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Luiz Carlos da Rocha Cunha 1/20 07/03/2020 DIREITO PENAL II Questionário Penas Restritivas de Direitos 1) Como são também chamadas as penas restritivas de direito? Penas alternativas. 2) Qual o propósito das Penas Restritivas de Direitos? Têm o propósito de evitar a desnecessária imposição da pena privativa de liberdade nas situações expressamente indicadas em lei, relativas a indivíduos dotados de condições pessoais favoráveis e envolvidos na prática de infrações penais de reduzida gravidade. (MASSON, 2019, p. 595). 3) Quais as espécies de Penas Restritivas de Direitos? O CP, art. 43, registra as seguintes espécies de PRD: CP, art. 43 - As penas restritivas de direitos são: I – prestação pecuniária; II – perda de bens e valores; III – vetado IV – prestação de serviços à comunidade ou à entidade pública; V – interdição temporária de direitos; VI – limitação de fim de semana. 4) O rol das espécies de Penas Restritivas de Direitos é de que natureza? O CP, art. 43 apresenta em rol exaustivo, não podendo o magistrado, no caso concreto, criar outra espécie de pena alternativa. (MASSON, 2019, p. 596). 5) Qual a natureza jurídica das Penas Restritivas de Direitos? São Penas efetivas, independentemente da ausência de privação de liberdade. (MASSON, 2019, p. 596). 6) Quais as principais características das Penas Restritivas de Direitos? Conforme o CP, arts. 44 e 54, as duas características fundamentais são: substitutividade e autonomia. (MASSON, 2019, p. 596). CP, art. 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. Luiz Carlos da Rocha Cunha 2/20 07/03/2020 II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) CP, art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7) No que consiste o caráter de substitutividade e autônomo das PRDs? As PRDs são substitutivas porque resultam do procedimento judicial que, depois de aplicar uma PPL, efetua a sua substituição por uma ou mais PPLs, desde que presentes os requisitos legais. Com relação à autonomia, uma vez substituídas, não podem ser cumuladas com a PPL. (MASSON, 2019, p. 596) Em suma, o magistrado deve aplicar isoladamente a pena privativa de liberdade para, em seguida, substituí-la por uma ou mais penas restritivas de direitos. 8) Qual a duração das penas restritivas de direitos? O CP, art. 55, dispõem que as PRDs de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de final de semana têm a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída. CP, art. 55 - As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 9) As PRDs podem ser cumpridas em tempo menor que a PPL? Sim. As PRDs ressalvadas no CP, art. 55, podem ser cumpridas em menos tem, mas nunca inferior à metade do tempo da PPL, conforme CP, art. 46, § 4º. (MASSON, 2019, p. 597). CP, art. 46, § 4º - Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 10) Quais os requisitos para a aplicação das PRDs? A substituição da PPL por PRD está condicionada ao atendimento de diversos requisitos, tanto de ordem objetiva, quanto de ordem subjetiva, indicados pelo CP, art. 44, I a III. CP, art. 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art54 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art54 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art55 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. Luiz Carlos da Rocha Cunha 3/20 07/03/2020 II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 11) Quais os requisitos objetivos e subjetivos elencados no CP, art. 44, I a III? REQUISTOS OBJETIVOS OBSERVAÇÃO Natureza do crime Tratando-se de crime doloso, deve ter sido cometido sem violência (própria ou imprópria) ou grave ameaça; Quantidade de pena aplicada - Em crimes dolosos, penas até 4 anos, mesmo em concurso de crimes quando somadas as penas; - Em relação aos crimes culposos, independe a quantidade de PPL aplicada. REQUISITOS SUBJETIVOS OBSERVAÇÃO Referem-se à pessoa do condenado, nacional ou estrangeiro, residente ou não no Brasil - Não ser reincidente em crime doloso, excetuando-se, no caso em que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se dê pela prática do mesmo crime, sendo reincidente específico (CP, art. 44, § 3º) - pode em crime culposo; - Princípio da suficiência: a PRD precisa ser adequada e suficiente para atingir as finalidades da pena. (CP, art. 44, III) CP, art. 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 12) Se no caso concreto, se todos os requisitos estiverem presentes, o magistrado pode negar a substituição da PPL por PRD? Não, conforme Masson. (2019, p. 598) 13) Os reincidentes em crimes dolosos podem ter suas PPL convertidas em PRDs? Sim, pois, conforme Masson (2019, pp. 600-601), na ótica do Superior Tribunal de Justiça, a reincidência genérica não é não é motivo suficiente, por si só, para obstar a conversão em PRDs da PPL aplicada por cometimento de crime doloso. Assim, o reincidente em crime doloso pode ser beneficiado pela substituição de sua PPL por PRD se atender dois requisitos cumulativamente: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. Luiz Carlos da Rocha Cunha 4/20 07/03/2020 1) a medida seja socialmente recomendável: cuida-se de análise subjetiva, a ser minuciosamente desenvolvida pelo magistrado, levando em conta as condições do caso concreto, tais como circunstâncias do delito e, principalmente, os dados pessoais do condenado; 2) Não se tratar de reincidente específico: a lei foi clara ao definir a reincidência específica como a repetição do mesmo crime, ou seja, da conduta apresentada pelo mesmo tipo penal. CP, art. 44, § 3º - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 14) Pode haver substituição de PPL por PRD quando a pena-base tiver sido fixada acima do mínimo legal? Segundo Masson (2019, p. 601), não pode ocorrer a substituição da PPL por PRD no caso do cálculo da pena-base ser fixada em ponto superior à pena mínima, em função do reconhecimento judicial expresso e fundamentado das circunstâncias desfavoráveis, em face do não atendimento ao CP, art. 44, III, do Código Penal. 15) Pode-se aplicar a PRD aos crimes de tráfico de drogas? Sim, pois a pena cominada ao tráfico de drogas varia de 5 a 15 anos, sendo que, se o agente for primário e de bons antecedentes, não se dedicar a atividades criminosas e nem integrar organização criminosa, as PPL poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, podendo chegar a uma pena aplicada de 4 anos, podendo fazer jus à substituição. (MASSON, 2019, p. 602) 16) Pode-se aplicar a PRD aos crimes e contravenções penais praticadas contra a mulher? Masson (2019, p. 604), diz que não, citando a Súmula 588 do Superior Tribunal de Justiça e a Lei 11.340/2006, art. 17: Súmula 588, STJ – A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. Lei 11.340/2006, art. 17 - É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. 17) Admite-se a aplicação da PRD aos crimes militares? Não se admite a substituição da PPL por restritiva de direitos no âmbito dos crimes militares, com fundamento no art. 44, do Código Penal, em face da inaplicabilidade da analogia, pois o Decreto-lei 1.001/69 – Código Penal Militar conferiu tratamento diverso ao tema. (MASSON, 2019, p. 604) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. Luiz Carlos da Rocha Cunha 5/20 07/03/2020 18) Qual o momento da substituição da PPL por PRD? O juiz substitui a PPL por PRD na sentença condenatória. Depois de aplicar a pena a pena adequada, com obediência ao critério trifásico, o magistrado estabelece o regime inicial de cumprimento da PPL e, finalmente, decide sobre o cabimento da PRD, conforme CP, art. 59, IV. (MASSON, 2019, p. 604) CP, art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 19) Se o magistrado não aplicar a PRD na sentença condenatória, ela poderá ser concedida em fase posterior? Masson (2019, p. 605) diz que sim, se o magistrado na aplicar a PRD na sentença condenatória, a PPL não superior a 2 anos poderá ser substituída por PRD na execução penal, desde que: I – o condenado esteja cumprindo a pena em regime aberto; II – tenha sido cumprido pelo menos ¼ da pena; III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. 20) Quais as regras da substituição? QTDE DA PENA REGRAS Condenação igual ou inferior a um ano Substituição por multa ou por PRD (CP, art. 44, § 2º (primeira parte). Condenação superior a 1 ano Substituição por PRD e Multa ou por duas PRDs (CP, art. 44, § 2º, in fine) Nos crimes ambientais, condenações superiores a 1 ano e inferiores a 4 Substituição por uma única PRD (Lei 9.605/98, art. 7º, I) CP, art. 44, § 2º - Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Lei 9.605/98, art. 7º - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art59 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art59 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art59 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. Luiz Carlos da Rocha Cunha 6/20 07/03/2020 21) A PRD pode ser reconvertida em PPL? Sim, quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta, conforme CP, art. 44, § 4º, respeitando-se aos princípios do contraditório e da ampla defesa, sob pena de nulidade, de acordo com a Lei 7.210/84, art. 181. (MASSON, 2019, p. 597) CP, art. 44, § 4º - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Lei 7.210/84, art. 181 - A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. 22) Em que situações a PRD de prestação de serviço à comunidade poderá sofrer reconversão? Conforme a Lei 7.210/84, § 1º, a prestação de serviços à comunidade poderá ser reconvertida em PPL nas seguintes hipóteses: Lei 7.210/84, § 1º - A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave; e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. 23) Em que situações a PRD de limitação de final de semana poderá ser reconvertida em PPL? Conforme a Lei 7.210/84, § 2º, a limitação de final de semana poderá ser reconvertida em PPL nas seguintes situações: Lei 7.210/84, § 2º - A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. 24) Em que situações a pena de interdição temporária de direitos poderá ser reconvertida em PPL? Conforme a Lei 7.210/84, § 3º: Lei 7.210/84, § 3º - A pena de interdição temporária de direitos será convertida quandoo condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art45 Luiz Carlos da Rocha Cunha 7/20 07/03/2020 25) Em caso de reconversão da PRD em PPL, o tempo já cumprido na PRD será considerado no cálculo do tempo de PPL a cumprir? Sim, conforme o CP, art. 44, § 4º (segunda parte): CP, art. 44, º 4º - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 26) Se o condenado já tiver cumprido 11 meses e 20 dias de PRD e abandonar o seu cumprimento, o que acontecerá? Respeitando o CP, art. 44, § 4º (segunda parte), ele terá que cumprir 30 dias de PPL. CP, art. 44, º 4º - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 27) No caso de prisão simples na contravenção penal há exigência de cumprimento de período mínimo? Não. (MASSON, 2019, p. 606) 28) O que ocorre na reconversão em PPL, no caso de PRD de prestação pecuniária e perda de bens e valores, em que não existe período de tempo de cumprimento a ser abatido? Masson (2019, p. 606) diz ser adequado descontar-se da PPL o percentual do pagamento já efetuado pelo condenado. Assim, se a PPL de 1 ano, convertida em PRD de prestação pecuniária de R$ 1.000,00, mas o condenado só pagou R$ 500,00, então restará PPL a cumprir de 6 meses. (MASSON, 2019, p. 606) 29) Qual a relação entre a reconversão da PRD em PPL e o princípio da boa-fé objetiva? A PRD deve ser reconvertida em PPL quando o réu, depois de ter participado de todos os atos processuais e, ciente da condenação, muda seu domínio sem prévia comunicação ao juízo competente, o que se fundamenta no fato de que a relação do condenado com a justiça deva estar pautado no princípio da boa-fé objetiva. (MASSON, 2019, p. 607) 30) A possibilidade da reconversão da PRD em PPL a pedido do réu? A aplicação da pena representa uma manifestação da soberania do Estado. Assim, se o juiz (sentença) ou o tribunal (acórdão), substitui a PPL por uma ou duas PRDs, não se admite a reconversão a pedido do acusado, independente do regime prisional, na hipótese de ele reputar menos gravoso o cumprimento da PPL. (MASSON, 2019, p. 6067) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. Luiz Carlos da Rocha Cunha 8/20 07/03/2020 31) Como podem ser classificadas as PRDs? Classificação Conceito Espécies Genéricas ou gerais São as que substituem as PPLs em qualquer crime, desde que presentes os requisitos legis. - prestação pecuniária; - perdas de bens e valores; - prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas; - a proibição de frequentar determinados lugares; - limitação de final de semana. Específicas ou especiais São as PRDs que substituem a PPL aplicadas como decorrência da prática de crimes determinados. - interdições temporárias de direitos, salvo nas modalidades proibição de frequentar determinados lugares e proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos. 32) Do que se trata a prestação pecuniária? Cuida-se de PRDs criada pela Lei 9.714/1998, disciplinada no CP, art. 45, §§ 1º e 2º, consistindo na pagamento de dinheiro à vítima, a seus descendentes, ou à entidades pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo Juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. CP, art. 45, §1º - A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) CP, art. 45, §2º - No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 33) Na ausência da vítima, quem são os dependentes que podem ter direito a receber a prestação pecuniária? Deve ser utilizada analogicamente a relação contida na Lei 8.213/91 (Plano de benefícios da previdência social), art. 16. (MASSON, 2019, p. 610) Lei 8.213/91, art. 16 - São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art101 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art101 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127 Luiz Carlos da Rocha Cunha 9/20 07/03/2020 II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 34) Qual o caráter da prestação pecuniária? E o que decorre de sua natureza? Em se tratando de sanção penal, a prestação pecuniária se reveste de caráter unilateral, impositivo e cogente, razão pela qual independe da aceitação da pessoa por ela favorecida. O juiz aplica essa pena sem prévia oitiva da vítima, de seus dependentes ou de entidade pública ou privada com destinação social. Tem um caráter indireto de indenização civil antecipada. (MASSON, 2019, pp. 610-611) 35) O valor pago a título de prestação pecuniária pode ser deduzido de eventual condenação em ação de reparação civil? Sim, se coincidentes os beneficiários (CP, art. 45, § 1º in fine), pois a prestação pecuniária, apesar de sanção penal, tem o caráter, mesmo que indireto, de indenização civil antecipada, impedindo o enriquecimento ilícito do ofendido ou de seus dependentes. (MASSON, 2019, p. 611) CP, art. 45, § 1º - § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 36) Se o valor da prestação pecuniária for direcionado integralmente a alguma entidade pública ou privada, ela continua a manter algum aspecto civil? Não, pois os beneficiários são diversos. (MASSON, 2019, p. 611) 37) O desconto do valor pago a título de PRD pode ser utilizado como abatimento em relação às conciliações? Masson (2019, p. 611) diz que, apesar da omissão legislativa,é possível estender a dedução dos valores pagos a título de prestação pecuniária à conciliação. 38) O desconto do valor pago a título de PRD pode ser utilizado como abatimento em relação aos Juizados Criminais Especiais (Jecrim)? Masson (2019, p. 611) diz que sim, tanto em sede de composição dos danos civis ou de transações penais, de acordo com a Lei 9.099/95 (Juizados Criminais), arts. 74 e 76. Lei 9.099/95, art. 74 - A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Lei 9.099/95, art. 76 - Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art101 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45 Luiz Carlos da Rocha Cunha 10/20 07/03/2020 propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 39) Em que espécie de ação penal pública poderá ocorrer o abatimento da prestação pecuniária? No âmbito do JECRIM, esse abatimento só poderá ocorrer em ações penais públicas incondicionadas, pois a composição civil redunda em extinção de punibilidade nas ações penais privadas e em ações penais públicas condicionadas à representação do indivíduo ou de quem o represente, inexistindo, por corolário, sanção penal de qualquer espécie. (MASSON, 2019, p. 611) 40) De que forma deve ser efetuado o pagamento da prestação pecuniária? O CP, art. 45, § 2º, impõe que o pagamento seja efetuado em dinheiro, mas que, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (MASSON, 2019, p. 611) CP, art. 45, § 2º - No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 41) No que consiste o termo “prestação de outra natureza” do CP, art. 45, § 2º? Todavia, o termo prestação de outra natureza é excessivamente amplo, dando margem à criação, no caso concreto, de penas indeterminadas e não previstas em lei. É fundamental, então, a razoabilidade, e também a coerência por parte do juiz da execução penal, pois é nessa fase que que será buscada a anuência do beneficiário em caso de impossibilidade da pagamento em moeda corrente. Na prática, tem-se aceitado o pagamento em pedras preciosas, obras de arte, imóveis, automóveis, títulos mobiliários e bens móveis em geral. (MASSON, 2019, p. 611) 42) Se o condenado solvente não efetuar o pagamento pode-se promover alguma medida coercitiva para assegurar seu cumprimento? Não, não se pode aplicar medidas coercitivas para o cumprimento da prestação pecuniária, como por exemplo, promover o arresto de bens. (MASSON, 2019, p. 612) 43) Se o condenado solvente não efetuar o pagamento o que ocorre? Se o condenado solvente não efetuar o pagamento, frustrando a execução, por a prestação pecuniária se trata de PRD, deve ser reconvertida em PPL, com fundamento no CP, art. 44, § 4º (primeira parte). (MASSON, 2019, p. 611) CP, art. 44, § 4º - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44. Luiz Carlos da Rocha Cunha 11/20 07/03/2020 44) A quem cabe a fiscalização do cumprimento da obrigação? Cabe ao Ministério Público, pois não se pode delegar essa tarefa, eminentemente pública, à vítima, a seus dependentes ou à entidade pública ou privada com destinação social. (MASSON, 2019, p. 612) 45) A prestação pecuniária é mais vantajosa ao ofendido? Sim, pois na prestação pecuniária, o magistrado fixa o valor do pagamento a ser formulado à vítima ou aos seus dependentes, que são dispensados da liquidação e do ajuizamento de ação executiva no juízo cível. Diferentemente, por exemplo, do que ocorre na obrigação de reparar o dano, em que a vítima ou seus herdeiros têm um título executivo, mas sem liquidez, exigindo-se sua prévia liquidação no juízo cível. (MASSON, 2019, p. 612) 46) Quais as diferenças entre prestação pecuniária e pena de multa? Segundo Masson (2019, p. 613), as diferenças são: Prestação pecuniária Pena de Multa Trata-se de PRD. Trata-se de pena pecuniária propriamente dita. Regulação no CP, arts. 44 e 45, §§ 1º e 2º. Regulada no CP, arts. 49 a 52. O dinheiro ou a prestação de outra natureza é destinado à vítima, ou a seus dependentes, ou à entidade pública ou privada com destinação social. Valor arrecadado é encaminhado ou Fundo Penitenciário (Funpen). Valor mínimo de 1 salário mínimo e máximo de 360 salários mínimos. Calcula-se entre 10 dias-multa e 360 dias- multa, fixando cada um deles entre 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo até 5 salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil pública, se coincidentes os beneficiários. O valor pago da multa não será deduzido em eventual condenação civil. 47) Do que se trata a perda de bens e valores? Trata-se de PRD, consistindo na retirada de bens e valores integrantes do patrimônio lícito do condenado, transferindo-os ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). (MASSON, 2019, p. 613) 48) Qual o teto máximo para o valor sentenciado pelo juiz na aplicação de perda de bens e valores? Seu valor máximo terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou proveito obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime (CP, art. 45, § 3º). (MASSON, 2019, p. 613) Luiz Carlos da Rocha Cunha 12/20 07/03/2020 CP, art. 45, § 3º - A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 49) Em qual espécie de infração penal a perda de bens e valores pode ser aplicada? Pode ser aplicada somente no caso de Crimes, pois o seu valor leva em conta o prejuízo causado ao ofendido ou a vantagem auferida pelo condenado ou por terceiro em decorrência do seu cometimento. Assim, não pode ser aplicada às contravenções penais. (MASSON, 2019, p. 613) 50) Qual a exigência para a aplicação da perda de bens e valores? Exige-se que o crime tenha produzido algum tipo de prejuízo à vítima ou proporcionado vantagem patrimonial ao responsável pelo crime ou à terceira pessoa. Assim, á cabível a aplicação da multa em caso de crime de furto, mas incabível para crime de participação, na direção de veículo automotor, em competição não autorizada (Lei 9.503/1997 – CTB, art. 308). (MASSON, 2019, p. 613) 51) A pena de perdas de valores e bens pode passar da pessoa do condenado? Não, em função do seu caráter pessoal (princípio da personalidade, da intransmissibilidade ou da intranscedência), previsto na CF, art. 5º, XLV, vedando-se, portanto, atingir patrimônio de terceiro. (MASSON, 2019, p. 613) CF, art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,até o limite do valor do patrimônio transferido; 52) Qual o conteúdo da PRD de perdas de bens e valores? Segundo Masson (2019, pp. 613-614), essa pena tem nítido conteúdo confiscatório (retirada dos bens do património lícito de alguém sem qualquer indenização) – possível e legítimo -, pois foi expressamente admitia pela CF, art. 5º, XLVI, “b”. Todavia, perda de bens e valores não se confunde com confisco, pois aquela é uma pena restritiva de direitos, ao passo que o confisco é efeito genérico e automático da condenação (CP, art. 91, II). A perda de bens e valores recai sobre patrimônio lícito, enquanto o confisco recai sobre o patrimônio ilícito. CF, art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: b) perda de bens. CP, art. 91 - São efeitos da condenação: II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa- fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art91 Luiz Carlos da Rocha Cunha 13/20 07/03/2020 b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 53) Do que se trata a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas? Cuida-se de pena restritiva de direitos consistente na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários e estatais (CP, art. 46, §§ 1º e 2º). CP, art. 46, § 1º - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) CP, art. 46, § 2º - A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 54) A que se refere o termo “entidades públicas”? Deve ser interpretada em sentido amplo, compreendendo tanto entidades públicas em sentido estrito (Administração Pública direta ou indireta) como também às privadas com destinação social. (MASSON, 2019, p. 614) 55) Em que caso a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicada? Aplica-se às condenações superiores a 6 (seis) meses de PPL, conforme CP, art. 46, caput. CP, art. 46 - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 56) Qual o critério para determinação do tipo de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas deverá ser imposta ao apenado? As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do apenado, conforme CP, art. 46, § 3º. CP, art. 46, § 3º - As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 57) Que tipos de tarefas são vedadas na aplicação da prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas? São vedadas atividades de caráter cruel, ociosa, vexatória ou humilhante, que nada se compatibiliza com as finalidades da pena. Exemplo: seria inadequado e ilegal determinar a um advogado condenado pela prática de desacato contra um Delegado de Polícia, a prestação de serviços de limpeza das salas da Delegacia em que trabalha a pessoa atingida por ela pela ação criminosa. (MASSON, 2019, p. 614) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 Luiz Carlos da Rocha Cunha 14/20 07/03/2020 58) É permitida a prestação de serviços em igrejas ou qualquer tipo de templo religioso? Não é permitida, por não se tratar de serviço à comunidade, além de ofender o caráter laico do Estado. (CF, art. 19, I). (MASSON, 2019, p. 6114) CF, art. 19 - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 59) Como as tarefas de prestação de serviços devem ser cumpridas? As tarefas devem ser cumpridas à razão de 1 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, conforme CP, art. 46, § 3º. Adotou-se assim, o sistema hora-tarefa. (MASSON, 2019, p. 614) CP, art. 46, § 3º - As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 60) O apenado pode cumprir a pena em menor tempo que o sentenciado? Sim, se a pena substituída for inferior a 1 (um) ano, faculta-se ao apenado cumprir pena alternativa em menor tempo, mas nunca inferior à metade da PPL fixada, conforme CP, art. 46, § 4º). CP, art. 46, § 4º - Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 61) As tarefas executadas a título de prestação de serviços à comunidade são remuneradas? Elas geram vínculo empregatício? As tarefas executadas como prestação de serviços à comunidade não serão remuneradas (LEP, art. 30), e não geram vínculo empregatício com o Estado (LEP, art. 28, § 2º) LEP, art. 30 - As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. LEP, art. 28, § 2º - O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. 62) O que cabe ao juiz da execução quando da aplicação da prestação de serviço à comunidade? Nos termos da LEP, art. 149 e incisos, cabe ao juiz da execução: LEP, art. 149 - Caberá ao Juiz da execução: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46 Luiz Carlos da Rocha Cunha 15/20 07/03/2020 I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões; II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena; III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho. 63) Quais os deveres da entidade beneficiada com a prestação de serviços à comunidade? Mensalmente, deve encaminhar ao juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo comunicação sobre ausência ou falta disciplinar, conforme LEP, art. 150. (MASSON, 2019, p. 615) LEP, art. 150 - A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar. 64) É correto afirmar a inconstitucionalidade da pena de prestação de serviços à comunidade ou entidadespúblicas sobre o fundamento de constituir-se em inaceitável pena de trabalhos forçados (CF, art. 5º, XLVII, “c”)? Não, por dois motivos fundamentais. Primeiramente, a prestação de serviços à comunidade tem amparo constitucional, fruto do Poder Constituinte Originário (CF, art. 5º, XLVI, “d”), afastando, assim, a argumentação de inconstitucionalidade. Além disso, essa PRD representa um benefício ao condenado, que pode ou não desempenhar as tarefas atribuídas, optando pela pena substitutiva ou então pela reconversão à PPL. (MASSON, 2019, pp. 615- 616). CF, art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: d) prestação social alternativa; 65) Qual a regulamentação da prestação de serviços à comunidade em crimes ambientais? No caso de pessoa natural, a Lei 9.605/98, art. 9º, dispõe: Lei 9.605/98, art. 9º - A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível. No caso de pessoa jurídica, a Lei 9.605/98, art. 23, dispõe: Lei 9.605/98, art. 23 - A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: I - custeio de programas e de projetos ambientais; Luiz Carlos da Rocha Cunha 16/20 07/03/2020 II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; III - manutenção de espaços públicos; IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 66) Se não houver local adequado para a execução da prestação, o que deve acontecer. Segundo a LEP, art. 148, o juiz de execução pode alterar a qualquer tempo o a forma de cumprimento da pena. LEP, art. 148 - Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal. 67) No caso de crimes do Código de Trânsito Brasileiro, Lei 8.503/97, arts. 302 a 312, pode-se substituir a PPL por quais tipos de PRDs? Nos crimes definidos na Lei 8.505/97, arts. 302 a 312, se o juiz substituir a PPL por PRD, deve obrigatoriamente aplicar a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, conforme o art. 312-A. Lei, 8.505/97, art. 312-A - Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 68) Em relação à PRD interdição temporária de direitos, quais os direitos podem ser atingidos? Conforme, o CP, art. 47, os direitos que podem ser atingidos são: CP, art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 Luiz Carlos da Rocha Cunha 17/20 07/03/2020 II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV – proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011) 69) O que é proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo? É uma pena específica, uma vez que somente é aplicável ao crime cometido no exercício de profissão ou atividade, ofício, cargo ou função de caráter público, bem como a mandato eletivo, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. CP, art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CP, art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 70) O que é a proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público? Cuida-se também de uma pena específica, aplicável exclusivamente ao crime cometido no exercício da profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes, referindo-se, contudo, à esfera privada, embora dependa de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público. (MASSON, 2019, p. 618) CP, art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 71) O que são profissão, ofício e atividade? Profissão é o trabalho remunerado e com índole intelectual dominante, tais como a de médico, dentista, advogado e engenheiro. Ofício é o trabalho remunerado, predominantemente, mecânico ou manual. Atividade, por sua vez, tem natureza residual, pois refere-se a qualquer outra forma de labor, remunerada ao não. (MASSON, 2019, p. 618) 72) O que é suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo? São penas que se aplicam somente aoscrimes culposos de trânsito (CP, art. 57). Mas como tais crimes encontram-se atualmente previstos no CTB, Lei 9.503/97, o CP, art. 57, foi tacitamente revogado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art47iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art47iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art56 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art56 Luiz Carlos da Rocha Cunha 18/20 07/03/2020 CP, art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 73) A suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo em crimes culposos de trânsito se confunde com o efeito da condenação prevista no CP, art. 92, III? Não, a suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículos automotores em crimes culposos de trânsito não se confunde com o efeito da condenação previsto no CP, art. 92, III. CP, art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 74) Do que se trata a proibição de frequentar determinados lugares? Trata-se de uma pena constitucional. Essa pena, embora definida pelo CP, art. 47, V como restritiva de direitos é, na verdade, uma restrição da liberdade, pois o condenado é atingido diretamente em sua liberdade de locomoção. Além disso, também é uma condição do sursis especial, conforme CP, art. 78, § 2º, “a”. CP, art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) CP, art. 78, § 2º - Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) a) proibição de frequentar determinados lugares. 75) Da que se trata a proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame público? É uma modalidade de interdição temporária de direitos, oriunda da Lei 12.550/2011 que não possui nada a ver com o Direito Penal, mas que o legislador aproveitou para inserir o inciso V, no CP, art. 47, visando impedir a inscrição de condenados em concurso, avaliações ou exames públicos durante o cumprimento da sanção penal. Tem natureza de pena genérica pois seu raio de atuação não se limita ao crime definido no CP, art. 311-A. CP, art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011) CP, art. 311-A - Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art57 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art57 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art92 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art92 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art92 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art47iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art47iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 Luiz Carlos da Rocha Cunha 19/20 07/03/2020 I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) 76) Do que se trata a limitação de fim de semana? Trata-se de uma espécie de interdição de direitos, regulada pelo CP, art. 48. CP, art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 77) Se não houver casa de albergado pode o condenado cumprir a reprimenda em presídio? Segundo o STJ, “se a pena de limitação de fim de semana deve ser efetivada em casa de albergado, não pode o paciente, na falta do referido estabelecimento, ser submetido a cumprimento da reprimenda em presídio, situação mais gravosa do que a estabelecido no decreto condenatório”. (MASSON, 2019, p. 621) 78) O que cabe ao juiz da execução? Cabe ao juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e horários em que deverá cumprir a pena, a qual terá início a partir do primeiro comparecimento, conforme LEP, art. 151 e parágrafo único. LEP, art. 151 - Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena. Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento. 79) O que compete ao estabelecimento designado? Mensalmente, caberá ao estabelecimento designado, encaminhar ao juiz da execução relatório, e comunicar, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado. (MASSON, 2019, p. 621). REFERÊNCIAS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art48 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47 Luiz Carlos da Rocha Cunha 20/20 07/03/2020 Masson, Cléber. Direito Penal: parte geral (arts. 1 ao 120). 13. ed. [2. reimpr.]. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2019.
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