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CENÁRIO INSTITUCIONAL --PASSEI DIRETO

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UNIVERSIDADE POTIGUAR
PRO-REITORIA ACADÊMICA
ESCOLA DE SAÚDE
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
ALESSANDRA PAULA RODRIGUES DA SILVA
JANNAINA CARLA GONÇALO DA SILVA
CENÁRIO SOCIOINSTITUCIONAL DO CENTRO
DE REFERENCIA ESPECIALIZADO
DE ASSISTENCIA SOCIAL (CREAS)
MONTE ALEGRE/RN
2019
ALESSANDRA PAULA RODRIGUES DA SILVA
JANNAINA CARLA GONÇALO DA SILVA
CENÁRIO SOCIOINSTITUCIONAL
DO CENTRO DE REFERENCIA
ESPECIALIZADO DE ASSISTENCIA
SOCIAL (CREAS)
Cenário socioinstitucional apresentado à Disciplina Estágio Supervisionado – Núcleo Temático do Fazer Profissional I, ministrada pela Professora Dra. XXXXXXXX, como requisito avaliativo para obtenção da nota avaliativa.
Orientador de ensino: Profa. Ma. XXXXXXXXXX
Orientadorde campo: Assistente Social XXXXXXXX
MONTE ALEGRE/RN
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................... .04
2. CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA................................................ 06
 ANÁLISE DA POLÍTICA IMPLEMENTADA NO CREAS DE
 MONTE ALEGRE..................................................................... 14
2.3 POPULAÇÃO USUÁRIA DO CREAS. ..................................... 21
3. SERVIÇO SOCIAL NA POLÍTICA DA ASSISTENCIA SOCIAL
 E A ANÁLISE DO PROFISSIONAL NO AMBITO DO (CREAS) 
DE MONTE ALEGRE NO ENFRENTAMENTO DA 
QUESTÃO SOCIAL.................................................................. 22
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................... 35
5. REFERENCIAS........................................................................ 36
6. ANEXOS................................................................................... 38
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho trata-se de um cenário institucional do Centro de Referência Especializado de Assistência Social, na cidade de Monte Alegre/RN. O cenário fala da política de Assistência Social, formação e atuação profissional do Serviço Social e a caracterização institucional nesta área de atuação. 
Contextualizamos com base na Política instituída na Constituição Federal (CF) de 1988 da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) 8.742/93 do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). a LOAS, o Código de Ética, a Política Nacional de assistência Social e os Parâmetros de atuação dos profissionais agentes da política de Assistencia.Com uma proposta de realizar atendimentos a pessoas e famílias em situação de risco pessoal/social por violação de direitos, ou seja, vítimas de violência física, psicológica, sexual, negligencia, tráfico de pessoas, mendicância, abandono, trabalho infantil, discriminação e adolescentes em cumprimentos de medidas socioeducativas de liberdade assistida e/ou prestação de serviço a comunidade, que precisam de acompanhamento especializado no âmbito do Sistema Único da Assistência Social (SUAS).
Neste trabalho também se faz alusão à inserção do Serviço Social na prestação dos serviços disponibilizado pelo CREAS. Neste contexto está inserido o CREAS de Monte Alegre/RN, que tem como missão o atendimento às pessoas que tenham seus direitos violados sejam crianças e adolescentes em situação de exploração sexual, trabalho infantil, vulnerabilidade social, pessoas com deficiência, idosos ou mulheres em situação de violência.
 A equipe técnica do CREAS é formada por profissionais de psicologia, serviço social e direito que atende os casos mais sérios de violação de direitos, realizando o estudo de cada caso, acompanhando-os e orientando de forma especializada.
Compreender que esses profissionais participam do processo de enfrentamento das várias expressões da “questão social” emanadas da relação antagônica entre capital e trabalho. Levantando em fim um breve histórico de o Serviço Social no fazer de uma profissão com caráter interventivo e sua trajetória em nosso país, fazer uma reflexão sobre a importância da prática profissional do Assistente Social nesta instituição, utilizando-se da teoria como embasamento para compreender a relação de operacionalização das tarefas “prática” dentro do sistema de proteção especial CREAS, pois este é um serviço da Assistência Social pouco conhecido não só pela população Monte Alegrense, mas acreditamos que isso também ocorre em outros locais.
Nosso principal objetivo neste cenário é além da caracterização da instituição traçar uma breve trajetória, identificar os mecanismos utilizados para desenvolver as atividades, bem como os aparatos (instrumentos) legais que dão suporte para a atuação profissional neste espaço institucional.
Vale ressaltar que para a realização deste artigo foi utilizada a pesquisa de campo no CREAS de Monte Alegre/RN, o que estar nos possibilitando uma a proximidade com o objeto estudado, no campo de estágioconstamos que o profissional atua frente à violação de direitos, demanda comum nesta instituição. Tal realidade requer do profissional um alto poder de mediação para que o direito seja efetivado, e que o poder institucional não venha a transformar o trabalho do Assistente Social apenas em uma realização tecnicista, de encaminhamentos frustrados e rotineiros sem análise crítica da realidade. Na prática os Assistentes Sociais em geral, e de modo especial são inseridos no CREAS, foco deste artigo, podem estar utilizando materiais teóricos, legislações e leis que embasam a prática e dão suporte para desenvolvê-lo de atividades, sendo destacada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), os Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social, o Código de Ética Profissional, o Projeto Ético Político da Profissão, bem como a Política Nacional de Assistência Social (PNAS).
2 CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DO CENTRO DE REFERENCIA ESPECIALIZADO EM ASSISTENCIA SOCIAL (CREAS) DA CIDADE DE MONTE ALEGRE/RN
 A cidade de Monte Alegre/RN teve o privilégio de inaugurar dia 12 de Abril do ano de 2019 o Centro de Referencia Especializado de Assistência Social (CREAS), unidade modelo recém-construída, com sede própria que fica localizado no então endereço: Travessa Augusto Severo, n° 30, centro, Monte Alegre/RN, CEP: 59182. -000. O mesmo recebe um nome fantasia de Kennya Maciel de Souza, ex- servidora do município que agora dá nome ao prédio. 
O CREAS de Monte Alegre tem como horário para atendimento ao público, no mínimo cinco dias por semana, por oito horas diárias, totalizando quarenta horas semanais, estabelecido de segunda a sexta-feira, das 08h00min às 12h00min e das 13h00min às 16h00min.
 Vale destacar que no CREAS poderá ter profissionais com jornadas de trabalho inferiores a quarenta horas semanais, inclusive em razão de legislação ou regime de trabalho específico, porém a equipe deixou claro que o horário de funcionamento do CREAS deve manter uma constância, sendo desaconselháveis mudanças constantes, em curto período de tempo, que possam comprometer o acesso das famílias ao CREAS. 
Fachada do CREAS de Monte Alegre/RN
Fonte: Arquivo das autoras, 2019.
De acordo com Brasil (2015) o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) éuma unidade pública e estatal de abrangência municipal ou regional, no qual faz parte da política de Assistência Social onde são atendidas famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados e disponibiliza, obrigatoriamente, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI)[footnoteRef:2].. [2: Disponível <http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/unidades-de-atendimento/creas em 07 de maio de 2019.] 
Conforme a NOB-RH/SUAS (2009) o (CREAS) é “uma unidade pública que se constitui como pólo de referência, coordenador e articulador da proteção social especial de média complexidade” (NOB-RH/SUAS, 2009, p.22)
O CREAS deve funcionar (estar aberto para atendimento ao público),
no mínimo, cinco dias por semana, por oito horas diárias, totalizando.
quarenta horas semanais, assegurada a presença de equipe profissional de nível superior, além dos demaisprofissionais necessários ao bom funcionamento dos serviços.(CREAS,2011,p.9).
O CREAS tem como missão o fortalecimento dos vínculos familiares, como forma de estratégia para o enfrentamento de situações adversas, já que a família é considerada a célula-mãe da sociedade tendo como valores respeito, ética, solidariedade, amor e responsabilidade. 
A Instituição tem como público alvo famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos, em conformidade com as demandas identificadas no território, tais como: violência física, psicológica e negligência; violência sexual (abuso e/ou exploração sexual) afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida de proteção; situação de rua; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou raça/etnia, descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família e do PETI em decorrência de situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto de liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade por adolescentes (CARTILHA, CREAS, 2011)[footnoteRef:3] [3: Disponível <www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/cartilhas/perguntas-respostascreas.pdf em 07 de maio de 2019.] 
O CREAS de Monte Alegre além destes segmentos como público alvo crianças, adolescentes, pessoas com deficiência (PCD), idosos, mulheres, crianças e adolescentes que cumprem medidas socioeducativa e família em situação de vulnerabilidade social, tem como maior demanda os idosos e crianças.
 A infraestrutura do CREAS deve contar com condições que assegurem a importância de ter o conhecimento para acessibilidade na unidade CREAS, recomenda-se consultar e observar as normativas como as normas brasileiras (NBR 9050) onde se refere à acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos; a Lei Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida; resolução CNAS nº 109, de 11 de dezembro de 2009, que aprova a tipificação,
observadas as normativas aplicadas às edificações públicas, e as recomendações quanto aos espaços que o CREAS deve dispor, o gestor possui autonomia para definição da planta que melhor atenderá à realidade local. (CARTILHA, CREAS, 2011).
Segundo o profissional de Serviço Social à infraestrutura do CREAS como em qualquer outro para se promover uma acolhida adequada e escuta qualificada aos usuários o ambiente físico deve ser acolhedor e assegurar espaços para a realização de atendimentos familiar, individual e em grupo, em condições de sigilo e privacidade,para isso recomenda-se que seja implantado edificações que disponham dos espaços essenciais para o desenvolvimento das suas atividades, não devendo, portanto, ser implantado em local improvisado para que o ambiente seja acolhedor, além da postura ética, de respeito à dignidade, diversidade e não discriminação a ser compartilhada por toda a equipe.
O CREAS de Monte Alegre tem como recursos físicos: 01 rampa para acesso PCD, recepção, sala de atendimento individual, sala de coordenação, sala de equipe técnica, sala de brinquedoteca, copa, banheiros coletivos (masculino e feminino),banheiros de acessibilidade, PCD (masculino e feminino), auditório, dispensa, área de serviços, sala lilás (sala de atenção à mulher), saída de emergência. A unidade também dispõe de veiculo para realização de intervenções da equipe, veículo disponibilizado pela Secretaria Municipal de Trabalho, Habitação e Assistência Social (SEMTHAS), tais como: visitas, abordagem social e busca ativa entre outros. 
Com relação os recursos humanos disponibilizam dos seguintes profissionais: Coordenador, Assistente Social, Psicólogo, Advogado, auxiliar administrativo, Assistente jurídico, ASG, Orientador social, Recepcionista. 
De acordo com a NOB-RH/SUAS (2006), a vinculação dos profissionais com a família/indivíduo constitui um dos principais elementos que qualificam a oferta do trabalho social especializado, dessa forma a equipe de referencia do CREAS deverá ser ampliada de acordo com a realidade do município/DF, considerando os índices de situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, e a capacidade de atendimento de cada Unidade onde a mesma indicava a capacidade de atendimento como parâmetro para o dimensionamento das equipes do CREAS, uma vez que demanda e capacidade de atendimento pode variar, conforme a realidade de cada território e de cada unidade.
Segundo o caderno de orientações técnicas do CREAS (2011), os recursos humanos constituem elemento fundamental para a efetividade do trabalho e para a qualidade dos serviços prestados pelo CREAS, os serviços implementados na sua perspectiva de direito e política pública prioritária onde as principais ações/atividades que constituem o trabalho social essencial ao serviço e que devem ser realizadas pelos profissionais são: acolhida, escuta; estudo social; diagnóstico socioeconômico; Monitoramento e avaliação do serviço; orientação e encaminhamentos para a rede de serviços locais, disponibilizando também a construção de plano individual e/ou familiar de atendimento; orientação sócio-familiar; atendimento psicossocial; orientação jurídico-social; referência e contra referência; informação comunicação e defesa de direitos; apoio à família na sua função protetiva; acesso à documentação pessoal; mobilização, identificação da família extensa ou ampliada; articulação da rede de serviços socioassistenciais; articulação com os serviços de outras políticas públicas setoriais, articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; mobilização para o exercício da cidadania, trabalho interdisciplinar, elaboração de relatórios e/ou prontuários; estímulo ao convívio familiar, grupal e social; mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio.
No CREAS de Monte Alegre, o profissional do Serviço Social, que outrora era estagiário desta instituição, segundo ele na época do seu estágio observou que a instituição tinha certa “deficiência” na acolhida dos usuários, o mesmo fez um projeto de intervenção em prol desta problemática, que atualmente foi inserira na unidade, tornando o acolhimento mais humanitário, dentre outros projetos como a sala Lilás para acompanhamento, orientações e um acolhimento mais específico, exclusivo para o segmento feminino. Visualizando assim, um atendimento sigiloso e que elas se sintam menos constrangidas.
Para que a segurança de acolhida seja garantida na execução dos serviços ofertados pelo CREAS, a tipificação define que é preciso afiançar as seguintes provisões para o usuário (a):
Ser acolhido em condições de dignidade em ambiente favorecedor da expressão e do diálogo; ser estimulado a expressar necessidades e interesses; ter reparados ou minimizados os danos por vivências de violações e riscos sociais; ter sua identidade, integridade e história de vidas preservadas; ser orientado e ter garantida efetividade nos encaminhamentos (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2009, p. 20-21).
De acordo com Medeiros (2017)[footnoteRef:4], as Instrumentalidade na prática do Assistente Social é sem dúvida, o principal instrumento de trabalho em qualquer área, pois permite que o profissional tenha uma real dimensão das diversas possibilidades de intervenção. Assim como as mediações que se constituem a partir da singularidade, universalidade e particularidade, a instrumentalidade deve se pautar sobre a realidade social, cuja concretude e complexidade necessitam de um aparato técnico-metodológico específico, de modo que, seja possível compreender a totalidade do objeto de intervenção.o que define quais instrumentos e técnicas serão utilizados na intervenção são os objetivos profissionais, ou seja, o ato de agir que requer planejamento para a execução da ação profissional. É no momento da execução que a metodologia a ser aplicada é construída,onde o profissional deve se questionar do “por que”, “para quê”  e ”como” determinado instrumento deve ser utilizado. [4: Disponível <www.blog.gesuas.com.br/a-instrumentalidade/em04 de junho de 2019] 
	Ainda conforme Medeiros (2017) alguns dos instrumentos são:
.1)Entrevista: Instrumento que permite realizar uma escuta qualificada, a entrevista por meio do processo de diálogo, visa estabelecer uma relação com o usuário, com objetivo de conhecer e intervir em sua realidade social, econômica, cultural e política
.2)Visita domiciliar: A visita domiciliar consiste em conhecer a realidade social, de uma determinada família, ou seja, analisar o contexto familiar e o modo de vida, suas vulnerabilidades e potencialidades, permitindo ao assistente social observar o indivíduo em seu meio social, além de realizar o acompanhamento e os encaminhamentos necessários para a rede de atendimento.
3.Visita institucional: A visita institucional consiste em conhecer e avaliar a qualidade dos serviços prestados pelas entidades sociais públicas ou privadas, e para isso requer do assistente social enquanto Secretário Executivo, um intenso conhecimento teórico e técnico sobre as políticas sociais.
.4. Acolhimento Social:O acolhimento social é um processo de intervenção profissional que envolve a escuta social qualificada, e que tem por objetivo identificar o problema de determinada situação no âmbito individual ou coletivo. 
5.Acompanhamento Social:Procedimento técnico de caráter continuado, que necessita de um vínculo entre o usuário e o profissional, como por exemplo, o acompanhamento sócio-familiar detectado durante a entrevista, e que determina os encaminhamentos necessários
6. Atendimento Social: Importante espaço de atuação profissional que envolve um conjunto de ações direcionadas ao atendimento de famílias e indivíduos, visando o acesso aos direitos sociais, políticos e civis nas diferentes políticas setoriais, como: assistência social, saúde, educação, previdência, habitação.    
 7. Trabalho em Grupo: Antes de mais nada, é importante ressaltar que de acordo com as orientações  do conjunto CFESS/CRESS, a formação profissional do assistente social não está habilitada para o desenvolvimento de trabalhos no campo terapêutico. Dessa forma, os trabalhos em grupos devem ser utilizados apenas como recurso para o desenvolvimento de trabalhos educativos, como os desenvolvidos nos CRAS,  CREAS e demais espaços sócio-ocupacionais.
 8. Dinâmicas de Grupo: É uma técnica que utiliza jogos, brincadeiras ou simulações de modo a provocar uma reflexão acerca de uma determinada temática que tenha relação com o objeto de intervenção, e que no caso do Serviço Social, tem o assistente social como facilitador, o que requer do profissional habilidade teórica e uma postura política democrática de controle no processo da dinâmica.
9. Reunião: A reunião é um instrumento presente no cotidiano de trabalho do assistente social, seja na atuação com grupos, nos encontros com usuários das políticas públicas ou nas reuniões de equipe. A reunião tem como característica, promover e intervir em espaços coletivos provocando uma reflexão crítica.
O CREAS é uma unidade pública da política de assistência social onde são atendidas famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados. Esta Política de Assistência Social, estabelece princípios e diretrizes para a implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e é resultado de amplos debates realizados em todos os Estados e no Distrito Federal durante o ano de 2004, a partir de uma proposta preliminar elaborada pela Secretaria Nacional de Assistência Social – SNAS/MDS com a participação ativa do CNAS, dando cumprimento às deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social (2003). Onde o SUAS reorganiza os serviços, programas, projetos e benefícios relativos à assistência social considerando as cidadãs e os cidadãos que dela necessitam. Garante proteção social básica e especial de média e alta complexidade, tendo a centralidade na família e base no território, ou seja, o espaço social onde seus usuários vivem. Tendo como normativa a Norma Operacional Básica (NOBSUAS), disciplina a operacionalização da gestão da Política de Assistência Social, conforme a Constituição Federal de 1988, a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, de 1993, e legislação complementar aplicável nos termos da Política Nacional de Assistência Social de 2004, considerando a construção do SUAS, abordando, dentre outras questões, a divisão de competências e responsabilidades entre as três esferas de governo; os níveis de gestão de cada uma dessas esferas; as instâncias que compõem o processo de gestão e como elas se relacionam; os principais instrumentos de gestão a serem utilizados; e, a forma de gestão financeira que considera os mecanismos de transferência, os critérios de partilha e de transferência de recursos.[footnoteRef:5] [5: Disponível em:<http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/mds-pra-voce/carta-de-servicos/gestor/assistencia-social/politica-nacional em 12 de maio de 2019.] 
 
2.2. ANÁLISE DA POLÍTICA SOCIAL IMPLEMENTADA NO CREAS DA CIDADE DE MONTE ALEGRE/RN.
A Constituição Brasileira de 1988 instituiu um relevante marco no processo histórico de construção de um sistema de proteção social, afiançando direitos humanos e sociais como responsabilidade pública e estatal, onde o conjunto das necessidades dos cidadãos brasileiros de âmbito pessoal e individual inscreveu-se definitivamente nos compromissos e responsabilidades dos entes públicos, inaugurando no país um novo paradigma. 
A CF/88 definiu a Assistência Social como política pública de direitos, não contributiva, passando a compor o Sistema de Seguridade Social, ao lado das políticas da Saúde e da Previdência Social, constituindo-se em “Política de Proteção Social” articulada a outras políticas sociais destinadas à promoção e garantia da cidadania, configurando assim, um sistema de proteção social (CADERNO, CREAS, 2011).
[...] por meio do qual a sociedade proporcionaria a seus membros uma série de medidas públicas contra as privações econômicas e sociais. Sejam decorrentes de riscos sociais, enfermidade, maternidade, acidente .de trabalho, invalidez, velhice, morte que sejam decorrentes das situações socioeconômicas como desemprego, pobreza ou vulnerabilidade, as privações econômicas e sociais devem ser enfrentadas, pela via da política da seguridade social, pela oferta pública de serviços e benefícios que permitam em um conjunto de circunstâncias a manutenção de renda, assim como o acesso universal à atenção médica e sócio assistencial (JACCOUD,2009,p.62).
O reconhecimento da Assistência Social como política pública, dever do Estado e direito do cidadão que dela necessitar, rompeu, portanto, com paradigmas e concepções conservadoras de caráter benevolente e assistencialista e também legalmente reconhecida como direito social e dever estatal, no entanto, que a efetivação como política pública, é imprescindível sua integração e articulação à seguridade social e às demais políticas sociais. Sendo assim a concepção de Assistência Social e sua materialização em forma de proteção social básica e especial. (CADERNO, CREAS, 2011).
 De acordo com a LOAS (2009), partir da constituição de 1993 temos a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993) que regulamenta esse aspecto da constituição e estabelece normas e critérios para organização da assistência social ,que é um direito ,e este exige definição de leis normas e critérios objetivos, que ratificou e regulamentou os artigos 203 e 204 da Constituição Federal, assegurando a primazia da responsabilidade do Estado na gestão, financiamento e execução da política de Assistência Social .
No âmbito do financiamento, a LOAS previu sua estruturação tendo por base os fundos de assistência social - nacional, dos Estados, DF e municípios – com gestão atribuída aos órgãos responsáveis pela política deassistência social na respectiva esfera federativa. 
A LOAS (2009) Assegurou, ainda, o direito da participação direta e/ou representativa da população na elaboração, controle e avaliação das ações da assistência social, por meio dos Conselhos de Assistência Social – Nacional, do DF, Estaduais e dos municípios – e das respectivas Conferências, espaços democráticos e deliberativos, Como resultado de um processo democrático e participativo de âmbito nacional, que envolveu amplo debate com representações de diversos segmentos da sociedade, foi aprovada, pela resolução n° 15, de 15 de outubro de2004,do CNAS, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), ancorada nos dispositivos da CF/88 e da LOAS. 
Art.1° A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, política de seguridade social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. (LOAS, 2009, p.6).
Conforme a NOB-SUAS (2005), a Política Nacional de Assistência Social a PNAS/2004, teve uma reorganização nos projetos, programas, serviços e benefícios da Assistência Social, onde o SUAS foi consolidado no país com uma estrutura descentralizada, participativa e articulada com as políticas públicas setoriais. Nesse sentido tendo em vista a proteção social dos sujeitos, atual possibilitando e afiançando proteção social nos níveis de baixa, média e complexidade.
A proteção Social Básica (PSB) trata de um atendimento dirigido às situações de violação de direitos diferenciando da Proteção SocialEspecial (PSE),que se refere a serviços mais especializados destinados a pessoas em situação de risco pessoal ou social, de caráter mais complexo .(PNAS,2004,p.31)
A PNAS, foi aprovada pela resolução n° 130, de 15 de julho de2005, do Conselho Nacional de Assistência Social, a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS), que regulou a organização em âmbito nacional do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sistema descentralizado e participativo, que regula e organiza a oferta de programas, projetos, serviços e benefícios sócio assistenciais em todo o território nacional, respeitando as particularidades e diversidades das regiões, bem como a realidade das cidades e do meio rural. (NOB-SUAS, 2005).
A NOB-SUAS/2005 representou um marco fundamental na estruturação da Política Pública de Assistência Social, imprimindo um grande salto quantitativo na implantação de serviços sócio assistenciais em todo o território nacional, tendo como base critérios de partilha transparentes e objetivos, adequados à distribuição territorial das populações vulneráveis, com a alocação equitativa do cofinanciamento federal e a possibilidade de superação das distorções regionais históricas. (NOB-SUAS, 2012, p.13)
Em 2011, a Lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011 (Lei do SUAS), assegurou-se definitivamente, no país, a institucionalidade do SUAS, garantindo avanços significativos, dentre os quais pode-se destacar o cofinanciamento federal operacionalizado por meio de transferência automática e o aprimoramento da gestão, serviços, programas e projetos de assistência social, autorizando ainda, que os recursos do cofinanciamento federal destinados à execução das ações continuadas de assistência social podem ser aplicados no pagamento dos profissionais que interagem as equipes de referência, responsáveis pela organização e oferta dos serviços sócio assistenciais. (CARTILHA CREAS, 2011).
 Conforme a PNAS (2004) as categorias territórios, vulnerabilidade social e risco social são fundamentais para compreender os elementos diretamente relacionado às competências da Assistência Social e a organização do SUAS a vulnerabilidade social materializa-se nas situações que desencadeiam ou podem desencadear processos de exclusão social de famílias e indivíduos que vivenciem contexto de pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso a serviços públicos) e/ou fragilização de vínculos afetivos, relacionais e de pertencimento social, discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência, dentre outras (PNAS, 2004).
Também é importante ressaltar que o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, não compete unicamente à política de assistência social, pelo contrário, sua complexidade exige a articulação e o desenvolvimento de ações complementares com outras políticas sociais e órgãos de defesa de direitos, para proporcionar proteção integral às famílias e aos indivíduos. Tanto o conceito de vulnerabilidade social quanto o de risco pessoal e social, por violação de direitos, devem ser compreendidos em um contexto sócio histórico, econômico, político e cultural, composto por diversidades e desigualdades que têm marcado a sociedade brasileira. (CARTILHA CREAS, 2011).
A compreensão dos territórios onde vivem e convivem as famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade, risco pessoal e social, por violação de direitos, é fundamental, portanto, para o planejamento e a organização das ações do SUAS. Considerá-los e compreendê-los é trilhar um caminho para construir uma efetiva política garantidora de direitos. Para a compreensão do conceito de território, considera-se, ainda, o exposto por Milton Santos que afirma:
Uma política efetivamente redistributiva, visando a que as pessoas não sejam discriminadas em função do lugar onde vivem, não pode, pois, prescindir do componente territorial. É a partir dessa constatação que se deveria estabelecer como dever legal – e mesmo constitucional – uma autêntica instrumentação do território que a todos atribua, como direito indiscutível,todas aquelas prestações sociais indispensáveis a uma vida decente [...] constituem um dever impostergável da sociedade como um todo e, neste caso, do Estado (SANTOS,2007,p.141).
Conforme destaca Sposati as Proteções Sociais Afiançadas pela Assistência Social “se fundamenta na expansão de um padrão societário de civilidade que afiança um padrão básico de vida e respostas dignas a determinadas necessidades sociais” (SPOSATI, 2004, p.43). 
Destacando-se que as ações de proteção social no âmbito da política de Assistência Social, dentre outros aspectos, visam as “aquisições materiais, socioeducativas ao cidadão (ã) e suas famílias para suprir suas necessidades de reprodução social, individual e familiar; desenvolver capacidades e talentos para a convivência social, protagonismo e autonomia” (NOB/SUAS, 2005). 
 Assim, as ações desenvolvidas no âmbito da assistência social, visando à garantia dos direitos e ao desenvolvimento humano, devem afiançar seguranças sócios assistenciais aos usuários expressas nas: segurança de sobrevivência ou de rendimento e autonomia, segurança de convívio ou vivência familiar; segurança de acolhida. Tais seguranças visam, principalmente, ao fortalecimento de vínculos, à auto-estima, à autonomia, ao protagonismo, à participação e à capacidade de proteção das famílias, indivíduos e comunidades.(CARTILHA CREAS,2011).
A Política de Assistência Social apresenta como um de seus objetivos a garantia da proteção social, a qual “consiste no conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo SUAS para redução e prevenção do impacto das vicissitudes sociais e naturais ao ciclo da vida, à dignidade humana e à família como núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e relacional” (BRASIL ,2005, p.90)..
A Proteção Social Especial (PSE) organiza a oferta de serviços, programas e projetos de caráter especializado, que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, o fortalecimento de potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por violação de direitos. Na organização das ações de PSE é preciso entender que o contexto socioeconômico, político, histórico e cultural pode incidir sobre as relações familiares, comunitáriase sociais, gerando conflitos, tensões e rupturas, demandando, assim, trabalho social especializado. As ações desenvolvidas na PSE devem ter centralidade na família e como pressuposto o fortalecimento e o resgate de vínculos familiares e comunitários, ou a construção de novas referências, quando for o caso. (SUAS, 2009).
A Política de assistência social procura romper com as visões e práticas que, historicamente, responsabilizaram unicamente as famílias, e que tomaram a pobreza como justificativa para a organização de ações e serviços de caráter repressor e tutelador que, por vezes, se refletia na institucionalização de seus membros. Nessa direção, o objetivo da proteção social no âmbito da assistência social, a todos que dela necessitarem ao localizar a família em seu contexto social, a PNAS reconhece o papel do Estado em propiciar-lhe apoio para o exercício do papel de cuidado e proteção, incluindo, além disso, seu acesso a direito e às diversas políticas públicas (CREAS, 2011). 
De acordo com a Consolidação/SUAS (2009) a PSE prevê dois níveis de complexidade, média e alta, sendo que os serviços de média complexidade, organizados nos (CREAS), que oferecem atendimento às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos; e os de alta complexidade, garantem proteção integral, moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e/ou em situação de ameaça, necessitando ser retirados do convívio familiar e/ou comunitário (SUAS 2009)
Conforme o Caderno CREAS (2011) ,deve-se garantir a todo usuário o direito de ser informado sobre as normas de funcionamento da Unidade e procedimentos que possam ser adotados ao longo do acompanhamento. Considerando demandas identificadas e encaminhamentos pertinentes, devem ser fornecidas, ainda, as informações necessárias sobre benefícios, serviços, competências e atribuições de cada órgão da rede, bem como as formas de acesso aos mesmos, onde se faz necessário, igualmente, a disseminação de informações sobre os direitos sócio assistenciais e os órgãos de defesa aos quais possam recorrer nas situações que se sentirem destituídos dos mesmos (ouvidorias, conselhos de direitos, centros de defesa, defensorias públicas, dentre outros), nessa direção, ainda, a orientação sócia jurídica por parte do advogado, que compõe a equipe do CREAS, pode contribuir, sobremaneira, para o acesso dos usuários ao sistema de defesa e responsabilização, quando for o caso.(CREAS,2011).
Ainda com base no Caderno de orientações, o (CREAS) é uma unidade pública da política de assistência social onde são atendidas famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados, ofertando obrigatoriamente, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI). Considerando a definição expressa na Lei nº 12.435/2011,que dispõe sobre a organização da Assistência Social conhecida como a lei do SUAS , o CREAS é a unidade pública estatal de abrangência municipal ou regional que tem como papel constituir-se em lócus de referência, nos territórios, da oferta de trabalho social especializado no SUAS a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos. Seu papel no SUAS define, igualmente, seu papel na rede de atendimento. Esse é o papel do CREAS de Monte Alegre, lócus de estágio das autoras.
2.3 POPULAÇÃO USUÁRIA DO CREAS EO PÚBLICO ALVO DO CREAS DE MONTE ALEGRE/RN.
Nos serviços disponibilizados pelo CREAS podem ser atendidasfamílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos, em conformidade com as demandas identificadas no território, tais como: violência física, psicológica e negligência; violência sexual: abuso e/ou exploração sexual; afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida de proteção; situação de rua; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou raça/etnia; descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família[footnoteRef:6] e do PETI [footnoteRef:7]em decorrência de situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade por adolescentes, dentre outras.(PERGUNTAS&RESPOSTA,CREAS,2011). [6: A lei número 10.836, de 2004, que cria o Bolsa Família, diz que o programa tem por finalidade a “unificação” do PNAA (Programa Nacional de Acesso à Alimentação), criado pelo governo Lula com programas de FHC, entre eles o Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio-Gás e Cadastramento Único do Governo Federal.] [7: Criado pelo Governo Federal, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) é uma iniciativa que visa proteger crianças e adolescentes, menores de 16 anos, contra qualquer forma de trabalho, garantindo que frequentem a escola e atividades socioeducativas.] 
O CREAS de Monte Alegre além da população usuária do exposto acima tem como destaque os seguintes segmentos, crianças, adolescente, pessoas com deficiência (PCD); idosos; mulheres; LGBT; crianças e adolescente em cumprimento de medidas socioeducativas; família em situação de vulnerabilidade social, diante destes segmentos citados o CREAS de Monte Alegre tem como maior demanda as crianças e os adolescentes, embora o número de demanda dos idosos e mulheres vitimas de violência domestica tenha aumentado.
3. O SERVIÇO SOCIAL NA POLÍTICA DE ASSISTENCIA SOCIAL E A ANÁLISE DO TRABALHO PROFISSIONAL NO CREAS DE MONTE ALEGRE
De acordo com o conselho Regional de Serviço social, CRESS/7ª Região - RJ s/a, a emergência e institucionalização do Serviço Social como especialização do trabalho ocorre nas décadas de 20 e 30, sob influência católica europeia. Com ênfase nas ideias de Mary Richmond e nos fundamentos do Serviço Social de Caso, a técnica estava a serviço da doutrina social da Igreja. Entre os anos 1940 e 1950, o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana. Marcado pelo tecnicismo bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica[footnoteRef:8] (CRESS, s/a). [8: Disponível <http://www.cressrj.org.br/site/servico-social/ em 29 de maio 2019.] 
Ainda de acordo com CRESS/7ª Região - RJ s/a, o Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, na qual se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”[footnoteRef:9], ou seja, é no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. [9: A Questão Social para Iamamoto(2014) é apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade(IAMAMOTO,2014)] 
 Conforme Santos e Silva (s/a), foi durante o III Congresso Brasileiro de assistentes Sociais, em 1979, na cidade de São Paulo, que a categoria profissional passou a legitimar uma nova direção ética, teórica e prática. Este congresso ficou conhecido como “Congresso da Virada”, e representa um marco da já apresentada intenção de ruptura, uma das direções do processo de renovação do Serviço Social brasileiro.[footnoteRef:10] [10: Disponível em <file:///C:/Users/kkkk/Downloads/3021-7394-1-PB%20(2).pdf. em 30 de maio de 2019.] 
De acordo com Guerra (2009),a partir deste Congresso se estabelece um amplo processo de mudança no seio da profissão, cabe destacar: a) a maior vinculação com a classe trabalhadora; b) laicização e ampliação da profissão; c) inserção acadêmica e científica da profissão; d) maior militância política contra a ditadura; e) a criação deuma proposta metodológica no campo do trabalho; f) amplo desenvolvimento organizativo das entidades como conselhos regionais e conselho Federal; g) mudanças no perfil profissional.
Segundo Silva; Silva e Junior (2016), A década de 80 é marcada como um período de maioridade intelectual do Serviço Social, pois, a partir de sua consolidação acadêmica, percebe-se uma aproximação e comprometimento com a perspectiva ontológica original de Marx. Questão primordial para compreensão acerca do significado social da profissão na sociedade capitalista, bem como das suas ambiguidades, inerentes à prática profissional, ou seja, no dilema de se apresentar enquanto trabalhador liberal e na prática atuar na condição de assalariado, além de mediar às relações entre quem demanda no caso os trabalhadores e quem remunera, ou seja, o patronato/Estado seus serviços.[footnoteRef:11] [11: Disponível em <http://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/9c/9c55eaf5-c140-4f20-b17c-5614638d3068.pdf .em 31 de maio de 2019] 
Já Iamamoto (2014), nos traz que a década de 80 foi extremamente fértil na definição de rumos técnico-acadêmico e políticos para o Serviço Social. Hoje existe um projeto profissional, que aglutina segmentos significativos de assistentes sociais no país, amplamente discutido e coletivamente construído ao longo das duas ultimas década. As diretrizes norteadoras desse projeto se desdobraram no Código de Ética profissional do Assistente Social, de 1993, na lei da Regulamentação da Profissão de Serviço Social[footnoteRef:12] e, hoje, na nova Proposta de Diretrizes Gerais para o curso de Serviço Social. [12: Lei 8662/93 que regulamenta a profissão de Serviço Social. ] 
Em 1986 foi aprovado o Código de Ética profissional segundo o (CRESS,s/a), ele foi aprovado claramente , a ideia de “compromisso com a classe trabalhadora”. O Código traz também outro avanço: a ruptura com o corporativismo profissional, inaugurando a percepção do valor da denúncia “inclusive a formulada por usuários. (CRESS s/a). “Acerca do Código de Ética” profissional será detalhado mais adiante”.
 O Assistente Social é um profissional que trabalha com políticas sociais, de corte público ou privado e não resta dúvida ser essa uma determinação fundamental na constituição da profissão [...]. Entretanto as políticas sociais públicas são uma das respostas privilegiadas à questão social (IAMAMOTO,2014).
.Ainda conforme o exposto acima, [...] A questão social explica a necessidade das politicas sociais, no âmbito das relações entre as classes e o Estado, mas políticas sociais, por si, não explicam a questão social [...] A insistência na questão social está em que ela conforma a matéria-prima do trabalho profissional, sendo a prática profissional compreendida como uma especialização do trabalho participe de um processo de trabalho (IAMAMOTO, 2014).
Questão Social apreendida como conjunto das expressões das desigualdade da sociedade capitalista madura ,que tem uma raiz comum:a produção social é cada vez mais coletiva,o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada,monopolizada por uma parte da sociedade.(IAMAMOTO,2014,p.27)
A Constituição Federal de 1988 constituiu um grande marco no direito brasileiro ao prever o chamado “Sistema da Seguridade Social”, incluindo-se nesse conceito tanto a previdência como a assistência social. Por previdência entende-se aquela visa proteger apenas os trabalhadores enquanto a assistência tem o intuito de garantir que nenhum cidadão fique satisfazer suas necessidades mínimas. Assim, quando a Constituição Federal ou outra norma legal menciona “Seguridade Social”, está se referindo à previdência, à assistência social e também às áreas da saúde. Ou seja, define-se por “Seguridade Social” o conjunto de ações do Estado que visam atender às necessidades básicas no que tange à saúde, assistência social e previdência (WANDERLEY, 2014)[footnoteRef:13]. [13: Disponível <jus.com. br/artigos/33695/a-assistencia-social-na-constituicao-federal-de-1988.em 02 de junho de 2019.] 
[...] a ampliação e extensão dos direitos sociais; a concepção de seguridade social como forma mais abrangente de proteção; um certo afrouxamento do vínculo contributivo como princípio estruturante do sistema; a universalização do acesso e a expansão da cobertura; a recuperação e redefinição de patamares mínimos dos valores dos benefícios sociais; maior comprometimento do Estado com o sistema, projetando um maior grau de provisão estatal pública de bens e serviços sociais(DRAIBE, p.7 2003). Além de alterações nos princípios da questão
A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 203 e 204 a assistência social a quem dela necessitar, independente de contribuição à seguridade social. Assim, em 13 de julho de 1993 o então Ministro de Estado do Bem-Estar Social apresentou ao Presidente da República o projeto de lei n. 4100, que dispunha sobre a organização da assistência social. Mais tarde, esse projeto de lei transformou-se na Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993(WANDERLEY,2014).[footnoteRef:14] [14: Disponível <jus.com. br/artigos/33695/a-assistencia-social-na-constituicao-federal-de-1988.em 02 de junho de 2019] 
 A partir da Constituição, em 1993 temos a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) [footnoteRef:15], no 8.742, que regulamenta esse aspecto da Constituição e estabelece normas e critérios para organização da assistência social, que é um direito, e que exige definição de leis, normas e critérios objetivos. A LOAS, em seu Artigo 1º diz, que “A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas” (LOAS,1993,p.16).Art. 2º A assistência social tem por objetivos: [15: LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.] 
 I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoçãode sua integração à vida comunitária; V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Parágrafo único. A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais.
Paralelo a isso em 1993 De acordo com o (CEFSS, 1993)[footnoteRef:16] foi Aprovado em 13 de Março de 1993 Com as alterações Introduzidas pelas Resoluções CFESS nº290/94, 293/94, 333/96 e 594/11.O Código de Ética do/a Assistente Social Lei 8.662/93 de Regulamentação da Profissão.O amadurecimento deste projeto profissional, mais as alterações ocorrentes na sociedade brasileira (com destaque para a ordenação jurídica consagrada na Constituição de 1988). [16: Disponível <CEFESS, Código de Éticaihttp://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf em 02 de maio de 2019.] 
No entanto, conforme Barroco (2009) operacionalmente o Código de Ética de 1986 não desenvolveu, suficientemente, os pressupostos teóricos orientados pelo marxismo. Assim, com sua reformulação em 1993, torna-se evidente a importância da dimensão ética e política, além da afirmação dos valores emancipatórios, como visa à perspectiva marxista. 
O Código de Ética de 1993 (CE/93), vigente até os dias atuais, marca de fato o segundo momento da trajetória do projeto profissional do Serviço Social, possuindo uma perspectiva teórico-crítica sobre a sociedade de classes. É organizado por meio de princípios, deveres, direitos e proibições que orientamo comportamento ético profissional, ofertando seus objetivos ético-políticos, e, também parâmetros para atuação do assistente social no cotidiano profissional (BARROCO; TERRA, 2012).
 Para Cardoso (2013)[...] Este último código busca por meio deste princípio o reconhecimento da igualdade entre os homens e mulheres, e, oportunizar o respeito às diferenças étnicas, de gênero e orientação sexual, por meio da eliminação de todas as formas de preconceito e discriminação, a compreensão e o reconhecimento de todos esses valores, por parte dos assistentes sociais, indicam intervenções pautadas no reconhecimento da emancipação humana e plena expansão dos indivíduos como demanda inerente à liberdade. Além disso, o contato da categoria profissional com a categoria da ontologia do ser social intensificou a construção de uma projeção ética e política da profissão o que fortaleceu o denominado: projeto ético-político. Nesse interim, enquanto o Serviço Social passava por essa reformulação em sua base política e teórica, a Assistência Social também sofria alterações.
Em 2004, após os grandes avanços conquistados através da LOAS e da Constituição de 1988 o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) juntamente ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) regulamentam a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), a qual tem como seu principal objetivo a implementação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e com isto a criação de um sistema de proteção social que beneficie qualquer pessoa que dele necessitar. À presente Política Nacional de Assistência Social – PNAS busca incorporar as demandas presentes na sociedade brasileira no que tange à responsabilidade política, objetivando tornar claras suas diretrizes na efetivação da assistência social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado. Política Nacional de Assistência Social (PNAS) na perspectiva do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) ressalta o campo da informação, monitoramento e avaliação, salientando que as novas tecnologias da informação e a ampliação das possibilidades de comunicação contemporânea têm um significado, um sentido técnico e político, podendo e devendo ser consideradas como veios estratégicos para uma melhor atuação no tocante às políticas sociais e a nova concepção do uso da informação, do monitoramento e da avaliação no campo da política de assistência social. (PNAS, 2004).
O SUAS por sua vez é resultado de amplos debates realizados em todos os Estados e no Distrito Federal durante o ano de 2004, a partir de uma proposta preliminar elaborada pela Secretaria Nacional de Assistência Social – SNAS/MDS com a participação ativa do CNAS, dando cumprimento às deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social (2003). O SUAS reorganiza os serviços, programas, projetos e benefícios relativos à assistência social considerando as cidadãs e os cidadãos que dela necessitam. Garante proteção social básica e especial de média e alta complexidade, tendo a centralidade na família e base no território, ou seja, o espaço social onde seus usuários vivem.[footnoteRef:17] [17: Disponivel em <http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/mds-pra-voce/carta-de-servicos/gestor/assistencia-social/politica-nacionalem 03 de junho de 2019.] 
 Ainda de acordo com o disposto acima no SUAS as ações da assistência social são organizadas tendo como referência o território onde as pessoas moram, considerando suas demandas e necessidades. Os programas, projetos, serviços e benefícios devem ser desenvolvidos nas regiões mais vulneráveis, tendo a família como foco de atenção. As ações da assistência social no SUAS são organizadas em dois tipos de proteção: básica e especial, e desenvolvidas e/ ou coordenadas pelas unidades públicas: Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) e Centros de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro POP) e de forma complementar, pela Rede Sócio assistencial Privada do SUAS..[footnoteRef:18] [18: Disponivel em <http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/mds-pra-voce/carta-de-servicos/gestor/assistencia-social/suas ,em 03 de junho de 2019.] 
O trabalho do/a assistente social na Assistência Social, as atribuições e competências dos/as profissionais de Serviço Social, sejam aquelas realizadas na política de Assistência Social ou em outro espaço sócio ocupacional,são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes.No Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados, tanto pelos/as profissionais, quantopelas instituições empregadoras. (PARAMETROS, 2011).
[...]A política de Assistência social, por sua vez, comporta equipes de trabalho interprofissionais, sendo que a formação, experiência e intervenção histórica dos/as assistentes sociais nessa política social não só os habilitam a compor as equipes de trabalhadores/as,como atribuem a esses/as profissionais um papel fundamental na consolidação da assistência social como direita de cidadania (PARAMETROS,2011,p.12)
Os/as assistentes sociais brasileiros/as vêm lutando em diferentes frentes e de diversas formas para defender e reafirmar direitos e políticas sociais que, inseridos em um projeto societário mais amplo, A concepção presente no projeto ético-político profissional do Serviço Social brasileiro articula direitos amplos, universais e equânimes, orientados pela perspectiva de superação das desigualdades sociais e pela igualdade de condições e não apenas pela instituição da parca, insuficiente e abstrata igualdade de oportunidades, que constitui a fonte do pensamento liberal. São estes parâmetros que balizam a defesa da Seguridade Social, entendendo que esta deve incluir todos os direitos sociais previstos no artigo 60 da Constituição Federal (educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência, alimentação e Assistência Social)[...] (PARAMETROS, 2011).
 No que se referem aos direitos dos/as assistentes sociais, o artigo 2º do Código de Ética constitui os direitos do/a Assistente Social:
a)garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código;b) livre exercício das atividades inerentes à profissão; c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de programas sociais;1d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional; e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional; f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos princípios deste Código; g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos de interesse da população) ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções;i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos.
E no Art. 3º - São deveres do/a assistente social:
a)desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a Legislação em vigor;b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da profissão ;c) abster-se, no exercício da profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes; d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades
.
A atuação ocorre em espaços institucionais e de mediaçãosocial junto aos movimentos sociais e populares. Valores, ideologias, relações sociais e políticas são constitutivos das práticas realizadas nessesespaços. Como seres históricos e sociais, os/as profissionais são sujeitos einvestigadores/asdos fenômenos e processos com os quais trabalham. A lutapela competência profissional é fruto do trabalho coletivo e da mobilizaçãosocial pela garantia dos direitos dos/as trabalhadores/as, pela universalizaçãodos direitos sociais e pela consolidação da Assistência Social como política pública e dever do Estado (PARAMETROS, 2011).
E no Centro de Referência Especializado de Assistência Social- CREAS, de Monte Alegre, possui um Assistente Social de 30 anos de idade, graduado no curso de Serviço Social, formado em 2016, pela Faculdade Natalense do Rio Grande do Norte (FANEC) e Instituto de Ensino Superior do Rio Grande do Norte (IESRN) e pós-graduado em Instrumentalidade do Serviço Social (ISS). Sua carga horária de 30 horas semanais participou do capacita SUAS para profissionais de serviços sociais e psicossociais do CRAS e CREAS das redes municipais no ano em curso.
De acordo com o profissional os principais usuários atendidos pelo serviço social, jurídico e psicológico são crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social, suas principais instrumentais de trabalho são: visitas domiciliares, entrevistas, encaminhamentos, Plano Individualizado de Atendimento (PIA) e Prontuários (MDS) e documentos anexados
	A intervenção profissional do (a) assistente social leva em consideração relações de classe, gênero, etnia, aspirações sociais, políticas, religiosas, culturais, além de componentes de ordem afetiva e emocional. O trabalho do assistente social pode produzir resultados concretos nas condições materiais, sociais e culturais da vida de seus usuários, em seu acesso e usufruto de políticas sociais, programas, serviços, recursos e bens, em seus comportamentos, valores, seu modo de viver e de pensar, suas formas de lutas e organização, suas praticas de resistência. (YAZBEK, 2014).
O CREAS de Monte Alegre no que se refere às seguranças que devem ser afiançadas pelos serviços de proteção social de Assistência Social, busca garantir, por meio da execução de seus serviços, três delas: a segurança de acolhida, a segurança de convívio ou vivência familiar, comunitária e social, e, a segurança de desenvolvimento de autonomia individual, familiar e social. Onde a acolhida da instituição teve uma atenção especial, pois como já foi mencionado neste cenário já foi alvo de um projeto feito pelo atual profissional de Serviço Social, que outrora foi estagiário desta instituição.
O CREAS busca sua garantia através do encaminhamento das famílias às instituições que executam a Proteção Social Básica. 
Para que a segurança de acolhida seja garantida na execução dos serviços ofertados pelo CREAS, a Tipificação define que é preciso afiançar as seguintes provisões para o usuário(a): ser acolhido em condições de dignidade em ambiente favorecedor da expressão e do diálogo; ser estimulado a expressar necessidades e interesses; ter reparados ou minimizados os danos por vivências de violações e riscos sociais; ter sua identidade, integridade e história de vida preservadas; ser orientado e ter garantida efetividade nos encaminhamentos (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2009, p. 20-21). 
O que se percebe no CREAS de Monte Alegre em relação à garantia desta segurança é que a equipe proporciona um ambiente favorecedor da expressão e do diálogo. A estrutura física dispõe de condições apropriadas de sigilo, tendo em vista que se trata de um imóvel cujas divisões são de acordo com a planta sugerida pelo Ministério do desenvolvimento social- MDS[footnoteRef:19],assim, o usuário pode se sentir à vontade para se expressar. [19: Disponível em http://blog.mds.gov.br/fnas/projeto-cras-e-creas/ em 06 de junho de 2019. Planta do CREAS] 
A acolhida junto ao serviço é realizada com os sujeitos que comparecem ao CREAS, momento em que o profissional que realiza a acolhida se apresenta e apresenta o CREAS e os serviços ofertados, e é iniciado o processo de conhecimento da situação vivenciada pela família. O processo de escuta dos usuários e suas famílias são privilegiados em detrimento da preocupação com o preenchimento de instrumentos ou formulários de coleta de dados, que poderão ser preenchidos no decorrer do acompanhamento da família.
Na metodologia de trabalho com grupos e famílias o espaço de acolhimento é fundamental, não há acolhimento sem que o sujeito possa ser compreendido no emaranhado de suas relações sociais. [...]. Um espaço de escuta e um espaço de fala será propiciado e construído numa relação de horizontalidade na qual é imprescindível o diálogo, o respeito às singularidades e a valorização dos projetos de vida das pessoas (FERNANDES, 2006, p. 147).
As entrevistas realizadas no CREAS de Monte Alegre são individuais e/ou coletivas (com a família), a fim de se ter uma maior aproximação com a situação identificada como demanda para intervenção junto ao CREAS,poiso CREAS dispõe de uma sala de atendimento individual assim também como um auditório para o atendimento em grupos como de mulheres, jovens em medidas socioeducativas, LGBT’S, enfim visando crescimento de futuros projetos criados pela equipe inclusive possível grupo de idosos. Também tem a brinquedoteca para atendimento do segmento infantil psicossocial.
A visita domiciliar também é um instrumento utilizado, juntamente com técnicas de observação e escuta sensível[footnoteRef:20]. É importante ressaltar que a visita domiciliar “funciona como uma atividade profissional investigativa ou de atendimento aos usuários dentro do seu próprio meio social ou familiar, logo, uma atividade que aproxima o assistente social da realidadedo indivíduo” (SPEROTTO, 2009, p. 60). [20: [...] permite identificar outras situações de vulnerabilidade que não são apresentadas inicialmente pelo usuário. “Muitas vezes o usuário busca o serviço para superar uma situação de risco social e nem mesmo identifica que existe uma multiplicidade de questões que agravam as suas condições de vida” (SPEROTTO, 2009, p. 34).] 
A visita domiciliar, por ser realizada no espaço vivido da família, permite uma maior aproximação com o cotidiano dos sujeitos, e, consequentemente do território onde vivem. A instituição tem a seu favor um veículo disponibilizado pela prefeitura local onde é muito viável para esse fim, pois Permite o reconhecimento das fragilidades e potencialidades de resistência da família, e, da rede social com a qual a família conta, para o enfrentamento das diversas expressões da questão social vivenciadas cotidianamente, sem perder de vista o caráter coletivo destas expressões. Este reconhecimento pode ser importante no planejamento do processo interventivo, o qual deve ser construído com a ativa participação da família.
A visita domiciliar não pode prescindir da observação e da escuta sensível, para que o maior número de elementos e fenômenos sejam desvendados no conhecimento da situação vivida pela família. “A observação, [...] indica a acuidade atenta aos detalhes dos fatos e relatos apresentados durante a visita” (AMARO, 2003, p.13-14).
Sabe-se que um dos processos que fazem parte do trabalho do assistente social é a realização de trabalhos informativos, de prevenção, nesta perspectiva o CREAS de Monte Alegre conta com projeto de iniciativa da técnica de Serviço Social, para ser executado, sendo evidenciado que: 
O profissional tem em execução um projeto onde o mesmo está implementando em prol do segmento das mulheresvítimas de violência doméstica (física, psicológica, sexual) sendo que, entre os agressores denunciados, grande parte concentra-se nos maridos ou companheiros, o projeto se chama “Mulheres guerreiras, fortalecidas para venceros desafios” o objetivo é chamar a atenção dessas usuárias para esta problemática, levantando a discussão, sensibilizando e orientando-as sobre os seus direitos. 
O projeto tem um objetivo de trazer maiores informações através de palestras e rodas de conversas, com uma perspectiva a leva-las a ter consciência de seus direitos que outrora foram violados E com esta ajuda, cria-se uma perspectiva de vida para, o projeto terá iníciodia 11 de junhode 2019 e término dia 29 de agosto de 2019,na sala Lilás, sala na qual é destinada para atendimento deste segmentos,  por meio de uma equipe interdisciplinar (assistente social, psicóloga e advogada) estas reuniões ocorrerão a cada 15 dias ,com palestras e rodas de conversas ,com o objetivo de deixa-las consciente a ponto de se sentirem mais à vontade pra realizar as denúncias ,e repassar adiante todo o aprendizado, e o projeto está iniciando dois meses antes do mês de Agosto ,pois no mês de agosto acontece o Agosto Lilás, mês que também celebra os 13 anos da Lei Maria da Penha, instituída com o objetivo de conceder medidas protetivas às mulheres vítimas de violência física, moral, patrimonial, sexual, emocional ou psicológica.
A Campanha Agosto Lilás, tem o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a violência doméstica e familiar contra a mulherA luta contra esse tipo de violência já se deu de diversas maneiras, entre elas, sendo a de maior força, a criação e promulgação da Lei nº 11.340/06, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha.[footnoteRef:21] [21: Disponível <http://www.tudodoms.com.br/noticia/80557/a-campanha-agosto-lilas-tem-o-objetivo-de-sensibilizar-a-sociedade-sobre-a-violencia-domestica-e-familiar-contra-a-mulher] 
Existem projetos elaborados para serem implantados durante o ano, a exemplo de Projetos sobre idosos, LGBT, projetos estes que não estão sendo colocados em prática em virtude da falta de tempo do mesmo, pois as demandas o impede no momento de realiza-los, (ASSISTENTE SOCIAL DO CREAS DE MONTE ALEGRE /RN).
Foram obtidas também informações com relação aos instrumentais utilizados no fazer profissional do assistente social: 
Diante dos instrumentais utilizados pelo Serviço Social, o mais usado no CREAS de Monte Alegre é o Parecer Social. O trabalho realizado é bastante burocrático, conforme pode ser visualizado na quantidade de formulários utilizados, onde as informações dos usuários são alimentadas mensalmente no sistema para serem enviadas no final do ano para o Ministério do Desenvolvimento Social. Vale ressaltar que todo o relatório emitido no CREAS é psicossocial, ou seja, assinado pela assistente social e pela psicóloga. 
O parecer social diz respeito a esclarecimentos e análises, com base em conhecimentos específicos do Serviço Social, a uma questão ou a questões relacionadas a decisões a serem tomadas. Trata‐se de exposição e manifestação sucinta, enfocando‐se objetivamente a questão ou situação social analisada e os objetivos do trabalho solicitada e apresentado; a análise da situação, referenciadas em fundamentos teóricos, éticos e técnicos, inerentes ao Serviço Social – portanto, com base em estudo rigoroso e fundamentado – e uma finalização, de caráter conclusivo ou indicativo” (CFESS, 2003, p.61).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho procurou mostrar, por meio de fundamentação teórica e análise dos dados coletados no Centro de Referência Especializada de Assistência Social, a atuação do profissional de Serviço Social no CREAS de Monte Alegre/RN, assim como visualizar como se dá a realização das atividades cotidianas diante da dinâmica social de tal município, bem como analisar que os instrumentais são de suma importância no processo de viabilizaçãode direito. 
Diante do exposto, pode-se assim relatar que o CREAS como sistema de proteção especial, realiza dentro do município de Monte Alegre um papel muito importante no tocante ao enfrentamento de violação de direitos e fortalecimento da cidadania, sendoações fortificadas através da atuação por parte dos técnicos desta instituição de modo articulado, em redes e valorizando a interprofissionalidade.
No tocante aos instrumentos utilizados em especial o parecer social,segundo a assistente social o mais utilizado nesta instituição, destaca-se que este é de suma importância como forma de análise e proposição de ações a serem realizadas, das questões advindas de demanda espontânea, Ministério Público, delegacia, Conselho Tutelar, Centro de Referência da Assistência Social-CRAS, ou qualquer outro órgão. 
Em síntese, ficou perceptível que a prática do assistente social no Centro de Especializado de Assistência Social (CREAS) é de suma importância, uma vez que este profissional desenvolve ações voltadas para o fortalecimento de vínculos de indivíduos em situação de risco, de vulnerabilidade,ou até mesmo, o trabalho de restabelecimento de vínculos quebrados, atuando na promoção da universalizaçãodo acesso a bens e serviços aos cidadãos que tiverem seu direito violado. 
O nosso futuro projeto de intervenção será baseado no FAZER PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL DO CREAS ,tendo como público alvo,as famílias inseridos no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado as Famílias e Indivíduos (PAEFI) .
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