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AULA 3 ESTRATÉGIA DE MARKETING NA ERA DIGITAL Profª Juliana Machado de Sousa 2 CONVERSA INICIAL Bem-vindos a mais uma aula de estratégias de marketing na Era Digital! Que bom que seguiram firmes até aqui, pois agora vem uma parte interessante: após analisarmos as transformações ambientais e termos o primeiro contato com o conceito de marketing digital, vamos conhecer as plataformas e tecnologias digitais existentes que servem de base para seu desenvolvimento. Elas devem fazer parte da “caixa de ferramentas” de todo profissional de marketing que pretende idealizar uma estratégia digital! CONTEXTUALIZANDO O primeiro passo para se desenhar uma estratégia de marketing digital eficaz é conhecer as ferramentas existentes para tal tarefa. No entanto, não é incomum que as pessoas, de modo geral, e até mesmo os profissionais de marketing façam confusão entre as estratégias e as ferramentas (ou seja, plataformas e tecnologias) de marketing digital. É preciso conhecer as ferramentas para saber qual ou quais se encaixam dentro de determinada estratégia e saber diferenciar umas das outras. Imagine, por exemplo, escolher uma ferramenta para depois determinar a estratégia. Isso ocorre quando não se conhece a diferença entre ambas. Seria o mesmo que escolher o remédio para depois saber qual é a doença! Provavelmente, o remédio escolhido não resolveria o problema de saúde. Vamos supor que você seja gestor de uma empresa que atua apenas no meio offline com mídias tradicionais, mas que pretende entrar também no ambiente virtual. Logo, você pretende adotar uma estratégia de presença digital. Isso significa que você precisa informar ao seu público e aos prospects1 que você está online. Para tanto, as ferramentas mais utilizadas são o site (página da empresa) e as mídias digitais mais comuns, como o Facebook, por exemplo. São locais onde as pessoas mais buscam as primeiras informações. Se você não estiver nesses locais, dificilmente estará em outras plataformas e as buscas cessam. Sem esse conhecimento, você, gestor, proporá uma estratégia de presença digital com o uso de ferramentas como LinkedIn, Twitter e Instagram. Certo? Errado! Essas ferramentas (plataformas de redes e imagens) não servem para construir uma estratégia inicial de presença, pois servem para uma segunda fase, quando a 1 Clientes potenciais; não são clientes atuais, mas poderão vir a ser; são alvo das ações. 3 presença digital é conhecida e já foi construído um relacionamento prévio, que leva as pessoas a compartilharem conteúdos e acessarem a qualquer momento (estratégia mobile, ou móvel). Ou seja, você gastará tempo e esforços que provavelmente não gerarão os resultados desejados: a reconhecida presença digital. Tendo esse contexto como exemplo, convido vocês a conhecer cada uma das ferramentas (plataformas e tecnologias) existentes para no futuro saber quais aplicar em função das estratégias definidas. Tenho certeza que, depois disso, vocês farão as escolhas mais adequadas para cada tipo de estratégia, que serão vistas mais adiante, na Aula 4. Prontos? TEMA 1 – PÁGINAS DIGITAIS As páginas digitais são, de modo geral, documentos no formato HTML que estão hospedadas em servidores Web acessadas por meio do protocolo HTTP. Elas são especificadas por sua URL (Uniform Source Locator), que é um endereço online que pode ser encontrado por meio de navegadores (Chrome, Internet Explorar, Firefox etc.). Existem vários tipos de páginas que diferem entre si pelo tipo de conteúdo que trazem. Elas podem ser categorizadas em 5 tipos: site (minissite, hotsite), portal, blog, perfil em rede social e landing page. Vejamos a seguir qual a característica que difere umas das outras. 1.1 Site, minissite, hotsite Apesar da semelhança ortográfica, esses três tipos de site têm características e funcionalidades distintas. Um site tem como principal característica a organização de conteúdos de forma que possa ser facilmente encontrado por determinado público-alvo. Os conteúdos são expostos horizontalmente, estruturados em seções bem-definidas, com detalhamento de produtos e serviços. Assim, possibilitam a navegação em informações existentes sobre determinado tema. Um exemplo de site é o <www.microsoft.com>, <www.amazon.com.br>. Acesso em: 16 fev. 2018. O minissite é um site no qual os conteúdos são expostos de forma vertical, abordando de forma detalhada um assunto ou tema restrito a fim de atrair um público específico. Tem um tom essencialmente informativo, sendo usado normalmente como parte específica de um site maior ou de um portal. O design é http://www.amazon.com.br/ 4 diferenciado e se pode ter acesso por meio de uma janela menor. Um exemplo de minissite é <www.gazetadopovo.com.br/esportes>. Acesso em: 16 fev. 2018. Já o hotsite é um site criado para fim específico e que tem um tempo determinado de “vida”, que geralmente dura apenas alguns meses. Seu conteúdo serve de apoio promocional e o tom da comunicação é persuasivo, pois é criado geralmente para o lançamento de produtos e serviços. Um exemplo de hotsite é o lançamento da coleção da estilista Viviane Westwood para a marca Melissa: <www.melissa.com.br/collabs/vivienne-westwood>. Acesso em: 16 fev. 2018. 1.2 Portal O portal é uma espécie de site construído para um público específico. Os conteúdos são apresentados verticalmente, com foco nas necessidades de seu público-alvo. Geralmente apresenta ferramentas de interação e relacionamento com este, e proporciona uma experiência de navegação privilegiada pelos conteúdos. Exemplo de portal encontramos em <espn.uol.com.br>. Acesso em: 16 fev. 2018. 1.3 Blog É um tipo de site em formato de diário no qual as entradas são feitas em forma cronológica. Blog é a abreviação de web+log, em que log é o registro cronológico de processos em um sistema. Geralmente é mantido por uma pessoa ou grupo de pessoas, podendo ser pessoal ou institucional. Um exemplo de blog: <https://super.abril.com.br/blog/cienciamaluca>. Acesso em: 16 fev. 2018. 1.4 Perfil nas Redes Sociais São páginas digitais específicas que estão dentro de um contexto de redes sociais. As mais conhecidas são Facebook, Orkut, MySpace, entre outras. Cada uma delas representa plataformas que permitem a construção de conteúdos de forma específica pelo usuário por meio de seus gerenciadores de conteúdo. Ter páginas em redes sociais é uma estratégia interessante de presença digital. 1.5 Landing Page A Landing Page, ou “página de aterrisagem”, é o local para onde o indivíduo é direcionado quando clica em um anúncio (banner), um link de resultado de busca de e-mail marketing ou link promocional. A landing page por ser uma extensão do http://www.gazetadopovo.com.br/esportes http://www.melissa.com.br/collabs/vivienne-westwood https://super.abril.com.br/blog/cienciamaluca 5 anúncio clicado, por exemplo, funciona como o portal de entrada para um site no qual se buscará converter o visitante em usuário e, em seguida, comprador. Para ver exemplos de uma landing page, basta fazer uma busca no Google e clicar no link do resultado. A página em que você chegará é uma landing page. Uma comparação muito interessante feita por Martha Gabriel em seu livro Marketing na Era Digital (2016), relaciona as categorias de páginas digitais com mídias impressas, relação que torna o entendimento das características de cada página muito simples. Veja: Site: Equivale a um livro ou catálogo; Portal: Equivale a uma revista tipo Exame (público específico de negócios); Blog: Equivale a um jornal ou diário; Minissite: Equivale a um folheto informativo; Hotsite: equivale a um folheto promocional; Perfil em redes sociais: Equivalea uma página em catálogo específico, como lista telefônica, por exemplo; Landing Page: Equivale a um flyer2 promocional entregue por indicação. Assim, fica mais fácil compreender o espaço que cada mídia digital pode ter dentro das estratégias digitais e o papel que cada uma pode desempenhar dentro de suas especificidades. Nesse sentido, é preciso se atentar também para o gerenciador de conteúdo de cada uma delas, que se trata das possibilidades de padronização e gestão de conteúdo de cada categoria de página. Cada uma das páginas possui gerenciadores de conteúdo diferentes, com características específicas que influenciarão (ou pelo menos devem influenciar) também a escolha do tipo de página. Os gerenciadores de conteúdo de redes sociais são mais flexíveis e apresentam mais possibilidades de personalização do que os de landing pages e hotsites, que exigem maior conhecimento de programação e os conteúdos tão dirigidos. TEMA 2 – PLATAFORMAS DE BUSCA O ato de buscar é inerente à natureza humana. Buscamos desde os primórdios toda sorte de informação que nos guie a fazer boas escolhas. Esse hábito continua até os dias atuais e a única diferença é a forma como buscamos e os instrumentos que utilizamos. Em virtude da tecnologia e da imensa 2 Do inglês, folheto. 6 quantidade de informações disponíveis, o maior desafio é saber encontrar, dentre a miríade de opções, a informação desejada, ou até mesmo escolher dentre as opções possíveis. 2.1 Search Engines e os Oráculos Nesse contexto, surgiram os buscadores, ou as Search Engines, melhor traduzidas como Mecanismos de Busca. Elas funcionam como verdadeiros oráculos para os quais nos dirigimos quando queremos sanar dúvidas ou quando buscamos respostas, indicações e resultados para determinado fim. A diferença entre esses mecanismos (ou buscadores) e os antigos oráculos é que, felizmente, sua acessibilidade é plena (qualquer tempo e lugar), e a facilidade de uso (consulta) é notória. A necessidade de buscadores cada vez mais eficientes se dá devido ao fluxo e à disseminação da informação que atualmente flui tão rapidamente e se multiplica numa velocidade tal que o processo de escolha se tornou fonte de estresse e indecisão. Diante de uma gama enorme de opções (fenômeno chamado de Cauda Longa), muitas pessoas simplesmente não conseguem escolher. A sensação de nunca saber se foi feita a melhor escolha é constante, o que gera angústia. Esse é o que chamamos de Paradoxo da Escolha. O primeiro mecanismo de busca surgiu em 1994, o Yahoo! Nesse interim e até os dias atuais foram criados vários outros, mas nenhum foi tão bem-sucedido quanto o Google, lançado em 1998 e que até já virou verbete no Dicionário Oxford. Atualmente, ele é o mais conhecido, maior e mais usado “buscador” na internet nos dias atuais. Outro buscador conhecido chama-se Bing, criado pela Microsoft, conhecem? Existem buscadores ainda mais modernos, como o Wolfram Alfa, que fazem a busca semântica (falamos disso na Aula 2), mais completa e contextual. Menciono mais adiante sobre a busca semântica. É interessante comentar aqui que o Twitter, que não é originalmente um buscador, acaba por exercer, de certa forma, essa função, pois é uma fonte de informação em tempo real e, por isso, as pessoas recorrem a ele para ver o que anda acontecendo no mundo em tempo real. Menciono essa forma de busca no Item 2.4. 2.2 Mecanismos de Poder e a Ditadura Top 10 Como “oráculo” que é, e com toda a quantidade e sorte de informações que circulam pela net, é evidente que os mecanismos de busca se tornaram 7 poderosíssimos. A busca continua sendo a segunda atividade mais popular on line; segundo estudos3, 90% dos internautas usam mecanismos de busca (search engines). Desses, 40% acreditam que os resultados que aparecem na primeira página são melhores, ou líderes entre o mercado como um todo. As pessoas têm preguiça de pesquisar além da terceira página e em função dessa crença acabam fazendo escolhas baseadas nos primeiros resultados. O poder desses buscadores está na confiança que atribuímos a eles. Não sei se vocês sabem, mas não basta colocar as informações da sua empresa ou negócio na rede para que ela seja encontrada. Os buscadores, por meio de seus algoritmos, definem quais websites, documentos, serão adicionados à base de dados, ou seja, aparecerão nas buscas. Quem determina o que vai ser ou não apresentado na rede são os buscadores! Eles possuem o poder de apagar, eliminar, filtrar e controlar todos os resultados que encontramos! Entenderam o poder disso? Esse poder traz impactos à vida offline, pois ao buscar algo real por meio da net e este algo não for encontrável, então isso não existe! O poder relacionado aos hábitos de consumo da informação por parte dos usuários que influencia as buscas, seus resultados e interpretações tem um nome: Ditadura dos Top 10. Isso mesmo, ditadura dos 10 mais! Se o resultado procurado não estiver entre os 10 primeiros, ele dificilmente será visto pelos usuários. Assim, os esforços de anunciantes serão em vão. Por essa razão, as empresas estão buscando técnicas de otimização dos mecanismos de busca para manter seus resultados entre os 10 primeiros de uma página. Essas técnicas são conhecidas como SEO (Search Engine Optimization), Mecanismo de Otimização de Busca e SEM (Search Engine Marketing), Marketing de Busca, que veremos mais adiante em estratégias. 2.3 “Lado Negro da Força” Tendo em mente todo o poder dos mecanismos de busca, não dá para deixar de pensar se as intenções oriundas desse indexa–não indexa são sempre boas. Quando buscamos na net, estamos colocando nossos dados lá, dados esses totalmente rastreáveis e manipuláveis. Informações como endereço de IP do usuário, data, hora, objeto da busca ficam disponíveis. Sem pensar, estamos fornecendo informações sobre nós, nossos gostos, preferências, atitudes, comportamentos, tendências políticas, religiosas, sexuais. Essas informações, 3 iProspect, 2006. 8 usadas isoladamente ou em conjunto, podem ser utilizadas para determinar tendências (ok!), mapear dados, policiar e restringir (xi!). Existe, de fato, uma preocupação sobre o que é feito com tais dados, que os acessa e se forem utilizados, como isso é feito, porque e para quem. Saiba mais Para quem for um pouco mais curioso, deixo como dica esse artigo: “FAQ: When Google is not your friend”4 que mostra que tem bastante gente pensando sobre o assunto. 2.4 Formas de busca E, para finalizarmos o tema de redes sociais, é preciso abordar aqui as formas de busca possíveis. Já vimos o que são buscadores e exemplos deles. Agora, quero que vocês saibam que há mais de um tipo de busca e para cada uma poderá haver um mecanismo novo. Olho! A busca pode ser: Horizontal: é busca geral por toda web dos sites indexados; Vertical: tem foco especializado indexando informações referentes a uma área específica. Ex: Flickr, Pipl; Universal: busca que mistura todos os tipos de resultados, ou seja, textuais, notícias, vídeos, imagens, música etc. Ex: Google Schoolar; Semântica: Busca não por palavras-chave, como é o usual, mas por significados, que permitem compreender o contexto da busca e entregar mais valor ao usuário. Ex: Wolfram Alfa; Em tempo Real: Como o próprio nome diz, são sistemas de busca que trazem informações da hora, no tempo em que estão acontecendo. Ex: Collecta, Twitter; Deep Web:5 ou Web profunda, é a parte da rede que não é indexada, mas ela existe e pode ser encontrada, não pelos buscadores tradicionais, mas por específicos. Ex: Complete Web, Infomine. 4 McCullagh, 2006. 5 Informações sobre Deep Web: <http://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Web>.Acesso em: 31 dez. 2017. 9 Aqui, vimos contexto atual e conceito dos mecanismos de busca, suas ferramentas e implicações para nossas vidas. Algumas reflexões também podem ser extraídas. As estratégias relacionadas aos mecanismos de busca, rapidamente mencionados aqui, serão tratados mais adiante, na Aula 5. TEMA 3 – TECNOLOGIA MÓVEL A tecnologia mobile6 é um reflexo da qualidade humana de mobilidade. O ser humano é móvel e, por isso, as tecnologias que possibilitam e alavancam essa característica encontram plena aceitação e vieram para ficar. Os celulares, por exemplo, são tão indispensáveis na vida cotidiana que as pessoas não conseguem mais se separar deles; não seria exagero dizer que são praticamente uma extensão do corpo! As plataformas móveis (ou mobile) não se restringem apenas aos aparelhos celulares e smartphones, mas englobam também PDA’s, PSP’s, GPS, e-book readers7 etc. Vamos ver a seguir as principais, tanto por serem instrumentos interessantes na concepção de ações de marketing, quanto por oferecerem opções inovadoras e surpreendentes do ponto de vista do público em geral: Aplicativos, SMS/MMS, RFID, GPS, Mobile Tagging. 3.1 Aplicativos Os aplicativos talvez sejam a expressão mais conhecida de tecnologia móvel. Na verdade, eles são programas computacionais específicos instalados em dispositivos móveis, tais como celulares e PDAs. Foram os aplicativos que ajudaram na disseminação da cultura mobile, alavancada com o lançamento do iPhone. Os aplicativos podem funcionar com ou sem conexão com a internet, ou seja, podem ser online e offline. Exemplos de aplicativos offline são jogos e simuladores que não necessitam informações fora do aparelho, como Minecraft e Angry Birds. Já os aplicativos online são aqueles que necessitam de conexão com a internet como aplicativos para realizar pagamentos, para pesquisar preços, adquirir informações meteorológicas, entre outros. 6 Do inglês, móvel. 7 PDA: Sigla para Personal Digital Assistant, é um computador de bolso, ou de “palma da mão”; PSP: Sigla para Provedor de Serviços de Pagamento; GPS: sigla para Global Positioning System; e-book reader: leitor para livros eletrônicos. Ex: Kobo ou Kindle. 10 3.2 SMS/MMS Essas tecnologias são bem conhecidas de vocês. SMS ou Short Message Service (Serviço de Mensagens Curtas) é a que permite enviar mensagens de texto pelo celular, limitada a 160 caracteres. É bastante comum e utilizada em diversos aparelhos celulares e sua difusão deve-se principalmente à facilidade de uso. Com isso, o SMS é bastante utilizado em ações de marketing (tanto tradicionais quanto promocionais), não apenas pela praticidade e baixo custo, mas pelas vantagens apresentadas em termos de retorno: segundo consultorias de tecnologia especializadas, a taxa de abertura das mensagens SMS é de 95%! Enquanto o tempo média de resposta de e-mails é de 90 minutos, no caso do SMS, a média é de apenas 90 segundos; além disso, em 70% das pesquisas realizadas por SMS os usuários tomam alguma ação em dentro de uma hora a contar de seu recebimento. Esse tipo de tecnologia é geralmente combinado com outros elementos, resultando em ações de marketing interessantes. Muitas delas utilizam vending machines ou mobile commerce. Um exemplo são ações que pedem o envio de SMS por parte do usuário para trocar por brindes, produtos em determinados pontos físicos. Em casos mais simples, porém não menos eficientes, os SMS são utilizados como comunicação de eventos que pretendem fortalecer relacionamento e/ ou lançar produtos e serviços. Saiba mais Veja exemplos em: “Carefree interacting vending machine”, disponível em: <https://vimeo.com/9680162>. Acesso em: 31 dez. 2017. E Publicidade via SMS marketing – reportagem, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UyZon9StEWQ>. Acesso em: 16 fev. 2018. O MMS ou Multimidia Messaging Service (Serviço de Mensagem Multimídia) é uma versão mais ampla dos tradicionais SMS, ele permite incluir conteúdo de vários tipos de mídia, como imagens, vídeos e ringtones. O custo é maior do que o de envio de um SMS e seu uso ainda é menos popular. Em relação às campanhas de marketing, o maior problema para a difusão de uso é a interoperabilidade8 entre as operadoras de telefonia, que dificulta ações mais abrangentes e complexas. 8 Interoperabilidade é a capacidade de um sistema (informatizado ou não) de se comunicar de forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou não). 11 Saiba mais Exemplos de ações utilizando MMS: MMS Marketing – Did you know this was possible? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rNWknIb- T7w>. Acesso em: 16 fev. 2018. As mensagens contêm textos e imagens de produtos. Uma vez clicados os links levam o consumidor à página do produto de interesse, com ofertas e promoções para fechar a compra. Além disso, pode rastreá-lo e usar o banco de dados para futuras ofertas. 3.3 RFID Radio Frequency Identification (Identificação por Rádio Frequência) é uma tecnologia por meio de sensores (tags) que identifica ou rastreia objetos, pessoas, por meio de ondas de rádio. Ela é uma importante tecnologia móvel que vem sendo cada vez mais utilizada. Um exemplo da aplicação dessa tecnologia que vocês podem já ter tido contato é o “Sem Parar”, utilizado na passagem por pedágios. A tecnologia RFID alavanca a Web 3.0 da sincronicidade, semântica e para a Internet das Coisas, lembram? Isso porque as tags em pessoas, veículos e objetos permitem seu rastreamento em tempo real, fazendo com que possamos acessá-los a qualquer momento para adquirir dados, abordar pessoas em momentos específicos e compreender contextos de consumo específicos. Dessa forma, pessoas, veículos e objetos também fazem parte da net e não apenas documentos. As tags podem descrever muitas informações sobre objetos nas quais estão fixadas, como temperatura e condições para consumo. Dependendo do produto, essa tecnologia pode mudar a relação com o usuário e a base de oferta, na qual o produto passa a ser secundário e o valor estará baseado na manutenção de relacionamento e atualização de serviços. Algumas ações de marketing que utilizam as tags de identificação fazem parte da Realidade Aumentada, conceito no qual a vida real tem suas possibilidades expandidas por meio de ferramentas digitais. Exemplos disso são ações como a feita pelo L´Egregore Café, na qual são utilizadas tecnologias de mobile tagging, QR Code (veremos a seguir) e mídias sociais. As tags são utilizadas para fazer check-in, receber informações, participar de promoções, ganhar brindes etc. 12 Saiba mais Confira em: <https://www.youtube.com/watch?v=qwxRhLckgRU>. Acesso em: 16 fev. 2018. Uma das vantagens da tecnologia RFID é que o leitor da tag não precisa ter contato visual com ela, podendo ser “sentida” automaticamente pelo leitor. 3.4 GPS Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) é um sistema via satélite que fornece a localização de coisas e pessoas de forma confiável por meio de um dispositivo receptor do sistema. Esse sistema é composto por 3 partes: a espacial, a de controle e a do usuário. As duas primeiras partes são operadas por satélites e a do usuário por meio dos receptores que calculam altura, latitude e longitude, podendo fornecer a localização exata do objeto ou pessoa. Atualmente, há um barateamento dos dispositivos receptores que fez com que seu uso comercial fosse alavancado. Vários são os usos atuais para essa tecnologia e certamente vocês já conhecem: rastreamento de cargas e objetos, navegação por meio dos celulares que permite encontrar pessoas e fornecer serviços, como o 911 de emergência nos EUA, sistemas de vigilância,mapeamento de regiões e até mesmo para recreação e arte (serviços em museus, restaurantes, gincanas e jogos). Atualmente, os dispositivos GPS para navegação em veículos e geolocalização estão se popularizando. Grande parte dos celulares vem com receptor de GPS, propiciando o desenvolvimento de aplicativos, como Waze, Foursquare, iFood, Google Maps, para citar apenas alguns mais conhecidos. Esse fato cria um ambiente fértil para o desenvolvimento de ações de marketing utilizando tecnologias móveis de geolocalização. 3.5 Mobile Tagging Conforme Martha Gabriel, em Marketing na Era Digital, (2016) “As Mobile Tags são códigos de barras bidimensionais que permitem encriptar URL´s e outros tipos de dados... Mobile tagging é o processo de ler de decodificar uma mobile tag”. A grande vantagem é que o código de barras pode ser escaneado e decodificado por dispositivos móveis, como celulares, smartphones e PDA´s. Existem vários padrões de código de barras e, consequentemente, diferentes leitores. Os padrões de mobile tags mais utilizados atualmente são o 13 QRcode e DataMatrix, tanto que as pessoas não falam mobile tag e, sim, QRcode. Na verdade, o QRcode é um tipo de mobile tag, atenção. A Figura 1 mostra os padrões de código de barras existentes. Nos códigos de barra bidimensionais (2D) é possível encriptar vários tipos de informação, desde textos, números e URL (endereços de internet) em grande quantidade. Ele pode lidar com caracteres numéricos, alfanuméricos, símbolos, binários, códigos de controle, kanji, kana, higarana. Já nos códigos de barra tradicionais é possível encriptar apenas dados numéricos de até 20 dígitos. A Figura 2 mostra um exemplo de códigos tradicionais e bidimensionais. Certamente você já deve ter visto e utilizado algum deles no seu dia a dia. Figura 1 – Tipos de códigos Bidimensionais 14 Figura 2 – Códigos tradicionais e bidimensionais Tradicional QR code Uma grande vantagem das mobile tags sobre códigos de barras tradicionais está relacionada à forma de ler e decodificar a informação. Enquanto as tags móveis são lidas e decodificadas por qualquer aparelho móvel celular (tem que instalar o software de leitura, claro, mas é muito simples), os códigos de barra tradicionais precisam de scanners e hardwares específicos. Essa facilidade de acesso e operacionalização das tags móveis faz com que sejam uma opção viável de uso para o marketing, pois é uma tecnologia com potencial para impactar qualquer pessoa do planeta. Em resumo, as mobile tags têm inúmeros benefícios: Alta capacidade de armazenamento; Leitura e decodificação de uma ampla gama de informações; Possibilita rastreamento; Simplicidade na leitura e criação dos códigos: usa plataformas já existentes de dispositivos móveis (leitura) e computadores (criação); É gratuito; É sustentável: elimina etiquetas, cupons, tickets e vouchers; É flexível: o detalhamento da informação desejada é definida pelo usuário. O cenário para disseminação das mobile tags é muito propício. Atualmente, o padrão de codificação mais conhecido no mundo é o QRcode, mas o DataMatrix e o Beetagg também são bastante utilizados. É importante lembrar que para cada código deve haver um leitor. Assim como os padrões de codificação há diversos tipos de leitores, que leem um ou mais códigos. O QRcode por exemplo, pode ser lido pelo i-nigma e beetagg. O uso das mobile tags pode beneficiar várias áreas do conhecimento inclusive, é claro, o marketing, por isso as menciono aqui. O entretenimento, a área privada, cultural, pública, educação e pessoal são exemplos de atuação. Por detrás da tecnologia de mobile tagging há uma ideia tanto de convergência de 15 mídias (falamos sobre isso na Aula 2) quanto de uma plataforma cujo uso propicia processos transmídia (também já vimos), já que as tags podem conduzir pessoas de uma mídia até outra. Um exemplo excelente para que vocês compreendam bem está no clipe da música “Integral” da banda inglesa Pet Shop Boys, disponível em: <ww.youtube.com/watch?v=61ocE12lWOs>. Acesso em: 31 dez. 2017. Ele foi lançado na TV aberta; as pessoas iam até o YouTube para acessar o vídeo de forma que pudessem acessar os QRcodes via celular. Genial, não? Ao criar um link físico para o mundo digital, as mobile tags atuam como um instrumento de ampliação da realidade, pois podem acrescentar várias informações digitais às coisas da realidade física. Assim, elas fazem parte de um dos processos mais simples e econômicos de se criar realidade aumentada, uma estratégia cada vez mais utilizada pelo mundo do marketing. Vale a dica. TEMA 4 – REDES SOCIAIS A primeira coisa que vocês devem ter em mente quando se fala em rede social, é que ela não tem nada a ver com tecnologia. Rede social é a reunião de pessoas em função de seus relacionamentos ou interdependências, sejam elas em função das amizades, trabalho, família, interesses entre outros. Logo, as redes sociais existem desde que existe a humanidade. O que ocorre é que a tecnologia vem alavancando e trazendo novas possibilidades de interação, ajudando na criação, interação e disseminação de redes entre pessoas e grupos. Assim, as redes vêm se tornando mais abrangentes e complexas. Por isso, não é incomum que nas plataformas de redes sociais atuais as pessoas tenham 500, 1000, 2000 amigos. Nesse sentido, e a título de curiosidade, quero trazer uma informação interessante: vocês sabiam que o cérebro humano é capaz de administrar no máximo 150 amigos? Esse é um dado do estudo conduzido por Robin Dunbar9, conhecido por número Dunbar. Alguns estudos afirmam que este número pode ser superado pela ampliação cognitiva do cérebro humano em virtude da quantidade de informação, dados e relações aos quais somos expostos, porém não é o que se observa na realidade, e o número Dunbar continua apresentando certa precisão. Como conclusão, percebe-se que a tecnologia torna as 9 Antropólogo britânico especialista em comportamento primata. Atualmente é diretor do grupo de pesquisa de neurociência evolucionária do departamento de psicologia experimental da Universidade de Oxford e professor visitante na Universidade de Alto. 16 possibilidades de relação ilimitadas, mas o indivíduo permanece limitado em virtude de fatores humanos. Saiba mais Para compreender melhor, sugiro a leitura do seguinte artigo: <www.theguardian.com/technology/2010/mar/14/my-bright-idea-robin-dunbar>. Acesso em: 16 fev. 2018. 4.1 Tipos Existem vários tipos de sites de redes sociais na internet em função de suas características e interesses. A seguir, podemos observar uma tabela com exemplos mais conhecidos: Tabela 1 – Exemplos de redes sociais Foco Rede Amizade Facebook, Orkut, Trabalho Linked In Vídeos You Tube, Vimeo Fotos, imagens, ilustrações Instagram, Flickr Localização Foursquare Relacionamento Tinder A maioria mencionada anteriormente, se não todos, são conhecidos por vocês. No entanto, é necessário conceituar adequadamente redes sociais e mídias sociais, pois geralmente há uma grande confusão entre os termos e costuma-se utilizá-los como se fossem a mesma coisa. As redes sociais relacionam-se a pessoas que estão conectadas em função de algo em comum (características, afinidades, interesses); já as mídias sociais estão associadas aos conteúdos compartilhados e gerados pelos usuários. Elas são meios pelos quais esses conteúdos transitam e chegam até os membros de uma rede. Diferenciar esses conceitos evita erros na determinação de ações de marketing adequadas. Também é importante atentar para os valores que permeiam a presença das redes, pois além de serem uma consequência da presença nela, acabam, mesmo que inconscientemente, sendo também uma razão para a sua imersão.A presença em redes implica em valores de: 17 Visibilidade; Reputação; Popularidade; Autoridade. Existem milhares de sites e plataformas de redes sociais; algumas delas são populares em todo mundo, outras, apenas em determinados países e/ ou regiões. É perceptível ao longo dos anos o aumento do uso e difusão das redes sociais online em todas as camadas sociais e em todos os países. A seguir, uma figura que mostra quais as mais utilizadas no mundo todo. Figura 3 – Redes sociais mais utilizadas no mundo Fonte: <www.techtudo.com.br/noticias>. Acesso em: 16 fev. 2018. É importante lembrar que conhecer as funcionalidades e características específicas de cada site de rede social, bem como o perfil de seus usuários é crucial para determinar quais farão parte de uma estratégia/ ação de marketing desejada. Em resumo, o que você precisa saber sobre esse tema de redes sociais é diferenciar os conceitos de redes e mídias sociais, os tipos existentes, suas 18 características e funcionalidades bem como os valores que permeiam a presença digital. Dessa forma, é possível criar ações e estratégias de marketing assertivas! FINALIZANDO Neste encontro conhecemos as principais ferramentas de marketing digital existentes para quando forem atuar como gestores digitais em suas empresas ou empreendimentos. Assim, eliminamos a confusão entre o que são estratégias e o que são ferramentas, afim de elucidar o que utilizar quando se tratar de contexto, plano e operacionalização. Uma vez que já temos nossa “caixa de ferramentas” arrumada, podemos seguir adiante e começar a traças alguns planos. Antes, contudo, teremos que conhecer a respeito dos “personagens” os quais pretendemos atingir com nossas ações, ou seja, nosso público-alvo. Além das ferramentas disponíveis, precisamos saber quem pretendemos alcançar com nossas estratégias. Logo, nossa próxima parada diz respeito ao público-alvo e aos cuidados e ideias que devemos adotar para desenharmos estratégias eficazes. Que bom que seguiram até aqui! 19 REFERÊNCIAS AMA – AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. Disponível em: <https://www.ama.org/>. Acesso em: 16 fev. 2018. CHABANNE, H.; URIEN, P.; SUSINI, J.F. RFID and the Internet of Things. 1. ed. United States: Willey-Iste, 2011. GABRIEL, M. Marketing na Era Digital. 7. ed. São Paulo: Novatec, 2016. KALAKOTA, R.; ROBINSON, M. M-business. Tecnologia Móvel e Estratégia de Negócios. 1. ed. São Paulo: Bookman, 2002. MARTHA GABRIEL. Disponível em: <https://www.marthagabriel.com.br>. Acesso em: 16 fev. 2018. OLIVEIRA, S. Internet das coisas com esp8266, arduino e raspberry pi. 1. ed. Brasil: Novatec, 2017. TIM O`REILLY. Disponível em: <http://www.oreilly.com>. Acesso em: 16 fev. 2018.