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CRIMINOLOGIA-IOB

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Criminologia
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Criminologia / Obra organizada pelo Instituto IOB – 
São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-028-3
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – O Que é Criminologia?, 5
1. O Que é Criminologia?, 5
2. O Conceito de Criminologia, 6
3. Principais Características da Moderna Criminologia, 7
4. Funções da Criminologia, 8
Capítulo 2 – História do Pensamento Criminológico, 11
1. A Fase Pré-Científica, 11
2. Cesare Lombroso e a Escola Positiva, 13
3. A Escola Francesa de Lyon, 14
4. A Ciência Conjunta do Direito Penal, 15
Capítulo 3 – O Objeto de Estudo da Moderna Criminologia, 17
1. Crime, 17
2. Delinquente, 18
3. Controle Social, 19
4. Vítima, 20
Capítulo 4 – O Método e a Moderna Criminologia Científica, 22
1. O Método da Criminologia: Empirismo, 22
2. A Moderna Criminologia Científica: Biologia Criminal, 23
3. A Moderna Criminologia Científica: Psicologia Criminal, 24
4. A Moderna Criminologia Científica: Sociologia Criminal, 25
Capítulo 5 – Principais Teorias Macrossociológicas da Criminologia, 27
1. A Escola de Chicago, 27
2. Associação Diferencial, 29
3. Teoria do Etiquetamento, 30
4. Janelas Quebradas – Tolerância Zero, 31
5. Teorias Macrossociológicas: Anomia, 33
6. Teoria Macrossociológica: Subcultural, 34
7. Cifras de Criminalidade, 35
8. Fenômeno do Bullying, 36
Gabarito, 39
Capítulo 1
O Que é Criminologia?
1. O Que é Criminologia?
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o que é criminologia.
1.2 Síntese
Criminologia é um conhecimento científico. Implica no rompimento com 
“fórmulas mágicas” de controle do crime.
A prevenção do delito é um dos principais objetivos da criminologia.
A criminologia moderna tem como funções explicar e prevenir o crime, in-
tervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime 
(Molina; Gomes, 2002), bem como produzir informação científica confiável 
para subsidiar uma Política Criminal responsável.
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A criminologia pode ser descrita como o tratado do crime formado pelo 
conjunto de conhecimentos sobre o mesmo. Porém, o legislador despreza o 
saber empírico-criminológico ao confeccionar as leis (Molina; Gomes, 2002), 
ou seja, quando se aprova lei penal, não se faz estudo se ela será efetiva e terá 
resultados, ou prejudicará a sociedade. Ex.: Lei dos Crimes Hediondos, que 
prometia resolver os problemas criminais, mas resultou no aumento das rebe-
liões, pois proibia a progressão de regime.
Ademais, na criminologia, estará presente também a relatividade do crime 
(Molina; Gomes, 2002), ou seja, hoje algo que é crime amanhã pode não mais 
ser. Ex.: adultério era crime no Brasil, hoje já não é mais.
Outrossim, na criminologia se estuda também a qualidade da resposta 
ao crime (Molina; Gomes, 2002) que consiste no investimento em perícia, 
exames de DNA, sistema de coleta de digitais computadorizado, pesquisas, 
apurações etc. No Brasil, os crimes são quase todos desvendados com provas 
testemunhais.
Por fim, a criminologia não busca exatidão, e sim probabilidade. (Molina; 
Gomes, 2002), buscando os fatores que concorrem para o crime e não as causas.
Exercício
1. (Polícia Civil de São Paulo – Investigador de polícia – São Paulo – 
2009) Rafael Garófalo, um dos precursores da ciência da criminolo-
gia, tem como sua principal obra o livro intitulado:
a) Criminologia.
b) A Criminologia como Ciência.
c) Política Criminal.
d) A Ciência da Criminologia.
e) O Homem Delinquente.
2. O Conceito de Criminologia
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o conceito de criminologia.
2.2 Síntese
Podemos conceituar criminologia como ciência empírica e interdisciplinar 
que tem por objeto o crime, o delinquente, a vítima e o controle do comportamento 
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delitivo; e que aporta uma informação válida, contrastada e confiável, sobre a 
gênese, dinâmica e variáveis do crime, contemplado este como fenômeno indi-
vidual e como problema social, comunitário, assim como sua prevenção eficaz, 
as formas e estratégias de reação ao mesmo e as técnicas de intervenção positiva 
no infrator. (Molina; Gomes, 2002). A criminologia goza de interdisciplinari-
dade e multidisciplinaridade. É uma ciência plural que busca o conhecimento 
científico, recebendo a influência e a contribuição de diversas outras ciências 
(Psicologia, Sociologia, Biologia, Medicina Legal, Criminalística, Direito, Po-
lítica, etc.) com seus métodos respectivos. Como instância superior, não cabe 
à criminologia identificar-se com nenhum dos saberes parciais criminológicos 
(biológicos, psicológicos, sociológicos, estatísticos, etc.), porquanto todos têm a 
mesma importância científica. A criminologia adota um modelo “não pirami-
dal”, que busca integrar outras áreas de conhecimentos.
Exercício
2. (Polícia Civil de São Paulo. Investigador de polícia – São Paulo – 
2009) A criminologia é uma ciência que dispõe de leis:
a) Imutáveis e evolutivas.
b) Inflexíveis e evolutivas.
c) Permanentes e flexíveis.
d) Flexíveis e restritivas.
e) Evolutivas e flexíveis.
3. Principais Características da Moderna 
Criminologia
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos as principais características da moderna 
criminologia.
3.2 Síntese
As principais características da moderna criminologia são:
•	 Parte da caracterização do crime como “problema” – face humana e 
dolorosa do crime;
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•	 Amplia o âmbito tradicional da criminologia (adiciona a vítima e o con-
trole social ao seu objeto);
•	 Acentua a orientação “prevencionista” do saber criminológico, frente à 
obsessão repressiva explícita de outros modelos convencionais;
•	 Substitui o conceito “tratamento” (conotação clínica e individualista) 
por “intervenção” (noção mais dinâmica, complexa e pluridimensional, 
mais próxima da realidade criminal);
•	 Destaca a análise e avaliação dos modelos de reação ao delito como um 
dos objetos da criminologia; e
• Não renuncia, porém, a uma análise etiológica do delito (desviação 
primária) no marco do ordenamento jurídico como referência última. 
Além das situações acima apontadas por Molina e Gomes, podemos 
também incluir a substituição da expressão “combate ao crime” por 
“controle da criminalidade”. A expressão “combate ao crime” dá ideia 
de exclusão, eu contra você, nós contra eles, bem como traz no seu 
bojo a ideia de que nós somos o bem e os outros o mal. O controle da 
criminalidade é uma expressão neutra, sem preconceitos e mais bem 
adequada ao pensamento criminológico moderno.
Exercício
3. (Polícia Civil de São Paulo. Delegado de Polícia SP – DP 01/2008) 
Dentre os modelos de reação ao crime destaca-se aquele que procu-
ra restabelecer ao máximo possível o status quo ante, ou seja, valori-
za a reeducação do infrator, a situação da vítima e o conjunto social 
afetado pelo delito, impondo sua revigoração com a reparação do 
dano suportado. Nesse caso, fala-se em:
a) Modelo dissuasório.
b) Modelo ressocializador.
c) Modelo integrado.
d) Modelo punitivo.
e) Modelo sociológico.
4. Funções da Criminologia
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos as funções da criminologia moderna.
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4.2 Síntese
A função da criminologia moderna consiste em explicare prevenir o cri-
me, intervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta 
ao crime, produzir informação científica confiável para subsidiar uma Política 
Criminal responsável. Diagnosticar e prevenir são as principais funções da mo-
derna criminologia, estudando a vida de pessoas por vários anos, analisando 
todas as variáveis. A campanha pelo desarmamento feita pelo governo tentou 
lançar-se no campo que é da criminologia, dizendo que a criminalidade teria 
sido reduzida, mas o tempo de análise foi irrisório (Molina; Gomes, 2002).
A função da prevenção, que é um dos principais objetivos da criminologia 
moderna, pode ser classificada da seguinte forma:
•	 I – Prevenção primária: visa resultados a longo prazo, direcionada a 
toda a população e não a grupos específicos. É o modelo de ação que dá 
mais resultados e consiste em investir em educação, no fim da pobreza 
(bolsa família), mais empregos e melhores condições de trabalho. É 
pouco utilizada devido aos altos custos e ao longo prazo, o que não gera 
interesse por parte dos governantes, pois os resultados seriam colhidos 
em outro governo.
•	 II – Prevenção secundária: visa resultados rápidos. Consiste na inter-
venção em áreas problemáticas e grupos específicos. Faz-se a análise 
das estatísticas dos locais onde mais ocorrem crimes, e esta área terá 
mais policias. Ex.: ocupação de favelas pelas UPPs (Unidades de Polícia 
Pacificadora).
•	 III – Prevenção terciária: Visa a ressocialização e o resgate da cidadania 
do infrator. Tem como objetivo combater a reincidência criminal.
As funções da criminologia moderna também consistem em intervir na 
pessoa do infrator, já que hoje vigora a intervenção e não o tratamento, bem 
como avaliar os modelos de resposta ao crime. Como exemplo cita-se o “tole-
rância zero”, e “reduzir ao máximo a intuição e o subjetivismo na prática do 
crime” (Molina; Gomes, 2002).
Exercício
4. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) 
É correto afirmar que a criminologia moderna:
a) Ocupa-se precipuamente do estudo do homem delinquente.
b) Ocupa-se do estudo do delito sob a mesma perspectiva utilizada 
pelo Direito Penal.
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c) Diverge em uma série de pontos da criminologia tradicional, 
menos, entretanto, quanto à definição de delito.
d) Vem gradativamente perdendo interesse nos estudos referentes 
à vítima, preferindo cada vez mais dedicar-se a exame dos ele-
mentos jurídicos do crime.
e) Focaliza o delito como um problema social e comunitário não 
somente como comportamento individual.
Capítulo 2
História do Pensamento 
Criminológico
1. A Fase Pré-Científica
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a fase pré-científica da criminologia.
1.2 Síntese
“... se devia ensinar aos indivíduos que se tornavam criminosos como não 
reincidirem no crime, dando a eles a instrução e a formação de caráter de que 
precisavam.” – Sócrates.
Uma das classificações históricas da criminologia divide o seu desenvol-
vimento em duas fases: período pré-científico e período científico. O período 
pré-científico abrange desde a Antiguidade, quando encontramos alguns textos 
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esparsos de alguns autores que já demonstravam preocupação com o crime, 
terminando com o surgimento do trabalho de Beccaria, “Dos Delitos e das 
Penas”, de 1764, ou de Lombroso. A maioria da doutrina aponta o surgimento 
da fase científica com o trabalho de Cesare Lombroso, mas há autores que cre-
ditam o nascimento da criminologia também a Cesare Beccaria, que pela sua 
índole e pelo seu impacto histórico, sobressai naturalmente a obra Dei Delitti 
e Delle Pene (1764), que já foi crismada (por Radzinowicz) como o manifesto 
da abordagem liberal ao direito criminal. Pregava a moderação da pena, e dizia 
que não era a quantidade da pena que iria interferir no crime, e sim, a certeza 
da punição. Em síntese, Beccaria procurou fundamentar a legitimidade do 
direito de punir, bem como definir critérios da sua utilidade, a partir do postu-
lado do contrato social.
Para o consagrado autor seriam ilegítimas todas as penas que não relevas-
sem da salvaguarda do contrato social (da tutela de interesses de terceiros), e 
inúteis todas as que não fossem adequadas a obviar as suas violações futuras, em 
particular as que se revelem ineficazes do ponto de vista da prevenção geral.
Há também a teoria da Frenologia (do grego: φρήν, phrēn, “mente”; e 
λόγος,l logos, “lógica ou estudo”) a qual reivindica ser capaz de determinar o 
caráter, características da personalidade e grau de criminalidade pela forma da 
cabeça (lendo “caroços ou protuberâncias”), segundo o médico alemão, Franz 
Joseph Gall, por volta de 1800.
Quetelet teve grande importância na fase pré-científica, pois seus estudos 
sobre a consistência numérica dos crimes estimularam grandes discussões sobre 
o livre arbítrio versus o determinismo social. Trabalhando para o governo ele 
coletou e analisou estatísticas de crimes e mortalidade, e apresentou melhorias 
às formas de realização do censo.
Exercício
5. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) 
A imagem do homem como ser racional, igual e livre e a concepção 
utilitária do castigo, não desprovida de apoio ético, constituem pen-
samento da Escola:
a) Moderna.
b) Clássica e Moderna.
c) Clássica.
d) Lombrosiana.
e) Positiva.
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2. Cesare Lombroso e a Escola Positiva
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o positivismo criminológico de Cesare 
Lombroso.
2.2 Síntese
O positivismo criminológico consiste na etapa científica, em sentido estrito 
[...] começa no final do século passado com o positivismo criminológico, isto é, 
com a “Scuola Positiva Italiana” que foi encabeçada por Lombroso, Garófalo 
e Ferri. Surge como crítica e alternativa à denominada criminologia clássica, 
dando lugar a uma polêmica doutrinária conhecidíssima, que é, em última 
análise, uma polêmica sobre métodos e paradigmas, do científico (o método 
abstrato e dedutivo dos clássicos, baseado no silogismo), frente ao método em-
pírico-indutivo dos positivistas (baseado na observação dos fatos, dos dados) 
(Molina; Gomes, 2002).
A Escola Positiva italiana, no entanto, apresenta duas direções opostas: a 
antropológica de Lombroso e a sociológica de Ferri, que acentuam a relevân-
cia etiológica dos fatores individual e social em suas respectivas explicações do 
delito (Luís Flávio Gomes, 2007).
A contribuição principal de Lombroso para a criminologia não reside tanto 
em sua famosa tipologia (onde destaca a categoria do “delinquente nato”) ou 
em sua teoria criminológica, senão no método que utilizou em suas investiga-
ções: o método empírico. Sua teoria do delinquente nato foi formulada com 
base em resultados de mais de 400 autópsias de delinquentes e 6.000 análises 
de delinquentes vivos; e o atavismo que, conforme o seu ponto de vista carac-
teriza o tipo criminoso – ao que parece – contou com o estudo minucioso de 
25.000 reclusos de prisões europeias (Molina; Gomes, 2002).
A ideia de atavismo aparece estreitamente unida à figura do delinquente 
nato. Segundo Lombroso, criminosos e não criminosos se distinguem entre si 
em virtude de uma rica gama de anomalias e estigmas de origem atávica ou 
degenerativa (Molina, 1999).
Lombroso apontava as seguintes características corporais do homem delin-
quente: protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugidia, arcos superci-
liares excessivos, zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, lábios 
grossos, arcada dentária defeituosa, braços excessivamente longos, mãos gran-
des, anomalias dos órgãos sexuais, orelhas grandes e separadas, polidactilia. 
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As características anímicas, segundo o autor, são: insensibilidade à dor, ten-
dência à tatuagem, cinismo, vaidade, crueldade, falta de senso moral, preguiça 
excessiva, caráter impulsivo, etc. (Albergaria, 1999).
Exercício
6. Trata-se do autor da teoria do “delinquentenato” formulada após a 
realização de centenas de autópsias em delinquentes mortos e mi-
lhares de exames em delinquentes presos:
a) Pinel.
b) Ferri.
c) Lombroso.
d) Garófalo.
e) Bentham.
3. A Escola Francesa de Lyon
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a Escola Francesa de Lyon.
3.2 Síntese
Não deixaram de aparecer e crescer vozes apostadas em contestar a valida-
de e em explorar os limites das teses positivistas. Vozes provenientes não apenas 
do lado da sociologia criminal, que paralelamente se desenvolvia – casos de 
Tarde, Lacassagne e outros – mas também do campo da própria antropologia: 
casos de Baer, Der Verbrecher in antropologischer Beziehung (1893), e, sobre-
tudo Goring, cuja obra The English Convict (1913) é, em geral, considerada 
como que assinalando o termo da teoria lombrosiana.
Considerava crime como produto do meio social, “o meio social é o caldo 
de cultura da criminalidade, o micróbio é o criminoso que faz o caldo fermen-
tar” (Lacassagne, 1886). “A sociedade tem os criminosos que merece” (Lacas-
sagne). Tais frases se contrapõem à teoria de Lombroso.
A importância de Lacassagne é assinalável por ter iniciado as hostilidades 
ao positivismo lombrosiano, ao proclamar, no 1º Congresso de Antropologia 
Criminal, em 1885, que “cada sociedade tem os criminosos que merece” e ao 
apontar como causa do crime o meio social.
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Para Gabriel Tarde, o criminoso comete o crime por imitação, e não por 
questões biológicas. Também sustentando o apontamento que o meio social é 
a causa do cometimento de crimes.
Ademais, o fim do século XIX assistiu ainda ao aparecimento da crimino-
logia socialista em sentido amplo, entendida como explicação do crime a par-
tir da natureza da sociedade capitalista e como crença no desaparecimento 
ou redução sistemática do crime depois de instaurado o socialismo. Surgiram 
nessa época, com efeito, numerosas obras, mais ou menos influenciadas pelos 
ensinamentos de Marx e Engels, encarando o crime segundo essa perspectiva.
Exercício
7. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) 
“As sociedades têm os criminosos que merecem”. “O micróbio é o 
criminoso, um ser que permanece sem importância até o dia em 
que encontra o caldo de cultivo que lhe permite brotar”. Por meio 
dessas frases, Lacassagne procurou evidenciar que sobre a gênese da 
delinquência exerce(m) transcendental importância:
a) Os fatores hereditários.
b) O meio social.
c) Os componentes biológicos da conduta humana.
d) A estrutura moral do ser humano.
e) As psicopatologias.
4. A Ciência Conjunta do Direito Penal
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o que é a ciência conjunta do Direito Penal.
4.2 Síntese
Foi Franz Von Liszt (1851-1919), o maior político criminal alemão, que 
chamou inicialmente a atenção para esse conhecimento total das ciências pe-
nais, visto que deu à ciência do Direito Penal uma complexa e nova estrutura. 
Passa ela a ser uma disciplina completa, resultante da fusão da dogmática (Di-
reito Penal), criminologia, política criminal: a gesamte Strafrechtswissenschaft 
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(ciência total do Direito Penal). Para Von Liszt, o Direito Penal é a barreira 
intransponível da Política Criminal, uma vez que essa é considerada apenas 
uma disciplina, e não uma ciência.
Ao proferir sua aula inaugural na Faculdade de Direito da Universidade 
de Marburg em 1882, sem dúvida conhecedor dos trabalhos e das pesquisas 
de Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael Garófalo, Liszt, lançando sua dou-
trina da nova prevenção especial, obteve com esta, como construção racional 
abstrata, grande repercussão internacional, ao mesmo tempo, remodelando 
profundamente o sistema de sanções do direito penal alemão. Rejeitou a tese 
do criminoso nato de Cesare Lombroso, afirmando estarem as mais profundas 
raízes criminais nas relações sociais.
Antonio García-Pablos de Molina esclarece que é hoje a opinião dominan-
te, a de que a Criminologia, a Política Criminal e o Direito Penal são os três 
pilares do sistema das ciências criminais, inseparáveis e interdependentes.
A criminologia deve incumbir-se, assim, de fornecer o substrato empírico 
do sistema, seu fundamento científico; a política criminal, de transformar a 
experiência criminológica em opções e estratégias concretas de controle da 
criminalidade; por último, o Direito Penal deve encarregar-se de converter em 
proposições jurídicas, gerais e obrigatórias, o saber criminológico esgrimido 
pela política criminal, (Molina; Gomes, 1992, citado por Queiroz, 2005), com 
estrito respeito às garantias individuais e aos princípios jurídicos de segurança e 
igualdade típicos do Estado de Direito.
Exercício
8. O ponto “Relação entre Direito Penal, Criminologia e Política Cri-
minal” é o tema principal deste capítulo e foi cobrado no 27º Con-
curso para promotor de justiça adjunto prova oral – período: 7 a 10/
set/2005 – MPDFT. 
Capítulo 3
O Objeto de Estudo da 
Moderna Criminologia
1. Crime
1.1 Apresentação
Nesta unidade, abordaremos o crime como objeto de estudo da moderna 
criminologia.
1.2 Síntese
Há três tipos de conceito de crime, o formal, material e analítico. Vejamos 
de forma mais detalhada:
•		 Conceito formal de crime: ação que é cometida em descumprimento 
ao ordenamento jurídico.
•		 Conceito material de crime: ação que fere um objeto jurídico.
•		 Conceito analítico de crime: conduta típica, ilícita e culpável.
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O objeto de estudo da moderna criminologia nem sempre foi o mesmo. 
Iniciou-se com o crime (Escola Clássica). O sujeito é visto como uma unidade 
biopsicossocial, ou seja, uma interação de problemas biológicos, psicológicos e 
sociais. Ferri tentou criar um conceito para crime, como condutas que ferem 
preceitos, sendo condutas naturais, não obtendo sucesso, uma vez que o crime 
é uma ação cultural. A sociologia considera crime os atos de desvio, que não é 
uma forma segura, uma vez que exige elementos subjetivos, ou seja, o que 
é considerado um ato de desvio para um, pode não ser para outro. Exemplo: uso 
de maconha. Não é predominante hoje o crime e sim o controle social e a vítima.
Exercício
9. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) 
Assinale a alternativa que melhor relaciona os termos da criminolo-
gia moderna.
a) Crime = fato isolado e individual.
b) Crime = interação biopsicossocial.
c) Crime = decisão livre do autor, incompatível com a existência 
de outros fatores.
d) Crime = fato e não o autor.
2. Delinquente
2.1 Apresentação
Nesta unidade, abordaremos o delinquente como objeto de estudo da 
moderna criminologia.
2.2 Síntese
Foi substituído para o delinquente Escola Positiva). Hoje em dia o estudo 
da figura do delinquente está em baixa na área de criminologia. Era prepon-
derante no Positivismo. A Escola Positivista é determinista, entendendo que a 
pessoa é vítima de estímulos. Não defende o livre-arbítrio.
No caso de psicopatas, assassinos seriais e pedófilos talvez sejam utilizados 
para estudo do delinquente no futuro. No tocante à dosimetria da pena uma 
das circunstâncias é a personalidade do autor do crime. Nesse caso, pode-se vir 
a utilizar também futuramente do estudo da figura do delinquente, pois o juiz 
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não tem condições de analisar sozinho, sem laudo psicológico. Pode ser que 
com o avanço da Neurociência, se descubra de forma eficaz o funcionamento 
do pensamento do delinquente.
Exercício
10. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) 
A escola criminológica que se caracterizou por privilegiar a defesa 
social em detrimento dos direitos do indivíduo foi a:
a) Positiva.
b) Clássica.
c) Da Lei e da Ordem.
d) Cartográfica.
e) Penitenciária.
3. Controle Social
3.1 Apresentação
Nesta unidade, analisaremos o controle social como objeto de estudo da 
moderna criminologia.
3.2 Síntese
Tema muito importante e frequente em concursos públicos.
Posteriormente foi ampliadopara o estudo do controle social (criminologia 
norte-americana) e da vítima (vitimologia). São regras aprendidas durante a 
vida que se iniciam com a educação que se leva por toda a vida. A classificação 
do controle social pode se dar quanto ao modo de exercício, ou em relação aos 
destinatários. Vejamos:
•	 Quanto ao modo de exercício: orientação – Ex.: blitz para conscientiza-
ção da utilização do cinto de segurança, ou fiscalização – Ex.: multa de 
radar em estrada.
•	 Com relação aos destinatários: difuso, que vale para todos – Ex.: uso 
das cadeirinhas para transporte de crianças. Há também o localizado, 
com destinatários determinados – Ex.: ciganos na Europa, que foram 
deportados sem o devido processo legal.
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•	 Com relação aos agentes fiscalizadores: formal, exercido por quem tem 
competência para realizar. O controle formal penal é constituído pelo 
Poder Judiciário, Ministério Público, Polícias e Administração Peniten-
ciária. Informal – não tem competência para realizar, acaba em isola-
mento social. O controle é exercido pela sociedade – Ex.: religião, se 
não forem cumpridas as regras da igreja, haverá excomunhão.
O controle social pode ocorrer de cima para baixo e também, de baixo para 
cima, em que a população exerce o controle social sobre os seus governantes e 
representantes da justiça, como promotores, juízes etc.
Exercício
11. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) 
Atua como agente informal de controle social:
a) A Polícia Civil.
b) A Opinião Pública.
c) O Ministério Público.
d) O Juiz de Direito.
e) O Sistema Prisional.
4. Vítima
4.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos a vítima como objeto de estudo da moderna 
criminologia.
4.2 Síntese
Houve inicialmente uma substituição do objeto de estudo, e posteriormen-
te uma ampliação. Começa a surgir, a partir dos anos 50, com a necessidade do 
estudo da vítima, impulsionada pelo massacre dos Judeus no século XX.
Na “idade de ouro”, a vítima era uma figura muito respeitada. Depois hou-
ve a neutralização da vítima, em que o Estado assumiu a resolução do conflito 
criminal e deixou a vítima em segundo plano. Atualmente, vive-se o redesco-
brimento, onde aparece a possibilidade de reparação da vítima. Ex.: Lei nº 
9.099/1995, do Juizado Especial Criminal, que traz a não aplicação da pena 
privativa de liberdade, como também a reparação do dano como princípios. 
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Pode-se mencionar também a Lei Maria da Penha, o Estatuto do Idoso, o Es-
tatuto da Criança e do Adolescente, em que as minorias vulneráveis, passam a 
ter proteção jurídica.
Em uma breve comparação entre a Justiça Ordinária e a Justiça Consen-
sual, tem-se que na ordinária, que é a justiça comum, a vítima não tem campo 
de atuação. Já na Justiça Consensual, onde se enquadra o Juizado Especial 
Criminal, que consiste em um microssistema dentro do sistema penal, a vítima 
passa a ser o centro das atenções, juntamente com os acusados, na resolução 
do conflito criminal.
A vitimização se divide em primária, secundária e terciária, explicada de 
forma detalhada:
•		 primária – insegurança – causa sofrimento direto à vítima. Ex.: crimes 
com violência.
•		 secundária – ocorre quando a vítima encontra a omissão do Estado na 
resolução do crime. Gera a “cifra negra”, ou seja, casos que não chegam 
a ser noticiados à polícia.
•		 terciária – quando ocorre o descaso do Estado e de outras pessoas.
Exercício
12. Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) 
Sobre o estudo da vitimologia, assinale a alternativa correta:
a) Por razões históricas, a vítima é estudada em um primeiro plano 
antes mesmo do criminoso.
b) Até 1949, existia uma grande quantidade de trabalhos sobre cri-
minologia que tratavam da vítima.
c) É uma Escola Clássica baseada em velhos métodos, não cientí-
ficos, originários do pensamento filosófico.
d) A criminologia clássica estuda as principais causas do aumento 
da criminalidade pela vitimologia.
e) Os estudos vitimológicos permitem o exame do papel desempe-
nhado pelas vítimas no desencadeamento do fato criminal.
Capítulo 4
O Método e a Moderna 
Criminologia Científica
1. O Método da Criminologia: Empirismo
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o empirismo, que consiste no método 
criminológico.
1.2 Síntese
O método de trabalho utilizado pela criminologia é o empírico. Busca-se a 
análise, e através da observação conhecer o processo, utilizando-se da indução 
para depois estabelecer as suas regras: o oposto do método dedutivo utilizado 
no Direito Penal. Foi graças à Escola Positiva que surgiu a fase científica da 
criminologia e generalizou-se a utilização do método empírico na análise do 
fenômeno criminal.
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A criminologia é uma ciência do ser, empírica; o Direito, uma ciência cul-
tural, do dever ser, normativa. Em consequência, enquanto a primeira se uti-
liza de um método indutivo, empírico, baseado na análise e na observação da 
realidade, as disciplinas jurídicas utilizam um método lógico, abstrato e dedu-
tivo. Empirismo não é “achismo”. O método empírico é árduo e pouco íntimo 
dos profissionais do meio jurídico. É comum a emissão de opiniões como se 
fossem baseadas em fatos científicos, mas sem nenhuma base científica. Existe 
muito disso no ambiente criminológico que investiga a segurança pública, em 
que o amadorismo do Estado ainda perde em qualidade e quantidade diante 
das formas modernas de criminalidade. García-Pablos de Molina e Luiz Flávio 
Gomes (2002) lembram que o jurista parte de premissas corretas para deduzir 
delas as oportunas consequências.
O criminólogo, ao contrário, analisa alguns dados e induz às corresponden-
tes conclusões. Porém, suas hipóteses se verificam e se reforçam sempre por 
força dos fatos que prevalecem sobre os argumentos subjetivos de autoridade.
Exercício
13. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) 
Uma das características mais destacadas da criminologia moderna 
é o estudo de sua evolução histórica nos últimos anos. Sobre esta 
evolução, assinale a alternativa incorreta:
a) O saber criminológico moderno agrupa os conhecimentos in-
terdisciplinares sobre o problema criminal.
b) Diversos ramos do saber humano contribuem com a crimino-
logia moderna, tais como a Sociologia, Filosofia, Direito Penal, 
Medicina, entre outros.
c) A criminologia moderna tem como um dos maiores autores Ce-
sare Lombroso, considerado o seu fundador.
d) A criminologia moderna se ocupa somente do delito em si.
e) A criminologia clássica fez do conceito do delito uma questão 
metodológica prioritária.
2. A Moderna Criminologia Científica: 
Biologia Criminal
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a biologia criminal, presente na moderna 
criminologia científica.
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2.2 Síntese
As teorias de orientação biológica miram novamente através do homem 
delinquente, tratando de localizar e identificar em alguma parte de seu corpo, 
no funcionamento deste, ou de algum de seus sistemas ou subsistemas, o fator 
diferencial que explique a conduta delitiva. Esta se supõe como consequência, 
portanto, de alguma patologia, disfunção ou transtorno orgânico. As hipóteses 
são tão variadas como as disciplinas e especialidades existentes no âmbito das 
ciências; antropológicas, biotipológicas, endocrinológicas, genéticas, neurofi-
siológicas, bioquímicas, etc.
A biologia criminal, julgada “morta” por muitos, tem crescido novamente 
com o desenvolvimento da neurociência.
Exercício
14. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) 
A associação entre hereditariedade/delito e anomalias cromossômi-
cas/comportamento criminal inserem-se no modelo da:
a) Biologia Criminal.
b) Sociologia Criminal.
c) Psicologia Criminal.
d) Psiquiatria Criminal.
e) Frenologia Criminal.
3. A Moderna Criminologia Científica: 
Psicologia Criminal
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a psicologiacriminal como parte integrante 
da moderna criminologia científica.
3.2 Síntese
Em 1971, na Universidade de Stanford (EUA), foi realizado um experi-
mento científico, em que no porão da universidade, foi simulado o ambiente 
de uma prisão, onde alguns alunos representavam os presos, e outros os agentes 
penitenciários. O experimento previsto para durar seis semanas, durou apenas 
duas semanas devido ao fato de que os alunos que faziam o papel dos prisioneiros 
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tiveram várias crises psicológicas, comprometendo a sua saúde, e, também, os 
alunos que representavam os guardas, passaram a gostar de ver o sofrimento 
dos outros colegas.
Ademais, David Myers, psicólogo social registra que Bushman e Ander-
son, também pesquisadores, observaram que os psicólogos sociais estudaram a 
agressão tanto no mundo do laboratório quanto no cotidiano, e que as conclu-
sões são excepcionalmente coerentes. Tal pesquisa concluiu que os fatores que 
contribuem para a violência são:
•		 Pessoas do sexo masculino (integram 90% do sistema prisional);
•		 Personalidades agressivas ou do tipo A;
•		 Consumo de álcool;
•		 Exposição a cenas de violência;
•		 Anonimato (crimes da Internet) – facilita a ocorrência de crimes;
•		 Provocação (pessoas com comportamentos inadequados de provoca-
ção, se envolvem mais em crimes);
•		 A presença de armas; e
•		 Interação do grupo (gangues).
Exercício
15. (Polícia Civil de São Paulo. Investigador de polícia – São Paulo – 
2009) Segundo a teoria behaviorista, o homem comete um delito 
porque seu comportamento:
a) É uma resposta às causas ou fatores que o levam à prática do 
crime.
b) Decorre de sua própria natureza humana, independentemente 
de fatores internos ou externos.
c) É dominado por uma vontade insana de praticar um crime.
d) Não permite a distinção entre o bem e o mal.
e) Impede-o de entender o caráter delituoso da ação praticada.
4. A Moderna Criminologia Científica: 
Sociologia Criminal
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a moderna criminologia científica: sociologia 
criminal.
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4.2 Síntese
O estudo iniciado por Ferri transformou-se substancialmente quando en-
controu um “novo solo fértil” anos depois nos Estados Unidos. A criminologia 
nos EUA é estudada com muita força nas escolas de sociologia (e não de 
Direito).
Sociologia criminal – Iniciada por Enrico Ferri. Quando o saber crimino-
lógico-sociológico foi transportado para os EUA encontrou ali o campo fértil 
para o desenvolvimento de suas ideias (caráter pragmático da cultura norte-
-americana).
Chicago viu um aumento acelerado de sua população, o que gerou grande 
criminalidade. Foi quando sociólogos da Universidade de Chicago começaram 
a estudar o motivo do aumento dos crimes. A conclusão a que se chegou foi 
a de que as cidades concorriam para isso. Com o crescimento desorganizado, 
surgiram os bairros distantes e isolados, abandonados, locais onde as pessoas 
não frequentavam mais, sendo propício ao surgimento das gangues.
Devido a esse fator social do século XX, houve um grande avanço da crimi-
nologia, graças a sociologia norte-americana.
Exercício
16. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) 
Complete com a alternativa correta. Considerado o principal idea-
lizador da Sociologia Criminal ................. tem como obra principal 
.........................
a) Lombroso – O Homem Delinquente.
b) Garófalo – O Ambiente Criminal.
c) Ferri – Sociologia Criminal.
d) Carrara – Sociedade e Crime.
e) Lacassagne – Sociedade e Miséria.
Capítulo 5
Principais Teorias 
Macrossociológicas da 
Criminologia
1. A Escola de Chicago
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a influência da escola de Chicago na 
criminologia.
1.2 Síntese
Pode-se dizer que a criminologia americana, como tal, se iniciou nas déca-
das de 20 e 30, à sombra da Universidade de Chicago, com a teoria ecológica 
e os múltiplos trabalhos empíricos que inspirou. Na linha da obra pioneira 
de Robert Park e Ernest Burguess (de ambos os autores, Introduction to the 
Science of Sociology, 1921, e The City, 1925) em sede de sociologia, a escola 
criminológica de Chicago encarou o crime como fenômeno ligado a uma 
área natural, ou seja, a área urbana. Historicamente coincidente com o 
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período das grandes migrações e da formação das grandes metrópoles, a escola 
de Chicago teve de se confrontar com o problema característico do ghetto. As 
sucessivas ondas de imigrantes arrumavam-se segundo critérios rigidamente 
étnicos, dando origem a comunidades tendencialmente estanques. Parecia, 
assim, natural que se optasse por um modelo ecológico, ou seja, de equilíbrio 
entre a comunidade humana e o ambiente natural – para o enquadramento 
dos fenômenos sociais. A Escola de Chicago se tornou bastante importante 
para o estudo da criminalidade urbana. As teorias estabelecidas por seus soció-
logos durante aquele período influenciaram valiosos estudos urbanos sobre o 
crime, que foram posteriormente conduzidos nos Estados Unidos e na Ingla-
terra. Sua atuação foi marcada pelo pragmatismo, e, dentre outras inovações 
que preconizou, destacam-se o método da observação participante, onde os 
pesquisadores se inseriam nos ghettos para realizarem seus estudos, e o con-
ceito de ecologia humana.
Com a Escola de Chicago, a criminologia abandonou o paradigma até en-
tão dominante do positivismo criminológico, do delinquente nato de Lombro-
so, e se virou para as influências que o ambiente, e no presente caso, que as 
cidades podem ter no fenômeno criminal. Ganhou-se qualidade metodológica. 
Com os estudos da dita Escola criou-se também o ambiente cultural para as 
teorias que se sucederam e que são a feição da moderna criminologia. Foi a 
sociologia americana, em especial, com a Escola de Chicago, que passou a uti-
lizar os social surveys (questionários sociais) na investigação da criminalidade. 
É um importante instrumento para conhecimento do índice real da criminali-
dade de uma cidade ou bairro.
Exercício
17. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) 
Trata-se da cidade que primeiro serviu como fonte de inspiração, de 
estudo, de experimento, de comprovação e de aplicação da teoria 
sociológica do crime denominada “ecológica”.
a) Frankfurt, na Alemanha.
b) Londres, na Inglaterra.
c) Paris, na França.
d) Chicago, nos Estados Unidos da América.
e) Nova Orleans, nos Estados Unidos da América.
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2. Associação Diferencial
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos como o crime pode se dar por associação.
2.2 Síntese
A associação diferencial, ou teoria da aprendizagem, foi iniciada por Edwin 
Sutherland, um dos sociólogos que mais influenciou a criminologia moderna, 
tendo se inspirado, em parte, nas ideias de Gabriel Tarde.
Sutherland teve seu primeiro contato com a criminologia no início do sé-
culo XX, com a Escola de Chicago, sendo por ela influenciado. No final dos 
anos 30, Sutherland criou a expressão white-collar crimes, que passa a identi-
ficar os autores de crimes diferenciados, praticados por pessoas poderosas que 
apresentavam pontos acentuados de dessemelhança com os criminosos chama-
dos comuns. Também descobriu os cartéis, grandes empresas que se reuniam 
para combinar preços, e 10 anos mais tarde, em 1949, revê parcialmente sua 
teoria, chegando a uma formulação mais próxima da que conhecemos hoje.
Segundo Edwin Sutherland, a associação diferencial é o processo de apren-
der alguns tipos de comportamento desviante, que requer conhecimento espe-
cializado e habilidade, bem como a inclinação de tirar proveito de oportuni-
dades para usá-las de maneira desviante. Tudo isso é aprendido e promovido 
principalmente em grupos tais como gangues urbanas ou grupos empresariais 
que fecham os olhos a fraudes, sonegação fiscal ou uso de informações pri-
vilegiadas no mercado de capitais. Gangues não precisam de conhecimento 
especial, bem como os crimes de colarinhobranco, que consistem em fraudes, 
sonegação fiscal, uso de informações privilegiadas no mercado de ações, que 
são praticados envolvendo grandes valores e privilégios de informação. A van-
tagem dessa teoria é que, ao contrário do positivismo, que estava centrado no 
perfil biológico do criminoso, tal pensamento traduz uma grande discussão 
dentro da perspectiva social. O homem aprende a conduta desviada e associa-
-se com referência nela.
O pressuposto lógico da teoria de Sutherland de aprendizagem foi dado 
pela ideia de organização social diferencial, que, a sua vez, se conecta com as 
concepções do conflito social. Nesse contexto, o crime, para Sutherland, é um 
comportamento aprendido no meio social nas diversas formas de associações 
humanas.
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Exercício
18. (Promotor de Justiça – MP-GO – 2010) A teoria da associação dife-
rencial parte da ideia segundo a qual o crime não pode ser definido 
simplesmente como disfunção ou inadaptação de pessoas de classes 
menos favorecidas. O crime não é exclusivo dessas classes sociais. 
Em um segundo momento, esse conceito é superado, de modo a 
se falar então de uma organização diferencial e da aprendizagem 
dos valores criminais, o que afasta o pensamento positivista na me-
dida em que permite verificar que pessoas bem-sucedidas também 
comentem crimes. Qual o principal idealizador desse pensamento:
a) Gabriel Tarde.
b) Edwin H. Sutherland.
c) Yan Taylor.
d) Alessandro Baratta.
3. Teoria do Etiquetamento
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a teoria do etiquetamento.
3.2 Síntese
Também conhecida como teoria do labelling aproach, interacionismo sim-
bólico, etiquetamento, rotulação ou reação social. A teoria do etiquetamento 
rompeu paradigmas. Ela deu um giro profundo na forma de se analisar o cri-
me. Deixou de centrar estudos no fenômeno delitivo em si (ação) e passou a 
focar suas atenções na reação social proveniente da ocorrência de um deter-
minado delito. Os principais representantes dessa linha de pensamento são 
Erving Goffman e Howard Becker.
Segundo Becker, os grupos sociais criam os desvios ao fazerem as regras 
cuja infração constitui o desvio e ao aplicarem tais regras a certas pessoas em 
particular, qualificando-nas como marginais. Os processos de desvios, assim, 
podem ser considerados primários e secundários. O desvio primário correspon-
de à primeira ação delitiva do sujeito, que pode ter como finalidade resolver 
alguma necessidade, por exemplo, econômica, ou produz-se para acomodar 
sua conduta às expectativas de determinado grupo, em uma subcultura.
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O desvio secundário se refere à repetição dos atos delitivos, ocasionados 
pelo etiquetamento, especialmente a partir da associação forçada do indivíduo 
com outros sujeitos delinquentes. Deslocando o problema criminológico do 
plano de ação para o da reação social – dos bad actors para os powerful reac-
tors – o labelling erige as “audiências sociais em variáveis críticas do estudo da 
deviance”, segundo a expressiva formulação de Erikson. Noutros termos, toda 
a investigação interacionista gravita em torno da problematização da estigma-
tização, assumida como variável dependente, ou como variável independente.
Exercício
19. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) A 
vertente do pensamento criminológico cujo interesse e consequente 
objeto de investigação fixam-se nos processos de criminalização, em 
detrimento da pessoa do delinquente e do seu meio, reporta-se à(s) 
teorias(s):
a) Da contenção.
b) Da aprendizagem social (social leaming).
c) Do etiquetamento (labelling approach).
d) Do controle social.
e) Da conformidade diferencial.
4. Janelas Quebradas – Tolerância Zero
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a política da tolerância zero.
4.2 Síntese
Em julho de 1994, o prefeito recém-eleito de Nova York, Rudolf Giu-
liani, e seu chefe de polícia, William Bratton, começaram a implantar uma 
estratégia de policiamento baseada na manutenção da ordem, enfatizando o 
combate ativo e agressivo de pequenas infrações – a grande maioria, quando 
muito, meros atos desviantes, como estudados na criminologia – contra a 
qualidade de vida, como pichação, urinar nas ruas, beber em público, catar 
papel, mendicância e prostituição. A política, que ficou conhecida como a 
iniciativa de qualidade de vida (quality-of-life initiative), foi baseada nos 
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escritos e estudos de James Q. Wilson, George L. Kelling e Wesley G. Sko-
gan. Segundo eles, pequenos delitos (como vadiagem, jogar lixo nas ruas, 
beber em público, catar papel e prostituição), se tolerados, podem levar a 
crimes maiores. A ideia não é complexa e faz adaptação do ditado popular 
“quem rouba um ovo, rouba um boi” (Wacquant, 2001, p. 25): se um crimi-
noso pequeno não é punido, o criminoso maior se sentirá seguro para atuar 
na região da desordem. Quando uma janela está quebrada e ninguém con-
serta, é sinal de que ninguém liga para o local; logo, outras janelas serão que-
bradas. A espetacular queda do crime em Nova York é apontada como prova 
irrefutável de que a teoria funciona. Entretanto, ela diz muito pouco, senão 
nada, sobre a Broken Windows Theory. Basta ver que outras grandes cidades 
ao longo dos EUA experimentaram uma queda notável da criminalidade ao 
longo dos anos 90. Muitas delas – incluindo Boston, Houston, Los Angeles, 
St. Louis, San Diego, San Antonio, San Francisco e Washington, D.C. – 
com índices maiores que os de Nova York, sem que tivessem implementado 
a mesma política. Nova York teve uma queda de 51% na taxa de homicídios 
no período de 1991 a 1996; Houston, 69%; Pittsburgh, 61%; Nova York ficou 
em quinto lugar (Joanes, 1999, p. 303). O que é marcante é que nenhuma 
dessas outras cidades implantou a política Wilson e Kelling. Algumas, aliás, 
fizeram o contrário.
A implantação da política de Wilson e Kelling, implicava em elevados cus-
tos na preparação da polícia, e também em grandes ações contra as minorias 
(pobres, negros e latinos).
Exercício
20. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) 
O movimento “Lei e Ordem” e a teoria das “janelas quebradas” 
(broken windows) defendem que pequenas infrações, quando tolera-
das, podem levar à prática de delitos mais graves. O texto acima se 
refere à:
a) Criminologia Radical.
b) Defesa Social.
c) Tolerância Zero.
d) Escola Retribucionista.
e) Lei de Saturação Criminal.
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5. Teorias Macrossociológicas: Anomia
5.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a anomia.
5.2 Síntese
Anomia significa ausência de normas. É uma situação social em que falta 
coesão e ordem, especialmente no tocante a normas e valores. Como exemplo, 
podemos mencionar Nova Orleans, que em consequência de uma catástrofe 
natural, ocorreram vários saques a estabelecimentos comerciais.
A anomia pode ocorrer de várias formas. Se as normas são definidas de for-
ma ambígua, ou são implementadas de maneira causal e arbitrária, se uma ca-
lamidade como a guerra rompe os laços sociais habituais da vida em sociedade 
e cria uma situação em que se torna obscuro saber quais normas têm aplicação; 
ou se um sistema é organizado de tal forma que promove o isolamento e a au-
tonomia do indivíduo a ponto de as pessoas se identificarem muito mais com 
seus próprios interesses do que com os do grupo ou da comunidade como um 
todo, o resultado poderá ser a anomia, ou falta de normas.
A teoria da anomia foi, pela primeira vez, enunciada por Robert Merton, 
em 1938, num artigo publicado na American Sociological Review, sob o título 
de Social Structure and Anomie. Noutros termos, o crime é, segundo Merton, 
uma das formas individuais de adaptação no quadro de uma sociedade agônica 
em torno de meios escassos. Para Merton, isso se dá quando o indivíduo sofre 
bombardeamento de normas culturais, que implicam na aquisição de bens ma-
teriais para serem atingidas, mas com o salário que se ganha e os meios que setem, não há como atingir tais metas culturais, o que leva à prática de crimes.
A grande maioria das pessoas aceitam as regras. São conformistas e buscam 
os meios sociais legítimos de ascensão social. A anomia, segundo Merton, pode 
ser classificada em relação ao seus modos de adaptação, da seguinte forma:
•		 Conformidade: aceita-se as metas culturais e regras sociais.
•		 Inovação: aceita-se as metas culturais, mas não as regras sociais. Para 
Merton, os criminosos querem atingir as metas culturais desrespeitando 
as regras.
•		 Ritualismo: aceita os meios institucionalizados, mas ignora as regras.
•		 Evasão: não adere às metas sociais, e nem às metas culturais, nem aos 
meios institucionais. Ex.: andarilhos, drogados habituais. Não querem 
praticar crimes e não têm metas, nem meios de alcançar as metas sociais.
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•		 Rebelião: o indivíduo quer derrubar o poder para atingir as metas cul-
turais, uma vez que não as aceita, como também não aceita as normas 
sociais.
Exercício
21. (Ministério Público de Goiás. Promotor de Justiça – MP-GO – 2010) 
Com base na criminologia contemporânea majoritária (perspectiva 
etiológica), assinale a alternativa incorreta:
a) A teoria do etiquetamento, proposta por Becker, destaca a im-
portância do estudo de psicopatas para a compreensão do fenô-
meno delitivo.
b) A teoria ecológica ou da desorganização social aponta para o 
meio físico (principalmente, o bairro) na compreensão do fenô-
meno delitivo.
c) Para as teorias da aprendizagem, alguém primeiro se agrupa 
com sujeitos que cumprem as normas ou não, e isso influi de-
cisivamente em que seu próprio comportamento seja respeitoso 
ou desviado.
d) A teoria da anomia, a partir da formulação de Durkheim, suge-
re que tanto as crises econômicas como as épocas de aumento 
inesperado de bem-estar têm influência agravante na taxa de 
criminalidade.
6. Teoria Macrossociológica: Subcultural
6.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a teoria subcultural.
6.2 Síntese
O criador dessa teoria foi o sociólogo norte-americano Albert K. Cohen e 
teve como marco o ano de lançamento de seu livro Delinquent boys, em 1955.
A subcultura é uma cultura associada a sistemas sociais (incluindo sub-
grupos) e categorias de pessoas (tais como grupos étnicos) que fazem parte de 
sistemas mais vastos, como organizações formais, comunidades ou sociedades. 
Bairros étnicos urbanos – variando de indianos em Londres e mulçumanos 
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em Paris, e americanos em Hong Kong ou chineses em Nova York – compar-
tilham frequentemente de linguagens, ideias e práticas culturais que diferem 
das seguidas pela comunidade geral, mas, ao mesmo tempo, sofrem pressão 
para conformar-se, em certo grau, à cultura mais vasta na qual está enraizada a 
subcultura. O mesmo fato pode acontecer também em sistemas sociais meno-
res, como grandes empresas, departamentos do governo ou unidades militares, 
que se aglutinam muitas vezes em torno de interesses especializados ou de 
laços criados por interações diárias e interdependência mútua. Ex.: subcultura 
policial, onde qualquer conduta inadequada dentro da corporação é mantida 
em segredo. A conduta delitiva para as teorias subculturais – diferentemente do 
que sustentavam as teses ecológicas – não seria produto da desorganização ou 
da ausência de valores, senão reflexo e expressão de outros sistemas de normas 
e valores distintos: os subculturais. Teria, portanto, um respaldo normativo.
Para a teoria subcultural delinquente, a sociedade não é monolítica, e sim 
um mosaico, a reunião de todas as subculturas.
Exercício
22. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) 
O pensamento criminológico que professava, dentre seus postula-
dos, a “semelhante estrutural, em sua gênese de comportamento re-
gular e irregular” (Antônio García-Pablos de Molina) reporta-se à(s) 
teorias(s):
a) Da anomia.
b) Subculturais.
c) Ecológicas.
d) Da desorganização social.
e) Do controle social.
7. Cifras de Criminalidade
7.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos as cifras da criminalidade.
7.2 Síntese
Regra geral, os governos trabalham apenas com um tipo de cifra de crimi-
nalidade. São as conhecidas “cifras oficiais” dos crimes, que são levados ao 
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conhecimento do Estado. Elas resultam de levantamentos feitos nos boletins 
de ocorrência das polícias, inquéritos policiais, denúncias do Ministério Públi-
co e sentenças judiciais criminais.
A cifra oficial, muitas vezes, não reflete a realidade dos crimes que efetiva-
mente ocorreram, uma vez que estatísticas podem ser camufladas para atender 
a ideais políticos, como também pode haver uma má apuração do crime. Po-
rém, o crime não termina de uma hora para outra, o que pode levar anos para 
acontecer. O governo se utiliza das cifras oficiais para estatística de crimes, 
mas a maioria deles não chega ao conhecimento do Estado, o que dá origem 
às cifras negras.
As cifras negras são aquelas que não chegam ao conhecimento do Estado 
e que ocorrem na maioria dos crimes pequenos e médios. Há diversas causas 
pelas quais os crimes não chegam ao conhecimento do Estado, entre elas, o 
crime ser de menor potencial ofensivo, a vítima pode não acreditar na resposta 
estatal, ou chegou a acordo com o infrator em esfera cível, e até mesmo medo 
da exposição e das consequências da denúncia à sua segurança.
Pode-se mencionar também as cifras douradas: são aquelas praticadas nos 
crimes de colarinho branco. No geral, são praticadas por pessoas poderosas eco-
nômica ou politicamente. Em alguns casos são pessoas com “boa reputação” 
e status social.
Exercício
23. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) 
O termo cifra dourada é indicativo:
a) Dos crimes praticados por membros da realeza.
b) Da violência doméstica ocorrida nas classes altas e não relatadas 
à polícia.
c) Dos crimes esclarecidos mediante a oferta de uma recompensa.
d) Do número de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o 
narcotráfico.
e) Dos crimes denominados de “colarinho branco”.
8. Fenômeno do Bullying
8.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o fenômeno bullying.
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8.2 Síntese
Bullying é uma palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para 
definir o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-
-la sob tensão (Fante, 2005, p. 27); termo que conceitua os comportamentos 
agressivos e antissociais, utilizado pela literatura psicológica anglo-saxônica nos 
estudos sobre a violência escolar.
Dan Olweus, na cidade de Bergem, Escandinávia, na década de 70, co-
meçou a pesquisar o fenômeno, procurando desvendar o porquê em países 
de grande desenvolvimento, como Suécia, Noruega e Dinamarca, havia um 
índice muito grande de suicídio.
Dan Olweus, aplicou questionários em vários países da Europa perguntan-
do o porquê aquilo ocorria, e descobriu o Bullying.
O bullying tem os seguintes critérios de identificação:
•		 Ações repetitivas contra a mesma vítima: uma briga isolada na porta da 
escola; um ato isolado, não se caracteriza como bullying.
•		 Desequilíbrio de poder: dificulta a defesa da vítima. Pode ser quantitati-
vo, três ou mais agressores contra uma vítima, ou qualitativo, dois agresso-
res contra duas vítimas que não oferecem resistência. Os agressores nunca 
atacam alguém com mesmo porte físico que possa oferecer resistência.
•		 Ausência de motivos que justifiquem os ataques: a vítima é eleita, sem 
ter ocasionado um motivo específico. Geralmente são obesos, portado-
res de necessidades especiais, alunos que se destacam pela inteligência, 
diversidade religiosa ou etnia diferente.
Os sujeitos envolvidos no bullying são os agressores, vítimas, e expectadores 
silenciosos. Alguns autores incluem também a vítima agressora, que consiste 
na pessoa que foi vítima no passado, e mudou de lado. Ex.: prática cultural de 
trote na faculdade, onde a agressão está embutida no contexto cultural. Pode--se mencionar também as escolas militares, onde é comum o espancamento e 
humilhação dos novos alunos.
O bullying pode ocasionar os seguintes efeitos nas vítimas:
•	 Queda no rendimento escolar, devido a motivos como furto de seus 
objetos, mensagens ameaçadoras, ataques em redes sociais.
•	 Pedem para mudar de escola e até de cidade.
•	 Alteração de humor: depressão.
•	 Baixa autoestima, a pessoa passa a ter péssima visão de si.
•	 Depressão.
•	 Suicídio.
•	 Reações violentas como o homicídio de colegas e professores.
•	 Concorrência para o crime. Segundo pesquisa realizada nos Estados 
Unidos, 60% dos agressores até os 24 anos de idade, tiveram condena-
ção criminal e 40%, três ou mais condenações.
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Exercício
24. (Ministério Público de Minas Gerais. Promotor de Justiça. 
2008/2009) Marque a alternativa incorreta:
a) A prática do bullying configura-se em uma atividade saudável ao 
desenvolvimento da sociedade, pois que investe no bom relacio-
namento entre as pessoas.
b) As principais áreas do estudo do criminólogo são: o delito, o 
delinquente, a vítima e o controle social.
c) A teoria do etiquetamento diz respeito aos processos de criação 
dos desvios.
d) A criminologia da reação social procura expor de forma clara e 
precisa que o sistema penal existente nada mais é do que uma 
maneira de dominação social.
e) A cifra negra pode ser concebida, resumidamente, no fato de 
que nem todos os crimes praticados chegam ao conhecimento 
oficial do Estado.
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Gabarito
1. Letra A.
2. Letra E.
3. Letra C.
4. Letra E.
5. Letra C.
6. Letra C.
7. Letra B.
8. São os três pilares da moderna 
ciência criminal. São interli-
gados e interdependentes. Foi 
Von Liszt quem primeiro fez 
essa proposta, que foi retoma-
da por Figueiredo Dias. Vamos 
a elas: A criminologia fornece 
substrato empírico do sistema, 
seu fundamento científico. Po-
lítica Criminal: transformar a 
experiência criminológica em 
opções e estratégias concretas 
de controle da criminalidade. 
Direito Penal: encarrega-se de 
converter o saber criminológico 
esgrimido pela política criminal 
em proposições jurídicas, gerais 
e obrigatórias.
9. Letra B.
10. Letra A.
11. Letra B.
12. Letra E.
13. Letra D.
14. Letra A.
15. Letra A.
16. Letra C.
17. Letra D.
18. Letra B.
19. Letra C.
20. Letra C.
21. Letra A.
22. Letra B.
23. Letra E.
24. Letra A.

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