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RESENHA PLANETA FAVELA

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Faculdade Mário Schenberg
Graduação em Psicologia
Aluno: Gabrielly de Oliveira Silva 
RESENHA CRÍTICA
PLANETA FAVELA – MIKE DAVIS
Cotia – SP
2019
1 Identificação da Obra
Planeta favela: o climatério urbano é um livro do escritor e historiador Mike Davis, publicado em 2006 e é visto como um ótimo livro para ideal perspectiva comparativa mundial do efeito da urbanização. 
.
2 Apresentação da Obra
O livro é uma contribuição ímpar para que venham desvendar a conhecida e gigantesca escala de favelização e empobrecimento das cidades chamado de terceiro mundo.
3 Estrutura da Obra
Mike Davis tenta expor a favelização e precarização das condições de trabalho e vida humana nas cidades chamados de terceiro mundo, entre outros fatores, dos planos de ajuste econômico. 
· CAP. I — O CLIMATÉRIO URBANO 
· CAP. II — A GENERALIZAÇÃO DAS FAVELAS 
· CAP. III — A TRAIÇÃO DO ESTADO 
· CAP. IV — AS ILUSÕES DA AUTOAJUDA 
· CAP. V — HAUSSMANN NOS TROPICOS 
· CAP. VI — ECOLOGIA DE FAVELA 
· CAP. VII — “DESAJUTANDO” O TERCEIRO MUNDO 
· CAP. VIII — HUMANIDADE EXCEDENTE?
4 Conteúdo da Obra
Segundo a obra de Mike Davis, no século XVIII o corpo foi inventado como um princípio de poder. Já a máquina, era vista como sistema e disciplina. O corpo é, ao mesmo tempo, dócil e frágil, facilmente manipulável e adestrável, passível, enfim, de dominação.
Nos séculos XVII e XVIII, a disciplina recebera tratamento diferente do que era aplicado até então. Dessa forma, fugia completamente dos princípios de escravização e de domesticidade das épocas passadas.
Segundo o autor, a disciplina fabrica corpos dóceis e humildes, com capacidade para realizar diversas tarefas. Já a disciplina, ela multiplica a força em termos econômicos e reduz qualquer espécie de resistência que o corpo possa oferecer ao.
Nesse sentido, o corpo é visto como algo que somente será útil como fonte econômica e como força útil se for produtivo e submisso. Tal submissão não advém da violência ou ideologia. Pelo contrário, ela é derivada da força contra a força sem ser violenta. A submissão pode ser organizada sem fazer uso de armas nem de terror e, mesmo assim, continuar sendo disciplina física.
De acordo com Marques (2015),
Os métodos que possibilitam o controle das particularidades das operações do corpo, que realizam a submissão constante de suas forças e lhe obrigam uma relação de docilidade – utilidade são o que comumente conhecemos por disciplina. As disciplinas já existiam anteriormente nos conventos, nos exércitos e nas oficinas, no entanto, é só no decorrer dos séculos XVII e XVIII que elas se tornam fórmulas gerais de dominação. (MARQUES, 2015, p. 01)
Para ilustrar melhor esse ponto, eis aqui um trecho da obra de Foucault:
O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto mais útil é. Forma-se então, uma política de coerções que consiste num trabalho sobre o corpo, numa manipulação calculada dos seus elementos, dos seus gestos, dos seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, os chamados "corpos dóceis". A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças. Ela dissocia o poder do corpo e faz dele, por um lado, uma "aptidão", uma "capacidade" que ela procura aumentar; e inverte, por outro lado, a energia, a potência que poderia resultar disso e faz dela uma relação de sujeição estrita (FOULCAUT, 2008, p. 20)
Para fazer valer o seu poder e autoridade, a disciplina fará uso de duas regras: a arte das distribuições e a do controle da atividade.
5 Análise Crítica da Obra
Segundo Foucault, o interesse por esse corpo utilizável, transformável e aperfeiçoável não é novo, contudo, as técnicas agora utilizadas podem ser consideradas.
Nesse sentido, marques (2015) salienta que o corpo é cinzelado detalhadamente em seus pormenores e contido através de uma coerção contínua, a sua sujeição é alcançada através do processo disciplinar. O autor ainda afirma que:
Neste contexto a disciplina não objetiva estabelecer relações de escravidão, domesticidade, vassalidade e nem tampouco de asceticismo, mas de estabelecer uma relação que torne o corpo simultaneamente obediente e útil para determinado fim. (MARQUES, 2015, p. 12)
Como ressalta Marreiro (2016), Foucault afirma que essa nova anatomia política não se trata de descoberta imediata, mas de um processo complexo que esboça a fachada de um método geral. E assim, tal método é encontrado, já muito cedo, em instituições como colégios, escolas primárias, espaços hospitalares, militares, até mesmo nos espaços industriais. Sua imposição, se deu, lembra o autor, quase sempre para responder a exigências de conjuntura., 
O que o autor quer, de fato, chamar a atenção, é para o fato de como tais técnicas – técnicas essas, minuciosas, intímas, mas que definem certo tipo de investimento político e detalhado do corpo – não cessaram desde seu início, no século XVII, e pouco a pouco, pareceu querer cobrir todo o corpo social. É tal microfísica do poder, sugere Foucault, que levaram à mutação do regime punitivo, no limiar da época contemporânea.
O autor está, assim, chamando a atenção para a importância do detalhe e dos modos sutis de interferência na organização social. Foucault menciona ainda a história da racionalização utilitária do detalhe na contabilidade moral e no controle político para ratificar a importância da questão do detalhe, afirmando também que a era clássica não é a inaugural desse processo, mas o acelerou, dando-lhe instrumentos precisos para seu exercício, assim:
Nessa grande tradição da eminência do detalhe viriam se localizar, sem dificuldade, todas as meticulosidades da educação cristã, da pedagogia escolar ou militar, de todas as formas, finalmente, de treinamento. Para o homem disciplinado, como para o verdadeiro crente, nenhum detalhe é indiferente, mas menos pelo sentido que nele se esconde que pela entrada que aí encontra o poder que quer apanhá-lo (FOULCAUT, 2008, p. 120)
Foucault termina sua reflexão afirmando que também o exército usa de técnica e saber para projetar seu esquema sobre o corpo social (p.142). Por um lado, existe uma estratégia política e militar que defrontam forças econômicas e demográficas. Existe também o uso da tática militar e política que exerce controle dos corpos e das forças individuais. Dessa forma, segundo Marreiro (2016), o controle direto da massa social é menos relevante para a disciplina que os processos de coerção individual e coletiva dos corpos.
REFERÊNCIAS
FOULCAUT, Michel. Os corpos Dóceis. In: Vigiar e Punir: nascimentos da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. 35 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. Págs. 117 -142.
MARQUES, Abimael Antunes. RESENHA – OS CORPOS DÓCEIS, EM VIGIAR E PUNIR, DE MICHEL FOUCAULT. Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia do campus Jataí – Universidade Federal de Goiás. 2015. Disponível em: < blob:https://www.revistas. ufg.br/b242493a-18d6-492f-8c04-d943fa063d08 > Acesso em 10/09/2019 às 16:33.
MARREIRO, Samara, C. R. Resumo do Texto: Os corpos Dóceis. Faculdade de Educação. Metodologia do Ensino e Educação Comparada. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2016. Disponível em: < https://pt.scribd. com/doc/62861259/Resumo-Cospos-DoceisFocault?doc_id=62 861259&down load=true&order=47 6793803 > Acesso em 10/09/2019 às 16:33.

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