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De forma simplificada, a memória é: a capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiências de nossa vida (DALGALARRONDO, 2018). Ainda de acordo com Dalgalarrondo (2018), a capacidade de memorizar, está relacionada a diversos outros processos psicológicos básicos, como: nível de atenção e consciência, estados emocionais, interesse motivacional entre outros processos e contextos. Os principais pesquisadores atuais da memória, afirmam que está, possui um papel central na identidade do ser humano (DALGALARRONDO, 2018). Para Iván Izquierdo (2002): Sendo assim, perder essas memórias seria como perder a si mesmo Podemos ainda, acrescentar, que somos aquilo que esquecemos. De acordo com Izquierdo (2018), as nossas memórias e os nossos esquecimentos voluntários nos dizem quem somos De acordo com Dalgalarrondo (2018), podemos dividir as memórias, da seguinte forma genérica: É a memória cognitiva ou neuropsicológica, sendo esta, a que permite ao indivíduo codificar, conservar e evocar. Ou seja, é a memória que a psicologia estuda. Abrange as memórias biológicas adquiridas ao longo da história filogenética da espécie. Reúne as informações registradas e recuperáveis do nosso sistema imune. Envolve os conhecimentos e práticas sociais e culturais (costumes, valores, linguagem etc...) produzidos e acumulado ao longo do tempo por um grupo social. Os códigos e processos utilizados pelos neurônios não são idênticos à realidade da qual extraem ou à qual revertem as informações. Entre a evocação e a aquisição de uma determinada me- mória, os neurônios não trabalham da mesma forma (IZQUIERDO,2018). Dalgalarrondo (2018), afirma que na verdade, é composta de múltiplos elementos e exigem estruturas cerebrais distintas. É um processo ativo, no qual vários elementos do indivíduo participam da codificação, armazenamento e evocação, com elementos sensoriais, semânticos, afetivos etc... Izquierdo (2018), postula que, a memória é um processo ativo, até mesmo por evitar evocar lembranças dolorosas ou humilhantes, não as esquecendo, mas mantendo-as em um “local” de difícil acesso. A memória, é frequentemente reeditada, com acréscimos de novos elementos (vividos ou imaginados), que podem ser instigados por estímulos externos conscientemente ou não. Sendo assim, ocorre um processo de reinterpretação e reedições criativas (DALGALARRONDO, 2018). Existem processos diferentes entre a formação de uma nova memória e a evocação da mesma, sendo assim, as lembranças não são iguais a realidade da memória que foi armazenada. Todos os processos estão carregados de emoções combinadas com contextos e outros processos cognitivos que tornam as memórias o que são (IZQUIERDO,2018). Há diversas classificações das memórias: de acordo com sua função, com o tempo que duram, de acordo com o seu conteúdo ou ainda de acordo com a função cerebral envolvida no processo entre outras como veremos adiante. Sabe-se que: Os neurônios têm prolongamentos, por meio dos quais estabelecem redes, se comunicando uns com os outros. Os prolongamentos que emitem informação em forma de sinais elétricos a outros neurônios denominam-se axônios. Os prolongamentos que recebem essa informação se chamam dendritos (IZQUIERDO,2018). A “transferência” de informação é feita através de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. Os pontos onde as terminações axônicas mais se aproximam dos dendritos se chamam sinapses. Do lado dendrítico, há proteínas específicas para cada neurotransmissor (que vem dos axônios), chamadas receptores. Os processos de tradução, na aquisição e na evocação, devem-se ao fato de que utilizam-se redes complexas de neurônios (IZQUIERDO,2018). Uma experiência visual penetra pela retina, chega através de várias conexões neuronais e bioquímicos convertendo-se em um complexo código de sinais elétricos e bioquímicos que os neurônios traduzem para o armazenamento na memória. (IZQUIERDO,2018). Ao converter a realidade num complexo código de sinais elétricos em bioquímicos, os neurônios traduzem. Na evocação, eles vão reverter essa informação para o meio que nos rodeia, os neurônios reconvertem sinais bioquímicos em elétricos, de maneira que novamente nossos sentidos e nossa consciência possam interpretá- los como pertencendo a um mundo real (IZQUIERDO,2018). Em cada tradução ocorrem perdas ou mudanças. Como quando assistimos a um filme ou lemos um poema que sofreu tradução, o texto original, nunca será igual ao traduzido, bem como a situação real nunca será igual a memória da mesma (IZQUIERDO,2018). Para o fenômeno da memorização e outros processos da memória, Dalgalarrondo (2018), postula que: as estruturas límbicas temporomediais, o hipocampo, à amígdala e o córtex entorrinal são fundamentais. Tais estruturas, atuam nos seguintes pontos: Consolidação e registro, transferência da memória de curto para longo prazo etc... Cada um dos processos que fundamenta a memória (codificação, armazenamento e evocação) representam um processo diferente: De forma geral, é o processo de: , e informações. É o processo inicial da memorização e depende muito da atenção (DALGALARRONDO, 2018) Para codificar de forma eficiente, de acordo com Santrock (2009): É a repetição consciente de informações ao longo do tempo, visando mantê-las na memória. Essa forma, funciona melhor quando precisamos manter a informação na memória de curto prazo e não na de longo prazo. Quando você precisa decorar a senha do cartão, e fica repetindo o número várias vezes até anotar e assim, a informação, provavelmente, não irá para o longo prazo A codificação de uma informação ocorreria em um continum, desde o mais superficial para o profundo. Não apenas decoramos a informação, mas relacionamos e organizamos, a algo que seja mais “significativo” através de: exemplos, auto explicação, ligar a outra lembrança etc... Aprender um conceito através de uma imagem que remeta a ele é uma forma de elaboração da informação na hora de codificar. Depois do processo de codificação, se realizado de forma efetiva, as memórias passarão para a fase de armazenamento, que é a das informações. De acordo com o autor Santrock (2009), esse processo de armazenamento, envolve três tipos de memória a respeito do tempo de aquisição, armazenamento e evocação (DALGALARRONDO, 2018): Vai armazenar os estímulos “captados” no ambiente inicialmente, de forma inconsciente através da percepção, durando apenas alguns segundos. Existem alguns tipos de memórias sensoriais, são elas: Sistema visual Sistema auditivo Dalgalarrondo (2018), coloca antes da memória de curto prazo, a de curtíssimo prazo que é basicamente a mesma coisa que a de curto prazo: armazena informações por um breve período de tempo. como a capacidade de reter um número telefônico enquanto digita. Armazenarão as informações por um longo tempo, de forma relativamente permanente. São as chamadas: ou , assim, a evocação ou recuperação, seria a capacidade de acessar os dados que foram fixados efetivamente na memória de longo prazo (DALGALARRONDO, 2018): É a memória declarativa, adquirida e evocada com a intervenção plena da consciência. Fatos autobiográficos, episódicos, conceitos, imagens palavras... que foram adquiridas conscientemente, então as recuperamos conscientes. É não declarativa, adquirimos e recuperamos sem que “percebamos” e sem consciência do ato. EX: Os procedimentos, como digitar no celular, andar de bicicleta, a antipatia por determinada pessoa etc (FELDMAN, 2015) É um estímulo, que nos permite recordar uma informação na memória de longo prazo mais facilmente,que por sua vez, depende também da natureza dessas pistas (SANTROCK, 2009). Para “recuperar” o nome de alguém, falamos todas as letras do alfabeto até conseguir lembrar. Ainda em relação as recuperações das memórias, podemos citar: Ainda em relação a memória implícita, Dalgalarrondo (2018), postula que essa memória também está ligada as “sensações de familiaridade” e em algumas lembranças de conversas durante a anestesia em uma cirurgia. Quando vemos alguém no ônibus e sentimos que a conhecemos mas não sabemos de onde, provavelmente você já viu essa pessoa essa pessoa em um contexto diferente do ônibus e foi armazenado na memória implícita Ocorre quando, uma recordação específica precisa ser recuperada na memória de longo prazo e não temos “dicas” para tal (FELDMAN, 2015). Quando vamos escrever uma redação, e lemos o tema “envelhecimento da população brasileira” precisaremos realizar uma recordação das informações necessárias para a construção do texto Ao contrário do processo de recordação, de acordo como Dalgalarrondo (2018), o reconhecimento, é o processo em que conseguimos identificar a partir de alternativas, algo que queremos lembrar que está disponível na memória, e vem à tona a partir do estímulo das alternativas. Quando estamos fazendo uma prova de múltipla escolha, somos apresentados a estímulos que podem ajudar na recuperação da memória do que estudamos, mais facilmente do que na recordação. Izquierdo (2018) afirma que muitos autores consideram a memória evocada através de dicas como diferente de outros tipos de memória. Ocorre basicamente, quando a exposição a um conceito, uma imagem, um som, localização etc... facilita a recordação de uma informação (FELDMAN, 2015). Ao sermos expostos a imagens como o desenho acima, utilizamos o priming, isto é as “dicas” da 2 figura, para recuperar em nossas memórias e compreender que se trata de um camelo, antes mesmo da exposição da figura 3 completa. De acordo com Dalgalarrondo (2018), Estímulos que já foram expostos ao sujeito, conscientemente ou não, são mais bem recordados que os que nunca foram expostos. Se formos previamente apresentados a uma lista de palavras que contém a palavra bola, e posteriormente nos questionem, qual a palavra se encaixa em: B___L____ nós pensaremos mais facilmente na palavra bola, pois já fomos apresentados a ela. Se verifica ainda, que, se fragmentos dessa memória são expostos a partir deles, o conteúdo em si, é recuperado. Na brincadeira “adivinhe a música” basta que algumas notas da nossa música favorita toque, para que possamos reconhece-la. O mesmo ocorre com um músico que ouve os primeiros acordes de uma canção que pensava ter esquecido e lembra. Quando formamos boas associações na hora de codificar, será mais fácil recuperar de forma efetiva. Esse princípio se correlaciona, com a codificação por elaboração discutida anteriormente, quanto mais elaboramos uma informação, mais facilmente recordaremos (SANTROCK, 2009). Imagine que você codificou que a amnésia anterógrada, é quando não se consegue fixar memórias após a lesão, e fez uma associação com o filme “como se fosse a primeira vez” onde a personagem Lucy, apresenta essa situação. Quando pensar nesse tipo de amnésia, seu conceito ficará mais claro pois recordará o filme. As memórias em seu processo construtivo, bem como na reconstrução são influenciadas pelo significado que atribuímos a elas, sendo assim, sofrem influências da interpretação, das emoções e das expectativas que o indivíduo coloca em relação a elas (FELDMAN, 2015). Myra e Lopéz (2007 apud MANGINI; FIORELLI,2009), afirmam que, o testemunho resulta do conflito entre o que o sujeito sabe, de uma parte, e o que as perguntas que são dirigidas a ele, o fazem saber. Uma pergunta mal dirigida ou elaborada, pode resultar em falsas associações na memória. Um fato sugere o outro, e assim cria-se sucessivas confabulações (MANGINI; FIORELLI,2009). Quando a respeito de fatos esquecidos do acontecimento, o entrevistado, procurará preencher as lacunas por confabulações, devido a sugestionabilidade das perguntas (MANGINI; FIORELLI,2009). A memória de longa duração, é um tipo de memória que armazena grandes quantidades de informação durante um longo período de tempo (SANTROCK, 2009). De acordo com Dalgalarrondo (2018), essa memória armazena de forma quase ilimitada e se relaciona com a evocação de informações, que por sua vez, são armazenadas de acordo com seu significado, em redes semânticas (conceitos semelhantes, são armazenados “próximos”) assim, o significado, proporciona essa organização. Alguns autores, consideram a memória de longo prazo como formada por diversos “módulos de memória” da seguinte forma (FELDMAN, 2015): É a recordação consciente de informações, é aquela memória que declaramos de forma explícita (SANTROCK, 2009), para informações factuais. Sendo “subdividida” em episódica e semântica. É a memória responsável por reter informações sobre os acontecimentos da vida (SANTROCK, 2009), de eventos que ocorrem em determinado tempo, lugar e contexto (FELDMAN, 2015). De acordo com Dalgalarrondo (2018 apud PAUSE et al., 2013), são essas memórias que armazenam de médio a longo prazo, as informações de eventos pessoais do sujeito, comumente autobiográficos e de fatos reais. Conseguir relatar o que fez no domingo passado, seu primeiro beijo, seu primeiro dia de aula da faculdade etc... Ainda de acordo com Dalgalarrondo (2018 apud PAUSE et al., 2013), a perda dessa memória começa com eventos mais recentes, até eventos muito antigos, assim, obedecendo a , perdem-se primeiro os elementos recentes e depois os mais antigos, comum na doença de Alzheimer. De acordo com Dalgalarrondo (2018), suspeita-se de alteração dessas memórias, quando: Vai se tornando incapaz de reter experiências recentes, devendo-se avaliar outras funções como linguagem etc.. Uma boa forma de identificar inicialmente de acordo com Dalgalarrondo (2018), é contar uma pequena história e pedir que alguns minutos depois a pessoa reconte. É necessário manter uma evolução temporal das falhas, conversando com cuidadores sobre os episódios de esquecimento. Transtornos como: Alzheimer, esquizofrenia, transtorno dissociativo, doença de Parkinson etc... (DALGALARRONDO, 2018). São os conhecimentos gerais sobre o mundo, referentes a aprendizagem, conservação e utilização de conhecimentos do indivíduo sobre o que o cerca (DALGALARRONDO, 2018). Conhecimentos de uma disciplina do colégio, saber a cor do céu, quantos dias há em uma semana... Conhecimentos corriqueiros como: O significado de palavras, quem são pessoas famosas, conseguir somar 2+2... É frequentemente explícita, e compartilhada socialmente, sendo reaprendida de forma constante sendo temporalmente específica (DALGALARRONDO, 2018). Quando se apresenta alterada, ocorre uma certa dificuldade para o paciente: nomear itens simples que sabia anteriormente o nome, descrever um item apresentado, falar uma lista de palavras (quando solicitado a dizer o máximo de nomes de animais por exemplo) (DALGALARRONDO, 2018). De acordo com Dalgalarrondo (2018), a doença de Alzheimer, é a principal (para a psicologia é uma das principais tbm). Embora apresentem independência, as duas memórias declarativas de longo prazo, se correlacionam e trabalham juntas em várias ocasiões. Ao longo do tempo, memórias episódicas são convertidas em semânticas (DALGALARRONDO, 2018): Lembra de um almoço com seus avós a 1 semana,depende da episódica para lembrar do fato, e da semântica, para saber o significado da palavra avó, quantos dias tem uma semana e o que é almoço. Lembrar de quando aprendemos que é episódica, o fato é uma memória semântica É o conhecimento não declarado (implícito) e lembrado em forma de habilidades, hábitos ou procedimentos (SANTROCK, 2009). Essa memória, não é recordada na forma de eventos ou fatos específicos, porém, durante a fase de aprendizagem ela é explícita e quando passa pelo processo de automatização, a memorização ocorre de forma lenta por meio de repetições (DALGALARRONDO, 2018). Andar de bicicleta, digitar no computador, tocar um instrumento etc.. Aprender a montar um quebra cabeças etc... Conhecimentos de regras gramaticais, falar automaticamente, conseguir conjugar e compreender palavras em outra língua.... Com lesões nessa memória, o indivíduo pode nunca mais readquirir as habilidades perdidas, principalmente na doença de Parkinson e Alzheimer (DALGALARRONDO, 2018). É a nossa memória ativa, que situa-se entre os processos atencionais e a nossa memória imediata (DALAGALRRONDO, 2018). De forma geral, é uma memória consciente, explícita, ativa e que exige certo esforço. É um sistema, que nos permite armazenar informações temporariamente para realizar determinadas atividades (SANTROCK, 2009), manipulando essas informações, para selecionar um “plano de ação” para a situação, nos ajudando a tomar decisões (acessando-as e correlacionando com a memória de longo prazo) (DALGALARRONDO, 2018). Funciona como uma central executiva, que comanda as nossas tarefas diárias, e possui um sistema online que vai manipular as informações apresentadas, e comparar com as de longo prazo, mantendo-as online enquanto utilizamos (DALGALARRONDO, 2018). Não produz arquivos para serem armazenados apenas manipula, determina se a informação é: nova ou não, necessária ou prejudicial etc... (IZQUIERDO, 2018). Para compreender se a informação é importante, precisa ter acesso a de longo prazo (IZQUIERDO, 2018): Quando nos deparamos com um animal estranho, a nossa memória de trabalho é ativada e precisa buscar nas de longo prazo algum animal semelhante que o sujeito já tenha conhecimento de que é ou não venenoso para se afastar. De acordo com Dalgalarrondo (2018), pesquisas indicam que essa memória possui três componentes principais: Utiliza informações baseadas na fala e nos sons para trabalhar (SANTROCK, 2009). Armazenamento temporário e manipulação visual de imagens e situações espaciais (DALGALARRONDO, 2018). Vai integrar as informações da alça fonológica, do esboço visuespacial e da memória de longo prazo, além dos outros recursos cognitivos para que essa memória funcione (DALGALARRONDO, 2018). Além de selecionar como resolverá a situação. Dalgalarrondo (2018), postula que para diferenciar o trabalho da de curto prazo, basta compreender que a de trabalho é ativa e realiza ações constantes. Os principais moduladores da memória de trabalho, são a acetilcolina e a dopamina, de acordo com Izquierdo (2018), é por isso, que a falta de sono e o cansaço podem afetar a nossa tomada de decisões. Todos sabemos o quanto nos custa, assistir a uma aula, ler um livro ou prestar atenção em uma conversa se estamos cansados. Essa memória permite que nós possamos nos ajustar a uma situação que está ocorrendo, uma falha nessa memória, pode prejudicar nosso julgamento e forma de agir adequadamente em uma situação e percepção da realidade (IZQUIERDO, 2018). Na esquizofrenia, há falha na memória de trabalho, pois por exemplo, o indivíduo não compreende a realidade que o cerca. Observa-se que para o indivíduo, é difícil prestar atenção, realizar tarefas rapidamente, com muitas sequências etc... Um teste interessante para avaliação inicial é o mini mental (DALGALARRONDO, 2018). Dalgalarrondo (2018) coloca como transtornos principais: Esquizofrenia, TDAH, TOC etc... Dalgalarrondo (2018) coloca como fatores relacionados a codificação e ao armazenamento, os seguintes: Para uma boa codificação, o indivíduo deve estar desperto, descansado, calmo etc... Manter a atenção concentrada Distribuir o processo de aprender por partes, “pouco e sempre”, é melhor praticar todos os dias um pouco, do que fazer tudo junto, uma vez perdida. Na hora de estudar, para que a codificação seja eficiente, é melhor estudar 1 hora por dia todos os dias, do que, 8 horas um dia antes da avaliação É o empenho, e a vontade do indivíduo em verdadeiramente aprender a informação. Quando articulamos o que estamos aprendendo de novo com outras informações que já temos armazenadas, os esquemas cognitivos se tornam mais claros. Buscar entender o significado da informação, para que ela seja organizada na memória O contexto e as circunstâncias associadas à informação que se quer memorizar. Quanto maior for o número de canais sensoriais e dimensões cognitivas utilizadas, mais eficaz é a codificação Como nos mapas mentais, para aprender uma palavra, podemos associa-la a uma imagem e vise versa. O esquecimento, ocorre quando uma determinada lembrança não consegue ser recuperada pelo nosso cérebro, mas, Uma das principais razões apontadas por Feldman (2015), é que nem sempre codificamos eficientemente uma informação, e consequentemente ela não foi armazenada e não poderá ser recuperada. Existem algumas formas de esquecimento: É uma falha no resgate, devido à insuficiência de “pistas” que te ajudem a lembrar e reavivar a informação perdida (SANTROCK, 2009). Quando vamos fazer uma prova e a resposta está na ponta da língua, mas nada nas alternativas te ajuda a lembrar a resposta. Sugere que a passagem do tempo é responsável pela decomposição ocorrendo principalmente, por falta de utilização (SANTROCK, 2009), entretanto, nem sempre a passagem de tempo e o não uso desgasta a memória (FELDMAN, 2015). Hoje eu estou estudando sobre a memória, se eu não utilizar ou “estudar” as informações aprendidas, com o tempo a grande parte dessas memórias serão esquecidas, por isso, as revisões espaçadas são eficientes. Essa teoria, sugere que esquecemos devido a outras informações que estão “atrapalhando” o que tentamos lembrar (SANTROCK, 2009). Uma informação aprendida anteriormente atrapalha a recordação de uma nova. Quando trocamos de número de telefone, o número antigo dificulta que possamos aprender o novo. Uma informação nova atrapalha a recordação de uma antiga. As alterações que serão apresentadas a seguir são apresentadas por Dalgalarrondo (2018) da seguinte forma: Ocorre em alguns pacientes em mania, onde representações mnêmicas afluem rapidamente, porém, sem qualidade e clareza. Um fenômeno raro, onde o indivíduo apresenta uma memória autobiográfica quase perfeita, integra informações: episódicas, semânticas, autobiográficas etc... Também chamadas de hipomnésias, é a perda da memória, seja da capacidade de fixar ou evocar conteúdos mnêmicos. Quando relacionadas as memórias episódicas, podemos citar a Sempre que esse processo patológico ocorre, segue algumas regularidades: Perde as lembranças na ordem inversa que as adquiriu Primeiro elementos recentes, depois mais antigos Mais complexos e depois mais simples Menos habituais e depois mais habituais Perda de memórias de forma seletiva, que podem ter valor psicológico e afetivo. Pode surgir em consequência a um evento traumático, onde o indivíduo esquece uma fase ou evento específico de sua vida, masconsegue lembrar outras coisas que ocorreram na mesma época. Perda menos seletiva, em relação ao conteúdo emocional ou simbólico. Perde-se primeiro a habilidade de reter informações, e depois passa a perder conteúdos mais antigos. Não consegue fixar memórias a partir do momento da lesão. Ou seja, se lembra do passado, mas não do que ocorreu após a lesão. Como a personagem Lucy, do filme “Como se fosse a primeira vez” O indivíduo perde as memórias anteriores a lesão. Ou seja, consegue fixar as informações novas, mas esquece as antigas. Como no filme: “Agora e para sempre” onde a personagem sofre um acidente e esquece seu passado. Déficits na fixação de novas memórias e na recordação de eventos antigos. São as paramnésias, com a deformação no processo de evocação, ou seja, lembra alguns conteúdos já fixados, mas de forma deformada e equivocada. Acréscimos de elementos falsos a uma memória real e por isso adquiri caráter fictício. Na esquizofrenia, transtorno delirante, e algumas vezes em transtornos de personalidade como: borderline, histriônica, esquizotípica etc... “Tive 20 filhos com minha esposa” o fato real, é que ele tem esposa, e teve filhos, a ilusão é que foram 20, quando na verdade são 3. São criações, bastante sensoriais, e que se parecem muito com lembranças reais, mas que não correspondem a nenhuma memória real do sujeito. Na esquizofrenia em outras psicoses “Me casei com minha esposa na praia”, na verdade, o sujeito não tem esposa e nunca se casou. As alucinações e as ilusões, são o material básico para os delírios. Produções de relatos e ações que são involuntariamente irreais. A falsidade está no seu conteúdo ou no seu contexto. A pessoa não sabe que essas memórias não são reais São recordações plausíveis, parecem com o que poderia ter acontecido, mas não aconteceu. São produzidas e estimuladas, quando ocorre uma determinada situação, em que você por embaraço, confabula sobre essa situação. Podendo ocorrer na Esquizofrenia. Uma pessoa te pergunta se você se lembra do que estava fazendo semana passada, e você relata situações a partir de fatos falsos involuntariamente, mas que são plausíveis para responder. Alguns autores colocam como alterações qualitativas os seguintes pontos de acordo com Dalgalarrondo (2018): Também chamada de pseudologica fantástica, São construções de histórias extensas e misturadas com a realidade, tão intensas, que o sujeito quase acredita nelas Falseamento das memórias, em que as lembranças aparecem como fatos novos, pois o sujeito não identifica tais informações como lembranças, mas como algo novo. Em uma roda de conversa um indivíduo conta uma história como se fosse nova, mas na verdade, foi relatada há poucos minutos por outras pessoa Muito comum em indivíduos com demência, Alzheimer etc... É uma recordação intensa de forma panorâmica de muitos eventos passados da existência do sujeito, apresentando a vivência perceptiva do passado. Pode ocorrer em pacientes epilépticos. Ou visão panorâmica da vida, é de certa forma uma ecminésia, que ocorre geralmente diante de uma experiência de quase morte por acidente (afogamento, sufocamento...). Em alguns filmes, quando o personagem está prestes a morrer ele enxerga uma luz no fim do túnel e um “filme” da própria vida. É a ideia fixa, que manifesta-se como o surgimento espontâneo de conteúdos na memória, que não podem ser repelidos voluntariamente pelo sujeito. Embora reconhecidos como indesejáveis, permanecem como um incomodo na consciência do sujeito. Muito comum em indivíduos com TOC Dividem-se em dois grandes grupos: As várias agnosias de origem cerebral, e as alterações de reconhecimento psicopatológicos, associada aos transtornos mentais sem base orgânica definida. Déficits do reconhecimento de estímulos sensoriais de objetos e fenômenos, sempre de modalidades sensoriais específicas, na qual o indivíduo perde a capacidade de reconhecimento de: objetos, faces, sons... por determinada via sensorial. Há um debate, se seriam alterações da percepção ou da memória, podendo ser descritas como transtornos do acoplamento da percepção e memória Não conseguem reconhecer por meio da visão determinados objetos (enxergam, mas não sabem dizer o que são), conseguem identificar a partir de outros sentidos. Quando olha uma rosa, a enxerga, mas não consegue dizer o que é, apenas pela visão, precisa: cheirar, tocar etc... No livro “O homem que confundiu sua esposa com um chapéu” quando Oliver Sacks, vai “testar” a questão visual do indivíduo, ele consegue reconhecer os objetos pelo tato e pelo cheiro O reconhecimento de faces humanas é prejudicado no sujeito. No livro “O homem que confundiu sua esposa com um chapéu”, o personagem com agnosia visual, tenta pegar seu chapéu mas pega a cabeça de sua esposa e tenta colocá-la na cabeça, sem conseguir perceber o que estava fazendo de errado, pegando sua esposa pelos cabelos. Incapacidade do indivíduo de dizer o nome da cor quando lhe é mostrada ou apontar para a cor certa quando apresentada. É a incapacidade de reconhecer sons (sem haver déficit auditivo). Os principais tipos são: Pode falar, ler e escrever corretamente, mas não entende as palavras verbais que escuta, é como se fossem apenas ruídos. O indivíduo escreve, fala e entende a linguagem verbal, mas não compreende e não pode ler de forma compreensível um texto. A pessoa nasce sem a capacidade de reconhecer e usufruir de sons musicais pode ser congênita ou adquirida. Incapacidade do indivíduo de reconhecer uma doença que o acomete. Não reconhece que tem o lado esquerdo do corpo paralisado Incapacidade em reconhecer mais de um objeto ao mesmo tempo. Reconhecimento da escrita pelo tato. São as alterações do reconhecimento de origem delirante (DALGALARRONDO, 2018): São Os quadros delirantes que envolvem desconhecimentos, reconhecimentos e falsas identificações. O paciente não reconhece pessoas muito próximas como a esposa e os filhos, e afirma que não os conhece. Fenômenos delirantes associados a quadros psicóticos como: esquizofrenia, mania ou depressões psicóticas Também frequentes em quadros psicóticos, onde o paciente identifica um completo desconhecido, como um conhecido de muitos anos. Fenômenos delirantes associados a quadros psicóticos como: esquizofrenia, mania ou depressões psicóticas Vê um enfermeiro e diz ser seu irmão, a médica como sua avó etc... O indivíduo afirma que alguém que veio visita-lo é na verdade é um sósia idêntico. Afirma que seu marido não é ele, mas sim, um sósia igual a ele Acredita que ele próprio é o impostor não reconhecendo seu rosto e o seu corpo. Nesse caso, o paciente acredita que outra pessoa se transformou fisicamente de forma idêntica a ele, se tornando ele mesmo. Falso reconhecimento delirante, onde identifica um, desconhecido com alguém de seu círculo social. Acredita que houve uma transformação na própria aparência física de forma radical, mas sua identidade psicológica permanece. No filme “Sexy por acidente” Renee, sofre uma queda, e a partir desse momento, acredita que houve uma transformação radical em seu físico, mas o seu self psicológico permanece. O indivíduo reconhece uma pessoa de seu círculo familiar perseguidora, e uma pessoa de fora também perseguidora com características em comum. A pessoa tem certeza de que lugares familiares, pessoas, partes do corpo e objetosforam duplicados. Não são associados a psicoses e podem estar presentes em indivíduos sadios (DALGALARRONDO, 2018): O famoso deja vu, quando temos a impressão de ver ou ouvir algo que já aconteceu antes Apesar de já ter passado por uma situação a reconhece como nunca experimentada e não se lembra DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed Editora, 2018. FELDMAN, Robert S. Introdução à psicologia. AMGH Editora, 2015. IZQUIERDO, Ivan. Memória-3. Artmed Editora, 2018. MANGINI, Rosana Cathya Ragazzoni; FIORELLI, José Osmir. Psicologia jurídica. 2009. SANTROCK, John W. Psicologia educacional. AMGH Editora, 2009. ZANELLA, Larissa W.; VALENTINI, Nadia C. Como funciona a Memória de Trabalho? Influências na aprendizagem de crianças com dificuldades de aprendizagem e crianças com desordem coordenativa desenvolvimental. Medicina, v. 49, n. 2, p. 160-74, 2016.
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