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atividade_estudos culturais e antropológicos_gastronomia Evy e Ivan

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Nomes: Evelyze Lescura e Ivan Sobrinho Data: 23/03/2020 
Curso: Gastronomia Semestre: 
Disciplina: Estudos Culturais e Antropológicos Nome do Professor: Claudia Ribeiro 
Tipo de Atividade Avaliativa: Atividade Avaliativa Processual 
Objetivo/ Competência: Compreensão da comida como prática cultural; 
Indicador: Problematizar sobre o papel dos sujeitos sociais na preparação dos alimentos 
Critérios: 
Construir situação problema sobre o objeto estudado; 
Relacionar os estudos culturais a questões contemporâneas. 
Observações do Professor: 
 
Esta semana trabalhamos a temática “Artes de Nutrir”, a partir dos textos utilizados para 
a construção teórica, elabore uma problemática e contextualize-a. 
ATENÇÃO! 
O que é uma problemática? 
São questões levantadas pelas leituras da temática estudada, ou seja, reflexões ou 
perguntas que surgiram. 
 
Problemática: A mulher como pioneira na arte cozinhar. Simples atividade 
imposta que gerou grandes transformações culturais. 
Nutrire deriva da palavra latina nutrir, que por sua vez significa alimentar. A 
Nutrice, aquela que nutre, é a maior representatividade da importância da mulher na arte 
de nutrir. A mãe que alimenta no seio as suas crias, o faz no intuito de oferecer à sua 
prole o que há de melhor em termos de alimento: o leite materno. Desde o nascimento 
existe uma grande preocupação com a nutrição de um ser. Com o decorrer dos anos e a 
vida agitada do cotidiano, o ser humano contemporâneo parece ter se esquecido deste 
aspecto tão fundamental na manutenção da sobrevivência. 
Não há dúvidas de que os hábitos alimentares determinam e representam a 
cultura de cada povo. Quando associados a fatores ambientais marcam a história desse 
povo e contribuem para o variado mosaico sociocultural mundial. Por exemplo, algumas 
pessoas, quando crianças, puderam adquirir com sua mãe, tia, avó, agarrados em suas 
pernas, enquanto elas cozinhavam, através de memória de aprendizagem e gestos vistos, 
grandes habilidades na arte de cozinhar. Através dessa transmissão do saber, somos 
capazes de calcular o tempo de preparação dos diferentes tipos de alimentos. 
Ao longo do tempo, o ato de cozinhar tornou-se uma arte. E por que o chamar de 
ARTE? A arte de cozinhar nos diferencia dos outros seres vivos. Com a descoberta do 
fogo, o ser humano foi capaz de transformar o alimento in natura em novos hábitos de 
Processo Avaliativo 
Nota: 
Lorena-SP 
consumo, gerando grandes transformações sociais, culturais e biológicas. Se 
considerarmos que a cultura é todo modo de viver e viver em sociedade, podemos 
afirmar que esse processo de cozimento, os hábitos alimentares, é um fenômeno que 
transformou profundamente a cultura de diferentes sociedades, regidas, ao longo do 
tempo, por fatores geográficos, econômicos, financeiros, políticos, religiosos e 
familiares. 
A cozinha sempre foi um espaço feminino. As mulheres, historicamente, foram 
condicionadas às tarefas domésticas e dominar a culinária era uma delas. Atualmente, os 
contornos dos fazeres e saberes na cozinha estão atravessados por uma glamourização e 
profissionalização da culinária, que se deu a partir da atuação masculina. Dominar a 
chave do sistema alimentar, da transformação do alimento, é uma ferramenta de poder 
que, embora invisibilizado quando em mãos femininas, são fazeres e saberes empíricos 
das mulheres. As mulheres, enquanto em suas cozinhas domésticas, são vistas como 
“não profissionais”, ao passo que na “Alta Gastronomia”, esse espaço vem sendo 
ocupado pela figura masculina. 
Essa simples atividade domiciliar, foi transformada, ao longo do tempo, em uma 
atividade profissional e quando isso aconteceu, o homem para demonstrar detentor do 
poder, tomou para si. Não faz muito tempo, nas décadas de 80 e 90, programas de 
culinária em rádios e TVs eram exclusivamente apresentados por mulheres, donas de 
casa que dominavam o conhecimento. Desde então, surgiram as profissões de doceiras, 
salgadeiras, boleiras, culinaristas até chegar ao ápice dos Chefs de Cozinha. Hoje 
percebemos, predominantemente, a participação do gênero masculino na arte de 
cozinhar, deixando de ser uma atividade exclusivamente feminina, em uma profissão de 
status. 
A mulher foi capaz de transformar o alimento, através do cozimento, em um 
processo contínuo e criativo, adaptando aos mais diferentes cenários como, alimentos 
disponíveis, clima, espaço geográfico, condição econômica e financeira ditando assim 
na cultura da sociedade em que estavam inseridas, novos modelos de hábitos 
alimentares, através da arte de cozinhar. 
Conclui-se que o ato de cozinhar é, as mulheres que dominam e conseguem, na 
sua maioria, transformar este espaço historicamente opressor em um lugar de comando 
e poder. Isto porque a cozinha é um espaço cheio de significados e cozinhar envolve, 
além de técnicas, uma doação pessoal, intransferível e incontrolável.

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