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Livro didático Direito empresarial aplicado II

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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 1
Títulos de Crédito
Tema
Títulos de Crédito: Teoria Geral dos títulos de crédito.
Palavras­chave
Títulos de crédito; Introdução;
Objetivos
­ compreender o conceito de Título de Crédito, bem como relacioná­lo com o direito das obrigações;
­ analisar os atributos dos títulos de crédito quais sejam, a negociabilidade e executoriedade;
­ compreender os princípios gerais dos títulos de crédito, para aplicar aos casos concretos;
­ distinguir as modalidades de classificação e aplicá­las à especificidade de cada título de crédito.
Estrutura de Conteúdo
1. Noções introdutórias: conceito de títulos de crédito.
De acordo com Cesare Vivante, Título de Crédito: "É o documento necessário para o exercício do direito
literal e autônomo nele mencionado". De acordo com o artigo 887 do Código Civil, “O título de crédito,
documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei”. A natureza jurídica do título de crédito é a de títulos executivos
extrajudiciais, conforme determina o artigo 784, I do Código de Processo Civil. Historicamente,
nasceram na época do comércio das navegações, e alguns autores discutem se foi a letra de câmbio ou o
cheque, os primeiros títulos que surgiram no mercado como um todo. São Atributos dos títulos de
Crédito: A Negociabilidade e a Executividade ou Executoriedade.
2. Princípios dos Títulos de Crédito:
São Princípios dos Títulos de Crédito:
i. Cartularidade: O Título deve ser representado por uma cártula, um papel, para que seja válido como
título e para que possa ser cobrado. Sem a apresentação do título, não se tem como executar o devedor e
pagando o título, a quitação deverá ser realizada na própria cártula.
ii. Literalidade: Ou seja, "vale o que está escrito". Todas as pessoas que figurarem no título serão
coobrigados, respeitando­se os valores, datas e locais de pagamento do Título de Crédito.
iii. Autonomia: As obrigações que se apresentam no título, são autônomas entre si. Os co obrigados
possuem no caso, autônomas as suas obrigações e mesmo sendo inválida a obrigação de um dos co
obrigados, não vicia o título e nem as demais. Este Princípio se subdivide em dois sub­princípios:
Abstração e Inoponibilidade das exceções aos terceiros de boa fé.
3. Classificação dos Títulos de Crédito:
i. Quanto ao Modelo: Livres ( Letra de Câmbio e Nota Promissória) e Vinculados (Cheque e Duplicata).
ii. Quanto à estrutura: Ordem de Pagamento, temos a Letra de Câmbio a Duplicata e o Cheque como
exemplos. E a Promessa de pagamento, no caso, a Nota Promissória.
iii. Quanto às hipóteses de Emissão: Não Causais, no caso o cheque, a Nota Promissória e a Letra de
Câmbio e Causais, a Duplicata, pois somente nasce de uma Compra e Venda mercantil ou de uma
Prestação de Serviços.
iv. Quanto à forma de circulação: À Ordem, pois circulam através do endosso e Não á Ordem, pois
circulam através da Cessão Civil de Crédito.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Fernando emitiu um título de crédito em favor de Renata, o qual circulou através de diversos endossos
até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o portador decidiu executar um dos endossantes,
tendo em vista que o título não foi pago pelo devedor original. Todavia, ao ser executado, o endossante
alegou em sua defesa que não poderia ser executado, haja vista que recebeu o título de um menor, o qual
não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a cadeia de endossos. Diante dessa situação hipotética,
pergunta­se:
a) Tem fundamento a defesa apresentada pelo endossante?
b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso em tela?
.
QUESTÃO OBJETIVA 1:
São princípios gerais dos títulos de crédito:
a) literalidade, forma e causa.
b) forma, causa e abstração.
c) negociabilidade, anterioridade e literalidade.
d) modelo, cártula e autonomia
e) cartularidade, literalidade e autonomia
QUESTÃO OBJETIVA 2:
Quanto à classificação dos títulos de crédito, é incorreto afirmar:
a) Quanto ao modelo, os títulos podem ser classificados como livres (letra de câmbio e nota promissória)
e vinculados (cheque e duplicata).
b) quanto à estrutura, os títulos se classificam como ordem de pagamento ou promessa de pagamento.
c) como exemplo de ordem de pagamento, temos a letra de câmbio, e como promessa de pagamento a
nota promissória.
d) quanto às hipóteses de emissão, os títulos de créditos podem ser classificados em causais e não
causais.
e) todos os títulos de crédito existentes no Brasil podem ser considerados não causais, visto que não
dependem de causa específica para serem emitidos.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 2
Atos cambiais
Tema
Atos cambiais: Saque e emissão; Apresentação, aceite, endosso e aval; Vencimento e pagamento.
Palavras­chave
Cambiais; Saque; Emissão; Aceite; Endosso; Aval; Vencimento; Pagamento;
Objetivos
­ compreender a dinâmica da transferência do título de crédito e os efeitos jurídicos decorrentes;
­ entender a função do aceite e seus reflexos jurídicos, e fazer uma correlação aos demais títulos de
crédito;
­ compreender as características de cada uma das modalidades de vencimento;
­ analisar e entender a função do instituto do aval e seus reflexos jurídicos.
Estrutura de Conteúdo
1. Instituto do endosso
Para que um título de crédito possa facilmente ser transferido e se opere a circulação dos direitos de
crédito nele incorporados, emprega­se um meio próprio dos títulos de crédito chamado de endosso, que
consiste na simples assinatura do proprietário no verso do título, antecedida ou não de uma declaração
indicando a pessoa a quem a soma deve ser paga ­ com essa assinatura a pessoa que endossa o título,
chamada endossante, transfere a outrem chamado endossatário, a propriedade da letra (L.U., art. 14) ­
nessa condição, o endossatário ao receber a letra torna­se o titular dos direitos emergentes nela contidos,
podendo, assim, praticar todos os atos que se fizerem necessários para resguardar a sua propriedade. O
endosso é ato cambiário que opera a transferência do crédito, representado por título “à ordem”. A
alienação do crédito fica condicionada, também, à tradição do título, levando­se em conta o Princípio da
Cartularidade. Já que se está transferindo um direito, quem pode faze­lo é opossuidor do título.
2. Instituto do aceite:
É o ato cambial pelo qual o sacado concorda em acolher a ordem incorporada pela letra de câmbio. É de
livre iniciativa do sacado aceitar ou não a ordem recebida. O aceite é ato exclusivo de sua vontade.
Resulta da simples assinatura do sacado no anverso do título; no verso, a assinatura vem seguida da
palavra “aceito” ou qualquer outra equivalente. O aceitante é o devedor principal da letra de câmbio.
3. Instituto do aval:
Entende­se por aval a obrigação cambiária assumida por alguém no intuito de garantir o pagamento da
letra de câmbio nas mesmas condições de um outro obrigado. É uma garantia especial, que reforça o
pagamento da letra, podendo ser prestada por um estranho ou mesmo por quem já se haja anteriormente
obrigado no título. A pessoa que dá tal garantia tem o nome de avalista e aquela a quem ele se equipara,
e por intermédio da qual é assumida a obrigação de pagar o título, denomina­se avalizado. Para assumir
tal obrigação o avalista necessita ser capaz, como, aliás, deve acontecer com todos quantos se obrigam
cambialmente.
4. Vencimento e pagamento
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em
branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto
para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para
Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor.Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso
em preto. Diante disso:
a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título.
b) Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor.
.
QUESTÃO OBJETIVA 1:
No que se refere ao instituto do aval, assinale a alternativa correta:
a) o aval tem exatamente os mesmos efeitos do endosso.
b) em qualquer título de crédito, é vedado o aval parcial, conforme determina o artigo 897, parágrafo
único do Código Civil.
c) no caso das letras de câmbio, é permitido o aval parcial, por força de previsão em legislação especial.
d) o aval corresponde a um tipo de fiança, tendo em vista que possui as mesmas características.
e) assim como a fiança, o aval admite benefício de ordem, ou seja, primeiramente a cobrança deve recair
sobre o avalizado, e depois sobre o avalista.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 3
Atos Cambiais (Cont)
Tema
Protesto e Ações Cambiais
Palavras­chave
Protesto; Ações cambiais;
Objetivos
­ identificar e entender o conceito e os tipos de protesto previstos na legislação;
­ compreender os procedimentos necessários para a execução de título de crédito em virtude da
inadimplência do devedor ou da recusa de aceite;
­ analisar os tipos de ações cambiais previstas no ordenamento jurídico para a cobrança de um título de
crédito em Juízo;
­ analisar os prazos de prescrição das ações tendentes à cobrança judicial do título de crédito.
Estrutura de Conteúdo
1. Protesto: conceito, objetivo, tipos e prazo.
O protesto está regulamentado na Lei n° 9.492/97 Um título não aceito ou não pago no vencimento
incidirá em uma ação de execução que será fundamentada pelo protesto cambial, ato notarial
extrajudicial de responsabilidade do portador do título. Entende­se por protesto o ato solene destinado
principalmente a comprovar a falta ou recusa do aceite ou do pagamento do título de crédito. Vale
ressaltar, que o protesto apenas atesta esses fatos, não criando direitos e consiste num simples meio de
prova para o exercício do Direito Cambiário. Dessa forma, com o protesto, o juiz tem o convencimento
de que o credor esgotou todas as tentativas para a cobrança do título. Se não forem observados os prazos
fixados na lei para a extração do protesto, o portador do título perderá o direito de regresso contra os
coobrigados da letra, permanecendo o direito contra o devedor principal ­ diante dessas consequências
previstas em lei, a doutrina costuma classificar o protesto em necessário (contra os coobrigados) ou
facultativo (contra o devedor principal e seu avalista). Tais consequências não se aplicam no caso da
letra de câmbio contemplar a cláusula “sem despesa”, “sem protesto” ou outra equivalente (L.U.,art.
46), que dispensa o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou de pagamento, para poder
exercer os seus direitos de ação. Compelido a comparecer em cartório para datar o título, se não o fizer,
a data do aceite pode ser pautada a partir da data do protesto ou considerar o aceite praticado no último
dia do prazo para a apresentação da letra (ou seja, um ano da data do saque).
2. Ações Cambiais.
Se o título de crédito não for pago no vencimento, o credor poderá promover a execução judicial contra
qualquer devedor cambial, observadas as condições de exigibilidade do crédito e a cadeia de
anterioridade e posterioridade, já examinada. Vale ressaltar que os títulos de crédito têm natureza jurídica
de título executivo extrajudicial, nos temos do que dispõe o art. 784, I do CPC, razão pela qual cabe a
execução do crédito correspondente.
3. Prescrição.
Para o exercício do direito de cobrança por via de execução a lei determina prazos prescricionais,
ressaltando que a depender do título o prazo pode variar, conforme determina a legislação especial
aplicável ao referido título de crédito, como, por exemplo, a Letra de Câmbio que tem os prazos de
prescrição previstos no artigo 70 da Lei Uniforme, que são: 3 anos, contra o sacado aceitante, o avalista
do aceitante e sacador; 1 ano, contra os endossantes e avalistas dos demais coobrigados; 6 meses, dos
coobrigados contra os demais coobrigados.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático­Profissional – 2012) Pedro emite nota
promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a
respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse
não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da
nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações:
A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido?
B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória?
Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos
legais pertinentes.
.
QUESTÃO OBJETIVA :
(MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após
quitação do débito:
a) é ônus do credor
b) é ônus do devedor
c) é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício.
d) dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme
seja jurisdição voluntária ou contenciosa
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 4
Títulos de crédito em espécie
Tema
Letra de Câmbio e Nota Promissória
Palavras­chave
Letra de câmbio; Promissória;
Objetivos
­ analisar a letra de câmbio como título de crédito, suas características, principais aspectos e importância
no contexto das relações cambiais;
­ reconhecer uma nota promissória e diferenciá­la de uma letra de câmbio, pela aplicação dos institutos
cambiais e classificações aplicáveis.
­ analisar a aplicação de todos os institutos anteriormente estudados nos referidos títulos de crédito.
Estrutura de Conteúdo
1. Letra de Câmbio:
A Letra de Câmbio consiste numa ordem dada, por escrito, a uma pessoa, para que pague a um
beneficiário indicado, ou à ordem deste, uma determinada importância em dinheiro. A letra de câmbio é
um título de crédito dotado de literalidade e de autonomia das obrigações. Desempenha importantíssima
função econômica pela ampla utilização do crédito que proporciona. Portanto, é uma ordem de
pagamento à vista ou a prazo. Tem como figuras intervenientes: i)  sacador, subscritor ou emitente  ­
aquele que dá a ordem de pagamento, ou seja, que cria e emite a letra; ii) sacado ou devedor ­ aquele a
quem a ordem é dada, contra quem a ordem é dirigida. Em princípio o sacado não tem obrigação
nenhuma com o título, nem de aceitá­lo e nem de pagá­lo. Somente se torna obrigado principal, com o
seu aceite, em razão do Princípio da Literalidade; iii)  tomador ou beneficiário ­ é aquele a favor de
quem é emitida a ordem ­ é aquele que porta o título e que fica no lugar do credor.
2. Nota Promissória.
Consiste numa promessa de pagamento à vista ou a prazo, que uma pessoa faz em favor de outra. Tem
como figuras intervenientes: i) sacador, emitente, subscritor ou devedor – emite a Nota Promissória.
Nesta espécie de título, o sacador também é o devedor principal da obrigação; e ii)  tomador,
beneficiário ou credor ­ em favor de quem o sacador fez a promessa. A Nota Promissória está sujeita às
mesmas normas aplicadas com relação à Letra de Câmbio, com as exceções estabelecidas pela Lei
Uniforme (arts. 77 e 78). O subscritor da nota promissória é o seu devedor principal. A lei prevê a mesma
responsabilidade para o aceitante da letra e o subscritor da promissória. O exercício do direito de crédito
contra o emitente prescreve em 3 anos contados a partir da data do vencimento. Também encontramos a
previsão da Ação Cambial ou de Locupletamento quando a nota promissória encontra­se ligada a um
contrato individual e onde forobservado o enriquecimento ilícito por parte do credor. Todas as normas
relativas à Letra de Câmbio serão aplicadas à Nota Promissória naquilo que não desnaturar a essência do
Título (L.U.G, art. 77).
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(OAB – XIV Exme – Prático­Profissional – 2ª Fase – 2014) Uma letra de câmbio foi sacada por Celso
Ramos com cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto,
transferiu a cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 03.09.2013. O título recebeu três avais, todos
antes do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, e um aval em preto em favor de Antônio
Olinto. A letra de câmbio foi aceita e o endossatário apresentou o título para pagamento ao aceitante no
dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta de
pagamento, que foi lavrado no dia 18.09.2013.
Com base nas informações contidas no texto e na legislação cambial, responda aos seguintes itens.
A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio? São avais simultâneos ou
sucessivos? Justifique.
B) Nas condições descritas no enunciado, indique e justifique quem poderá ser demandado em eventual
ação cambial proposta pelo endossatário?
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(TJMG – Juiz – 2014) Com relação à nota promissória, analise as afirmativas, assinalando com V  as
verdadeiras e com F as falsas.
( ) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
( ) A ação cambial contra o endossador e o avalista da nota promissória prescreve em trinta e seis meses
contados do dia em que ação pode ser proposta.
(  ) O devedor somente poderá opor ao portador da nota promissória exceção fundada em direito pessoal,
na nulidade de sua obrigação e na falta de requisito necessário ao exercício da ação cambial.
( ) Sendo a nota promissória rural, emitida por uma cooperativa em favor de seus cooperados, um título
de crédito de natureza causal, a respectiva execução se encontra vinculada à eficácia do negócio jurídico
subjacente.
Assinale a alternativa que apresenta sequência CORRETA.
a) FVVF
b) VFVV
c) VVFF
d) FFFV
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 5
Títulos de crédito em espécie (Cont)
Tema
Cheque
Palavras­chave
Cheque;
Objetivos
­ compreender a classificação do cheque como ordem de pagamento à vista, e suas decorrências
jurídicas;
­ identificar e analisar os tipos de cheque usualmente emitidos, bem como suas implicações jurídicas;
Estrutura de Conteúdo
1. Cheque: Noções gerais, natureza jurídica e requisitos essenciais.
É uma ordem de pagamento, sempre à vista, sacada (emitida) contra um banco ou instituição financeira
que seja reputada como tal, com suficiente provisão de fundos. O cheque está disciplinado pela Lei
7.357/85 e subsidiariamente pela Lei Uniforme do Cheque promulgada pelo Decreto 57.595/66, naquilo
que não foi derrogada. Devemos observar, além dessas, todas as outras normas que regulam o cheque:
tributárias, CDC, normas do Banco Central, etc. São figuras intervenientes: i) emitente: é a pessoa
autorizada a emitir cheques sobre os fundos disponíveis, em virtude de um contrato (de abertura de
conta corrente, depósito ou abertura de crédito). É quem dá a ordem de pagamento para o sacado
(banco) efetuar o pagamento. É o sacador da ordem. ii) sacado: é o banco ou instituição financeira a ele
equiparado, que detém os fundos à disposição do sacador; iii) beneficiário: é a pessoa a quem o sacado
deve pagar a ordem emitida pelo sacador.
2. Prescrição e ação por falta de pagamento.
O rito da ação do cheque é executivo e está regulado nos termos do art. 784, I, CPC e o valor a receber é
o da importância do cheque não pago, acrescida de juros moratórios, taxa legal e das despesas que
houver feito com o protesto. A proibição da lei na cobrança de juros é com relação aos compensatórios
(art. 10) e a permissão contida em seus arts. 52 e 53 se referem a juros moratórios, isto é, devidos pela
falta de pagamento. Ação de Enriquecimento Indevido: O portador que não exerceu a competente ação
executiva (6 meses a partir da expiração do prazo de apresentação) no prazo legal, contra o sacador ou
endossantes, tem o direito de agir, já não mais cambiariamente, mas em ação comum, contra o sacador
ou endossantes que hajam feito lucros ilegítimos às suas custas. Nesse tipo de ação, não poderá agir
contra os avalistas, pois estes são sempre obrigados cambiários e, prescrito o cheque, o documento perde
a sua natureza cambiaria. A ação de execução prescreve em 6 meses a contar da data em que expirou o
prazo para a apresentação ou da data do protesto. Não interposta a ação nos prazos acima mencionados,
prescreveu os direitos do portador à dita ação, perdendo o cheque a sua natureza cambiária. Poderá o
portador, alegando enriquecimento de outrem à sua custa (rito ordinário), entrar com uma ação ordinária
de locupletamento, que prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição da
ação de execução.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Maria e Bernardo são casados e possuem conta corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o
pagamento de um tratamento dentário da esposa, Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo assim, o dentista depositou o cheque e foi
surpreendido pela devolução do cheque por falta de fundos. Tendo em vista que não conseguiu o
pagamento do cheque, Alberto promoveu execução em face de Maria, tendo em vista que foi a usuária
do tratamento dentário. Analisando caso concreto, responda as seguintes questões:
a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, será procedente a execução em face de Maria?
b) Quais os requisitos legais que devem conter num cheque?
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(TJCE – Juiz – 2014) Antônio emitiu um cheque nominativo a José contra o Banco Brasileiro S.A. No
mesmo dia, José endossou o cheque a Ricardo, fazendo constar do título que não garantiria o seu
pagamento e que a eficácia do endosso estava subordinada à condição de que Maria, irmã de Ricardo,
lhe pagasse uma dívida que venceria dali a dez (10) dias. Vinte (20) dias depois da emissão do título e
sem que Maria tivesse honrado a dívida para com José, Ricardo apresentou o cheque para pagamento,
mas o título lhe foi devolvido porque João não mantinha fundos disponíveis em poder do sacado. Nesse
caso,
a) Ricardo não poderá endossar o cheque a terceiro, pois o cheque só admite um único endosso.
b) o endosso em preto de cheque nominativo exonera o emitente do título de responsabilidade pelo seu
pagamento.
c) por força de lei, o emitente do cheque deve ter fundos disponíveis em poder do sacado, e a infração
desse preceito prejudica a validade do título como cheque.
d) José responderá perante Ricardo pelo pagamento do cheque, porque se reputa não escrita cláusula
que isente o endossante de responsabilidade pelo pagamento do título.
e) a despeito do inadimplemento de Maria, Ricardo ostenta legitimidade para cobrar o pagamento do
título porque se reputa não escrita qualquer condição a que o endosso seja subordinado.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 6
Títulos de crédito em espécie (Cont)
Tema
Duplicata
Palavras­chave
Duplicata;
Objetivos
­ compreender a dinâmica da duplicata, sua emissão, remessa, aceite e devolução.
­ Identificar os aspectos legais de sua causalidade.
­ compreender a aplicação dos institutos cambiais, suas diferenças e especificidades em relação aos
demais títulos.
Estrutura de Conteúdo
1. Duplicata: Noções gerais e requisitos
A Duplicata pode ser entendida como um título de crédito formal, caracterizado por um saque fundado
em crédito concedido pelo vendedorao comprador, baseado em contrato de compra e venda mercantil
ou de prestação de serviços celebrado entre ambos, cuja circulação é possível mediante endosso. Dessa
forma, é uma ordem de pagamento do preço estipulado numa compra e venda mercantil ou na prestação
de serviços. É um título de natureza vinculada, ou seja, apesar de serem autônomas as relações, o
princípio da autonomia não se perfaz totalmente por estar, a duplicata, vinculada a um contrato de
compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. Os Requisitos da Duplicata estão previstos no
artigo 2º da Lei nº 5.474/68.
2. Fatura
É o documento representativo do contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços,
emitido pelo comerciante ou prestador de serviços, por ocasião da venda de produto ou de serviço,
descrevendo o objeto do fornecimento, quantidade, qualidade e preço além de outras circunstâncias de
acordo com os usos da praça. Por Nota Fiscal/Fatura entende­se o documento que resultou do convênio
firmado, em 1970, entre o Ministério da Fazenda e as Secretarias de Fazenda dos Estados e do Distrito
Federal, pelo qual a nota fiscal passa a funcionar, também, como fatura comercial contendo as
informações necessárias às finalidades tributárias.
3. Ações fundadas na duplicada e triplicata
A duplicata poderá ser protestada por falta de aceite, por falta de devolução ou por falta de pagamento.
O prazo para protesto é de 30 dias a contar da data do vencimento. O protesto pode ocorrer mediante a
prova de remessa ou entrega de mercadoria. Essa forma de protesto supre a falta de aceite, podendo
servir de subsídio para fundamentar a ação de cobrança, pois é sabido que, de acordo com a Lei
5.474/68, a duplicata é Título Executivo Extrajudicial. A ação fundada na duplicata é a Ação de
Execução, conforme o disposto no art. 784, I, CPC. O prazo de prescrição da ação de cobrança da
duplicata é de 3 anos, contra o sacado e respectivos avalistas, contados da data do vencimento do título;
de 1 ano, contra endossante e seus avalistas, contado da data do protesto; e de 1 ano, de qualquer dos
coobrigados, contra os demais exercendo o direito de regresso, contado da data em que haja sido
efetuado o pagamento do título. A Triplicata é a reprodução da duplicata mercantil ou da prestação de
serviços em caso de perda ou extravio (Lei 5.474/68, art. 23).
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou
"duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que
tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474168
que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida.
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(Magistratura PE – FCC/2011) No que tange à duplicata:
a) o comprador poderá deixar de aceitá­la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na
quantidade das mercadorias, exclusivamente.
b) é lícito ao comprador resgatá­la antes do aceite, mas não antes do vencimento.
c) trata­se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento.
d) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado
mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por simples indicações do portador, na falta
de devolução do título.
e) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo
comunicar eventuais divergências à apresentante com a devolução do título.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 7
Contratos Empresariais
Tema
Contratos Empresariais: características, princípios gerais e espécies.
Palavras­chave
Contrato empresarial; Introdução;
Objetivos
­ analisar as principais características desses tipos de contrato, bem como seus requisitos de validade.
­ compreender os princípios aplicáveis a esses tipos de contratos.
­ conhecer os contratos empresariais e identificar suas espécies e aplicabilidade.
Estrutura de Conteúdo
1. Contratos Empresariais: características e princípios gerais.
Basicamente, contratos empresariais são aqueles celebrados entre empresários, ressaltando que o regime
jurídico que será aplicado aos contratos realizados entre empresários varia de acordo com o tipo e a
natureza do negócio jurídico realizado, tendo em vista que se a relação jurídica for caracterizada como
uma relação de consumo, serão aplicadas as regras do direito consumerista. Nesse aspecto, os contratos
empresariais estudados na presente aula, serão analisadas sob o prisma da legislação aplicável aos
contratos realizados entre empresários no exercício da atividade empresarial. Vários princípios podem
ser aplicados a esses tipos de contrato, como os princípios da autonomia da vontade; princípio do
consensualismo; princípio da relatividade; princípio da boa­fé, dentre outros.
2. Espécies de contratos
2,1, A Compra e Venda Mercantil:
Na Compra e Venda Mercantil, comprador e vendedor devem ser empresários e o objeto da compra é
comprar para revender. A partir de 2002, o regime jurídico da Compra e Venda Mercantil passou a ser
basicamente o mesmo de qualquer outro contrato de Compra e Venda Civil. Os conceitos e
especificidades de cada contrato foram mantidos, mesmo com a uniformização legislativa do direito
privado. A única distinção repousa na delimitação dos direitos e obrigações dos contratantes, no que diz
respeito às conseqüências nos casos de insolvência ou falência. Na Compra e Venda Mercantil, em casos
de falência, procede­se a execução concursal do devedor. A obrigação principal do comprador é pagar o
preço no prazo e no local avençados, como também receber a coisa no prazo, modo e localcontratado.
Quanto ao devedor, são três suas obrigações: a) Proceder a entrega da coisa no prazo estipulado; b)
responder pelos vícios da coisa; c) responder pela evicção.
2.2. Representação Comercial ou Agência ou Distribuição:
Este contrato encontra­se definido no artigo 710 do Código Civil, como aquele em que uma das partes, o
representante comercial, se obriga, mediante uma remuneração, a angariar negócios mercantis, como a
compra e venda, dos produtos fabricados ou comercializados pelo representado. Pelo novo Código Civil,
o Contrato de Representação Comercial, adotou a denominação de Contrato de Agência. Não se
confunde este contrato com o Contrato de Mandato Mercantil, pois o representante não age em nome do
representado (fabricante), quem conclui a compra e venda é sempre o representado.
2.3.Comissão Mercantil:
O artigo 693 do Código Civil define o Contrato de Comissão, como aquele que ”tem por objeto a
aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.” Tem­se de
um lado o comissário, empresário que angaria negócios em seu próprio nome, mas por conta e risco do
empresário comitente, empresário, fabricante ou fornecedor. Este contrato se diferencia do mandato na
medida em que o comissário atua em nome próprio, assumindo a responsabilidade pessoal perante
terceiros por seus atos praticados e no mandato o mandatário atua em nome do mandante.
2.4.Concessão Mercantil:
Este contrato se define como aquele em que um empresário, denominado concessionário, se obriga a
comercializar os produtos fabricados por outro empresário, denominado concedente. Este contrato pode
ter ou não cláusula de exclusividade ou territorialidade. Por exclusividade, entende­se que o
concessionário se obriga a não comercializar com produtos diversos dos fabricados pelo concedente e
por territorialidade, e a proibição do concedente em comercializar na área de atuação do concessionário,
em razão da Concorrência Desleal, pois o fabricante, óbvio, venderia o produto a preço de fábrica.
2.5. Franquia:
É o contrato através do qual um empresário (franqueador), concede a outro empresário (franqueado),o
uso de sua marca, prestando­lhe serviços de organização empresarial, para comercializar produtos ou as
marcas de sua propriedade, mediante uma remuneração, sem que os mesmos estejam ligados por
qualquer vínculo de subordinação.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(TJRJ – XLIV Concurso – Magistratura – 2ª fase – adaptada) A Representações de Papéis Ltda, com
sede nesta cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta da extinção do contrato firmado entre
as partes, em maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado. Na oportunidade, foi esclarecido que
a partir do recebimento da referida notificação, novos negócios em nome da notificante, não poderiam
ser realizados, pois esta passaria a operar diretamente com os clientes os respectivos pedidos.
Inconformada, A propõe ação em face de B, onde sustenta que fez grandes investimentos no interesse
desta última, não deu causa à extinção do contrato, cujos negócios dele oriundos representavam 80% do
seu faturamento, não tendo sido observado o prazo legal para que a notificação pudesse surtir o efeito
pretendido. Além disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida acarretara danos materiais e
morais que pretendia ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal a ser adotada, bem como explique
as peculiaridades do contrato e o alegado direito à indenização.
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(ADVOGADO PETROBRÁS – CESGRANRIO/2011) Quando um empresário licencia o uso de sua
marca a outro, prestando­lhe serviços de organização empresarial, com ou sem venda de produtos,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado vínculo empregatício, tem­se um
contrato de:
a) compra e venda mercantil.
b) comodato.
c) franquia.
d) corretagem.
e) comissão mercantil.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 8
Contratos Empresariais (Cont)
Tema
Espécies de Contratos Empresariais: Contratos Bancários.
Palavras­chave
Espécies; Contrato bancário;
Objetivos
­ analisar os tipos de contratos bancários próprios e impróprios.
­ identificar a prática usual dos contratos bancários, e a aplicabilidade do CDC..
­ analisar os contratos de financiamento usuais do mercado.
Estrutura de Conteúdo
1. Contrato de Depósito Bancário:
Quando a Instituição Financeira assume na relação negocial o polo passivo, ela se encontra na posição
de devedora, pois tais contratos têm a função econômica de captação de recursos dos quais o banco
necessita para poder desenvolver a sua atividade bancária. Neste tipo de atividade podemos citar
principalmente os Contratos de Depósito e Conta Corrente. No caso, o Contrato de Depósito é aquele
através do qual uma pessoa, física ou jurídica, depositante, entrega valores monetários a um banco,
depositário, que se obriga a restituí­los quando solicitado pelo depositante. Este é um dos contratos mais
comuns, realizados pelos chamados bancos comerciais, sendo o cartão de débito e o cheque um dos
instrumentos de restituição dos valores depositados.
2. Contrato de Mútuo Bancário:
Este tipo de contrato possui peculiaridades próprias, pois o mútuo bancário é o contrato através do qual
o banco, mutuante, empresta a seu cliente uma determinada quantia em dinheiro, cobrando juros e
encargos devidos pelo mutuário em razão da utilização do dinheiro, objeto do contrato. O Contrato de
Mútuo Bancário se classifica como um contrato, unilateral e real, pois o banco não assume obrigação
alguma perante o cliente após a entrega da quantia contratada e somente se concretiza com a efetiva
entrega do dinheiro ao cliente mutuário. As obrigações do mutuário, portanto são duas a partir da efetiva
entrega do dinheiro: 1) Devolver o valor emprestado no prazo avençado, pagando juros, correção, taxas
e encargos, se for o caso; 2) Amortizar a quantia emprestada dentro dos prazos estabelecidos no
contrato.
3. Contrato de Desconto Bancário:
No desconto propriamente dito o banco antecipa ao cliente o valor do crédito deste contra terceiros.
Note­se bem, o instrumento deste contrato tem como base os Títulos de Crédito, como Letras de
Câmbio, Notas Promissórias, Duplicatas e Cheques e os demais equiparados por legislação específica do
Direito Cambiário. Este tipo de contrato encontra­se regulamentado e tutelado pela doutrina e pelas Leis
Cambiarias, ou seja, pelos princípios básicos do direito cambiário. Acentue­se que o instituto do endosso
é ato indispensável à concretização do Desconto. No caso, se o título não for pago na data aprazada pelo
devedor principal ou por seus coobrigados, o banco tem o direito de cobrar do cliente o crédito
consignado no título que não foi realizado pelo terceiro devedor, protegido por toda a legislação
cambiaria e processual.
4. Contrato de Abertura de Crédito:
Popularmente conhecido como “Cheque Especial”, representa o contratos pelo qual o banco coloca à
disposição do seu cliente, determinada quantia a seu favor, que poderá ou não ser utilizada por este. Se o
cliente utilizar este limite, será obrigado a pagar os encargos e juros provenientes da apropriação deste
crédito. Tal contrato encontra­se intimamente vinculado aos Contratos de Conta Corrente e Depósito. O
Contrato de Abertura de Crédito classifica­se como consensual e bilateral, podendo o Banco, terminado
o prazo contratual ou por questões de conveniência quando não for mais do seu interesse disponibilizar o
crédito ao seu cliente, extingui­lo, ou seja, cortar o crédito.
5. Contratos bancários Impróprios.
5.1 Contrato de Arrendamento Mercantil (Leasing):
Quando mencionamos a expressão Leasing, nos vem à ideia de uma compra financiada. Isto para os
leigos de uma forma geral. Para os estudiosos no assunto, o Leasing ou Arrendamento Mercantil é
definido doutrinariamente como um contrato de natureza mista que envolve uma locação de um bem que
é caracterizada pela faculdade que possui o locatário, ao término da locação de optar pela compra deste
bem locado. Na realidade este contrato reúne intrinsecamente dois contratos, o da locação e o opcional
de compra e venda. Por ato unilateral, o arrendatário ou locatário do bem, findo o prazo locatício pode
optar pela compra deste bem pagando o chamado valor residual, ou seja, pagando o equivalente ao valor
do bem locado debitado as prestações anteriormente pagas durante a locação a título de aluguel.
5.2. Alienação Fiduciária em Garantia:
É o contrato através do qual uma das partes denominada fiduciante, proprietária do bem, objeto do
contrato, aliena­o em confiança (em fidúcia) para outra parte, denominada fiduciário, que se obriga a
devolver a propriedade deste bem ao fiduciante, de acordo com as condições estabelecidas no contrato.
No caso, o fiduciante é o devedor e mutuário e o fiduciário o mutuante, credor. Em outras palavras,
dando o exemplo da compra e venda de veículos, o proprietário do bem é o fiduciante, que aliena o
veículo à financeira que lhe concedeu o financiamento para o pagamento deste veículo. Sendo quitada a
dívida pelo fiduciante, o fiduciário, credor ou mutuante, que é a financeira, devolve ao fiduciante a
propriedade do bem.
5.3. Contrato de Factoring:
Também chamado de fomento mercantil, o Contrato de Faturização ou Factoring é aquele através do
qual o faturizador (Instituição Financeira) presta ao faturizado (Empresário) o serviço de administração
de crédito, garantindo ao empresário o pagamento das faturas por ele emitidas. Nos dias atuais, em razão
da grande concorrência no comércio, na indústria e na prestação de serviços, se o empresário não
colocar à disposição do consumidor ou de seu cliente a facilitação no pagamento das mercadorias ou
serviços, pode perdê­los para outro empresário concorrente.Permitindo o pagamento com prazos maiores
instrumentados por cheques, promissórias ou duplicatas, realiza a sua atividade empresária a contento e
em contrapartida, utiliza­se do mecanismo da faturização para a antecipação destes créditos.
Estratégias de Aprendizagem
Indicaçãode Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(XIII Exame OAB ­ 2014.1 (FGV – MAR/14) Direito Empresarial Banco Colares S/A, com
fundamento no inadimplemento de contrato de alienação fiduciária em garantia celebrado nos termos do
artigo 66­B, da Lei nº 4.728/65, requereu a busca e apreensão do bem, com pedido de liminar.
Previamente ao pedido, o fiduciário comprovou o não pagamento por Augusto Corrêa, fiduciante, das
quatro últimas parcelas do financiamento. O pedido foi deferido e a liminar executada. O fiduciante não
apresentou resposta no prazo legal, porém, dois dias após executada a liminar, pagou a integralidade da
dívida pendente, em conformidade com os valores apresentados pelo fiduciário na inicial. Diante do
pagamento comprovado nos autos, o Juiz determinou a entrega do bem livre de ônus, mas este já havia
sido alienado pelo fiduciário durante o prazo legal para o pagamento da dívida. O fiduciário justificou
sua conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao pedido de busca e apreensão.
a) Poderá ser aplicada alguma penalidade ao fiduciário pela alienação do bem, ou este agiu em exercício
regular do direito? Justifique
b) Comprovado pelo fiduciante que a alienac¸a~o do bem lhe causou danos emergentes e lucros
cessantes, que medida podera´ propor seu advogado em face do fiducia´rio?
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(MAGISTRATURA/DF – 2011) Espécie de  leasing em que o bem arrendado já pertence à empresa
arrendadora é:
A) leasing financeiro;
B) leasing de retorno;
C) leasing operacional;
D) nenhuma das alternativas anteriores é correta.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 9
Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência
Tema
Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência: Disposições Preliminares.
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 1
Títulos de Crédito
Tema
Títulos de Crédito: Teoria Geral dos títulos de crédito.
Palavras­chave
Títulos de crédito; Introdução;
Objetivos
­ compreender o conceito de Título de Crédito, bem como relacioná­lo com o direito das obrigações;
­ analisar os atributos dos títulos de crédito quais sejam, a negociabilidade e executoriedade;
­ compreender os princípios gerais dos títulos de crédito, para aplicar aos casos concretos;
­ distinguir as modalidades de classificação e aplicá­las à especificidade de cada título de crédito.
Estrutura de Conteúdo
1. Noções introdutórias: conceito de títulos de crédito.
De acordo com Cesare Vivante, Título de Crédito: "É o documento necessário para o exercício do direito
literal e autônomo nele mencionado". De acordo com o artigo 887 do Código Civil, “O título de crédito,
documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei”. A natureza jurídica do título de crédito é a de títulos executivos
extrajudiciais, conforme determina o artigo 784, I do Código de Processo Civil. Historicamente,
nasceram na época do comércio das navegações, e alguns autores discutem se foi a letra de câmbio ou o
cheque, os primeiros títulos que surgiram no mercado como um todo. São Atributos dos títulos de
Crédito: A Negociabilidade e a Executividade ou Executoriedade.
2. Princípios dos Títulos de Crédito:
São Princípios dos Títulos de Crédito:
i. Cartularidade: O Título deve ser representado por uma cártula, um papel, para que seja válido como
título e para que possa ser cobrado. Sem a apresentação do título, não se tem como executar o devedor e
pagando o título, a quitação deverá ser realizada na própria cártula.
ii. Literalidade: Ou seja, "vale o que está escrito". Todas as pessoas que figurarem no título serão
coobrigados, respeitando­se os valores, datas e locais de pagamento do Título de Crédito.
iii. Autonomia: As obrigações que se apresentam no título, são autônomas entre si. Os co obrigados
possuem no caso, autônomas as suas obrigações e mesmo sendo inválida a obrigação de um dos co
obrigados, não vicia o título e nem as demais. Este Princípio se subdivide em dois sub­princípios:
Abstração e Inoponibilidade das exceções aos terceiros de boa fé.
3. Classificação dos Títulos de Crédito:
i. Quanto ao Modelo: Livres ( Letra de Câmbio e Nota Promissória) e Vinculados (Cheque e Duplicata).
ii. Quanto à estrutura: Ordem de Pagamento, temos a Letra de Câmbio a Duplicata e o Cheque como
exemplos. E a Promessa de pagamento, no caso, a Nota Promissória.
iii. Quanto às hipóteses de Emissão: Não Causais, no caso o cheque, a Nota Promissória e a Letra de
Câmbio e Causais, a Duplicata, pois somente nasce de uma Compra e Venda mercantil ou de uma
Prestação de Serviços.
iv. Quanto à forma de circulação: À Ordem, pois circulam através do endosso e Não á Ordem, pois
circulam através da Cessão Civil de Crédito.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Fernando emitiu um título de crédito em favor de Renata, o qual circulou através de diversos endossos
até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o portador decidiu executar um dos endossantes,
tendo em vista que o título não foi pago pelo devedor original. Todavia, ao ser executado, o endossante
alegou em sua defesa que não poderia ser executado, haja vista que recebeu o título de um menor, o qual
não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a cadeia de endossos. Diante dessa situação hipotética,
pergunta­se:
a) Tem fundamento a defesa apresentada pelo endossante?
b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso em tela?
.
QUESTÃO OBJETIVA 1:
São princípios gerais dos títulos de crédito:
a) literalidade, forma e causa.
b) forma, causa e abstração.
c) negociabilidade, anterioridade e literalidade.
d) modelo, cártula e autonomia
e) cartularidade, literalidade e autonomia
QUESTÃO OBJETIVA 2:
Quanto à classificação dos títulos de crédito, é incorreto afirmar:
a) Quanto ao modelo, os títulos podem ser classificados como livres (letra de câmbio e nota promissória)
e vinculados (cheque e duplicata).
b) quanto à estrutura, os títulos se classificam como ordem de pagamento ou promessa de pagamento.
c) como exemplo de ordem de pagamento, temos a letra de câmbio, e como promessa de pagamento a
nota promissória.
d) quanto às hipóteses de emissão, os títulos de créditos podem ser classificados em causais e não
causais.
e) todos os títulos de crédito existentes no Brasil podem ser considerados não causais, visto que não
dependem de causa específica para serem emitidos.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 2
Atos cambiais
Tema
Atos cambiais: Saque e emissão; Apresentação, aceite, endosso e aval; Vencimento e pagamento.
Palavras­chave
Cambiais; Saque; Emissão; Aceite; Endosso; Aval; Vencimento; Pagamento;
Objetivos
­ compreender a dinâmica da transferência do título de crédito e os efeitos jurídicos decorrentes;
­ entender a função do aceite e seus reflexos jurídicos, e fazer uma correlação aos demais títulos de
crédito;
­ compreender as características de cada uma das modalidades de vencimento;
­ analisar e entender a função do instituto do aval e seus reflexos jurídicos.
Estrutura de Conteúdo
1. Instituto do endosso
Para que um título de crédito possa facilmente ser transferido e se opere a circulação dos direitos de
crédito nele incorporados, emprega­se um meio próprio dos títulos de crédito chamado de endosso, que
consiste na simples assinatura do proprietário no verso do título, antecedida ou não de uma declaração
indicando a pessoa a quem a soma deve ser paga ­ com essa assinatura a pessoa que endossa o título,
chamada endossante, transfere a outrem chamado endossatário, a propriedade da letra (L.U., art. 14) ­
nessa condição, o endossatário ao receber a letra torna­se o titular dos direitos emergentes nela contidos,
podendo, assim, praticar todos os atos que se fizerem necessários para resguardar a sua propriedade. O
endosso é ato cambiário que opera a transferênciado crédito, representado por título “à ordem”. A
alienação do crédito fica condicionada, também, à tradição do título, levando­se em conta o Princípio da
Cartularidade. Já que se está transferindo um direito, quem pode faze­lo é opossuidor do título.
2. Instituto do aceite:
É o ato cambial pelo qual o sacado concorda em acolher a ordem incorporada pela letra de câmbio. É de
livre iniciativa do sacado aceitar ou não a ordem recebida. O aceite é ato exclusivo de sua vontade.
Resulta da simples assinatura do sacado no anverso do título; no verso, a assinatura vem seguida da
palavra “aceito” ou qualquer outra equivalente. O aceitante é o devedor principal da letra de câmbio.
3. Instituto do aval:
Entende­se por aval a obrigação cambiária assumida por alguém no intuito de garantir o pagamento da
letra de câmbio nas mesmas condições de um outro obrigado. É uma garantia especial, que reforça o
pagamento da letra, podendo ser prestada por um estranho ou mesmo por quem já se haja anteriormente
obrigado no título. A pessoa que dá tal garantia tem o nome de avalista e aquela a quem ele se equipara,
e por intermédio da qual é assumida a obrigação de pagar o título, denomina­se avalizado. Para assumir
tal obrigação o avalista necessita ser capaz, como, aliás, deve acontecer com todos quantos se obrigam
cambialmente.
4. Vencimento e pagamento
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em
branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto
para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para
Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso
em preto. Diante disso:
a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título.
b) Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor.
.
QUESTÃO OBJETIVA 1:
No que se refere ao instituto do aval, assinale a alternativa correta:
a) o aval tem exatamente os mesmos efeitos do endosso.
b) em qualquer título de crédito, é vedado o aval parcial, conforme determina o artigo 897, parágrafo
único do Código Civil.
c) no caso das letras de câmbio, é permitido o aval parcial, por força de previsão em legislação especial.
d) o aval corresponde a um tipo de fiança, tendo em vista que possui as mesmas características.
e) assim como a fiança, o aval admite benefício de ordem, ou seja, primeiramente a cobrança deve recair
sobre o avalizado, e depois sobre o avalista.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 3
Atos Cambiais (Cont)
Tema
Protesto e Ações Cambiais
Palavras­chave
Protesto; Ações cambiais;
Objetivos
­ identificar e entender o conceito e os tipos de protesto previstos na legislação;
­ compreender os procedimentos necessários para a execução de título de crédito em virtude da
inadimplência do devedor ou da recusa de aceite;
­ analisar os tipos de ações cambiais previstas no ordenamento jurídico para a cobrança de um título de
crédito em Juízo;
­ analisar os prazos de prescrição das ações tendentes à cobrança judicial do título de crédito.
Estrutura de Conteúdo
1. Protesto: conceito, objetivo, tipos e prazo.
O protesto está regulamentado na Lei n° 9.492/97 Um título não aceito ou não pago no vencimento
incidirá em uma ação de execução que será fundamentada pelo protesto cambial, ato notarial
extrajudicial de responsabilidade do portador do título. Entende­se por protesto o ato solene destinado
principalmente a comprovar a falta ou recusa do aceite ou do pagamento do título de crédito. Vale
ressaltar, que o protesto apenas atesta esses fatos, não criando direitos e consiste num simples meio de
prova para o exercício do Direito Cambiário. Dessa forma, com o protesto, o juiz tem o convencimento
de que o credor esgotou todas as tentativas para a cobrança do título. Se não forem observados os prazos
fixados na lei para a extração do protesto, o portador do título perderá o direito de regresso contra os
coobrigados da letra, permanecendo o direito contra o devedor principal ­ diante dessas consequências
previstas em lei, a doutrina costuma classificar o protesto em necessário (contra os coobrigados) ou
facultativo (contra o devedor principal e seu avalista). Tais consequências não se aplicam no caso da
letra de câmbio contemplar a cláusula “sem despesa”, “sem protesto” ou outra equivalente (L.U.,art.
46), que dispensa o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou de pagamento, para poder
exercer os seus direitos de ação. Compelido a comparecer em cartório para datar o título, se não o fizer,
a data do aceite pode ser pautada a partir da data do protesto ou considerar o aceite praticado no último
dia do prazo para a apresentação da letra (ou seja, um ano da data do saque).
2. Ações Cambiais.
Se o título de crédito não for pago no vencimento, o credor poderá promover a execução judicial contra
qualquer devedor cambial, observadas as condições de exigibilidade do crédito e a cadeia de
anterioridade e posterioridade, já examinada. Vale ressaltar que os títulos de crédito têm natureza jurídica
de título executivo extrajudicial, nos temos do que dispõe o art. 784, I do CPC, razão pela qual cabe a
execução do crédito correspondente.
3. Prescrição.
Para o exercício do direito de cobrança por via de execução a lei determina prazos prescricionais,
ressaltando que a depender do título o prazo pode variar, conforme determina a legislação especial
aplicável ao referido título de crédito, como, por exemplo, a Letra de Câmbio que tem os prazos de
prescrição previstos no artigo 70 da Lei Uniforme, que são: 3 anos, contra o sacado aceitante, o avalista
do aceitante e sacador; 1 ano, contra os endossantes e avalistas dos demais coobrigados; 6 meses, dos
coobrigados contra os demais coobrigados.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático­Profissional – 2012) Pedro emite nota
promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a
respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse
não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da
nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações:
A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido?
B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória?
Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos
legais pertinentes.
.
QUESTÃO OBJETIVA :
(MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após
quitação do débito:
a) é ônus do credor
b) é ônus do devedor
c) é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício.
d) dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme
seja jurisdição voluntária ou contenciosa
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 4
Títulos de crédito em espécie
Tema
Letra de Câmbio e Nota Promissória
Palavras­chave
Letra de câmbio; Promissória;
Objetivos
­ analisar a letra de câmbio como título de crédito, suas características, principais aspectos e importância
no contexto das relações cambiais;
­ reconhecer uma nota promissória e diferenciá­la de uma letra de câmbio, pela aplicação dos institutos
cambiais e classificações aplicáveis.
­ analisar a aplicação de todos os institutos anteriormente estudados nos referidos títulos de crédito.
Estrutura de Conteúdo
1. Letra de Câmbio:
A Letra de Câmbio consiste numa ordem dada, por escrito, a uma pessoa, para que pague a um
beneficiário indicado,ou à ordem deste, uma determinada importância em dinheiro. A letra de câmbio é
um título de crédito dotado de literalidade e de autonomia das obrigações. Desempenha importantíssima
função econômica pela ampla utilização do crédito que proporciona. Portanto, é uma ordem de
pagamento à vista ou a prazo. Tem como figuras intervenientes: i)  sacador, subscritor ou emitente  ­
aquele que dá a ordem de pagamento, ou seja, que cria e emite a letra; ii) sacado ou devedor ­ aquele a
quem a ordem é dada, contra quem a ordem é dirigida. Em princípio o sacado não tem obrigação
nenhuma com o título, nem de aceitá­lo e nem de pagá­lo. Somente se torna obrigado principal, com o
seu aceite, em razão do Princípio da Literalidade; iii)  tomador ou beneficiário ­ é aquele a favor de
quem é emitida a ordem ­ é aquele que porta o título e que fica no lugar do credor.
2. Nota Promissória.
Consiste numa promessa de pagamento à vista ou a prazo, que uma pessoa faz em favor de outra. Tem
como figuras intervenientes: i) sacador, emitente, subscritor ou devedor – emite a Nota Promissória.
Nesta espécie de título, o sacador também é o devedor principal da obrigação; e ii)  tomador,
beneficiário ou credor ­ em favor de quem o sacador fez a promessa. A Nota Promissória está sujeita às
mesmas normas aplicadas com relação à Letra de Câmbio, com as exceções estabelecidas pela Lei
Uniforme (arts. 77 e 78). O subscritor da nota promissória é o seu devedor principal. A lei prevê a mesma
responsabilidade para o aceitante da letra e o subscritor da promissória. O exercício do direito de crédito
contra o emitente prescreve em 3 anos contados a partir da data do vencimento. Também encontramos a
previsão da Ação Cambial ou de Locupletamento quando a nota promissória encontra­se ligada a um
contrato individual e onde for observado o enriquecimento ilícito por parte do credor. Todas as normas
relativas à Letra de Câmbio serão aplicadas à Nota Promissória naquilo que não desnaturar a essência do
Título (L.U.G, art. 77).
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(OAB – XIV Exme – Prático­Profissional – 2ª Fase – 2014) Uma letra de câmbio foi sacada por Celso
Ramos com cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto,
transferiu a cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 03.09.2013. O título recebeu três avais, todos
antes do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, e um aval em preto em favor de Antônio
Olinto. A letra de câmbio foi aceita e o endossatário apresentou o título para pagamento ao aceitante no
dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta de
pagamento, que foi lavrado no dia 18.09.2013.
Com base nas informações contidas no texto e na legislação cambial, responda aos seguintes itens.
A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio? São avais simultâneos ou
sucessivos? Justifique.
B) Nas condições descritas no enunciado, indique e justifique quem poderá ser demandado em eventual
ação cambial proposta pelo endossatário?
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(TJMG – Juiz – 2014) Com relação à nota promissória, analise as afirmativas, assinalando com V  as
verdadeiras e com F as falsas.
( ) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
( ) A ação cambial contra o endossador e o avalista da nota promissória prescreve em trinta e seis meses
contados do dia em que ação pode ser proposta.
(  ) O devedor somente poderá opor ao portador da nota promissória exceção fundada em direito pessoal,
na nulidade de sua obrigação e na falta de requisito necessário ao exercício da ação cambial.
( ) Sendo a nota promissória rural, emitida por uma cooperativa em favor de seus cooperados, um título
de crédito de natureza causal, a respectiva execução se encontra vinculada à eficácia do negócio jurídico
subjacente.
Assinale a alternativa que apresenta sequência CORRETA.
a) FVVF
b) VFVV
c) VVFF
d) FFFV
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 5
Títulos de crédito em espécie (Cont)
Tema
Cheque
Palavras­chave
Cheque;
Objetivos
­ compreender a classificação do cheque como ordem de pagamento à vista, e suas decorrências
jurídicas;
­ identificar e analisar os tipos de cheque usualmente emitidos, bem como suas implicações jurídicas;
Estrutura de Conteúdo
1. Cheque: Noções gerais, natureza jurídica e requisitos essenciais.
É uma ordem de pagamento, sempre à vista, sacada (emitida) contra um banco ou instituição financeira
que seja reputada como tal, com suficiente provisão de fundos. O cheque está disciplinado pela Lei
7.357/85 e subsidiariamente pela Lei Uniforme do Cheque promulgada pelo Decreto 57.595/66, naquilo
que não foi derrogada. Devemos observar, além dessas, todas as outras normas que regulam o cheque:
tributárias, CDC, normas do Banco Central, etc. São figuras intervenientes: i) emitente: é a pessoa
autorizada a emitir cheques sobre os fundos disponíveis, em virtude de um contrato (de abertura de
conta corrente, depósito ou abertura de crédito). É quem dá a ordem de pagamento para o sacado
(banco) efetuar o pagamento. É o sacador da ordem. ii) sacado: é o banco ou instituição financeira a ele
equiparado, que detém os fundos à disposição do sacador; iii) beneficiário: é a pessoa a quem o sacado
deve pagar a ordem emitida pelo sacador.
2. Prescrição e ação por falta de pagamento.
O rito da ação do cheque é executivo e está regulado nos termos do art. 784, I, CPC e o valor a receber é
o da importância do cheque não pago, acrescida de juros moratórios, taxa legal e das despesas que
houver feito com o protesto. A proibição da lei na cobrança de juros é com relação aos compensatórios
(art. 10) e a permissão contida em seus arts. 52 e 53 se referem a juros moratórios, isto é, devidos pela
falta de pagamento. Ação de Enriquecimento Indevido: O portador que não exerceu a competente ação
executiva (6 meses a partir da expiração do prazo de apresentação) no prazo legal, contra o sacador ou
endossantes, tem o direito de agir, já não mais cambiariamente, mas em ação comum, contra o sacador
ou endossantes que hajam feito lucros ilegítimos às suas custas. Nesse tipo de ação, não poderá agir
contra os avalistas, pois estes são sempre obrigados cambiários e, prescrito o cheque, o documento perde
a sua natureza cambiaria. A ação de execução prescreve em 6 meses a contar da data em que expirou o
prazo para a apresentação ou da data do protesto. Não interposta a ação nos prazos acima mencionados,
prescreveu os direitos do portador à dita ação, perdendo o cheque a sua natureza cambiária. Poderá o
portador, alegando enriquecimento de outrem à sua custa (rito ordinário), entrar com uma ação ordinária
de locupletamento, que prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição da
ação de execução.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Maria e Bernardo são casados e possuem conta corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o
pagamento de um tratamento dentário da esposa, Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo assim, o dentista depositou o cheque e foi
surpreendido pela devolução do cheque por falta de fundos. Tendo em vista que não conseguiu o
pagamento do cheque, Alberto promoveu execução em face de Maria, tendo em vista que foi a usuária
do tratamento dentário. Analisando caso concreto, responda as seguintes questões:
a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, será procedente a execução em face de Maria?
b) Quais os requisitos legais que devem conter num cheque?
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(TJCE – Juiz – 2014) Antônio emitiu um cheque nominativo a José contra o Banco Brasileiro S.A. No
mesmo dia, José endossou o cheque a Ricardo, fazendoconstar do título que não garantiria o seu
pagamento e que a eficácia do endosso estava subordinada à condição de que Maria, irmã de Ricardo,
lhe pagasse uma dívida que venceria dali a dez (10) dias. Vinte (20) dias depois da emissão do título e
sem que Maria tivesse honrado a dívida para com José, Ricardo apresentou o cheque para pagamento,
mas o título lhe foi devolvido porque João não mantinha fundos disponíveis em poder do sacado. Nesse
caso,
a) Ricardo não poderá endossar o cheque a terceiro, pois o cheque só admite um único endosso.
b) o endosso em preto de cheque nominativo exonera o emitente do título de responsabilidade pelo seu
pagamento.
c) por força de lei, o emitente do cheque deve ter fundos disponíveis em poder do sacado, e a infração
desse preceito prejudica a validade do título como cheque.
d) José responderá perante Ricardo pelo pagamento do cheque, porque se reputa não escrita cláusula
que isente o endossante de responsabilidade pelo pagamento do título.
e) a despeito do inadimplemento de Maria, Ricardo ostenta legitimidade para cobrar o pagamento do
título porque se reputa não escrita qualquer condição a que o endosso seja subordinado.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 6
Títulos de crédito em espécie (Cont)
Tema
Duplicata
Palavras­chave
Duplicata;
Objetivos
­ compreender a dinâmica da duplicata, sua emissão, remessa, aceite e devolução.
­ Identificar os aspectos legais de sua causalidade.
­ compreender a aplicação dos institutos cambiais, suas diferenças e especificidades em relação aos
demais títulos.
Estrutura de Conteúdo
1. Duplicata: Noções gerais e requisitos
A Duplicata pode ser entendida como um título de crédito formal, caracterizado por um saque fundado
em crédito concedido pelo vendedor ao comprador, baseado em contrato de compra e venda mercantil
ou de prestação de serviços celebrado entre ambos, cuja circulação é possível mediante endosso. Dessa
forma, é uma ordem de pagamento do preço estipulado numa compra e venda mercantil ou na prestação
de serviços. É um título de natureza vinculada, ou seja, apesar de serem autônomas as relações, o
princípio da autonomia não se perfaz totalmente por estar, a duplicata, vinculada a um contrato de
compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. Os Requisitos da Duplicata estão previstos no
artigo 2º da Lei nº 5.474/68.
2. Fatura
É o documento representativo do contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços,
emitido pelo comerciante ou prestador de serviços, por ocasião da venda de produto ou de serviço,
descrevendo o objeto do fornecimento, quantidade, qualidade e preço além de outras circunstâncias de
acordo com os usos da praça. Por Nota Fiscal/Fatura entende­se o documento que resultou do convênio
firmado, em 1970, entre o Ministério da Fazenda e as Secretarias de Fazenda dos Estados e do Distrito
Federal, pelo qual a nota fiscal passa a funcionar, também, como fatura comercial contendo as
informações necessárias às finalidades tributárias.
3. Ações fundadas na duplicada e triplicata
A duplicata poderá ser protestada por falta de aceite, por falta de devolução ou por falta de pagamento.
O prazo para protesto é de 30 dias a contar da data do vencimento. O protesto pode ocorrer mediante a
prova de remessa ou entrega de mercadoria. Essa forma de protesto supre a falta de aceite, podendo
servir de subsídio para fundamentar a ação de cobrança, pois é sabido que, de acordo com a Lei
5.474/68, a duplicata é Título Executivo Extrajudicial. A ação fundada na duplicata é a Ação de
Execução, conforme o disposto no art. 784, I, CPC. O prazo de prescrição da ação de cobrança da
duplicata é de 3 anos, contra o sacado e respectivos avalistas, contados da data do vencimento do título;
de 1 ano, contra endossante e seus avalistas, contado da data do protesto; e de 1 ano, de qualquer dos
coobrigados, contra os demais exercendo o direito de regresso, contado da data em que haja sido
efetuado o pagamento do título. A Triplicata é a reprodução da duplicata mercantil ou da prestação de
serviços em caso de perda ou extravio (Lei 5.474/68, art. 23).
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou
"duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que
tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474168
que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida.
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(Magistratura PE – FCC/2011) No que tange à duplicata:
a) o comprador poderá deixar de aceitá­la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na
quantidade das mercadorias, exclusivamente.
b) é lícito ao comprador resgatá­la antes do aceite, mas não antes do vencimento.
c) trata­se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento.
d) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado
mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por simples indicações do portador, na falta
de devolução do título.
e) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo
comunicar eventuais divergências à apresentante com a devolução do título.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 7
Contratos Empresariais
Tema
Contratos Empresariais: características, princípios gerais e espécies.
Palavras­chave
Contrato empresarial; Introdução;
Objetivos
­ analisar as principais características desses tipos de contrato, bem como seus requisitos de validade.
­ compreender os princípios aplicáveis a esses tipos de contratos.
­ conhecer os contratos empresariais e identificar suas espécies e aplicabilidade.
Estrutura de Conteúdo
1. Contratos Empresariais: características e princípios gerais.
Basicamente, contratos empresariais são aqueles celebrados entre empresários, ressaltando que o regime
jurídico que será aplicado aos contratos realizados entre empresários varia de acordo com o tipo e a
natureza do negócio jurídico realizado, tendo em vista que se a relação jurídica for caracterizada como
uma relação de consumo, serão aplicadas as regras do direito consumerista. Nesse aspecto, os contratos
empresariais estudados na presente aula, serão analisadas sob o prisma da legislação aplicável aos
contratos realizados entre empresários no exercício da atividade empresarial. Vários princípios podem
ser aplicados a esses tipos de contrato, como os princípios da autonomia da vontade; princípio do
consensualismo; princípio da relatividade; princípio da boa­fé, dentre outros.
2. Espécies de contratos
2,1, A Compra e Venda Mercantil:
Na Compra e Venda Mercantil, comprador e vendedor devem ser empresários e o objeto da compra é
comprar para revender. A partir de 2002, o regime jurídico da Compra e Venda Mercantil passou a ser
basicamente o mesmo de qualquer outro contrato de Compra e Venda Civil. Os conceitos e
especificidades de cada contrato foram mantidos, mesmo com a uniformização legislativa do direito
privado. A única distinção repousa na delimitação dos direitos e obrigações dos contratantes, no que diz
respeito às conseqüências nos casos de insolvência ou falência. Na Compra e Venda Mercantil, em casos
de falência, procede­se a execução concursal do devedor. A obrigação principal do comprador é pagar o
preço no prazo e no local avençados, como também receber a coisa no prazo, modo e localcontratado.
Quanto ao devedor, são três suas obrigações: a) Proceder a entrega da coisa no prazo estipulado; b)
responder pelos vícios da coisa; c) responder pela evicção.
2.2. Representação Comercial ou Agência ou Distribuição:
Este contrato encontra­se definido no artigo 710 do Código Civil, como aquele em que uma das partes, o
representantecomercial, se obriga, mediante uma remuneração, a angariar negócios mercantis, como a
compra e venda, dos produtos fabricados ou comercializados pelo representado. Pelo novo Código Civil,
o Contrato de Representação Comercial, adotou a denominação de Contrato de Agência. Não se
confunde este contrato com o Contrato de Mandato Mercantil, pois o representante não age em nome do
representado (fabricante), quem conclui a compra e venda é sempre o representado.
2.3.Comissão Mercantil:
O artigo 693 do Código Civil define o Contrato de Comissão, como aquele que ”tem por objeto a
aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.” Tem­se de
um lado o comissário, empresário que angaria negócios em seu próprio nome, mas por conta e risco do
empresário comitente, empresário, fabricante ou fornecedor. Este contrato se diferencia do mandato na
medida em que o comissário atua em nome próprio, assumindo a responsabilidade pessoal perante
terceiros por seus atos praticados e no mandato o mandatário atua em nome do mandante.
2.4.Concessão Mercantil:
Este contrato se define como aquele em que um empresário, denominado concessionário, se obriga a
comercializar os produtos fabricados por outro empresário, denominado concedente. Este contrato pode
ter ou não cláusula de exclusividade ou territorialidade. Por exclusividade, entende­se que o
concessionário se obriga a não comercializar com produtos diversos dos fabricados pelo concedente e
por territorialidade, e a proibição do concedente em comercializar na área de atuação do concessionário,
em razão da Concorrência Desleal, pois o fabricante, óbvio, venderia o produto a preço de fábrica.
2.5. Franquia:
É o contrato através do qual um empresário (franqueador), concede a outro empresário (franqueado), o
uso de sua marca, prestando­lhe serviços de organização empresarial, para comercializar produtos ou as
marcas de sua propriedade, mediante uma remuneração, sem que os mesmos estejam ligados por
qualquer vínculo de subordinação.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
(TJRJ – XLIV Concurso – Magistratura – 2ª fase – adaptada) A Representações de Papéis Ltda, com
sede nesta cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta da extinção do contrato firmado entre
as partes, em maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado. Na oportunidade, foi esclarecido que
a partir do recebimento da referida notificação, novos negócios em nome da notificante, não poderiam
ser realizados, pois esta passaria a operar diretamente com os clientes os respectivos pedidos.
Inconformada, A propõe ação em face de B, onde sustenta que fez grandes investimentos no interesse
desta última, não deu causa à extinção do contrato, cujos negócios dele oriundos representavam 80% do
seu faturamento, não tendo sido observado o prazo legal para que a notificação pudesse surtir o efeito
pretendido. Além disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida acarretara danos materiais e
morais que pretendia ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal a ser adotada, bem como explique
as peculiaridades do contrato e o alegado direito à indenização.
.
QUESTÃO OBJETIVA:
(ADVOGADO PETROBRÁS – CESGRANRIO/2011) Quando um empresário licencia o uso de sua
marca a outro, prestando­lhe serviços de organização empresarial, com ou sem venda de produtos,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado vínculo empregatício, tem­se um
contrato de:
a) compra e venda mercantil.
b) comodato.
c) franquia.
d) corretagem.
e) comissão mercantil.
Considerações Adicionais
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ­ CCJ0134
Semana Aula: 8
Contratos Empresariais (Cont)
Tema
Espécies de Contratos Empresariais: Contratos Bancários.
Palavras­chave
Espécies; Contrato bancário;
Objetivos
­ analisar os tipos de contratos bancários próprios e impróprios.
­ identificar a prática usual dos contratos bancários, e a aplicabilidade do CDC..
­ analisar os contratos de financiamento usuais do mercado.
Estrutura de Conteúdo
1. Contrato de Depósito Bancário:
Quando a Instituição Financeira assume na relação negocial o polo passivo, ela se encontra na posição
de devedora, pois tais contratos têm a função econômica de captação de recursos dos quais o banco
necessita para poder desenvolver a sua atividade bancária. Neste tipo de atividade podemos citar
principalmente os Contratos de Depósito e Conta Corrente. No caso, o Contrato de Depósito é aquele
através do qual uma pessoa, física ou jurídica, depositante, entrega valores monetários a um banco,
depositário, que se obriga a restituí­los quando solicitado pelo depositante. Este é um dos contratos mais
comuns, realizados pelos chamados bancos comerciais, sendo o cartão de débito e o cheque um dos
instrumentos de restituição dos valores depositados.
2. Contrato de Mútuo Bancário:
Este tipo de contrato possui peculiaridades próprias, pois o mútuo bancário é o contrato através do qual
o banco, mutuante, empresta a seu cliente uma determinada quantia em dinheiro, cobrando juros e
encargos devidos pelo mutuário em razão da utilização do dinheiro, objeto do contrato. O Contrato de
Mútuo Bancário se classifica como um contrato, unilateral e real, pois o banco não assume obrigação
alguma perante o cliente após a entrega da quantia contratada e somente se concretiza com a efetiva
entrega do dinheiro ao cliente mutuário. As obrigações do mutuário, portanto são duas a partir da efetiva
entrega do dinheiro: 1) Devolver o valor emprestado no prazo avençado, pagando juros, correção, taxas
e encargos, se for o caso; 2) Amortizar a quantia emprestada dentro dos prazos estabelecidos no
contrato.
3. Contrato de Desconto Bancário:
No desconto propriamente dito o banco antecipa ao cliente o valor do crédito deste contra terceiros.
Note­se bem, o instrumento deste contrato tem como base os Títulos de Crédito, como Letras de
Câmbio, Notas Promissórias, Duplicatas e Cheques e os demais equiparados por legislação específica do
Direito Cambiário. Este tipo de contrato encontra­se regulamentado e tutelado pela doutrina e pelas Leis
Cambiarias, ou seja, pelos princípios básicos do direito cambiário. Acentue­se que o instituto do endosso
é ato indispensável à concretização do Desconto. No caso, se o título não for pago na data aprazada pelo
devedor principal ou por seus coobrigados, o banco tem o direito de cobrar do cliente o crédito
consignado no título que não foi realizado pelo terceiro devedor, protegido por toda a legislação
cambiaria e processual.
4. Contrato de Abertura de Crédito:
Popularmente conhecido como “Cheque Especial”, representa o contratos pelo qual o banco coloca à
disposição do seu cliente, determinada quantia a seu favor, que poderá ou não ser utilizada por este. Se o
cliente utilizar este limite, será obrigado a pagar os encargos e juros provenientes da apropriação deste
crédito. Tal contrato encontra­se intimamente vinculado aos Contratos de Conta Corrente e Depósito. O
Contrato de Abertura de Crédito classifica­se como consensual e bilateral, podendo o Banco, terminado
o prazo contratual ou por questões de conveniência quando não for mais do seu interesse disponibilizar o
crédito ao seu cliente, extingui­lo, ou seja, cortar o crédito.
5. Contratos bancários Impróprios.
5.1 Contrato de Arrendamento Mercantil (Leasing):
Quando mencionamos a expressão Leasing, nos vem à ideia de uma compra financiada. Isto para os
leigos de uma forma geral. Para os estudiosos no assunto, o Leasing ou Arrendamento Mercantil é
definido doutrinariamente como um contrato de natureza mista que envolve uma locação de um bem que
é caracterizada pela faculdade que possui o locatário, ao término da locação de optar pela compra deste
bem locado. Na realidade este contrato reúne intrinsecamente dois contratos, o da locação e o opcional
de compra e venda. Por ato unilateral, o arrendatário ou locatário do bem, findo o prazo locatício pode
optar pela compra deste bem

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