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05\02\2019 Títulos de crédito Conceito: art. 887, CC. É um documento. Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. O título de crédito é um documento que contém um direito de crédito e representa a obrigação desta dívida com as informações nele inscrita. Os títulos de crédito mais conhecidos são os cheques, as letras de câmbio, cédula de crédito bancário, as notas promissórias e as duplicatas. Títulos típicos: previstos em lei especial. Ex: cheque, letra de câmbio, nota promissória etc. Títulos atípicos: Regidos pelo CC\02. Não há legislação especial. Aplicam-se as regras gerais do CC. Ex: títulos virtuais. Art. 889, CC\02- requisitos. Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. Art. 784, CPC, e lei especial- força executiva (pode entrar direto com a execução). Obs: Ter um título de crédito é vantagem para o credor. Mecanismos para cobrar esse título- ação de cobrança. Características: Bem móvel- o título obedece às regras relativas aos bens móveis, especialmente em relação à facilidade de circulação. Obrigação quesível- quem vai atrás do pagamento é o credor. O credor deve tomar iniciativa de cobrar o título do devedor com a intenção de receber o pagamento. Solidariedade- todos que se envolverem respondem solidariamente pelo pagamento do título. Executividade- o título poderá ser cobrado mediante ação de execução extrajudicial. Comentários sobre obrigação pro solvendo e pro soluto: A cessão de crédito pode ser pro solvendo e pro soluto. Cessão pro soluto- o cedente responde pela existência e legalidade do crédito, mas não responde pela solvência do devedor. Caso não haja o pagamento, o credor pode executar o título. Cessão pro solvendo- o cedente responde também pela solvência do devedor. Princípios: Cartularidade\incorporação- o título tem que estar incorporado em um documento. Tal princípio nos permite afirmar que o título de crédito mencionado na cártula não existe sem ela, não pode ser transferido sem a sua tradição ou cobrado sem a sua apresentação. Obs: duplicatas virtuais- informativo 467, STJ. Esse título é emitido de maneira virtual. Consegue-se cobrar sem a Cartularidade. Materializa-se com o boleto que se manda para a pessoa. O boleto do banco pode ser utilizado para provar a existência da duplicata virtual. Literalidade- não se pode cobrar nada além, somente o que está no título. Nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no próprio título produzem efeitos jurídicos ao seu portador. Este princípio assegura às partes à exata correspondência entre o teor do título e o direito que ele representa. O título incompleto pode ser completado por terceiro? Súmula 387, STF- Pode ser complementada pelo terceiro de boa-fé. Diz a súmula: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. Autonomia- Uma relação não interfere na outra. Princípio pelo qual entende-se que um título de crédito configura um documento constitutivo de direito novo, autônomo, originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem (o vício de uma relação não contamina as outras). Obs: se for um terceiro de má-fé que conhece o vício, há a possibilidade de alegar. Subprincípios: - Independência: significa que o vício que por ventura tenha atingido uma das relações não será transmitido às demais relações. - Inoponibilidade das exceções pessoais a 3ª de boa-fé: art. 17, decreto 57.663\66 (lei uniforme de Genebra). Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor. O Princípio da Inoponibilidade das Exceções Pessoais ao Terceiro de Boa Fé diz que o princípio da abstração e o princípio da autonomia só serão aplicados ao terceiro que não tem ciência da nulidade do negócio jurídico, ou seja, que está de boa-fé realizando o negócio sem o conhecimento dos vícios. Se estiver de má- fé poderá haver responsabilidade do terceiro quanto ao negócio realizado e tornando inválido o título de crédito. -Abstração- significa que quando o título circula, ele se desliga da relação original e por esta razão na execução do título não se discute a causa que o originou. Classificação: Quanto ao modelo: Livre- não precisa estar em um padrão previamente estipulado pela lei. O emitente pode elaborar o título da forma que lhe for mais conveniente, desde que que presentes os requisitos. Ex: nota promissória e letra de câmbio. Vinculado- Deve seguir um padrão fixado pela lei, de modo que só produzirá efeitos se seguir esse padrão. Ex: cheque e duplicata. Quanto à estrutura: Ordem de pagamento- Possui três figuras: aquele que dá a ordem, aquele que paga e aquele que recebe. A exigibilidade do título inicia-se a partir da emissão, podendo a ordem de pagamento ser à vista ou por prazo determinado. Ex: letra de câmbio, cheque. Promessa de pagamento- Possui duas figuras: aquele que promete e aquele que recebe. Trata-se de uma promessa de efetuar um pagamento de uma determinada quantia em favor de um credor. Ex: nota promissória. Quanto às hipóteses de emissão: Causais\não abstratos- só podem ser emitidos mediante a existência de uma origem específica definida por lei. Ex: a duplicata: só pode ser emitida em razão da venda de uma mercadoria ou da prestação de um serviço. Não causais\abstratos- podem ser criados a partir de qualquer causa. Caso concreto do plano de aula 1: título de crédito (Fernando e Renata). Fundamento: 1- não, pois de acordo com o princípio da autonomia não permite. Subprincípio aplicado- independência, aplicando-se processualmente o princípio da Inoponibilidade das exceções pessoais (art.17 do decreto 57.663\66). 12\02\2019 Quanto à circulação: Título: Ao portador- a transferência se faz por simples tradição (entrega física) do título. Esse título não identifica o nome da pessoa beneficiária, seja porque contém a cláusula "ao portador", seja porque se mantém em branco o nome do beneficiário ou tomador que é possuidor do título. Obs: Somente é permitida atualmente a emissão, pagamento e compensação de cheques ao portador de valor igual ou inferior a R$ 100,00 (art. 69 da lei 9069\95) Nominativo- é o título quem contém a identificação do beneficiário e circulam à ordem e a não ordem. Solidariedade: aqui todos respondem (devedor, endossante e avalista). Obs: a pessoa que efetua o pagamento só tem direito de regresso contra os que vieram antes na relação cambial. Transmissão do título: Tradição- art. 904 e 907, CC. Ocorre com a entrega do título de crédito direto ao portador. Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição. Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial. Endosso: Meio de transmissão solene dos títulos de credito nominativos, ou seja, é um meio de se transferir a propriedade do título de crédito a outrem, por meio da assinatura do próprio endossante no próprio documento (tradição + assinatura). Obs: O endosso nunca pode ser parcial (é nulo). Como ocorre o endosso? Assinar o verso do título ou Assinar o verso + “à ordem”. Atenção: toda vez que houver uma transmissão à ordem o examinador quer dizer que houve um endosso. Obs: À ordem- cláusula que o título deve possuir para circular. Não à ordem- o título não pode circular por meio de endosso. Prova: Fulano fez uma transmissão (endosso) à ordem. Partes: Endossante- é aquele que realiza o endosso e transmite otítulo. Endossatário- quem está recebendo o título. Endosso: Em branco- quando não há identificação do endossatário. Passando-se o título por tradição, não há a garantia. Em preto- quando há identificação do endossatário. Se o endosso for em preto, obrigatoriamente tem que se passar o título por endosso. Efeitos gerados para o endossante: 1- Transferência do título (sempre ocorre); 2- Garantidor solidário (transfere e garante a obrigação). Exceção: quando este efeito não é produzido? 1º- quando houver a informação de uma cláusula sem garantia (princípio da literalidade); 2º- Transmissão não à ordem (transmite-se o título e não garante nada). 3º- Se o endosso ocorreu após o protesto ou após o prazo de protesto (endosso póstumo ou endosso tardio). Endosso póstumo- endosso feito após o vencimento do título. Tem efeito de cessão civil de crédito. Atenção! Cláusula proibitiva de novo endosso: Significa que se houver um novo endosso, o endossante originário não garantirá o título em relação a terceiros. Na verdade, quem insere a cláusula proibitiva de novo endosso está apenas dizendo que não garantirá o pagamento dos futuros endossos posteriores ao seu. A cláusula proibitiva de novo endosso, não proíbe o novo endosso, mas apenas exonera o proibidor em relação a aqueles a quem o título vier a ser posteriormente endossado. O endossante garante ao seu endossatário direto, mas não caso o endossatário endosse a outro. Questão da OAB: Fábio faz um endosso para Maurício, que endossa para Maria, que por sua vez endossa para João. Alegação: Com base no princípio da autonomia, uma relação não interfere na outra. Questão da ordem: Na cidade de Malta, uma nota promissória foi emitida por João em benefício de Maria. A beneficiária, Maria, transfere o título para Pedro, inserindo no endosso a cláusula proibitiva de novo endosso. Em função de acordos empresariais, Pedro realiza novo endosso para Henrique, e este um último endosso, sem garantia, para Júlia. Com base no caso apresentado, responda aos questionamentos a seguir, indicando os fundamentos e dispositivos legais pertinentes. A) Júlia poderia ajuizar ação cambial para receber o valor contido na nota promissória? Em caso positivo, quais seriam os legitimados passivos na ação cambial? R: Sim, porque a cláusula de proibição de novo endosso não impede a circulação ulterior da nota promissória, sendo possível seu endosso a terceiros pelo endossatário, mas afasta a responsabilidade cambiária do endossante que a apos em relação aos portadores subsequentes ao seu endossatário (artigo 15, alínea 2ª do Decreto n. 57.663 – LUG). Dessa forma, os endossos realizados por Maria e Pedro são válidos: Júlia poderá cobrar dos demais devedores (João e Pedro) com base no art. 47, alínea 1ª ou no art. 43, alínea 1º do Decreto n. 57.663 – LUG, exceto de Maria, pois esta só responderá perante o seu endossatário, no caso Pedro. Júlia não poderá cobrar de Henrique, pois este realizou um endosso sem garantia (art.15, alínea 1ª do Decreto n. 57.663/66) B) Caso Pedro pague o valor da nota promissória a Henrique e receba o título quitado deste, como e de quem Pedro poderá exigir o valor pago? R: Caso pague a Henrique, Pedro poderá ajuizar ação por falta de pagamento, regressivamente, contra Maria e João (artigo 47, alínea 3ª do Decreto n. 57.663 – LUG). Endosso C. Civil de crédito Art. 11 a 20 lug (lei uniforme de Genebra). Art. 286 a 298 Unilateral Bilateral A ordem Não a ordem Endossante garante, salvo título atípicos e limitação. Cedente não responde pela solvência Existe autonomia Não tem autonomia Endosso impróprio- Não serve para transmitir a titularidade, mas para legitimar o exercício dos direitos do título (transfere somente a posse do título, não o crédito). Este divide-se em duas espécies: Endosso-mandato: É aquele em que o endossante mandante outorga poderes ao endossatário mandatário para que este realize a cobrança, proteste ou dê quitação. Uma vez pago, o endossatário deverá restituir o valor ao endossante. Endosso-caução: é quando o título é utilizado como uma garantia de uma obrigação assumida pelo endossante. Endosso mandato Endosso caução Rt. 18, decreto 57663\66 (lei uniforme de Genebra) Art. 17 Art. 18. Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement), "para cobrança" (pour encaissement), "por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador. Como identificar? No verso do título “dou poderes a...” - No verso do título: “Valor dado em garantia de...” O devedor pode alegar contra o endossatário os vícios de sua relação com o endossante. Vício A B End. Mand. C O devedor só pode alegar os vícios de sua relação com o endossatário. Vício A B End. caução. C Aval- É uma garantia pessoal dada por terceiro com a finalidade de reforçar a certeza de pagamento assumido pelo devedor (art. 30 da LUG. e art. 897 do CC). É um instituto autônomo de forma que, havendo vícios na relação principal, tais vícios não afetarão o aval. Aval é ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas mesmas condições do devedor deste título (avalizado) ”. Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Observações: 1- O aval garante o título e não o avalizado; 2- O aval é pessoal; 3- A obrigação é solidária porque o avalista responde pela totalidade da dívida; 4- O aval é autônomo (havendo vícios na relação principal, não afetará o aval). Atenção: Vênia conjugal: é necessária a vênia conjugal para a constituição de aval em qualquer título de crédito, salvo se o avalista for casado pelo regime de separação total de bens. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: III - prestar fiança ou aval; Questão OAB: Jorge Luis e Ana Claudia são casados no regime de comunhão parcial de bens desde 1979. Em 17/08/2005, sem que Ana Claudia ficasse sabendo ou concordasse, Jorge Luiz, em garantia de pagamento de contrato de compra e venda de um automóvel adquirido de Rui, avalizou nota promissória emitida por Laura, sua colega de trabalho, com quem mantinha caso extraconjugal. O vencimento da nota promissória estava previsto para 17/09/2005. Vencida e não paga a nota promissória, o título foi regularmente apontado para protesto. Após inúmeras tentativas de recebimento amigável do valor, Rui, promoveu, contra Laura e Jorge Luiz, em 12/12/2008, a execução judicial do título com fundamento nos artigos 566, 580, 585, inciso I e 586 do CPC. Os réus foram regularmente citados e não havendo pagamento. Foram penhoradas duas salas comerciais de propriedade de Jorge Luis adquiridas na constância do seu casamento. Inconformada, Ana Claudia procurou a assistência do profissional da advocacia, pretendendo de alguma espécie de defesa em seu exclusivo nome, para livrar os bens penhorados da constrição judicial, ou, ao menos, parte deles, visto que haviam sido adquiridos com o esforço comum do casal. Em face dessa situação hipotética, redija, na condição de advogado constituído por Ana Claudia, a peça profissional adequada para a defesa dos interesses da sua cliente, apresentando, para tanto todos os argumentos e fundamentos necessários. R: Ação de Embargos de terceiros (art. 1046, CPC). 19\02\2019 Aval: Garantia pessoal dada por terceiro. Como saber quem é beneficiário? No próprio título ou na legislação. Aval: Em branco: não tem a informação de quem é o beneficiário. Em preto: tema informação de quem é o avalizado. Existe autonomia? Sim, salvo se existir vícios de forma. Pode aval parcial? O art. 897 do CC veda, mas o artigo 30 da LUG permite. O aval parcial é admitido nos títulos de crédito regulados em lei especial. Ex: letra de câmbio, notas promissórias, cheques, duplicatas, títulos rurais. Art. 30, LUG. Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. Art. 29. Lei 7357\85 Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título. Cédula de crédito bancário- Aval: Simultâneo Sucessivo Dado por mais de 1 pessoa sem menção de data. Ocorre quando duas ou mais pessoas avalizam um título conjuntamente, garantindo a mesma obrigação cambial. Dado por mais de uma pessoa com a informação de qual ocorreu primeiro. Ocorre quando alguém avaliza um outro avalista. Os avalistas são considerados ocupantes da mesma posição na relação/uma só pessoa. A obrigação é solidária; Ocupam posições diferentes na relação obrigacional. Todos os avalistas dos avalistas terão a mesma responsabilidade do avalizado, ou seja, aquele Ação de regresso: Contra o devedor principal- total da dívida. Contra o outro avalista- apenas em relação à sua parte, ou seja, metade da dívida (50%). que pagar a dívida terá direito de regresso em relação ao total da dívida, e não apenas em relação a uma parte dela. D- devedor A e B- assinaram D- devedor A- avalista 1 B- avalista 2 Aval Fiança Art. 30, LUG. Art. 818 e parágrafos, CC. Garantia pessoal dada por terceiro Garantia pessoal dada por terceiro Garante título de crédito Garante contrato autônoma acessória solidária subsidiária Obs: avalista simultâneo- só pode cobrar 50% (súmula 189, STF). Protesto- lei 9492\97 Conceito: é apresentação pública do título, um ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência ou descumprimento da obrigação contida em documento. Necessário: Contra os coobrigados e endossantes. Facultativo: Contra o devedor principal e seu avalista. A- procedimento. Apresentação: Credor; Endossatário mandatário; Medida processual: cautelar de sustação de protesto. Obs: tem que se dar até a sua lavratura. Se for após, o máximo que se pode determinar é a sustação dos seus efeitos. b- por quais motivos protestar? 1- Falta de pagamento (vale para todos os títulos). Deve ser feito após o vencimento. 2- Falta de aceite- duplicata e letra de câmbio. Deve ser feito antes do vencimento. 3- Falta de devolução- duplicata e letra de câmbio. Ocorre quando o devedor retém o título de crédito. c- Prazo de protesto: Título prazo Consequência Duplicata 30 dias do vencimento Para todos: o credor perde direito de acionar os endossantes e seus avalistas. O avalista do devedor principal pode ser acionado. Cheque 30 ou 60 dias da emissão Letra de câmbio e nota promissória. 1 ou 2 dias do vencimento. Quando o protesto é obrigatório? 1-Para acionar os endossantes e seus avalistas, salvo determinação de legislação especial. 2- Para suprir aceite, salvo cláusula não aceitável. Mas pode ser protestado por falta de pagamento. 3- Para pedir a falência com base em impontualidade. Atenção: cláusula sem despesas (art. 46, LUG\art. 50\ lei 7353\85). Art. 46. O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula "sem despesas", "sem protesto", ou outra cláusula equivalente, dispensar o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou falta de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação. Apresentação do título: é o ato de submeter o título ao devedor com a finalidade de obter o pagamento (art. 34 e seguintes da LUG.). Aceite: é o ato pelo qual o devedor principal que não assinou o título na emissão reconhece o que deve por meio de assinatura no título passando a ser considerado aceitante e titular da obrigação. O aceite, portanto, e o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna devedor principal da letra (aceitante). O aceite na letra de câmbio é facultativo, porém irretratável. Obs: o aceite é uma assinatura. Efeito do aceite: irretratável. Efeito da ausência do aceite: a ausência de aceite na letra de câmbio causa o vencimento antecipado da obrigação (art. 43, LUG). Quando o aceite é necessário e não ocorre o devedor ainda não faz parte da relação cambial, sendo indispensável o protesto para ocorrer a sua notificação pública da relação cambial. Questões: Em 06\10\2007, José emitiu para Adalberto uma nota promissória de 20 mil reais, com vencimento em 06\01\2008. A nota promissória estava relacionada a uma dívida de jogo de cartas contraída pelo emitente com o beneficiário. Não tendo ocorrido o pagamento da nota promissória, apresentou-a a protesto, lavrado e registrado no prazo legal. Posteriormente ao protesto, a nota foi endossada em preto para Pedro. Inconformado com a falta de pagamento, Pedro ajuizou, em 10\09\2008, ação cambial exclusivamente contra José com a penhora de bens do executado. Considerando a situação hipotética, na qualidade de advogado do executado, responda com base na devida fundamentação legal se seria viável a defesa do seu cliente. R: Não se aplica o princípio da autonomia, pois foi feito um endosso póstumo, que tem efeito de cessão civil de crédito, contaminando a relação. 2- Fábio endossa uma letra de câmbio para Maurício, que a endossa para Maria, que por sua vez endossa para João. Na data do vencimento, João exige o pagamento de Maurício, que se recusa a realizá-lo sob a alegação de que endossou o título para Maria e não para João e de que Maria é sua devedora, de modo que as dívidas se compensam. Assim, João deveria cobrar de Maria e não dele. Em caso de embargos de Maurício, com base nos argumentos citados, quais seriam os fundamentos jurídicos de João? R: As obrigações são autônomas e transfere-se o título do endosso e garante a obrigação. 26\02\2019 Letra de câmbio: É um título de crédito formal, autônomo e completo, que contém a obrigação de pagar determinada soma em dinheiro, no tempo e lugar designados. É um título de crédito que se estrutura como ordem de pagamento, razão pela qual, ao ser emitida, dá origem a 3 situações jurídicas distintas: sacador, sacado e tomador. Fonte legislativa: Dec. 57663\66 (LUG) Dec. 2044\1908 CC\02 Partes na letra de câmbio: Sacador- aquele que emite a ordem. Sacado- a quem a ordem é destinada (devedor). Tomador- beneficiário da ordem. Obs: O sacador é garantidor. Portanto, se o sacado não pagar, o sacador responde. Requisitos essenciais: aqueles que não podem faltar, sob pena de não estarmos diante de uma letra de câmbio, mas de um documento qualquer sem tal força. 1- A expressão letra de câmbio/cláusula cambial/cláusula cambiária; 2- A ordem de pagamento, ou seja, uma ordem incondicional para pagamento de quantia determinada; 3- O nome do sacado; 4- O nome do tomador; 5- A assinatura do sacador; 6- Data do saque. Requisitos supríveis: a ausência de tais requisitos não afasta necessariamente a validade do documento como LC. - Local de emissão: - Local de pagamento: Aceite da letra de câmbio: Deve ser feito no próprio título por meio da expressão “aceito” ou “aceitamos”, seguido da assinatura do sacado ou do procurador com poderes especiais. Obs: Trâmite da letra de câmbio- emitida, ela será entregue ao tomador, o qual, por sua vez, a levará ao sacado, para que este a aceite. O aceite é facultativo, porém irretratável. Havendo a recusa, haverá o vencimento antecipado do título, situação em que a letra de câmbio s torna imediatamente exigível contra o seu sacador. Vencimento da letra de câmbio: À vista- É aquele que o vencimento ocorre no dia da apresentação dotítulo ao sacado. Não há, portanto, a prefixação de uma data específica. A certo termo- Vence a partir de um determinado prazo contado da apresentação. Dia certo- Tem uma data fixada pelo sacador para o pagamento do título. A certo termo de vista- Vence a partir de um determinado prazo contado da emissão. Prazo prescricional- 3 anos do vencimento para executar devedor principal e seus avalistas, e 1 ano do protesto para executar os endossantes e seus avalistas. Obs: o protesto interrompe o prazo (1 vez só). Art. 202, III, CC. Nota promissória: Se estrutura como uma promessa de pagamento, que uma pessoa faz a outra. Neste título, não existe a figura daquele que dá a ordem, pois o próprio devedor é responsável pela emissão e pagamento do título. Sujeitos: Sacador ou promitente- Aquele que emite a nota e promete pagar determinada quantia a alguém (devedor). Sacado/tomador- em favor de quem a nota é emitida e que receberá a importância prometida (beneficiário do título, credor). Requisitos essenciais: a- A expressão cláusula cambial/cláusula cambiária/nota promissória; b- Promessa de pagar determinada quantia; c- Nome do beneficiário (tomador); d- Data de emissão; e- Assinatura do emitente. Requisitos supríveis: Local de emissão- usar o endereço do sacador, caso não tenha. Local de pagamento- usar o endereço do sacador, caso não tenha. Obs: vencimento: considera-se o título à vista. Nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito (súmulas 233, 247 e 258, STJ). Esse contrato torna o título ilíquido. Não pode ser objeto de execução (súmula 233). Súmula 233: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo. O máximo que o STJ permite é a propositura de ação monitória (súmula 247). Súmula 247: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. Título sem autonomia (súmula 258). Súmula 258: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. Prazo prescricional para cobrar o devedor principal e seus avalistas: 1 ano, do protesto, para cobrar os endossantes e seus avalistas. Ação de regresso: 1 ano, do pagamento. Ação de cobrança e ação monitória- 5 anos. 3 anos, contados do vencimento. 12\03\19 Cheque: lei 7357\85 É uma ordem de pagamento à vista sacada contra um banco com base em suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado ou em conta corrente. Requisitos: art. 1º. I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Obs: admite-se a emissão de cheque em moeda estrangeira. Nesse caso, o cheque será pago com valor do câmbio do dia da apresentação. Súmula 370, STJ- Se o cheque for pré-datado e foi apresentado antes da data estabelecida surge o dever de indenizar. “Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. ” Partes: Sacador: emitente (devedor). Sacado: banco. Beneficiário: credor. Obs: Não há que se falar em aceite no cheque. Modalidades: Cheque cruzado- cheque que apresenta traços transversais e, em virtude disso, será pago mediante depósito em conta corrente. Só pode ser pago a um banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta, o que evita o seu desconto na boca do caixa. Cruzamento- geral e especial. Geral- há apenas as linhas transversais. Especial- o nome do banco é identificado nas linhas. Cheque visado- cheque em que o banco declara a suficiência de fundos durante o prazo de apresentação (art. 7). Cheque administrativo- cheque do próprio banco sacado para a liquidação por ele mesmo (art. 9, III). O banco é ao mesmo tempo emitente e sacado. Prazo de apresentação: trata-se do prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para pagamento junto à instituição financeira sacada. Praças: Iguais- 30 dias da emissão. Diferentes- 60 dias da emissão. Consequências pelo não cumprimento: art. 47, II, §§ 3º E 4º, lei 7357\85. Sustação- produz efeito imediato, podendo ser feita pelo sacador (emitente) ou pelo portador legitimado (beneficiário), por relevantes razões de direito (furto, roubo, extravio etc), desde que dentro do prazo de apresentação. Revogação- Também conhecida como contraordem, mas somente pode ocorrer depois de expirado o prazo de apresentação. Protesto do cheque- não é necessário o protesto para que o título seja objeto de execução, desde que tenha a declaração do sacado de que o título foi apresentado em tempo hábil e não foi pago. Prazo prescricional para ação de execução do cheque- art. 59, lei 7357\85. O prazo é de 6 meses após o término do prazo de apresentação. Emissão: 10\03\18 09\10\18 Mesma praça- 30 dias + 6 meses. Praça diferente- 60 dias + 6 meses. Prazo para ação de execução: 30 ou 60 dias + 6 meses. Prazo para ação monitória ou ação de cobrança: 5 anos da emissão. Ação de regresso: 6 meses do pagamento. Ação de enriquecimento sem causa\locupletamento: 2 anos da prescrição executiva. Artigos: 6, 13, 17, 17, I, 29, 30 (PU), 31, 32, 33, 44, 47, 47, I e II, §3º, 50, 51, 59 e PU, 61. Duplicata- lei 5474\68 É um título de crédito causal que tem origem numa nota fiscal ou fatura de compra e venda ou de prestação de serviços. Sua sistemática é de aceite obrigatório. A duplicata representa, como regra, a emissão de uma única fatura, ou nota fiscal, entretanto o STJ pelo informativo 581 permitiu a possibilidade de uma única duplicata representar várias parcelas de uma compra e venda que pode ou não ser representada por várias notas. Obs: da fatura o vendedor poderá extrair a duplicata, que deverá ser apresentada ao devedor dentro de 30 dias de sua emissão, e este deverá devolvê-la nos próximos 10 dias com a assinatura de aceite ou declaração dizendo por que não aceita. Partes: Sacador- o emitente, o credor. Sacado- o devedor Requisitos essenciais- art. 2, §1º. § 1º A duplicata conterá: I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem; II - o número da fatura; III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador; V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso; VI - a praça de pagamento; VII - a cláusula à ordem; VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial; IX - a assinatura do emitente. A duplicata é título de aceite obrigatório, e independente da vontade do comprador. Por isso, o credor deve remeter a duplicata para que o devedor a aceite. A falta de aceite da duplicata, sem justo motivo e por ele inadimplida, pode ser protestada e deve ser acompanhada do comprovante de entrega da mercadoria ou prestação de serviço para que possa ser executada. A recusa só é admitida pelo sacado quando: 1- Não receber a mercadoria ou esta vier avariada, não sendo, neste caso, o transporte de responsabilidade do sacado. 2- Houver vícios, diferenças na qualidade ou na quantidade da mercadoria, divergência no preço ou prazo ajustado, entre outros. Protesto: 1- Falta de pagamento; 2- Falta de aceite; 3- Falta de devolução. A execução da duplicata prescreve: I- Em 3 anos, contados do vencimento do título, contra o sacado e seus avalistas; II- Em 1 ano, contado do protesto, contra os endossantes e seus avalistas.Ação regressiva- 1 ano do pagamento. Duplicata aceita e não aceita na execução: 1- Duplicata aceita: pode ser executada sem a exigência de maiores formalidades. Basta a apresentação do título. Obs: Na duplicata aceita pela devedora, nenhum documento a mais é necessário para protestá-la. 2- Duplicata não aceita: Além da apresentação do título são necessários o protesto e o comprovante de entrega de mercadorias. Obs: Na duplicata não aceita (não assinada pela devedora), é necessário comprovar os serviços prestados. Obs: se a execução for proposta contra endossantes e seus avalistas, ou seja, qualquer pessoa que não o devedor principal, não é necessário a apresentação do comprovante de entrega de mercadorias ou prestação de serviços, nem mesmo da nota fiscal (informativo 75 do STJ). Obs: Focar na teoria geral em relação aos títulos de crédito. 19\03\2019 Contratos Empresariais: Código Civil e a unificação do Direito Obrigacional. Regras do Direito Contratual Contratos: Relações entre pessoas não empresárias- Aplica-se o Direito Civil. Relações entre Empresário- empregados- Direto do Trabalho. Relações entre Empresário- consumidores- Direito do Consumidor. Relações entre Empresário- P. público- Direito Administrativo. Relações entre Empresário- Empresário- Direito Civil. Aplicação do CDC nas relações entre empresários: Entendimento do STJ. Quando o empresário individual ou a sociedade empresária adquirem produtos ou serviços na qualidade de destinatários finais econômicos deles ou quando fica caracterizada a vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica de uma das partes, há a aplicação do CDC. Então... - Desde que um deles seja destinatário final. - Hipossuficiência\vulnerabilidade. Princípios contratuais: Autonomia da vontade: confere a liberdade de contratar e liberdade contratual, mas não é de maneira absoluta, pois o princípio é mitigado pelo dirigismo contratual. Liberdade: De contratar- liberdade de realizar contratos. Contratual- liberdade para determinar os termos do contrato. Obs: dirigismo contratual- todo contrato deve ter a sua função social. Consensualismo: o mero acordo de vontade é suficiente para a formação do contrato, salvo solenidade exigida em lei. Relatividade: o contrato só vale entre as partes (aspecto subjetivo) e não se estende além do seu objeto (aspecto objetivo). Atenção: teoria da aparência. Força obrigatória (pacta sunt servanda)- o contrato faz lei entre as partes. Atenção: teoria da imprevisão (exceção). Mitiga o princípio da força obrigatória no sentido que os direitos e deveres assumidos podem ser revisados se houver uma alteração significativa e imprevisível nas condições econômicas que deram origem ao vínculo contratual. Boa-fé: princípio pelo qual a interpretação do contrato deve levar em consideração mais a intenção das pessoas envolvidas do que o que foi redigido na manifestação da vontade. Exceção do contrato não cumprido: uma parte não pode exigir o cumprimento da obrigação da outra se não cumpriu também suas respectivas obrigações. Contrato de compra e venda mercantil: Art. 481, CC (contratantes empresários). Elementos essenciais da compra e venda: 1- consentimento; 2- a coisa (objeto); 3- o preço. Cláusulas especiais: Retrovenda: assegura ao vendedor, nos contratos de compra e venda de bem imóvel, o direito de recomprar o bem vendido no prazo máximo de 3 anos após a venda. Art. 505, CC. Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Venda a contento: venda realizada sob condição suspensiva, relacionada ao agrado do comprador em relação à mercadoria adquirida. O contrato só se aperfeiçoa quando o comprador manifesta o seu contentamento com a mercadoria entregue pelo vendedor. Art. 509, CC. Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Preempção ou preferência: assegura ao vendedor o direito de prelação. Sempre que o comprador quiser vender ou dar em pagamento o bem que adquiriu do vendedor, tem que oferecê-la a este, nas mesmas condições de preço. Art. 513, CC. Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. Venda com reserva de domínio: assegura ao vendedor a reserva de domínio sobre a coisa vendida, até que o comprador pague integralmente o preço ajustado. Art. 521, CC. Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Venda sobre documentos: nesse contrato especial de compra e venda não há tradição da própria coisa vendida, mas tão somente de um título ou de documentos que a representem. Art. 529, CC. Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Contratos de colaboração empresarial: Contratos entre empresários que visam o maior alcance do mercado. São contratos que se destinam a facilitar o comércio, aproximando o produtor do consumidor. Características: Subordinação empresarial – Se dá entre o colaborador e o colaborado. Essa subordinação é empresarial, e não pessoal. Essa subordinação empresarial representa a obrigatoriedade de o colaborador manter uma organização de sua atividade seguindo padrões fixados pelo colaborado. Cláusula de exclusividade- Visam assegurar ao colaborador (representante, franqueado etc) o retorno dos investimentos que eles provavelmente fizeram para iniciar a colaboração (pesquisa de mercado, formação de estoque, campanhas publicitárias etc). Comissão mercantil: Contrato consensual pelo qual um empresário (comissário) realiza negócios mercantis em nome próprio, mas por conta de outra pessoa (comitente). É regido pelos artigos 693 e seguintes do CC. O comissário é quem contrata com o comprador, assumindo responsabilidade perante 3º, e para tanto recebe comissão. Portanto, o comissário age no interesse e seguindo as instruções do comitente, mas o faz e seu nome, ou seja, assumindo responsabilidade perante os terceiros com quem contrata (art. 694). Em regra, quem assume a responsabilidade é o comitente, salvo cláusula del credere (o comissário assumirá a responsabilidade solidária juntamente com os terceiros com quem contratar). Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere, responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido. Atenção: Falindo o comitente, a comissão devida ao comissário é classificada no processo falimentar como crédito de privilégio geral (art. 707, CC). Art. 707. O crédito do comissário, relativo a comissões e despesas feitas, goza de privilégio geral, no caso de falência ou insolvência do comitente. Mandato mercantil- Art. 653 e seguintes do CC; O mandatário age em nome do mandante; O terceiro tem direitos em relação ao mandante. Comissão mercantil- Art. 693 e seguintes do CC; O comissário age em nome próprio; O terceiro tem direitos em relação ao comissário. Representação comercial (modalidade especial de contrato de colaborações) - Contrato pelo qual uma pessoa (representante) obtém pedidos de compra e venda de mercadorias fabricadasou comercializadas pelo colaborado (representado dentro de uma região delimitada). Art. 1 da lei 4886\65 Representação Relação de emprego Autonomia, limitada pelas orientações contratuais do representado (subordinação empresarial). Subordinação, continuidade da ordem, repetição da atividade. Impessoalidade, pois os negócios podem ser realizados por terceiro. Remuneração depende do resultado. Pessoalidade (o empregado não pode fazer-se substituir). Remuneração decorrerá do trabalho realizado. Obs: Exclusividade de representante. Principais obrigações do representante: a- observar as instruções e cotas de produtividade fixadas pelo representado (art. 29 da lei 4886); b- prestar contas ao representado, não prejudicar por dolo ou culpa os interesses que lhes são confiados, facilitar o exercício da profissão por quem estiver impedido ou proibido de exercê-la (art.19 da lei 4886\65). c- respeitar a cláusula de exclusividade. Principais obrigações do representado: a- pagar a comissão pactuada; b- respeitar a exclusividade territorial delimitada no contrato. 26\03\2019 Concessão mercantil: No contrato específico de colaboração, um empresário, o concessionário, assume a obrigação de comercializar os produtos fabricados por outro empresário, o concedente (com ou sem exclusividade). Lei 6729\79- regulamenta a concessão mercantil de veículos automotores. Contrato atípico, salvo a concessão de veículo automotor que está limitado pela lei própria. Assim, as partes são livres para estipular as cláusulas do contrato de concessão mercantil, salvo no caso de concessão relativa a veículos automotores, que se submete à Lei 6729\79. Exclusividade: De distribuição: obriga o concessionário a comercializar apenas produtos fabricados pelo concedente. De zona (ou de territorialidade): obriga o concedente a só comercializar seus produtos na área de atuação do concessionário por intermédio deste. Franquia: lei 8955\94 Conceito- contrato no qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, tecnologia empregada, distribuição, com exclusividade total ou parcial de produtos ou serviços e da organização empresarial. Franqueador: é uma pessoa jurídica de uma marca famosa. Franqueado: investidor. É um empresário. Entre eles há um contrato solene de franquia. Não há união entre eles, mas sim a colaboração. COF- circular de oferta de franquia- O franqueador interessado em abrir franquias deve fornecer aos potenciais franqueados uma COF, que conterá os dados fundamentais do negócio a ser realizado entre as partes. Se faltar algo, gerará anulabilidade do contrato (art. 3º). Histórico do franqueador, perfil do franqueado, balanços etc. Prazo mínimo de 10 dias para assinar o contrato (art. 4º). Tem por objetivo de lhe permitir conhecer com detalhes os termos do contrato e analisar a viabilidade econômica do negócio. Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este. Há a necessidade de um contrato escrito e ser assinado por duas testemunhas (art. 6º). Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. Para ter validade perante terceiros- depende de registro no INPI (Instituto Nacional Da Propriedade Industrial). Relação de franqueado e franqueador não se aplica o CDC. Franqueado e cliente- aplica-se o CDC. O franqueador responde solidariamente. Extingue-se o contrato de franquia: 1- Pelo término do prazo; 2- Pelo distrato; 3- Por ato unilateral se o prejudicado provar infração contratual. 4- Por anulação do contrato. Contratos bancários: Se submetem ao CDC. Mútuo bancário: Também chamado de empréstimo bancário. É o contrato pelo qual a instituição financeira empresta determinada quantia em dinheiro ao mutuário que se obriga a restituir o valor emprestado com os juros e demais encargos. Súmula 379, STJ e 382. Súmula 379: Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios poderão ser convencionados até o limite de 1% ao mês. Súmula 382: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade. Desconto bancário: contrato pelo qual a instituição financeira antecipa o valor de crédito contra terceiro ao cliente e, em virtude disso, desconta determinada taxa de juros. Abertura de crédito: contrato pelo qual a instituição financeira disponibiliza ao correntista determinada quantia em dinheiro para que ele possa utilizar. O contrato de abertura de crédito não pode ser objeto de execução. Admite-se a propositura de ação monitória. Súmula 247- O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. Súmula 233- O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo. Alienação fiduciária em garantia: Conceito- contrato acessório, em regra atrelado ao contrato de mútuo no qual o mutuário fiduciante aliena a propriedade de um bem ao mutuante fiduciário. Uma das partes, em confiança, aliena a outra a propriedade de um determinado bem, móvel ou imóvel, ficando esta parte (uma instituição financeira, em regra) obrigada a devolver àquela o bem que lhe foi alienado quando verificada a ocorrência de determinado fato. Mútuo: Mutuante credor- fiduciário. Possui a posse indireta\propriedade fiduciária. Mutuário devedor- fiduciante. Possui a posse direta. Em caso de não pagamento: Bem móvel- ação de busca e apreensão. O devedor é citado para pagar a integralidade da dívida. Bem imóvel- consolidação da propriedade. Art. 1361 e parágrafos, CC\DL 911\69 (bens móveis). Lei 9514\97- bens imóveis (não cai na prova). Arrendamento mercantil (leasing): Conceito: Contrato pelo qual uma pessoa jurídica arrenda a uma pessoa física ou jurídica por tempo determinado um bem comprado pela primeira com as indicações da segunda, com a opção de adquirir o bem ao final do contrato, mediante valor residual garantido e previamente fixado. É um contrato especial de locação que assegura ao locatário a prerrogativa de adquirir o bem alugado ao final da avença, pagando, nesse caso, uma diferença chamada de valor residual. Arrendadora (PJ) arrendatário (pessoa física ou jurídica) Fazer a descrição do bem. Com essas informações, a arrendadora compra de terceiros. Passa-se para o arrendatário. Quem fica com a propriedade resolúvel é o arrendador, que também fica com a posse indireta. O arrendatário fica com a posse direta. VRG- Valor residual garantido. Se o arrendatário pagar, se tornará proprietário do bem. Se o arrendatário não pagar, ele devolve o bem para o dono. Espécie de VRG: 1- Final- paga todas as parcelas e decide pelo pagamento do VRG. 2- Diluído- enviavam-se 2 boletos para pagamento. 3- Antecipado- no momento de assinatura do contrato de adesão, já está condicionada a compra do bem. Se o arrendatário não paga- notificar e constituir em mora. Se sofre falência- pedido de restituição. Demais casos- ação de reintegração de posse. Súmula 369 e 564 do STJ. Sumula 369: No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora. Súmula 564: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma da importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, oarrendatário terá direito de receber a respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras despesas ou encargos pactuados.
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