Buscar

aula-45-remedios-constitucionais-ii

Prévia do material em texto

1
Remédios Constitucionais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TAÇ
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS II
23.3. Ação popular (art. 5º, LXXIII): 
(...) qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Para não errar na prova:
1ª – Quem pode propor?
• Qualquer cidadão 1 (legitimado ativo)
• Na ação, é necessário anexar prova do exercício dos direitos políticos 
(título eleitoral)
2ª – Qual é o objetivo da ação popular?
• Anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
público, histórico e/ou cultural.
• O STF tem entendido que não há necessidade de comprovação de dano 
material; ferir a moralidade não necessariamente causa um dano material, 
mas há dano ao princípio em si.
• A doutrina tem defendido que a ação popular pode ser proposta preventiva-
mente ou repressivamente. Alguns autores entendem que o autor popular 
age como substituto processual na ação popular (os interesses não são 
pessoais, mas difusos).
3ª – O autor precisa pagar custas judiciais? 
• Em regra, não. Apenas se agir de má-fé (litigância de má-fé): nesse caso, 
conforme a lei da ação popular, o autor pode ser condenado a pagar até 10 
vezes o valor das custas.
1 Sentido jurídico: o brasileiro que está no exercício dos direitos políticos. Estrangeiros (art. 14, § 2º) são inalistáveis, não 
tendo direitos políticos no Brasil. Exceção: português equiparado.
2
Remédios Constitucionais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TA
Ç
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
Atenção!
Quem julga a ação popular é um tema muito presente em provas de concurso 
público.
4ª – Quem julga ação popular? 
• A competência para julgar a ação popular é do juiz de primeiro grau 
(federal ou estadual, conforme a origem do ato); não há foro por prerroga-
tiva de função para ações civis.
• O STF tem admitido excepcionalmente como sua competência originária 
para julgar ação popular quando houver conflito federativo (entre a União e 
Estado membro), quando a ação interessa a toda a magistratura ou quando 
a maioria dos membros do tribunal que for julgar o recurso for interessada 
na matéria ou estiver impedida de julgá-la.
• Para propor a ação popular, é necessário estar representado por advogado 
ou defensor público (quando não tiver condições de pagar advogado).
Nota jurisprudencial:
Não é necessário demonstrar prejuízo material efetivo aos cofres públicos 
para a propositura da ação popular. A ilegalidade do ato e a ofensa ao princí-
pio da moralidade administrativa já se mostram suficientes para amparar a 
propositura da ação (ARE 824.781 RG).
Atenção!
Caso tenha dúvidas, entre em contato com o professor. 
23.4. Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI):
 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentado-
ra torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerro-
gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
3
Remédios Constitucionais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TAÇ
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
• Há diversos direitos constitucionais; alguns deles podem ser plenamente 
exercidos, independentemente de uma lei (normas de eficácia plena). Exis-
tem também direitos constitucionais que dependem de uma lei posterior 
para que sejam integralmente exercidos (exemplo: art. 37, VII, da CF/1988).
• Apenas o habeas corpus pode ser impetrado sem a constituição de um 
advogado. As outras ações exigem advogado.
 – Objeto: combater a omissão estatal na regulamentação de direitos cons-
titucionais (síndrome da inefetividade das normas constitucionais) – o 
Estado pode descumprir a Constituição fazendo algo que ela determine 
que não pode ser feito, ou deixando de fazer o que ela determina (omis-
são inconstitucional). Ação subjetiva (visa proteger direitos subjetivos).
 – Objetivo: viabilizar o exercício desse direito.
 - Impetrantes – pessoas naturais ou jurídicas que sejam titulares do 
direito e não possam exercê-lo em virtude da omissão do Estado.
 - Impetrado – o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para 
editar a norma regulamentadora.
• O mandado de injunção pode ser proposto quando há omissão total (o 
Estado não fez lei regulamentando o direito) ou parcial (o Estado regu-
lamenta, mas a regulamentação não é suficiente para implementar total-
mente o direito.
 – Efeitos da decisão
 a) Tese não concretista: a decisão não implementa efetivamente o exer-
cício do direito (foi adotada pelo STF até meados de 2008). Depois de 
concluir que o Legislativo não fez a lei como deveria, o Judiciário comu-
nica o poder competente e aponta a omissão (mora legislativa).
 b) Tese concretista: a decisão judicial, além de reconhecer a mora legis-
lativa, cria meios efetivos para o exercício do direito (sentença aditiva – 
cria um meio para exercício do direito) – adotada no STF desde 2008.
 - Concretista individual – interpartes (a decisão vale apenas para as 
partes que estão no processo); 
4
Remédios Constitucionais II
DIREITO CONSTITUCIONAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TA
Ç
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
 - Concretista intermediária – ultrapartes (a decisão vai abranger uma 
coletividade determinada, específica); 
 - Concretista geral – erga omnes (a decisão judicial atinge todas as pes-
soas).
23.4.1. Mandado de injunção coletivo 2 (apesar de não estar previsto 
expressamente na CF, é admitido pela jurisprudência do STF) 
• Legitimados ativos:
 I – pelo Ministério Público;
 II – por partido político com representação no Congresso Nacional;
 III – por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, dispensada, 
para tanto, autorização especial 3;
 IV – pela Defensoria Pública.
 – Inc. II e III: semelhantes nos mandados de injunção e de injunção cole-
tivo.
�����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Wellington Antunes. 
2 Lei n. 13.300/2016: positivou expressamente o mandado de injunção coletivo.
3 Atuará como substituto processual.

Continue navegando