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Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 - 2019.2 Comportamento mecânico dos ferros fundidos avançados Letícia Mayelin Ostrowski de Oliveiraª ªDepartamento de Engenharia, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Blumenau, 89036-002 Blumenau, SC, Brasil I n f o r m a ç õ e s Entrega do artigo: 25 novembro de 2019; Disciplina ministrada pelo Prof Dr. Wanderson Santana da Silva. Palavras-chave: Propriedades Grafita Elementos de liga Resistência mecânica Ductilidade R e s u m o Além das propriedades mecânicas das diferentes classes de ferro fundido, tradicionalmente descritos como ligas ternárias de ferro, carbono e silício, neste artigo serão apresentadas as microestruturas, aplicações e influência dos elementos de liga presentes em cada uma delas. As classificações tradicionais foram ferro fundido branco (alta resistência mecânica por conta da presença de cementita) e cinzento (teor de silício superior a 1%, que facilita a decomposição do carbeto de ferro, possibilitando que o carbono se apresente em sua forma livre - grafita, que, por ser concentradora de tensões, fragiliza o material). Sabendo que a adição de outros elementos de liga e diferentes tratamentos térmicos conferem aos ferros fundidos morfologias, aplicações e propriedades distintas, também foram explorados os ferros fundidos nodulares, que, combinam tenacidade e resistência mecânica graças à grafita em forma de nódulos, formada através da adição de magnésio ao ferro; ferros fundidos maleáveis, classificados em núcleo branco e núcleo preto, são os mais dúcteis dentre as classes de ferros fundidos graças a tratamentos térmicos especiais; ferros fundidos vermiculares, que possuem maior resistência à fadiga térmica e propriedades intermediárias entre os fundidos cinzentos brutos e nodulares; ferro fundido nodular austemperado, que obtém resistência mecânica e tenacidade superiores ao ferro fundido nodular bruto graças à matriz ausferrítica; ferros fundidos conhecidos comercialmente como Ni-hard, que são ferros fundidos brancos ligados a níquel, onde a matriz martensítica confere excelente resistência à abrasão; ferros fundidos com nióbio, com carbonetos duros e alta temperabilidade e ferros fundidos ligados com titânio, onde há possibilidade de formação de carbonitretos, partículas altamente abrasivas. Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) 1.Introdução Os ferros fundidos são definidos como ligas ternárias, constituídas essencialmente por ferro, carbono e silício,cujo teor de carbono se situa acima de 2,11% [1], quantidade superior à retida em solução sólida na austenita (ferro gama, com estrutura CFC), como observado no ponto F do diagrama metaestável da liga ferro-carbono da figura 1. [2] Desta forma, uma fração de carbono pode assumir sua forma livre, através de veios ou lamelas de grafita, o que resulta em uma excelente usinabilidade, elevada resistência mecânica e alto potencial para fundição. Este alto teor de carbono faz com que o material se rompa antes de experimentar um alto nível de deformação. Não há, portanto, estricção na zona de fratura, que se dá em uma superfície perpendicular ao carregamento (figura 3). O silício, por sua vez, desfavorece a formação de cementita (carboneto de ferro, Fe₃C) e estabiliza a fase ferrítica do ferro (estrutura CCC, onde a solubilidade de carbono varia entre 0,008% e 2,10%), deslocando o ponto eutético (ponto G no diagrama apresentado, onde ocorre o equilíbrio entre as fases líquida e sólida) para teores mais baixos de carbono.[3] Figura 1: parte do diagrama Ferro-Carbono. Figura 3: aspecto da fratura frágil. Os ferros fundidos são comumente classificados em: A) Ferro fundido branco: superfície de fratura de coloração branca, onde a maior parte do carbono está presente na forma de carbonetos, elevando a resistência mecânica do material, uma vez que estes carbonetos diminuem o livre caminho médio para o deslizamento de discordâncias, principais agentes responsáveis pela deformação plástica. Os ferros fundidos brancos são geralmente utilizados em aplicações que exijam alta resistência ao desgaste, como cilindros de coquilhamento e equipamentos de manuseio de terra. Sua estrutura hipoeutética, isto é, com teores de carbono entre 2,11% e 4,2% pode ser observada na figura 4, bem como a eutética, com 4,3% de carbono (figura 5) e hipereutética, com teores de carbono superiores a 4,3% (figura 6). [4] Figura 4: ferro fundido branco hipoeutético; dendritas de perlita, pontilhado é ledeburita, e área branca é cementita. Figura 5: ferro fundido branco eutético. Figura 6: ferro fundido branco hipereutético; longos cristais de cementita sobre um fundo de ledeburita. 2 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) B) Ferro fundido cinzento: possui fratura de coloração escura, devido a alta parcela de carbono na forma de grafita, resultado de um teor de silício superior a 1%. As lamelas de grafita são concentradoras de tensão, tornando a liga frágil, de modo que praticamente não apresenta ductilidade e alongamento. O ferro fundido cinzento não possui alta resistência à corrosão, isso porque a grafita é insolúvel na maioria dos meios corrosivos, entretanto, pode ser usado em aplicações que exigem boa usinabilidade, visto que a grafita funciona como um lubrificante, pois é formada por camadas sucessivas de folhas de carbono, onde as ligações entre elas (Van der Waals) possuem fracas interações, favorecendo o deslizamento desses planos [5]. Além disso, possui capacidade de amortecer vibrações (resultado do atrito entre a grafita e a matriz metálica, durante a solicitação mecânica), o que o torna o principal material utilizado na fabricação de motores, já a sua elevada fluidez o torna útil na fabricação de peças com geometria complexa. A relação entre limite de resistência e coeficiente de amortecimento de vibrações pode ser observada na figura 7, onde é mostrado que com com o uso de pequenas adiçõees de Mo (0,2%) e Nb (0,03-0,09%), aumenta-se consideravelmente o limite de resistência para um dado coeficiente de amortecimento de vibrações. [6] Figura 7: relação entre limite de resistência e coeficiente de amortecimento de vibrações. Sua estrutura hipoeutética pode ser observada na figura 8, eutética na figura 9 e hipereutética na figura 10: Figura 8: ferro fundido cinzento hipoeutético; dendritas de austenita formando uma matriz em que estão distribuídas lamelas de grafita Figura 9: ferro fundido eutético. Figura 10: ferro fundido cinzento hipereutético; lamelas de grafita longas, retas e ramificadas. A adição de diferentes elementos de liga e tratamentos térmicos conferem aos ferros fundidos morfologias, aplicações e propriedades particulares. Entretanto, suas principais finalidades são decompor a cementita (além do silício, alumínio, níquel, cobre e titânio) ou retardar a formação de grafita (como manganês, cromo, molibdênio e vanádio).Além disso, todos estes elementos tendem a aumentar a resistência à tração e a dureza dos ferros fundidos, sendo vanádio e cromo os mais eficientes.[7] Este endurecimento é devido principalmente ao aumento da quantidade de perlita e refino destas lamelas. No caso do silício, há ainda um endurecimento da ferrita por solução sólida. 2.Ferro fundido nodular Derivados dos ferros fundidos cinzentos, os ferros fundidos nodulares, comumente utilizados em engrenagens, tampas de bueiros, válvulas e demais aplicações que exijam alta 3 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) resistência ao desgaste, tenacidade, alta resistência ao impacto e à fadiga, são resultado da adição de magnésio ao ferro líquido no momento do vazamento, aliado a um teor baixo de silício, pois, se este estiver em alta quantidade, formará sulfetos, fazendo com que o efeito de nodulação se perca por escassez de magnésio. Além disso, altos teores de enxofre e fósforo também atrapalham a formação de nódulos, fragilizando a estrutura. O magnésio não permite que a grafita cresça morfologicamente no seu usual formato capilar (ilustrado na figura 11), fazendo com que esta cresça na mesma velocidade ao mesmo tempo em todas as direções, formando um nódulo. Figura 11: formato capilar da grafita. O formato nodular da grafita eleva a resistência mecânica, a tenacidade e a ductilidade, visto que há um maior raio para que as tensões se concentrem. A seguir é apresentado o diagrama tensão x deformação para o ferro fundido nodular (representado pela curva de maior módulo de elasticidade), que, diferente dos ferros fundidos comuns, rompe no campo plástico, ou seja, experimenta deformação irreversível, e isso aproxima as propriedades mecânicas do ferro fundido nodular às propriedades mecânicas dos aços, com a vantagem de que tem custo e densidade inferiores.[8] A sua microestrutura pode ser observada na figura 13, onde há grafita nodular em matriz ferrítica. Figura 12: diagrama tensão x deformação do ferro fundido nodular. Figura 13: ferro fundido nodular. Um ligante de grande importância nos ferros fundidos nodulares é o cromo, que melhora ainda mais a usinabilidade e aumenta a resistência à corrosão, principalmente em meios que contém enxofre. Sua presença no material é caracterizada por nódulos de grafita envoltos por ferrita, dispersos em matriz perlítica, conforme a figura 14: Figura 14: ferro fundido nodular com adição de cobre. O cobre é adicionado normalmente em teores de 0,5% a 2%. Quando a adição passa de 3,%, a resistência cai, visto que este é o limite de solubilidade do elemento [9]. Esta relação pode ser observada na figura 15: Figura 15: limite de resistência à tração x teor de cobre em ferros fundidos cinzento com diferentes teores de carbono. Como ressaltado anteriormente, os tratamentos térmicos também influenciam na microestrutura do material e, consequentemente, em suas propriedades mecânicas. No caso dos ferros fundidos nodulares, o mais comum é a grafitização e 4 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) ferritização após recozimento. O tempo e a temperatura (geralmente entre 700ºC e 900ºC) permitem a transformação da estrutura perlítica da matriz para uma estrutura ferrítica, além de ativar o mecanismo de difusão dos átomos de carbono, o que resulta em nódulos de grafita de maior diâmetro. Por consequência, o livre caminho médio para escorregamento de discordâncias aumenta, bem como sua ductilidade, diminuindo dureza e resistência mecânica do material.[10] A relação geral entre dureza e propriedades de tração de ferros nodulares fundidos e recozidos pode ser analisada na figura 16: Figura 16: relação entre dureza Brinell e propriedades de tração dos ferros fundidos nodulares 3. Ferro fundido maleável Derivado do ferro fundido branco, entretanto com resistência mecânica inferior, além de elevada ductilidade e tenacidade, resultantes de um tratamento térmico especial. Por conta disso, diz-se que o ferro fundido maleável é a liga intermediária entre o aço e o ferro fundido cinzento.[11] A diferença entre os ferros fundidos maleáveis e os ferros fundidos comuns pode ser observada na figura 17, onde é notável a maior maleabilidade da classe discutida nesta seção e representada pela curva azul em relação aos comuns, representados pela curva vermelha: Figura 17:diagrama tensão x deformação com a curva de um material dúctil. [12] Os ferros fundidos maleáveis têm boa resistência à corrosão, devido à camada superficial que se desenvolve durante a maleabilização, constituída de ferrita ligada com silício na faixa de 0,80 a 1,70%. Esta classe, normalmente utilizada em peças de válvulas para serviços de pressão, equipamentos navais, peças de automóveis e compressores, sofre ainda uma subdivisão: A) Maleável de núcleo branco (europeu): a maleabilidade se origina de um processo de descarbonetação, fazendo com que precipitados sejam eliminados e o livre caminho médio para o deslizamento de discordâncias aumente; além disso, o número de carbonetos, a fase dura do material, é diminuído. Neste tratamento, a peça é colocada em uma atmosfera rica em oxigênio em altas temperaturas, que oxida a peça e faz com que o carbono seja eliminado da peça em forma de gás. Sua estrutura é constituída principalmente por ferrita e carbono remanescente no estado combinado, e pode ser observada na figura 18: Figura 18: Ferro fundido maleabilizado de núcleo branco apresentando zona de transição entre a parte central e a região periférica. Observam-se perlita, grafita e inclusões sobre um fundo de ferrita. Seus valores de limite de escoamento estão normalmente próximos a 200 MPa; o limite de resistência à tração entre 330 e 390 MPa e alongamentos que variam de 3 a 10%. B) Maleável de núcleo preto (americano): Proveniente da maleabilização por grafitização, onde o material é aquecido em atmosfera neutra, dando tempo e energia suficientes para difusão atômica, o que promove a decomposição da cementita. Apresenta ferrita, perlita e grafita compactada, que permite a maleabilidade do ferro fundido, conforme a microestrutura apresentada na figura 19: 5 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) Figura 19: ferro fundido maleável de núcleo preto; é possível observar a grafita compactada na matriz ferrítica; A dureza Brinell deste material fica entre 150 e 285HB, alongamento normalmente até 8%, limite de escoamento entre 190 e 490 MPa e limite de resistência à tração chegando a 500 MPa. C) Maleável perlítico e martensítico: derivados do ferro fundido americano, nestes, a maleabilidade pode ser combinada com alta resistência mecânica através do controle da taxa de resfriamento. Nos perlíticos, há resfriamento lento até 870ºC seguido de resfriamento ao ar; já nos martensíticos, o resfriamento é feito em forno até a temperatura de têmpera de 845 a 870ºC, e seguida de um banho de óleo agitado. Em ambosos casos, a resistência mecânica é aumentada pela diminuição do livre caminho médio para escorregamento de discordâncias pois não ocorre completa difusão atômica. Nestes materiais, é comum a presença de estanho, que atua como forte estabilizador da perlita, sem apresentar tendência para formação de carbonetos e sem afetar significativamente a morfologia da grafita. 4. Ferro fundido vermicular: Também chamado de ferro fundido com grafita compactada, é utilizado em componentes resistentes à temperatura e à fadiga térmica, como blocos de motor e coletores de gases de descarga. Possuem um coeficiente de dilatação térmica e módulo de elasticidade mais baixos que o ferro fundido nodular, portanto, têm menor resistência mecânica e menor dureza. Neste viés, pode-se dizer que suas propriedades estão entre as propriedades dos ferros fundidos nodulares e os cinzentos tradicionais. A grafita na forma vermicular é produzida a partir da adição controlada de elementos como magnésio e cério (que atuam como inoculantes), e, por conta disso, é inevitável que parte da grafita se apresente na forma nodular; a matriz pode estar na forma perlítica (conferindo maior resistência mecânica e maior dureza) ou ferrítica (mais dúctil e tenaz). Os módulos de elasticidade desta classe de ferro fundido variam entre 140 GPa e 165 GPa. [13] Sua microestrutura pode ser observada na figura 20, onde é possível perceber que o livre caminho médio entre as partículas é pequeno: Figura 20: Microestrutura de um disco de freio; ferro fundido vermicular. Para fins de comparação, é apresentada na figura 21 a influência do carbono equivalente (CE = %C + 0,33*%Si) sobre a resistência à tração de ferro fundido cinzento, ferro fundido nodular e ferro fundido de grafita compactada: Figura 21: resistência à tração x carbono equivalente para as diferentes classes de ferros fundidos. Além disso, é possível comparar a influência da morfologia da grafita na curva do diagrama tensão x deformação na figura 22. Desta forma, é evidente que o ferro fundido vermicular tem resistência mecânica superior à do ferro fundido cinzento comum, mas inferior à do ferro fundido nodular, além de ductilidade superior à do ferro fundido nodular, mas inferior à do ferro fundido cinzento comum. Para melhor visualização, a tabela 1 apresenta uma comparação entre as propriedades destes materiais. 6 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) Figura 22: diagrama tensão x deformação para diferentes classes de ferros fundidos [14] Tabela 1: comparação entre as propriedades dos ferros fundidos nodulares, cinzentos e vermiculares de matriz perlítica [15] Nos ferros fundidos vermiculares, um importante ligante é o titânio, que aumenta a resistência mecânica e melhora propriedades de fricção, além de evitar a formação de grafita nodular. Também é comum utilizar molibdênio, que confere resistência à quente, e, portanto, resistência à fadiga térmica, relação observada na figura 23: Figura 23 - Influência do teor de molibdênio sobre o tamanho de trinca formada por fadiga térmica. [16] 5. Ferro fundido austemperado (ADI): Utilizados principalmente na fabricação de máquinas agrícolas, tratores pesados e máquinas para transporte em mineradoras, são obtidos através do tratamento térmico de austêmpera nos ferros fundidos nodulares. Isso confere à categoria uma excelente combinação entre resistência mecânica e ductilidade. O tratamento de austêmpera consiste em, após a temperatura de austenitização (entre 840 e 950ºC), resfriar o material em velocidade suficiente para que não haja formação de perlita e então estabilizá-lo em uma determinada temperatura que torne possível o controle da formação da Ferrita. Além disso, é importante que o tempo de austenitização seja o suficiente para que ocorra a dissolução da cementita e a difusão de parte do carbono da grafita para a matriz. O efeito do tempo de tratamento pode ser observado na figura 24. [17] Figura 24: efeito da temperatura de austêmpera sobre o alongamento de ferros fundidos nodulares austemperados. Por conta do tratamento térmico, a principal característica do ADI é sua matriz ausferrítica (austenita estável na forma de placas e ferrita acicular na forma de agulhas), como mostrado na figura 25, além da presença da grafita em nódulos: Figura 25: microestrutura típica do ADI.[18] Após a formação das agulhas, o carbono não absorvido pela ferrita é dissolvido na austenita retida, estabilizando-a e promovendo um aumento nas propriedades mecânicas desta, contribuindo para o aumento da resistência mecânica do ADI quando comparado a ferros nodulares brutos, de modo que a influência do número de nódulos nas propriedades mecânicas do material pode observado na figura 26. Cabe ressaltar que o número de nódulos é fortemente influenciado pela homogeneidade da peça, tempo de austenitização e teor de magnésio presente. 7 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) Figura 26: Limite de escoamento, limite de resistência e alongamento em função do número de nódulos [19] Diferente dos aços, onde o tratamento de austêmpera precipita carboneto de ferro, que compromete a ductilidade do material, na austêmpera dos ferros fundidos o significativo teor de silício faz com que seja formada apenas ferrita, que garante o aumento da resistência mecânica (duas vezes maior que o ferro fundido nodular bruto) sem perda significativa da ductilidade, graças à austenita retida. Além disso, essa característica confere ao material resistência ao impacto, alta resistência à fadiga, alta resistência ao desgaste e boas condições de usinabilidade. A figura 27 mostra a influência da estrutura da matriz nos ferros fundidos nodulares, onde é possível observar que o ADI possui uma combinação de propriedades que superam outras formas de estruturas. Figura 27: resistência x alongamento para diferentes matrizes do ferro fundido nodular [20] O ADI é utilizado para substituir aços de maior resistência e algumas ligas não ferrosas, como alumínio, com a vantagem de custo de produção inferior, o que pode ser observado na tabela 2, onde é comparado o consumo de energia para fabricação de engrenagens a partir do ferro nodular e aço forjado. A economia de energia pode ser explicada pela densidade mais baixa e melhor usinabilidade do ADI: Tabela 2: comparação de gasto energético para fabricação de engrenagens a partir de ferro nodular austemperado e aço forjado: Alguns elementos de liga, como cobre, manganês e molibdênio aumentam a temperabilidade do material, de forma que peças de maior espessura possuam estrutura completamente ausferrítica após tratamento térmico de austêmpera, o que influencia diretamente no aumento da resistência mecânica. O cobre em especial tem efeito grafitizante, podendo ser utilizado como substituto parcial do silício, entretanto, seu teor no material deve ser limitado para que não haja redução das propriedades mecânicas, visto que estetem limite de solubilidade em a 0,8%, e, ao ultrapassar este percentual, precipita-se na forma de partículas metálicas de cobre puro. Por conta disso, pode ser substituído por níquel (não há uma perda tão significativa na resistência À tração), que também tem efeito grafitizante. 6. Ni-Hard Utilizados geralmente para bolas de moinho até 50mm de diâmetro, devido à baixa tenacidade, os Ni-hard são ferros fundidos brancos martensíticos muito resistentes ao desgaste e a baixo impacto, ligados a níquel, que aumenta a temperabilidade (e, por consequência, a dureza, como observado na figura 28), e cromo, que inibe o efeito grafitizante do níquel. Nesta classe, a influência do teor de carbono e a quantidade de carbonetos na dureza e resistência mecânica do material é baixa, visto que sua matriz por si só já possui propriedades mecânicas mais elevadas do que o ferro fundido branco tradicional, de matriz perlítica. [21] 8 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) Figura 28: influência do teor de níquel na dureza do material. A zona A, é uma região onde um menor teor de níquel deve ser usado para evitar a formação excessiva de austenita. Na zona B, os ferros de 4,2% de Ni têm matriz satisfatória, enquanto a dureza dos ferros com 3,7% de Ni caem à medida que quantidades significativas de perlita ou bainita aparecem. Na zona C, o maior teor de níquel garante melhores resultados mecânicos. [22] Cabe salientar que, em consequência da matriz martensítica, observada na figura 29, a usinabilidade é fortemente prejudicada. Figura 29: microestrutura característica de um Ni-Hard. Como já ressaltado, a martensita tem forte influência nas propriedades mecânicas. Um exemplo é a dureza Vickers, que, nesta classe, costuma ficar próxima de 660 HV, como observado na figura 30. Além disso, a martensita garante uma excelente resistência à abrasão. Figura 30: gráfico de dureza x teor de martensita dos ferros fundidos Ni-Hard. [23] 7. Ferros fundidos ligados ao cromo e molibdênio O cromo, quando em teores de 1 a 4%, estabiliza a cementita e impede a formação de grafita, que implica em aumento da dureza e da resistência ao desgaste . Em teores de 12 a 35%, confere resistência à corrosão e à oxidação a altas temperaturas, além de aumentar a resistência à abrasão devido à formação de carbonetos de alta dureza (em torno de 1500 a 1800 HV25), que ficam envoltos por uma matriz dependente da velocidade de resfriamento, como observado nas figuras 31 e 32. No primeiro caso, os carbonetos são do tipo (onde M CM 3 representa um metal qualquer) enquanto, no segundo, são do tipo , que são menos M 7 C3 contínuos, portanto, conferem mais tenacidade à peça por serem menos frágeis. Entretanto, vale salientar que o alto teor de cromo favorece a temperabilidade (e, portanto, matriz martensítica), pois diminuem a temperatura de início de transformação da martensita. Figura 31: microestrutura típica de um ferro fundido com baixo teor de cromo e sem tratamento térmico; carbonetos em forma de plaquetas e perlita fina; [24] Figura 32: microestrutura típica de um ferro fundido branco com alto teor de cromo e sem tratamento térmico; carbonetos em forma de bastonetes. O cromo diminui a velocidade de decomposição da austenita, por isso, os ferros fundidos ligados a cromo, quando resfriados em velocidades moderadas, tem matriz austenítica supersaturada em carbonetos, mas heterogênea, portanto, é possível notar também presença de ferrita e perlita. O teor de carbono não influencia apenas no número de carbonetos formados, mas também na resistência ao impacto. GAHR & DOANE, em 1980, observaram que a superfície 9 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) de fratura nos corpos de prova submetidos a ensaio de impacto eram ricos em carbonetos, provando que, quanto maior o teor de carbono, menor a resistência ao impacto.[25] Por serem muito resistentes ao desgaste, são amplamente utilizados para componentes utilizados durante o processo produtivo da indústria siderúrgica e cimentícia. Esta propriedade fica ainda mais acentuada com a presença de molibdênio na liga, como mostrado na figura 33 pois, além de formar carbonetos, inibe a formação de perlita, favorecendo a têmpera. Estes carbonetos, apesar de diminuirem a tenacidade, evitam a propagação das trincas que surgem na superfície de desgaste. A vantagem deste elemento em relação ao níquel, cobre e manganês é que ele estabiliza muito mais a estrutura austenítica, facilitando a obtenção de estruturas martensíticas. Figura 33: influência do teor de molibdênio em ferros fundidos com diferentes teores de cromo [26] Já a adição de elementos como vanádio e nióbio tem como principal objetivo o aumento da resistência mecânica e resistência ao desgaste, uma vez que estes elementos, além de conseguirem refinar a estrutura fundida, formam carbonetos mais duros que o . O M 7 C3 nióbio forma um carboneto globular do tipo MC, com dureza capaz de superar 2000HV, portanto extremamente duro. Além disso, atua como substituto parcial do molibdênio, uma vez que forma carbonetos e libera o cromo para a matriz, aumentando a temperabilidade. Por ter custo mais baixo, apresenta-se como uma alternativa de uso. [27] 8. Ferro fundido ligado a nióbio e titânio Ligas desenvolvidas visando o aumento de resistência ao desgaste em ferros fundidos cinzentos. O titânio confere ainda aumento das propriedades anti fricção nos materiais com microestrutura semelhantes à observada na figura 34, enquanto o nióbio forma carbonetos de alta dureza, finamente precipitados, que provocam o endurecimento tanto da ferrita livre quanto da ferrita da perlita, elevando a dureza e a resistência mecânica em materiais com microestrutura semelhantes à observada na figura 35. Um elemento que provoca efeito semelhante ao do nióbio é o vanádio. Figura 34: microestrutura característica dos ferros fundidos ligados à titânio. Figura 35: microestrutura característica dos ferros fundidos ligados à nióbio. [28] As ligas de alto nióbio são utilizadas no setor ferroviário e estudos mais recentes revelam o potencial do elemento para substituir o molibdênio para obtenção do ferro fundido austemperado, reduzindo o custo de produção. Apesar da queda de resistência mecânica em cerca de 100MPa, há um acréscimo de até 15% no alongamento e também maior tenacidade. Já nos ferros fundidos de alto cromo, o nióbio aumenta a temperabilidade da liga. [29] A partir do titânio também é possível formar carbonitretos de titânio, que são uma solução sólida de carboneto de titânio e de nitreto de titânio, que, quando em contato com outra peça, geram um fluxo plástico na região de contato. Por isso, são utilizados como abrasivos em ferramentas de corte. Como são formadores de carbonetos, titânio e nióbio quando adicionados ao ferro fundido de alto cromo, compensam o aumento da quantidade de grafita formada, pois são partículas duras na matriz, aumentando a resistênciaao desgaste e fazendo com que este 10 Disciplina de Resistência e Falha em Materiais, artigo 01 (2019.2) material possa ser utilizado, por exemplo, em discos de freio. 9.Considerações finais Observou-se que a principal característica dos ferros fundidos é a presença de carbono e silício em sua composição. Apesar de estar presente em alto teor, o carbono não é o único agente responsável pela alta resistência mecânica dos ferros fundidos. Esta, bem como tenacidade, dureza e as demais propriedades mecânicas dos materiais, é influenciada também pela matriz, temperabilidade, morfologia e composição de carbonetos e grafita, que, por sua vez, são determinadas através da adição de elementos de liga e tratamentos térmicos.. Nos ferros fundidos, a adição destes elementos têm como principal objetivo o aumento da resistência mecânica (através de precipitação, refino da fase perlítica ou refino da grafita, além de favorecer a têmpera), que, entre os tradicionais é máxima na classe dos ferros fundidos nodulares, devido à maior capacidade da grafita nodular em concentrar tensões. Já para aplicações que exijam maior maleabilidade, os mais indicados são os ferros fundidos maleáveis, que passaram pela fase de decomposição da cementita (fase mais dura dos ferros fundidos) ou por descarbonetação e, por isso, têm uma queda de resistência mecânica, se tornando mais dúcteis. Já os ferros fundidos vermiculares são os utilizados em situações onde se faz necessária alta resistência à fadiga térmica além de boa combinação entre alta resistência mecânica e tenacidade. Cabe também ressaltar que, nos últimos anos, novas pesquisas com ferros fundidos vem sendo feitas. Exemplo disso são os ferros fundidos austemperados, onde um tratamento térmico confere aos ferros fundidos nodulares uma matriz ausferrítica, garantindo à peça resistência superior à dos nodulares brutos sem perda da tenacidade; Os ferros fundidos Ni-Hard, apesar de baixíssima tenacidade, mostraram-se potenciais substitutos dos aços forjados, pois, além de excelente resistência à abrasão propriedades mecânicas próximas, apresentam menor densidade e menor custo de produção; ferros fundidos ligados a cromo e molibdênio, que possuem uma ótima combinação entre tenacidade e resistência mecânica, devido à descontinuidade dos carbonetos; e ferros fundidos ligados a nióbio e titânio, onde são formados carbonetos bastante duros, podendo compensar a formação de grafita nos ferros fundidos de alto cromo. Cabe ressaltar que a adição de titânio também possibilita a formação de carbonitretos de titânio, que são altamente abrasivos. 10.Referências bibliográficas [1] CHIAVERINI, Vicente. 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