Buscar

CPC 00 - Estrutura Conceitual 2020

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
O Professor Gabriel Rabelo é Auditor Fiscal da Secretaria da 
Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, aprovado também, entre 
outros concursos, em primeiro lugar para o concurso de Auditor 
Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Espírito Santo, aos 21 
anos. 
Autor do Livro Contabilidade Avançada Facilitada para Concursos e 
Professor para Concursos e Exames há mais de 10 anos. 
Criador do Instagram @contabilidadefacilitada, a maior rede social 
da área contábil no país. 
Criador dos sites CFC De A a Z e Passei EQT, preparatórios para os 
Exames de Suficiência e Exame de Qualificação Técnica para 
Auditor Independente e Perito Contábil. 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 3 
 
Lançamos um novo material para quem estuda Contabilidade para Concursos 
Contábeis, Fiscais, da Área de Controle (TCs), Polícia Federal, entre outros. 
 
Sabemos que contabilidade é uma disciplina que você só aprende através da 
prática de centenas e centenas de questões. 
 
Por isso, fizemos esse E-book de 1.000 Questões Comentadas de Contabilidade 
Geral, com 1.000 páginas. Ele está atualizado de acordo com o Novo CPC 00 e já 
com questões de 2020. 
 
E o valor é acessível a todos. 
 
Mas, antes, se matriculando, além do E-Book, você terá um bônus bem legal: 
Resumo dos Principais CPCs em Vídeo. Isso mesmo! Os principais CPCs em vídeo 
resumidos para você. 
 
Bônus: Resumo dos Principais CPCs em vídeo. 
 
Como você está baixando este material, nós faremos uma grande promoção para 
você, o valor sairá de R$ 97 por R$ 79,00. 
Você pode parcelar em até 10x, o que dá menos do que um sorvete na sorveteria 
mais próxima da sua casa. 
Investir em conhecimento, 
por um valor totalmente acessível! 
E o material é seu. 
Isso é: não tem prazo de validade e você poderá 
baixar o PDF e ver os vídeos online quantas vezes 
quiser (os vídeos não podem ser baixados). 
Para se matricular com o preço promocional, 
até quarta-feira, basta utilizar o 
 
CUPOM EBOOK1000 (tudo em maiúsculo). 
 
O link para matrícula é: https://hotm.art/1000-q 
 
https://hotm.art/1000-q
 
 
 
 4 
SUMÁRIO 
 
 NBC TG 00 – A norma mais cobrada no Exame ........................................................................................................................................................ 4 1
 Introdução ................................................................................................................................................................................................................ 5 2
 Objetivo, Utilidade e Limitações do Relatório Financeiro para Fins Gerais .............................................................................................................. 6 3
3.1 Informações sobre recursos econômicos da entidade que reporta, reivindicações contra a entidade e alterações em recursos e 
reivindicações ................................................................................................................................................................................................................... 10 
 Desempenho Refletido pelo Regime de Competência ........................................................................................................................................... 11 4
 Capítulo 2: Características Qualitativas Da Informação Financeira Útil .................................................................................................................. 12 5
 Características Qualitativas Fundamentais ............................................................................................................................................................. 14 6
6.1 - Relevância ................................................................................................................................................................................................. 14 
6.2 Representação Fidedigna ............................................................................................................................................................................ 16 
 Características Qualitativas De Melhoria ................................................................................................................................................................ 18 7
7.1 Comparabilidade ......................................................................................................................................................................................... 18 
7.2 Verificabilidade ............................................................................................................................................................................................ 19 
7.3 Tempestividade ........................................................................................................................................................................................... 19 
7.4 Compreensibilidade ..................................................................................................................................................................................... 20 
 Restrição de Custo na Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro Útil .......................................................................................... 21 8
 Capítulo 3 – Demonstrações Contábeis e a Entidade Que Reporta ........................................................................................................................ 22 9
9.1 Entidade que reporta .................................................................................................................................................................................. 24 
 Capítulo 4: Elementos Das Demonstrações Contábeis ...................................................................................................................................... 26 10
 Posição Financeira ............................................................................................................................................................................................ 26 11
 Ativos ................................................................................................................................................................................................................ 27 12
12.1 Direitos ........................................................................................................................................................................................................ 28 
12.2 Potencial de produzir benefícios econômicos ............................................................................................................................................. 29 
12.3 Controle ....................................................................................................................................................................................................... 31 
 Passivos ............................................................................................................................................................................................................. 32 13
13.1 Obrigação .................................................................................................................................................................................................... 32 
13.2 Transferência de recurso econômico........................................................................................................................................................... 33 
13.3 Obrigação presente como resultado de eventos passados ......................................................................................................................... 34 
 Patrimônio Líquido ............................................................................................................................................................................................35 14
 Desempenho ..................................................................................................................................................................................................... 37 15
 Capítulo 5 - Reconhecimento e Desreconhecimento ........................................................................................................................................ 39 16
16.1 Processo de Reconhecimento...................................................................................................................................................................... 39 
16.2 Critérios de Reconhecimento ...................................................................................................................................................................... 40 
16.3 Relevância ................................................................................................................................................................................................... 41 
16.4 Incerteza na mensuração ............................................................................................................................................................................ 42 
16.5 Desreconhecimento .................................................................................................................................................................................... 43 
 Capítulo 6 - Mensuração ................................................................................................................................................................................... 44 17
17.1 Base de Mensuração ................................................................................................................................................................................... 44 
17.1.1 Custo Histórico ................................................................................................................................................................................. 44 
17.1.2 Valor Atual ........................................................................................................................................................................................ 46 
17.1.3 Valor Justo ........................................................................................................................................................................................ 47 
17.1.4 Valor em uso e valor de cumprimento.............................................................................................................................................. 48 
17.1.5 Custo Corrente .................................................................................................................................................................................. 49 
 Capítulo 7 – Apresentação e Divulgação ........................................................................................................................................................... 52 18
18.1 Objetivos e princípios de apresentação e divulgação .................................................................................................................................. 53 
18.2 Classificação ................................................................................................................................................................................................ 54 
18.3 Classificação de ativos e passivos ................................................................................................................................................................ 54 
18.4 Compensação .............................................................................................................................................................................................. 55 
18.5 Classificação de patrimônio líquido ............................................................................................................................................................. 55 
18.6 Demonstração do resultado e demonstração do resultado abrangente ..................................................................................................... 56 
18.7 Agregação .................................................................................................................................................................................................... 56 
 Capítulo 8 – Manutenção do Capital Físico e Financeiro ................................................................................................................................... 57 19
19.1 Conceito de capital ...................................................................................................................................................................................... 57 
 
 
 
 
 
 5 
CPC 00 – Estrutura Conceitual – Versão 2020 
Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? 
Hoje falaremos sobre a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade. Muitos não sabem, mas este 
é o assunto mais cobrado nas provas de contabilidade. E acreditamos que assim se manterá. 
A revisão 2 entrou em vigor em janeiro de 2020 e deve ser bastante explorada nas próximas provas. 
Toda a versão em vídeo desta norma poderá ser encontrada no nosso canal no Youtube: Professor 
Gabriel Rabelo. 
Um abraço. 
Prof. Gabriel Rabelo. 
@contabilidadefacilitada 
 
 Introdução 2
Vamos falar hoje sobre a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade – NBC TG 00. 
Com a Revisão 2, que entrou em vigor em janeiro, o CPC 00 passa a ter oito capítulos. 
- Capítulo 1: Objetivo do Relatório Financeiro para Fins Gerais. 
- Capítulo 2: Características Qualitativas de Informações Financeiras Úteis. 
- Capítulo 3: Demonstrações Contábeis e a Entidade que Reporta. 
- Capítulo 4: Elementos das Demonstrações Contábeis. 
- Capítulo 5: Reconhecimento e Desreconhecimento. 
- Capítulo 6: Mensuração. 
- Capítulo 7: Apresentação e Divulgação. 
- Capítulo 8: Conceitos de Capital e Manutenção do Capital. 
Quais são os principais objetivos da Estrutura Conceitual? 
 
Objetivos do CPC 00 
Auxiliar desenvolvimento 
das Normas Internacionais 
(IFRS) 
Auxiliar os preparadores 
das demonstrações 
contábeis 
Auxiliar a entender e 
interpretar os CPCs 
 
 
 
 6 
 Objetivo, Utilidade e Limitações do Relatório 3
Financeiro para Fins Gerais 
O primeiro aspecto importante que devemos compreender é que as demonstrações contábeis são 
preparadas para usuários externos em geral. Embora alguns órgãos do governo, fiscos, entre 
outros, determinem o cumprimento de certas exigências, isso não tem o condão de retirar o 
público a quem se dirige as demonstrações contábeis preparadas sob a égide da Estrutura 
Conceitual Básica: usuários externos em geral. 
As demonstrações contábeis também são úteis aos usuários internos. Todavia, elas se destinam aos 
usuários externos. 
Esses usuários se utilizarão das demonstrações para diversos fins, tais como decidir quando 
comprar e vender ações, avaliar a segurança quanto à recuperação de recursos financeiros 
emprestados à entidade, entre outros. 
1.2 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer informações financeiras 
sobre a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores por 
empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões 
referente à oferta de recursos à entidade. Essas decisões envolvem decisões sobre: 
 
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida; 
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou 
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da administração que 
afetam o uso dos recursos econômicos da entidade. 
 
1.3 As decisões descritas no item 1.2 dependem dos retornos que os existentes e 
potenciais investidores, credores por empréstimos e outros credores esperam, por 
exemplo, dividendos,pagamentos de principal e juros ou aumentos no preço de 
mercado. As expectativas dos investidores, credores por empréstimos e outros credores 
quanto aos retornos dependem de sua avaliação do valor, da época e da incerteza 
(perspectivas) de futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade e de sua 
avaliação da gestão de recursos da administração sobre os recursos econômicos da 
entidade. Investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e 
potenciais, precisam de informações para ajudá-los a fazer essas avaliações. 
Aqui, o que eu gostaria que você entendesse é que cada usuário pode utilizar das demonstrações 
de diversas formas. 
Exemplo, se eu, Gabriel, sou acionista de determinada sociedade, vou avaliar anualmente se a 
empresa continua lucrativa, se ela se mantém gerando caixa, pouco endividada e outras condições 
para que eu continue sócio do empreendimento. 
Portanto, os interesses podem ser assim explicados: 
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida; 
 
 
 
 7 
Por exemplo, se eu tenho uma determinada quantia de dinheiro para investir, quero analisar o 
retorno e também os riscos de comprar ações. Por isso, verei as demonstrações contábeis daquela 
empresa. 
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou 
Aqui, por exemplo, se a companhia Light (distribuidora de energia no Rio de Janeiro) quer fazer um 
empréstimo por debêntures, eu analisarei os balanços para ver a capacidade de pagamento da 
companhia. Verei índices de liquidez, endividamento, entre outros. 
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da administração que afetam o 
uso dos recursos econômicos da entidade. 
Então, se tenho uma parcela significativa no capital de uma empresa, poderei votar em suas 
assembleias. 
Isso caiu no Exame 2019.1 da seguinte forma: 
(Consulplan/Exame CFC/2019.1/Adaptada) 
Com base na Resolução CFC nº 1.374/2011 – NBC TG Estrutura Conceitual, as “Demonstrações 
Contábeis têm por finalidade satisfazer as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma 
vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões 
econômicas”. Considerando o disposto na referida resolução, NÃO é uma decisão econômica 
comum a maior parte dos usuários: 
A) Conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito. 
B) Exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da administração que afetam o 
uso dos recursos econômicos da entidade.. 
C) Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais. 
D) Determinar quais instrumentos de controle gerencial são melhores para mensurar o 
desempenho organizacional. 
Comentários: 
Como explicamos acima, o nosso gabarito é letra d. 
Determinar os instrumentos de controle gerencial para mensurar o desempenho organizacional 
não é uma finalidade das demonstrações contábeis. 
Gabarito  D. 
Daqui em diante: 
Relatório Financeiro de Propósito Geral  Demonstrações Contábeis 
 
Seu objetivo é fornecer informação contábil-financeira que sejam úteis aos seus usuários. 
Vamos exemplificar: 
- Acionistas e investidores  Esperam dividendos e aumento do preço de mercado das ações. 
- Credores  Esperam pagamento de juros e segurança para recebimento do principal. 
Como os acionistas e investidos podem fazer as ditas avaliações: através das demonstrações 
contábeis, principalmente. 
 
 
 
 8 
Se eu vou comprar ação de uma empresa, eu quero saber qual o retorno histórico essa empresa 
vem dando, quanto terei de lucro para os próximos anos, quais as expectativas terei para essas 
ações. As mesmas considerações valem se eu irei emprestar dinheiro para a entidade. 
Similarmente, decisões a serem tomadas por credores por empréstimos e por outros credores, 
existentes ou em potencial, relacionadas a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas 
de crédito, dependem dos pagamentos de principal e de juros ou de outros retornos que eles 
esperam. 
1.5 Muitos investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e 
potenciais, não podem exigir que as entidades que reportam forneçam informações 
diretamente a eles, devendo se basear em relatórios financeiros para fins gerais para 
muitas das informações financeiras de que necessitam. Consequentemente, eles são os 
principais usuários aos quais se destinam relatórios financeiros para fins gerais. 
O Pronunciamento enfatiza que as informações se destinam principalmente ao público externo, 
com foco nos investidores, credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada 
decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Ou seja, destinam-se principalmente 
aos financiadores da entidade, sejam os acionistas ou os credores, pois eles não podem solicitar 
informações diretamente para a entidade. 
Muitos usuários externos não podem requerer que as empresas prestem a eles diretamente as 
informações de que necessitam, devendo desse modo confiar nos relatórios contábil-financeiros 
de propósito geral, para grande parte da informação contábil-financeira que buscam. 
Consequentemente, eles são os usuários primários para quem as demonstrações contábeis são 
direcionadas. 
1.6 Contudo, relatórios financeiros para fins gerais não fornecem nem podem fornecer 
todas as informações de que necessitam investidores, credores por empréstimos e 
outros credores, existentes e potenciais. Esses usuários precisam considerar 
informações pertinentes de outras fontes, como, por exemplo, condições e expectativas 
econômicas gerais, eventos políticos e ambiente político e perspectivas do setor e da 
empresa. 
Entretanto, relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não podem atender 
a todas as informações de que necessitam os usuários, que precisam considerar informação 
pertinente de outras fontes, como, por exemplo, condições econômicas gerais e expectativas, 
eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade. 
Portanto, atente-se! As demonstrações contábeis não possuem todas as informações de que um 
investidor necessita. 
1.7 Relatórios financeiros para fins gerais não se destinam a apresentar o valor da 
entidade que reporta, mas fornecem informações para auxiliar investidores, credores 
por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, a estimar o valor da 
entidade que reporta. 
 
 
 
 9 
As informações contábil-financeiras auxiliam os usuários a estimar, mas não são elaborados para 
mostrar o valor econômico da entidade. Expliquemos. 
As demonstrações podem evidenciar os ativos e passivos (recursos e reivindicações) da entidade. 
Mas o valor econômico refere-se principalmente às expectativas quanto ao resultado futuro 
(lucro e fluxo de caixa) do que quanto à situação atual. 
Por exemplo, um investidor pode estar avaliando duas lanchonetes que possuem o mesmo valor de 
ativos e passivos. Mas uma delas pode estar ao lado de uma grande faculdade, e a outra não. Nesse 
caso, ainda que os ativos e passivos sejam semelhantes, o valor econômico (em função do 
resultado futuro) é diferente. 
Assim, cada investidor e/ou credor, usando as informações contábil-financeiras, deve avaliar, de 
acordo com suas expectativas, o valor da entidade. 
1.8 Usuários primários individuais têm necessidades e desejos de informação diferentes 
e possivelmente conflitantes. Ao desenvolver os Pronunciamentos, busca-se fornecer 
um conjunto de informações que atenda às necessidades do maior número de 
principais usuários. Contudo, concentrar-se em necessidades de informação ordinárias 
não impede que a entidade que reporta inclua informações adicionais que sejam mais 
úteis para um subconjunto específico de principais usuários. 
É tranquilo de entender. Por mais que, por exemplo, grande parte dos usuários de uma 
demonstração contábil sejam acionistas e credores, por exemplo, nada impede que a companhia 
publique informações adicionais paraque seus empregados possam ter ali algum tipo de 
informação sobre a companhia. 
1.9 A administração da entidade que reporta também está interessada em informações 
financeiras sobre a entidade. Contudo, a administração não precisa se basear em 
relatórios financeiros para fins gerais, pois ela pode obter internamente as informações 
financeiras de que precisa. 
A administração pode “beber direto da fonte”. Ela não precisa das informações contidas nas 
demonstrações contábeis para tomar decisão. 
Um fato curioso é que tendemos a achar que todos os empregados são usuários internos da 
contabilidade. Mas isso não verdade. O empregado somente será usuário interno se tiver acesso 
gerencial à informação. Caso contrário, será usuário externo. 
1.10 Outras partes, como reguladores e o público em geral, que não investidores, 
credores por empréstimos e outros credores, podem também considerar relatórios 
financeiros para fins gerais úteis. Contudo, esses relatórios não são direcionados 
essencialmente a esses outros grupos. 
Portanto, se você é Auditor Fiscal, você, no curso de uma fiscalização pode utilizar as 
demonstrações contábeis para embasar a sua auditoria. Todavia, como o Estado tem poder 
extroverso (podendo impor a sua vontade) ele não é um usuário principal da demonstração 
contábil. 
 
 
 
 10 
Neste ponto, ainda, o CPC 00 estabelece que as demonstrações contábeis são baseadas em 
estimativas, julgamentos, modelos, mas não em representações exatas. 
3.1 Informações sobre recursos econômicos da entidade que 
reporta, reivindicações contra a entidade e alterações em 
recursos e reivindicações 
1.12 Relatórios financeiros, para fins gerais, fornecem informações sobre a posição 
financeira da entidade que reporta, as quais consistem em informações sobre os 
recursos econômicos da entidade e as reivindicações contra a entidade que reporta. Os 
relatórios financeiros fornecem ainda informações sobre os efeitos de transações e 
outros eventos que alteram os recursos econômicos e reivindicações da entidade que 
reporta. Ambos os tipos de informações fornecem dados úteis para decisões referentes 
à oferta de recursos à entidade. 
O Pronunciamento destaca a principal informação obtida das demonstrações contábil-financeiras: a 
posição financeira (obtida principalmente pelo Balanço Patrimonial) e o efeito de transações e 
outros eventos que alteram os recursos econômicos (demonstração do resultado do exercício e 
demonstração do resultado abrangente). 
 
 
As informações do Balanço Patrimonial, ou seja, os recursos econômicos (ativos) e reivindicações 
(passivo) podem auxiliar os usuários a identificar a fraqueza e o vigor financeiro da empresa, 
inclusive para avaliar sua liquidez e solvência e suas necessidades em termos de financiamento. 
Já as informações sobre as mudanças nos recursos econômicos e reivindicações (Resultado do 
Exercício e Resultado Abrangente) ajudam a avaliar a performance da empresa, mostrando como a 
administração tem sido no desempenho de suas responsabilidades. São úteis também para a 
predição de retornos futuros da entidade sobre os seus recursos econômicos (função preditiva). 
 
Demonstrações 
contábeis 
Balanço 
patrimonial 
Posição 
Patrimonial 
Posição 
Financeira 
Posição 
econômica 
DRE e DRA 
 
 
 
 11 
 Desempenho Refletido pelo Regime de 4
Competência 
Texto do Pronunciamento Conceitual Básico 
1.17 O regime de competência reflete os efeitos de transações e outros eventos e 
circunstâncias sobre reivindicações e recursos econômicos da entidade que reporta 
nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos e 
recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente. Isso é importante 
porque informações sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que 
reporta e mudanças em seus recursos econômicos e reivindicações durante o período 
fornecem uma base melhor para a avaliação do desempenho passado e futuro da 
entidade do que informações exclusivamente sobre recebimentos e pagamentos à vista 
durante esse período. 
 
1.20 Informações sobre os fluxos de caixa da entidade que reporta durante o período 
também auxiliam os usuários a avaliar a capacidade da entidade de gerar futuros 
fluxos de entrada de caixa líquidos e avaliar a gestão de recursos da administração 
sobre os recursos econômicos da entidade. Essas informações indicam como a 
entidade que reporta obtém e despende caixa, incluindo informações sobre 
contratação e amortização de dívida, dividendos em dinheiro ou outras distribuições de 
caixa a investidores, e outros fatores que podem afetar a liquidez ou solvência da 
entidade. Informações sobre fluxos de caixa auxiliam os usuários a compreender as 
operações da entidade que reporta, avaliar suas atividades de financiamento e 
investimento, avaliar sua liquidez ou solvência e interpretar outras informações sobre o 
desempenho financeiro. 
Este item reafirma a importância do regime de competência para a elaboração das demonstrações 
contábil-financeiras. A utilização do Regime de Competência fornece melhor base de avaliação da 
performance passada e futura da entidade do que a informação puramente baseada em 
recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo período. 
 
 
No entanto, informações sobre os fluxos de caixa da entidade que reporta a informação durante 
um período também ajudam os usuários a avaliar a capacidade de a entidade gerar fluxos de caixa 
futuros líquidos, indicando como a empresa obtém e despende caixa, informações sobre seus 
empréstimos e resgate de títulos de dívida, dividendos e outras distribuições para seus 
investidores, e outros fatos que podem afetar a liquidez e a solvência da entidade. 
 
Regime a ser 
utilizado 
Regime de 
competência 
 
 
 
 12 
 
 
Regime de competência Ajuda a avaliar a performance da empresa 
Fluxo de caixa Ajuda a avaliar a capacidade de geração de caixa 
 
Os recursos econômicos e reivindicações da entidade podem ainda mudar por outras razões que 
não sejam resultantes de sua performance financeira, como é o caso da emissão adicional de suas 
ações. Informações sobre esse tipo de mudança são necessárias para dar aos usuários uma 
completa compreensão do porquê das mudanças nos recursos econômicos e reivindicações da 
empresa e as implicações dessas mudanças em sua futura performance financeira. 
Os ativos e passivos podem mudar não somente pelo desempenho financeiro (DRE), mas, por 
exemplo, pela emissão de instrumentos de dívidas (por exemplo, debêntures) ou emissão de novas 
ações. A companhia deve também informar quando este for o caso: 
1.21 Os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta podem sofrer 
alterações também por outras razões além do desempenho financeiro, como, por 
exemplo, a emissão de instrumentos de dívida ou de instrumentos patrimoniais. 
Informações sobre este tipo de alteração são necessárias para propiciar aos usuários 
pleno entendimento do motivo para as alterações nos recursos econômicos e 
reivindicações da entidade que reporta e das implicações dessas alterações em seu 
desempenho financeiro futuro. 
Além de todas as informações aqui ditas, a companhia também pode divulgar informações 
adicionais sobre como vem cumprindo suas responsabilidades, para provar quão eficiente e eficaz 
vem sendo na alocação dos recursos. 
 Capítulo 2: Características Qualitativas Da 5
Informação Financeira Útil 
As características qualitativas servem para dizer quais informações tendem a ser mais úteis aos 
usuários, a fim de que estes tomem decisões. 
Segundo o CPC 00: 
2.2 Relatórios financeiros fornecem informações sobre os recursos econômicos da 
entidade que reporta, reivindicações contra a entidade que reporta e os efeitos de 
transações e outros eventos e condições que alteram esses recursos e reivindicações. 
(Essas informações são referidas nesta Estrutura Conceitual como informações sobre os 
fenômenos econômicos.) Alguns relatórios financeirosincluem também material 
explicativo sobre as expectativas e estratégias da administração para a entidade que 
reporta e outros tipos de informações prospectivas. 
Em síntese, isso quer dizer que as demonstrações contábeis evidenciam os ativos (bens e direitos), 
os passivos (obrigações) e os fatos que alteram esses ativos e passivos. Muitas vezes as 
 
 
 
 13 
demonstrações contábeis podem ter também explicações, por exemplo, da administração sobre o 
ano ou um trimestre que está sendo reportado (Relatório da Administração, por exemplo). 
As características qualitativas devem ser aplicadas tanto a informações financeiras como a essas 
informações mais gerenciais, contidas nos relatórios, notas explicativas, entre outros. 
2.4 Se informações financeiras devem ser úteis, elas devem ser relevantes e representar 
fidedignamente aquilo que pretendem representar. A utilidade das informações 
financeiras é aumentada se forem comparáveis, verificáveis, tempestivas e 
compreensíveis. 
 
As características qualitativas foram divididas em duas categorias: Características qualitativas 
fundamentais (relevância e representação fidedigna) e Características qualitativas de melhoria 
(comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade) 
 
 
 
C
ar
ac
te
rí
st
ic
as
 q
u
al
it
at
iv
as
 
Fundamentais 
Relevância 
Representação 
fidedigna 
De melhoria 
Comparabilidade 
Verificabilidade 
Tempestividade 
Compreensibilidade 
 
 
 
 14 
 Características Qualitativas Fundamentais 6
2.5. As características qualitativas fundamentais são relevância e representação 
fidedigna. 
 
Vejamos como foi cobrado em prova: 
(FBC/Exame de Suficiência/CFC/2017.1) De acordo com a NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – 
ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO CONTÁBIL-
FINANCEIRO, as Características Qualitativas da informação Contábil-Financeira Útil se dividem 
em Qualitativas Fundamentais e Qualitativas de Melhoria. 
Considerando-se o exposto, é CORRETO afirmar que: 
a) a Comparabilidade, a Compreensibilidade, a Tempestividade e a Verificabilidade 
representam Características Qualitativas Fundamentais da Informação Contábil-Financeira 
Útil. 
b) a Comparabilidade, a Compreensibilidade, a Materialidade, a Relevância, a Representação 
Fidedigna, a Tempestividade e a Verificabilidade representam Características Qualitativas de 
Melhoria da informação contábil. 
c) a Materialidade, a Relevância e a Representação Fidedigna representam Características 
Qualitativas de Melhoria da informação contábil. 
d) a Relevância e a Representação Fidedigna representam Características Qualitativas 
Fundamentais da Informação Contábil-Financeira Útil. 
Gabarito  D. 
6.1 - Relevância 
Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas 
decisões que possam ser tomadas pelos usuários. 
A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se tiver valor preditivo, 
valor confirmatório ou ambos. 
A informação contábil-financeira tem valor preditivo se puder ser utilizada pelos usuários para 
predizer futuros resultados. A informação contábil-financeira não precisa ser uma predição ou uma 
projeção para que possua valor preditivo. A informação contábil-financeira com valor preditivo é 
empregada pelos usuários ao fazerem suas próprias predições. 
Características 
qualitativas 
Fundamentais 
Relevância 
Representação 
fidedigna 
 
 
 
 15 
A informação contábil-financeira tem valor confirmatório se retro-alimentar – servir de feedback 
– avaliações prévias (confirmá-las ou alterá-las). 
É importante que fique claro que uma informação pode continuar sendo relevante, mesmo que 
um ou mais usuários decidam não a levar em consideração ou se já souberem da informação por 
outra maneira. 
 
 
2.10 Os valores preditivo e confirmatório das informações financeiras estão inter-
relacionados. Informações que possuem valor preditivo frequentemente possuem 
também valor confirmatório. Por exemplo, informações sobre receitas para o ano 
corrente, que podem ser utilizadas como base para prever receitas em anos futuros, 
também podem ser comparadas a previsões de receitas para o ano corrente que 
tenham sido feitas em anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem 
ajudar o usuário a corrigir e a melhorar os processos que foram utilizados para fazer 
essas previsões anteriores. 
Continuando... 
Materialidade 
 
2.11 A informação é material se a sua omissão, distorção ou obscuridade puder 
influenciar, razoavelmente, as decisões que os principais usuários de relatórios 
financeiros para fins gerais tomam com base nesses relatórios, que fornecem 
informações financeiras sobre entidade específica que reporta. Em outras palavras, 
materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade com base na natureza 
ou magnitude, ou ambas, dos itens aos quais as informações se referem no contexto do 
relatório financeiro da entidade individual. Consequentemente, não se pode especificar 
um limite quantitativo uniforme par a materialidade ou predeterminar o que pode ser 
material em uma situação específica. 
 
A materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade, baseado na natureza ou na 
magnitude. Ou seja, o que é material para uma empresa pode não ser para outra. Não é possível 
determinar um valor ou um percentual uniforme para todas as empresas. 
Um item pode ter valor pequeno, mas ser material devido à sua natureza. 
R
el
ev
ân
ci
a 
Diferença nas 
decisões 
Valor preditivo 
Pode predizer 
futuros resultados 
Valor 
confirmatório 
Serve de feedback 
Ambos 
 
 
 
 16 
Por exemplo, se uma grande empresa inicia um novo negócio, este pode ter, originariamente, valor 
pequeno em relação às operações da empresa. Mas pode ter muito potencial de rentabilidade e 
crescimento, ou de inovação, o que justifica a sua materialidade. Continuando o exemplo, quando 
as empresas começaram a fabricar aparelhos de Blue-Ray, esse era um negócio pequeno, frente à 
operação de DVD (que já estava estabelecida). Após alguns anos, os aparelhos de DVD perderam 
um espaço relativo para os aparelhos blue-ray (que estão perdendo espaço para programas de 
streamimg, como Netflix e afins). 
6.2 Representação Fidedigna 
2.12 Relatórios financeiros representam fenômenos econômicos em palavras e 
números. Para serem úteis, informações financeiras não devem apenas representar 
fenômenos relevantes, mas também representar de forma fidedigna a essência dos 
fenômenos que pretendem representar. Em muitas circunstâncias, a essência de 
fenômeno econômico e sua forma legal são as mesmas. Se não forem as mesmas, 
fornecer informações apenas sobre a forma legal não representaria fidedignamente o 
fenômeno econômico (ver itens de 4.59 a 4.62). 
A representação fidedigna refere-se a três atributos, precisando ser completa, neutra e isenta de 
erros. Essas qualidades têm de ser maximizadas tanto quanto possível! 
Para ser completa, a informação deve conter o necessário para que o usuário compreenda o 
fenômeno sendo retratado, incluindo descrições e explicações necessárias. 
Para ser neutra, deve estar livre de viés na seleção ou na apresentação, não podendo ser distorcida 
para mais ou para menos. Ela não pode ser manipulada para aumentar a probabilidade de que as 
informações sejam recebidas de forma favorável ou desfavorável pelos usuários. 
Finalmente, ser livre de erros não significa total exatidão, mas sim que o processo para obtenção 
da informação tenha sido selecionado e aplicado livre de erros. No caso de estimativas, ela é 
considerada como tendo representação fidedigna se, além disso, o montante for claramente 
descrito como sendo estimativa e se a natureza e as limitações do processo forem devidamente 
revelados. 
 
Informação O que é 
Completa Contém o necessário para compreender o fenômeno retratado 
Neutra Não possui viés na apresentação e seleção. Não é distorcida. 
Livro de erros Não significaexatidão, mas escolha dos métodos corretos 
 
Prudência! Atenção! 
 
A prudência havia sido retirada da última versão do CPC 00, pois era incompatível com a 
neutralidade. Isto é, quando você deixava ao elaborador das demonstrações contábeis a 
possibilidade de ser ou não prudente, isso poderia enviesar demais as demonstrações contábeis. 
Todavia, na revisão que ocorreu em 2020, a prudência está de volta, com o seguinte teor: 
 
 
 
 17 
2.16. A neutralidade é apoiada pelo exercício da prudência. Prudência é o exercício de 
cautela ao fazer julgamentos sob condições de incerteza. O exercício de prudência 
significa que ativos e receitas não estão superavaliados e passivos e despesas não estão 
subavaliados. Da mesma forma, o exercício de prudência não permite a subavaliação de 
ativos ou receitas ou a superavaliação de passivos ou despesas. Essas divulgações 
distorcidas podem levar à superavaliação ou subavaliação de receitas ou despesas em 
períodos futuros. 
Portanto, a prudência deve ser observada quando da elaboração das demonstrações contábeis. 
Vejam a questão seguinte, que caiu no Exame do CFC em 2017. 
(FBC/Exame de Suficiência/CFC/2017.1) Uma Empresa Individual de Responsabilidade 
Limitada possui um único proprietário, que exige do Profissional da Contabilidade responsável 
que ignore os ajustes relacionados às estimativas de perdas econômicas, para que não afetem 
o resultado. 
Segundo o proprietário: 
As estimativas de perdas previstas no conjunto normativo, assim como a redução ao Valor 
Realizável Líquido, Redução ao Valor Recuperável e com Créditos de Liquidação Duvidosa não 
são dívidas, ou seja, não serão pagas, e refletem apenas reduções nos benefícios dos ativos, o 
que interessa apenas a mim, especificamente. 
Considero ainda inadequado o seu reconhecimento no resultado, pois será reduzido o lucro 
ou o prejuízo aumentado, pois o Fisco não admite a sua dedutibilidade. 
Afinal, sou o proprietário e o Gestor, portanto, como usuário principal, minhas necessidades é 
que devem ser atendidas. 
Considerando-se a NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA 
ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO, é CORRETO afirmar que 
o Profissional da Contabilidade: 
a) deve aceitar as exigências do proprietário, afinal não há risco fiscal no atendimento à 
necessidade manifestada pelo proprietário, que é o usuário principal; dessa forma, estaria 
agindo de acordo com a Característica Qualitativa da Compreensibilidade. 
b) deve acatar as exigências do proprietário, pois os casos mencionados são estimativas, logo, 
o seu atendimento, não marcado por uma transação efetiva, representa a perda da 
Característica Qualitativa da Objetividade. 
c) não pode atender às exigências do proprietário; se o fizer, a informação contábil perderá a 
Característica de Representação Fidedigna, marcada pela neutralidade. 
d) não pode atender às exigências do proprietário, se o fizer, a informação contábil perderá a 
Característica Qualitativa da Prudência, inerente à profissão contábil. 
Comentários: 
Vejam! O proprietário desta empresa quer que o contador ignore componentes que são de 
reconhecimento obrigatório pela legislação, tornando as demonstrações contábeis 
enviesadas. 
 
 
 
 18 
Ao fazer isso, estamos ferindo uma característica qualitativa de melhoria, que é a 
representação fidedigna. 
Lembre-se de que a informação deve ser completa, NEUTRA e livre de erro. 
Gabarito  C. 
 Características Qualitativas De Melhoria 7
2.23 Comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade 
são características qualitativas que melhoram a utilidade de informações que sejam 
tanto relevantes como forneçam representação fidedigna do que pretendem 
representar. As características qualitativas de melhoria podem também ajudar a 
determinar qual de duas formas deve ser utilizada para representar o fenômeno caso se 
considere que ambas fornecem informações igualmente relevantes e representação 
igualmente fidedigna desse fenômeno. 
7.1 Comparabilidade 
2.24 As decisões dos usuários envolvem escolher entre alternativas, como, por 
exemplo, vender ou manter o investimento, ou investir em uma ou outra entidade que 
reporta. Consequentemente, informações sobre a entidade que reporta são mais úteis 
se puderem ser comparadas a informações similares sobre outras entidades e a 
informações similares sobre a mesma entidade referentes a outro período ou a outra 
data. 
 
 
2.25 Comparabilidade é a característica qualitativa que permite aos usuários identificar 
e compreender similaridades e diferenças entre itens. 
 
Diferentemente de outras características qualitativas, a comparabilidade não está relacionada com 
um único item. A comparação requer no mínimo dois itens. Um usuário pode, por exemplo, 
comparar as receitas geradas em um ano com as receitas do ano atual. 
Galera, cabe lembrar aqui que, segundo a Lei 6.404: 
Comparabilidade 
Outras entidades 
similares 
Outros períodos 
da mesma 
entidade 
 
 
 
 19 
Art. 176, § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos 
valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. 
 
Continuando... 
2.26. Consistência, embora esteja relacionada com a comparabilidade, não significa o 
mesmo. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, 
seja de período a período na entidade que reporta ou em um único período entre 
diferentes entidades. Comparabilidade é a meta; a consistência auxilia a alcançar essa 
meta. 
 
2.27 Comparabilidade não é uniformidade. Para que informações sejam comparáveis, 
coisas similares devem parecer similares e coisas diferentes devem parecer diferentes. 
A comparabilidade de informações financeiras não é aumentada fazendo-se que coisas 
diferentes pareçam similares, tanto quanto se fazendo que coisas similares pareçam 
diferentes. 
 
 
 
Comparabilidade 
Comparação de informações com entidades similares e outros 
períodos da mesma entidade 
Consistência: uso dos mesmos métodos para os mesmos itens 
Comparabilidade não significa uniformidade 
7.2 Verificabilidade 
2.30 A capacidade de verificação ajuda a garantir aos usuários que as informações 
representem de forma fidedigna os fenômenos econômicos que pretendem 
representar. Capacidade de verificação significa que diferentes observadores bem 
informados e independentes podem chegar ao consenso, embora não a acordo 
necessariamente completo, de que a representação específica é representação 
fidedigna. Informações quantificadas não precisam ser uma estimativa de valor único 
para que sejam verificáveis. Uma faixa de valores possíveis e as respectivas 
probabilidades também podem ser verificadas. 
 
Verificabilidade Diferentes observadores podem chegar a um consenso. 
7.3 Tempestividade 
2.33 Tempestividade significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões a 
tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões. De modo geral, quanto 
mais antiga a informação, menos útil ela é. Contudo, algumas informações podem 
 
 
 
 20 
continuar a ser tempestivas por muito tempo após o final do período de relatório 
porque, por exemplo, alguns usuários podem precisar identificar e avaliar tendências. 
 
Tempestividade Ter informação disponível a tempo de poder influenciar nas decisões 
7.4 Compreensibilidade 
2.34 Classificar, caracterizar e apresentar informações de modo claro e conciso as torna 
compreensíveis. 
 
2.35 Alguns fenômenos são inerentemente complexos e pode não ser possível tornar a 
sua compreensão fácil. Excluir informações sobre esses fenômenos dos relatórios 
financeiros pode tornar mais fácil a compreensão das informações contidas nesses 
relatórios financeiros. Contudo, esses relatórios seriam incompletos e, portanto, 
possivelmente distorcidos. 
 
2.36 Relatórios financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento 
razoável das atividades comerciais e econômicase que revisam e analisam as 
informações de modo diligente. Algumas vezes, mesmo usuários bem informados e 
diligentes podem precisar buscar o auxílio de consultor para compreender informações 
sobre fenômenos econômicos complexos. 
 
Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento razoável de 
negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a informação diligentemente. 
Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes podem sentir a necessidade de procurar 
ajuda de consultor para compreensão da informação sobre um fenômeno econômico complexo. 
 
Resumindo as informações 
Características qualitativas de melhoria 
Comparabilidade 
Comparação de informações com entidades similares e outros 
períodos da mesma entidade 
Consistência: uso dos mesmos métodos para os mesmos itens 
Comparabilidade não significa uniformidade 
Verificabilidade Diferentes observadores podem chegar a um consenso. 
Tempestividade Ter informação disponível a tempo de poder influenciar nas decisões 
Compreensibilidade Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e 
concisão torna-a compreensível. 
 
As características qualitativas de melhoria devem ser maximizadas na extensão possível. 
Entretanto, as características qualitativas de melhoria, quer sejam individualmente ou em grupo, 
 
 
 
 21 
não podem tornar a informação útil se dita informação for irrelevante ou não for representação 
fidedigna. 
Mapa resumo das características qualitativas de acordo com o CPC 00 
 
 
 
 Restrição de Custo na Elaboração e Divulgação 8
de Relatório Contábil-Financeiro Útil 
2.39 O custo é uma restrição generalizada sobre as informações que podem ser 
fornecidas pelo relatório financeiro. O relatório de informações financeiras impõe 
custos, e é importante que esses custos sejam justificados pelos benefícios de 
apresentar essas informações. Há vários tipos de custos e benefícios a serem 
considerados. 
 
O custo para gerar a informação é uma restrição, que impede a geração de toda a informação 
considerada relevante para o usuário. Se divulgar uma informação é mais caro do que a 
informação propriamente dita, pode ser que seja necessário avaliar se essa decisão é mesmo 
necessária para a divulgação das demonstrações contábeis. Assim, é necessária a consideração da 
relação custo-benefício da informação, por parte dos órgãos normatizadores e também por parte 
de quem elabora as demonstrações contábeis. 
 
 
 
 22 
 Capítulo 3 – Demonstrações Contábeis e a 9
Entidade Que Reporta 
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações financeiras sobre os ativos, 
passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade. 
3.3 Essas informações são fornecidas: 
 
(a) no balanço patrimonial, ao reconhecer ativos, passivos e patrimônio líquido; 
(b) na demonstração do resultado e na demonstração do resultado abrangente, ao 
reconhecer receitas e despesas; e 
(c) em outras demonstrações e notas explicativas, ao apresentar e divulgar informações 
sobre: 
(i) ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas reconhecidos, incluindo 
informações sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes desses ativos e passivos 
reconhecidos; 
(ii) ativos e passivos que não foram reconhecidos (ver item 5.6), incluindo informações 
sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes deles; 
(iii) fluxos de caixa; 
(iv) contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio e distribuições a eles; e 
(v) os métodos, premissas e julgamentos utilizados na estimativa dos valores 
apresentados ou divulgados, e mudanças nesses métodos, premissas e julgamentos. 
 
Informações 
Balanço Patrimonial 
Ativo 
Passivo 
PL 
DRE e DRA 
Receitas 
Despesas 
Outras 
demonstrações e 
NEs 
Explicações 
Ativos e passivos 
não reconhecidos 
Fluxo de caixa 
Métodos utilizados, 
premissas, 
julgamentos 
Obtidas 
 
 
 
 23 
As demonstrações contábeis são elaboradas em um período de tempo específico (no mínimo 
anualmente, segundo o CPC 26). 
Além disso, deve haver informação comparativa de ao menos um período. 
As demonstrações contábeis são elaboradas do ponto de vista da entidade e não sob o enfoque de 
investidores, credores, acionistas específicos. 
Premissa de Continuidade Operacional 
 
3.9 As demonstrações contábeis são normalmente elaboradas com base na suposição 
de que a entidade que reporta está em continuidade operacional e continuará em 
operação no futuro previsível. Assim, presume-se que a entidade não tem a intenção 
nem a necessidade de entrar em liquidação ou deixar de negociar. Se existe essa 
intenção ou necessidade, as demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas 
em base diferente. Em caso afirmativo, as demonstrações contábeis descrevem a base 
utilizada. 
 
O “princípio”1 da continuidade está diretamente ligado à avaliação dos ativos e passivos da 
empresa. 
Basicamente, todo o ativo fica registrado inicialmente por valores de entrada. Por exemplo, as 
máquinas e equipamentos ficam registrados pelos valores que a empresa pagou, menos a 
depreciação acumulada e eventual ajuste para perdas. Esse critério de avaliação é válido em 
função da continuidade esperada da empresa. 
Se não houver continuidade (se a empresa for fechar as portas), aí não importa mais quanto a 
empresa pagou pelas máquinas; interessa saber por quanto elas serão vendidas. 
Assim, na ausência de continuidade, saímos de uma contabilidade basicamente a preços de entrada 
para uma contabilidade a preços de saída. 
No caso do Passivo, se a empresa tiver dívidas a longo prazo e houver descontinuidade, as dívidas 
passam a ter vencimento antecipado (ninguém vai ficar com dívidas de uma empresa fechada; se 
houver falência, os credores irão se habilitar junto à massa falida, enfim, vão tomar as providências 
necessárias para receber a dívida). 
 
 
1 Atenção! A expressão está sendo utilizada entre aspas, pois é de conhecimento amplo que a Resolução CFC 
750/93, que tratava dos princípios de contabilidade, foi revogada. Todavia, o CPC 00 mantém a estrutura desses 
princípios. 
Premissa da continuidade 
Empresa vai continuar em 
operação (preços de entrada) 
Se houver previsão de fim, 
utilizamos preços de saída 
 
 
 
 24 
9.1 Entidade que reporta 
3.10 A entidade que reporta é a entidade que é obrigada a, ou decide, elaborar 
demonstrações contábeis. A entidade que reporta pode ser uma única entidade ou 
parte da entidade ou pode compreender mais de uma entidade. Uma entidade que 
reporta não é necessariamente uma entidade legal. 
A entidade que reporta é aquela que está apresentando as demonstrações contábeis. 
Não necessariamente é uma pessoa jurídica. A consolidação de várias entidades, por exemplo, não 
necessariamente exige que seja uma única companhia LEGALMENTE. 
A consolidação, conforme o Manual de Contabilidade Societária – FIPECAFI, é uma aplicação 
clássica da primazia da essência sobre a forma. 
Neste escopo, vai o CPC 00: 
3.11 Às vezes, a entidade (controladora) tem o controle sobre outra entidade 
(controlada). Se a entidade que reporta compreende tanto a controladora como suas 
controladas, as demonstrações contábeis da entidade que reporta são denominadas 
“demonstrações contábeis consolidadas” (ver itens 3.15 e 3.16). Se a entidade que 
reporta é apenas a controladora, as demonstrações contábeis da entidade que reporta 
são denominadas “demonstrações contábeis não consolidadas” (ver itens 3.17 e 3.18). 
Portanto, aqui no Brasil, geralmente quando vamos olhar as demonstrações contábeis de empresas 
temos as demonstrações consolidadas e as demonstrações da controladora. 
Isso praticamente não ocorre em outros países, como os Estados Unidos. 
 
 
 
Fonte: http://ri.ambev.com.br/ 
Pode ocorrer também de que duas entidades que não tenham vínculo de controladora-controlada 
apresentem as demonstrações conjuntamente. Neste caso, as demonstraçõescontábeis são 
denominadas demonstrações combinadas. 
http://ri.ambev.com.br/
 
 
 
 25 
 
As demonstrações consolidadas apresentam as demonstrações contábeis de um grupo como se 
fosse somente uma única entidade. 
As demonstrações consolidadas não têm por objetivo fornecer informações sobre cada controlada 
separadamente, mas sim do grupo. 
Caso você queira informações separadas de controladas, deve procurar nas demonstrações 
específicas destas. 
3.18 As informações fornecidas nas demonstrações contábeis não consolidadas 
normalmente não são suficientes para atender às necessidades de informações de 
investidores, mutuante e outros credores, existentes e potenciais, da controladora. 
Consequentemente, quando demonstrações contábeis consolidadas são requeridas, 
demonstrações contábeis não consolidadas não podem substituir demonstrações 
contábeis consolidadas. Não obstante, a controladora pode ser obrigada a, ou escolher, 
elaborar demonstrações contábeis não consolidadas adicionalmente às demonstrações 
contábeis consolidadas. 
 
Controladora e 
Controlada 
Demonstrações 
Consolidadas 
Somente Controladora 
Demonstrações 
Individuais 
Não são controladora e 
controlada 
Demonstrações 
combinadas 
 
 
 
 26 
 Capítulo 4: Elementos Das Demonstrações 10
Contábeis 
Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição financeira no balanço são os 
ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Os elementos diretamente relacionados com a 
mensuração do desempenho financeiro na demonstração do resultado são as receitas e as 
despesas. 
 
 
 Posição Financeira 11
As definições que se apresentam a seguir são, indubitavelmente, as mais importantes (deste tema) 
para a prova. Portanto, tratem de entendê-las e decorá-las. 
Importantíssimo – Tabela que consta do CPC 00: 
 
Comecemos pelo ativo. 
El
em
en
to
s 
re
la
ci
o
n
ad
o
s 
Mensuração 
Posição Financeira 
Ativo 
Passivo 
Patrimônio Líquido 
Desempenho 
Financeiro 
Receitas 
Despesas 
 
 
 
 27 
Exemplificando. A empresa X comprou a mercadoria Y. Esta mercadoria atende a definição de 
ativo?! 
Vamos ver: 
1) É um recurso econômico controlado pela entidade? Sim, pois ela faz o que bem entender desta 
mercadoria, cujo título jurídico, a propriedade, lhe pertence. 
2) É resultado de evento passado? Sim. O evento passado é a própria compra desta mercadoria. 
3) Se espera benefício econômico futuro? Sim. Com a venda de mercadoria, se espera que seja 
gerado lucro para a empresa. 
Pronto! Fácil não? 
Passivo é obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de 
eventos passados. 
Por exemplo, se temos um montante de R$ 1.000 de salários a pagar. Vamos ver se essa conta 
atende a definição de passivo? 
É uma obrigação presente da entidade? Sim, pois dela pode ser exigida. 
É derivada de eventos já ocorridos? Sim, pois os funcionários já prestaram serviços. 
A liquidação desta dívida será feita por recursos que poderiam gerar benefícios econômicos? Sim, 
como a conta caixa, por exemplo. 
Já o patrimônio líquido pode ser encontrado pela diferença entre o ativo e o passivo de uma 
entidade. O PL é nada mais que o capital próprio empregado nas atividades empresariais. 
Da equação básica da contabilidade temos que: 
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo Exigível 
 Ativos 12
4.3 Ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado 
de eventos passados. 
 
4.4 Recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios 
econômicos. 
 
4.5 Esta seção discute três aspectos dessas definições: 
 
(a) direito (ver itens de 4.6 a 4.13); 
(b) potencial de produzir benefícios econômicos (ver itens de 4.14 a 4.18); e 
(c) controle (ver itens de 4.19 a 4.25). 
 
 
 
 28 
12.1 Direitos 
4.6 Direitos que têm o potencial de produzir benefícios econômicos assumem muitas 
formas, incluindo: 
 
(a) direitos que correspondem à obrigação de outra parte (ver item 4.39), por exemplo: 
(i) direitos de receber caixa; 
(ii) direitos de receber produtos ou serviços; 
(iii) direitos de trocar recursos econômicos com outra parte em condições favoráveis. 
 
Esses direitos incluem, por exemplo, contrato a termo para comprar um recurso 
econômico em condições que são atualmente favoráveis ou a opção de comprar um 
recurso econômico; 
 
(iv) direitos de beneficiar-se de obrigação de outra parte para transferir um recurso 
econômico se ocorrer evento futuro incerto especificado (ver item 4.37); 
 
(b) direitos que não correspondem à obrigação de outra parte, por exemplo: 
(i) direitos sobre bens corpóreos, tais como imobilizado ou estoques. Exemplos desses 
direitos são direito de utilizar bens corpóreos ou direito de beneficiar-se do valor 
residual de objeto arrendado; 
(ii) direitos de utilizar propriedade intelectual. 
Em síntese, este item diz que o direito pode ser de várias formas: 
 
Portanto, os direitos podem ter por origem uma obrigação vinda de outra parte, como a conta 
clientes ou valores a receber, até mesmo despesas antecipadas. 
Os direitos também podem ser reais, que são os direitos que você tem a utilizar coisas, como 
estoques, imobilizados, marcas, patentes e mais. 
D
ir
ei
to
s 
 
Obrigação de 
outras parte 
Clientes 
Despesas 
antecipadas 
Duplicatas a 
receber 
Direitos reais 
Estoques 
Imobilizados 
Intangíveis 
 
 
 
 29 
4.9 Nem todos os direitos da entidade são ativos dessa entidade para serem ativos da 
entidade, os direitos devem ter tanto o potencial de produzir para a entidade benefícios 
econômicos além daqueles disponíveis para todas as outras partes (ver itens de 4.14 a 
4.18) como serem controlados pela entidade (ver itens de 4.19 a 4.25). Por exemplo, 
direitos disponíveis para todas as partes sem custo significativo como direitos de acesso 
a bens públicos, tais como direitos públicos de passagem, ou know-how que seja de 
domínio público normalmente não são ativos para as entidades que os detêm. 
Item que reforça a necessidade de que o ativo deve gerar benefício econômico futuro para a 
entidade. 
4.10 A entidade não pode ter direito de obter benefícios econômicos de si mesma. 
Portanto: 
 
(a) instrumentos de dívida ou instrumentos patrimoniais emitidos pela entidade e 
recomprados e detidos por ela por exemplo, ações em tesouraria não são recursos 
econômicos dessa entidade; e 
(b) se a entidade que reporta consiste em mais de entidade legal, instrumentos de 
dívida ou instrumentos patrimoniais emitidos por uma dessas entidades legais e 
mantidos por outra dessas entidades legais não são recursos econômicos da entidade 
que reporta. 
Este item reforça que a contabilidade tem por finalidade fornecer informações principalmente aos 
usuários externos. Portanto, quando uma entidade faz uma empréstimo para sua coligada, ela não 
pode reportar esse empréstimo como um direito a receber de terceiros, que gerará valor para si, já 
que esse recurso econômico está simplesmente circulando entre o grupo. 
12.2 Potencial de produzir benefícios econômicos 
4.14 Um recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios 
econômicos. Para que esse potencial exista, não precisa ser certo, ou mesmo provável, 
que esse direito produzirá benefícios econômicos. É necessário somente que o direito 
já exista e que, em pelo menos uma circunstância, produzirá para a entidade 
benefícios econômicos além daqueles disponíveis para todas as outras partes. 
 
Benefício 
Econômico 
•Não Precisa 
Ser Certo ou 
Provável 
Pode ser 
potencial 
•Existir em 
alguma 
circunstância 
 
 
 
 30 
4.15 Um direito pode atender à definição de recurso econômico e, portanto, pode ser 
um ativo, mesmo se a probabilidade de que produzirá benefícios econômicos for 
baixa. Não obstante, essa baixa probabilidade pode afetar decisões sobre quais 
informações fornecer sobre o ativo e como fornecer essas informações, incluindo 
decisões sobre se o ativo é reconhecido (ver itens de 5.15a 5.17) e como é mensurado. 
Por exemplo, você criou uma patente e registrou no Intangível. Você espera que essa patente vá 
gerar benefícios econômicos futuros. Todavia, você não sabe ao certo se essa patente gerará 
resultados decorrentes da venda dos produtos patenteados. 
4.16 Um recurso econômico pode produzir benefícios econômicos para a entidade ao 
autorizá-la ou ao permiti-la fazer, por exemplo, um ou mais dos seguintes atos: 
 
(a) receber fluxos de caixa contratuais ou outro recurso econômico; 
(b) trocar recursos econômicos com outra parte em condições favoráveis; 
(c) produzir fluxos de entrada de caixa ou evitar fluxos de saída de caixa, por exemplo: 
 
(i) utilizando o recurso econômico individualmente ou em combinação com outros 
recursos econômicos para produzir produtos ou prestar serviços; 
(ii) utilizando o recurso econômico para melhorar o valor de outros recursos 
econômicos; ou 
(iii) arrendando o recurso econômico a outra parte; 
(d) receber caixa ou outros recursos econômicos por meio da venda do recurso 
econômico; ou 
(e) extinguir passivos por meio da transferência do recurso econômico. 
Este item apenas diz algumas formas pelas quais os benefícios econômicos podem ser gerados. 
 
 
B
en
ef
íc
io
s 
ec
o
n
ô
m
ic
o
s 
(F
o
rm
as
) 
Receber caixa Aplicações financeiras 
Trocar recursos 
econômicos em condições 
favoráveis 
Vendas de imóvel 
Produzir fluxos de caixas: 
Máquinas para produção 
Máquinas que serão 
arrendadas 
Receber caixa Venda de mercadorias 
Extinguir passivos 
Pagamento de 
fornecedores 
 
 
 
 31 
4.18 Há uma associação próxima entre incorrer em gastos e adquirir ativos, mas os dois 
não coincidem necessariamente. Assim, quando a entidade incorre em gastos, isso pode 
fornecer evidência de que a entidade buscou benefícios econômicos futuros, mas não 
fornece prova conclusiva que a entidade obteve um ativo. Similarmente, a ausência de 
gasto relacionado não impede que o item atenda à definição de ativo. Ativos podem 
incluir, por exemplo, direitos que o governo outorgou à entidade gratuitamente ou que 
outra parte doou à entidade. 
Este item quer dizer que não necessariamente a entidade tem de gastar para ter um ativo. Um 
ativo pode advir, por exemplo, de uma subvenção governamental. Ou seja, o governo pode doar 
um terreno para a entidade, de que forma que esse terreno produza benefício econômico futuro. 
12.3 Controle 
4.19 Controle vincula um recurso econômico à entidade. Avaliar se existe controle 
ajuda a identificar o recurso econômico que a entidade contabiliza. Por exemplo, a 
entidade pode controlar parcela proporcional na propriedade sem controlar os direitos 
decorrentes da posse de toda a propriedade. Nesses casos, o ativo da entidade é a 
parcela na propriedade que ela controla e, não, os direitos decorrentes da posse de 
toda a propriedade, que ela não controla. 
Portanto, se há um controle compartilhado, por exemplo, de um grande terreno utilizado por várias 
indústrias, a minha entidade somente poderá contabilizar aquela da qual tem controle. 
A indústria B não pode contabilizar como seu o terreno utilizado pela indústria C. 
 
4.20 A entidade controla um recurso econômico se ela tem a capacidade presente de 
direcionar o uso do recurso econômico e obter os benefícios econômicos que podem 
fluir dele. Controle inclui a capacidade presente de impedir outras partes de direcionar 
o uso do recurso econômico e de obter os benefícios econômicos que podem fluir dele. 
Ocorre que, se uma parte controla um recurso econômico, nenhuma outra parte 
controla esse recurso. 
 
4.21 A entidade tem a capacidade presente de direcionar o uso de recurso econômico 
se tiver o direito de empregar esse recurso econômico em suas atividades, ou de 
permitir que outra parte empregue o recurso econômico nas atividades dessa outra 
parte. 
O controle geralmente pode ser provado pelo fato de a entidade conseguir direcionar o recurso 
para obter benefício econômico dele. Por exemplo, os estoques podem ser vendidos pela empresa 
para obter lucro. 
Controle Vincula Recurso Entidade 
 
 
 
 32 
4.22 O controle de recurso econômico geralmente resulta da capacidade de fazer 
cumprir os direitos legais. Contudo, também pode haver controle se a entidade possui 
outros meios de assegurar que ela, e nenhuma outra parte, possui a capacidade 
presente de direcionar o uso do recurso econômico e de obter os benefícios que 
possam fluir dele. Por exemplo, a entidade pode controlar o direito de utilizar know-
how que não seja de domínio público se a entidade tiver acesso ao know-how e a 
capacidade presente de manter o know-how em sigilo, mesmo se esse know-how não 
estiver protegido por patente registrada. 
 
4.23 Para a entidade controlar um recurso econômico, os benefícios econômicos 
futuros desse recurso devem fluir para a entidade direta ou indiretamente e, não, para 
outra entidade. Esse aspecto de controle não implica que a entidade pode assegurar 
que o recurso produzirá benefícios econômicos em todas as circunstâncias. Em vez 
disso, significa que se o recurso produz benefícios econômicos, a entidade é a parte que 
os obterá direta ou indiretamente. 
Por exemplo, a Apple é a única e proprietária exclusiva da marca IPhone. Ou seja, por questões 
legais, somente ela poderá produzir e fabricar esses celulares com sua marca. 
Vejam que a marca da “maçãzinha” não é de domínio público, sendo o seu acesso restrito. 
Ah, mas outras pessoas revendem estes IPhones. Mas, neste caso, a marca Iphone é exclusiva da 
Apple. Os aparelhos podem ser revendidos por terceiros. Estes terão estoques de Iphone para 
revenda, mas não terão a marca em seus balanços patrimoniais. 
 Passivos 13
4.26 Passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico 
como resultado de eventos passados. 
 
4.27 Para que exista passivo, três critérios devem ser satisfeitos: 
 
(a) a entidade tem uma obrigação (ver de 4.28 a 4.35); 
(b) a obrigação é de transferir um recurso econômico (ver itens de 4.36 a 4.41); e 
(c) a obrigação é uma obrigação presente que existe como resultado de eventos 
passados (ver itens de 4.42 a 4.47). 
O item 4.26 diz que é um requisito para a existência de um passivo a chamada obrigação 
presente. 
13.1 Obrigação 
O primeiro critério para o passivo é que a entidade tenha a obrigação. 
4.29 A obrigação é o dever ou responsabilidade que a entidade não tem a capacidade 
prática de evitar. A obrigação é sempre devida à outra parte (ou partes). A outra parte 
 
 
 
 33 
(ou partes) pode ser uma pessoa ou outra entidade, grupo de pessoas ou outras 
entidades, ou a sociedade em geral. Não é necessário conhecer a identidade da parte 
(ou partes) para quem a obrigação é devida. 
Por exemplo, se você efetuou uma compra de mercadorias a prazo, não tem alternativa que não 
seja quitar essa compra. 
Se você deve impostos ao Governo, não tem alternativa outra que não seja quitar essa obrigação. 
4.31 Muitas obrigações são estabelecidas por contrato, legislação ou meios similares e 
são legalmente exigíveis pela parte (ou partes) para quem são devidas. Obrigações 
também podem resultar, contudo, de práticas usuais, políticas publicadas ou 
declarações específicas da entidade se a entidade não tem capacidade prática de agir 
de modo inconsistente com essas práticas, políticas ou declarações. A obrigação que 
surge nessas situações é denominada, às vezes, “obrigação presumida”. 
Essa obrigação pode ser legalmente exigível, quando decorre de contrato ou lei, ou pode ser 
decorrente de um compromisso que a entidade firma com seus clientes, decorrente de usos, 
costumes. 
É o caso de a empresa decidir trocar os produtos com defeitos mesmo após o período de garantir. 
Isso configurará uma obrigação para a empresa (também chamada de provisão – prevista no CPC 
25). Assim, ela deverá constituir um passivo com base na melhor estimativa possível, pelo valor que 
ela estima será necessário para trocar os produtoscom defeitos. 
13.2 Transferência de recurso econômico 
O segundo critério para um passivo é que a obrigação seja de transferir um recurso econômico. 
4.37 Para satisfazer a esse critério, a obrigação deve ter o potencial de exigir que a 
entidade transfira um recurso econômico para outra parte (ou partes). Para que esse 
potencial exista, não é necessário que seja certo, ou mesmo provável, que a entidade 
será obrigada a transferir um recurso econômico a transferência pode, por exemplo, ser 
obrigada somente se ocorrer evento futuro incerto especificado. É necessário somente 
que a obrigação já exista e que, em pelo menos uma circunstância, exigirá que a 
entidade transfira um recurso econômico. 
Vejam que o item 4.37 diz que essa obrigação não necessariamente tem de ser líquida e certa. Uma 
provisão, por exemplo, é reconhecida quando se tem uma saída de recursos apenas provável. Você 
não necessariamente desembolsará esse valor lá frente (provisão é um passivo de prazo ou valor 
incerto), mas é bastante provável que o fará. 
Por exemplo: auto de infração recebido da Receita Federal em que se recorre no Judiciário. 
4.38 A obrigação pode atender à definição de passivo, mesmo se a probabilidade de 
transferência de recurso econômico for baixa. Não obstante, essa baixa probabilidade 
pode afetar decisões sobre quais informações fornecer sobre o passivo e como fornecer 
 
 
 
 34 
essas informações, incluindo decisões sobre se o passivo é reconhecido (ver itens de 
5.15 a 5.17) e como é mensurado. 
Neste caso, vale lembrar-se dos passivos contingentes. Quando a probabilidade de desembolso é 
somente possível (menor do que 50%) você tem o que se chama de passivo contingente. Um 
passivo contingente não é contabilizado, mas não deixa de ser um passivo. 
4.39 Obrigações de transferir um recurso econômico incluem, por exemplo: 
 
(a) obrigações de pagar o valor à vista; 
(b) obrigações de entregar produtos ou prestar serviços; 
(c) obrigações de trocar recursos econômicos com outra parte em condições 
desfavoráveis. Essas obrigações incluem, por exemplo, contrato a termo para vender 
um recurso econômico em condições que são atualmente desfavoráveis ou a opção que 
dá direito à outra entidade de comprar um recurso econômico da entidade; 
(d) obrigações de transferir um recurso econômico se ocorrer evento futuro incerto 
específico; 
(e) obrigações de emitir instrumento financeiro se esse instrumento financeiro obrigar a 
entidade a transferir um recurso econômico. 
 
13.3 Obrigação presente como resultado de eventos passados 
O terceiro critério para um passivo é que a obrigação seja uma obrigação presente que exista como 
resultado de eventos passados. 
4.43 A obrigação presente existe como resultado de eventos passados somente se: 
 
(a) a entidade já tiver obtido benefícios econômicos ou tomado uma ação; e 
Obrigações de 
Transferir 
Pagar o valor à vista 
Compra de 
mercadorias à vista 
Entregar produtos ou 
prestar serviços 
Adiantamentos 
recebidos 
Obrigações de 
transferir recursos 
(evento futuro incerto) 
Provisões 
Instrumentos 
Financeiros 
Emissão de 
debêntures 
 
 
 
 35 
(b) como consequência, a entidade terá ou poderá ter que transferir um recurso 
econômico que de outro modo não teria que transferir. 
Como já dissemos, quando você compra e revende mercadorias, surge a obrigação de pagar o 
fornecedor. Se você comprou essa mercadoria lá no passado e, inclusive, já vendeu essa 
mercadoria, não tem solução outra que não quitar a sua obrigação. Se não pagar, você poderá até 
mesmo ser processado. 
4.47 A entidade ainda não tem a obrigação presente de transferir um recurso 
econômico se ainda não tiver satisfeito os critérios no item 4.43, ou seja, se ainda não 
tiver obtido benefícios econômicos, ou tomado uma ação, que exija ou possa exigir que 
a entidade transfira um recurso econômico que, de outro modo, não teria que 
transferir. Por exemplo, se a entidade celebrou um contrato para pagar ao empregado 
um salário em troca dos serviços do empregado, a entidade não tem a obrigação 
presente de pagar o salário até que tenha recebido os serviços do empregado. Antes 
disso, o contrato é executório a entidade tem combinados o direito e a obrigação de 
trocar o salário futuro por serviços futuros do empregado (ver itens de 4.56 a 4.58). 
Item que reforça o regime de competência. Uma obrigação somente surge no momento em que 
você se utiliza dos serviços, quando o empregado trabalha e assim por diante. 
 Patrimônio Líquido 14
Dissemos por aqui que o Patrimônio Líquido representa nada mais do que o capital próprio 
empregado nas atividades empresariais pelos sócios e os resultados auferidos com a exploração 
dos negócios pela empresa (lucro ou prejuízo). 
Pois bem, tal como o ativo e o passivo exigível, o patrimônio líquido também é subdividido. 
Atualmente, o PL compõe-se dos seguintes grupos: 
1) Capital social; 
2) Reservas de capital; 
3) Ajustes de avaliação patrimonial; 
4) Reservas de lucros; 
5) Ações em tesouraria; e 
6) Prejuízos acumulados (Veja que a lei não fala em lucros acumulados). 
4.63 Patrimônio líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a dedução 
de todos os seus passivos. 
 
4.64 Direitos sobre o patrimônio líquido são direitos sobre a participação residual nos 
ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. Em outras palavras, são 
reivindicações contra a entidade que não atendem à definição de passivo. Essas 
 
 
 
 36 
reivindicações podem ser estabelecidas por contrato, legislação ou meios similares, e 
incluem, na medida em que não atendem à definição de passivo: 
 
(a) ações de diversos tipos emitidas pela entidade; e 
(b) algumas obrigações da entidade de emitir outro direito sobre o patrimônio líquido. 
 
 
Veja que o próprio CPC enfatiza que o PL são reivindicações que não são passivos. Seria como se 
fosse uma obrigação da entidade com os próprios sócios. O patrimônio líquido é algo diferente do 
passivo. A Lei 6.404 diz que o passivo é composto pelo passivo exigível e pelo PL, mas os CPCs 
trazem o PL como grupo distinto. 
 
4.65 Diferentes classes de direitos sobre o patrimônio líquido, tais como ações 
ordinárias e ações preferenciais, podem conferir a seus titulares diferentes direitos, por 
exemplo, direitos de receber a totalidade ou parte dos seguintes itens do patrimônio 
líquido: 
 
(a) dividendos, se a entidade decide pagar dividendos aos titulares elegíveis; 
(b) proventos pelo cumprimento dos direitos sobre o patrimônio líquido, seja 
integralmente na liquidação, ou parcialmente em outras ocasiões; ou 
(c) outros direitos sobre o patrimônio líquido. 
Portanto, cada entidade pode ter um ou mais tipo de ações. Às vezes, existem diversos tipos de 
ações ordinárias em uma única entidade. A XP, corretora brasileira que abriu capital nos Estados 
Unidos, mesmo tem dois tipos de ações ordinárias. Um tipo dá direito a um voto para cada ação. 
Outro tipo dá direito a dez votos para cada ação ordinária. 
Além disso, a companhia pode ter também ações preferenciais. As ações preferenciais muitas vezes 
não dão direito a voto, mas acabam por pagar dividendos às vezes maiores. 
Ademais, além de dividendos, os acionistas podem receber juros sobre capital próprio, podem 
receber bonificações em ações, etc. 
Também é muito importante que vocês saibam que o patrimônio líquido não necessariamente 
corresponde ao valor de mercado (valor justo) da entidade, já que existe o que nós chamamos no 
direito empresarial de aviamento, ou seja, o todo, o conjunto, as perspectivas da empresa valem 
mais do que a simples soma dos seus componentes patrimoniais. 
 
 
 
 
 37 
 Desempenho 15
4.68 Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em 
aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de 
detentores de direitos sobre o patrimônio. 
 
4.69 Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam

Outros materiais