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Inquérito Policial V
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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INQUÉRITO POLICIAL V
Formalismo do IPL, Prazos, Indiciamento, Conclusão do IPL
Doutrina referência para a aula:
• Guilherme NUCCI – Código de Processo Penal Comentado.
• Norberto AVENA – Processo Penal Esquematizado.
• Nestor TÁVORA e Fábio ROQUE – Código de Processo Penal para Con-
cursos.
• Renato BRASILEIRO – Manual de Processo Penal.
• Bruno CABRAL e Rafael SOUZA – Manual Prático de Polícia Judiciária.
FORMALISMO DO INQUÉRITO POLICIAL
O CPP, ex vi art. 9º, exige que o IPL seja um procedimento formal e burocra-
tizado, com coleção nos autos, seja por autuação, seja por juntada, dos docu-
mentos que traduzem os elementos probatórios angariados pela investigação.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas 
a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
PRAZOS
O IPL, conforme a regra geral do CPP, deverá ser concluído em 10 (dez) dias 
quando há indiciado preso cautelarmente.
Atenção!
Este prazo é de matiz processual penal material, pois relaciona-se com o direito 
à liberdade.
Assim, deve ser contado na forma do art. 10 do CP, incluindo-se o primeiro dia 
(data da prisão) e excluindo o dia final.
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De outro lado, o Inquérito Policial, também como regra geral do CPP, será 
encerrado em 30 (trinta) dias em caso de investigado ou indiciado solto. Esse 
prazo é prorrogável. Vide art. 10, caput, CPP.
O pulo do gato
Em questões de prova, a regra do CPP é de que quem determina a prorrogação 
do prazo é o juiz. Se for na esfera do inquérito policial federal, o candidato deve 
fazer menção ao Conselho da Justiça Federal, que entende que é o MP que 
faz esse controle de prorrogação do prazo de inquérito policial. 
Na Esfera Federal, (cf. Lei n. 5.010/1966), o Delegado de Polícia Federal 
possui 15 (quinze) dias para concluir as investigações se o indiciado estiver 
preso e 30 (trinta) quando solto. Na “Lei de Drogas”, nos termos do art. 51 da 
Lei n. 11.343/2006, o prazo é de 30 (trinta) dias se o indiciado estiver preso e 90 
(noventa) se estiver solto.
Tais prazos podem ser duplicados. O prazo do IPL com investigado solto 
pode ser prorrogado pelo juiz.
Nos Crimes Contra a Economia Popular, nos termos da Lei n. 1.521/1951, 
o prazo para conclusão do IPL é sempre de 10 (dez) dias. 
O prazo do IPL pode ser prorrogado quando o investigado estiver solto.
Atenção!
Entende o STF:
O prazo de que trata o art. 10, caput, do CPP, é impróprio, não prevendo a lei 
qualquer consequência processual, máxime a preclusão, se a conclusão do 
inquérito ocorrer após trinta dias de sua instauração, estando solto o réu. O 
tempo despendido para a conclusão do inquérito assume relevância para o fim 
de caracterizar constrangimento ilegal, apenas se o paciente estiver preso no 
curso das investigações ou se o prazo prescricional tiver sido alcançado nesse 
interregno e, ainda assim, continuarem as investigações. (HC 107.382, rel. min. 
Cármen Lúcia, julgamento em 26-4-2011, Primeira Turma, DJE de 17-5-2011.)
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Indiciado Solto Indiciado Preso
Regra geral: art. 10, CPP 30 dias Prorrogável.
10 dias
Improrrogável. 
IPL na Polícia Federal
Art. 66, Lei n. 5.010/1966
30 dias 
 Prorrogável.
15 dias
Prorrogável uma vez.
IPL na Lei de Drogas
Art. 51, Lei n. 11.343/2006
90 dias Duplicável
Prorrogável. 30 dias Duplicável.
IPL na Lei dos Crimes contra a 
Economia Popular Art. 10, 1º, Lei n. 
1.521/1951
10 dias 
Prorrogável.
10 dias 
Improrrogável.
INDICIAMENTO
O indiciamento é ato exclusivo do Delegado de Polícia, que é a Autoridade 
Policial nos termos do art. 2º, § 6º, da Lei n. 12.830/2013:
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamenta-
do, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materia-
lidade e suas circunstâncias.
O indiciamento é ato fundamentado e motivado do Delegado de Polícia 
que exprime a sua convicção de que em face de determinado indivíduo sob 
investigação (indiciado) há colecionados nos autos do Inquérito Policial elemen-
tos probatórios aptos à comprovação da materialidade, das circunstâncias e da 
autoria do fato, em princípio, criminoso sob apuração policial.
Atenção!
Entende o STF:
Sendo o ato de indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade policial, não 
existe fundamento jurídico que autorize o magistrado, após receber a denúncia, 
requisitar ao delegado de polícia o indiciamento de determinada pessoa. A rigor, 
requisição dessa natureza é incompatível com o sistema acusatório, que impõe 
a separação orgânica das funções concernentes à persecução penal, de modo 
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a impedir que o juiz adote qualquer postura inerente à função investigatória. 
Doutrina. Lei n. 12.830/2013. HC 115.015, Rel. Min. Teori Zavascki, julgamento 
em 27-8-2013, Segunda Turma, DJE de 12-9-2013.
OOs.:� não é possível indiciamento por requisição. O indiciamento é feito através 
da formação de convicção do Delegado, e jamais por requisição. Tudo 
isso com forte lastro na Lei n. 12.830/2013. 
Atenção!
Entende o STF:
A unilateralidade das investigações preparatórias da ação penal não autoriza 
a Polícia Judiciária a desrespeitar as garantias jurídicas que assistem ao 
indiciado, que não mais pode ser considerado mero objeto de investigações. 
O indiciado é sujeito de direitos e dispõe de garantias, legais e constitucionais, 
cuja inobservância, pelos agentes do Estado, além de eventualmente induzir-
lhes a responsabilidade penal por abuso de poder, pode gerar a absoluta 
desvalia das provas ilicitamente obtidas no curso da investigação policial. 
(...) (HC 73.271, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 19-3-1996, Primeira 
Turma, DJ de 4-10-1996.)
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Concluída todas as diligências, terminado, enfim, o IPL, deverá o Delegado 
de Polícia engendrar Relatório, nos próprios autos de tudo quanto houver apu-
rado nas investigações.
OOs.:� o relatório, portanto, é a peça conclusiva, é aquele que exprime as conclu-
sões sobre a investigação. 
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Vide art. 10, §§ 1º e 2º, CPP:
Art. 10 (…)
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos 
ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido 
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
O Relatório há de trazer em seu Oojo, entre outros pontos:
1. Escorço histórico dos fatos sob investigação;
2. O rol das diligências investigativas levadas a efeito que foram mais rele-
vantes;
3. A indicação do autor do crime e os elementos de evidência que susten-
tam essa indicação;
4. A materialidade delitual, dados da realidade que demonstram a existên-
cia do crime, e os elementos de evidência que dão lastro à existência do crime;
5. As circunstâncias que tocam o crime.
6. A capitulação, mesmo que provisória para o titular da ação penal, do delito 
ou delitos sob investigação.
Persistindo a necessidade de realização de diligências investigativas em prol 
do estabelecimento da verdade material em sede de Inquérito Policial, o Dele-
gado de Polícia solicitará ao juiz prazo para realização dessas diligências impres-
cindíveis ao deslinde do caso.
Nos termos do art. 10, § 3º, CPP.
Art. 10 (...)
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade 
poderá requerer ao juiz a devoluçãodos autos, para ulteriores diligências, que se-
rão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
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Concluído de forma definitiva o IPL, elaborado o Relatório, o Delegado de 
Polícia determinará a sua remessa, juntamente com os instrumentos do crime e 
outros objetos por acaso apreendidos e que interessarem à prova, ao Juiz com-
petente. Vide art. 11, CPP.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, 
acompanharão os autos do inquérito.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.

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