Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COMPRESSORES CENTRÍFUGOS 1- Tipos de Compressores ÍNDICE ÍTEM Introdução 1.1 Caminho do Gás 1.2 Tipos de Compressores 1.3 Compressores com Carcaça bipartida horizontalmente 1.4 Compressores com Carcaça bipartida Verticalmente 1.5 Compressores com Carcaça tipo “Sino” 1.6 Compressores tipo “SR” 1.7 1 1.1 INTRODUÇÃO O compressor centrífugo é uma máquina “dinâmica”. Possui uma vazão contínua de fluido, que recebe energia do conjunto impelidores e eixo. Esta energia é transformada em pressão, parte através dos impelidores e parte pela seção do estator, isto é, nos difusores. Esta tipo de máquina é composta de uma carcaça externa (A) que contém a parte do estator, chamada de Bundle (Conjunto de diafragmas) (B) e um rotor formado por um eixo (C), um ou mais impelidores (D), um tambor de balanceamento (E) e um colar de escora (F). O conjunto rotor é acionado por meio de um cubo (G) e apoiado por mancais radiais (H), e mantido na posição axial por meio de um mancal axial (I). O conjunto rotor possui selos labirinto (L) e, se necessário, selos de óleo (M). A – Carcaça Externa G – Cubo de Acoplamento B – Conjunto de Diafragmas (Bundle) H – Mancais Radiais C – Eixo I – Mancal Axial D - Impelidores L – Selos Labirinto E – Tambor de Balanceamento M- Selo de Óleo F – Colar de Escora 2 1.2 CAMINHO DO GÁS NO COMPRESSOR O gás é sugado para o compressor através de um bocal de sucção e entra na câmara anular (voluta de entrada), fluindo para o centro a partir de todas as direções em um padrão radial uniforme (ver fig. 1.2). Na câmara, no lado oposto ao bocal de sucção, existe uma aleta para evitar perturbações de gás. Figura 1.2 Carcaça aleta Lâmina eixo Impulsor voluta de entrada Bocal de sucção Tubo de sucção 3 O gás flui para o diafragma de sucção e então é sugado pelo primeiro impelidor (ver Fig. 1.3). Figura 1.3 Os impelidores consistem de dois discos, referidos como o disco e a proteção, conectados por lâminas que são montadas no eixo por interferência e mantidas no lugar por uma ou duas chavetas. O impelidor empurra o gás para frente aumentando sua velocidade e pressão; a velocidade de saída possui um componente radial e um tangencial. No lado do disco, o impelidor é exposto à pressão de descarga (ver fig. 1.4) e no outro lado parcialmente a esta mesma pressão e parcialmente à pressão de sucção. Assim é criada uma força de empuxo na direção da sucção. Voluta de entrada proteção Lâmina Disco Chaveta Eixo Vedações de labirinto vedação de labirinto Diafragma de sucção 4 Figura 1.4 Depois o gás flui através de uma câmara circular (difusor), seguindo um caminho espiral onde perde velocidade e aumenta a pressão (devido à equação para vazão de fluidos através de condutos). Depois o gás flui ao longo do canal de retorno; este é uma câmara circular limitada por dois anéis que formam o diafragma intermediário que possui lâminas (ver fig. 1.5) para dirigir o gás para a entrada do próximo impelidor. As lâminas são dispostas para retificar a vazão espiral do gás para obter uma saída radial e uma entrada axial no impulsor seguinte. O caminho do gás é o mesmo para cada impelidor. 5 Figura 1.5 Vedações do tipo labirinto são instaladas nos diafragmas para minimizar os vazamentos internos de gás (ver fig. 1.5). Estas vedações são formadas por anéis feitos de duas ou mais partes. O último impelidor de um estágio (o termo se refere à área de compressão entre dois bocais consecutivos) envia o gás para um difusor que leva para uma câmara anular chamada de voluta de descarga (ver fig. 1.6). Diafragma de entrada diafragma intermediário Difusor Canal de retorno Luvas lâmina vedações de labirinto 6 A voluta de descarga é uma câmara circular que coleta o gás do limite externo dos difusores e transporta o mesmo para os bocais de descarga; perto dos bocais de descarga existe outra aleta que evita que o gás continue a fluir ao redor da voluta e o dirige para o bocal de descarga (ver fig. 1.7). Figura 1.7 O tambor de balanceamento (E) é montado no eixo depois do impelidor final (ver fig. 1.1). Serve para balancear o empuxo total produzido pelos impelidores. Com o impelidor final fornecendo pressão em um lado do tambor, a pressão de entrada Figura 1.6 Voluta de descarga Último impulsor Voluta de descarga aleta Bocal de descarga 7 do compressor é aplicada no outro lado através de uma conexão externa (linha de balanceamento, ver fig. 1.8). Figura 1.8. Desta forma as pressões de gás nos dois lados do rotor são aproximadamente balanceadas. Para obter níveis de pressão ainda mais similares e, portanto, as mesmas condições de operação para as vedações de óleo das pontas de eixo, é feita outra conexão externa entre as câmaras de balanceamento (linha de balanceamento, ver fig. 1.8). As câmaras de gás de referência são posicionadas fora dos labirintos das pontas de eixo. São conectadas para obter a mesma pressão da usada como referência para o sistema de selo de óleo (ver fig. 1.8 para o diagrama de blocos. Nos casos especiais, onde o selo de óleo e o gás de processo devem ser mantidos separados, gás inerte é injetado na câmara de balanceamento (sistema de gás de balanceamento) a uma pressão que permite seu vazamento para dentro e para fora formando um selo. SISTEMA DE ÓLEO DE VEDAÇÃO GÁS DE BALANCEAMENTO ÓLEO DE VEDAÇÃO LINHA DE GÁS DE REFERÊNCIA LINHA DE GÁS DE EQUALIZAÇÃO LINHA DE GÁS DE BALANCEAMENTO ANEL DE SELO DE ÓLEO CÂMARA DE REFERÊNCIA CÂMARA DE EQUALIZAÇÃO LABIRINTO DA PONTA ÚLTIMO IMPELIDOR PISTÃO DE BALANCEAMENTO PRIMEIRO IMPELIDOR LABIRINTO DA PONTA CÂMARA DE REFERÊNCIA CÂMARA DE EQUALIZAÇÃO ANEL DE SELO DE ÓLEO 8 1.3 TIPOS DE COMPRESSORES Os compressores centrífugos fabricados possuem configurações diferentes para atender serviços e faixas de pressão específicos, sendo que cada fabricante adota uma nomenclatura associada ao tipo de compressor e suas características. Considerando a Nuovo Pignone encontramos as seguintes nomenclaturas relacionadas aos tipos de compressores existentes; 1.4 COMPRESSORES COM CARCAÇAS BIPARTIDAS HORIZONTALMENTE As carcaças bipartidas horizontalmente consistindo de duas meias carcaças ligadas ao longo da linha de centro horizontal (fig. 2.1) são usadas para pressões de operação abaixo de 60 bar. Figura 2.1. 9 Os bocais de sucção e descarga bem como quaisquer bocais de corrente lateral, tubos de óleo lubrificante e todas as outras conexões da instalação de compressor são localizadas na carcaça inferior. Com este arranjo tudo o necessário para levantar a carcaça superior para ter acesso a todos os componentes internos, tais como o rotor, diafragmas e vedações de labirinto, é remover os parafusos da tampa ao longo da linha de centro horizontal. Os compressores com carcaça bi-partida horizontalmente são indicados pela designação de letras MCL e podem ser identificados conforme o número de estágios. 1.4.1. Compressores MCL Estes compressores multi-estágio (ver fig. 2.2) possuem somente um estágio de compressão. Figura 2.2. 10 1.4.2. Compressores 2MCL Estes são compressores multi-estágio (ver fig. 2.3) que agrupam dois estágios de compressão em série na mesma máquina com resfriamento entre os estágios. Figura 2.3. 1.4.3. Compressores 3MCL Estes são compressores multi-estágio que geralmente incorporam mais de dois estágios de compressão em uma única carcaça (ver fig. 2.4). Como regra são usados em serviços onde diferentes vazões de gás devem ser comprimidas em diversos níveis de pressão, isto é, injetando e/ou extraindo gás durante a compressão. 11 Figura 2.4. 1.4.4. CompressoresDMCL Dois estágios de compressão são dispostos em paralelo em uma única carcaça. O fato de ambos estágios serem idênticos e o bocal de descarga ser posicionado no centro da carcaça torna esta solução a mais balanceada possível. Ainda mais, uma vazão dupla é criada por um impulsor central comum (ver fig. 2.5). 12 Figura 2.5. 1.5 COMPRESSORES COM CARCAÇAS BIPARTIDAS VERTICALMENTE As carcaças bipartida verticalmente são formadas por um cilindro fechado com duas tampas nas pontas: daí a denominação “barril” usada para se referir aos compressores com estas carcaças. Estas máquinas, que são geralmente multi- estágio, são usadas para serviços de alta pressão (até 700 kg/cm2). Dentro da carcaça (ver fig. 2.6) o rotor e o diafragma são essencialmente os mesmos dos compressores MCL. 13 Figura 2.6. 1.5.1. Compressores BCL Estes são compressores do tipo barril com um único estágio de compressão (ver fig. 2.7). Figura 2.7. 14 1.5.2. Compressores 2BCL Estes são compressores do tipo barril com dois estágios de compressão em série em uma única carcaça (ver fig. 2.8). Figura 2.8. 1.5.3. Compressores DBCL Como os compressores DMCL, estes compressores incorporam dois estágios de compressão em paralelo em uma única carcaça. 15 1.6 COMPRESSORES COM CARCAÇA DE SINO 1.6.1. Compressores BCL com Carcaça de Sino Os compressores de barril para altas pressões possuem carcaças em forma de sino e são fechados com anéis de cisalhamento em lugar de parafusos (ver fig. 2.9). Figura 2.9. 16 1.6.2. Compressores PCL Estes possuem carcaças em forma de sino com uma única tampa vertical na ponta em lugar de duas como nos compressores BCL. Geralmente são usados para transporte de gás natural (ver fig. 2.10). Normalmente possuem sucção lateral e bocais de descarga posicionados opostos um ao outro para facilitar a instalação nos gasodutos. Figura 2.10 17 1.7 COMPRESSORES SR Estes compressores são apropriados para serviços de pressão relativamente baixa. Apresentam a característica de diversos eixos com impulsores em balanço. Os impelidores são normalmente do tipo aberto, isto é, sem cobertura, para obter elevadas pressões de ponta com baixos níveis de tensão e altas relações de pressão por estágio. A entrada de cada impelidor é coaxial enquanto que a saída é tangencial. Estes compressores são usados geralmente para compressão de ar ou vapor, aplicações geotermais, etc. (ver fig. 2.11). Figura 2.11 2 - Termodinâmica ÍNDICE ÍTEM Fenômeno de Compressão 2.1 Processo de Difusão 2.2 Teoria do Impelidor 2.3 Definição dos Parâmetros Termodinâmicos da Compressão 2.4 Característica de Funcionamento dos Compressores 2.5 Associação de Múltiplo Estágios 2.6 Curva da Máquina 2.7 Ponto de Operação 2.8 Limites Operacionais 2.9 Controle de Capacidade e anti-Surge 2.10 1 2. CONCEITOS BÁSICOS DA COMPRESSÃO EM CENTRÍFUGOS 2.1. FENÔMENO DA COMPRESSÃO – O CAMINHO DO GÁS A figura no 01 mostra um compressor centrífugo de um único estágio. Um elemento girante munido de pás, denominado impelidor ou rotor, aspira o gás pela sua abertura central (olho) e o força a deslocar radialmente, devido à ação da força centrífuga gerada pela rotação. Daí o nome dado a este tipo de compressor. Fica então estabelecido um fluxo continuo, resultando urna transferência de energia do impelidor para o gás, que sofre um aumento de pressão e velocidade. O fluxo expelido do impelidor passa a se deslocar livremente no difusor radial, um anel circular que envolve o impelidor. Quando um gás escoa em velocidade subsônica, um alargamento na seção transversal leva a urna queda de velocidade e aumento de pressão. Isto é o que ocorre no difusor: A energia em forma de velocidade auferida no impelidor é convertida em pressão. Os difusores radiais podem ou não ser aletados. As aletas só servem para dar urna orientação mais conveniente ao fluxo. O escoamento é então recebido pela carcaça em forma de espiral conhecida como voluta. A seção transversal da voluta é crescente apenas para acomodar a quantidade de gás progressivamente descarregada pelo difusor radial, sendo pretendido, ao menos nas condições de projeto, que a pressão não varie ao longo dela. Antes de ser descarregado o gás passa por um bocal divergente o difusor da voluta, onde se complementa o processo de difusão (alguns compressores possuem um único difusor, radial ou da voluta). A máxima pressão que o gás pode alcançar em um estágio centrifugo é baixa, estando limitada por dois fatores: pela resistência mecânica do impelidor às tensões 2 radiais oriundas da rotação e pela possibilidade de ser ultrapassada a velocidade sônica. Assim, em aplicações industriais os níveis de pressão requeridos são tais que se utilizam compressores de múltiplos estágios. 2.2. PROCESSO DE DIFUSÃO Existem três alternativas para o processo de difusão: − Em anel difusor; − No difusor da voluta; − Em anel difusor e no difusor da voluta. Para compressores de múltiplos estágios é empregada a última alternativa, sendo o anel empregado entre estágios e a voluta com difusor ao final do último estágio. Para retornar o gás do difusor de um estágio para a entrada do impelidor do estágio seguinte, o gás passa por uma curva e um canal de retorno, que deve ser divergente (espessura com aumento progressivo da periferia para o centro) para não desfazer o trabalho do difusor. O canal de retorno possui aletas (ver figura no 1A) para dirigir o gás para a entrada do próximo impelidor.As aletas são dispostas para retificar a vazão espiral do gás para obter uma saída radial e uma entrada axial no impelidor seguinte. Figura no 1A O difusor em anel pode ser liso ou aletado, sendo primeiro mais empregado, pois, embora o aletado reduza o percurso do gás no difusor, provoca choques e perda de energia quando operado fora da vazão de projeto, já que o ângulo das aletas é projetado para promover urna entrada suave em urna única vazão. Em um difusor liso a trajetória do gás e uma espiral devido a vazão livre com perda de velocidade igualmente, Diafragma de entrada diafragma intermediário Difusor Canal de retorno Luvas aletas vedações de labirinto 3 tanto na componente radial como na tangencial. Normalmente a largura do difusor é constante, sendo que em alguns casos as paredes são divergentes (em até cerca de 10%). A voluta e uma carcaça em espiral que coleta o gás na saída do último impelidor de um compressor multi-estágios ou de um compressor de um único estágio. Na extremidade da voluta e que há normalmente um canal divergente, o difusor da voluta. 2.3. TEORIA DO IMPELIDOR -CONCEITO DE HEAD Estudaremos a transferência de energia num impelidor centrífugo.Para isso consideremos individualmente o escoamento do gás em um canal entre duas pás do impelidor, idealizando que o gás preenche homogeneamente este canal, escoando de maneira unidimensional, permanente e uniforme. C é a velocidade absoluta do gás, U a velocidade periférica do impelidor devido a rotação, W a velocidade do gás relativa ao impelidor. Assim, vetorialmente: C = U + W. A figura no 02 mostra estas velocidades na entrada e na saída do impelidor. W1 aparece tangente às pás na entrada do impelidor, caracterizando urna "entrada suave", que só se verifica para urna dada vazão para cada rotação, que corresponde à condição de projeto. Do mesmo modo a velocidade relativa de saída W2 aparece com ângulo de 4 inclinação idêntico ao das pás, devido à hipótese de que a trajetória do gás toma o formato do perfil das pás. Podemos relacionar aqueles triângulos de velocidade na entrada e saída do impelidor com a transferência de energia. Usando o teorema de variação do momento da quantidade de movimento, que indica que o torque (τ)aplicado a urna massa de gás (m) que escoa num intervalo de tempo (∆t) é dado por: τ = m . (r2 . Cu2 – r1 . Cu1) (1) ∆t onde, Cu é a projeção da velocidade absoluta na direção periférica. Introduzimos aqui o conceito de "Head": é a energia cedida a cada unidade de massa do fluido no processo de compressão. H = N (2) M onde, N é a potência (energia por unidade de tempo) cedida ao fluido durante a compressão e M e a vazão em massa do fluido (massa por unidade de tempo). Se multiplicarmos (1) pela velocidade angular (Ω), vem: τ . Ω = M . ( U2 . Cu2 – U1. Cu1.) (3) pois r . Ω = U. Sabemos que τ . Ω. = N. Passando, então, a vazão em massa para o membro esquerdo aparece o Head (H): H = U2 . Cu2 – U1. Cu1 (4) Esta é a equação de Euler e o Head assim calculado é denominado Head de Euler. Na maioria dos compressores não existe dispositivo para conferir pré-rotação ao gás na entrada do impelidor. Assim o fluido entra radialmente no impelidor, ou seja, Cu1 = O e, de (4): H = U2 . Cu2 (5) Verifica-se que o Head fornecido ao fluido pelo impelidor é função apenas de: − Rotação do impelidor (Ω) − Raio externo do impelidor (r2) − Vazão através do impelidor (V2) − Ângulo de saída das pás (β2) A rotação e o raio impelidor influenciam U2 ( U2 = Ω . r2 ). O ângulo de saída das pás e a vazão influenciam Cu2. Veja na fiqura no 03 como Cu2 cresce (e H também) com o aumento de β2. 5 De acordo com o ângulo β2 o impelidor será denominado: impelidor de pás para trás quando β2 < 90º; de pás radiais quando β2 = 90º e de pás para frente quando β2.> 90º. Impelidores com pás para frente, embora produzam maiores Heads, tem faixa de funcionamento estável reduzida. Também operam com baixas eficiências, pois o impelidor confere grande parte da energia ao fluido na forma de velocidade, implicando em grandes velocidades e perdas no processo de difusão. Impelidores com pás radiais conferem altos Heads com boas eficiências, mas em faixas limitadas de vazão. É o mais resistente e pode trabalhar com maiores velocidades periféricas. E usado quando se necessita alto Head com poucos estágios. Impelidores com pás para trás permitem um grande intervalo estável de vazões, incluindo a faixa de maior eficiência, apesar de fornecerem menores Heads. As vantagens citadas os tornam os de uso universal industrial (55º ≤ β2 ≥ 65º). A vazão volumétrica na saída do impelidor (V2) pode ser escrita em função da projeção da velocidade relativa na direção radial (Wr2) e da área de saída (A2), como: V2 = A2 . Wr2 (6) Assim (5) pode ser reescrita para incluir V2, utilizando relações trigonométricas no triângulo de velocidades de saída, como: H = U22 - U2 . Wr2. .cotg β2 (7) ou H = U22 - U2 . V2 . .cotg β2 (8) A2 Portanto, o Head varia linearmente com a vazão volumétrica na descarga. Na figura no 04 mostramos graficamente esta relação para as três possíveis configurações das pás. 6 Na realidade, devido ao fenômeno de circulação ("Slip") do fluido entre duas pás do impelidor, os ângulos das velocidades relativas do gás são um pouco menores que os ângulos das pás (β2),.causando que o Head cedido ao gás seja menor que o previsto no caso ideal (cerca de 10 a 20%). Essa diminuição do Head em relação ao ideal não implica em perda de energia ou redução da eficiência. Tanto a energia recebida pelo gás para aumentar a pressão, como a cedida pelo impelidor são menores devido ao “Slip”. No entanto, os projetistas tentam diminuir o fenômeno de modo a conseguir um maior Head para as mesmas condições gerais. Até aqui não foram levadas em conta as perdas de energia do fluxo por atrito do fluido nas superfícies de impelidor e difusor e por choques, ou seja, turbulência e separação das linhas de fluxo, devido a mudanças de direção ou incidência do fluxo nas pás. Assim o impelidor cede ao fluido o Head de Euler (ideal) menos o "SLIP". Porém só 7 uma parte desta energia e utilizada para aumento de pressão (útil), o restante correspondendo as perdas citadas. As perdas por atrito variam com o quadrado da velocidade do fluido, ou seja, da vazão. As perdas por choques têm um mínimo para uma certa vazão (um certo triângulo de velocidades), aumentando para vazões maiores ou menores. Os diagramas Head útil x Vazão volumétrica na descarga tomam o seguinte aspecto: Vemos nos dlagramas dois valores de vazão características: − Qproj : Vazão em que é máxima a eficiência do impelidor, ou seja, em que é mínima a diferença entre o Head total ou real e o Head útil. O projeto é sempre feito para operação nesta vizinhança. 8 − Qmin: Vazão para a qual o Head útil é máximo. Esta é a vazão mínima do impelidor, pois abaixo dela a máquina se torna instável. Explicaremos este fenômeno posteriormente. 2.4. DEFINIÇÃO DOS PARAMÊTROS TERMODINÂMICOS DA COMPRESSÃO 2.4.1. HEAD REAL Heff O Head real Heff de um estágio de compressor (como para toda a máquina) é o trabalho real L1, 2 que é trocado entre o fluido e a máquina por unidade de peso do gás que circula. Conforme esta premissa, o Heff real é expresso pela relação: Heff = L1, 2 = p1∫p2 vdp + La (9) Ou pela relação: Heff = L1, 2 = (h2 – h1) + Qe (10) Que, no caso de máquinas onde a suposição de transformação adiabática (Qe = 0) é muito próxima da realidade (como no caso dos compressores centrífugos), assume a forma bem conhecida: Heff = L1, 2 = (h2 – h1) (11) As considerações resultantes de uma rápida verificação das condições acima são as seguintes: - Somente uma parte do trabalho L1, 2 fornecido (ou head real) é encontrado na forma de aumento de energia potencial termodinâmica do fluido, expresso por: p1∫p2 vdp (este valor é chamado de Head politrópico Hpol do qual falaremos mais tarde), enquanto que um parte La, é usada para vencer o fenômeno da resistência passiva (perdas devido ao atrito, impacto, etc.) relacionada com a vazão do fluido e que, transformada em calor, permanece dentro do próprio fluido; - O conhecimento da variação na quantidade de “entalpia h”, inferida da pressão e da temperatura do gás medida na sucção e descarga do compressor, permite estimar o Head real Heff (ou trabalho específico) trocado entre o gás e a máquina por unidade de peso. 9 2.4.2. HEAD POLITRÓPICO Hpol Conforme já citado, o Head politrópico Hpol de um estágio, bem como de toda a máquina, é definido como a energia acumulada no fluido sempre na forma de aumento da energia potencial termodinâmica expresso por: Hpol = p1∫p2 vdp (12) A transformação idealizada (sem perdas) chamada politrópica (reversível e entre as mesmas pressões e temperaturas de sucção e discarga) é a melhor forma de se estimar a energia potencial termodinâmica transmitida ao gás (energia útil), já que não há como, analiticamente descrever-se o processo real de compressão ponto a ponto. A trasformação politrópica é composta de duas parcelas (vide figura no 6A): • uma transformação isentrópica (sem perdas, reversível) entre a condição de sução (ponto 1) e a pressão final de descarga (ponto 2IS), onde somente há trabalho; • uma transformação isobárica (a pressão constante p2 – pressão de descarga) até que seja alcançada a temperatura de descarga (ponto 2), onde há uma tranferência virtual de calor. Figura no 6A Ou seja, o calor grado pelas perdas em um processo real não reversível pode ser simulado por calor cedido do meio externo de forma reversível. O processo pode ser aprimorado se o dividirmos em várias pequenas transformações, que, se encadeadas passo a passo, recriarão a transformação completa. A equação que define este processo teórico chamado politrópico é: pvn = constante(13) onde n é o expoente médio da transformação politrópica entre os pontos 1 e 2, no começo e no fim do processo real de compressão (Figura 6A). Se substituirmos a relação acima na integral e a desenvolvermos, temos a seguinte relação: 10 HPOL = 1−n n Z1RT1 ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ − − )1)1)(( 1 2 n n P P (14) onde: Z1 é o fator de compressibilidade calculado nas condições iniciais; R é a constante característica do gás; T1 é a temperatura de sucção do gás; p1 é a pressão de sucção do gás; p2 é a pressão de descarga do gás; n é o expoente da transformação politrópica assumido como constante durante a transformação. As unidades de medida para expressar a altura manométrica politrópica Hpol são metros (m), se o sistema técnico de unidades de medida for adotado, ou, mais corretamente, as unidades para energia específica (J/kg) se o sistema internacional de unidades de medida for adotado. 2.4.3. EFICIÊNCIA POLITRÓPICA (ηPol) A energia entregue ao gás no processo de compressão é maior que o calculado através da idealização dada pelo Head politrópico, visto que é considerada somente a energia útil para aumento de pressão, sem perdas. Com isso, surge o conceito de eficiência que relaciona o Head necessário para um processo ideal com o real. A eficiência politrópica (ηPol) de um compressor é definida como a relação entre o Head politrópico Hpol, que acabamos de definir, e o Head real Heff para comprimir cada unidade de massa do gás. ηPol = Hpol (15) Heff Portanto, de acordo com o exposto anteriormente e considerando as expressões já fornecidas para Hpol e Heff, temos: ηPol = )( 11)1/2( 1 12 11 hh n nPP n nRTZ Heff Hpol − ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡ − − − = (16) Esta relação pode ser simplificada na forma: k k n nnpol 1. 1 − − = (17) Para um gás perfeito, onde n é o expoente médio da transformação politrópica de compressão entre as condições inicial e final 11 k (= cp/ cv) é o expoente da transformação adiabática isentrópica, na mesma relação de compressão da transformação real considerada. A temperatura de descarga para uma transformação politrópica pode ser calculada por: ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛= − 1 2. 1 12 P pTT n n (18) Utilizando as duas equações anteriores, lembrando que estamos considerando um gás perfeito, ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛= − 1 2. . 1 12 P pTT nk k pol (19) Explicitando o ηPol )/(ln )1/2(ln.1 12 TT pp k kn pol − = (20) Assim sendo, podemos inferir que é possível estimar a eficiência politrópica, confiável e experimentalmente, medindo os parâmetros termodinâmicos na sucção (p1 e T1) e na descarga (p2 e T2) do compressor, desde que o gás movimentado possa ser aproximado a um gás perfeito. De outra forma, os valores Hpol e Heff devem ser calculados, após medir experimentalmente os valores de pressão e temperatura de entrada e saída e conhecendo a composição do gás, conforme as equações de estado que representam o comportamento do gás tão real quanto possível. A equação de estado mais comum aplicada ao gás natural é a equação de B.W.R.S. (Benedict, Webb, Rubbin, Starling). 2.4.4. HEAD ADIABÁTICO Had O Head Adiabático de um compressor (Had) é a energia entregue ao fluido devido a um processo idealizado reversível, e portanto isentrópico (sem perdas), de compressão adiabática (transformação 1 – 2is na figura 6A) ocorrido entre as mesmas pressões p1 inicial e final p2, entre as quais é realizado o processo de compressão real. Obviamente a temperatura de descarga desta transformação ideal é menor que a real. 12 A altura manométrica His então é obtida da relação His = p1∫p2 vdp com pvk = constante (21) Que pode ser expressa na forma His = Z1RT ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ − − − 11)( 1 1 2 K K P P k k (22) considerando k = constante durante a transformação onde: k (= cp/ cv) é o expoente ligando as pressões e volumes específicos durante a compressão isentrópica; Z1 é o fator de compressibilidade do fluido no começo da transformação adiabática reversível; R é a constante característica do gás; T1 é a temperatura de sucção do gás; P1 é a pressão de sucção do gás; P2 é a pressão de descarga do gás. Também o Head adiabático His, como o politrópico Hpol, é expresso em (m) ou (J/kg) dependendo de aplicar o sistema de unidades técnico com internacional para as unidades de medição. 2.4.5. EFICIÊNCIA ADIABÁTICA ηad A eficiência adiabática ηad de um compressor é a relação entre o Head adiabático Had, definido acima, e o Head real Heff. É obtido da relação nad = )( 11)/( 1 12 1211 hh k kPP k kRTZ H H eff ad − ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡ − − −= (23) Diferentemente das considerações sobre eficiência politrópica, a eficiência adiabática ηad depende da relação de compressão p2/p1, além da máquina e da natureza do fluido, como no caso do gás perfeito em que é dada pela relação: nad = 1 . 1)( 11)( 1 2 1 2 − − − − Pnk k P P k k P P (24) 13 Esta relação mostra que a eficiência adiabática ηad é sempre menor que a eficiência politrópica ηpol. Quanto mais a relação de compressão p2 / p1 tende para 1, mais a eficiência adiabática tende para o valor politrópico. O rendimento permite saber o grau de eficiência com que o compressor executa o processo. Nesse sentido o rendimento politrópico é um critério mais verdadeiro de avaliação, pois usa como critério de comparação a energia que seria cedida num processo sem perdas (irreversibilidades) entre os mesmos estados de sucção e descarga que os reais (HP). Já o rendimento adiabático considera um processo que leva a um estado de descarga que não é real, e que necessitaria menor aporte de energia. Assim o rendimento politrópico é considerado a eficiência hidráulica do impelidor, independendo do gás ou das condições de serviço, sendo função apenas da vazão em volume na sucção, para cada rotação. A temperatura de descarga para uma transformação isoentrópica e adiabática pode ser calculada por: ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − += ad S TTTT η 12 12 , (25) onde T2S é a temperatura de descarga teórica adiabática (vide figura 6A), dada por: ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛= − 1 2. 1 12 P pTT k k S (26) 2.4.6. EFICIÊNCIA MECÂNICA Além da potência empregada na compressão do gás (a útil e as perdas hidráulicas), o acionador deve compensar as perdas por atrito mecânico do eixo com os mancais e com o sistema de selagem, além das perdas associadas à rotação dos impelidores num meio viscoso. Assim, é definida a eficiência mecânica (ηM), relacionando a potência empregada na compressão (N) e a potência total necessária no eixo do compressor (W). ηM = N (27) W As perdas por atrito podem ser calculadas empiramente por: Pat = N0,4 => W= N + N0,4 (28 ) 14 2.4.7. Potência absorvida pelo compressor Os diagramas disponíveis, fornecidos pelo fabricante, que indicam o Head H (politrópico ou adiabático) e a eficiência (politrópica ou adiabática) para determinados valores da velocidade de rotação n, permitem calcular o trabalho específico real (L1,2) ou Head real (Heff) por meio das relações: eff ad ad POL POL H n H n H L ===2,1 (29) Conhecendo o trabalho específico L1, 2, é possível calcular a potência total consumida no eixo do compressor, através da relação: W = M . L1, 2 + Pf + Pm (30) onde Pf representa a potência perdida devido a vazamento e Pm representa a potência perdida devido a perdas mecânicas. Também podemos calcular a potência consumida no eixo do compressor. Por: W = M . HT (31) ηT . ηM onde: M é a vazão mássica, HT é o Head ideal (tornado em base adiabática ou politrópica), ηT é o rendimento termodinâmico (também adiabático ou politrópico, conforme o adotado para o Head) e ηM é o rendimento mecânico. 15 2.5 CARACTERÍSTICAS DE FUNCIONAMENTO DOS COMPRESSORES CENTRÍFUGOS2.5.1 CURVAS CARACTERÍSTICAS As principais características de funcionamento de um compressor centrífugo são: vazão, potência e temperatura de descarga. Estas grandezas dependem essencialmente das variáveis: pressão e temperatura de sucção, pressão de descarga e natureza do gás comprimido, além, é claro, das caracteristicas próprias da máquina. Para fornecer informações a respeito do comportamento e desempenho de suas máquinas, inter- relacionando os parâmetros acima, os fabricantes costumam fornecer gráficos, denominados curvas características. É logicamente uma forma limitada, posto que envolve tantos parâmetros. O Head termodinâmico e o rendimento termodinâmico são nesse contexto muito importantes pois estão diretamente relacionados com as quatro variáveis acima descritas. a) CURVAS DE HEAD TERMODINÂMICO E RENDIMENTO TERMODINÂMICO É a mais usual forma de representação das curvas características para compressores centrifugos. Para uso prático destas curvas a vazão volumétrica na saída do impelidor (V2), usada até aqui, não se mostra conveniênte. É,mais conveniente expressar estas curvas em função da vazão volumétrica na sucção da maquina (V1), que pode ser facilmente medida. V1 e V2 são diferentes devido a compressibilidade do gás, ou seja, devido a alteração dos volumes específicos da sucção (v1) para a saída do impelidor (v2). Assim: V2 = V1 (= M ) => V1 = v1 . V2 (32) v2 v1 v2 A relação entre os volumes específicos (v2 / v1) depende, para uma dada energia transferida, da temperatura de sucção e da natureza do gás, agrupados no conceito "Grau de Compressibilidade”. O grau de compressibilidade é tão maior quando maior for a variação dos volumes especificos (mais baixas temperaturas de sucção ou mais alto peso molecular), para uma dada energia de compressão . A figura no 07 mostra o aspecto de duas curvas de Head x Vazão na sucção, para um compressor operando com dois gases diferentes. Evidentemente a curva H x V2 seria a mesma nos dois casos: O efeito do grau de compressibilidade é normalmente desprezado, se a variação dos volumes específicos é pequena. 16 A base de referência adotada para o Head e o rendimento pode ser adiabática ou politrópica. No entanto, a base politrópica é a preferida pois, dentro de uma certa aproximação, o Head e .o rendimento politrópico só dependerão da vazão e rotação do compressor (desprezada a influência da temperatura de sucção e da natureza do gás, ou seja, do grau de compressibilidade), o que não.ocorre com o rendimento adiabático, que depende da relação de compressão. As curvas HT x V1 e ηT x V1 podem ser apresentadas nas duas formas mostradas na fig. no 08, sendo que na primeira temos curvas de rendimento para cada rotação e na segunda ( mais comum) temos curvas de rendimento constante. 17 A potência de compressão e a temperatura de descarga podem ser obtidas a partir do Head e do rendimento, como já mostrado. b) CURVAS DE PRESSÃO DE DESCARGA E POTÊNCIA DE COMPRESSÃO Se fixarmos a pressão e temperatura de sucção e a natureza do gás, é possível representar graficamente a pressão de descarga e a potência do compressor contra a vazão mássica. Esta é a maneira mais direta de representar o desempenho de um compressor centrifugo, pois vazão e potência são duas das grandezas que estamos interessados, e aparecem explicitamente. A temperatura de descarga pode ser calculada. A grande inconveniência deste tipo de representação é a falta de generalidade, dado que os parâmetros fixados estão muitas vezes sujeitos a pequenas variações. Para ganhar alguma generalidade podemos incluir nas curvas a pressão de sucção como variável. Para isso, pode-se usar P2 / P1 ao invés de P2 e N / P1, substituindo N. O formato geral das curvas permanece o mesmo. 18 2.6. ASSOCIAÇAO DE MÚLTIPLOS ESTÁGIOS Vamos considerar um compressor com dois estágios similares, a exceção das larguras do impelidor, difusor e demais áreas de passagem. Isto é um aspecto comum nos compressores multiestágios. Numa aproximação razoável, as curvas Head e rendimento politrópico para os dois estágios seriam idênticos, se traçados em função da velocidade C1 de entrada no impelidor, tal como as da figura no 10. Consideremos a velocidade C1*. Ela corresponde ao ponto de máximo rendimento (ponto Y) e ao Head definido pelo ponto A, que impõe uma relação rv* (= v1 / v2) entre os volumes específicos de entrada e saída do primeiro estágio. Como, naturalmente, queremos que o segundo estágio opere com eficiência máxima, reduziremos as áreas de passagem, em relação ao primeiro estágio, na mesma proporção dos volumes específicos. Ou seja: RELAÇÃO DE ÁREAS = rv*. Assim a velocidade de entrada no segundo impelidor será C1* novamente. Com isso o Head do conjunto será o dobro de "A", e o rendimento será igual. Para velocidades superiores à de projeto (vazões supeirores), o primeiro estágio operaria, por exemplo, com Head dado pelo ponto B e rendimento dado por Z, na fig. no 10. Este head menor (menor relação de compressão) irá levar a uma relação de volumes 19 específicos inferior a rv* e, portanto, as áreas de passagem do segundo estágio, definidas pela condição anterior, serão pequenas agora. Portanto a velocidade de entrada no segundo estágio será superior a do primeiro, o Head será inferior ao do primeiro (ponto B") e a soma total dada por B'. Para velocidades inferiores à de projeto (vazões inferiores), o primeiro estágio teria Head dado por C e rendimento dado por X. Agora as áreas de passagem se tornariam grandes demais e a velocidade de entrada do segundo impelidor será menor que a do primeiro, o Head será superior ao do primeiro (ponto C") e a soma total dos Heads dada por C'. A esse efeito é dado o nome de "bola de neve" devido ao fato de que se a velocidade de entrada do primeiro estagio se afasta do valor de projeto, mais dele se afastarão as velocidades de entrada dos estágios subsequentes. E na mesma direção. Já a curva de Head do conJunto sofre uma rotação em relação a curva dos estágios, tornando-se mais próxima da vertical (curva de Head do conjunto passa pelos pontos C’ - A’ - B’). Num raciocínio análogo a curva de rendimento torna-se mais fechada que a de cada estágio, levando a maior sensibilidade ao afastamento das condições de projeto (curva de rendimento do conjunto passa pelos pontos X’ – Y’ – Z’). É importante registrar que não só mudanças na velocidade de entrada do primeiro estágio implicam no efeito bola de neve. Também variações de rotação, temperatura de sucção e natureza do gás provocam o efeito, sendo que o efeito total será a composição de todos. 2.7. CURVA DA MÁQUINA Nos itens anteriores descrevemos as curvas características de cada estágio simples. Para chegar nas curvas de desempenho total de uma máquina é necessário, é claro, juntar as curvas dos diversos estágios constituintes, para chegar no desempenho total. Na prática isto é realizado por um programa de computador, armazenando as curvas de desempenho dos estágios simples, e através de uma equação de estado apropriada para os gases reais (geralmente aplicamos a equação de Benedict-Webb- Rubin generalizada por Starling). As curvas dos estágios simples, nos diversos e possíveis valores de operação em termos de número de Mach (rotações), são obtidas através dos resultados de testes de cada estágio, sendo depois armazenadas no computador. O computador pode “escolher” estes estágios para valores de vazão perto dos projetados (faixa de seleção para um estágio padrão) e então “compor” a máquina para chegar nas curvas totais exigidas. Na prática, o trabalho é realizado da seguinte forma: conhecendo as condições de entrada (pressão, temperatura, composição do gás, vazão, etc.) e com base nas características do impelidor e na equação de estado escolhida, as condições na saída do estágiosão calculadas (pressão, temperatura, etc.); daí a vazão de entrada no próximo estágio é conhecida. Portanto, é possível “selecionar” o próximo estágio mais apropriado para a vazão nominal de projeto. O procedimento então é o mesmo como para o primeiro estágio, até que se chegue às condições finais (estabelecimento das pressões de projeto). 20 Claramente, conforme as diferentes aplicações possíveis, obtemos curvas de desempenho diferentes na eficiência, formato da curva e faixa de operacional de vazões (máxima – mínima), etc. 2.8. PONTO DE OPERAÇÃO Para entrar nas curvas características de um compressor e estabelecer o ponto de operação necessitamos da pressão e temperatura de sucção, pressão de descarga e natureza do gás (para uma dada rotação). Porém, na maioria dos sistemas industriais, esses parâmetros são dependentes da vazão, devido às perdas de carga e trocas térmicas. Assim, o ponto de operação será estabelecido se as condições p1, t1, p2 e natureza do gás satisfazerem tanto as equações ou curvas da máquina como as do sistema, para o mesmo valor de vazão mássica. As curvas da máquina são dadas pelos fabricantes. .As curvas do sistema representam a energia necessária ao fluido para que possa escoar e vencer a resistência do sistema (contra-pressão, atrito interno com a tubulação) em função da vazão de gás. A curva do sistema pode ser do tipo "a" da figura no 11, no caso em que a tubulação do sistema é muito pequena, sem restrições, e toda a energia é usada para vencer um diferencial de pressão. Em outros sistemas toda a energia pode ser usada para compensar as perdas por atrito devido ao escoamento do gás em tubulações longas, com nenhuma diferença de pressão entre os reservatórios de sucção e descarga. Neste caso, temos a curva "c", uma parábola passando pela origem. É o caso dos gasodutos em terra. Se o sistema for misto, sendo parte da energia usada para compensar perdas por atrito e outra parte para vencer um diferencial de pressão, o sistema apresenta uma curva do tipo "b". 21 Como estas curvas em geral não são conhecidas, o ponto de operação do compressor pode ser determinado pelo seguinte processo interativo: -Arbitra-se um valor para a vazão mássica M; -Calcula-se a perda de carga na sucção a partir de um ponto de pressão fixa, definindo-se assim a pressão de sucção p1 e a vazão volumétrica aspirada V1; -Entra-se n.as curvas do compressor tirando-se a pressão de descarga p2 e a temperatura de descarga T2. -Calcula-se a perda de carga entre a descarga do compressor e um ponto a jusante de pressão fixa. Se o valor de p2 diminuído da perda da carga coincidir com o valor de pressão do ponto fixo a jusante, temos a vazão M correta e o ponto de operação determinado. Tudo foi considerado para temperatura de sucção do compressor e natureza do gás com variações desprezíveis por facilidade. Como última observação notamos que, se um compressor for colocado em operação em um dado sistema, sem qualquer tipo de controle, a vazão e pressões de equilíbrio não necessariamente serão convenientes ao processo. A situação pode ser melhorada exercendo-se um controle de capacidade. 2.9. LIMITES OPERACIONAIS a) LIMITE DE "SURGE" Existe uma vazão mínima para o compressor, a cada rotação, abaixo da qual a operação se torna instável, tendo Inicio um fenômeno chamado de "surge". A.causa deste fato esta na forma da curva p2 x V1 do compressor (vide figura no 12), que, depois de atingir um máximo, começa a decrescer para menores vazões. Este valor de pico é o limite de surge. Uma instabilidade leve é observada mesmo antes de chegar no ápice da curva (pulsações de pressão com freqüência muito menor que a velocidade de rotação) e é 22 devida a “rottanting stall”, isto é, descolamento da camada limite localizamente (geralmente em algumas aletas do canal de retorno ou algumas pás do impelidor). O stall se move ao longo de linhas circunferenciais, originando assim o nome como este fenômeno é conhecido. Para uma explicação simplificada do fenômeno de surge, suponhamos que durante a operação de um compressor, a rotação constante, uma válvula na linha de descarga seja progressivamente fechada, aumentando a resistência do sistema e, portanto, o Head (ou pressão de descarga), necessário para vencer esta resistência. À medida que se fecha a válvula, a vazão através do compressor cai, até atingirmos a vazão correspondente ao máximo Head (ou pressão de descarga). Nessa condição, a contrapressão do sistema é maior que a pressão de descarga que o compressor pode fornecer, causando momentaneamente uma inversão de fluxo através do compressor, cuja duração será da ordem de décimos de segundo. Isto porque, com a inversão de fluxo, a pressão na descarga cai, tornando o compressor capaz de, novamente, fornecer uma vazão superior à do limite de surge. A operação volta a seguir a curva característica até atingir, novamente, o limite de surge, numa ação cíclica. O compressor emite um som peculiar audível a longas distâncias. As consequências da ocorrência do surge dependem de sua duração e das características da instalação, podendo variar de uma perturbação simples até ocorrências desastrosas, tais como: -Vibrações, especialmente na direção axial, causando empeno do rotor, destruição do sistema de selagem, das tubulações, de mancais e de impelidores; -Aquecimento anormal do gás; Um dos fatores importantes é a frequência das pulsações: quando maior, menor a possibilidade de danos. É por isso que se costuma instalar uma válvula de retenção na linha de descarga, bem próxima ao compressor. O limite de surge é bastante influenciado pelo ângulo de descarga do impelidor, e para os impeli dores comuns está em torno de 50% da vazão de máxima eficiência. A origem do surge costuma ser associada ao escoamento através do difusor. A figura no 13 mostra que quanto menor a vazão, menor o ângulo de entrada do fluxo no difusor e maior será o percurso (em espiral, num difusor de anel liso) do gás até alcançar a salda do difusor. Acredita-se que, na condição de surge, o percurso do gás é tão longo e a perda de carga tão intensa que a pressão reinante na salda do difusor não é alcançada. Isto provoca a reversão que caracteriza o surge. 23 Quando o difusor é aletado o início do fenômeno está associado a separação da camada que ocorre devido ao grande ângulo de ataque sob o qual o escoamento incide nas aletas do difusor, para baixas vazões. Como no caso anterior o processo de difusão e prejudicado e o gás não atinge a pressão reinante na saída do difusor. O surge também pode ser entendido como a generalização do stall na máquina como um todo. Conforme as experiências realizadas em estágios padronizados de compressores centrífugos, durante as quais as pulsações de pressão com baixa vazão também são registradas, foram estabelecidos limites experimentais (para cada número de Mach periférico - Mu) nos quais a máquina trabalha satisfatoriamente. Para cada estágio, portanto, são estabelecidas a vazões mínimas específica nas diversas velocidades, isto é, nos diversos valores de Mu. Para operar a vazões abaixo do limite de surge, é necessário um sistema de controle, que será discutido posteriormente. b) LIMITE DE "STONEWALL" ou “CHOKE” O limite superior de vazão é determinado pelo fenômeno denominado "Stonewall" ou “Choke”. Os compressores centrífugos são projetados para operar em regime subsônico. Porém, acima de certa vazão, as velocidades através da máquina são tão elevadas que o regime supersônico é atingido em alguma parte do compressor. Resultam ondas de 24 choque que restringem o escoamento, causando um efeito de blocagem - queda rápida na pressão de descarga para um mínimo aumento da vazão, além que forte queda na eficiência. O Stonewall só ocorre para vazões muito altas, normalmente fora da faixa operacional (baixorendimento). Ele só representa um problema para compressores operando com gás com alto peso molecular ou baixa temperatura (sistemas de refrigeração), quando a velocidade sônica é reduzida. Nestes casos usam-se baixas rotações e grandes áreas de passagem do gás. Para gás natural, o citado acima se aplica somente quando são exigidos pontos de operação fora das condições de projeto com valores de vazão muito acima das previstas no projeto. De qualquer forma, no caso de compressores de gás natural, enquanto o limite da faixa de operação à esquerda das curvas características é sempre a linha de surge, o limite à direita (ainda limitando a faixa de operação) raramente é a linha de stonewall; sendo mais freqüentemente o limite de estudo para as características da máquina (por exemplo, para o controle do empuxo axial). Como a ultrapassagem deste limite não ameaça a integridade da máquina, não é necessário um controle para prevení-lo, como é feito em relação ao surge. Lembremos do efeito "bola de neve", já descrito, que ocorre na associação de estágios: quando o primeiro estágio admite uma vazão afastada da de projeto, num certo sentido, o afastamento das condições de projeto nos estágios subsequentes será progressivamente acentuado no mesmo sentido. Devido a este efeito é esperado que os limites de Surge e Stonewall sejam atingidos pelo último impelidor do conjunto, e também teremos um estreitamento da faixa útil de trabalho, em relação ao comportamento individual de um estágio. Assim, para compressores de poucos estágios (3 ou 4), o limite de surge está em cerca de 50% da vazão de projeto, enquanto para um compressor de muitos estágios, ele está em cerca de 85% da vazão de projeto. E importante lembrar que todas estas observações são válidas para operação da máquina próxima da rotação, temperatura de sucção e natureza do gás nominais de projeto. 25 c) VARIAÇÃO DOS LIMITES COM AS CONDIÇÕES OPERACIONAIS O limite de surge de um compressor centrífugo, de um ou vários estágios, situa- se em vazões inferiores quando operando com gases de reduzido grau de compressibilidade, isto é, os de baixo peso molecular ou aspirado a altas temperaturas. Também o limite de Stonewall se afasta para a direita no gráfico e no computo total a faixa operacional é ampliada. Já a mudança de rotação provoca o deslocamento do limite de surge ao longo de urna curva com o aspecto de urna parábola, denominada curva do limite de surge (vide o primeiro gráfico abaixo). 26 Para compressores multi-estágios, no entanto, a curva de limite de surge apresentará um ligeiro desvio na curvatura (vide o segundo gráfico da figura no 16). A mudança de rotação também pode alterar o estágio através do qual se iniciam tanto o Surge como o Stonewall. d) AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO COMPRESSOR CENTRÍFUGO EM CONDIÇÕES DIFERENTES DAS DE PROJETO Vamos considerar as curvas de características de um compressor centrífugo quando as condições de operação são diferentes das de projeto. Sabemos o tipo de máquina (MCL, BCL, 2BCL, etc.), sua geometria, (definição perfeita dos estágios que compõem a máquina, escolhida ao projetar a mesma) bem como a faixa de velocidade de operação. Desejamos definir o desempenho quando os parâmetros de operação são diferentes dos de projeto. Nos parágrafos anteriores descrevemos os principais fatores que influenciam o desempenho da máquina. Agora queremos estimar a influência destes parâmetros, em valores e seu efeito na operação da máquina. É claro que durante a operação, parâmetros diferentes e combinados (alterações simultâneas na pressão de sucção, tipo de gás, etc.) podem ocorrer; portanto é impossível prever toda a série de casos. Para obter alguns dados sobre os diversos desempenhos possíveis, vamos definir duas “famílias fora de projeto”: alterações nas condições de sucção (tipo de gás, pressão de sucção e temperatura) e alterações devido a possíveis deteriorações no campo. e) Variações nos parâmetros de entrada Três variações diferentes possíveis nos parâmetros de entrada foram supostas para serviço de compressão de gás natural: a – peso molecular (composição do gás) b – temperatura de sucção c – pressão de sucção As curvas características, anexas a este documento, foram obtidas por computador para um compressor centrífugo BCL 404/A e mostradas na sua faixa completa de operação. Nestas curvas podemos observar o movimento da linha de surge, da linha de vazão máxima, etc., devido a alterações nas condições de entrada. 27 a – peso molecular (composição do gás) CAPACIDADE DE SUCÇÃO (m3/hr) Estas curvas se aplicam nas seguintes condições: Gás movimentado Peso molecular Pressão de sucção Temperatura de sucção natural 18,73 (valor nominal) 67,1 ATA 21,4°C R E L A Ç Ã O D E C O M P R E S S Ã O P O T Ê N C I A A B S O R V I D A D O C O M P R E S S O R ( K W ) 28 b – temperatura de sucção CAPACIDADE DE SUCÇÃO (m3/hr) Estas curvas se aplicam nas seguintes condições: Gás movimentado Peso molecular Pressão de sucção Temperatura de sucção natural 18,73 67,1 ATA 21,4°C (valor nominal) R E L A Ç Ã O D E C O M P R E S S Ã O P O T Ê N C I A A B S O R V I D A D O C O M P R E S S O R ( K W ) 29 c – pressão de sucção CAPACIDADE DE SUCÇÃO (m3/hr) Estas curvas se aplicam nas seguintes condições: Gás movimentado Peso molecular Pressão de sucção Temperatura de sucção natural 18,73 67,1 ATA (valor nominal) 21,4°C R E L A Ç Ã O D E C O M P R E S S Ã O P O T Ê N C I A A B S O R V I D A D O C O M P R E S S O R ( K W ) 30 f) Variações devido a possíveis deteriorações no campo Em relação à influência das possíveis deteriorações de campo, que o compressor pode sofrer durante sua operação, no desempenho, aplicamos premissas simplificadas para simular as realidades. Especialmente consideramos os seguintes casos: a – incrustação dos impelidores e canais de diafragmas b – aumento das folgas das selagens de labirinto As curvas características anexas são obtidas por computador, para o mesmo serviço, da mesma forma que os diagramas para alterações dos parâmetros de entrada. 31 a – incrustação dos impelidores e canais de diafragmas CAPACIDADE DE SUCÇÃO (m3/hr) Estas curvas se aplicam nas seguintes condições: Gás movimentado Peso molecular Pressão de sucção Temperatura de sucção natural 18,73 67,1 ATA 21,4°C R E L A Ç Ã O D E C O M P R E S S Ã O P O T Ê N C I A A B S O R V I D A D O C O M P R E S S O R ( K W ) Condições nominais Efeito da incrustação 32 b – aumento das folgas das selagens de labirinto CAPACIDADE DE SUCÇÃO (m3/hr) Estas curvas se aplicam nas seguintes condições: Gás movimentado Peso molecular Pressão de sucção Temperatura de sucção natural 18,73 67,1 ATA 21,4°C R E L A Ç Ã O D E C O M P R E S S Ã O P O T Ê N C I A A B S O R V I D A D O C O M P R E S S O R ( K W ) Condições nominais Vazamentos internos 33 2.10. CONTROLE DE CAPACIDADE E ANTI-SURGE a) CONTROLE DE CAPACIDADE .Sabemos que existe uma correspondência entre as características do sistema e a vazão do compressor centrífugo que nele opera. Porém, o ponto de equilíbrio nem sempre e o adequado às necessidades. Vem daí a necessidade de um sistema de controle que .pode ter como objetivos: − Controle de Pressão de Sucção: Quando a vazão do compressor é ajustada para equilibrar-se com o suprimento de gás pelo sistema, que se mostra variável; − Controle de Pressão de Descarga: Quando a vazão do compressor é ajustada para equilibrar-se com a demanda de gás pelo sistema, que se mostra variável; − Controle de Vazão: Quando é necessário que um processo seja alimentado com vazão constante, independente das eventuais variaçõesnas pressões do sistema; Somente um desses tipos de controle pode ser escolhido para ser exercido, através da atuação nas condições de operação do compressor. A forma de atuação, no entanto, será a mesma em qualquer dos três casos. Os métodos de controle mais usados são os seguintes: − Variação da Rotação: É o método mais usado. Com rotação variável o compressor pode facilmente atender demandas do tipo vazão constante, pressão constante ou uma combinação de vazão e pressão variáveis. É o método mais eficiente, pois não introduz perdas de energia adicionais e, além disso, para os sistemas comuns, a curva Head x vazão do sistema coincide com a região de máxima eficiência das curvas Head x Vazão do compressor, em várias rotações (vide figura no 17). 34 Este método e muito interessante para compressores acionados por turbina, mas também pode ser usado para motores elétricos de rotação variável ou de rotação fixa com uso de variadores hidráulicos de velocidade. Além disso, é bom lembrar que a alteração de velocidade do acionador pode levar a operá-lo com baixa eficiência. − Estrangulamento na Sucção: É o segundo método mais empregado. Sua simplicidade e baixo custo contrastam com o seu alto custo operacional, na maioria dos casos. Consiste na introdução de uma válvula de controle na tubulação de sucção do compressor fazendo com que a pressão de sucção do compressor seja inferior à pressão suprida pelo sistema. Conforme e aumentada a relação de compressão a vazão do compressor cai. 35 Esse método é antieconômico pois há perda de energia com a expansão (perda de pressão) do gás na válvula, aumentando o trabalho de compressão por unidade de massa. Outro inconveniente é o aumento da temperatura de descarga. − Mudança de Ângulo das pás Guias na Sucção: Em alguns compressores há dispositivos para alterar o ângulo das pás guias na sucção do 1o estágio. Isto tem duplo objetivo: Redução da pressão na entrada do compressor, como no estrangulamento na sucção e imposição de uma pré-rotação ao fluido, que pode ser no sentido .de rotação do impelidor (ângulo positivo), fazendo com que o Head .fornecido para uma determinada vazão seja menor, ou no sentido contrário (ângulo negativo), fazendo com que o Head fornecido seja maior. Basta lembrar da equação de Euler. H = U2 . Cu2 – U1. Cu1 Cu1 causa H Cu1 causa H 36 Como altera o triângulo de velocidades do impelidor, este método muda a performance do impelidor com um mínimo de estrangulamento, operando com maior eficiência em relação ao método anterior. Porém implica em redução da eficiência máxima, pois mesmo totalmente abertas, as pás introduzem perda de energia disponível no fluido. As pás guias podem ser colocadas na entrada de todos os estágios, mas é mais comum tê-Ias apenas no primeiro estágio. É um método que exige um sistema de atuação e controle de alto custo e complexo, e que é pouco efetivo para um compressor de muitos estágios.Porém operacionalmente é quase tão econômico quanto a variação de rotação. b) CONTROLE ANTI-SURGE O propósito do controle é impedir que o compressor opere com vazão inferior a um limite mínimo - o ponto de controle de surge - escolhido ligeiramente maior em vazão que o ponto no qual se inicia o surge (ponto limite de surge). Tal poderia ocorrer peIa ação do controle de capacidade, reduzindo a vazão de operação, ou na partida. A forma convencional de atuação é a recirculação da descarga para a sucção (ou descarga para a.atmosfera, no caso de compressores de ar). A recirculação é controlada de tal maneira que a vazão de gás que passa pelo compressor, que é a sorna das vazões de recirculação e para consumo, seja maior que o limite de surge. 37 Em compressores de processo a recirculação é controlada automaticamente. Para que o controlador anti-surge possa saber quando e quanto recircular é necessário que ele conheça simultaneamente o ponto de operação e o ponto de controle de surge. Quanto ao último surgem duas dificuldades. É preciso que haja uma margem de segurança entre o ponto de controle e o ponto de limite de surge, que, todavia, não pode ser grande pois a recirculação é anti-econômica, nem muito pequena dada a relativa incerteza da localização do ponto de limite de surge. Levantar experimentalmente este ponto no sistema de operação, com instrumentação adequada, é o mais indicado. Também o ponto limite de surge não é único, variando em termos das condições do sistema e da atuação do controle de capacidade. Isto é que torna o sistema de controle complexo. Há um ponto limite de surge para cada rotação, formando urna curva de limite de surge. Se, ainda mais, tivermos as condições de sucção variáveis, como vimos anteriormente, a curva de limite de surge oscila de posição. Como exemplo vejamos a figura no 21. 38 A curva do sistema apresenta larga variação e há, para cada condição do sistema, um ponto correspondente a ocorrência do surge, com uma dada vazão que muda de ponto. O “set-point" do controlador deverá então ser estabelecido, a cada instante, em função de uma determinada lei ou equação, que considere o deslocamento do limite de surge. Quando no compressor houver resfriamento intermediário com a retirada posterior de condensado deve um controle individual de surge para cada estágio, pois a vazão em massa irá diminuir de estágio para estágio. Quando não houver resfriamento do gás recirculado, a recirculação não pode ser feita por muito tempo. 3 - Rotodinamica ÍNDICE ÍTEM Introdução 3.1 Vibrações síncronas 3.2 Vibrações assíncronas 3.3 Vibrações torsionais 3.4 Conclusões 3.5 1 3. ROTODINÂMICA E CRITÉRIOS DE PROJETO N.P. 3.1. INTRODUÇÃO O maior esforço no projeto de compressores centrífugos, principalmente para aplicações de alta pressão é atualmente dirigido a problemas relacionados à estabilidade lateral do rotor. O problema da estabilidade se relaciona ao compressor em todos os seus componentes, já que, como veremos em detalhe, todas as peças básicas das máquinas contribuem para a estabilidade: rotor, mancais, selagens a óleo, acoplamento e todas as peças fluido-dinâmicas como impelidores, difusores, canais de retorno. Os métodos de previsão teórica e a investigação experimental disponibilizados nos últimos anos contribuíram muito para o progresso neste campo. Estamos nos referindo aqui à disponibilidade, na indústria, de grandes computadores capazes de executar programas de cálculos muito elaborados, e de equipamentos eletrônicos para a detecção de vibrações e pulsações de pressão (sensores de vibração de não contato - “probes”, “key-phasors”, transdutores de pressão, analisadores de tempo real, etc.) que permitiram diagnósticos mais precisos. A medida do comportamento mecânico de um compressor é dada pela amplitude e freqüência das vibrações do rotor. A amplitude da vibração do rotor não deve causar contato entre o rotor e as peças do estator de pequena folga (labirintos), sobrecarga das selagens a óleo, e tensão de fadiga nos mancais. A freqüência das vibrações é um elemento muito importante na avaliação da estabilidade do sistema. A vibração pode ter uma freqüência correspondente à rotação da máquina (vibração síncrona) ou uma freqüência diferente (vibração assíncrona). Normalmente em máquinas como os compressores, ambos os tipos de vibração podem estar presentes. 3.2. VIBRAÇÕES SÍNCRONAS Vibrações síncronas normalmente são atribuíveis a uma das seguintes causas ou a uma combinação delas: a) defeitos acidentais dos rotores (como por exemplo, desbalanceamento); b) defeitos de projeto, isto é, velocidade operacional muito próxima à ressonância e/ou amortecimento insuficiente do sistema. Com relação ao item a), os fabricantes das máquinas agora possuem equipamentos que permitem a obtenção de um balanceamento muito preciso. Entretanto,esta precisão considerável no balanceamento é algumas vezes alterada por causas acidentais, de modo que o item b) adquire grande importância: o projeto correto do sistema de mancal-rotor deve garantir níveis de vibração aceitáveis mesmo quando causas acidentais destroem o estado original 2 de balanceamento adequado. Normalmente, são usadas duas abordagens para prever o comportamento dinâmico síncrono de um rotor. A primeira abordagem é o cálculo numérico Myhlestad-Prhol, que considera o rotor como um sistema dinâmico compreendendo um número de massas concentradas incorporadas a um eixo sem massa apoiado por mancais. O programa de computador resolve o sistema para uma variedade de valores de apoio constante em toda a faixa possível. Um diagrama pode ser elaborado, no qual as velocidades críticas laterais se constituem em uma função da rigidez equivalente dos suportes. Os valores efetivos das velocidades críticas laterais podem ser estabelecidos com base no conhecimento que se tem da rigidez do mancal (Figura 3.1). Figura 3.1 Mapa de velocidades laterais críticas x rigidez dos mancais O programa também calcula o formato do rotor (“mode shape”) nas velocidades críticas, para cada valor especificado da rigidez dos mancais (Figura 3.2). Os “mode shapes” são importantes porque indicam a amplitude de vibração relativa em cada ponto ao longo do rotor. Se as amplitudes relativas nos mancais forem baixas, um alto desbalanceamento produzindo uma considerável deflexão em algumas seções do eixo, irá causar, no entanto, um movimento relativo muito pequeno nos mancais. Sem movimento relativo, os mancais o amortecimento dos mancais não será efetivo. Assim, os mancais não estão colocados na posição mais eficiente, e sua posição deve ser corrigida. 3 Figura 3.2 - Forma de modalidade de rotor típica na segunda velocidade crítica A segunda abordagem é efetuar o cálculo de resposta do eixo no qual o movimento do rotor em toda a sua faixa de velocidade operacional é estudado, como uma resposta de sistema amortecido a uma excitação de desequilíbrio. Os desequilíbrios são em geral colocados onde há mais expectativa de sua ocorrência, isto é, nos impelidores, acoplamentos, etc. A amplitude do movimento do rotor é calculada em posições (estações) selecionadas no rotor. Os coeficientes (8) que simulam a rigidez dinâmica e o amortecimento do mancal são incluídos no cálculo. As órbitas calculadas são em geral elípticas, devido à diferença entre a rigidez e amortecimento vertical e horizontal. O diagrama de resposta representa a variação do eixo semi-principal da órbita elíptica com a velocidade, em estações selecionadas ao longo do rotor (Figura 3.3). 4 Figura 8.3- Diagrama de resposta típica do rotor A quase totalidade dos compressores centrífugos de grande porte opera entre a primeira e a segunda freqüências críticas, situação na qual o rotor é dito flexível. A norma API 617 recomenda que a primeira freqüência crítica corresponda a uma rotação pelo menos 15% abaixo da mínima requerida na operação do compressor. E que a segunda freqüência crítica seja pelo menos 20% superior a máxima rotação de funcionamento contínuo. Vários testes realizados diretamente em condições operacionais reais mostraram que as freqüências e as amplitudes medidas estão próximas aos valores esperados/ calculados. Os parâmetros de projeto disponíveis para atuar sobre as capacidades de amortecimento e valores de ressonância são: posições do mancal, especialmente em relação às pontas eixo, tipo de mancal, tipo de fluido lubrificante, tipo de acoplamento e evidentemente as características elásticas do rotor. 5 3.3. VIBRAÇÕES ASSÍNCRONAS No campo de vibrações assíncronas, é necessário fazer uma outra distinção entre as freqüências de vibração que são múltiplas da velocidade de rotação e as freqüências de vibração mais baixas ou mais altas do que a velocidade de rotação, mas não múltiplas dela. Ao primeiro tipo pertencem as vibrações normalmente causadas por fatores locais, tais como: desalinhamento, atrito entre peças rotativas e estáticas, tensões excessivas na tubulação, fundações, etc. Ao segundo tipo pertencem as vibrações que foram causa de problemas mais graves, especialmente no campo de compressores de alta pressão. Elas podem ser causadas por fenômenos externos (vibrações forçadas: por exemplo, o efeito de forças aerodinâmicas), ou por fenômenos intrínsecos ao movimento do rotor propriamente dito (vibrações de auto-excitadas), que prejudicam a estabilidade em sua base. A estabilidade é uma função de um balanço de vários fatores. Os principais são: A - Sistema de suporte de rotor com suas características elásticas; B – Efeitos aerodinâmicos; C – Selagens a óleo; D – Selagens por labirintos. Cada fator desempenha um papel no balanço da estabilidade e pode ser positivo ou negativo. O sistema é mais ou menos estável ou instável de acordo com o resultado deste balanço. Uma abordagem teórica para prever a estabilidade de um sistema rotativo é o cálculo do decremento logarítmico (Figura 8.4). 6 Figura 3.4 - Diagrama de freqüências naturais laterais amortecidas e decremento logarítmico O programa calcula as freqüências naturais amortecidas do sistema de suporte do rotor a velocidades selecionadas e fornece, para cada freqüência, o valor da diminuição logarítmica que é uma indicação segura da estabilidade do próprio sistema. A – Com relação ao rotor, já vimos como as freqüências naturais são determinadas e como a eficiência do mancal pode ser avaliada no que tange às formas de curvatura do rotor (mode shapes). Para evitar ou minimizar histerese interna, elementos de montagem ajustada (como camisas, espaçadores, impelidores, etc.) devem ser tão axialmente limitados quanto possível. As ranhuras podem causar resposta elástica diferenciada nos vários planos. Por este motivo, elas são reduzidas ao tamanho mínimo, escalonadas em 90 graus entre um impelidor e o próximo, e em alguns casos, são eliminadas. Com relação aos mancais, para se evitar problemas de instabilidade de óleo (“oil whip”), normalmente é usado o tipo de pastilhas oscilantes (“tiltint pad”). 7 Em alguns casos, os mancais amortecedores também são usados (Figura 3.5). Esses oferecem a vantagem de permitir o ajuste independente de coeficientes de amortecimento e rigidez. Figura 3.5 – Mancal amortecedor B – A ocorrência de “rotating stall” em um ou mais impelidores poderia explicar a presença de pulsações que indicam vibrações na mesma freqüência (vibrações forçadas). Todos os compressores centrífugos, qualquer que seja a pressão, são afetados pela excitação aerodinâmica. Outras condições sendo favoráveis, esses efeitos aumentam em intensidade, em proporção à densidade efetiva do gás. O parâmetro determinante não é só a pressão, mas também a temperatura, peso molecular e compressibilidade, em conjunto. Esta é a razão porque os problemas de vibrações excitadas por efeitos aerodinâmicos ocorrem com mais freqüência nas plantas de re-injeção ou de síntese de uréia do que nos compressores de síntese de amônia ou de refinaria, mesmo quando operando nos mesmos níveis de pressão. N.P. já estudou em profundidade e verificou, de forma experimental, os “fenômenos de fluxo instável” em sua configuração de estágio padrão. As conclusões foram que a perturbação aerodinâmica e as conseqüentes pulsações de pressão vinham das aletas do estator do canal de retorno, muito antes de vir do impelidor propriamente dito. Neste caso a relevante vibração do eixo tinha as seguintes características: - Estabilidade na amplitude - Freqüência muito baixa (ordem de magnitude de cerca de 10% da velocidade operacional) - Amplitude como função da velocidade periférica e da densidade do gás. 8 C – As selagens a óleo da extremidade do eixo ainda são as partes mais críticasna fabricação de compressores centrífugos de alta pressão. Um requisito importante que as selagens a óleo devem atender é contribuir para a estabilidade do sistema ou, no mínimo, não perturbar muito a estabilidade. É fácil entender que as selagens, por sua própria natureza, seriam componentes muito negativos no balanço da estabilidade do sistema se elas estivessem “travadas”, porque agiriam como mancais perfeitamente circulares, levemente carregados. Esta tendência negativa é em geral compensada fazendo- se os anéis flutuarem o máximo possível em condições operacionais. Isto pode ser obtido distribuindo-se a queda de pressão do óleo no lado atmosférico entre vários anéis e reduzindo a superfície de cada anel, onde a pressão atua, recobrindo as superfícies. Quando essas técnicas são insuficientes para evitar o “travamento” (isto é, um alto valor de força de limite de desprendimento), ranhuras periféricas ou axiais nos anéis flutuantes podem dar uma contribuição positiva à estabilidade, influenciando as características de amortecimento e resistência do sistema. D – Outra possível causa importante de instabilidade e vibração sub- síncrona pode surgir dos selos de labirintos. Nas superfícies anulares, os movimentos circulares do gás, por causa do deslocamento do rotor, podem se tornar irregulares e assim, podem causar uma distribuição não-simétrica da pressão, com uma resultante força perpendicular ao próprio deslocamento (assim chamado efeito de acoplamento cruzado). Este é um fenômeno típico de auto-excitação que causa instabilidade. A importância do fenômeno aumenta com a densidade do gás (portanto com a pressão) e com o local da selagem. Na verdade, a vibração que sempre começa acima da primeira velocidade crítica, possui uma freqüência característica igual à primeira velocidade crítica com o mesmo “mode shape”. Portanto, particularmente delicados deste ponto de vista, são os compressores “back-to-back” nos quais o maior labirinto está no meio (como é a mais alta pressão) onde os movimentos do eixo são maiores. O labirinto na Figura 3.6 representa uma primeira tentativa de diminuir ou tentar interromper os movimentos circulares por meio de muitos septos colocados axialmente no labirinto. O labirinto na Figura 3.7 é derivado do anterior, colocando-se a superfície anular entre dois dentes consecutivos em comunicação com uma câmara toroidal interna a fim de igualar a pressão no interior o máximo possível. 9 Figura 3.6 Figura 3.7 10 3.4 VIBRAÇÕES TORSIONAIS A análise de vibrações torsionais durante a fase de projeto do compressor centrífugo é também importante, principalmente se o acionamento é feito por motor elétrico síncrono ou utiliza-se uma caixa de engrenagens (multiplicadora de velocidade). Esses são os elementos que mais freqüentemente proporcionam problemas de vibração torsional. Os objetivos desta análise são os mesmos citados no caso das vibrações laterais, isto é identificar as freqüências críticas e prever os níveis gerais de vibração. A análise torsional possui, no entanto, algumas peculiaridades. A mais importante delas reside na obrigatoriedade de considerar simultaneamente o comportamento de todas as máquinas e elementos conectados, uma vez que o movimento torsional se propaga de eixo a eixo, devido à liberdade de rotação. Isto causa dificuldade na fase de projeto, especialmente se há mais de um fabricante de equipamentos envolvido, o que é bastante comum. Os acoplamentos, por serem os componentes menos rígidos de todo o arranjo, possuem uma influência muito grande sobre as freqüências críticas torsionais, além de serem muitas vezes projetados com a função precípua de suprir o adequado efeito de amortecimento do conjunto. 3.5 CONCLUSÕES As causas mais importantes de vibrações laterais síncronas ou assíncronas e torsionais podem ser bem simuladas durante o cálculo, de modo que se pode obter uma boa previsão do comportamento dinâmico do rotor. Além disso, o crescimento paralelo da tecnologia da instrumentação dá a possibilidade de uma completa verificação, não só das condições operacionais mecânicas da máquina, mas também, e conseqüentemente, das premissas teóricas tomadas como base de projeto, tal como acima explicitado no parágrafo acima. 4- Componentes ÍNDICE ÍTEM Carcaças 4.1 Diafragmas 4.2 Rotor 4.3 Mancais Radiais 4.4 Mancal Axial (Escora) 4.5 Sistema de Posicionamento Axial do Eixo 4.6 Acoplamentos 4.7 Selagens 4.8 1 4.1 CARCAÇAS. 4.1.1 Informações Gerais O material escolhido deve levar em consideração a pressão, temperatura de operação, tamanho, gás manuseado, e regulamentos fornecidos pelas normas API. Geralmente a Nuovo Pignone usa ferro fundido Meehanite GD com resistência a tração de 25-30 kg/mm2 e 70 kg/mm2 de resistência à compressão (isto é, melhor do que muitos aços). Quando na utilização de carcaças em aço, é empregado o ASTM A 216 WCA, se o compressor operar a baixas temperaturas devrá ser utilizado o ASTM A 352 em um dos seus quatro graus dependendo da temperatura de operação; por último, usamos aço ASTM 351 Gr. CA15 (13% Cr) ou Gr. CF8 no caso de ambientes corrosivos. O teste usual para estas carcaças é a inspeção por partículas magnéticas. Em casos especiais, quando cuidados especiais são exigidos, é realizado o teste de ultra-som. Algumas vezes é exigida a inspeção radiográfica; não devemos considerá-la visto que as tensões que afetam estes elementos são limitadas e as falhas certamente existem nos fundidos, no entanto são aceitáveis e não são prejudiciais para estes fundidos, podem ser exibidas desta forma. A última tendência é usar carcaças soldadas, esta solução é mais vantajosa que o fundido: desta forma o risco de rejeições, reparos, etc., é reduzido, evitando fazer os modelos separados o que exige uma sala grande e muito cuidado no caso de uma linha de produção diversificada como na Nuovo Pignone, para evitar quaisquer danos. 2 4.1.2 CARCAÇAS DIVIDIDAS HORIZONTALMENTE CARCAÇA DIVIDIDA HORIZONTALMENTE Este tipo de carcaça é utilizado em compressores com pressões de operação abaixo de 60 bar (aproximadamente 61 Kgf/cm²) Vantagens Desvantagens Melhores condições de acesso aos internos da máquina (o que é feito simplesmente pela de sua metade superior). Dificuldade em garantir a estanqueidade ao longo de toda a abertura longitudinal do compressor (sujeita a tensões circunferências devidas à pressão interna) Para melhorias de projeto os bocais de sucção e descarga, as linhas de óleo e outras linhas de processo foram localizadas na parte inferior de carcaça. Esta configuração permite a abertura do compressor sem desconectar as tubulações que interfiram no posicionamento do compressor afetando principalmente o alinhamento. 3 4.1.3 CARCAÇAS DIVIDIDAS VERTICALMENTE CARCAÇA DIVIDIDA VERTICALMENTE As carcaças bipartida verticalmente são formadas por um cilindro fechado com duas tampas nas extremidades originando a denominação “barril” (usada em compressores com este tipo de configuração). Estas máquinas, são geralmente multi-estágio e usadas para serviços de alta pressão (até 700 kg/cm2). Vantagens Desvantagem Oferece condições de selagem bem mais favoráveis, não só pelo local da partição, mas também por ela estar sujeita a tensões longitudinais que possuem a metade da intensidade das tensões circunferências. Construção conhecida como “tipo barril” é adotado pelos fabricantes para pressões acima de cerca de 5000 Kpa ( Kgf/cm2), ou em qualquer condição com hidrogênio e outros fluidos cujo vazamento possa representar perigo. Exige o desacoplamento do eixo e a retirada lateral de todos os seus internos 4 4.2 DIAFRAGMAS. 4.2.1 Informações Gerais Os diafragmas formam o caminho do gás no interior da parte estatora do compressor. São divididos em quatro tipos: 1. Sucção 2. Intermediário
Compartilhar