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TEORIAS NEXO CAUSAL

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TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS
 
A teoria da equivalência dos antecedentes causais não faz distinção entre causa e condição. Aqui, todos os fatos sem os quais não teria ocorrido o resultado são considerados causa, com igual valor. Não se tenta, pois, valorar a adequação de uma determinada conduta. Essa teoria, também conhecida pela expressão latina conditio sine qua non, provém da noção de causa do utilitarista John Stuart Mill, da qual a causa do evento/resultado sempre se deve a todos antecedentes fáticos ou condicionantes.
Conceito: Todos os agentes das condições anteriores que contribuíram materialmente para a consumação do fato tem importância, sendo assim, tudo o que contribui, de forma específica para o resultado, é causa.
Exemplo: Para a teoria da equivalência dos antecedentes causais, se uma pessoa mata outra com um martelo, aquele que vendeu a pedra que compõe o martelo, aquele que produziu o martelo, aquele que transportou o martelo, aquele que vendeu o martelo e assim por diante, todos esses seriam causa do resultado criminoso, eis que contribuíram para esse resultado.
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
Causa, para a teoria da adequação, é o antecedente não somente necessário, mas também adequado à produção do resultado danoso. Dessa forma, é feito um juízo em que se busca aferir a adequação de uma determinada conduta, de modo a concluir se esta é ou não adequada e idônea a produção do dano civil. Nos casos em que há diversas condutas e, em uma primeira análise, todas parecem ter contribuído para o resultado lesivo, somente aquela conduta que for realmente determinante poderá ser considerada causa.
Conceito:  A condição que levou de forma mais adequada para produzir o resultado é a causa.
Exemplo: Uma ambulância socorre uma vítima de tentativa de homicídio, no caminho ela se envolve-se em acidente fatal no trajeto ao hospital, e a vítima da tentativa de homicídio vem a óbito. 
No exemplo mencionado, o agente responderá apenas pela tentativa de homicídio, ainda que tenha agido com a intenção de matar a vítima, já que houve ruptura na linha de desdobramento causal, ou seja, o acidente fatal em que envolvida a ambulância gerou o resultado por si só, que foi a causa da morte da vítima socorrida
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
A imputação objetiva é uma teoria que se destina a crimes de resultado, sejam dolosos ou culposos, pelo fato de ser complementar à teoria da causalidade, que se destina àquela modalidade de delito. Seu objetivo é o de atribuir um conceito jurídico a uma conduta, segundo o que diz Cezar Roberto Bitencourt, sendo, portanto, uma delimitação que se dá à aplicação da causalidade na ação. 
A imputação objetiva busca limitar o alcance da proibição descrita no tipo: somente são imputáveis condutas que criam riscos juridicamente proibidos e geram resultados típicos. Riscos permitidos, pelo contrário, são aqueles socialmente aceitos e inerentes ao cotidiano.
Conceito: O autor somente responde penalmente se ele criou ou impôs um risco proibido relevante, significativo, pois não há imputação objetiva quando o risco criado é permitido, o sujeito só responde pelo risco que o mesmo criou.
Exemplo: Uma pessoa compra uma passagem de ônibus para um desafeto passar o carnaval no litoral de Santa Catarina sabendo que nesta época ocorrem muitos acidentes na estrada em razão da embriaguez dos motoristas irresponsáveis. De fato ocorre o acidente e o tal desafeto vem a óbito no acidente.
A conduta do agente não poderá ser considerada causa do resultado do acidente, pois o agente não criou um risco juridicamente relevante, isto é, a todos é permitido comprar passagens de ônibus.
A criação de um risco juridicamente relevante, diz que uma conduta só será considerada causa de um resultado se criar um risco que seja relevante para o ordenamento jurídico, isto é, uma atitude normal da vida que cause um resultado danoso a um terceiro, sem que dependa o resultado do domínio da vontade humana, não haverá de ser causa do dano.
 
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