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RESUMO DIREITO PENAL_TEMA03_MODULO_02

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RESUMO DIREITO PENAL 
 
TEMA 03 – MÓDULO 02 - Identificar as características do fato típico 
 
TIPICIDADE 
Conceito formal 
Que aponta uma conduta que dá causa a um resultado previsto na norma penal incriminadora. 
Ou seja, a conduta se encaixa na forma de um artigo previsto em lei. 
Conceito material 
Que demonstra a existência de uma violação/ofensa relevante a um bem jurídico tutelado pelo 
ordenamento jurídico. 
 
Dolo 
A estrutura geral do crime doloso divide a doutrina em duas correntes: volitivas e cognitivas, ao 
partir dos fundamentos de conhecimento por si só ou de conhecimento acrescido da vontade. 
Volitivas 
A maior parte das teses buscam um conceito psicológico de vontade — não se analisa o aspecto 
normativo, mas apenas a intenção do agente. 
Cognitivas 
Pensam à vontade num sentido atributivo-normativo — o agente não pode isentar-se de 
responsabilização por violar a norma, ao indicar que não almejou o resultado. 
 
Dolo direto de 1º grau 
O agente está consciente das circunstâncias de fato e quer realizar aquele resultado. Aqui, há 
verdadeiramente a vontade no sentido psicológico-descritivo, quando o agente quis o resultado, 
ele o almejou. 
 
Dolo direto de 2º grau 
Também conhecido como “dolo das consequências necessárias”, é quando o agente sabe que 
o evento vai ocorrer, mas não necessariamente o deseja, sendo considerado um efeito colateral 
previsível do que o agente quer. Por exemplo, X quer matar Y, que viajará de avião, e para isso 
instala uma bomba na turbina, ocasionando a queda e falecimento de todos os passageiros, 
incluindo Y, em decorrência do acidente. No caso de Y, será dolo direto de 1º grau; no caso das 
demais pessoas presentes no avião, dolo direto de 2º grau. 
 
Dolo eventual 
Há uma zona cinzenta na diferença com a culpa consciente (que será abordada posteriormente). 
No caso do dolo eventual, tem-se um conhecimento do risco de ocorrência do resultado. 
Dependendo da corrente, há um elemento de ânimo adicional. Por exemplo, X dirige 
propositalmente na velocidade de 200km/h em via pública movimentada. A possibilidade de X 
lesionar algum bem jurídico, seja a vida ou algum bem material, é extremamente alta. 
 
Culpa 
O conceito de culpa está previsto no art. 18, II do Código Penal e prevê que ocorrerá quando o 
agente der causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
 
 
 
 
 
 
 
Ademais, o parágrafo único do art. 18 do CP prevê que, salvo nos casos culposos 
previstos em lei, ninguém poderá ser punido por crime, somente quando o pratica 
dolosamente. Além disso, não existe a possibilidade de tentativa de delito culposo, tendo em 
vista que a vontade é dirigida ao descumprimento do dever objetivo de cuidado, sem vinculação 
com a ocorrência ou não do resultado. 
 
A culpa é composta por seis elementos objetivos cumulativos, quais sejam: 
• A conduta humana, relacionada à vontade de realizar a conduta, sem associação direta 
com o resultado; 
• A violação do dever objetivo de cuidado, em que o autor age contrariamente às 
expectativas normativas e sociais; 
• O nexo de causalidade; 
• O resultado naturalístico, que é a modificação no mundo real, sendo em regra involuntária; 
• A previsão/previsibilidade; 
• E a tipicidade na forma culposa (o tipo penal deve prever a conduta culposa). 
 
Culpa 
consciente 
É semelhante ao dolo eventual, contudo, aqui o agente prevê o resultado, mas acredita 
sinceramente que o resultado não vai se produzir. Difere do dolo eventual, pois o autor entende 
como possível a realização do delito, se conforma e prossegue com a ação delitiva. 
Culpa 
inconsciente 
O agente não prevê o resultado que, por sua vez, era objetivamente e subjetivamente previsível. 
Culpa própria É o gênero de que advém as espécies de culpa consciente e inconsciente. 
Culpa 
imprópria 
Será melhor abordado adiante, visto que decorre de erro do tipo evitável presente nas 
descriminantes putativas ou do excesso nas causas de justificação. 
 
ITER CRIMINIS 
O iter criminis é definido como caminho que se percorre para a prática de um crime. É composto 
por etapas que se sucedem, formando o delito. As etapas são compostas pela cogitação, 
preparação ou atos preparatórios, execução e consumação. 
 
É importante destacar a definição de tentativa dentro do iter criminis e como ela incide no tipo 
penal. Nesse caso, a tentativa, prevista no art. 14, II do CP, ocorre quando há o início da 
execução do delito sem ocorrência da consumação por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. Aqui, a consumação era possível, porém não ocorreu. 
 
 
 
 
CAUSALIDADE E RESULTADO 
O nexo de causalidade é definido como a vinculação entre a conduta do agente e o resultado. 
Nessa linha, o Código Penal, em seu artigo 13 afirma que: 
 
O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
CAUSALIDADE ADEQUADA 
Entende que a causa seria a condição necessária, imprescindível e adequada para ocasionar o 
resultado. Assim, a causa não é só aquela que produz um resultado naturalístico, mas também 
aquela que era previsível em uma perspectiva anterior, de acordo com as circunstâncias e os 
conhecimentos concretos sobre o fato. 
 
RELEVÂNCIA TÍPICA 
Define causa como a condição especial para a configuração do resultado, devendo esta ser 
analisada por um tipo penal que a especifique. Aqui, se utiliza a mesma ideia de conexão com a 
produção do resultado naturalístico, porém o vincula com o tipo penal. 
 
CONDITIO SINE QUA NON (TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS) 
Está prevista no caput do art. 13 do CP, e é tida como a regra. Tal teoria entende que causa 
é toda conduta anterior, sem a qual o resultado não teria acontecido. Assim, para verificar se a 
conduta foi necessária para a configuração do resultado, Bitencourt (2017) ensina a utilização 
de um juízo hipotético de eliminação, que consiste em eliminar o agente da relação causal e 
verificar se o resultado persiste ou não. Caso permaneça, a conduta do agente não é causa, mas 
se o resultado desaparecer, é porque o comportamento do agente foi a causa para a 
configuração do ato. 
 
CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE SUPERVENIENTE 
 
O caso em que X dispara contra Y com dolo de matar, causando-lhe lesões não fatais. Ao chegar 
à sala de cirurgia, Y falece em decorrência de imperícia médica, contudo, observa-se que a 
imperícia médica só poderá ocasionar mortes quando a pessoa for submetida à intervenção 
médica. Desse modo, suprimindo os disparos feitos por X, Y não teria sido submetido à cirurgia 
e falecido em decorrência de imperícia. Nesse caso, X responde pelo homicídio consumado e o 
médico por homicídio culposo. 
 
CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE CONCOMITANTE 
 
O caso em que X atira em Y com o dolo de matar. Y, no entanto, sofre um ataque cardíaco súbito, 
não havendo doença preexistente, e falece no mesmo instante, em razão da tentativa de 
homicídio sofrida. Nesse caso, os tiros não foram a causa específica do falecimento de Y, logo, 
X responde pelos atos já praticados, o homicídio tentado, tendo em vista que X tentou matar Y, 
mas Y faleceu em decorrência de outra causa. 
 
A partir do estudo da causalidade, Bitencourt (2017) aponta que existem dois tipos de resultado: 
 
 
 
 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA 
 
A teoria da imputação objetiva foi introduzida no Direito Penal partindo da premissa de que a 
mera causalidade não era suficiente para a aferição de tipicidade de uma conduta. 
 
Criação de um risco não permitido - Se a conduta for realizada em contexto no qual haja um 
risco permitido, mesmo que seja enquadrada na lei, ela não será tipificada. 
Exemplo 
Leve em consideração um caso em que X dirige em via pública conforme as leis de trânsito, o 
que gera um risco permitido. Assim, caso venha a atropelar alguém nessas condições, não 
responderá por crime. Entretanto, caso X desobedeça às leis de trânsito, trafegando bem acima 
do limitepermitido, ao atropelar alguém, será responsabilizado pelo fato típico, pois criou um 
risco proibido. 
 
Realização do risco não permitido - que está no desvalor do resultado: consiste na análise do 
nexo de causalidade entre o risco criado e o resultado produzido. Nesse caso, o agente é 
responsabilizado nos limites do risco que criou. 
Exemplo 
O caso em que X joga Y em um lago, sendo que este não sabe nadar. Vendo essa situação, Z 
se atira no lago para tentar salvar Y, ainda que também não saiba nadar. Ao final, Y e Z falecem 
por afogamento. Nesse caso, X apenas será responsabilizado pela morte de Y, tendo em vista 
que o risco criado por ele foi direcionado a Y, pois Z se autocolocou em risco em razão de conduta 
própria. 
 
Alcance do tipo (GRECO, 2002), que é considerado um “corretivo” do nexo de causalidade. Tal 
critério é analisado a partir de uma conduta que viole a finalidade de proteção do tipo penal, e 
somente haverá responsabilização caso haja essa conexão, além de produzir danos diretos ao 
bem jurídico tutelado. 
Exemplo 
Imagine dois ciclistas: X e Z, que andam em fila indiana, à noite, sem equipamentos que 
permitam a melhor visualização da pista, como o farol acoplado na dianteira da bicicleta. Por 
esse motivo, o primeiro ciclista X atropela Y que atravessava e não os viu chegando, 
ocasionando sua morte. Ocorre que apenas o primeiro deverá ser responsabilizado, tendo em 
vista que cada um responde individualmente pela sua conduta violadora à norma penal. Ainda 
que ambos não estejam com o farol aceso no momento do acidente, o que poderia evitá-lo, o 
dever de cuidado para a não violação da norma deverá ser individual, não direcionado a terceiros, 
exceto quando há previsão normativa para a responsabilização de terceiros no caso específico. 
 
A teoria da imputação objetiva também foi desenvolvida por outro doutrinador chamado Jakobs, 
que trouxe uma perspectiva a partir do funcionalismo sistêmico. 
 
 
 
 
1. A teoria da imputação objetiva foi introduzida no Direito Penal partindo da premissa de que a 
mera causalidade não era suficiente para a aferição de tipicidade de uma conduta. Para além de 
outros desenvolvimentos dessa teoria, o doutrinador Jakobs trouxe-nos uma perspectiva a partir 
do funcionalismo sistêmico. Em outras palavras, o autor trouxe o argumento (JAKOBS, 1997) de 
que a conduta humana estaria relacionada a papéis específicos, podendo ser valoradas a partir 
de outros quatro critérios. 
 
Assinale a opção que não corresponde a um critério desenvolvido pelo autor. 
( ) A. A criação do risco permitido. 
( ) B. Princípio da confiança. 
( ) C. Proibição do regresso. 
( ) D. Competência da vítima. 
( X ) E. Alcance do tipo. 
 
2. (Adaptada de CESPE - 2020 - TJ-PA - Auxiliar judiciário) Iter criminis corresponde ao percurso 
do crime, compreendido entre o momento da cogitação pelo agente até os efeitos após a 
consumação. Há relevância no estudo do iter criminis porque, conforme o caso, podem incidir 
institutos como desistência voluntária, princípio da consunção e tentativa. Considera-se punível 
o crime tentado no caso de 
( ) A. o agente ser flagrado elaborando os planos para a prática do crime. 
 
( ) B. o agente ser flagrado realizando atos de preparação para o crime. 
 
( ) C. o agente, iniciada a execução, desistir de prosseguir com a ação, impedindo seu resultado. 
 
( X ) D. o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
 
( ) E. o agente, ao terminar todos os atos executórios, se arrepender e conseguir reverter o delito 
pretendido com o seu arrependimento, não executando o resultado típico. 
 
 
FIM DO MÓDULO 2

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