Buscar

Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e Letramento nas Séries Iniciais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 370 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 370 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 370 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
ARTIGO ORIGINAL
FREITAS, Alessandra Osório [1], SILVA, Rubens Alves da [2]
FREITAS, Alessandra Osório. SILVA, Rubens Alves da. A Responsabilidade no abandono
afetivo: À luz principiológica da responsabilidade civil. Revista Científica Multidisciplinar
Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 02, Vol. 01, pp. 61-77. Fevereiro de 2020. ISSN:
2448-0959
Contents
RESUMO
INTRODUÇÃO
1. RESPONSABILIDADE CIVIL
2. RESPONSABILIDADE DOS PAIS EM DIMENSÃO CONSTITUCIONAL
2.1 DIREITO A VIDA
2.2 DIREITOS SOCIAIS
3. FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
3.1 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
3.2 ISONOMIA
3.3 SOLIDARIEDADE SOCIAL
4. PRINCÍPIOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
4.1 PRINCÍPIO DO NEMINEM LAEDERE E DA REPARAÇÃO INTEGRAL
4.2 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO PRIORITÁRIA À VÍTIMA DO DANO
4.3 PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
5. ABANDONO NO CÓDIGO PENAL
6. O DANO MATERIAL E MORAL E O ABANDONO AFETIVO
7. RESSARCIMENTO DO DANO NO ABANDONO PATERNAL
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
APÊNDICE – REFERÊNCIAS DE NOTA DE RODAPÉ
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
RESUMO
O assunto apresentado diz respeito ao tema enfrentado no cotidiano brasileiro, mais
precisamente, no âmbito do direito familiar, qual seja, a relação entre ascendentes e seus
descendentes e eventual responsabilização, em decorrência ao desamparo afetivo do(s)
genitor(es). Tendo como estudos os institutos do direito civil, responsabilidade civil e
famílias, no âmbito da filiação. Dada a constante evolução que vem ocorrendo na
responsabilidade civil, é que se faz necessária à sua análise, no campo familiar. Para tanto,
essa pesquisa permeia-se aos elementos e pressupostos teóricos, bem como, breves linhas
da tutela jurídica pelo ordenamento penal e sua cominação legal. Analisar-se-á, ainda, os
estudos das práticas que caracterizam o abandono dos filhos, sobre a iluminação da nossa
Constituição Federal, suas determinações, como normas de várias densidades, que ensejam
os deveres e atribuições a serem observados, pelos pais. Bem como, a imputação da
responsabilidade em caso de não observância aos postulados e os efeitos da
responsabilidade, sob o tratamento constitucional, legal e o entendimento em nossos
Tribunais pátrios.
Palavras-chave: Indenização, responsabilidade civil, dano moral, dignidade humana.
INTRODUÇÃO
O gênero responsabilidade jurídica, assim, claro, como a responsabilidade civil, espécie,
ganha construções evolucionárias, em nossos tempos e por conseguinte, é compreensível a
modulação sobre a sua perspectiva no direito, em busca do aprimoramento de sua aplicação
na sociedade. Assim, para Netto[3], aquilo que seria prática comum, outrora, já não é mais
visto com mesmos olhares, atualmente. Indubitavelmente, dessa forma, é a responsabilidade
– repita-se, não só a civil – do fato, frente ao desvinculo social entre genitores e seus
descendentes.
O tema apresentado tem como objetivo o exame da responsabilidade civil, no âmbito do
direito das famílias, por parte dos pais. Ao turno específico, propõe-se, a analisar os
fundamentos pertencentes ao direito civil, tombo responsabilidade, buscando, no teor legal
esculpido em nosso Código Civil, sem se descuidar, sobretudo, da Constituição Federal, com
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
amplo realce dos princípios que lhe orbitam. Isso sobre a análise das Leis pátrias, doutrinas
especializadas e os julgados dos Tribunais Superiores. Levanta-se a Constituição Federal,
como sendo, a lei maior brasileira e deverás é a sua importância. Indaga-se, se estaria na
Carta Constitucional o tratamento da responsabilidade dos pais para com filhos, ou a tutela
seria infraconstitucional e, ainda, sobre o tratamento da responsabilidade dos pais que, por
lógico, há de ter algum efeito, em razão, do neoconstitucionalismo que abraça as famílias e
quebra paradigmas – incidindo em evolução – privilegiando não a família como uma
entidade, mas os agentes que lhe formam, conforme Carnacchioni[4].
Para tanto, a presente pesquisa, buscou olhar para a responsabilidade civil e para o direito
das famílias, sobre o tratamento dado ao abandono afetivo, que em outrora (décadas), não
se vislumbraria de aspectos responsáveis. Os mencionados institutos do direito civil,
atualmente, ganham olhares, no campo do dano injusto, dada a evolução, espacial e
temporal. Ao ganho de atenção do abandono afetivo, tem-se debatido em nosso
ordenamento, tal conduta. Não por menos, que tais práticas, carecem de tutela legislativa, e
as práticas de abandono paternal, em nossa sociedade, são constantes. Faz-se, assim, mister
a importância, legislativa e conscientizadora/educacional, para o amparo a um dos membros
mais vulneráveis da sociedade familiar, quais sejam, os filhos.
1. RESPONSABILIDADE CIVIL
O instituto da Responsabilidade Civil, esculpido em nosso código civil, surge elencando em
duas balizas para o instituto, quais sejam, o princípio do nemiem laedere, orientação herdada
do Romanos, que recomenda agir sem lesar os direitos de outros, estabelecendo, que a
conduta (ação ou omissão) do agente, deverá respeitar a esfera jurídica alheia. Essa máxima
está esculpida no Art. 927, do Código Civil. Assim, o dever de não causar dano a outrem,
caso violado, surgirá o dever de a ser enfrentado, em razão do dano causado injustamente.
Outro princípio norteador da responsabilidade civil é o do restitutio in integro, que
estabelece, o viés compensatório. Assim, a vítima deverá ser ressarcida pelos danos
suportados. O Art. 944, do Código Civil, é claro, ao estabelecer que a indenização será
medida pela extensão do dano causado, consolida-se, assim, que a responsabilidade em
caráter de proporcionalidade indenizatória.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Apresentado os princípios basilares da responsabilidade civil, insta destacar, brevemente, a
relação entre regras e princípios, como sendo espécies, do gênero norma. As normas
jurídicas surgem no ordenamento jurídico como uma das fontes mais importantes ao regime
democrático de direito, manifestando-se de acordo com a estrutura dada, assim:
São regras quando estabelecem simples normas de conduta, determinando ou
proibindo que se faça algo concreto, de modo que serão observadas ou
infringidas, não havendo meio-termo.[…] São Princípios quando indicam valores a
serem promovidos, de modo que impõem a identificação da conduta devida em
cada caso concreto, conforme suas circunstâncias peculiares.[5]
Dessarte, percebe-se, que os princípios basilares, não obstante, estarem esculpidos como
regras, possuem a sua força principiológica, aumentado assim o amparo que todos nós, como
titulares e viventes de um Estado democrático de direito, esperamos ter.
2. RESPONSABILIDADE DOS PAIS EM DIMENSÃO CONSTITUCIONAL
A Constituição Federal com o seu poderio normativo e fonte de nutrição para todo o
ordenamento jurídico, possui em seu corpo o dever e responsabilidade dos pais, visto que, há
sobre a pessoa da prole, direitos, que não se limitam ao da dignidade da pessoa humana, de
forma genérica. Há um viés mais específico, como o mínimo existencial, as necessidades
básicas, afetividade e demais proteções, decorrentes desses institutos.
É certo, que a tutela que a pessoa possuí contra a violação de seus direitos, vem
fundamentada na dignidade da pessoa humana. Não por menos, é que consta como um dos
fundamentosdo nosso Estado Democrático de Direito, maneira pela qual, a Constituição
Federal em seu Art. 1º, III, preconiza a dignidade da pessoa humana. Nessa baila, são os
ensinamentos:
[…] a incidência da dignidade da pessoa humana, pode ser invocada a tão
comentada tese de abandono paterno filial. Em mais de um julgado, a
jurisprudência pátria condenou pais a pagarem indenização aos filhos, pelo
abandono afetivo, por clara lesão à dignidade da pessoa humana […].[6]
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
2.1 DIREITO A VIDA
A condição de dignidade humana é indissociável da vida, por isso, devem as duas receberem
tratamentos conjuntas. Postulado em nosso, amparável, art. 5º, Caput, CRFB, o Direito à
vida, é que temos as lições doutrinárias de que, “O direito à vida é a premissa dos direitos
proclamados pelo constituinte; não faria sentido declarar qualquer outro se, não fosse
assegurado o próprio direito de estar vivo para usufruí-lo.”[7], O direito mencionado surge
como uma consequência lógica do direito da prestação dos pais, ora, não bastaria apenas ser
assegurado a vida e afastar a sua devida prestação paterna, e mesmo econômica, assim,
continuam os autores, “O preceito enfatiza a importância do direito à vida e o dever do
Estado de agir para preservá-la em si mesma e com determinado grau de qualidade”.[8]
2.2 DIREITOS SOCIAIS
Consta ainda, em nossa Carta Política, aquilo que conhecemos por direitos sociais, elencados
no art. 6º, da Constituição. Acentua-se em lições da doutrina constitucionalista:
Os direitos sociais constituem-se no segundo grupo integrador do conceito de
Direitos Fundamentais, que, por mais que adicionem ao catálogo anterior (direitos
individuais), são responsáveis por empreender uma leitura completa e radical,
inclusive produzindo alterações no significado destes (direitos individuais). Ou
seja, os direitos sociais não só alargam a tábua de direitos fundamentais, mas
também redefinem os próprios direitos individuais.[9]
Repisa-se o reconhecimento constitucional de tutela aos filhos, sem embargos, de se tratar
de “direitos sociais” e dessa forma se exigir apenas do Estado a sua prestação positiva, a
norma constitucional do art. 227, que reza:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
opressão.[10] (grifo nosso).
Percebe-se, que o próprio legislador constitucional deu importância a figura dos pais na
responsabilidade, com o seu filho, dado o alicerce da vida social. De certo, há um dever,
moral e legal, ao qual a criança, não possuí discernimento para por si só de arcar, como a
educação e ensinamentos sociais, que se fazem necessário, ao início vital, a figura dos pais,
sem excluir um, ou o outro.
3. FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Como explanado no tópico anterior, a Constituição Federal, normativamente, enriquece a
tutela filial. Dessa maneira, é que a responsabilidade, aqui tratada, deve ter a aplicação e
operação, sobre tais ditames. Nesse sentido:
[…] devemos harmonizar as regras de Direito Civil (que normatiza a atuação de
particulares) com as regras gerais da Constituição Federal (que, além de
normatizar a função estatal, estabelece regras entre particulares). […]Por esse
motivo, a responsabilidade civil deverá ser interpretada à luz dos princípios
constitucionais[…].[11]
3.1 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Nessa toada, temos o fundamento constitucional, estampado no art. 1, III, qual seja, a
dignidade da pessoa humana. Sem exageros e por óbvio, na pessoa humana encontra-se a
forte titularidade dos direitos fundamentais. Advindo com toda a marca que, tristemente,
encontramos na historicidade,
[Os Estados Democráticos de Direito] não toleram qualquer tentativa de coisificar
a pessoa humana. […] a dignidade humana, como princípio normativo, projeta
múltiplas dimensões horizontais e verticais, no direito público e privado, impondo
não só abstenções (não violar a dignidade) mas também, cada vez mais, ações
(no sentido de promovê-la).[12]
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Com esse postulado a Constituição Federal fulminou a ideia patrimonialista, em desfavor da
dignidade das pessoas.
3.2 ISONOMIA
A isonomia, que encontramos em preconizada no art. 5º, caput, da Constituição, é outro
fundamento da responsabilidade, que ilumina todo o ordenamento jurídico brasileiro. Incorre,
essa isonomia com o aspecto geral, – geral, pois, há diversas formas de igualdade, como
exemplo, a igualdade tributária, nos termos do art. 150, II, CRFB –.
Conforme escreveu Rui Barbosa, segundo o qual devemos tratar os iguais de
maneira igual e os desiguais de maneira desigual, à medida que se desigualam,
pois, lembrando Chaim Perelman, a igualdade absoluta é fonte de injustiças, pois
se devem respeitar as desigualdades.[13]
3.3 SOLIDARIEDADE SOCIAL
A solidariedade social, consta normatizada no art. 3º, I da CRFB, que busca a construção de
uma sociedade justa, livre, humana e solidária. Em linhas doutrinárias, temos que, “[a]
Exemplo disso [da solidariedade social] é a tese da responsabilidade civil por abandono
paterno-filial para o genitor ou genitora que não dá afeto aos seus filhos, mesmo que pague
pensão alimentícia (assistência material).”[14]. Segue na mesma linha, os ensinamentos de
que:
A grande metanarrativa do direito atual é a solidariedade e a realização dos
direitos fundamentais dentro (também) do direito privado. Já se percebeu,
ademais, que à luz do princípio da solidariedade dever ser lidas não apenas as
normas constitucionais, mas todo o ordenamento jurídico. Devemos por exemplo,
em relação à família – mas não só em relação a ela – buscar construções
hermenêuticas que melhor realizem os valores constitucionais.[15]
Pode-se afirmar, destarte, que a operacionalidade dos fundamentos apresentados, incorrem
na responsabilidade civil, sob as luzes da Constituição, comunicando-se, entre si, com
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
despejo, não apenas no direito civil, mas em todo o ordenamento jurídico, todos caminhando
ao norte, que é a de resolução de controvérsias, da responsabilidade civil.
4. PRINCÍPIOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Já mencionado as linhas introdutórias da relação das normas, regras e princípios, como
sendo, a norma o gênero que abarca regra e princípio, como espécies. Temos a lição de que
“a positivação de um princípio é sempre benéfica e desejável, sobretudo por produzir um
efeito irradiante, de abertura sistemática, de elevadíssimo cunho didático-pedagógico, ao dar
relevo e nitidez aos valores e fins que porta”[16]. Em nosso ordenamento é encontrada essa
positivação, com o rico diálogo.
4.1 PRINCÍPIO DO NEMINEM LAEDERE E DA REPARAÇÃO INTEGRAL
Como citado, alhures, a responsabilidade civil é pautada no princípio do neminem laedere,
que possui a sua força normativa, na observância em não violar o direito de outros,
consequentemente.
Quando o dano ocorre – seja moral, material, ou estético – busca-se compensar,
ainda que parcialmente, o equilíbrioperdido. […] eventual lesão ao neminem
laedere não ocorre penas em situações subjetivas patrimoniais, mas também em
situações subjetivas existenciais.[17]
Nota-se, então o nascimento da responsabilidade civil do agente causador do dano. Sem
embargos, temos ainda, o também mencionado, princípio da reparação integral, também,
conhecida como restitutio in integro. Ambos já citados. Insta apresentar, outros princípios de
grande valia ao campo da responsabilidade civil, nos itens, que segue.
4.2 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO PRIORITÁRIA À VÍTIMA DO DANO
A relevância que ostenta, esse princípio nos moldes atuais da responsabilidade civil, é sem
dúvidas, consubstanciação de todos os institutos citados, que condensam a responsabilidade.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Boa parte dos problemas ou encruzilhadas que a responsabilidade civil enfrenta,
em nossos dias, exige que o intérprete convide para o diálogo o princípio da
proteção (ou preocupação) prioritária com a vítima dos danos. É preciso lembrar
sempre disso, é preciso saber que esse é o norte que nos orienta.[…] Convém
centrar o olhar na vítima do dano. Não é propriamente nova a percepção de que o
direito dos danos centra suas preocupações prioritárias, hoje, na vítima. Para ela,
as diferenças jurídico-conceituais não fazem muita diferença. Aliás, é bem
provável que ela nem as conheça.[18]
A característica evolutiva, desse princípio é notado no conteúdo histórico do Superior
Tribunal de Justiça, na qual, olvidando do princípio mencionado, foi afastada, a indenização
por abandono afetivo, confere-se, a ementa:
RESPONSABILIDADE CIVIL. ABANDONO MORAL. REPARAÇÃO. DANOS MORAIS.
IMPOSSIBILIDADE. 1. A indenização por dano moral pressupõe a prática de ato
ilícito, não rendendo ensejo à aplicabilidade da norma do art. 159 do Código Civil
de 1916 o abandono afetivo, incapaz de reparação pecuniária. 2. Recurso especial
conhecido e provido.[19]
Posteriormente, o mesmo Tribunal, considerou, que “A separação do casal – passando os
filhos a residir com a mãe – não constitui, em regra fator de isenção da responsabilidade
paterna pela criação e orientação dos filhos.”[20]. Nota-se, a proteção prioritária, dos mais
vulneráveis, em eventual não convivência entre os pais, aos seus filhos, vítimas, isso não é
extensivo, devendo ainda, haver o amparo ao(s) filho(s). Sendo esse, o escopo de:
servir à proteção integral menorista, com o propósito de preservar a integridade
fisiopsíquica de crianças e adolescentes, assegurando-lhes seu crescimento e
desenvolvimento completo, à salvo de ingerências negativas que possam ser
proporcionadas no âmbito patrimonial ou pessoal pela ausência, omissão, abuso
ou negligência dos genitores ou responsáveis.[21]
O explanado princípio, no atual estado da responsabilidade, traz, com coerência, em seu
teor, os aspectos dos fundamentos, como a dignidade da pessoa humana, igualdade e
solidariedade social, na medida em que, ampara a pessoa lesada, cuidando com
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
proporcionalidade, daquele que se encontra minimizado de suas condições ordinárias, em
decorrência do dano injusto.
4.3 PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
A responsabilidade civil por participar da evolução normativa, está sendo adaptada aos
princípios que antes eram estranhos à seara privada. Essa estranheza é ofuscada pelos
fundamentos – centralização da pessoa humana, solidariedade e igualdade – citados e pela
evolução social. Engaja-se, dessa forma o princípio da prevenção, como,
“o cerne da responsabilidade civil contemporânea. O que se deu à reparação de
danos em termos de protagonismo nos últimos dois séculos, necessariamente se
concederá à prevenção daqui por diante. Em outras palavras, se o século XX foi
devotado à reparação de danos, o século atual será consagrado à prevenção”.[22]
De fato, ainda que se tenha no direito a máxima ideia que de cunho indenizável, agir “sem
lesionar o direito de outrem”, seria melhor, do que a tentativa de buscar a compensação ou
reparação, que dificilmente, repõe o status quo ante, na sua exatidão anterior.
5. ABANDONO NO CÓDIGO PENAL
Como foi citado no princípio do restitutio in integro, que tem seu cunho compensatório,
valendo dessa máxima pelo nosso Código Civil, com as suas normas abertas, para
interpretações. A seara penal possui cunho diverso do compensatório, haja vista, que o
sistema jurídico brasileiro no âmbito da responsabilidade civil busca-se a compensação, não
obstante a sua multifuncionalidade. Em outro giro, no âmbito penal, buscar-se-á a punição do
agente causador do ilícito e possui seus tipos penais fechados.
Explanando com precisão os dois institutos, que regam as responsabilidades em suas searas:
Com efeito o direito penal direciona as suas lentes para a pessoa do ofensor; já o direito civil
desvia o olhar para a vítima, assim temos que:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
[…] As sanções criminais incidem principalmente sobre o bem da liberdade
pessoal, enquanto as civis observam a transferência de um quantum do ofensor
ao ofendido. A responsabilidade civil representa uma reação contra o dano injusto
mediante a sua reparação; a responsabilidade penal mira a punir uma conduta
ilícita e a educar o ofensor, garantindo a tutela da coletividade e removendo a
ofensa causada pelo crime.[23]
A indiferença por parte dos pais é tratada no Código Penal, sob a nomenclatura de abandono.
Trazidos no título VII, capítulo III, ao tratar DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR,
dos temas diversos tutelados, pela lei penal, encontram-se a tipificação do Abandono
material (Art. 244) e do Abandono intelectual (Art. 246). Ao que tange ao abandono material,
ocorre quando o sujeito, sem justa causa, descumpre o dever legal de prover a subsistência
ou deixar de socorrer o descendente ou ascendente, sendo agentes do polo passivo o
cônjuge, o ascendente inválido ou maior de 60 anos, e o filho, menor de 18 anos ou inapto
para o trabalho. Por vedação a analogia in malam parte , não se inclu i o
convivente/companheiro “A expressão cônjuge é exclusiva da família constituída pelo
casamento, não abrangendo o companheiro, que é o termo designado para o homem ou
mulher que constituíram família pela via da união estável.”[24]
Quanto ao abandono intelectual, o Código Penal cuida, em seu art. 246, o aspecto “[…]
sancionatório, complementando a tutela ao ensino elementar, com o escopo de inibir o
crescimento do analfabetismo. […] tutela-se o direito do menor à assistência familiar no
aspecto relacionado à educação primária.”[25]
Percebe-se que o Código Penal não advoga a responsabilidade por descuido dos genitores ou
o abandono afetivo, por falta de taxatividade e/ou relevância, esta decorrente de seu
“caráter fragmentário, no sentido de que apresenta a última ratio, do sistema para a
proteção daqueles bens e interesses de maior importância para o indivíduo e a sociedade à
qual pertence”.[26]
Não obstante, o Código penal, não tratar do tema, é certo que este possui inegável
relevância. No entanto, o assunto da responsabilidade é um dos institutos com mais
movimento no mundo jurídico, somado com a relevância que tem o descumprimento dos
genitores, que poderá ostentar em outros ramos do direito, em momentos próximos. Não há
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
como se olvidar totalmente da normatização em um caráter sancionatório,mas, notório é a
tutela que do reflexo das luzes trazidas pelos fundamentos constitucionais, à tutela penal.
6. O DANO MATERIAL E MORAL E O ABANDONO AFETIVO
Um vínculo conjugal pode durar uma vida toda, uma família nunca se dissolver, mas, há a
hipótese disso não se prolongar, ou mesmo, de nunca ter havido vivência entre genitores.
Em decorrência desse fato, chegam a serem olvidados, deveres da sociedade familiar/filial,
afetando, todos os seus membros. Não raro, conhecermos ou participarmos de relações
familiares das quais há algum indivíduo, sem a figura de um dos pais, ou, de ambos, por
motivo de abandono/descumprimento, por parte dos genitores. A doutrina e nossos
Tribunais, vêm galgando a responsabilização dos transgressores, visto ser, claro que há
nessa indiferença entre o genitor e seu filho, a figura do dano.
A responsabilidade civil ao que se refere ao campo do direito das famílias, em específico, ao
abandono por ascendente (s) ao (s) descendente (s, é caracterizado, pelo descumprimento
de valores inerentes ao instituto familiar, ensejando ao dano moral, e mesmo ao dano
material. Nessa toada, verifica-se que a vítima, desabraçada, por seu causador, tem a
pretensão que o responsabilize-o.
Ao dano injusto, temos a classificação do dano patrimonial (ou material), conforme,
ensinamentos, de que é, “a lesão a interesse econômico concretamente merecedor de tutela.
Quando o dano ofende a relação entre a pessoa e bens economicamente avaliáveis, surge a
responsabilidade patrimonial”.[27] Na figura lesiva ao bem patrimonial, decorrem figuras como
o dano emergente (dano positivo), sendo, aquele que decorre do dano material direto dado a
conduta do agente causador e o lucro cessante (dano negativo), sendo, aquele auferimento
patrimonial provável, que a vítima deixou de auferir. Há ainda, a figura da perda de chance
que, “está configurada quando a pessoa vê frustrada uma expectativa, uma oportunidade
futura, que, dentro da lógica razoável, ocorreria se as coisas seguissem seu curso normal.”[28]
Sem embargos, há ainda o dano moral, resultante da evolução de valores no campo jurídico,
sendo:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
A lesão de direitos cujo conteúdo não é pecuniário, nem comercialmente redutível
a dinheiro. Em outras palavras, podemos afirmar que o dano moral é aquele que
lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus direitos da personalidade),
violando, por exemplo, sua intimidade, vida privada, honra e imagem, bens
jurídicos tutelados constitucionalmente.[29]
Vislumbra-se a diferença entre os danos mencionados por vários aspectos, tais como, a
impossibilidade de volta ao status quo ante o grau de mensura ao dano causado, entre
outros. Sendo, a impossível a volta ao estado anterior ao dano, é que, ao falarmos de dano
moral, não susta, a consequência indenização, visto que, a nomenclatura indenização, surge
do latim “in dene”, que significa, ter restaurado o seu estado anterior, que ao campo do dano
moral, claramente, se torna inviável, essa restauração. Para tanto, é negativo o uso do termo
indenização, mas, afirmativo, a figura da compensação.
7. RESSARCIMENTO DO DANO NO ABANDONO PATERNAL
Sendo o ressarcimento a buscado pela imputação da responsabilidade ao transgressor e o
afeto como elemento da sociedade familiar e amparada por nosso ordenamento jurídico, é
inafastável o carácter elementar e ensejador obrigacional.
Em várias passagens de nosso Estado democrático de direto, já houve ocasiões em que, por
busca suplementar, os Tribunais Superiores tiveram que nos nortear, se o abandono afetivo
seria passível de responsabilidade. Em primórdio, o STJ, como o alhures mencionado o REsp
nº 757411, julgado em 2005, que afastou a incidência de indenização ao abandono afetivo.
Com a mudança da jurisprudência da respeitável Corte, adveio uma nova perspectiva.
Decidindo a 3a Turma, ser possível a indenização que o abandono afetivo, em decorrência ao
dever de cuidado, julgando:
Civil e processual civil. Família. Abandono afetivo. Compensação por dano moral.
Possibilidade. 1. Inexistem restrições legais à aplicação das regras concernentes à
responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar no Direito
de Família. 2. O cuidado como valor jurídico objetivo está incorporado no
ordenamento jurídico brasileiro não com essa expressão, mas com locuções e
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
termos que manifestam suas diversas desinências, como se observa do art. 227
da CF/88. 3. Comprovar que a imposição legal de cuidar da prole foi descumprida
implica em se reconhecer a ocorrência de ilicitude civil, sob a forma de omissão.
Isso porque o non facere, que atinge um bem juridicamente tutelado, leia-se, o
necessário dever de criação, educação e companhia – de cuidado – importa em
vulneração da imposição legal, exsurgindo, daí, a possibilidade de se pleitear
compensação por danos morais por abandono psicológico. 4. Apesar das inúmeras
hipóteses que minimizam a possibilidade de pleno cuidado de um dos genitores
em relação à sua prole, existe um núcleo mínimo de cuidados parentais que, para
além do mero cumprimento da lei, garantam aos filhos, ao menos quanto à
afetividade, condições para uma adequada formação psicológica e inserção social.
5. A caracterização do abandono afetivo, a existência de excludentes ou, ainda,
fatores atenuantes – por demandarem revolvimento de matéria fática – não
podem ser objeto de reavaliação na estreita via do recurso especial. 6. A alteração
do valor fixado a título de compensação por danos morais é possível, em recurso
especial, nas hipóteses em que a quantia estipulada pelo Tribunal de origem
revela-se irrisória ou exagerada. 7. Recurso especial parcialmente provido.”[30].
Ao analisar esse julgado, o professor Cassettari, extrai, que:
1) que existe responsabilidade civil em questões que versem sobre Direito de
Família; 2) que o cuidado é um valor jurídico; 3) que o dano moral, nesse caso é in
re ipsa (presumido); 4) que o afeto gera uma obrigação de fazer, por ser
importante para a formação psicológica do ser humano; 5) que amar é faculdade
e cuidar é dever.[31]
Se coaduna com o mencionado julgado e com as lições doutrinárias o Enunciado 08,
carregado de coerência, do IBDFAM[32], na qual temos, que “O abandono afetivo pode gerar
direito à reparação pelo dano causado.”
Em análise aos dois julgados citados, mesmo a doutrina que assevera, que não merece
vigorar a indenização por de vínculo entre pais e filhos, na negativa de afeto. Concordam,
que a indiferença obrigacional dos pais, ensejam indenização por dano moral, nesse sentido:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Somente quando uma determinada conduta se caracterizar como ilícita é que será
possível indenizar os danos morais e materiais dela decorrentes. Nessa ordem de
ideias, não entendemos razoável a afirmação de que a pura e simples negativa de
afeto entre pai e filho (ou mesmo entre outros parentes, como avô e neto)
implicaria indenização por dano moral.[…] Conquanto em visão inicial possam
parecer divergentes as decisões das turmas julgadoras de Direito privado do
Superior Tribunal de Justiça, não há qualquer antinomia, contradição, entre elas.
Com efeito, o entendimento da jurisprudência superior, não é conflituoso. Afirma-
se que (i) não se admite indenização pelo abandono afetivo puro e simples, uma
vez que o afeto não é um valor jurídico exigível; mas (ii)é possível uma
indenização por dano moral, em razãoda violação do dever de cuidado.[33]
Posteriormente, o Superior Tribunal de Justiça, voltou a julgar tema correlato envolvendo um
pai e um filho desamparado, no caso a não assistência seria material. Sendo,
O descumprimento da obrigação pelo pai, que, apesar de dispor de recursos,
deixa de prestar assistência MATERIAL ao filho, não proporcionando a este
condições dignas de sobrevivência e causando danos à sua integridade física,
moral, intelectual e psicológica, configura ilícito civil, nos termos do art. 186 do
Código Civil.[34]
Seguindo sobre o tema o STJ, no ano de 2017, julgou,
A indenização por dano moral, no âmbito das relações familiares, pressupõe a prática de ato3.
ilícito. 3. O dever de cuidado compreende o dever de sustento, guarda e educação dos filhos.
Não há dever jurídico de cuidar afetuosamente, de modo que o abandono afetivo, se cumpridos
os deveres de sustento, guarda e educação da prole, ou de prover as necessidades de filhos
maiores e pais, em situação de vulnerabilidade, não configura dano moral indenizável.[35]
Nota-se, que com o mencionado julgado, ocorreu a restrição de elementos para a que se
obtenha a indenização, como, exigindo de maneira detalhada a demonstração do ilícito civil.
As mudanças/variantes no entendimento do Superior Tribunal de Justiça, ainda que neguem
de um lado a indenização como resultado da responsabilidade civil, não se deve ter essa
como único, resultado possível.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Por certo o Tribunal, tem se afastado da ideia da figura afetiva e colocando olhares nos
deveres a serem cumprimentos dos pais, isso, todavia, não deixa de tutelar e observar a
solidariedade, a igualdade e a dignidade humana. É bem verdade, que não há em nosso
texto constitucional, de forma expressa, a orientação que enseja o elemento estrutural da
afetividade. No entanto, sustenta a doutrina majoritária, que está, resulta da dignidade da
pessoa humana. Nas lições:
[…] a importância do afeto para a compreensão da própria pessoa humana,
integrando o seu ‘eu’, sendo fundamental compreender a possibilidade de que
dele (do afeto) decorram efeitos jurídicos, dos mais diversos possíveis.[36]
Não obstante, a ausência, do afeto, de forma expressa em nosso ordenamento jurídico, este
é postulado inerente ao direito das famílias. Seu cunho jurídico é inexorável, em nossos
tempos, por demais, haja vista, a importância que paira sobre a entidade familiar, ainda, que
nos afastemos da dita afetividade, como visto, na jurisprudência do STJ.
CONCLUSÃO
Por este trabalho, procurou-se expor a pesquisa do abandono paternal e consequente a sua
responsabilidade, visto, ser um tema de grande relevância ao cotidiano, com o crescente
número de casos como os deste trabalho. Com o escopo de mostrar a importância gerada
pela conduta de abandonar um descendente, é algo que precisa ser posto em patamar
visível em nossa sociedade contemporânea e possui um teor agressivo à vida dos filhos.
Pelo tudo que foi exposto, percebe-se que os institutos, das famílias e responsabilidade civil,
passaram por modificações, que buscaram o aprimoramento, perante a sociedade e
incansável estudo jurídico, por seus operadores, bem como a segurança jurídica, amenização
e inibição a prática de tais atos, buscando obter aquilo estabelecido em nossa Constituição
Federal.
Buscou-se, ainda, expor o instituto da responsabilidade civil, as suas perspectivas dado o
direito civil em movimento, esmiuçando os institutos impregnáveis ao direito das famílias e a
responsabilidade contemporânea, que se constrói, bem como a importância, ora, da
indenização, ora, da compensação.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Quanto a figura dos pais, notou-se a máxima importância de seu papel na criação de seus
filhos, a sua educação, que gerará de seus atos, precedentes que sua prole levará em seu
caminho de vida, respeito com terceiros, corolários do princípio da dignidade da pessoa,
sendo, este o norteador que ampara os descendentes, frente, aos deveres e atribuições dos
ascendentes.
Desta feita, mesclando todos os institutos, em relatos e a visão jurisdicional, condensados
pela doutrina e pela jurisprudência, no silêncio legislativo. Visto que por vezes, os
descendentes que buscaram a devida tutela jurisdicional, dada a omissão de seu(s)
genitor(es) se deparavam com a divergência forense.
Ao decorrer dos estudos, pôde-se perceber, que mesmo, o ato de abandono de um filho,
tornou-se repudiado aos olhos do Estado-Juiz. Sem embargos, em princípio a jurisprudência
envergar para o não reconhecimento de dano suficiente para gerar a indenização,
atualmente, os tribunais comungam da razão que leva um descendente abandonado a
procurar a tutela estatal, como única forma eficaz de manifestar o ascendente.
Por fim, ao que foi apresentado, brevemente, neste trabalho acadêmico, vimos que os
deveres constitucional, morais e sociais, dos pais, é baliza que pressupõe a indenização. Por
mais que a doutrina e a jurisprudência, ao fixar a incidência de responsabilização, partindo
do cuidado, como obrigação com os filhos e/ou a figura do afeto, inerente à base
principiológica do direito das famílias, é nesse fator (deveres dos pais), que se paira a
essência para o cabimento responsabilidade.
Por cento que em nosso ordenamento, para pacificar, aguardar-se pela intervenção do poder
legislativo, visto a sua força de fonte de direito, direta, para apaziguar eventuais casos de
abandono paternal, de forma contundente.
REFERÊNCIAS
BARROS, Flávio Monteiro, Manual de direito penal, 1ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019.
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal, 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
BRASIL. CONGRESSO NACIONAL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988. Disponível
em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em 17 de dezembro de 2019
CARNACCHIONI, Daniel, Manual de direito civil, 3ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020.
CHRISTIANO, Cassettari. Elementos de direito civil. 7ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
BRASIL. Constituição (1988). Disponível em: Acesso em: 16, nov. 2019.
FARIAS, Cristiano; NETTO, Felipe; ROSENVALD, Nelson, Curso de Direito civil, V. 3. 3ª ed.
Salvador: Juspodivm, 2016.
FARIAS, Cristiano; NETTO, Felipe; ROSENVALD, Nelson, Manual de direito civil, V. único. 1ª ed.
Salvador, 2017.
FERNANDES, Bernardo Gonçalves, Curso de direito constitucional, 10ª ed. Salvador,
juspodivm, 2018.
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona, Curso de direito civil, V. 3. 10ª ed. São
Paulo: Saraiva. 2012.
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona, Curso de direito civil, V. 6. 4ª ed. São
Paulo: Saraiva. 2014.
IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família). Acesso em: 11 nov. 2019.
NETTO, Felipe Braga. Novo manual de responsabilidade civil. 1. ed. Salvador: Juspodivm,
2019.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de direito
constitucional. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
PAULSEN, Leandro, Curso de direito tributário completo, 9ª ed. Porto alegre: Saraiva, 2018.
TARTUCE, Flávio, Direito Civil, V. 5, 12ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
TARTUCE, Flávio, Manual de direito Civil, V. único, 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Método, 2017.
APÊNDICE – REFERÊNCIAS DE NOTA DE RODAPÉ
3. NETTO,Felipe Braga. Novo manual de responsabilidade civil. 1. ed. Salvador: Juspodivm,
2019, p. 663.
4. CARNACCHIONI, Daniel, Manual de direito civil. 3ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 1701.
5. PAULSEN, Leandro, Curso de direito tributário completo, 9ª ed. Porto alegre: Saraiva, 2018,
p. 71.
6. TARTUCE, Flávio, Direito Civil, V. 5, 12ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 19.
7. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de direito
constitucional. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 255.
8. Idem.
9. FERNANDES, Bernardo Gonçalves, Curso de direito constitucional, 10ª ed. Salvador,
juspodivm, 2018, p. 739.
10. BRASIL, Congresso Nacional. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988. Disponível
em <www.planalto.gov.br>. Acesso em 17 dez. 2019.
11. CASSETTARI, christiano. Elementos de direito civil. 7ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p.
381.
12. NETTO, Felipe Braga. Novo manual de responsabilidade civil. 1. ed. Salvador: Juspodivm,
2019, p. 36-37.
13. CASSETTARI, christiano. Elementos de direito civil. 7ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p.
382.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
14. Idem.
15. NETTO, op. cit., p. 39.
16. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de direito
constitucional. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 50.
17. NETTO, op. cit., p. 78.
18. NETTO, op. cit., p. 82.
19. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp nº 757411 MG 2005/0085464-3. Relator: Min.
Fernando Gonçalves. Quarta Turma. Data do julgamento: 29/11/2005. Data da publicação:
27/03/2006.
20. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp nº 299.048 SP. Relator. Min. Aldir Passarinho
Júnior. Julgamento em 21/06/2001.
21. FARIAS, Cristiano; NETTO, Felipe; ROSENVALD, Nelson, Manual de direito civil, V. único. 1ª
ed. Salvador, 2017, p. 1839.
22. NETTO, op. cit., p. 84.
23. FARIAS, Cristiano; NETTO, Felipe; ROSENVALD, Nelson, op. cit., p. 1839.
24. BARROS, Flávio Monteiro, Manual de direito penal, 1ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p.
1221.
25. BARROS, op. cit., p. 1230.
26. BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal, 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014,
p. 37.
27. FARIAS, Cristiano; NETTO, Felipe; ROSENVALD, Nelson, Curso de Direito civil, V. 3. 3ª ed.
Salvador: Juspodivm, 2016, p. 253.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
28. TARTUCE, Flávio, Manual de direito Civil, V. único, 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2017, p. 369.
29. GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona, Curso de direito civil, V. 3. 10ª ed. São
Paulo: Saraiva. 2012, p. 111.
30. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp nº 1.159.242/SP. Relatora: Min. Nancy
Andrighi. Terceira Turma. Data do julgamento: 24/04/2012. Data da publicação: 10/05/2012.
31. CASSETTARI, christiano, op. cit., p. 383.
32. IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família). Acesso em: 11 nov. 2019.
33. FARIAS, Cristiano; NETTO, Felipe; ROSENVALD, Nelson, Manual de direito civil, V. único. 1ª
ed. Salvador, 2017, p. 1667.
34. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp nº 1087561/RS. Relator: Min. Raul Araújo.
Quarta Turma. Data do julgamento: 13/06/2017. Data da publicação: 18/08/2017.
35. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp nº 1579021 RS. Relatora: Min. Maria Isabel
Gallotti. Quarta Turma. Data do julgamento: 19/10/2017. Data da publicação: 29/11/2017.
36. FARIAS, Cristiano; NETTO, Felipe; ROSENVALD, Nelson, Manual de direito civil, V. único. 1ª
ed. Salvador, 2017, p. 1648.
[1] Acadêmica de direito no Centro Universitário Luterano de Manaus – ULBRA.
[2] Mestre em direito pela Faculdade do Sul de Minas e Professor do Centro Universitário
Luterano de Manaus.
Enviado: Janeiro, 2020.
Aprovado: Fevereiro, 2020.
REVISÃO INTEGRATIVA
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
COSTA, Glênia Santos [1], BRASILEIRO, Marislei Espíndula [2]
COSTA, Glênia Santos. BRASILEIRO, Marislei Espíndula. Percepção dos profissionais da saúde
sobre a higienização das mãos no Pronto Socorro. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo
do Conhecimento. Ano 05, Ed. 01, Vol. 10, pp. 71-82. Janeiro de 2020. ISSN: 2448-0959
Contents
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3. METODOLOGIA
3.1 ETAPAS DA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
5. DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
RESUMO
A higienização das mãos é uma prática que possui dimensões que asseguram a prevenção da
infecção ocasionada pela assistência à saúde, configurando-se como um dos problemas de
saúde pública. Assim, faz-se necessário questionar a figura dos profissionais da saúde diante
da problemática. Tem-se como objetivo analisar a percepção desses profissionais atuantes
no Pronto Socorro, identificando, para isso, o conhecimento e as práticas assistenciais deste
profissional em relação à higienização das mãos. Os artigos foram obtidos a partir da
pesquisa nas bases de dados da BIREME. Para isso, foi feito o acesso aos materiais da
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), indexados na base de dados LILACS e SCIELO, no período
de 2010 a 2017. A partir dos critérios de inclusão e exclusão, 16 (dezesseis) publicações
foram incluídas no estudo. Os resultados apontam que a prática de higienização das mãos,
em alguns estudos, é executada de forma ineficaz pelos profissionais, sendo que eles são
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
conscientes da sua atuação. Observou-se que a educação em saúde é um fator primordial
para garantir a segurança do paciente, pois o previne de infecções relacionadas à saúde.
 Palavras-chave: Lavagem das mãos, higienização, enfermagem.
1. INTRODUÇÃO
A higienização das mãos é um dos métodos de grande importância para o controle de
infecções que surgem em razão da prestação de serviços de saúde. O contato direto com o
paciente requer a adesão de um método eficaz para prevenção das infecções relacionadas à
saúde (IRAS). Na assistência à saúde, os pacientes e os cuidados referentes a ele,
consequentemente, necessitam de uma intervenção dos profissionais no intuito de não
disseminar os microrganismos patogênicos existentes nas mãos (SANTOS et al, 2014). Os
profissionais estão expostos a vários riscos ocupacionais, pois, os enfermeiros, estão em
contato constante com riscos diversos. Desde 2004 a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) uniram esforços para intensificar
a segurança do paciente. Uma das metas dessa aliança é a redução das Infecções
Relacionadas à Assistência Saúde (IRAS) (SANTOS et al, 2014).
A partir das evidências relacionadas aos estudos sobre a higienização das mãos, verificamos
que há um fator primordial: os profissionais da saúde estão ligados diretamente com a
segurança do paciente e precisam, então, tomar alguns cuidados. Considerando as
dificuldades que temos para atender os pacientes em uma Unidade de Pronto Atendimento, a
técnica de higienização das mãos é um método com um custo baixo e prático diante da
segurança do paciente (BATHKE et al, 2013). Segundo Prado (2013), a higienização das mãos
é um indicador de qualidade de serviços de saúde, pois proporcionará uma assistência com
prevenção bem como é um método simples e eficaz. Durante a formação acadêmica dos
profissionais da enfermagem e da medicina, aprendem que antes e após o contato com
paciente deve-se lavar as mãos.Com isso, alguns estudos mostraram que devido à abordagem teórica de biossegurança ser
antes da prática, requer uma dedicação maior da fiscalização do próprio estudante para que
não haja uma má conduta ao ter contato direto com o paciente (CAIRES et al, 2016). A
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
exposição aos riscos de assistência em que os profissionais têm juntamente com o paciente,
revela que as infecções são decorrentes do mesmo e que isso torna um problema de saúde
pública, porém os pacientes ficam por mais tempo internados, a resistência a antibióticos
podem aumentar e o custo para o sistema público fica mais caro (DOURADO, 2016). Segundo
Oliveira e Paula (2013), um indicador voltado à redução dos danos a saúde pública aponta
que os profissionais devem aderir às medidas de prevenções, visando tanto a qualidade no
serviço e segurança do paciente quanto a segurança dele mesmo.
Mediante este contexto, percebe-se que os atendimentos em Pronto Socorro bem como o
crescimento das demandas exigidas pelos usuários requerem medidas básicas para evitar a
disseminação de agentes patogênicos. Assim sendo, durante a formação dos profissionais da
saúde, acredita-se que incentivar a higienização influenciará o desempenho dessa prática no
cotidiano de trabalho desses alunos ainda em formação (TRANNIN et al, 2016). Os
atendimentos pediátricos, consequentemente, necessitam de uma proximidade maior dos
profissionais com esses cuidados, sobretudo com a higienização das mãos, visto que é o
método mais seguro para garantia de prevenção de infecção quando realizado corretamente
e nos momentos adequados (BOTENE; PEDRO, 2014).
A OMS preconizou 5 momentos para higienização das mãos, são eles: 1: antes do contato
com o paciente, 2: antes da realização de procedimentos assépticos, 3: após o risco de
exposição a fluídos corporais, 4: após o contato com paciente e 5: após contato com áreas
próximas ao paciente. Dentre esses segmentos, os profissionais precisam se atentar que a
infecção disseminada pode ocorrer de forma ativa, e, assim, não devemos nos preocupar
somente com o paciente, mais sim com o contexto geral e com a própria saúde dos
profissionais que estão, também, expostos constantemente a tais riscos. Precisa-se, então,
de meios que possam evitar a aquisição de agentes patogênicos prejudiciais a saúde.
(DOURADO, 2016).
Segundo Paula e Oliveira (2012), a preocupação de manter uma assistência adequada é algo
antigo, iniciado por volta de 1847. Semmelweiss tem um grande impacto no cuidado, porém
ele mostra os cuidados relacionados aos pacientes e a sua relação com as infecções;
Semmelweiss observa a partir de um método dedutivo que a mortalidade das puérperas era
maior quando os pacientes eram atendidos pelos estudantes de medicina que saíam da sala
de autópsia e iam para sala de parto, quando se comparava essa prática com os cuidados
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
tomados pelas parteiras. Diante disso, com o passar dos anos, as bases de cuidados estavam
se consolidando pois se prezava pela segurança dos pacientes. Assim, surgiram métodos
para minimizar a disseminação e a propagação de microrganismos patogênicos.
Pode-se citar como exemplo a assepsia, a antissepsia, desinfecção, a esterilização e a
antibioticoterapia. A partir de 1960 foram criadas as comissões voltadas ao controle da
infecção hospitalar para auxiliar na elaboração de métodos educativos capazes de prevenir
as infecções relacionadas à saúde (OLIVEIRA; PAULA, 2012). A enfermagem abrange toda
área hospitalar. Nota-se, também, que alguns profissionais se sentem com mais afinidade em
trabalhar em alguns setores. Alguns estudos mostraram que a motivação profissional leva o
profissional a exercer sua função com dedicação e eficácia, não deixando, portanto, a
negligência interferir na execução de suas ações (GIORDANI et al, 2014).
São vários os motivos que podem levar um profissional a não realizar suas funções
adequadas. A insatisfação é um desses fatores que os induz a praticar atos negligentes. A
falta de uso da técnica de higienizar as mãos leva a diferentes motivos para se chegar a uma
infração de negligência assim como crenças, mitos, falta de motivação profissional, falta de
pias, tempo, preparo e consciência sobre a importância das mãos para uma transmissão.
(PRIMO et al, 2010). Dentre os atributos individuais de motivação profissional, o esforço em
aderir às práticas de higienização das mãos contribui para com as possíveis dificuldades
encontradas que interferem na ação de controle de infecção (GIORDANI et al, 2014). A pele
das mãos abriga duas populações de microrganismos: uma microbiota residente e a outra
microbiota transitória, sendo que a residente possui um microrganismo de baixa virulência.
A forma de remoção mais fácil e recomendada é a utilização da água e sabão durante a
higienização das mãos. Segundo Dotto et al (2015), uma vez que o profissional irá entrar em
contato com o paciente, esse contato deve se dar de forma adequada e tudo dependerá de
qual método ele irá adotar para a higienização, podendo esse ser a: higienização antisséptica
das mãos; higienização simples das mãos; antissepsia cirúrgica ou preparo pré-cirúrgico das
mãos e fricção direta de antisséptico nas mãos. A partir do contexto apresentado, o estudo
busca refletir sobre a literatura voltada às práticas dos profissionais da saúde. Tem-se como
objetivo analisar a percepção dos profissionais da saúde atuantes no Pronto Socorro. Visa-se
verificar o conhecimento e as práticas assistenciais deste profissional em relação à
higienização das mãos.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a percepção dos profissionais da saúde atuantes no Pronto Socorro, tendo-se como
objetivo identificar o conhecimento e as práticas assistenciais deste profissional em relação à
higienização das mãos.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Identificar e analisar o a percepção dos profissionais do Pronto Socorro;
Identificar o conhecimento dos profissionais quanto às técnicas de higienização das mãos;
Identificar as relações existentes entre ensino-serviço-comunidade para viabilizar as práticas de
promoção da saúde;
Identificar e analisar as práticas de educação continuada no Pronto Socorro;
Apresentar a importância da atuação dos enfermeiros quanto ao ensinamento da importância de
higienizar as mãos;
Identificar os fatores que indicam comprometimento (ou não) dos profissionais da saúde na educação e
prevenção das infecções relacionadas à saúde.
3. METODOLOGIA
Para atingir aos objetivos, utilizou-se a revisão integrativa da literatura baseando nas
vivências dos autores escolhidos para o estudo integrativo. A análise será constituída a partir
de seis etapas a fim de obter um melhor entendimento sobre a temática nos estudos
publicados.
3.1 ETAPAS DA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
 1º Etapa: Identificação do tema e a questão de pesquisa para elaboração da pesquisa integrativa
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Diante das assistências prestadas pelos profissionais nas unidades de Pronto Socorro, nota-se
que a agilidade é primordial para o atendimento e que o conhecimento e as práticas de
higienização das mãos, em muitas das vezes, são realizados de forma ineficaz. Assim, a
partir da delimitação da temática, optou-se por verificara literatura relacionada e analisar as
formas citadas quanto a percepção das práticas e conhecimentos dos profissionais da saúde.
2º Etapa: Estabelecendo os critérios para inclusão e exclusão de busca da literatura
As publicações científicas brasileiras foram pesquisadas na Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), na base de dados LILACS e SCIELO, com os seguintes descritores: higienização,
lavagem das mãos e profissionais da saúde. Os critérios de utilizados foram os seguintes:
artigos disponíveis no idioma português e com ano de publicação de 2010 a 2016. Como
critério de exclusão optou-se por não utilizar textos incompletos e artigos que não
estivessem disponíveis na íntegra on-line. A partir dos três descritores bem como dos
critérios de inclusão, foram encontradas 5.561 pesquisas em português e em línguas
estrangeiras. Dentre eles, foram selecionados 16 artigos em língua portuguesa.
3º Etapa: Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados
A busca inicial dos artigos selecionados iniciou pelos resumos, seus descritores, títulos das
publicações, e, a partir disso, foram escolhidos os que mencionavam a linha de pesquisa
adotada na revisão integrativa. Após isso, organizou-se os materiais escolhidos.
4º Etapa: Categorização dos estudos selecionados
Os artigos pesquisados foram incluídos na pesquisa de revisão integrativa, sobretudo os itens
relacionados à: ano de publicação, título da pesquisa, descritores, identificação do tema.
Foram analisados os resultados das pesquisas, suas metodologias, linhas de pesquisas e
conclusões acerca das temáticas mencionadas. 
5º Etapa: Análise e interpretação dos dados
A partir da leitura e análise dos artigos, notamos que foram mencionados vários estudos que
se pautaram nos ambientes da área da saúde bem como que os profissionais da saúde estão
sendo avaliados quanto à sua percepção, quanto seu conhecimento e quanto às suas
práticas em relação à higienização das mãos, pois é um método simples e preventivo de
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
infecções relacionadas à saúde.
6º Etapa: Apresentação da revisão /síntese do conhecimento
Com a avaliação dos artigos expostos, percebeu-se importância da técnica de higienização
das mãos, pois diminui os índices de infecções relacionadas à saúde bem como identificou-se
que a prática não tem sido tão frequente e/ou feita de maneira correta.
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Analisou-se um total de dezesseis artigos que atenderam aos critérios de inclusão. Eles estão
representados no Quadro 1.
Quadro 1: Distribuição dos artigos analisados
NÚMERO,
AUTOR E ANO
OBJETIVO RESULTADO CONCLUSÃO
Estudo 1
Santos et al
(2014)
 
Estudo
Descritivo
Exploratório
Avaliar, por meio de
indicadores a frequência e a
infraestrutura para a
higienização das mãos,
além do conhecimento da
equipe de enfermagem
sobre o tema.
Os profissionais relataram
alta frequência de
higienização das mãos,
demonstrando
conhecimento acerca da
sua importância, porém
contrariando os achados
da observação.
Concluiu-se que, apesar da
infraestrutura adequada, a
higienização das mãos esteve
aquém do esperado, sendo
necessárias ações e
estratégias de superação
dessas barreiras e ampliação
do uso de solução alcoólica.
Estudo 2
Prado et al
(2013)
 
Estudo
Observacional
transversal
 
Avaliar estrutura física para
a prática da higienização
das mãos em um serviço de
assistência à saúde
hospitalar.
Utilizou-se para a coleta de
dados um instrumento
estruturado e, para a
análise, a estatística
descritiva.
Existem falhas na
infraestrutura para a prática
da higienização das mãos, o
que pode comprometer a
qualidade da assistência e a
segurança do paciente.
 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Estudo 3
Caires MS
(2016)
 
Estudo
Transversal
Avaliar a conduta e o
conhecimento dos
estudantes de Medicina do
quinto e sexto anos da
Faculdade de Medicina da
Universidade Federal da
Bahia, os quais já
frequentam estágios
permanentes, que usam as
técnicas de assepsia e
antissepsia tanto para as
mãos quanto para os
instrumentos de rotina, na
prática clínica, cirúrgica e
obstétrica.
Resultados divergentes
quanto ao conhecimento
dos estudantes sobre as
normas de higiene e à sua
conduta na prática
médica.
Alguns fatores que levam a
não adesão à técnica
asséptica pelos estudantes
são a abordagem teórica
sobre higienização e
biossegurança em período
diferente do da prática, falta
de fiscalização, carência de
inumo e materiais, e má
conduta de alguns
profissionais de saúde.
Estudo 4
Dourado SBPB
(2016)
 
Estudo
Exploratório de
desenho quase
experimental
com abordagem
quantitativa
Analisar a relação entre o
conhecimento dos
profissionais de
enfermagem sobre a
higienização das mãos com
preparação alcoólica e os
efeitos desta nas taxas de
infecção e custo hospitalar
na UTI de um hospital
privado.
Revelaram que os
profissionais têm
conhecimentos adequados
sobre higienização, mesmo
antes das intervenções
educativas, porém,
somente as infecções de
corrente sanguínea
associadas ao cateter
central reduziram
significativamente.
Os profissionais de
enfermagem têm
conhecimento adequado sobre
a higienização das mãos, no
entanto, não houve relação
positiva entre este e as taxas
de infecção do trato urinário,
pneumonia associada à
ventilação mecânica e custo
hospitalar após a intervenção
educativa.
Estudo 5
Botene DZA,
Pedro ENR
(2014)
 
Estudo
Qualitativo
descritivo
Analisar como a formação
acadêmica sobre a
higienização das mãos (HM)
contribui para a segurança
do paciente pediátrico.
Constatou-se que a
formação acadêmica de
forma pouca efetiva para a
criação de uma cultura de
segurança do paciente.
Existem lacunas, sob a
ótica dos profissionais
durante o processo
formativo quanto a
temática da higienização
das mãos.
Recomenda-se que para tal
introjeção dos futuros
profissionais, seja importante
uma abordagem de forma
transversal, contínua,
sistemática e foco de
avaliações sobre a durante
toda a formação, assim como
tema de reflexões para os
formadores em saúde.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Estudo 6
Araújo DD de et
al (2016)
 
Estudo
Descritivo
transversal
Identificar a quantidade de
unidades formadoras de
colônias das mãos de
componentes da equipe de
enfermagem antes e após
de lavá-las com água e
sabão e antisséptico.
A utilização de água e
sabão pode reduzir a
população microbiana
presente nas mãos em até
88,7% e a aplicação de
produtos antissépticos, em
especial de agentes com
base alcoólica, pode
intensificar a redução
microbiana em até 97%.
A higienização das mãos é de
suma importância na
prevenção e controle das
infecções em serviços de
saúde.
Estudo 7
Oliveira AC,
Paula AO (2013)
 
Estudo
Ensaio teórico
Buscou-se discutir os
marcos históricos na área
da infecção relacionada à
assistência em saúde
(IRAS), contextualizando a
interface entre a infecção
relacionada ao cuidar em
saúde e a segurança do
paciente, além de apontar
os desafios e as
perspectivas para área de
segurança do paciente.
A abordagem multifatorial
para o controle das IRAS
pode ser favorecida por
meio da vigilância
contínua e efetiva da
infecção da monitoração
da higienização de mãos e
de recursos para adesão
às precauções,
enfatizando o
comportamento individual
e coletivo.
Reflexão dos profissionais
sobre a corresponsabilização
na qualidade das práticas
individuais, coletivas e
institucionais, bem como para
um “novo olhar” sobre o fazer,
o pensar e o agir.
Estudo 8
Primo GB et al
(2010)
 
 
Estudo
Descritiva do
tipo quantitativa
Avaliara adesão dos
profissionais da área de
saúde quanto à prática de
higienização das mãos.
A análise foi realizada por
meio do programa SPSS
versão 16.0, foi analisada
1316 oportunidades de HM
dessas 951 (72,3%) não
ocorreram à adesão a essa
prática.
Segundo as normas
regulamentadas pelos órgãos
competentes, não se
apresenta incorporada à
prática diária dos profissionais
da saúde dessa instituição e
desta forma, ações educativas
com vistas a orientar e
motivar esses profissionais à
prática correta e frequente de
HM devem ser discutidas e
implementadas.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Estudo 9
Giordani AT et al
(2014)
 
 
Estudo
Descritivo
Verificar fatores
motivacionais à adesão na
higienização das mãos por
equipe de enfermagem de
hospital público de Londrina
PR, Brasil em 2012, e de
propor estratégias para sua
melhoria.
Os fatores motivacionais
influenciadores na adesão
à prática de higienização
das mãos foram:
desenvolvimento /
crescimento profissional,
interesse pelo trabalho,
flexibilidade para priorizar
as ações de cuidado,
autonomia e participação
nas decisões.
No planejamento da educação
permanente para melhoria da
adesão à higienização das
mãos, bem como a qualidade
da assistência prestada.
Estudo 10
Dotto PP et al
(2015)
 
Estudo Ensaio
clínico
randomizado
Este trabalho avaliou a
eficácia da lavagem das
mãos cirúrgica das mãos e
antebraços com escova
impregnada com clorexidina
a 2%, comparando com o
método de fricção das mãos
e antebraço com sabonete
líquido contendo clorexidina
a 2%.
Os mostraram que o
método de fricção com
sabonetes contendo
clorexidina a 2%
apresentou melhores
resultados.
A higienização das mãos pelo
método de fricção com
sabonete contendo clorexidina
a 2% foi mais eficaz quando
comparada à realizada com
escova impregnada com
clorexidina a 2%, sugerindo
um método de preparo pé-
cirúrgico das mãos mais
rápido, eficaz e menos
oneroso.
Estudo 11
Bathke J et al
(2013)
 
Estudo
Observacional
 
A infraestrutura material e a
adesão à higienização das
mãos em unidade de terapia
intensiva do sul do Brasil,
em 2010.
A infraestrutura
apresentou-se deficiente
em funcionalidade.
Os resultados implicam risco
para a segurança dos
pacientes, sendo relevante o
planejamento de ações
corretivas e que promovam
essa prática.
Estudo 12
Trannin KPP et
al (2016)
 
 
Estudo Pesquisa
Quantitativa
Observar a adesão à higiene
das mãos por profissionais
de saúde de um Serviço de
Emergência de Hospital
Universitário, no estado de
São Paulo e verificar se
houve modificação na
adesão após a realização de
intervenção educativa entre
julho de 2012 e de
dezembro de 2013.
Na fase pós-intervenção,
todos os profissionais
apresentaram maior
adesão à higiene das mãos
quando comparado ao
período pré-intervenção e
a adesão foi
significativamente maior
após a realização de
procedimentos assépticos.
Higienização das mãos esteve
aquém do esperado e que
estratégias educativas
favoreceram a adesão.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Estudo 13
Oliveira AC,
Paula AC (2017)
 
Estudo
transversal
Verificar os aspectos
relacionados à percepção
dos profissionais de saúde
no que diz respeito à
higienização das mãos, em
uma unidade de pronto-
atendimento.
Os profissionais de saúde
atribuem como alto o
impacto das infecções na
evolução clínica dos
pacientes e a eficácia da
higiene de mãos no
controle destas.
Os profissionais percebem a
HM como uma medida eficaz
de controle de infecção e
reconhecem que as taxas de
adesão das equipes de saúde
em geral, são baixas.
Estudo 14
Prado MF, Maran
E (2014)
 
 
Estudo Reflexão
teórica
Propor uma reflexão teórica
sobre os aspectos
relacionados ao uso das
preparações alcoólicas para
higienização das mãos, no
contexto dos serviços de
saúde na perspectiva das
recomendações
internacionais e nacionais.
A comprovação da eficácia
antimicrobiana das
preparações alcoólicas por
métodos rigorosos que
simulam condições
práticas de uso é
fundamental para a
utilização destes produtos
nos serviços de saúde.
Identificam-se lacunas nas
normativas oficiais, referentes
aos aspectos supracitados que
podem comprometer um dos
componentes mais
importantes do controle de
infecções e a segurança do
paciente.
Estudo 15
Skodova M et al
(2015)
 
Estudo
descritivo
Assim como as mãos dos
profissionais de saúde, as
mãos dos estudantes de
enfermagem e medicina
durante os estágios clínicos
podem funcionar como
veículos de transmissão das
infecções hospitalares.
Avaliaram-se 546 alunos,
73,8% da Graduação em
Medicina e 26,2% da
Enfermagem.
A técnica de higiene de mãos
não foi realizada de modo
eficaz. O papel educativo é
fundamental para sedimentar
as bases de boas práticas na
higienização das mãos, em
conhecimentos teóricos e no
desenvolvimento de
habilidades e reforço de boas
práticas.
Estudo 16
Souza LM et al
(2015)
 
Estudo
transversal
analítico com
abordagem
quantitativa
 
Identificar a adesão dos
profissionais de saúde de
uma Unidade de Terapia
Intensiva aos cinco
momentos de higienização
das mãos.
Em 446(6,2%)
observações não ocorreu a
higienização das mãos,
ficando a taxa de adesão
em 43,7%.
A prática de higienização das
mãos está distante das
diretrizes nacionais e
internacionais, principalmente
frente ao cenário atual de
aumento de infecções por
microrganismos
multirresistentes.
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
5. DISCUSSÃO
O processo de higienização das mãos deve ser realizado conforme alguns parâmetros antes
de se optar pela escolha ideal para executar a ação. Quando as mãos estão visivelmente
sujas, deve-se lavar com água e sabão, já em outro momento, quando não estão
visivelmente sujas, pode-se utilizar a fricção com preparação alcoólica (DOURADO, 2016;
ARAÚJO et al, 2016). O tema “higienização das mãos” é um dos grandes desafios da saúde
para se chegar a uma assistência adequada, e, para haver higiene, precisa-se de tempo, pois
no pronto socorro o tempo é primordial para os profissionais, devido à sobrecarga de
trabalho, o que pode fazer com que não haja a execução da ação assistencial como
prevenção de infecção (ARAÚJO et al, 2016).
A preocupação com a segurança do paciente é visível nos artigos mencionados na pesquisa,
diante da assistência prestada ao paciente de forma direta ou indireta. Notou-se, ainda, que
os profissionais são insuficientes ao realizar, em sua prática, a higienização das mãos
(BOTENE; PEDRO, 2014). Na avaliação literária, notou-se que alguns fatores podem interferir
para que higienização das mãos não se conclua como, por exemplo, as pias inadequadas,
falta de papel toalha, sabonetes etc. É fundamental que se tenha infraestrutura para que um
método simples e prático contribua para com a eficácia da assistência, visto que tal prática
acarreta a segurança do paciente (PRADO et al, 2013).
Em algumas áreas que são potencialmente críticas à educação profissional, o incentivo à
higienização das mãos deve ser ainda mais trabalho e impulsionado, sobretudo para que haja
uma maior percepção profissional. Para isso, discutir sobre os padrões de comportamento e
motivações no ambiente de trabalho e sobre as infecções especificamente adquiridas em
serviços de emergência que acabam sendo favorecidas nas situações existentes nos pronto
socorro devido à realização rápida dos procedimentos é importante, para, depois, demonstrar
que a medida mais simples e eficaz é a higienização das mãos, visto que é um método de
maior praticidade para controlar efetivamente as infecções (TRANNINet al, 2016).
Conforme Oliveira e Paula (2017), os estudos mostram que os profissionais estão informados
em relação ao controle de infecção e que a falta de higienização pode levar o paciente e eles
mesmos a se contaminarem ao entrar em contato com os objetos utilizados em pacientes. No
entanto, no Brasil há poucos relatos sobre a higienização das mãos e como os profissionais
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
se mostram em relação à importância desta prática. A preocupação com as IRAS é,
atualmente, uma forma de melhorar a assistência, porém os profissionais precisam ser
incentivados a não desprezar a higienização das mãos, pois tanto o contato direto quanto o
indireto com paciente a partir de objetos revela a capacidade e a fragilidade dos profissionais
ao não fazerem uso da higienização (PRIMO et al, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de indicadores para avaliação de higienização das mãos demonstra que estes
momentos devem ocorrer sequencialmente para se chegar na prevenção de microrganismos,
o que é primordial no contato direto e indireto com o paciente. Há uma série de cuidados que
precisam ser tomados, principalmente quando se trata de crianças. As reflexões sobre a
higienização das mãos devem ser incentivadas, de forma que os profissionais se adequem a
essa prática nos momentos antes e após a assistência prestada. A educação continuada da
técnica de higienização das mãos para os profissionais da saúde mostra-se uma ferramenta
de prevenção. Porém, estudos enfocaram que estes, por vezes, realizam a técnica de forma
ineficaz, e, portanto, é necessário realizar uma constante abordagem sobre o assunto, visto
que esta garantirá a segurança do paciente por meio da educação em saúde.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, D. D. de .et al. A importância da higienização das mãos no controle das infecções
em serviços de saúde. Rev. enferm. UFPE, p. 4880-4884, 2016.
BATHKE, J. et al. Infraestrutura e adesão à higienização das mãos: desafios à segurança do
paciente. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 34, n. 2, p. 78-85, 2013.
BOTENE, D. Z. de. A; PEDRO, E. N. R. Os profissionais da saúde e a higienização das mãos:
uma questão de segurança do paciente pediátrico. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 35, n.
3, p. 124-129, 2014.
CAIRES, M. S. et al. Avaliação das práticas de higienização por estudantes de medicina da
Universidade Federal da Bahia (Brasil) durante atendimento clínico. Revista Brasileira de
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Educação Médica, v. 40, n. 3, p. 411-422, 2016.
DOTTO, P. P. et al. Eficácia de dois métodos de degermação das mãos. Revista de Cirurgia e
Traumatologia Buco-maxilo-facial, v. 15, n. 3, p. 07-14, 2015.
DOURADO, S. B. P. B. Higienização das mãos: seus efeitos nos índices de infecção e custos
hospitalares. Rev. enferm. UFPE, p. 3585-3592, 2016.
GIORDANI, A. T. et al. Adesão da equipe de enfermagem à higienização das mãos: fatores
motivacionais. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 15, n. 4, p. 559-568, 2014.
OLIVEIRA, A. C. de.; PAULA, A. O. de. Infecções relacionadas ao cuidar em saúde no contexto
da segurança do paciente: passado, presente e futuro. Revista Mineira de Enfermagem, v.
17, n. 1, p. 217-225, 2013.
OLIVEIRA, A. C. de; PAULA, A. O. de. A percepção dos profissionais de saúde em relação à
higienização das mãos. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online), v.9, n.2, p. 321-326, 2017.
PRADO, M. F. do.; HARTMANN, T. P. S; TEIXEIRA FILHO, L. A. Acessibilidade da estrutura física
hospitalar para a prática da higienização das mãos. Escola Anna Nery Revista de
Enfermagem, v. 17, n. 2, p. 220-226, 2013.
PRADO, M. F. do; MARAN, E. Desafio ao uso das preparações alcoólicas para higienização das
mãos nos serviços de saúde. Escola Anna Nery, v. 18, n. 3, p. 544-547, 2014.
PRIMO, M. G. B. et al. Adesão à prática de higienização das mãos por profissionais de saúde
de um Hospital Universitário. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 12, n. 2, p. 266-271,
2010.
SANTOS, T. C. R. dos. et al. Higienização das mãos em ambiente hospitalar: uso de
indicadores de conformidade. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 35, n. 1, p. 70-77, 2014.
SKODOVÁ, M. et al. Avaliação da qualidade da técnica de higiene das mãos em alunos de
enfermagem e medicina em dois cursos de graduação. Revista Latino-Americana de
Enfermagem, v. 23, n. 4, p. 708-717, 2015.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
SOUZA, L. M. de. et al. Adesão dos profissionais de terapia intensiva aos cinco momentos da
higienização das mãos. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 36, n. 4, p. 21-28, 2015.
TRANNIN, K. P. P. et al. Adesão à higiene das mãos: intervenção e avaliação. Cogitare
Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 1-7, 2016.
[1] Enfermeira, especialista em Urgência Emergência.
[2] Doutora em Ciências da Saúde – FM-UFG, Doutora – PUC-Go, Mestre em Enfermagem
UFMG, Enfermeira.
Enviado: Maio, 2019.
Aprovado: Janeiro, 2020.
ARTIGO ORIGINAL
BATISTA, Carlos [1]
BATISTA, Carlos. Desafios em adequar o ensino a distância em um aprendizado sem
“distância”. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 01, Vol.
10, pp. 83-95. Janeiro de 2020. ISSN: 2448-0959
Contents
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. OS CONCEITOS E GERAÇÕES DA MODALIDADE DE ENSINO EAD
2.1 AS GERAÇÕES DO ENSINO EAD
2.2 EDUCAÇÃO 3.0
3. AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS ALUNOS
3.1 PROFESSORES QUE EXPLICAM BEM E PROFESSORES QUE NÃO “EXPLICAM NADA”
3.2 AVALIAÇÕES SEM JUSTIFICATIVAS SUFICIENTES OU CONVINCENTES
3.3 NÃO ENTENDIMENTO DOS OBJETIVOS PROPOSTOS E METAS A SEREM OBSERVADAS NA DISCIPLINA
E NA GRADUAÇÃO
3.4 FALTA DE ENGAJAMENTO APÓS O INÍCIO DOS ESTUDOS CULMINANDO INCLUSIVE EM EVASÕES NOS
PRIMEIROS SEMESTRES DOS CURSOS (ESPECIALMENTE OS DE LONGA DURAÇÃO)
4. AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS DOCENTES E TUTORES EAD
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
RESUMO
O presente estudo visa discutir, de forma breve, sobre o panorama atual da modalidade de
ensino a distância, sua história, desafios e propostas tanto sob à ótica do professor como
também a partir da do aluno, com o objetivo de obter aprimoramentos nos métodos de
ensino atuais. O artigo também aborda as gerações do Ensino EAD e suas principais
características e finaliza relatando as dificuldades tantos dos alunos que optam por este tipo
de ensino como também dos docentes e tutores que aceitam o desafio de ensinar conceitos
por meio de plataformas de ensino a distância. É cada vez mais presente docentes e
discentes que optam por quebrar e desmistificar o paradigma tradicional da sala presencial
migrando para à sala virtual com contatos pedagógicos remotos. As considerações finais
chamam atenção acerca das necessidades do aluno em buscar, incessantemente, a
motivação, a disciplina e o engajamento nos estudos o qual está vinculado, as mesmas
qualidades devem servir de estímulo para os docentes e tutores EAD, cujo papel é
importantíssimo para com seus alunos e fundamental para continuidade e aprimoramento
deste modelo de ensino.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e
Letramento nas Séries Iniciais
www.nucleodoconhecimento.com.br
Palavras-chaves: Ensino, EAD, aluno, professor, educação.
1. INTRODUÇÃO
É consenso que o sistema de Ensino EAD para cursos de graduação, extensão, pós-
graduação e muitas disciplinas

Continue navegando

Outros materiais