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Trabalho MÚTUO E COMODATO

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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE CASCAVEL
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO
DIREITO CIVIL
ProfessorA: KELLI
Do contrato de empréstimo:
MÚTUO E COMODATO
Priscila Ibanez Simplicio
Direito 5ºB Noturno
Cascavel, 15 de maio 2018.
1. INTRODUÇÃO
Contrato de empréstimo é o negócio jurídico pela qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma coisa, para que dela se sirva, com a obrigação de restituir. Há em nosso Código Civil duas espécies do gênero empréstimo: o comodato e o mútuo, conhecidos pela doutrina como empréstimo de uso e empréstimo de consumo, respectivamente. Em outros termos, o comodato envolve empréstimo de coisas infungíveis, ao passo que o mútuo versa sobre coisas fungíveis, que não podem ser utilizadas sem que ocorra seu perecimento.
2. COMODATO
A definição do contrato de comodato é extraída da norma do artigo 579 do Código Civil.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. 
São três as características essenciais do contrato de comodato; gratuidade, infungibilidade do objeto e aperfeiçoamento com a tradição deste. A gratuidade decorre da própria natureza do comodato, pois confundir-se-ia com a locação, se fosse oneroso. A necessidade da tradição para o aperfeiçoamento do comodato o torna um contrato real, o que traz o art. 579 do CC/2002. Somente com a entrega, e não antes, fica perfeito o contrato. 
O comodato é um contrato unilateral, pois o comodante entrega bem não fungível ao comodatário, que tem a obrigação de devolvê-lo ao fim do período avençado. Ou seja, é um contrato em que só o comodatário se obriga, em face do comodante. Este não possui nenhuma obrigação em face do comodatário. 
A infungibilidade do objeto implica a restituição da mesma coisa recebida em empréstimo. O elemento caracterizador do contrato é a infungibilidade do bem, ou seja, a coisa cedida é marcada por sua individualidade, não podendo ser substituída por outra. O próprio bem cedido pelo comodante deve ser devolvido ao final do contrato pelo comodatário. Excepcionalmente, admite-se o contrato de comodato de coisa fungível, mas que, por vontades das partes, torna-se infungível. O bem é naturalmente fungível; entretanto, por acordo das partes, torna-se infungível (insubstituível), devendo ser devolvido o mesmo exemplar cedido. É o chamado comodato ad pompam vel ostentationem. São partes deste contrato o comodante (aquele que cede a coisa) e o comodatário (aquele que recebe a coisa emprestada). 
Na ausência da efetiva entrega, ou seja, quando há apenas promessa de dar em comodato, a relação entre as partes rege-se pela disciplina dos contratos preliminares em geral (pactum de commodando), não se podendo falar propriamente em comodato.
O contrato de comodato é apontado como um negócio temporário, fixado com prazo determinado ou indeterminado. Se o contrato não tiver prazo convencional (prazo indeterminado), será presumido para o uso concedido. Nessa hipótese, não pode o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada. A última regra também vale para o contrato celebrado com prazo determinado. Em outras palavras, antes de findo o prazo ou do uso concedido, não poderá o comodante reaver a coisa, em regra (art. 581 do CC). O desrespeito a esse dever gera o pagamento das perdas e danos que o caso concreto determinar. 
Ainda do art. 581 do CC podem ser retiradas algumas conclusões práticas. De início, quanto ao comodato com prazo determinado, findo esse, será devida a devolução da coisa, sob pena de ingresso da ação de reintegração de posse e sem prejuízo de outras consequências previstas em lei. Em casos tais, encerrado o prazo, haverá mora automática do devedor (mora ex re), nos termos do art. 397, caput, do CC. Aplica-se a máxima dies interpellat pro homine (o dia do vencimento interpela a pessoa). Não havendo prazo fixado, a coisa será utilizada conforme a sua natureza. Finda a utilização, o comodante deverá notificar o comodatário para devolvê-la, constituindo-o em mora, nos termos do art. 397, parágrafo único, do CC (mora ex persona). Não sendo atendido o locador, caberá ação de reintegração de posse, sem prejuízo de outras penalidades. 
Quanto às obrigações do comodatário, uma delas é a conservação da coisa emprestada, como se sua fosse. O contrato de comodato impõe ao comodatário a obrigação de zelar pela conservação da coisa, arcando inclusive com os gastos de conservação da coisa (art. 584). O art. 583 estabelece que, correndo riscos coisas suas e do comodante, se antepuser as suas em salvação, responderá pelos danos ocorridos, mesmo ocorrendo casos fortuitos ou de força maior. Há também, intrínseca à definição de empréstimo, a obrigação de restituir. 
O contrato se extingue pela restituição da coisa, ao fim do prazo avençado. Com eventual perecimento do objeto, o contrato também se extingue. Se tal perecimento tiver causa na culpa do comodatário, este incorrerá no dever de indenizar (tal dever também a ele incumbe, nas situações de caso fortuito e força maior, por disposição expressa do art. 583). A morte do comodatário dá razão à extinção do contrato, caso o comodante denuncie o contrato (resilição). Caso contrário, a relação contratual se transfere aos herdeiros. 
Por fim, em havendo pluralidade de comodatários haverá responsabilidade solidária entre os mesmos (art. 585 do CC). A hipótese é de solidariedade passiva de origem legal, no que se refere ao conteúdo do contrato. Anote-se que se a coisa se perder por culpa de um dos devedores, todos responderão pelo seu valor, mas pelas perdas e danos somente responde o comodatário culpado (art. 279 do CC). 
3. MÚTUO
A regulamentação do contrato mútuo é realizada conforme artigo 586 do Código Civil vigente.
“Art.586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutante o que ele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade”.
Dessa norma legal, extrai-se o conceito de contrato de mútuo como sendo o negócio jurídico unilateral e gratuito, exceção feita para o mútuo oneroso, em que umas das partes(o mutuante) transfere, em favor de outra (o mutuário), a propriedade de um bem móvel fungível e consumível, para que seja, posteriormente, devolvido por outra do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Além disso, o contrato é comutativo, real, temporário e informal. O exemplo típico envolve o empréstimo de dinheiro, uma vez que o mútuo somente terá como objeto bens móveis, pois somente esses podem ser fungíveis (art. 85 do CC). 
A transferência da propriedade é uma consequência natural do objeto do contrato de mútuo: bem móvel fungível, portanto consumível (art.85, CC). O uso do bem pelo mutuário impede que seja o mesmo bem devolvido ao mutuante, porque, ao usar e gozar, a coisa é consumida. Daí a necessidade de que, para a restituição, seja substituído por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade. Como não se devolve o mesmo bem emprestado, o mútuo é uma espécie de empréstimo impróprio.
Em razão da transferência da propriedade da coisa objeto do mútuo, é indevida qualquer restituição de valores despendidos para a conservação do bem ou por indenização por benfeitorias pelo mutuário, bem como não é possível que o mutuante ingresse com ações judiciais de natureza possessória para a restituição do bem. É legítimo, entretanto, o ingresso pelo mutuante de ação para cobrança da obrigação de dar ou fazer e perdas e danos pelo descumprimento da obrigação pelo mutuário.
Como a coisa é transferida a outrem e consumida, sendo devolvida outra de mesmo gênero, qualidade e quantidade, o contrato é translativo da propriedade, o que o aproxima da compra e venda somente neste ponto. Por transferir o domínio da coisa emprestada, por conta do mutuário correm todos os riscos da coisa desde a tradição (art. 587 do CC). 
O mútuo feito a pessoa menor possui regramento próprio, nos arts. 588 e 589. Em regra, se o mútuo for feito ao menor, sem assentimento expresso do responsável pela sua guarda,não pode ser reavido nem do mutuário, nem dos fiadores. É a norma do art. 588. Todavia, o art. 589 traz dispositivos que restringem o alcance do artigo antecedente, evitando que os interesses do mutuante sejam prejudicados. Ou seja, o ordenamento jurídico leva em consideração dois interesses legítimos: o do menor e do mutuante 
O contrato de mútuo se extingue, em regra, como seu cumprimento, consistente na restituição de coisa do mesmo gênero, quantidade e qualidade da coisa dada em empréstimo. Pode haver resilição do contrato. Na falta de previsão expressa no contrato, a extinção do contrato é regulada pelo art. 592.
O mútuo oneroso, comum no empréstimo de dinheiro, também denominado mútuo feneratício, está tratado pelo art. 591 do CC/2002: “Art. 591. Destinando-se o mútuo para fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual”. Pela leitura do dispositivo percebe-se que o mútuo oneroso de dinheiro envolve a cobrança de juros, que constituem remuneração devida pela utilização de capital alheio (frutos civis ou rendimentos). No que concerne a esse dispositivo, prevê o Enunciado n. 34 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil, que “No novo Código Civil, quaisquer contratos de mútuos destinados a fins econômicos presumem-se onerosos (art. 591), ficando a taxa de juros compensatórios limitada ao disposto no art. 406, com capitalização anual”.
Por fim, o art. 592 do CC trata dos prazos do contrato caso não haja previsão no instrumento, nos seguintes termos:
· Nos casos de mútuo de produtos agrícolas, tanto para consumo quanto para a semeadura, presume-se o prazo até a próxima colheita. 
· Nos casos de empréstimo de dinheiro, o prazo será de trinta dias, contados da sua celebração. 
· Para os demais casos envolvendo coisa fungível, presume-se o prazo como sendo o que declarar o mutuante de qualquer forma. Esse prazo será fixado por aquele que emprestou a coisa por meio de interpelação judicial feita pelo mutuário, o que não obsta que o magistrado venha a aumentá-lo se as circunstâncias fáticas trouxerem evidências de que o prazo estabelecido pelo mutuante é insuficiente.
4. BIBLIOGRAFIA
BENTO, Thiago Xavier. Mútuo x Comodato: Breves considerações. Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 3, no 131. Disponível em: <https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/artigo/675/mutuo-x-comodato-breves-consideracoes>. Acesso em 06/05/2018.
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais, volume 3. 13 ed – São Paulo: Saraiva 2016.
PUCCINELLI JUNIOR, ANDRÉ. Manual de Direito Civil: volume único – São Paulo: Saraiva, 2015.
Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. 5. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.

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