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Criminologia O Instituto IOB nasce a partir da experiência de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de conteúdos, serviços de consultoria e cursos de excelência. Por intermédio do Instituto IOB, é possível acesso a diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias. As obras que compõem os cursos preparatórios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas. institutoiob.com.br Criminologia / Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2013. ISBN 978-85-8079-028-3 Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Sumário Capítulo 1 – O Que é Criminologia?, 5 1. O Que é Criminologia?, 5 2. O Conceito de Criminologia, 6 3. Principais Características da Moderna Criminologia, 7 4. Funções da Criminologia, 8 Capítulo 2 – História do Pensamento Criminológico, 11 1. A Fase Pré-Científica, 11 2. Cesare Lombroso e a Escola Positiva, 13 3. A Escola Francesa de Lyon, 14 4. A Ciência Conjunta do Direito Penal, 15 Capítulo 3 – O Objeto de Estudo da Moderna Criminologia, 17 1. Crime, 17 2. Delinquente, 18 3. Controle Social, 19 4. Vítima, 20 Capítulo 4 – O Método e a Moderna Criminologia Científica, 22 1. O Método da Criminologia: Empirismo, 22 2. A Moderna Criminologia Científica: Biologia Criminal, 23 3. A Moderna Criminologia Científica: Psicologia Criminal, 24 4. A Moderna Criminologia Científica: Sociologia Criminal, 25 Capítulo 5 – Principais Teorias Macrossociológicas da Criminologia, 27 1. A Escola de Chicago, 27 2. Associação Diferencial, 29 3. Teoria do Etiquetamento, 30 4. Janelas Quebradas – Tolerância Zero, 31 5. Teorias Macrossociológicas: Anomia, 33 6. Teoria Macrossociológica: Subcultural, 34 7. Cifras de Criminalidade, 35 8. Fenômeno do Bullying, 36 Gabarito, 39 Capítulo 1 O Que é Criminologia? 1. O Que é Criminologia? 1.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos o que é criminologia. 1.2 Síntese Criminologia é um conhecimento científico. Implica no rompimento com “fórmulas mágicas” de controle do crime. A prevenção do delito é um dos principais objetivos da criminologia. A criminologia moderna tem como funções explicar e prevenir o crime, in- tervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime (Molina; Gomes, 2002), bem como produzir informação científica confiável para subsidiar uma Política Criminal responsável. C rim in ol og ia 6 A criminologia pode ser descrita como o tratado do crime formado pelo conjunto de conhecimentos sobre o mesmo. Porém, o legislador despreza o saber empírico-criminológico ao confeccionar as leis (Molina; Gomes, 2002), ou seja, quando se aprova lei penal, não se faz estudo se ela será efetiva e terá resultados, ou prejudicará a sociedade. Ex.: Lei dos Crimes Hediondos, que prometia resolver os problemas criminais, mas resultou no aumento das rebe- liões, pois proibia a progressão de regime. Ademais, na criminologia, estará presente também a relatividade do crime (Molina; Gomes, 2002), ou seja, hoje algo que é crime amanhã pode não mais ser. Ex.: adultério era crime no Brasil, hoje já não é mais. Outrossim, na criminologia se estuda também a qualidade da resposta ao crime (Molina; Gomes, 2002) que consiste no investimento em perícia, exames de DNA, sistema de coleta de digitais computadorizado, pesquisas, apurações etc. No Brasil, os crimes são quase todos desvendados com provas testemunhais. Por fim, a criminologia não busca exatidão, e sim probabilidade. (Molina; Gomes, 2002), buscando os fatores que concorrem para o crime e não as causas. Exercício 1. (Polícia Civil de São Paulo – Investigador de polícia – São Paulo – 2009) Rafael Garófalo, um dos precursores da ciência da criminolo- gia, tem como sua principal obra o livro intitulado: a) Criminologia. b) A Criminologia como Ciência. c) Política Criminal. d) A Ciência da Criminologia. e) O Homem Delinquente. 2. O Conceito de Criminologia 2.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos o conceito de criminologia. 2.2 Síntese Podemos conceituar criminologia como ciência empírica e interdisciplinar que tem por objeto o crime, o delinquente, a vítima e o controle do comportamento C rim in ol og ia 7 delitivo; e que aporta uma informação válida, contrastada e confiável, sobre a gênese, dinâmica e variáveis do crime, contemplado este como fenômeno indi- vidual e como problema social, comunitário, assim como sua prevenção eficaz, as formas e estratégias de reação ao mesmo e as técnicas de intervenção positiva no infrator. (Molina; Gomes, 2002). A criminologia goza de interdisciplinari- dade e multidisciplinaridade. É uma ciência plural que busca o conhecimento científico, recebendo a influência e a contribuição de diversas outras ciências (Psicologia, Sociologia, Biologia, Medicina Legal, Criminalística, Direito, Po- lítica, etc.) com seus métodos respectivos. Como instância superior, não cabe à criminologia identificar-se com nenhum dos saberes parciais criminológicos (biológicos, psicológicos, sociológicos, estatísticos, etc.), porquanto todos têm a mesma importância científica. A criminologia adota um modelo “não pirami- dal”, que busca integrar outras áreas de conhecimentos. Exercício 2. (Polícia Civil de São Paulo. Investigador de polícia – São Paulo – 2009) A criminologia é uma ciência que dispõe de leis: a) Imutáveis e evolutivas. b) Inflexíveis e evolutivas. c) Permanentes e flexíveis. d) Flexíveis e restritivas. e) Evolutivas e flexíveis. 3. Principais Características da Moderna Criminologia 3.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos as principais características da moderna criminologia. 3.2 Síntese As principais características da moderna criminologia são: • Parte da caracterização do crime como “problema” – face humana e dolorosa do crime; C rim in ol og ia 8 • Amplia o âmbito tradicional da criminologia (adiciona a vítima e o con- trole social ao seu objeto); • Acentua a orientação “prevencionista” do saber criminológico, frente à obsessão repressiva explícita de outros modelos convencionais; • Substitui o conceito “tratamento” (conotação clínica e individualista) por “intervenção” (noção mais dinâmica, complexa e pluridimensional, mais próxima da realidade criminal); • Destaca a análise e avaliação dos modelos de reação ao delito como um dos objetos da criminologia; e • Não renuncia, porém, a uma análise etiológica do delito (desviação primária) no marco do ordenamento jurídico como referência última. Além das situações acima apontadas por Molina e Gomes, podemos também incluir a substituição da expressão “combate ao crime” por “controle da criminalidade”. A expressão “combate ao crime” dá ideia de exclusão, eu contra você, nós contra eles, bem como traz no seu bojo a ideia de que nós somos o bem e os outros o mal. O controle da criminalidade é uma expressão neutra, sem preconceitos e mais bem adequada ao pensamento criminológico moderno. Exercício 3. (Polícia Civil de São Paulo. Delegado de Polícia SP – DP 01/2008) Dentre os modelos de reação ao crime destaca-se aquele que procu- ra restabelecer ao máximo possível o status quo ante, ou seja, valori- za a reeducação do infrator, a situação da vítima e o conjunto social afetado pelo delito, impondo sua revigoração com a reparação do dano suportado. Nesse caso, fala-se em: a) Modelo dissuasório. b) Modelo ressocializador. c) Modelo integrado. d) Modelo punitivo. e) Modelo sociológico. 4. Funções da Criminologia 4.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos as funções da criminologia moderna. C rim in ol og ia 9 4.2 Síntese A função da criminologia moderna consiste em explicare prevenir o cri- me, intervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime, produzir informação científica confiável para subsidiar uma Política Criminal responsável. Diagnosticar e prevenir são as principais funções da mo- derna criminologia, estudando a vida de pessoas por vários anos, analisando todas as variáveis. A campanha pelo desarmamento feita pelo governo tentou lançar-se no campo que é da criminologia, dizendo que a criminalidade teria sido reduzida, mas o tempo de análise foi irrisório (Molina; Gomes, 2002). A função da prevenção, que é um dos principais objetivos da criminologia moderna, pode ser classificada da seguinte forma: • I – Prevenção primária: visa resultados a longo prazo, direcionada a toda a população e não a grupos específicos. É o modelo de ação que dá mais resultados e consiste em investir em educação, no fim da pobreza (bolsa família), mais empregos e melhores condições de trabalho. É pouco utilizada devido aos altos custos e ao longo prazo, o que não gera interesse por parte dos governantes, pois os resultados seriam colhidos em outro governo. • II – Prevenção secundária: visa resultados rápidos. Consiste na inter- venção em áreas problemáticas e grupos específicos. Faz-se a análise das estatísticas dos locais onde mais ocorrem crimes, e esta área terá mais policias. Ex.: ocupação de favelas pelas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). • III – Prevenção terciária: Visa a ressocialização e o resgate da cidadania do infrator. Tem como objetivo combater a reincidência criminal. As funções da criminologia moderna também consistem em intervir na pessoa do infrator, já que hoje vigora a intervenção e não o tratamento, bem como avaliar os modelos de resposta ao crime. Como exemplo cita-se o “tole- rância zero”, e “reduzir ao máximo a intuição e o subjetivismo na prática do crime” (Molina; Gomes, 2002). Exercício 4. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) É correto afirmar que a criminologia moderna: a) Ocupa-se precipuamente do estudo do homem delinquente. b) Ocupa-se do estudo do delito sob a mesma perspectiva utilizada pelo Direito Penal. C rim in ol og ia 10 c) Diverge em uma série de pontos da criminologia tradicional, menos, entretanto, quanto à definição de delito. d) Vem gradativamente perdendo interesse nos estudos referentes à vítima, preferindo cada vez mais dedicar-se a exame dos ele- mentos jurídicos do crime. e) Focaliza o delito como um problema social e comunitário não somente como comportamento individual. Capítulo 2 História do Pensamento Criminológico 1. A Fase Pré-Científica 1.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a fase pré-científica da criminologia. 1.2 Síntese “... se devia ensinar aos indivíduos que se tornavam criminosos como não reincidirem no crime, dando a eles a instrução e a formação de caráter de que precisavam.” – Sócrates. Uma das classificações históricas da criminologia divide o seu desenvol- vimento em duas fases: período pré-científico e período científico. O período pré-científico abrange desde a Antiguidade, quando encontramos alguns textos C rim in ol og ia 12 esparsos de alguns autores que já demonstravam preocupação com o crime, terminando com o surgimento do trabalho de Beccaria, “Dos Delitos e das Penas”, de 1764, ou de Lombroso. A maioria da doutrina aponta o surgimento da fase científica com o trabalho de Cesare Lombroso, mas há autores que cre- ditam o nascimento da criminologia também a Cesare Beccaria, que pela sua índole e pelo seu impacto histórico, sobressai naturalmente a obra Dei Delitti e Delle Pene (1764), que já foi crismada (por Radzinowicz) como o manifesto da abordagem liberal ao direito criminal. Pregava a moderação da pena, e dizia que não era a quantidade da pena que iria interferir no crime, e sim, a certeza da punição. Em síntese, Beccaria procurou fundamentar a legitimidade do direito de punir, bem como definir critérios da sua utilidade, a partir do postu- lado do contrato social. Para o consagrado autor seriam ilegítimas todas as penas que não relevas- sem da salvaguarda do contrato social (da tutela de interesses de terceiros), e inúteis todas as que não fossem adequadas a obviar as suas violações futuras, em particular as que se revelem ineficazes do ponto de vista da prevenção geral. Há também a teoria da Frenologia (do grego: φρήν, phrēn, “mente”; e λόγος,l logos, “lógica ou estudo”) a qual reivindica ser capaz de determinar o caráter, características da personalidade e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo “caroços ou protuberâncias”), segundo o médico alemão, Franz Joseph Gall, por volta de 1800. Quetelet teve grande importância na fase pré-científica, pois seus estudos sobre a consistência numérica dos crimes estimularam grandes discussões sobre o livre arbítrio versus o determinismo social. Trabalhando para o governo ele coletou e analisou estatísticas de crimes e mortalidade, e apresentou melhorias às formas de realização do censo. Exercício 5. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) A imagem do homem como ser racional, igual e livre e a concepção utilitária do castigo, não desprovida de apoio ético, constituem pen- samento da Escola: a) Moderna. b) Clássica e Moderna. c) Clássica. d) Lombrosiana. e) Positiva. C rim in ol og ia 13 2. Cesare Lombroso e a Escola Positiva 2.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos o positivismo criminológico de Cesare Lombroso. 2.2 Síntese O positivismo criminológico consiste na etapa científica, em sentido estrito [...] começa no final do século passado com o positivismo criminológico, isto é, com a “Scuola Positiva Italiana” que foi encabeçada por Lombroso, Garófalo e Ferri. Surge como crítica e alternativa à denominada criminologia clássica, dando lugar a uma polêmica doutrinária conhecidíssima, que é, em última análise, uma polêmica sobre métodos e paradigmas, do científico (o método abstrato e dedutivo dos clássicos, baseado no silogismo), frente ao método em- pírico-indutivo dos positivistas (baseado na observação dos fatos, dos dados) (Molina; Gomes, 2002). A Escola Positiva italiana, no entanto, apresenta duas direções opostas: a antropológica de Lombroso e a sociológica de Ferri, que acentuam a relevân- cia etiológica dos fatores individual e social em suas respectivas explicações do delito (Luís Flávio Gomes, 2007). A contribuição principal de Lombroso para a criminologia não reside tanto em sua famosa tipologia (onde destaca a categoria do “delinquente nato”) ou em sua teoria criminológica, senão no método que utilizou em suas investiga- ções: o método empírico. Sua teoria do delinquente nato foi formulada com base em resultados de mais de 400 autópsias de delinquentes e 6.000 análises de delinquentes vivos; e o atavismo que, conforme o seu ponto de vista carac- teriza o tipo criminoso – ao que parece – contou com o estudo minucioso de 25.000 reclusos de prisões europeias (Molina; Gomes, 2002). A ideia de atavismo aparece estreitamente unida à figura do delinquente nato. Segundo Lombroso, criminosos e não criminosos se distinguem entre si em virtude de uma rica gama de anomalias e estigmas de origem atávica ou degenerativa (Molina, 1999). Lombroso apontava as seguintes características corporais do homem delin- quente: protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugidia, arcos superci- liares excessivos, zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, lábios grossos, arcada dentária defeituosa, braços excessivamente longos, mãos gran- des, anomalias dos órgãos sexuais, orelhas grandes e separadas, polidactilia. C rim in ol og ia 14 As características anímicas, segundo o autor, são: insensibilidade à dor, ten- dência à tatuagem, cinismo, vaidade, crueldade, falta de senso moral, preguiça excessiva, caráter impulsivo, etc. (Albergaria, 1999). Exercício 6. Trata-se do autor da teoria do “delinquentenato” formulada após a realização de centenas de autópsias em delinquentes mortos e mi- lhares de exames em delinquentes presos: a) Pinel. b) Ferri. c) Lombroso. d) Garófalo. e) Bentham. 3. A Escola Francesa de Lyon 3.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a Escola Francesa de Lyon. 3.2 Síntese Não deixaram de aparecer e crescer vozes apostadas em contestar a valida- de e em explorar os limites das teses positivistas. Vozes provenientes não apenas do lado da sociologia criminal, que paralelamente se desenvolvia – casos de Tarde, Lacassagne e outros – mas também do campo da própria antropologia: casos de Baer, Der Verbrecher in antropologischer Beziehung (1893), e, sobre- tudo Goring, cuja obra The English Convict (1913) é, em geral, considerada como que assinalando o termo da teoria lombrosiana. Considerava crime como produto do meio social, “o meio social é o caldo de cultura da criminalidade, o micróbio é o criminoso que faz o caldo fermen- tar” (Lacassagne, 1886). “A sociedade tem os criminosos que merece” (Lacas- sagne). Tais frases se contrapõem à teoria de Lombroso. A importância de Lacassagne é assinalável por ter iniciado as hostilidades ao positivismo lombrosiano, ao proclamar, no 1º Congresso de Antropologia Criminal, em 1885, que “cada sociedade tem os criminosos que merece” e ao apontar como causa do crime o meio social. C rim in ol og ia 15 Para Gabriel Tarde, o criminoso comete o crime por imitação, e não por questões biológicas. Também sustentando o apontamento que o meio social é a causa do cometimento de crimes. Ademais, o fim do século XIX assistiu ainda ao aparecimento da crimino- logia socialista em sentido amplo, entendida como explicação do crime a par- tir da natureza da sociedade capitalista e como crença no desaparecimento ou redução sistemática do crime depois de instaurado o socialismo. Surgiram nessa época, com efeito, numerosas obras, mais ou menos influenciadas pelos ensinamentos de Marx e Engels, encarando o crime segundo essa perspectiva. Exercício 7. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) “As sociedades têm os criminosos que merecem”. “O micróbio é o criminoso, um ser que permanece sem importância até o dia em que encontra o caldo de cultivo que lhe permite brotar”. Por meio dessas frases, Lacassagne procurou evidenciar que sobre a gênese da delinquência exerce(m) transcendental importância: a) Os fatores hereditários. b) O meio social. c) Os componentes biológicos da conduta humana. d) A estrutura moral do ser humano. e) As psicopatologias. 4. A Ciência Conjunta do Direito Penal 4.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos o que é a ciência conjunta do Direito Penal. 4.2 Síntese Foi Franz Von Liszt (1851-1919), o maior político criminal alemão, que chamou inicialmente a atenção para esse conhecimento total das ciências pe- nais, visto que deu à ciência do Direito Penal uma complexa e nova estrutura. Passa ela a ser uma disciplina completa, resultante da fusão da dogmática (Di- reito Penal), criminologia, política criminal: a gesamte Strafrechtswissenschaft C rim in ol og ia 16 (ciência total do Direito Penal). Para Von Liszt, o Direito Penal é a barreira intransponível da Política Criminal, uma vez que essa é considerada apenas uma disciplina, e não uma ciência. Ao proferir sua aula inaugural na Faculdade de Direito da Universidade de Marburg em 1882, sem dúvida conhecedor dos trabalhos e das pesquisas de Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael Garófalo, Liszt, lançando sua dou- trina da nova prevenção especial, obteve com esta, como construção racional abstrata, grande repercussão internacional, ao mesmo tempo, remodelando profundamente o sistema de sanções do direito penal alemão. Rejeitou a tese do criminoso nato de Cesare Lombroso, afirmando estarem as mais profundas raízes criminais nas relações sociais. Antonio García-Pablos de Molina esclarece que é hoje a opinião dominan- te, a de que a Criminologia, a Política Criminal e o Direito Penal são os três pilares do sistema das ciências criminais, inseparáveis e interdependentes. A criminologia deve incumbir-se, assim, de fornecer o substrato empírico do sistema, seu fundamento científico; a política criminal, de transformar a experiência criminológica em opções e estratégias concretas de controle da criminalidade; por último, o Direito Penal deve encarregar-se de converter em proposições jurídicas, gerais e obrigatórias, o saber criminológico esgrimido pela política criminal, (Molina; Gomes, 1992, citado por Queiroz, 2005), com estrito respeito às garantias individuais e aos princípios jurídicos de segurança e igualdade típicos do Estado de Direito. Exercício 8. O ponto “Relação entre Direito Penal, Criminologia e Política Cri- minal” é o tema principal deste capítulo e foi cobrado no 27º Con- curso para promotor de justiça adjunto prova oral – período: 7 a 10/ set/2005 – MPDFT. Capítulo 3 O Objeto de Estudo da Moderna Criminologia 1. Crime 1.1 Apresentação Nesta unidade, abordaremos o crime como objeto de estudo da moderna criminologia. 1.2 Síntese Há três tipos de conceito de crime, o formal, material e analítico. Vejamos de forma mais detalhada: • Conceito formal de crime: ação que é cometida em descumprimento ao ordenamento jurídico. • Conceito material de crime: ação que fere um objeto jurídico. • Conceito analítico de crime: conduta típica, ilícita e culpável. C rim in ol og ia 18 O objeto de estudo da moderna criminologia nem sempre foi o mesmo. Iniciou-se com o crime (Escola Clássica). O sujeito é visto como uma unidade biopsicossocial, ou seja, uma interação de problemas biológicos, psicológicos e sociais. Ferri tentou criar um conceito para crime, como condutas que ferem preceitos, sendo condutas naturais, não obtendo sucesso, uma vez que o crime é uma ação cultural. A sociologia considera crime os atos de desvio, que não é uma forma segura, uma vez que exige elementos subjetivos, ou seja, o que é considerado um ato de desvio para um, pode não ser para outro. Exemplo: uso de maconha. Não é predominante hoje o crime e sim o controle social e a vítima. Exercício 9. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) Assinale a alternativa que melhor relaciona os termos da criminolo- gia moderna. a) Crime = fato isolado e individual. b) Crime = interação biopsicossocial. c) Crime = decisão livre do autor, incompatível com a existência de outros fatores. d) Crime = fato e não o autor. 2. Delinquente 2.1 Apresentação Nesta unidade, abordaremos o delinquente como objeto de estudo da moderna criminologia. 2.2 Síntese Foi substituído para o delinquente Escola Positiva). Hoje em dia o estudo da figura do delinquente está em baixa na área de criminologia. Era prepon- derante no Positivismo. A Escola Positivista é determinista, entendendo que a pessoa é vítima de estímulos. Não defende o livre-arbítrio. No caso de psicopatas, assassinos seriais e pedófilos talvez sejam utilizados para estudo do delinquente no futuro. No tocante à dosimetria da pena uma das circunstâncias é a personalidade do autor do crime. Nesse caso, pode-se vir a utilizar também futuramente do estudo da figura do delinquente, pois o juiz C rim in ol og ia 19 não tem condições de analisar sozinho, sem laudo psicológico. Pode ser que com o avanço da Neurociência, se descubra de forma eficaz o funcionamento do pensamento do delinquente. Exercício 10. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) A escola criminológica que se caracterizou por privilegiar a defesa social em detrimento dos direitos do indivíduo foi a: a) Positiva. b) Clássica. c) Da Lei e da Ordem. d) Cartográfica. e) Penitenciária. 3. Controle Social 3.1 Apresentação Nesta unidade, analisaremos o controle social como objeto de estudo da moderna criminologia. 3.2 Síntese Tema muito importante e frequente em concursos públicos. Posteriormente foi ampliadopara o estudo do controle social (criminologia norte-americana) e da vítima (vitimologia). São regras aprendidas durante a vida que se iniciam com a educação que se leva por toda a vida. A classificação do controle social pode se dar quanto ao modo de exercício, ou em relação aos destinatários. Vejamos: • Quanto ao modo de exercício: orientação – Ex.: blitz para conscientiza- ção da utilização do cinto de segurança, ou fiscalização – Ex.: multa de radar em estrada. • Com relação aos destinatários: difuso, que vale para todos – Ex.: uso das cadeirinhas para transporte de crianças. Há também o localizado, com destinatários determinados – Ex.: ciganos na Europa, que foram deportados sem o devido processo legal. C rim in ol og ia 20 • Com relação aos agentes fiscalizadores: formal, exercido por quem tem competência para realizar. O controle formal penal é constituído pelo Poder Judiciário, Ministério Público, Polícias e Administração Peniten- ciária. Informal – não tem competência para realizar, acaba em isola- mento social. O controle é exercido pela sociedade – Ex.: religião, se não forem cumpridas as regras da igreja, haverá excomunhão. O controle social pode ocorrer de cima para baixo e também, de baixo para cima, em que a população exerce o controle social sobre os seus governantes e representantes da justiça, como promotores, juízes etc. Exercício 11. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) Atua como agente informal de controle social: a) A Polícia Civil. b) A Opinião Pública. c) O Ministério Público. d) O Juiz de Direito. e) O Sistema Prisional. 4. Vítima 4.1 Apresentação Nesta unidade, veremos a vítima como objeto de estudo da moderna criminologia. 4.2 Síntese Houve inicialmente uma substituição do objeto de estudo, e posteriormen- te uma ampliação. Começa a surgir, a partir dos anos 50, com a necessidade do estudo da vítima, impulsionada pelo massacre dos Judeus no século XX. Na “idade de ouro”, a vítima era uma figura muito respeitada. Depois hou- ve a neutralização da vítima, em que o Estado assumiu a resolução do conflito criminal e deixou a vítima em segundo plano. Atualmente, vive-se o redesco- brimento, onde aparece a possibilidade de reparação da vítima. Ex.: Lei nº 9.099/1995, do Juizado Especial Criminal, que traz a não aplicação da pena privativa de liberdade, como também a reparação do dano como princípios. C rim in ol og ia 21 Pode-se mencionar também a Lei Maria da Penha, o Estatuto do Idoso, o Es- tatuto da Criança e do Adolescente, em que as minorias vulneráveis, passam a ter proteção jurídica. Em uma breve comparação entre a Justiça Ordinária e a Justiça Consen- sual, tem-se que na ordinária, que é a justiça comum, a vítima não tem campo de atuação. Já na Justiça Consensual, onde se enquadra o Juizado Especial Criminal, que consiste em um microssistema dentro do sistema penal, a vítima passa a ser o centro das atenções, juntamente com os acusados, na resolução do conflito criminal. A vitimização se divide em primária, secundária e terciária, explicada de forma detalhada: • primária – insegurança – causa sofrimento direto à vítima. Ex.: crimes com violência. • secundária – ocorre quando a vítima encontra a omissão do Estado na resolução do crime. Gera a “cifra negra”, ou seja, casos que não chegam a ser noticiados à polícia. • terciária – quando ocorre o descaso do Estado e de outras pessoas. Exercício 12. Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) Sobre o estudo da vitimologia, assinale a alternativa correta: a) Por razões históricas, a vítima é estudada em um primeiro plano antes mesmo do criminoso. b) Até 1949, existia uma grande quantidade de trabalhos sobre cri- minologia que tratavam da vítima. c) É uma Escola Clássica baseada em velhos métodos, não cientí- ficos, originários do pensamento filosófico. d) A criminologia clássica estuda as principais causas do aumento da criminalidade pela vitimologia. e) Os estudos vitimológicos permitem o exame do papel desempe- nhado pelas vítimas no desencadeamento do fato criminal. Capítulo 4 O Método e a Moderna Criminologia Científica 1. O Método da Criminologia: Empirismo 1.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos o empirismo, que consiste no método criminológico. 1.2 Síntese O método de trabalho utilizado pela criminologia é o empírico. Busca-se a análise, e através da observação conhecer o processo, utilizando-se da indução para depois estabelecer as suas regras: o oposto do método dedutivo utilizado no Direito Penal. Foi graças à Escola Positiva que surgiu a fase científica da criminologia e generalizou-se a utilização do método empírico na análise do fenômeno criminal. C rim in ol og ia 23 A criminologia é uma ciência do ser, empírica; o Direito, uma ciência cul- tural, do dever ser, normativa. Em consequência, enquanto a primeira se uti- liza de um método indutivo, empírico, baseado na análise e na observação da realidade, as disciplinas jurídicas utilizam um método lógico, abstrato e dedu- tivo. Empirismo não é “achismo”. O método empírico é árduo e pouco íntimo dos profissionais do meio jurídico. É comum a emissão de opiniões como se fossem baseadas em fatos científicos, mas sem nenhuma base científica. Existe muito disso no ambiente criminológico que investiga a segurança pública, em que o amadorismo do Estado ainda perde em qualidade e quantidade diante das formas modernas de criminalidade. García-Pablos de Molina e Luiz Flávio Gomes (2002) lembram que o jurista parte de premissas corretas para deduzir delas as oportunas consequências. O criminólogo, ao contrário, analisa alguns dados e induz às corresponden- tes conclusões. Porém, suas hipóteses se verificam e se reforçam sempre por força dos fatos que prevalecem sobre os argumentos subjetivos de autoridade. Exercício 13. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2008) Uma das características mais destacadas da criminologia moderna é o estudo de sua evolução histórica nos últimos anos. Sobre esta evolução, assinale a alternativa incorreta: a) O saber criminológico moderno agrupa os conhecimentos in- terdisciplinares sobre o problema criminal. b) Diversos ramos do saber humano contribuem com a crimino- logia moderna, tais como a Sociologia, Filosofia, Direito Penal, Medicina, entre outros. c) A criminologia moderna tem como um dos maiores autores Ce- sare Lombroso, considerado o seu fundador. d) A criminologia moderna se ocupa somente do delito em si. e) A criminologia clássica fez do conceito do delito uma questão metodológica prioritária. 2. A Moderna Criminologia Científica: Biologia Criminal 2.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a biologia criminal, presente na moderna criminologia científica. C rim in ol og ia 24 2.2 Síntese As teorias de orientação biológica miram novamente através do homem delinquente, tratando de localizar e identificar em alguma parte de seu corpo, no funcionamento deste, ou de algum de seus sistemas ou subsistemas, o fator diferencial que explique a conduta delitiva. Esta se supõe como consequência, portanto, de alguma patologia, disfunção ou transtorno orgânico. As hipóteses são tão variadas como as disciplinas e especialidades existentes no âmbito das ciências; antropológicas, biotipológicas, endocrinológicas, genéticas, neurofi- siológicas, bioquímicas, etc. A biologia criminal, julgada “morta” por muitos, tem crescido novamente com o desenvolvimento da neurociência. Exercício 14. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) A associação entre hereditariedade/delito e anomalias cromossômi- cas/comportamento criminal inserem-se no modelo da: a) Biologia Criminal. b) Sociologia Criminal. c) Psicologia Criminal. d) Psiquiatria Criminal. e) Frenologia Criminal. 3. A Moderna Criminologia Científica: Psicologia Criminal 3.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a psicologiacriminal como parte integrante da moderna criminologia científica. 3.2 Síntese Em 1971, na Universidade de Stanford (EUA), foi realizado um experi- mento científico, em que no porão da universidade, foi simulado o ambiente de uma prisão, onde alguns alunos representavam os presos, e outros os agentes penitenciários. O experimento previsto para durar seis semanas, durou apenas duas semanas devido ao fato de que os alunos que faziam o papel dos prisioneiros C rim in ol og ia 25 tiveram várias crises psicológicas, comprometendo a sua saúde, e, também, os alunos que representavam os guardas, passaram a gostar de ver o sofrimento dos outros colegas. Ademais, David Myers, psicólogo social registra que Bushman e Ander- son, também pesquisadores, observaram que os psicólogos sociais estudaram a agressão tanto no mundo do laboratório quanto no cotidiano, e que as conclu- sões são excepcionalmente coerentes. Tal pesquisa concluiu que os fatores que contribuem para a violência são: • Pessoas do sexo masculino (integram 90% do sistema prisional); • Personalidades agressivas ou do tipo A; • Consumo de álcool; • Exposição a cenas de violência; • Anonimato (crimes da Internet) – facilita a ocorrência de crimes; • Provocação (pessoas com comportamentos inadequados de provoca- ção, se envolvem mais em crimes); • A presença de armas; e • Interação do grupo (gangues). Exercício 15. (Polícia Civil de São Paulo. Investigador de polícia – São Paulo – 2009) Segundo a teoria behaviorista, o homem comete um delito porque seu comportamento: a) É uma resposta às causas ou fatores que o levam à prática do crime. b) Decorre de sua própria natureza humana, independentemente de fatores internos ou externos. c) É dominado por uma vontade insana de praticar um crime. d) Não permite a distinção entre o bem e o mal. e) Impede-o de entender o caráter delituoso da ação praticada. 4. A Moderna Criminologia Científica: Sociologia Criminal 4.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a moderna criminologia científica: sociologia criminal. C rim in ol og ia 26 4.2 Síntese O estudo iniciado por Ferri transformou-se substancialmente quando en- controu um “novo solo fértil” anos depois nos Estados Unidos. A criminologia nos EUA é estudada com muita força nas escolas de sociologia (e não de Direito). Sociologia criminal – Iniciada por Enrico Ferri. Quando o saber crimino- lógico-sociológico foi transportado para os EUA encontrou ali o campo fértil para o desenvolvimento de suas ideias (caráter pragmático da cultura norte- -americana). Chicago viu um aumento acelerado de sua população, o que gerou grande criminalidade. Foi quando sociólogos da Universidade de Chicago começaram a estudar o motivo do aumento dos crimes. A conclusão a que se chegou foi a de que as cidades concorriam para isso. Com o crescimento desorganizado, surgiram os bairros distantes e isolados, abandonados, locais onde as pessoas não frequentavam mais, sendo propício ao surgimento das gangues. Devido a esse fator social do século XX, houve um grande avanço da crimi- nologia, graças a sociologia norte-americana. Exercício 16. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) Complete com a alternativa correta. Considerado o principal idea- lizador da Sociologia Criminal ................. tem como obra principal ......................... a) Lombroso – O Homem Delinquente. b) Garófalo – O Ambiente Criminal. c) Ferri – Sociologia Criminal. d) Carrara – Sociedade e Crime. e) Lacassagne – Sociedade e Miséria. Capítulo 5 Principais Teorias Macrossociológicas da Criminologia 1. A Escola de Chicago 1.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a influência da escola de Chicago na criminologia. 1.2 Síntese Pode-se dizer que a criminologia americana, como tal, se iniciou nas déca- das de 20 e 30, à sombra da Universidade de Chicago, com a teoria ecológica e os múltiplos trabalhos empíricos que inspirou. Na linha da obra pioneira de Robert Park e Ernest Burguess (de ambos os autores, Introduction to the Science of Sociology, 1921, e The City, 1925) em sede de sociologia, a escola criminológica de Chicago encarou o crime como fenômeno ligado a uma área natural, ou seja, a área urbana. Historicamente coincidente com o C rim in ol og ia 28 período das grandes migrações e da formação das grandes metrópoles, a escola de Chicago teve de se confrontar com o problema característico do ghetto. As sucessivas ondas de imigrantes arrumavam-se segundo critérios rigidamente étnicos, dando origem a comunidades tendencialmente estanques. Parecia, assim, natural que se optasse por um modelo ecológico, ou seja, de equilíbrio entre a comunidade humana e o ambiente natural – para o enquadramento dos fenômenos sociais. A Escola de Chicago se tornou bastante importante para o estudo da criminalidade urbana. As teorias estabelecidas por seus soció- logos durante aquele período influenciaram valiosos estudos urbanos sobre o crime, que foram posteriormente conduzidos nos Estados Unidos e na Ingla- terra. Sua atuação foi marcada pelo pragmatismo, e, dentre outras inovações que preconizou, destacam-se o método da observação participante, onde os pesquisadores se inseriam nos ghettos para realizarem seus estudos, e o con- ceito de ecologia humana. Com a Escola de Chicago, a criminologia abandonou o paradigma até en- tão dominante do positivismo criminológico, do delinquente nato de Lombro- so, e se virou para as influências que o ambiente, e no presente caso, que as cidades podem ter no fenômeno criminal. Ganhou-se qualidade metodológica. Com os estudos da dita Escola criou-se também o ambiente cultural para as teorias que se sucederam e que são a feição da moderna criminologia. Foi a sociologia americana, em especial, com a Escola de Chicago, que passou a uti- lizar os social surveys (questionários sociais) na investigação da criminalidade. É um importante instrumento para conhecimento do índice real da criminali- dade de uma cidade ou bairro. Exercício 17. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) Trata-se da cidade que primeiro serviu como fonte de inspiração, de estudo, de experimento, de comprovação e de aplicação da teoria sociológica do crime denominada “ecológica”. a) Frankfurt, na Alemanha. b) Londres, na Inglaterra. c) Paris, na França. d) Chicago, nos Estados Unidos da América. e) Nova Orleans, nos Estados Unidos da América. C rim in ol og ia 29 2. Associação Diferencial 2.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos como o crime pode se dar por associação. 2.2 Síntese A associação diferencial, ou teoria da aprendizagem, foi iniciada por Edwin Sutherland, um dos sociólogos que mais influenciou a criminologia moderna, tendo se inspirado, em parte, nas ideias de Gabriel Tarde. Sutherland teve seu primeiro contato com a criminologia no início do sé- culo XX, com a Escola de Chicago, sendo por ela influenciado. No final dos anos 30, Sutherland criou a expressão white-collar crimes, que passa a identi- ficar os autores de crimes diferenciados, praticados por pessoas poderosas que apresentavam pontos acentuados de dessemelhança com os criminosos chama- dos comuns. Também descobriu os cartéis, grandes empresas que se reuniam para combinar preços, e 10 anos mais tarde, em 1949, revê parcialmente sua teoria, chegando a uma formulação mais próxima da que conhecemos hoje. Segundo Edwin Sutherland, a associação diferencial é o processo de apren- der alguns tipos de comportamento desviante, que requer conhecimento espe- cializado e habilidade, bem como a inclinação de tirar proveito de oportuni- dades para usá-las de maneira desviante. Tudo isso é aprendido e promovido principalmente em grupos tais como gangues urbanas ou grupos empresariais que fecham os olhos a fraudes, sonegação fiscal ou uso de informações pri- vilegiadas no mercado de capitais. Gangues não precisam de conhecimento especial, bem como os crimes de colarinhobranco, que consistem em fraudes, sonegação fiscal, uso de informações privilegiadas no mercado de ações, que são praticados envolvendo grandes valores e privilégios de informação. A van- tagem dessa teoria é que, ao contrário do positivismo, que estava centrado no perfil biológico do criminoso, tal pensamento traduz uma grande discussão dentro da perspectiva social. O homem aprende a conduta desviada e associa- -se com referência nela. O pressuposto lógico da teoria de Sutherland de aprendizagem foi dado pela ideia de organização social diferencial, que, a sua vez, se conecta com as concepções do conflito social. Nesse contexto, o crime, para Sutherland, é um comportamento aprendido no meio social nas diversas formas de associações humanas. C rim in ol og ia 30 Exercício 18. (Promotor de Justiça – MP-GO – 2010) A teoria da associação dife- rencial parte da ideia segundo a qual o crime não pode ser definido simplesmente como disfunção ou inadaptação de pessoas de classes menos favorecidas. O crime não é exclusivo dessas classes sociais. Em um segundo momento, esse conceito é superado, de modo a se falar então de uma organização diferencial e da aprendizagem dos valores criminais, o que afasta o pensamento positivista na me- dida em que permite verificar que pessoas bem-sucedidas também comentem crimes. Qual o principal idealizador desse pensamento: a) Gabriel Tarde. b) Edwin H. Sutherland. c) Yan Taylor. d) Alessandro Baratta. 3. Teoria do Etiquetamento 3.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a teoria do etiquetamento. 3.2 Síntese Também conhecida como teoria do labelling aproach, interacionismo sim- bólico, etiquetamento, rotulação ou reação social. A teoria do etiquetamento rompeu paradigmas. Ela deu um giro profundo na forma de se analisar o cri- me. Deixou de centrar estudos no fenômeno delitivo em si (ação) e passou a focar suas atenções na reação social proveniente da ocorrência de um deter- minado delito. Os principais representantes dessa linha de pensamento são Erving Goffman e Howard Becker. Segundo Becker, os grupos sociais criam os desvios ao fazerem as regras cuja infração constitui o desvio e ao aplicarem tais regras a certas pessoas em particular, qualificando-nas como marginais. Os processos de desvios, assim, podem ser considerados primários e secundários. O desvio primário correspon- de à primeira ação delitiva do sujeito, que pode ter como finalidade resolver alguma necessidade, por exemplo, econômica, ou produz-se para acomodar sua conduta às expectativas de determinado grupo, em uma subcultura. C rim in ol og ia 31 O desvio secundário se refere à repetição dos atos delitivos, ocasionados pelo etiquetamento, especialmente a partir da associação forçada do indivíduo com outros sujeitos delinquentes. Deslocando o problema criminológico do plano de ação para o da reação social – dos bad actors para os powerful reac- tors – o labelling erige as “audiências sociais em variáveis críticas do estudo da deviance”, segundo a expressiva formulação de Erikson. Noutros termos, toda a investigação interacionista gravita em torno da problematização da estigma- tização, assumida como variável dependente, ou como variável independente. Exercício 19. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) A vertente do pensamento criminológico cujo interesse e consequente objeto de investigação fixam-se nos processos de criminalização, em detrimento da pessoa do delinquente e do seu meio, reporta-se à(s) teorias(s): a) Da contenção. b) Da aprendizagem social (social leaming). c) Do etiquetamento (labelling approach). d) Do controle social. e) Da conformidade diferencial. 4. Janelas Quebradas – Tolerância Zero 4.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a política da tolerância zero. 4.2 Síntese Em julho de 1994, o prefeito recém-eleito de Nova York, Rudolf Giu- liani, e seu chefe de polícia, William Bratton, começaram a implantar uma estratégia de policiamento baseada na manutenção da ordem, enfatizando o combate ativo e agressivo de pequenas infrações – a grande maioria, quando muito, meros atos desviantes, como estudados na criminologia – contra a qualidade de vida, como pichação, urinar nas ruas, beber em público, catar papel, mendicância e prostituição. A política, que ficou conhecida como a iniciativa de qualidade de vida (quality-of-life initiative), foi baseada nos C rim in ol og ia 32 escritos e estudos de James Q. Wilson, George L. Kelling e Wesley G. Sko- gan. Segundo eles, pequenos delitos (como vadiagem, jogar lixo nas ruas, beber em público, catar papel e prostituição), se tolerados, podem levar a crimes maiores. A ideia não é complexa e faz adaptação do ditado popular “quem rouba um ovo, rouba um boi” (Wacquant, 2001, p. 25): se um crimi- noso pequeno não é punido, o criminoso maior se sentirá seguro para atuar na região da desordem. Quando uma janela está quebrada e ninguém con- serta, é sinal de que ninguém liga para o local; logo, outras janelas serão que- bradas. A espetacular queda do crime em Nova York é apontada como prova irrefutável de que a teoria funciona. Entretanto, ela diz muito pouco, senão nada, sobre a Broken Windows Theory. Basta ver que outras grandes cidades ao longo dos EUA experimentaram uma queda notável da criminalidade ao longo dos anos 90. Muitas delas – incluindo Boston, Houston, Los Angeles, St. Louis, San Diego, San Antonio, San Francisco e Washington, D.C. – com índices maiores que os de Nova York, sem que tivessem implementado a mesma política. Nova York teve uma queda de 51% na taxa de homicídios no período de 1991 a 1996; Houston, 69%; Pittsburgh, 61%; Nova York ficou em quinto lugar (Joanes, 1999, p. 303). O que é marcante é que nenhuma dessas outras cidades implantou a política Wilson e Kelling. Algumas, aliás, fizeram o contrário. A implantação da política de Wilson e Kelling, implicava em elevados cus- tos na preparação da polícia, e também em grandes ações contra as minorias (pobres, negros e latinos). Exercício 20. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) O movimento “Lei e Ordem” e a teoria das “janelas quebradas” (broken windows) defendem que pequenas infrações, quando tolera- das, podem levar à prática de delitos mais graves. O texto acima se refere à: a) Criminologia Radical. b) Defesa Social. c) Tolerância Zero. d) Escola Retribucionista. e) Lei de Saturação Criminal. C rim in ol og ia 33 5. Teorias Macrossociológicas: Anomia 5.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a anomia. 5.2 Síntese Anomia significa ausência de normas. É uma situação social em que falta coesão e ordem, especialmente no tocante a normas e valores. Como exemplo, podemos mencionar Nova Orleans, que em consequência de uma catástrofe natural, ocorreram vários saques a estabelecimentos comerciais. A anomia pode ocorrer de várias formas. Se as normas são definidas de for- ma ambígua, ou são implementadas de maneira causal e arbitrária, se uma ca- lamidade como a guerra rompe os laços sociais habituais da vida em sociedade e cria uma situação em que se torna obscuro saber quais normas têm aplicação; ou se um sistema é organizado de tal forma que promove o isolamento e a au- tonomia do indivíduo a ponto de as pessoas se identificarem muito mais com seus próprios interesses do que com os do grupo ou da comunidade como um todo, o resultado poderá ser a anomia, ou falta de normas. A teoria da anomia foi, pela primeira vez, enunciada por Robert Merton, em 1938, num artigo publicado na American Sociological Review, sob o título de Social Structure and Anomie. Noutros termos, o crime é, segundo Merton, uma das formas individuais de adaptação no quadro de uma sociedade agônica em torno de meios escassos. Para Merton, isso se dá quando o indivíduo sofre bombardeamento de normas culturais, que implicam na aquisição de bens ma- teriais para serem atingidas, mas com o salário que se ganha e os meios que setem, não há como atingir tais metas culturais, o que leva à prática de crimes. A grande maioria das pessoas aceitam as regras. São conformistas e buscam os meios sociais legítimos de ascensão social. A anomia, segundo Merton, pode ser classificada em relação ao seus modos de adaptação, da seguinte forma: • Conformidade: aceita-se as metas culturais e regras sociais. • Inovação: aceita-se as metas culturais, mas não as regras sociais. Para Merton, os criminosos querem atingir as metas culturais desrespeitando as regras. • Ritualismo: aceita os meios institucionalizados, mas ignora as regras. • Evasão: não adere às metas sociais, e nem às metas culturais, nem aos meios institucionais. Ex.: andarilhos, drogados habituais. Não querem praticar crimes e não têm metas, nem meios de alcançar as metas sociais. C rim in ol og ia 34 • Rebelião: o indivíduo quer derrubar o poder para atingir as metas cul- turais, uma vez que não as aceita, como também não aceita as normas sociais. Exercício 21. (Ministério Público de Goiás. Promotor de Justiça – MP-GO – 2010) Com base na criminologia contemporânea majoritária (perspectiva etiológica), assinale a alternativa incorreta: a) A teoria do etiquetamento, proposta por Becker, destaca a im- portância do estudo de psicopatas para a compreensão do fenô- meno delitivo. b) A teoria ecológica ou da desorganização social aponta para o meio físico (principalmente, o bairro) na compreensão do fenô- meno delitivo. c) Para as teorias da aprendizagem, alguém primeiro se agrupa com sujeitos que cumprem as normas ou não, e isso influi de- cisivamente em que seu próprio comportamento seja respeitoso ou desviado. d) A teoria da anomia, a partir da formulação de Durkheim, suge- re que tanto as crises econômicas como as épocas de aumento inesperado de bem-estar têm influência agravante na taxa de criminalidade. 6. Teoria Macrossociológica: Subcultural 6.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos a teoria subcultural. 6.2 Síntese O criador dessa teoria foi o sociólogo norte-americano Albert K. Cohen e teve como marco o ano de lançamento de seu livro Delinquent boys, em 1955. A subcultura é uma cultura associada a sistemas sociais (incluindo sub- grupos) e categorias de pessoas (tais como grupos étnicos) que fazem parte de sistemas mais vastos, como organizações formais, comunidades ou sociedades. Bairros étnicos urbanos – variando de indianos em Londres e mulçumanos C rim in ol og ia 35 em Paris, e americanos em Hong Kong ou chineses em Nova York – compar- tilham frequentemente de linguagens, ideias e práticas culturais que diferem das seguidas pela comunidade geral, mas, ao mesmo tempo, sofrem pressão para conformar-se, em certo grau, à cultura mais vasta na qual está enraizada a subcultura. O mesmo fato pode acontecer também em sistemas sociais meno- res, como grandes empresas, departamentos do governo ou unidades militares, que se aglutinam muitas vezes em torno de interesses especializados ou de laços criados por interações diárias e interdependência mútua. Ex.: subcultura policial, onde qualquer conduta inadequada dentro da corporação é mantida em segredo. A conduta delitiva para as teorias subculturais – diferentemente do que sustentavam as teses ecológicas – não seria produto da desorganização ou da ausência de valores, senão reflexo e expressão de outros sistemas de normas e valores distintos: os subculturais. Teria, portanto, um respaldo normativo. Para a teoria subcultural delinquente, a sociedade não é monolítica, e sim um mosaico, a reunião de todas as subculturas. Exercício 22. (Polícia Civil de São Paulo. Inspetor de Polícia – São Paulo – 2008) O pensamento criminológico que professava, dentre seus postula- dos, a “semelhante estrutural, em sua gênese de comportamento re- gular e irregular” (Antônio García-Pablos de Molina) reporta-se à(s) teorias(s): a) Da anomia. b) Subculturais. c) Ecológicas. d) Da desorganização social. e) Do controle social. 7. Cifras de Criminalidade 7.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos as cifras da criminalidade. 7.2 Síntese Regra geral, os governos trabalham apenas com um tipo de cifra de crimi- nalidade. São as conhecidas “cifras oficiais” dos crimes, que são levados ao C rim in ol og ia 36 conhecimento do Estado. Elas resultam de levantamentos feitos nos boletins de ocorrência das polícias, inquéritos policiais, denúncias do Ministério Públi- co e sentenças judiciais criminais. A cifra oficial, muitas vezes, não reflete a realidade dos crimes que efetiva- mente ocorreram, uma vez que estatísticas podem ser camufladas para atender a ideais políticos, como também pode haver uma má apuração do crime. Po- rém, o crime não termina de uma hora para outra, o que pode levar anos para acontecer. O governo se utiliza das cifras oficiais para estatística de crimes, mas a maioria deles não chega ao conhecimento do Estado, o que dá origem às cifras negras. As cifras negras são aquelas que não chegam ao conhecimento do Estado e que ocorrem na maioria dos crimes pequenos e médios. Há diversas causas pelas quais os crimes não chegam ao conhecimento do Estado, entre elas, o crime ser de menor potencial ofensivo, a vítima pode não acreditar na resposta estatal, ou chegou a acordo com o infrator em esfera cível, e até mesmo medo da exposição e das consequências da denúncia à sua segurança. Pode-se mencionar também as cifras douradas: são aquelas praticadas nos crimes de colarinho branco. No geral, são praticadas por pessoas poderosas eco- nômica ou politicamente. Em alguns casos são pessoas com “boa reputação” e status social. Exercício 23. (Polícia Civil de São Paulo. Escrivão de Polícia – São Paulo – 2010) O termo cifra dourada é indicativo: a) Dos crimes praticados por membros da realeza. b) Da violência doméstica ocorrida nas classes altas e não relatadas à polícia. c) Dos crimes esclarecidos mediante a oferta de uma recompensa. d) Do número de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o narcotráfico. e) Dos crimes denominados de “colarinho branco”. 8. Fenômeno do Bullying 8.1 Apresentação Nesta unidade, estudaremos o fenômeno bullying. C rim in ol og ia 37 8.2 Síntese Bullying é uma palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá- -la sob tensão (Fante, 2005, p. 27); termo que conceitua os comportamentos agressivos e antissociais, utilizado pela literatura psicológica anglo-saxônica nos estudos sobre a violência escolar. Dan Olweus, na cidade de Bergem, Escandinávia, na década de 70, co- meçou a pesquisar o fenômeno, procurando desvendar o porquê em países de grande desenvolvimento, como Suécia, Noruega e Dinamarca, havia um índice muito grande de suicídio. Dan Olweus, aplicou questionários em vários países da Europa perguntan- do o porquê aquilo ocorria, e descobriu o Bullying. O bullying tem os seguintes critérios de identificação: • Ações repetitivas contra a mesma vítima: uma briga isolada na porta da escola; um ato isolado, não se caracteriza como bullying. • Desequilíbrio de poder: dificulta a defesa da vítima. Pode ser quantitati- vo, três ou mais agressores contra uma vítima, ou qualitativo, dois agresso- res contra duas vítimas que não oferecem resistência. Os agressores nunca atacam alguém com mesmo porte físico que possa oferecer resistência. • Ausência de motivos que justifiquem os ataques: a vítima é eleita, sem ter ocasionado um motivo específico. Geralmente são obesos, portado- res de necessidades especiais, alunos que se destacam pela inteligência, diversidade religiosa ou etnia diferente. Os sujeitos envolvidos no bullying são os agressores, vítimas, e expectadores silenciosos. Alguns autores incluem também a vítima agressora, que consiste na pessoa que foi vítima no passado, e mudou de lado. Ex.: prática cultural de trote na faculdade, onde a agressão está embutida no contexto cultural. Pode--se mencionar também as escolas militares, onde é comum o espancamento e humilhação dos novos alunos. O bullying pode ocasionar os seguintes efeitos nas vítimas: • Queda no rendimento escolar, devido a motivos como furto de seus objetos, mensagens ameaçadoras, ataques em redes sociais. • Pedem para mudar de escola e até de cidade. • Alteração de humor: depressão. • Baixa autoestima, a pessoa passa a ter péssima visão de si. • Depressão. • Suicídio. • Reações violentas como o homicídio de colegas e professores. • Concorrência para o crime. Segundo pesquisa realizada nos Estados Unidos, 60% dos agressores até os 24 anos de idade, tiveram condena- ção criminal e 40%, três ou mais condenações. C rim in ol og ia 38 Exercício 24. (Ministério Público de Minas Gerais. Promotor de Justiça. 2008/2009) Marque a alternativa incorreta: a) A prática do bullying configura-se em uma atividade saudável ao desenvolvimento da sociedade, pois que investe no bom relacio- namento entre as pessoas. b) As principais áreas do estudo do criminólogo são: o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. c) A teoria do etiquetamento diz respeito aos processos de criação dos desvios. d) A criminologia da reação social procura expor de forma clara e precisa que o sistema penal existente nada mais é do que uma maneira de dominação social. e) A cifra negra pode ser concebida, resumidamente, no fato de que nem todos os crimes praticados chegam ao conhecimento oficial do Estado. C rim in ol og ia 39 Gabarito 1. Letra A. 2. Letra E. 3. Letra C. 4. Letra E. 5. Letra C. 6. Letra C. 7. Letra B. 8. São os três pilares da moderna ciência criminal. São interli- gados e interdependentes. Foi Von Liszt quem primeiro fez essa proposta, que foi retoma- da por Figueiredo Dias. Vamos a elas: A criminologia fornece substrato empírico do sistema, seu fundamento científico. Po- lítica Criminal: transformar a experiência criminológica em opções e estratégias concretas de controle da criminalidade. Direito Penal: encarrega-se de converter o saber criminológico esgrimido pela política criminal em proposições jurídicas, gerais e obrigatórias. 9. Letra B. 10. Letra A. 11. Letra B. 12. Letra E. 13. Letra D. 14. Letra A. 15. Letra A. 16. Letra C. 17. Letra D. 18. Letra B. 19. Letra C. 20. Letra C. 21. Letra A. 22. Letra B. 23. Letra E. 24. Letra A.
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