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EXERCÍCIO 1 - 5 4 2020 - Cópia

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Antes de referir quais as dimensões do conceito de Cultura, é importante perceber qual o verdadeiro significado desta palavra. 
A noção de Cultura é abrangente e diversificada. Quando falamos de Cultura, falamos de valores, crenças, religião, costumes, etnias, conhecimento, arte, lei, moral e todos os hábitos e aptidões adquiridas pelo Homem, não só por influência familiar, mas também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro. Em ciências sociais, a Cultura é definida como um conjunto de comportamentos, ideias, símbolos e práticas sociais, que são adquiridos de geração em geração através da vida em sociedade. A Cultura de cada país é manipulada por diversos factores e as normas e valores possuem grandes variações em cada uma delas. Contudo, dentro de uma mesma sociedade, é possível existirem divergências culturais, sendo que uns possuem fortes valores com base nas crenças religiosas, enquanto outros assentam os seus valores com base na lógica do progresso científico para compreender o mundo.
Ao longo dos anos, foi criado e aperfeiçoado um modelo utilizado como ferramenta para gerir de forma delicada e eficaz as diferenças culturais. Este modelo tem como base o conceito de que cada cultura tem as suas próprias características. Essas mesmas características agrupam-se em sete dimensões culturais: 
1. Universalismo vs. Particularismo – esta dimensão refere-se à forma como nos relacionamos uns com os outros. Por um lado, o Universalismo é baseado em regras, valores e obrigações. Por outro, no Particularismo são os relacionamentos pessoais que determinam as regras a aplicar. 
2. Individualismo vs. Coletivismo – esta dimensão remete à forma como damos mais importância ao indivíduo particular ou a um grupo. No Individualismo, as decisões são tomadas rapidamente e com um grande sentido de responsabilidade. É importante que a pessoa, enquanto ser individual, tenha liberdade para tomar as suas decisões. Já no Coletivismo, as decisões são tomadas em grupo, onde todos têm direito a votar na decisão que acham mais acertada e o grupo é destacado como um todo. Aqui, a responsabilidade é dividida por todos os elementos que fazem parte do grupo. 
3. Específico vs. Difuso – esta dimensão representa a forma como o indivíduo separa a vida pessoal da vida profissional. Na cultura Específica, é importante saber separar o contexto pessoal do contexto profissional de forma clara. É também importante o indivíduo ser direto naquilo que queremos. Na cultura Difusa, o foco principal é a relação e depois o trabalho. O indivíduo deve estar preparado para conviver socialmente e estabelecer relações com os outros. 
4. Neutral vs. Emocional – nesta dimensão é representada a forma como os sentimentos das pessoas são expostos. No que toca à cultura Neutral, o indivíduo deve saber controlar as emoções e sentimentos. A atenção à linguagem corporal, a observação atenta das reacções dos outros e a gestão das emoções são factores importantes e essenciais nesta cultura. Já na cultura Emocional, a comunicação com o outro deve ser realizada de forma expressiva e afectiva. É importante construir relações de confiança com os outros, aprender a gerir conflitos e comunicar os objectivos através das emoções.
5. Resultados vs. Atribuição – esta dimensão refere-se à forma de como é atribuído o valor a um indivíduo. Na cultura de Resultados, o valor é dado a um indivíduo com base na capacidade que este tem de atingir determinados objectivos. O desempenho e dedicação devem ser reconhecidos e recompensados. Na cultura de Atribuição ocorre exactamente o oposto. O valor é reconhecido pelo histórico e experiência passada. Apenas é reconhecido o indivíduo que possui títulos. 
6. Síncrono vs. Assíncrono – esta dimensão tem como base a forma como o indivíduo se relaciona com o tempo. Na cultura Síncrona a multitarefa é promovida e existem mudanças de última hora. O indivíduo deve ser flexível e permitir flexibilidade sempre que for possível. Na cultura Assíncrona, os deveres são realizados um a um. Existe rigorosidade no que diz respeito à questão da pontualidade e todos os acontecimentos são planeados com alguma antecedência. 
7. Interno vs. Externo – nesta última dimensão é referido a relação do indivíduo com o meio ambiente. Na cultura Interna existe uma percepção de que é o próprio indivíduo que controla todos os acontecimentos da sua vida. Porém, na cultura Externa acontece exactamente oposto. O indivíduo tem a consciência de que é controlo, só e apenas, pelo destino.
Embora possamos generalizar (apesar de ser incorreto) a caracterização de um indivíduo conhecendo o seu país de origem e a sua cultura, a verdade é que a Cultura deste mesmo indivíduo poderá ter mudado com a exposição a outros factores e experiências.
Apesar de Portugal ter uma Cultura específica do país, isso não impede que a sociedade portuguesa adote e aceite aspectos de outras Culturas.
Portugal tem diversos costumes característicos da Cultura portuguesa. Exemplos disso são os Santos Populares, muito festejados por todo o país, principalmente nas duas grandes cidades portuguesas: Lisboa e Porto. O Fado, o uso dos azulejos na arquitectura portuguesa e a gastronomia (como o bacalhau, o cozido à portuguesa, etc.) são também exemplos de características tipicamente portuguesas. 
Contudo, a sociedade portuguesa adota costumes, práticas e festejos de origem de outras Culturas. O Halloween, o dia de São Valentim e o Carnaval são exemplos disso. Também a música e a dança são exemplos da adoção de Culturas diferentes. As músicas ouvidas pelos portugueses surgem cada vez mais de influências exteriores, como por exemplo, música espanhola, africana, brasileira e americana. Cada vez mais os portugueses têm demonstrado interesse e vontade em aprender danças provenientes de outras Culturas, como é o caso da Kizomba (proveniente de Angola) e do Funk (originária do Brasil). Também a fast food (comida popular nos Estados Unidos e Inglaterra) é bastante consumida e famosa em Portugal. 
Apesar de sermos fiéis à nossa Cultura, nada nos impede de adotar referências de outras Culturas. Ao fazermos isso, estamos a promover a Globalização. 
Sim, é relevante. Para mim, enquanto pessoa, mas principalmente como futura Assistente Social, considero que é importante uma pessoa manter as suas orientações culturais, desde que respeite também as orientações culturais do país de acolhimento. 
Os Assistentes Sociais têm um papel fundamental nesta questão de ajudar o outro a manter-se fiel a si mesmo e à sua identidade cultural. 
Enquanto profissionais sociais que trabalham com especificidades culturais distintas, os Assistentes Sociais devem ter competências como a comunicação e a compreensão. É importante comunicar e compreender qual a forma de vida das pessoas e como é que estas vivenciam o mundo e a sociedade que as acolheu. É importante também que os profissionais sociais culturalmente competentes adquiram técnicas de comunicação com o outro, de forma a proporcionar o respeito e com o objectivo de produzir um plano de acção eficiente. É preciso conhecer para conseguir intervir.
As estratégias de intervenção aplicadas pelos profissionais sociais caracterizam um núcleo central das habilidades e das competências que os mesmos devem adquirir e desenvolver na acção intercultural. 
Um Assistente Social pode ajudar o outro a manter-se fiel a si próprio e à sua identidade cultural através de 3 fases: a descentração, a penetração e a negociação. 
A primeira fase é a descentração. Esta fase refere-se ao afastamento sobre nós mesmos, dos nossos valores, costumes e hábitos culturais tomando consciência, simultaneamente, por confronto com o outro, quais são os principais modelos ideológicos existentes, adotando uma atitude crítica e decentralizada de si. 
A segunda fase é a penetração. Nesta fase ocorre uma apropriação cultural, isto é, um processo de descoberta dos sistemas de referência ao outro. Partilhar no sistema de referência do outro com o objectivo de ver a realidade do seu ponto de vista. 
A terceira e últimafase é a negociação, exactamente porque é capaz de se descentra e de entrar no sistema cultural do outro. Só assim é que o profissional social conseguirá assumir uma posição nos processos de mudança social que envolvem todos os migrantes em situação de exclusão social e que precisam de quadros de resolução dos problemas e de participar na vida social do país onde se encontram. 
A competência cultural dos profissionais sociais é algo de extrema importância e necessidade. Isto porque, sem esta competência, os Assistentes Socias não são capazes de interagir com as pessoas, grupos ou comunidades com características culturais, religiosas, entre outras, de maneira eficaz. 
A competência cultural é composta por quatro componentes: a consciência da própria visão cultural, o conhecimento das diferentes visões e práticas culturais, a atitude compreensiva para com as diferenças culturais, e por fim, as competências de intervenção. É necessário que os Assistentes Sociais tenham em conta e metam em prática estas quatro componentes. 
Se um Assistente Social tiver as competências culturais necessárias e consideradas importantes, consegue desemprenhar de forma eficaz a sua intervenção perante aqueles cuja cultura, religião, etnia, valores, entre outros, seja diferente dos do país de acolhimento. 
Maria Morais, a21903724

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