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Falsas Memórias

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FUNDAÇÃO ATTILA TABORDA
Centro Universitário da Região da Campanha – URCAMP
13
ALISSON SALDANHA ANTUNES
PALOMA BORGES AUGUSTO
SÍNDROME DAS FALSAS MEMÓRIAS
São Gabriel
2019
ALISSON SALDANHA ANTUNES
PALOMA BORGES AUGUSTO
SÍNDROME DAS FALSAS MEMÓRIAS
Trabalho Bimestral 
Centro Universitário da Região da Campanha
Campus Universitário de São Gabriel 
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Curso de Direito
Professora: Rafaela Valentini Salgado
São Gabriel
2019
Primeiramente temos que conceituar o que é a memória humana, a qual caracteriza-se por ser a capacidade dos seres humanos de adquirir, conservar e evocar informações através de dispositivos neurobiológicos e da interação social. Esta capacidade é uma das principais características do ser humano e o que diferencia o homem de tantas outras espécies. Os principais sistemas da memória humana reconhecidos pela psicologia cognitiva são a memória sensorial, a memória do trabalho ou memória de curta duração e a memória de longa duração, sendo que esta última se divide em outras duas, memória declarativa e memória de procedimentos.
Basicamente a memória nos auxilia a definir quem somos, assim torna-se essencial para dar a identidade social a um ser, por meio de um conjunto de experiências já vivenciadas. O acesso a essas experiências é extremamente rápido e inconsciente. 
Relacionado a esse fenômeno e com essa função de busca da memória, surge a Síndrome das Falsas Memórias que em suma é uma conotação de memórias, no todo ou em parte, na qual ocorre a busca de memórias que não são verídicas, ou seja, não foram vivenciadas pelo indivíduo. São erros que se devem à memória, e não à intenção de mentir. Podem ser implantadas por sugestão e consideradas verdadeiras e, assim, influenciar o comportamento.
Cabe ressalvar que não se pode confundir esta Síndrome com a das Memórias Recobradas, pois nas memórias nesta, as experiências foram vividas, mas por alguma razão foram esquecidas, ficando “escondidas” no subconsciente, vindo à tona em determinada circunstância. Em resumo, a distinção ocorre ao fato de as falsas memórias serem uma crença de que um fato aconteceu sem realmente ter ocorrido, sendo que as memórias recobradas são daqueles acontecimentos que ficaram escondidos na memória durante algum tempo para serem recordados posteriormente.
No que trata sobre a experiência da Síndrome das Falsas Memórias, uma pessoa quando passa por esse evento, apresenta algumas características e reações que os profissionais da área da psicologia definem como padrão para a síndrome, por exemplo, reagir como se realmente tivesse vivido aquele momento. Por esse motivo, em matéria penal não se pode aceitar a condenação baseada única e exclusivamente nesse tipo de prova, visto que a vítima de determinado crime teria reações idênticas a de outra que realmente tivesse sofrido algum delito. Um interrogatório equivocado é mais fácil de ser percebido quando se analisam as falsas confissões, que podem se enquadrar, muitas vezes, nas falsas memórias. A prova falsa de um crime pode induzir o sujeito a uma confissão falsa de um delito que não cometeu e, inclusive, ajudá-lo a desenvolver recordações que respaldem seus sentimentos de culpa. Falsas confissões podem se dar tanto pela crença de que, se confessar, será libertado, quanto por pouca habilidade em lidar com a pressão, pela dificuldade em distinguir a realidade da fantasia, pelo desejo de notoriedade ou, ainda, pelo desejo de proteger alguém, mesmo que desconhecido. 
Importante registrar que a Síndrome das Falsas Memórias não está descrita no Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais (DSM - IV), nem integra a Classificação Internacional de Doenças (CID - 10), que são os dois manuais de referência mundial em matéria de classificação de doenças mentais. É importante referir também que a Síndrome da Falsa Memória tem sido evocada para retirar credibilidade de depoimentos, especialmente daqueles produzidos por vítimas pertencentes a grupos minoritários, como crianças e mulheres. O critério dos princípios de evidência, segundo o qual a única maneira de distinguir entre memória verdadeira e falsa memória é pela corroboração externa dos fatos, também tem sido duramente questionado.
No atual quadro dos processos, vê-se que a Síndrome das Memórias Falsas se faz presente de um modo extremamente perverso e num campo muito sensível, que é nos casos de abusos sexuais. Apresenta-se quando um dos genitores quer acusar o outro de abuso, constituindo tal crime e induzindo a criança a ter essas memórias criadas. Neste caso ainda que a falsa memória tenha sido originariamente concebida em relação a lembranças que um indivíduo traz acerca de um abuso sexual cometido contra ele na infância, mas que na verdade não ocorreu - não deve se limitar, entretanto, a questões apenas de ordem sexual, porquanto a memória pode ser equivocada em relação a qualquer tipo de fatos da vida. A questão assume particular importância quando a falsa memória é utilizada para fundamentar uma imputação de abuso sexual através de profissionais pouco familiarizados com a problemática da síndrome da memória recuperada e da falsa memória. Em se tratando de crianças, a questão se toma ainda mais delicada, porque envolve aspectos como a sugestionabilidade e a satisfação consciente ou inconsciente do desejo do adulto que possui a tarefa de ouvir a criança, além de preconceitos e/ou da adoção de uma ótica setorial sobre esse complexo problema.
Desta forma, a construção de falsas memórias também pode decorrer de lembranças implantadas por pessoas que possuam algum interesse escuso e ser decorrente de um processo de persuasão prolongada e intensa, mas que nem sempre é percebida num primeiro momento, quando, então, se assemelha a um outro fenômeno conhecido como lavagem cerebral, mais frequente quando exsurge no meio de grupos dogmáticos de doutrinação moral ou religiosa e no seio de instituições totais.

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