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Prova Leitura e Produção Textual N2 FMU

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 Pergunta 1 
1 em 1 pontos 
 
 . 
O lobo e o leão 
 
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um 
instante, chegou à conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, 
para que enfim fosse capaz de servir-se daquela merecida refeição, sem o 
indesejado risco de ser interrompido por alguém. 
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram 
de rumo, quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem 
muita conversa, de um só bote, lhe tomou a ovelha. 
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu 
oponente, disse em tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não 
tem o direito de tomar para si aquilo que por direito me pertence!" 
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, 
olhou em volta, mas como o Lobo estava longe demais e não valia a pena o 
inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma merecida lição, disse 
com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por 
acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você 
a conseguiu?" 
ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1997, p. 122 
 
O texto acima é uma das famosas fábulas de Esopo. A fábula é uma narrativa 
fantástica na qual animais falam e contam uma narrativa em prol de um valor 
moral. Ao ler essa fábula sobre o viés da produção de enunciados 
significativos, pode-se dizer que o diálogo entre o leão e o lobo 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
promove uma discussão irônica sobre o conceito de “direitos” 
e, por consequência, sobre o sistema judiciário. 
Resposta 
Correta: 
 
promove uma discussão irônica sobre o conceito de “direitos” 
e, por consequência, sobre o sistema judiciário. 
Feedback 
da resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “d”, “o diálogo entre o leão e o lobo promove 
uma discussão irônica sobre o conceito de “direitos” e, por 
consequência, sobre o sistema judiciário”. Há uma discussão 
sobre as forças dominantes e o que legitima essas forças dentro 
do próprio sistema jurídico. 
 
 
 Pergunta 2 
1 em 1 pontos 
 
 O falante não é um Adão, e por isso o próprio objeto do seu discurso se torna 
inevitavelmente um palco de encontro com opiniões de interlocutores 
imediatos (na conversa ou na discussão sobre algum acontecimento do dia-a-
dia) ou com pontos de vista, visões de mundo, correntes, teorias, etc., (no 
campo da comunicação cultural). Uma visão de mundo, uma corrente, um 
ponto de vista, uma opinião sempre tem uma expressão verbalizada. Tudo 
 
isso é discurso do outro (em forma pessoal ou impessoal), e este não pode 
deixar de refletir-se no enunciado. 
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 
2003, p. 294. 
 
Bakhtin aborda a característica dialógica da linguagem, ao comparar que tudo 
o que falamos é em resposta a um enunciado anterior. Mas esses enunciados 
prévios não necessariamente precisam ser verbalizados, pois 
Resposta 
Selecionada: 
 
são constituídos por elementos do arcabouço sociocultural, 
formado pelos discursos correntes dentro de dado espaço. 
Resposta 
Correta: 
 
são constituídos por elementos do arcabouço sociocultural, 
formado pelos discursos correntes dentro de dado espaço. 
Feedback 
da resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “a”, “são constituídos por elementos do 
arcabouço sociocultural, formado pelos discursos correntes dentro 
de dado espaço”. Ocorre que nossas respostas, nossos 
pensamentos e os sentidos que produzimos estão em diálogo com 
o espaço com o qual interagimos, devido ao caráter responsivo da 
linguagem. 
 
 
 Pergunta 3 
1 em 1 pontos 
 
 Tome como base o texto: 
 
O estado de saúde do menino piorou. A família levou-o para atendimento 
médico. O hospital estava lotado e não havia vaga para a internação do 
enfermo. 
 
O processo de autorreferencialidade textual também é construído pela 
sequenciação inerente ao texto, ou seja, sua progressão. Qual das opções 
abaixo melhor transmitiria uma ideia de progressão entre as três frases do 
texto? 
 
Resposta Selecionada: 
por isso – entretanto 
Resposta Correta: 
por isso – entretanto 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “d”, “por isso – entretanto”. Observe como a 
primeira, uma locução conjuntiva, e a segunda, uma conjunção, 
conectam, respectivamente, a primeira frase na segunda, e a 
terceira, na terceira, criando uma relação de explicação e, em 
seguida, de oposição de ideias. 
 
 
 Pergunta 4 
1 em 1 pontos 
 
 . 
 
O mundo é grande e cabe 
nesta janela sobre o mar. 
O mar é grande e cabe 
na cama e no colchão de amar. 
O amor é grande e cabe 
no breve espaço de beijar. 
(ANDRADE, C.D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2012, 
p. 34) 
 
Assinale a alternativa referente ao verso em que a conjunção estabelece 
relação de sentido diferente das demais. 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
No quarto verso, por ser uma conjunção que agrega um valor 
aditivo entre termos do mesmo valor sintático e classe 
gramatical. 
Resposta 
Correta: 
 
No quarto verso, por ser uma conjunção que agrega um valor 
aditivo entre termos do mesmo valor sintático e classe 
gramatical. 
Feedback 
da resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “d”, “4”. No verso em questão, a conjunção “e” 
não é utilizada para construir a progressão textual, mas para 
conectar palavras da mesma classe gramatical e função sintática. 
 
 
 Pergunta 5 
1 em 1 pontos 
 
 A maioria dos teóricos da paródia remontam a raiz etimológica do termo ao 
substantivo grego parodia, que quer dizer “contra-canto”, e ficam-se por aí. Se 
olharmos mais atentamente para essa raiz obteremos, no entanto, mais 
informação. A natureza textual ou discursiva da paródia (por oposição à 
sátira) é evidente no elemento odos da palavra, que significa canto. O prefixo 
para tem dois significados, sendo geralmente mencionado apenas um deles - 
o de “contra” ou “oposição”. Desta forma, a paródia torna-se uma oposição ou 
contraste entre textos. Este é, presumivelmente, o ponto de partida formal 
para a componente de ridículo pragmática habitual da definição: um texto é 
confrontado com outro, com a intenção de zombar dele ou de o tornar 
caricato. [...] No entanto, para em grego também pode significar “ao longo de” 
e, portanto, existe uma sugestão de um acordo ou intimidade, em vez de um 
contraste. É este segundo sentido esquecido do prefixo que alarga o escopo 
pragmático da paródia de modo muito útil para as discussões das formas de 
arte modernas[...]. Mas, mesmo em relação à estrutura formal, o carácter 
duplo da raiz sugere a necessidade de termos mais neutros para a discussão. 
Nada existe em parodia que necessite da inclusão de um conceito de ridículo, 
como existe, por exemplo, na piada, ou burla, do burlesco. A paródia é, pois, 
na sua irónica “transcontextualização” e inversão, repetição com diferença. 
Está implícita uma distanciação crítica entre o texto em fundo a ser parodiado 
 
e a nova obra que incorpora, distância geralmente assinalada pela ironia. Mas 
esta ironia tanto pode ser apenas bem-humorada, como pode ser 
depreciativa; tanto pode ser criticamente construtiva, como pode ser 
destrutiva. O prazer da ironia da paródia não provém do humor em particular, 
mas do grau de empenhamento do leitor no “vai-vém” intertextual (bouncing) 
para utilizar o famoso termo de E. M. Forster, entre cumplicidade e 
distanciação. 
HUTCHEON, Linda. Uma teoria da paródia. Rio de Janeiro: Edições, 1985, 
p. 47-48 
 
Com base nesses apontamentos de Linda Hutcheon sobre como o texto se 
constrói às vezes como paródia, é possível dizer que 
Resposta Selecionada: 
uma visita nova ao texto pode iluminar outros pontos. 
Resposta Correta: 
uma visita nova ao texto
pode iluminar outros pontos. 
Feedback 
da resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “c”,”uma visita nova ao texto pode iluminar 
outros pontos”. Muitas vezes a deformação se dá pelo de revisitar 
o mesmo texto, possibilitando outras interpretações e, por isso, a 
constituição de novos enunciados significativos. 
 
 
 Pergunta 6 
1 em 1 pontos 
 
 Não obstante, ao lado dele a mulher roncava, de papo para o ar, gorda, 
estrompada de serviço, tresandando a uma mistura de suor com cebola crua 
e gordura podre. Mas 
João Romão nem dava por ela; só o que ele via e 
sentia era todo aquele voluptuoso mundo inacessível vir descendo para a 
terra, chegando-se para o seu alcance, lentamente, acentuando-se. Houve 
um silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma frase 
que, no entanto, era a única ideia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal, 
depois de coçar mais vivamente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada 
de soluços. 
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Klick, 1997, p. 20 
 
Tendo como base a característica inerentemente intertextual da linguagem, e 
como esta, ao se autorreferenciar, criar mecanismos para conectar seus 
significados e significantes, pode-se dizer que, no texto acima, o que promove 
uma progressão nas ideias são 
 
Resposta Selecionada: 
os conectivos. 
Resposta Correta: 
os conectivos. 
Feedback da 
resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “d”, “os conectivos”. No trecho, os conectivos 
 
ajudam a estabelecer uma sequência de ideias, pelo recurso a 
advérbios, preposições e conjunções. 
 
 Pergunta 7 
1 em 1 pontos 
 
 A intertextualidade apresenta de fato o paradoxo de criar um forte liame de 
dependência do leitor, que ele provoca e incita sempre a ter mais imaginação 
e saber, cifrando, de modo suficiente, elementos para que um deslocamento 
apareça entre a cultura, a memória, a individualidade de um e a do outro. 
SAMOYAULT, Tiphaine. Intertextualidade. São Paulo: Hucitec, 2008, p. 89-
90 
 
Thiphaine Samoyault traz a metáfora da “biblioteca” para referenciar toda a 
formação sociocultural de um indivíduo. Ao reler Bakhtin, Samoyault aponta 
que o dialogismo é a característica inerente da linguagem de 
 
Resposta Selecionada: 
se mostrar monológica. 
Resposta Correta: 
se mostrar monológica. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “a”, “a característica inerente da linguagem de se 
renovar de acordo com o indivíduo que a utiliza”. A linguagem tem 
uma função social e, por isso, se atualiza a cada indivíduo que a 
reinventa e renova em prol do melhor uso de suas potencialidades. 
 
 
 Pergunta 8 
1 em 1 pontos 
 
 O termo intertextualidade foi tão utilizado, definido, carregado de sentidos diferentes que se 
tornou uma noção ambígua do discurso literário; com frequência, atualmente, dá-se 
preferência a esses termos metafóricos, que assinalam de uma maneira menos técnica a 
presença de um texto em outro texto: tessitura, biblioteca, entrelaçamento, incorporação ou 
simplesmente diálogo. Ele apresenta, no entanto, a vantagem, graças à sua aparente 
neutralidade, de poder agrupar várias manifestações dos textos literários, de seu 
entrecruzamento, de sua dependência recíproca. A literatura se escreve certamente numa 
relação com o mundo, mas também apresenta-se numa relação consigo mesma, com sua 
história, a história de suas produções, a longa caminhada de suas origens. 
SAMOYAULT, Tiphaine. Intertextualidade . São Paulo: Hucitec, 2008, p. 9. 
 
A Intertextualidade estabelece essa relação entre textos, no qual um texto faz referência à 
outra, de maneira implícita ou explícita. Como base nisso, é possível dizer que o processo de 
intertextualidade 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
resgata significados e/ou significantes, associando novos 
sentidos à elementos anteriores. 
Resposta Correta: 
resgata significados e/ou significantes, associando novos 
sentidos à elementos anteriores. 
 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “d”, “resgata significados e/ou significantes, 
associando novos sentidos a elementos anteriores”. Isso ocorre 
devido ao caráter dialógico da língua, que se forma como 
resposta/continuidade a outros enunciados. 
 
 Pergunta 9 
1 em 1 pontos 
 
 TEXTO I 
 
 
Trecho do poema de “Sete Faces” de Carlos Drummond de Andrade 
 
“Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.” 
 
ANDRADE, C.D. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 58 
 
TEXTO II 
 
Trecho do poema “Até o fim” de Chico Buarque 
 
“Quando nasci veio um anjo safado 
O chato do querubim 
E decretou que eu estava predestinado 
A ser errado assim” 
BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989 
 
Tendo como base os processos de relação intertextual, construção e 
reconstrução de sentidos, pode-se dizer que o poema “Até o fim”, de Chico 
Buarque 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
promove uma continuidade irônica com “Sete Faces”, de 
Carlos Drummond de Andrade. 
Resposta Correta: 
promove uma continuidade irônica com “Sete Faces”, de 
Carlos Drummond de Andrade. 
Feedback 
da resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “c”, promove uma continuidade irônica com 
“Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade”. O poema de 
Chico Buarque revisita e promove uma visão irônico da 
predestinação apresentada no poema de Carlos Drummond de 
Andrade. 
 
 
 Pergunta 10 
1 em 1 pontos 
 
 Julia Kristeva cunha o termo “intertextualidade”, ao analisar os apontamentos 
de Bakhtin sobre o caráter dialógico da linguagem. Para a crítica literária, a 
intertextualidade seria “escritura simultânea como escritura e 
comunicabilidade[capaz de criar]espaço textual múltiplo, cujos elementos são 
suscetíveis de aplicação no texto poético concreto”. 
KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974, 
p. 71 
 
A partir do texto, pode-se afirmar que todo texto 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
é construído via absorção e transformação de um outro 
texto. 
Resposta Correta: 
é construído via absorção e transformação de um outro 
texto. 
Feedback 
da resposta: 
Resposta correta: Parabéns, você assinalou a opção correta! A 
resposta é a letra “a”, “é construído via absorção e transformação 
de um outro texto”. Assim como um mosaico, os textos vão sendo 
absorvidos, de múltiplas formas, pelos escritores, dando origem à 
novos textos. 
 
 
Quarta-feira, 8 de Abril de 2020 18h44min45s BRT

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