidiol Ou 25-OH D3 1 hidroxilase Vitamina D: metabolismo Sofre hidroxilação Sofre 2ª hidroxilação Forma liberada na circulação sanguínea e reflete o estado nutricional da vitamina D 1,25-(OH)2 D3 Calcitriol Calcitriol Vitamina D ativa Biodisponível para outros tecidos Atividade da 1 hidroxilase influenciada por: • PTH; • Baixas concentrações de cálcio; • Baixas concentrações de calcitriol; • Baixa ingestão de fósforo. 2 1 3 4 5 Vitamina D: funções Promove a homeostase do cálcio Ação genômica Receptor de vitamina D nuclear (VDR) influenciando a transcrição gênica Tecidos alvos: intestino, ossos, paratireoide, fígado e células beta pancreáticas Liberação de PTH - Mobilização de cálcio e fósforo no osso Absorção de cálcio e de fósforo pelo intestino Depósito de cálcio no tecido ósseo Diferenciação e proliferação celular celular Regulação da pressão arterial Reabsorção renal de cálcio Imunidade (VDR identificados noslinfócitos T) M e ta b o li s m o d o C á lc io C a r lo s A lb e r to S o a r e s d a C o s ta Vitamina D (µg): referência IOM, DRI: RDA 2011 Grupos 1 a 3 anos 4 a 8 anos 9 a 13 anos 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 51 a 70 anos > 70 anos Crianças 15 15 Mulheres 15 15 15 15 15 20 Homens 15 15 15 15 15 20 Gestantes 15 15 15 Lactantes 15 15 15 Istitute of Medicine (IOM), 2011. Dietary Reference Intakes (DRIs): Recommended Dietary Allowances and Adequate Intakes, Vitamins Vitamina D: quantidade em alimentos M e ta b o li s m o d o C á lc io C a r lo s A lb e r to S o a r e s d a C o s ta Vitamina D: referências ingestão dietética – no prato 100 g de sardinha em lata 1 ovo 17 μg de vitamina D Recomendações: 15 μg de vitamina D para adulto. Dietary Reference Intakes (DRIs): Recommended Dietary Allowances and Adequate Intakes, Vitamins Maior fonte é a epitelial em países tropicais – Alimentação não é tão simples de atingir a referencia de ingestão dietética Fósforo Segundo mineral mais abundante do corpo Fósforo corporal total 85% nos ossos 1% sangue e fluidos corporais 14% tecidos moles como músculos Fósforo: absorção 50 à 70% do fósforo dietético é absorvido Fosfolipases hidrolisam forma orgânica ligada Produtos animais: Máxima absorção Forma inorgânica Transporte ativo dependente de calcitriol (vit. D) Ocorre no duodeno e jejuno Produtos contendo fitato: mínima absorção Difusão facilitada dependente de concentração Fósforo: fatores que influenciam a absorção Positivamente Negativamente Vitamina D (calcitriol) Fitato – principal forma de fosfato em grãos e leguminosas Consumo excessivo de : Magnésio Cálcio Alumínio Formam complexos Biodisponibilidade de fósforo pobre uma vez que a digestão de mamíferos não tem fitase (enzima) Fitatos formam complexo com cátions (zinco, cálcio e ferro) e impedem sua absorção Fósforo: transporte e armazenamento Absorvido no intestino e diretamente para o sangue Sangue: encontrado na forma orgânica e inorgânica 30% restantes, a maioria está livre ou complexado ao Na, Ca e Mg 15% ligado a proteínas 70% orgânico Fosfolipídios e lipoproteínas Fósforo: funções Mineralização óssea Forma de fosfato de cálcio Reduz as concentrações de fósforo no sangue Forma cristais de hidroxiapatita que é depositada no colágeno Calcitonina (hormônio): Promove o uso do fósforo na mineralização óssea PTH e Calcitriol (vitamina D): Promove a reabsorção do fosfato dos ossos. Regulação do fósforo Aumentam as concentrações de fósforo no sangue PTH: estimula a excreção urinária de fósforo e aumenta reabsorção de cálcio Calcitriol: aumenta a absorção intestinal de fosfato. Efeito fosfatúrico é importante para evitar a complexação do cálcio com o fósforo, diminuindo a disponibilidade de cálcio livre. Fósforo: funções Componente do DNA e RNA Forma a base linear dessas moléculas Armazenamento e transferência de fosfato de alta energia Adenosina Trifosfato - ATP Fosfocreatina Síntese de glicogênio Uridina trifosfato (UTP) Atividades enzimáticas Parte do monofosfato de adenosina cíclico (cAMP) Fosforilação e desfosforilação de proteínas M e ta b o li s m o d o C á lc io C a r lo s A lb e r to S o a r e s d a C o s ta Fósforo (mg): referência IOM, DRI: RDA 2011 Grupos 1 a 3 anos 4 a 8 anos 9 a 13 anos 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 51 a 70 anos > 70 anos Crianças 460 500 Mulheres 1250 1250 700 700 700 700 Homens 1250 1250 700 700 700 700 Gestantes 1250 700 700 Lactantes 1250 700 700 Istitute of Medicine (IOM), 2011. Dietary Reference Intakes (DRIs): Recommended Dietary Allowances and Adequate Intakes, Elements Uma porção: Aproximadamente 200 a 350 mg 80 gramas: Aproximadamente 150a 250 mg 1Unidadade: aproximadamente 100 mg Fósforo: quantidade em alimentos M e ta b o li s m o d o C á lc io C a r lo s A lb e r to S o a r e s d a C o s ta Fósforo: necessidades nutricionais – no prato 200 mL de leite 1 ovo 700 mg de fósforo 85g de carne Recomendações: RDA /2011 (700 mg) Dietary Reference Intakes (DRIs): Recommended Dietary Allowances and Adequate Intakes, Elements Considerações finais Fases da vida; Aspectos fisiopatológicos; Absorção; Interação medicamentos e nutrientes, Alguns fatores precisam ser explorados e conhecidos Por exemplo... Suzuki T1, Hara H. Various nondigestible saccharides open a paracellular calcium transport pathway with the induction of intracellular calcium signaling in human intestinal Caco-2 cells. J Nutr. 2004 Aug;134(8):1935-41. Gropper SS, Smith JL, Groff JL. Nutrição avançada e metabolismo humano. São Paulo – SP. Cengage Learning, 2011. IOM. Dietary Reference Intakes for Calcium and Vitamin D. Washington D.C. National Academy Press, 2011. 1132p. Dolinsky M. Recomendações Nutricionias e Prevenção de Doenças. São Paulo – SP. Roca, 2011. Weaver CM and Heaney RP. Calcium in human health. Totowa, NJ: Humana Press; c2006. Chapter 9, Food sources, supplements and bioavailability; p. 129-42. Referências bibliográficas: Cozzolino,Silvia M. Franciscato. Biodisponibilidade De Nutrientes - 5ª Ed. Editora MANOLE, 2016.
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