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Filosofia da Mente: Conceitos e Problemas

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE EDUCACAO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
LICENCIATURA EM PSICOLOGIA
Elementos de filosofia, lógica e pensamento critico 
	
Filosofia da mente
Discente:
Onorio Eduardo Antonio 
Docente:
Dr. Baltazar Transval
UEM – Faculdade de educação
Maputo, Março de 2020
	
Índice
Introdução	3
FILOSOFIA DA MENTE	4
1.Filosofia da mente	4
1.1.Conceito	4
1.2. A natureza da mente	4
2.Problemas da mente	6
2.1.1.Materialismo	6
2.1.2 O Dualismo	6
4. Mentalentismo .	7
8.2.A memória .	13
8.3.A origem da neurociência	13
Conclusão	14
Referencia bibliográfica	15
 Introdução
Descartes (1596-1650) que, pela primeira vez, formulou explicitamente a necessidade de uma distinção entre mente e corpo. Claro que outro filósofo, desde a Antiguidade, já havia reflectido sobre a natureza da alma (ou mente) e apontado para aquilo que julgavam ser algumas de suas características especiais, como por exemplo, a imaterialidade e a imortalidade. Descartes, com sua filosofia dualista, reacendeu um debate que atravessa todo o pensamento moderno e foi retomado no contemporâneo: a polémica entre o monismo e o dualismo.
0 presente trabalho enquadra se na disciplina de Elementos de Filosofia, Lógica e Pensamento Critico, tem como tema ‘’Filosofia da mente’’
Com esta tema, eu pretendo atingir os seguintes Objectivos:
 
Objectivo geral:
· Compreender os processos que marcam a evolução da ciência;
· Reconhecer as faculdades do conhecimentos humano e o seu acordo com a verdade.
 
Objectivos específicos
· Definir o conceito da filosofia da mente;
· Explicar relações filosóficas, psicológica, filosóficas da mentes e neurociência, 
· Explicar problemas e fundamentos da filosofia da mente.
Para elaboração deste trabalho, baseei na revisão da filosofia da mente. Para além da introdução, o trabalho apresenta os seguintes elementos : desenvolvimento, conclusão e referencia bibliográficas. 
FILOSOFIA DA MENTE 
1.Filosofia da mente
1.1.Conceito
Filosofia da mente é estudo filosófico dos fenómenos psicológicos, incluindo investigações sobre a natureza da mente e dos estados mentais em geral. A filosofia da mente envolve estudos metafísicos sobre o modo de ser da mente, sobre a natureza dos estados mentais e sobre a consciência. Envolve estudos epistemológicos como a mente conhece a si mesma e sobre a relação entre os estados mentais e os estados de coisas que eles representam , incluindo estudos sobre a percepção e outros modos de aquisição de informação, como a memoria, o testemunho e a introspectiva. 
 
1.2. A natureza da mente 
A filosofia da mente investiga questões como as seguintes:
· A mente é uma colecção de pensamentos e sentimentos particulares ou é uma entidade superior a estes?
· 
· Se a mente for uma entidade, ela é uma entidade física?
· Qual a relação entre a mente e o corpo?
Suponha que a mente não seja algum tipo de substância misteriosa, a qual não pode ser observada pelos nossos sentidos, mas, ao invés disso, que só haja eventos mentais. Ainda poderíamos investigar a relação entre a mente e o corpo como se fosse a relação entre eventos mentais e eventos físicos. A partir dessa suposição.
 Na verdade, falar de "mente" ou de "fenómenos mentais" ainda é uma coisa que nos causa tanta estranheza quanto falar de OVNIs ou da existência de criaturas extraterrestres. A mente sempre foi um enigma, talvez pelo fato de os fenómenos mentais serem invisíveis e inacessíveis para nós. A ciência de que dispomos até hoje não parece ter auxiliado muito na tentativa de encontrar uma resposta para essas questões. 
 A Psicologia quer fazer uma ciência da mente, desenvolveu testes e teorias acerca do funcionamento mental do homem e de alguns animais. Mas os psicólogos nunca chegaram a um consenso sobre o que é a mente e sobre o que eles estão falando. Há não muito tempo havia psicólogos que nem sequer reconheciam a existência da mente ou dos fenómenos mentais, embora se declarassem estudiosos de Psicologia. Estranhas criaturas, que nem sequer sabiam que sonhavam! Por outro lado, nos últimos anos presenciamos um imenso desenvolvimento da Neurofisiologia e das chamadas "ciências de cérebro". Mas será que essas ciências podem nos ajudar a encontrar uma resposta para tais questões? Podemos até imaginar um neurocirurgião abrindo a cabeça de alguém e examinando seu cérebro: certamente ele verá muitas células nervosas, mas nunca verá uma ideia, um sentimento ou uma emoção. Talvez esta seja uma maneira de caracterizar a natureza dos fenómenos mentais: eles são invisíveis. Mas será esta uma boa caracterização? Os átomos também são invisíveis. Entretanto seria difícil dizer que átomos são fenómenos mentais apenas porque não podemos observá-los. A diferença estaria no fato de que os átomos são invisíveis, mas isto não significa que um dia eles não possam ser observados.
 Através de um supermicroscópio electrónico, que poderia se construído no futuro – quem sabe? O mesmo não ocorreria com os fenómenos mentais. Assim, parece absurdo supor que um dia, mesmo com um supermicroscópio electrónico, poderemos observar uma ideia, um sentimento ou uma emoção. A esta altura o neurofisiologia ou estudioso das "ciências do cérebro" poderia objectar: “É claro que eu só observo células nervosas quando abro a cabeça de alguém.
 Não posso observar ideias, sentimentos ou emoções da mesma maneira que o físico não pode observar a "massa", "aceleração" ou "gravidade". Isto não quer dizer que o estudo da mente não possa ser feito a partir do estudo do cérebro. Mas ao fazer esta afirmação o neurofisiologia estaria se esquecendo de uma diferença fundamental: "massa", "aceleração", "gravidade" podem ser medidas. Não teria sentido dizer que um dia poderemos "medir uma ideia" ou estabelecer a "quantidade de alegria" que sentimos ao descobrir que nosso bilhete de loteria foi premiado. 
 Falamos de coisas que nos dão mais alegria ou menos alegria, mas isto está longe de ser uma medida das emoções. Seria estranho pensar que um dia poderíamos ter uma escala para medir alegrias: hoje minha alegria está no nível 1,8; depois de alguns copos de vinho ela poderá chegar ao nível 3,6. A alegria que sinto quando encontro o bilhete de loteria premiado não é maior nem menor do que aquela que sinto quando a menina que eu pequeava há meses me dá um beijo: elas são alegrias diferentes. Fenómenos mentais não são apenas invisíveis e impossíveis de serem medidos.
 A grande diferença estaria no fato de eles serem inacessíveis à observação. Se disser que tenho febre, alguém pode colocar um termómetro sob o meu braço e, após alguns minutos, afirmar: "Não, você não tem febre, o termómetro marca apenas 36,5 graus". Mas se digo “Estou com dor de cabeça", ninguém, excepto eu, pode saber se estou mentindo ou dizendo a verdade. Alguém pode dizer e fingir que está com dor de cabeça: somente essa pessoa saberá se o que diz é verdade ou não.
 A inacessibilidade dos fenómenos mentais torna-os essencialmente subjectivos ou privados, para usar o jargão filosófico. Ora, se não podemos observar uma ideia, um sentimento ou uma emoção, porque são imateriais, isto equivale a dizer que pensamentos não podem ser destruídos: só podemos destruir coisas que estão no mundo. Seria possível aniquilar criaturas e seus cérebros, mas não ideias e pensamentos. Dessa suposição originou-se a concepção de que a mente (ou a alma) seria imortal e que persistiria no tempo, mesmo após a desintegração do corpo. Tudo se passa como se alguém dissesse: é possível destruir tudo o que é triangular, mas você nunca poderá destruir a ideia de triângulo. Foi com base num argumento parecido com este que alguns filósofos sustentaram, durante muito tempo, a imortalidade da mente
2.Problemas da mente 
Foi Descartes (1596-1960) que, pela primeira vez, formulou explicitamente a necessidade de se distinguirentre mente e corpo. Claro que outros filósofos, desde a antiguidade, já haviam reflectido sobre a natureza da alma (ou da mente) e apontando para aquilo que julgavam ser algumas de suas características especiais, como, por exemplo, a imaterialidade e a imortalidade. Mas a filosofia de Descartes (o cartesianismo) serviu para reacender um debate que atravessa todo o pensamento moderno: a polémica entre o monismo e o dualismo.
2.1.Teoria da relação mente-cérebro
	Teoria da relação mente-cérebro 
	 Materialismo 
	Dualismo 
	
	Mentalismo 
 
 2.1.1.Materialismo 
 É a tese que sustenta que só existe um tipo de substância no universo, seja ela material ou espiritual. A versão mais frequente do monismo é o materialismo, ou seja, a teoria de que não existe nada além da matéria e suas possíveis manifestações no universo. De acordo com essa visão, fenómenos mentais são idênticos aos fenómenos físicos, pois mente e cérebro são a mesma coisa. Por outro lado, o dualismo sustenta que há duas substâncias do universo e uma diferença fundamental e irreconciliável entre elas. Nunca poderíamos supor que a mente e cérebro são a mesma coisa.
 2.1.2 O Dualismo
 É o que chamamos de espiritualismo, Descartes era um dualista. Ele supunha que mente e matéria teriam propriedades radicalmente diferentes. Um pedaço de matéria, por menos que fosse, seria sempre divisível. O mesmo não podemos afirmar acerca de uma idéia ou de um estado mental: não teria cabimento supor que um dia poderíamos dividir um pensamento em fatias, da mesma forma que fazemos com um pedaço de pão ou uma barra de ferro. 
O Dualismo sustenta que existem duas substâncias distintas e irredutíveis no Universo: o físico e o mental. 
Existem dois tipos de Dualismo. O Dualismo de Substância ou Cartesiano e o Dualismo de Conceito ou Propriedade.
Dualismo
	Dualismo	
De substâncias ou cartesiano 
De substância 	De propriedades ou de conceito 
3. Dualismo de Substância ou Cartesiano sustenta que mente e cérebro são substâncias distintas. O corpo é uma substância extensa, ocupa lugar no espaço e tem propriedade físicas. A mente é outro tipo de substância, não ocupa lugar no espaço e não possui nenhum tipo de propriedade física.
 3.1. Dualismo de Propriedade ou Conceito diz que todos os estados/eventos mentais são físicos, porém não são redutíveis a conceitos ou a propriedades físicas.
 4. Mentalentismo -Sustenta que a mente não é material, tampouco os objectos físicos com os quais ela interage no mundo. Objectos físicos nada mais são do que sensações produzidas pela Teoria da relação mente-cérebro Materialismo Dualismo Mentalismo Dualismo De Substância ou Cartesiano De Propriedade ou de Conceito mente. Esta visão não é muito difundida no Ocidente, mas é defendida por várias religiões orientais.
5. Materealismo-Defende que a mente pode ser explicada a partir de leis físicas, da mesma maneira que se explica o corpo. O Materialismo, assim como o Mentalismo, sustenta a existência de uma única substância no universo, seja física ou mental. Podemos falar de um monismo materialista ou monismo mentalista, embora a palavra monismo seja frequentemente utilizada para se referir ao monismo materialista. As variedades materialistas podem ser classificadas:
5.1.Behaviorismo- É um tipo de materialismo que sustenta que aquilo que chamamos de mente pode ser reduzido a comportamento manifesto. O behaviorismo ou comportalismo possui muitas variedades e subdivisões. As duas linhas principais são o behaviorismo metodológico e o lógico.
 a) O behaviorismo metodológico é uma estratégia de pesquisa em psicologia, no sentido de que uma ciência da psicologia deva consistir em descobrir as correlações entre inputs (estímulo) e outputs (acções comportamentais). Para cada estímulo, uma resposta (E-R)
 b) O behaviorismo lógico é uma linha filosófica que afirma não existir quaisquer itens mentalístico ou introspectivos misteriosos e que os fenómenos mentais consistem não em efectivos padrões de comportamento ocorrentes, mas antes, em disposição para o comportamento.
 5.2. Teoria da Identidade- Sustenta que estados mentais são estados cerebrais ou estados do sistema nervoso central. É uma teoria bastante recente, sustentada por dois filósofos, J. J. C. Smart e U. T. Place. Segundo John R. Searle esta teoria está dividida em Teoria de Identidade Tipo-Tipo e Teoria de Identidade Ocorrência-Ocorrência
 a) Teoria de Identidade Tipo-Tipo- O evento de dor “x” é idêntico ao evento neurofisiológico “y”. Está regido por leis da psicofísica: Estado mental “M” (dor) é igual ao estado cerebral “C” (neurónio). Para cada tipo de estado mental existe um e somente um tipo de estado neurofisiológico, o qual é idêntico ao estado mental.
 b) Teoria de Identidade Ocorrência-Ocorrência- Para mesmo estado mental “M” (dor) podem ocorrer os estados cerebrais “C”, “C1”, “C2”, etc. Duas pessoas podem estar no mesmo estado mental, porém em estado cerebrais (neurofisiológico) diferentes.
 5.3 Materialismo Eliminativo- Sustenta que as teorias psicológicas habituais (folk psychology), utilizam conceitos tais como intenções, crenças, desejo, etc., que serão progressivamente substituídas por uma teoria científica neurofisiológica.
6.Funcionalismo- O funcionalismo, enquanto tese geral defendida pelos teóricos da Inteligência Artificial (IA), sustenta que estados mentais são definidos e caracterizados pela função que eles ocupam no caminho entre o input e o output de um organismo ou sistema. O funcionalismo não implica necessariamente um materialismo, mas também não é incompatível com ele. Estabelece uma correlação entre estados mentais (pensamentos) e o software (conjunto de instrução da máquina ou programa do computador) de um lado e entre estados cerebrais e o hardware ou os diferentes estados físicos pelos quais passa a máquina ao obedecer às instruções. A mente está para o cérebro assim como software está para o hardware. John R. Searle divide em Funcionalismo Caixa-Preta e Inteligência Artificial Forte.
6.1 Funcionalismo Caixa-Preta- O funcionalismo caixa-preta está sustentado no modelo da máquina abstracta e simbólica, segunda o qual a mente seria uma instanciação da máquina de Turing no substrato biológico do cérebro. Está fundamentado pela sentença: Supondo que João tem a crença que p, e que esta é causada por sua percepção de que p; e, juntamente com seu desejo de que q, a crença de que p causa a sua acção a. Teoria de Identidade Tipo-Tipo Ocorrência-Ocorrência Diversas objecções foram feitas a esse tipo de funcionalismo. Uma objecção técnica seria a de que o funcionalismo caixa-preta falha quando expõe em termos materiais, as diferenças existentes nos estados físicos, que dá aos fenómenos materiais diferentes, relações causais iguais.
6.2. Inteligência Artificial Forte- A inteligência artificial forte estabelece uma correlação entre estados mentais e o software de um lado e entre estados cerebrais e o hardware do outro. A mente estaria para o cérebro como software está para o hardware. 
Neste funcionalismo as diferentes estruturas materiais podem ser mentalmente equivalentes, pois, o mesmo programa pode ser executado por máquinas diferentes. A mente seria um programa de computador e o cérebro seria apenas um hardware dentro um ilimitada número de hardwares de computador que poderiam ter mente. Porém, a objecção mais conhecida e mais polémica foi elaborada por John R. Searle, que a denominou de “Quarto Chinês”. 
7. Relação da filosofia e psicologia 
 Existe uma forte relação entre a Filosofia e a Psicologia, podendo-se afirmar que são as ciências humanas mais próximas. Os primeiros estudos sobre o psiquismo e a alma foram realizados pela Filosofia Grega, a qual observava atentamente as actividades humanas e a manifestação da alma. Sendo assim, pretende-se aqui fazer uma breve análise da relação de proximidade entre a Filosofia e Psicologia, salientando: a grande afinidade que existe entre o pensamento filosófico e a Psicologia; o aprofundamentoda antropologia filosófica, principalmente do psiquismo, dimensão constitutiva do ser humano; e, por fim, o autoconhecimento, que propiciará um encontro da verdade e bem que habita no interior humano.
A própria etimologia da palavra Psicologia pode ressaltar o desejo que tanto a Filosofia quanto a Psicologia tem, a saber: conhecer “O que é homem”  O termo (psyché) significa pessoa, alma humana, sentimento, carácter (lógos) significa matéria de estudo e conversação, relato, notícia]. Sendo assim, a Psicologia busca estudar a pessoa humana, principalmente sua dimensão interior.  Do mesmo modo que o pensamento filosófico: “No campo filosófico, a interrogação sobre o homem torna-se o tema dominante na época da sofística antiga (séc. V a. C.) e, a partir de então, acompanha todo o desenvolvimento histórico da Filosofia Ocidental…
Sendo assim, expressa-se uma primeira relação entre o estudo da psicologia e o pensamento filosófico, pois aquela está em estreita relação com este, possibilitando-se assim um diálogo e um aprofundamento de temas caros à Filosofia que a psicologia poderia iluminar e/ou até mesmo responder e dar soluções.
Já nesta segunda relação faz mister lembrar do  pensador Immanuel Kant, filósofo moderno do século XVIII, que elaborou uma crítica à Filosofia e consagrou seu pensamento como a “filosofia da filosofia . Kant ressalta na obra Crítica da Razão Pura que todo interesse de seu pensamento está nas questões:
Que posso saber?
Que devo fazer?
Que posso esperar?
Estas perguntas são, na obra Lógica, unificadas em uma só (que está ausente na Crítica da Razão Pura): “o que é o homem?”. Kant salienta que a Filosofia é, impreterivelmente, uma forma de antropologia Ao que se percebe, a partir do pensamento Kantiano, a questão sobre o ser humano se torna central em toda reflexão filosófica ou seja, o ápice de todo discurso filosófico se dará na antropologia.
Assim sendo, os estudos da Filosofia moderna e pós-moderna se voltam com insistência para elaborar o melhor discurso possível sobre o ser humano , buscando levar em consideração suas categorias de estrutura, relação e unidade. Na categoria de estrutura ou níveis ontológicos constitutivos, o ser humano é composto de corpo próprio, psiquismo e espírito (dimensão espiritual, chamada por alguns autores também de mente). Na categoria de estrutura percebe-se a importância e influência da dimensão psíquica, porque é graças a ela que poderá acontecer a ligação entre as outras duas dimensões: “Desde o início, pois, de nossa reflexão sobre o psiquismo ele aparece como situado numa posição mediadora entre o corporal e o espiritual. “Além disso, o psiquismo é responsável por interiorizar as experiências vividas pela dimensão corporal e exteriorizar o mundo interior do sujeito humano:
A passagem do estar-no-mundo para o ser-no-mundo, ou da presença natural para a presença intencional, dá-se aqui no sentido de uma interiorização do mundo ou da constituição de um mundo interior. Pelo ‘corpo próprio’ o homem se exterioriza ou constitui sua expressão ou figura interior, e o Eu corporal é como que absorvido nessa exteriorização. Pelo psiquismo o homem plasma sua exteriorização ou figura interior, de modo que se possa falar com propriedade do Eu psíquico ou psicológico.
Portanto, o estudo da dimensão psíquica é fundamental para uma lapidação dos estudos antropológicos filosóficos, pois o psiquismo faz acontecer o encontro da unidade entre os polos da dimensão humana e ainda aprofundar as expressões interiores do homem. No estudo do psiquismo humano poder-se-á entrar mais profundamente no estudo da dimensão que consegue trazer unidade na constituição ontológica humana e ainda é responsável por fazer com que o ser humano saia de um solipsismo espiritual para uma abertura ao mundo real e empírico.
Por fim, apresenta-se esta terceira relação, fazendo-se menção ao o pensamento de Agostinho de Hipona, o qual acredita que o ser humano tem pela Razão (inteligência-razão) uma abertura para a Verdade e pela Vontade uma abertura para o Bem, conforme afirma Sciacca sobre o Agostinho: “Todas as operações do espírito provenientes do espírito mesmo por meio da inteligência-razão, que alcança a Verdade, e da vontade, que adere ao Bem. “Sendo assim, a dimensão interior do ser humano busca a verdade e o bem, pois todos os homens estão abertos a esse encontro.
O ser humano, deste modo, vai a uma busca constante por essa verdade e esse bem que possa dar sentido a sua existência e manter-lhe em constante descoberta e desvendamento do mundo interior e exterior. Quanto maior seu afastamento de si mesmo menor será sua possibilidade de encontrar essa Verdade e Bem que tanto busca. O ser humano deve, então, partir em busca dessa verdade no mais íntimo de si mesmo, pois poderá encontrar nessa relação consigo mesmo o seu sentido: “Não saias de ti, mas volta para dentro de ti mesmo, a verdade habita no coração do homem”
Ora, sendo a psicologia o estudo do ser humano, com atenção para a interioridade humana, vê-se como terceira relação o autoconhecimento pessoal, visto que é necessário, conforme afirmado acima, o homem se conhecer para encontrar a verdade e o bem, consequentemente o sentido da existência humana. A psicologia poderá propiciar um maior contacto com a dimensão interior humana e, assim, a uma aproximação do “eu” que habita no “coração humano”.
Deste modo, pode-se concluir que a Filosofia e a Psicologia tem uma estreita relação e necessitam estar constantemente sendo estudadas para um melhor aproveitamento da Antropologia. Além disso, ambos os estudos podem propiciar ao homem um maior autoconhecimento de si e melhorar as relações intersubjectivas. Ressalta-se que este estudo não pretendeu apontar todos os pontos de relação entre a Filosofia e Psicologia, mas foram apontados aspectos que se acredita serem alguns dos principais.
8.Neurociencia
Neurociência é a área que se ocupa em estudar o sistema nervoso, visando desvendar seu funcionamento, estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações que sofra. Portanto, o objecto de estudo dessa ciência é complexo, sendo constituído por três elementos: o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos. Ele é responsável por coordenar todas as actividades do nosso corpo, e é de extrema importância para o seu funcionamento como um todo, tanto nas actividades voluntárias, quanto nas involuntárias.
Os estudos da neurociência estão divididos em campos específicos que exploram as áreas do sistema nervoso:
· Neurofisiologia: investiga as tarefas que cabem às diversas áreas do sistema nervoso.
· Neuroanatomia: dedica-se a compreender a estrutura do sistema nervoso, dividindo cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos externos em partes, para nomeá-las e compreender as suas funções.
· Neuropsicologia; é a parte que estuda a interacção entre as acções dos nervos e as funções ligadas à área psíquica.
· Neurociência comportamental: ligada à psicologia comportamental, é a área que estuda o contacto do organismo e os seus factores internos, como os pensamentos e as emoções, ao comportamento visível, como a forma de falar, de se postar, os gestos usados por uma pessoa e tantas outras características.
· Neurociência cognitiva: : este campo foca na capacidade cognitiva, ou seja, no conhecimento do indivíduo, como o raciocínio, a memória e o aprendizado; estudo voltado à capacidade cognitiva, em que estão inclusos comportamentos ainda mais complexos, como memória e aprendizado.
 8.1.Emoções-são uma das características essenciais da experiência humana e que todos nós experimentamos. As emoções são expressadas através de mudanças motoras viscerais e respostas motoras e somáticas estereotipadas, especialmente o movimento dos músculos faciais.
Era comum acreditar que as emoções originavam-se apenas do sistema límbico, porém, hoje, já se sabe que existem mais regiões encefálicas envolvidas. Outras áreas às quais se estende o processo das emoções são a amígdala e a face orbitária e medial do lóbulo frontal. A acção conjunta e complementardessas regiões constitui um sistema motor emocional.
As mesmas estruturas que processam os sinais emocionais participam de outras tarefas, como a tomada racional de decisões, inclusive, os julgamentos morais. Os núcleos viscerais e motores somáticos coordenam a expressão do comportamento emocional. A emoção e activação do sistema nervoso autónomo estão intimamente ligadas.
8.2.A memória é um processo psicológico básico que remete à codificação, ao armazenamento e à recuperação da informação aprendida. O esquecimento também é o tema central de muitos estudos, já que muitas patologias provocam amnésia, o que interfere gravemente no dia a dia.
O motivo pelo qual a memória configura um tema tão importante é que nela reside boa parte da nossa identidade. Por outro lado, apesar do esquecimento, no sentido patológico, nos preocupar, a verdade é que nosso cérebro precisa descartar informações inúteis para dar lugar a novos aprendizados e acontecimentos significativos. Neste sentido, o cérebro é um especialista em reciclar seus recursos.
As conexões neuronais mudam com o uso ou o desuso destas. Quando retemos informações que não são utilizadas, as conexões neuronais vão se enfraquecendo até desaparecer. Da mesma forma, quando aprendemos algo novo criamos novas conexões.
8.3.A origem da neurociência 
O termo Neurociência surgiu recentemente, em 1970, mas os estudos do cérebro humano são de muitos anos atrás, datam desde a filosofia grega, antes de Cristo. Isso se deve ao fato de que esse é o órgão mais complexo do corpo humano, constituído por milhares de células.
Os filósofos da Grécia desenvolveram teorias sobre o cérebro através de simples observações, já os romanos iniciaram seus estudos dissecando animais. No século XVIII, levado pelo Iluminismo, surgiram os estudos mais aprofundados do sistema nervoso.
A teoria da evolução de Charles Darwin também contribuiu significativamente para o entendimento da estrutura e funcionamento cerebrais. Mas foi o surgimento de tecnologias como o Raio X e a tomografia computadorizada que optimizaram as pesquisas na área e inauguraram efectivamente a Neurociência.
Actualmente, a cibernética também tem oferecido contribuições para essa disciplina, principalmente por meio da neurociência computacional. O seu principal objectivo é compreender e imitar o funcionamento do sistema nervoso para o desenvolvimento de máquinas que auxiliem o ser humano em diversos campo.
Conclusão 
Após os dados pesquisados, por mi conclui-se que a filosofia da mente sendo Ramo da filosofia que trata dos estudos referentes a natureza da mente, dos eventos mentais, funções e propriedades mentais, consciência e a relação destes com o corpo, a filosofia da mente ocupa-se particularmente, mas não exclusivamente, do problema mente-corpo, questão clássica em filosofia que trata da forma como a mente se relaciona com o corpo, dado que o corpo é uma entidade física e a mente é uma entidade não-física.
Nas investigações relativas aos problema mente-corpo as duas principais correntes são dualismo e monismo. O dualismo já estava presente na filosofia do filósofo grego Platão, entendendo que a mente e o corpo seriam duas entidades distintas. A posição foi, no entanto, apresentada, nos moldes utilizados pela filosofia da mente, por René Descartes no século XVII. Ambos defendiam um dualismo de entidades, sendo que a mente seria uma entidade e o corpo seria outra entidade distinta.
 No dualismo de propriedades entende-se que a mente possui um conjunto de propriedades distintas das propriedades do corpo, mas que a mente emerge do corpo, particularmente do cérebro, mas estas propriedades não podem ser reduzidas às propriedades do cérebro, sendo ainda completamente independentes, embora a mente não se constitua como uma entidade substancial distinta
Referencia bibliográfica 
PAUL, M., churchaland; Matéria e consciencia;1̊ edição; SP. Brasil; unisp editora; 1998
MARGONI, F. Lucas; o funcionalismo na filosofia da mente; Porto alegre; FI editora; 2013
TEIXERA, F., João; o que é filosofia da mente; 1̊ edição; brasil; 1994 
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Discente:
 
Onorio Eduardo Antonio 
 
 
Docente:
 
Dr. Baltazar 
Transval
 
UEM 
–
 
Faculdade de 
educação
 
 
Maputo
, 
Març
o
 
de 2020
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
 
FACULDADE DE EDUCACAO
 
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
 
 
 
LICENCIATURA EM PSICOLOGIA
 
 
Elementos de filosofia, 
lógica
 
e pensamento critico 
 
 
 
 
Filosofia da mente
 
 
 
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Discente: 
Onorio Eduardo Antonio 
 
Docente: 
Dr. Baltazar Transval 
UEM – Faculdade de educação 
 
Maputo, Março de 2020 
 
 
 
 
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DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA 
 
 
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