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APOSTILA CORTE E COSTURA

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1 
 
SUMARIO 
A MODA E SUAS INFLUÊNCIAS 2 
A MODA NO BRASIL E NO MUNDO 20 
A INDÚSTRIA TÊXTIL NO BRASIL 32 
MODELAGEM 40 
CONSTRUÇÃO DO MOLDE DA BLUSA E DIAGRAMAÇÃO 58 
TECIDOS 66 
A MATEMÁTICA NA COSTURA 82 
ETIQUETA NO VESTIR 104 
MÁQUINAS DE COSTURA, OVERLOCK E GALONEIRA 105 
PREPARAÇÃO PARA O CORTE 115 
COMO EXECUTAR UMA COSTURA 119 
ACABAMENTOS FINOS MANUAIS 142 
LINHAS 144 
AGULHAS DE MÃO E SUA UTILIZAÇÃO 146 
ATIVIDADE DE PRODUÇÃO 162 
AVIAMENTOS 164 
NR APLICADA A ATIVIDADE DESEMPENHADA 181 
REFERENCIA 183 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
A MODA E SUAS INFLUÊNCIAS 
Para aprofundarmos a compreensão do que é moda, é possível afirmar que ela é: 
• Um sistema composto por várias partes: desenho, modelagem, costura, bordado etc. 
Embora cada uma das partes seja independente, umas dependem das outras para que o 
sistema funcione completamente. Por exemplo: não existe a possibilidade de costurar uma 
roupa sem que ela esteja cortada; 
Ou pode ser apenas: 
• O modelo da roupa que você escolhe de manhã para vestir. 
Podemos também dizer que a moda acompanha pensamentos, sentimentos, desejos e 
expectativas de determinada época, de certo lugar e de um grupo da sociedade. Isso quer dizer, 
como você já viu, que a moda se transforma de tempos em tempos em relação ao lugar e às 
pessoas. 
Gabrielle Bonheur Chanel (1883-1971), conhecida como Coco Chanel, grande criadora de moda 
do século XX (20), definia moda como algo que está presente não apenas nas vestimentas, mas 
em todas as situações que vivemos e estreitamente ligada aos costumes e aos fatos. Atribui-se à 
estilista a frase: “A moda muda, o estilo permanece”. 
Mas o que é estilo? (Exercício) 
1. Em sua opinião, o que é estilo? Escreva o que lhe vem à mente quando ouve a palavra estilo. 
2. Troque o que escreveu com um colega. O que há de semelhante e de diferente entre sua 
resposta e a dele? Anote o que encontrou em comum entre elas. 
3. Forme uma dupla e escrevam um parágrafo a partir da frase: 
Estilo é... 
ESTILO 
O conjunto de transformações ocorridas em grupos sociais, em diversos lugares e épocas, é 
revelado pela moda e acaba definindo um estilo. 
Vamos recorrer ao dicionário para auxiliar na compreensão da palavra estilo: 
Estilo 
1. Modo de se expressar de uma pessoa, falando ou escrevendo (estilo simples, estilo elegante). 
2. Modo elegante e correto de escrever: O autor dessa crônica tem estilo. 
3. Elegância, requinte, charme: Essa roupa tem muito estilo. 
4. Conjunto de tendências, formas de comportamento, preferências etc. próprios de um indivíduo 
ou grupo: Essa festa não é do nosso estilo. 
5. Maneira pessoal de dançarino, cantor, jornalista, esportista etc. destacado apresentar o seu 
trabalho: o estilo de Tom Jobim. 
3 
 
6. Art. pl. Arq. Mús. Liter. Conjunto de características que identificam e diferenciam uma obra, um 
artista ou determinada época ou movimento (estilo barroco, estilo machadiano). 
7. Conjunto de características que marcam determinada manifestação cultural (estilo funk). 
Mas, afinal, o que é estilo? Podemos dizer que estilo é o conjunto de características de uma pessoa, 
um objeto, uma época, uma música, um lugar, um ritmo etc. 
Pode haver um estilo único ou vários estilos em uma roupa, por exemplo. 
A moda está repleta de exemplos de estilo. Vamos observar agora os estilos de moda ao longo da 
história do século XX (20). 
INÍCIO DO SÉCULO XX (20) 
As características mais marcantes das roupas das primeiras décadas do século XX (20) sofriam 
muita influência da Belle Époque (ou Estilo Eduardiano): saias e vestidos longos, tecidos leves, 
babados, bordados, motivos florais, de preferência em tons pastel, e a ênfase pelos modelos que 
privilegiassem a “silhueta S”. 
Nessa época, há uma popularização do uso de peles de animais, que passam a fazer parte de golas, 
punhos e forros de mantôs e de casacos. Casacos de peles, por exemplo, foram moda e objeto de 
desejo de muitas pessoas até os anos 1970, altamente criticados na atualidade em razão dos 
movimentos de proteção aos animais. 
O movimento sufragista 
No final do século XIX (19), mulheres de alguns países, como Nova Zelândia e Inglaterra, 
começaram a reivindicar o direito ao voto e, com isso, procuraram garantir maior participação 
política. Era um passo para a luta pela igualdade. Algumas, em busca de emancipação e direitos 
políticos, saíram às ruas para exigir esse direito. A toda essa ação deu-se o nome de movimento 
sufragista. 
A moda sempre acompanha os acontecimentos da sociedade. Portanto, as sufragistas, nome dado 
às participantes do movimento, foram pioneiras também na moda do período: substituíram 
vestidos delicadíssimos pelo tailleur (conjunto de saia e casaquinho, tipo paletó) e por roupas mais 
práticas. 
No Brasil, o primeiro município a conceder um título de eleitor a uma mulher foi Mossoró, no 
Estado do Rio Grande do Norte, em 1927. 
 
Manifestação de sufragistas em Londres, Inglaterra. Ilustração publicada em Le Petit Journal, Paris, 1908. 
4 
 
Frederick Taylor (1856-1915), engenheiro mecânico, 
nasceu nos Estados Unidos da América. Seu 
pensamento sobre a organização do trabalho 
influenciou a sociedade de maneira geral. 
Essa organização do trabalho, criada por ele, buscava 
o melhor modo de se produzir em menos tempo. 
Cada etapa da produção era dividida em pequenas 
tarefas, todas elas cronometradas. 
Também na área da indústria e seguindo os passos de 
Taylor, Henry Ford (1863-1947) criou a esteira 
mecânica e reduziu ainda mais o tempo de produção. 
Ford constatou, no entanto, que não adiantaria 
produzir mais sem aumentar o consumo, por isso 
planejou o primeiro carro popular da história: o Ford 
T. Ainda pensando na sociedade de consumo, 
aprimorou sua estratégia ao criar o que seria uma das 
maiores transformações no mundo: a ideia do 
american way of life (estilo de vida americano). 
Em resumo: a felicidade era baseada no consumo. 
Anos 1920 
A década de 1920 foi repleta de acontecimentos importantes, muitos deles contraditórios. De um 
lado, a Europa procurava se recuperar da devastação da 1a Guerra Mundial, sofrendo com crises 
de abastecimento de alimentos, inflação e dificuldade de recuperação econômica. De outro, a 
disseminação do uso da energia elétrica em larga escala por indústrias e residências possibilitou 
uma série de inovações tecnológicas e a modernização da produção nas fábricas. 
Nos Estados Unidos da América, a produção na indústria foi profundamente modificada com as 
novas formas de organização do trabalho, conhecidas como taylorismo. 
A prosperidade dos anos 1920 criou um clima de confiança na economia tanto nos Estados Unidos 
da América como na Europa – nesta, a partir de cerca de 1925, já que nos primeiros anos da 
década, no pós-guerra, como você viu, os países ainda buscavam recuperar sua economia. 
Denominam-se Guerras Mundiais os grandes conflitos armados que aconteceram em 
dois momentos: A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) contou com a união de países e 
impérios, como a França e os impérios russo e britânico. 
Os Estados Unidos da América alimentavam a guerra com armamentos e outros 
suprimentos, mas participaram efetivamente do conflito apenas em 1917, ao 
perceberem que seus investimentos estavam em risco. 
A 2ª Guerra Mundial (1939-1945) envolveu Europa, Ásia e África. As ideias de racismo 
e superioridade marcavam o nazismo, tendo como representante Adolph Hitler 
(Alemanha), e o fascismo, com Benito Mussolini (Itália) e o general Francisco Franco 
(Espanha). O saldo da guerra foram milhões de mortos e cidades em ruínas. 
5 
 
Nos Estados Unidos da América, porém, altos investimentos em ações na bolsa de valores e lucros 
exorbitantes com a compra e a venda de papéis – ou seja, sem produzir bens ou serviços –, embora 
aparentando um momento de grande progresso, levariam a consequências desastrosas. 
No início de 1929, a economia estadunidense começou a dar sinaisde crise, com a redução na 
produção de aço, na indústria da construção civil e na venda de automóveis. Iniciou-se uma ampla 
venda de ações, movimento que culminaria na chamada Quinta-Feira Negra. Em 24 de outubro, 
milhões de ações foram postas à venda, mas, como não havia compradores, elas perderam valor, 
quebrando a bolsa de valores de Nova Iorque. 
Tal crise se alastrou dos bancos à produção agrícola e industrial. Muitas empresas foram à falência 
e milhares de trabalhadores, despedidos. A miséria atingiu as cidades e os campos, lançando 
desespero a vastas camadas da sociedade estadunidense. 
Embora tenha tido início nos Estados Unidos da América, a crise se estendeu para vários outros 
países, atingindo quase toda a Europa entre 1929 e 1933. Esse período ficou conhecido como a 
Grande Depressão. 
A lógica do consumo desenfreado nos Estados Unidos da América, nos anos 1920, foi 
acompanhada de um forte movimento cultural e estético. Na música estadunidense, por exemplo, 
ganharam destaque ritmos que, até então, eram símbolos da cultura afro-americana, como o jazz 
e o blues. Na dança, o charleston levou para os salões o despojamento e a liberdade. 
 
Dançarinas de charleston. 
A recuperação econômica da Europa e a consequente prosperidade, assim como a própria 
experiência da guerra, levaram a um período de busca da liberdade, formação de novos hábitos e 
valores nas sociedades – em consequência, novas necessidades de atividades culturais e artísticas, 
entre elas a moda. 
As mulheres lutaram, com o movimento sufragista, por igualdade pelos direitos ao voto e ao 
divórcio. Nos salões se dançava de maneira descontraída, e o cinema produzido em Hollywood 
fazia enorme sucesso. 
Na moda, as produções de Paul Poiret (1879-1944), Coco Chanel e Jeanne Lanvin (1867-1946) 
deram origem a um novo conceito, com o fim dos espartilhos e do enorme volume dos vestidos. 
Surgiu a figura das melindrosas, mulheres que adotaram essa forma de vestir e passaram a usar 
cores fortes na maquiagem (algo antes restrito a atrizes e prostitutas). As melindrosas eram 
6 
 
consideradas mulheres modernas: fumavam em público, comportavam-se de forma mais livre e 
natural, espontânea, seriam o próprio espírito da era do jazz. 
 
Paul Poiret ajustando uma de suas criações, c. 1930. Melindrosas dançam em parapeito de prédio. 
No Brasil, uma mulher se destacou nesse período: Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), a Pagu, 
jornalista, escritora, tradutora, professora, diretora teatral, libertária, feminista, militante do 
Partido Comunista, presa diversas vezes. 
Pagu integrou o movimento antropofágico, ao lado do casal formado pelo escritor Oswald de 
Andrade (1890--1954) e pela pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), tornando-se musa dos 
modernistas, ainda que não tenha participado da Semana de Arte Moderna de 1922, pois tinha, 
então, apenas 12 anos. 
O cinema, o teatro, as exposições de obras de arte e os esportes também ganharam projeção e se 
popularizaram, passando a fazer parte da vida de um número cada vez maior de pessoas. 
A moda nos anos 1920 
No mundo da moda, o cinema era a principal influência. Com o surgimento dos filmes sonoros e 
a construção de salas apropriadas, a chamada sétima arte se popularizou. 
Outra característica marcante que influenciou a moda foi a emancipação feminina. 
A liberação do uso de espartilhos pôs fim ao sacrifício imposto pelos trajes, e a mulher começou a 
se vestir de forma mais confortável. 
O padrão de beleza feminino também se transformou: seios e quadris pequenos eram o ideal de 
beleza, e as roupas não ressaltavam mais as curvas femininas. 
Os tecidos empregados eram leves e com movimento, que combinavam com o charleston, a dança 
em voga. O comprimento das saias subiu, encurtado até os joelhos, e as meias cor da pele 
garantiam o frescor dos trajes. 
Chapéu, longos colares de contas e cabelos curtos complementavam o visual da moda usada nos 
salões. 
7 
 
 
Duas grandes estilistas marcaram o período: Madeleine Vionnet (1876-1975) e Gabrielle Coco Chanel. 
Madeleine Vionnet 
Essa estilista inovou com o corte enviesado, que garantia aos vestidos melhor caimento. Sua 
técnica, o moulage (“modelagem”, em francês; fala-se “mulage”), consistia em modelar o traje 
diretamente no corpo das clientes ou em bonecas de madeira, a fim de conferir e garantir o efeito 
da roupa. Por essa razão, foi chamada de “purista da moda”, e suas criações são até hoje expostas 
em museus de arte pelo mundo afora. 
Os especialistas em confecção de roupas consideram que o moulage torna mais fácil 
a realização do molde bidimensional ou plano, pois permite perceber 
antecipadamente os problemas que a construção da peça pode apresentar. 
 
Peça de vestuário feita em moulage por Madeleine Vionnet. 
8 
 
Coco Chanel 
Essa estilista captou o clima de emancipação feminina presente na sociedade da época, pois seus 
modelos davam maior liberdade de movimento às mulheres, fornecendo um toque de praticidade 
às vestimentas. 
Sua criação mais conhecida até hoje é, provavelmente, o “pretinho básico”: um vestido simples, 
na cor preta, que pode ser usado em diferentes ocasiões. A ideia original do “pretinho básico” era 
usá-lo com acessórios, adaptando-o à ocasião. 
 
Coco Chanel faz ajustes em um modelo, 1962. 
 
 
 Modelo vestindo tailleur Chanel em desfile. Desfile da grife Chanel. Coleção outono-inverno de 2011/2012. 
De 1930 a 1949 
Nessa época, o comprimento dos vestidos voltou a ser alterado: saias até o meio das canelas 
durante o dia e longas à noite, dando-se especial atenção aos decotes nas costas. 
9 
 
O início da 2a Guerra Mundial, duas décadas após o final da 1a Guerra, voltou a colocar o mundo 
em estado de apreensão e dificuldade econômica. A falta de alimentos e outros produtos atingiu 
também a indústria têxtil. Como já era esperado, esse fato influenciou o surgimento de novos 
modelos: menos tecidos e aviamentos passam a ditar a moda do período. 
As mulheres foram chamadas para compor o mercado de trabalho e ocupar vagas anteriormente 
preenchidas por homens. Em razão disso, adotavam roupas mais práticas e cores mais sóbrias e 
escuras. 
Terminada a 2a Guerra Mundial, a alta-costura voltou a ter espaço. Em 1947, Christian Dior (1905-
1957) criou um conjunto de saia e blusa conhecido como New Look, marcando novamente a 
cintura e valorizando as formas do corpo feminino, sobretudo seios e quadris. 
 
 
Conjunto criado por Christian Dior em linhas New Look 
10 
 
Até esse momento, as maisons prevaleciam no mercado da moda e ampliavam seus domínios 
desenvolvendo outros produtos, como acessórios e perfumes. 
Ao final da guerra, contudo, essas casas especializadas viram seu crescimento desacelerar, 
vivenciando uma significativa contenção do mercado, pois era impossível competir com a indústria 
de confecção, que se ampliava. 
Christian Dior foi o primeiro a perceber essas mudanças e transformar seu negócio rapidamente. 
A criação da moda “duas peças” estava estreitamente ligada ao espírito do prêt-à-porter (que você 
viu brevemente na Unidade 1) e da fabricação da época, que visava reduzir os custos de produção. 
Para produzir um vestido, precisava-se de um profissional mais especializado, enquanto, para a 
confecção de uma saia, era possível ser menos exigente em termos de qualificação profissional. 
No final da década de 1930, em 1938, uma das principais revistas de informação e variedades do 
País, O Cruzeiro, iniciou a publicação de uma seção voltada à moda feminina, apresentando 
desenhos de pessoas vestidas com o que seriam os últimos lançamentos. Tratava-se da coluna “As 
garotas do Alceu”, assinada por Alceu Penna (1915-1980), desenhista, figurinista e ilustrador, que 
iniciava, assim, uma longa carreira de 28 anos, mostrando com seus traços, à perfeição, não 
apenas cores, mas até mesmo texturas e tramas dos tecidos, tal a qualidade de sua arte.Ele também abordava na revista outros temas, como política, esportes e cinema, o que levou a 
publicação a se tornar referência para as jovens mulheres que se caracterizavam como modernas. 
Alceu Penna desenhou figurinos e estampas para desfiles realizados no País e no exterior, 
trabalhando para a indústria têxtil, inclusive para Carmen Miranda (1909-1955). Confeccionou 
ainda fantasias para bailes de Carnaval e figurinos para escolas de samba, recebendo inúmeros 
prêmios. Fez cenografia e figurinos para shows e teatro, incontáveis ilustrações para capas e 
artigos de revistas, cartazes e livros (em particular, os infantis). 
 
Alceu Penna. Croquis. Coleção Cyro del Nero. 
11 
 
 
Alceu Penna. Croquis. Coleção Cyro del Nero. 
De 1950 a 1959 
A moda do início da década de 1950 foi influenciada pelo estilo New Look, de Christian Dior. Como 
você pode observar, a cintura fina e marcada, os seios volumosos e os quadris são os pontos mais 
valorizados nesse estilo. O comprimento da saia é abaixo dos joelhos, e a largura pode variar: da 
saia lápis, mais justa ao corpo, aos modelos mais amplos, como o godê. 
 
Saia lápis. Saia godê. 
 
12 
 
São também característicos desse período: 
• Twin-set (fala-se “tuin sét”; conjunto de blusa e casaquinho de mangas curtas, três-quartos 
ou compridas); 
• Blusas frente única e tomara que caia; 
• Calças de diferentes modelos: corsário, capri, cigarrete, faroeste (nosso atual jeans); 
• Camisetas; 
• Blusões estilo perfecto; 
• Lenços na cabeça e no pescoço. 
Você sabia? 
O jeans está presente hoje em todos os lugares e praticamente em todas as situações, 
mas não foi sempre assim. Ele surgiu no século XIX (19), quando um jovem imigrante 
alemão que vendia lona para carroças, ao sentir que as roupas dos mineradores 
precisavam ser mais resistentes, teve a ideia de usar a lona para confeccionar calças. 
O tecido foi substituído por sarja de algodão, menos rígida, que, aos poucos, deu lugar 
a fibras mais flexíveis, com tingimentos diversos. 
Veja a seguir alguns exemplos desses modelos. 
 
Calça Capri clássica. Calça faroeste. 
 
13 
 
Anos 1960 
Essa década transformou costumes e hábitos, e os reflexos foram sentidos na moda. 
É comum na atualidade a promoção de festas e bailes temáticos inspirados nos anos 1960. Você, 
como profissional da moda, precisa ficar atento a esses detalhes. 
O mundo vivia a descoberta de novas tecnologias e a conquista do espaço com a chegada do 
homem à Lua. As mulheres avançavam na conquista de maior liberdade e igualdade de direitos. 
Na moda, essas mudanças foram traduzidas em um vestuário de silhueta cilíndrica e um tanto 
andrógina. Na realidade, tratava-se de uma moda que não retratava a feminilidade tradicional, 
privilegiando, em vez disso, certo teor adolescente. 
Foi também nesse período que se consolidou o prêt-à-porter, ou seja, as roupas prontas vendidas 
em lojas com numeração definida. E, pela primeira vez, grifes e confecções começaram a pensar 
em roupas diferenciadas para os jovens. Muitas referências da moda, nesse período, passaram a 
vir das ruas. Um bom exemplo foi a minissaia, que provocou uma verdadeira revolução. Embora 
haja controvérsias a respeito da invenção dessa peça, ela costuma ser atribuída a Mary Quant 
(1934- ), que, se não a criou, sem dúvida foi quem a popularizou. 
A partir de 1964, com André Courrèges (1923- ), as conquistas espaciais inspiraram as coleções de 
roupas produzidas pelas confecções. Todas as cores, em especial as fortes e vibrantes, aliadas ao 
branco, preto e prata, foram utilizadas. 
Na segunda metade da década de 1960, a diversidade na maneira de se vestir deu o tom da moda. 
Surgiram então: 
• A moda étnica, trazida pela loja inglesa Biba; 
• A moda campestre, da estilista Laura Ashley (1925-1985); 
• A moda safári, do estilista Yves Saint Laurent (1936-2008). 
Viu-se nesse período uma revitalização de roupas antigas, com a valorização de brechós (lojas de 
roupas usadas), roupas baratas e versáteis. 
No Brasil, os anos 1960, e também a década seguinte, foram uma época de ouro para um dos 
grandes nomes da costura brasileira: Dener Pamplona de Abreu (1936--1978), um gênio da alta-
costura e o primeiro brasileiro a utilizar o próprio nome em sua grife. Detentor de enorme talento 
para o desenho e a criação de moda, em pouco tempo adquiriu os conhecimentos dos quais 
necessitaria para, aos 19 anos de idade, abrir seu ateliê de costura: Dener – Alta-Costura. 
Dener sempre foi original em seus trabalhos, criando modelos de acordo com as características 
de suas clientes, como idade e físico, e considerando o fato de o Brasil ser um país tropical. Com 
ele, iniciou-se um estilo próprio da moda brasileira. 
Mulheres que costumavam adquirir seus modelos em Paris, ou cópias desenhadas por modistas 
brasileiros, passaram a comprá-los do ateliê de Dener. 
Ganhador de prêmios nacionais e internacionais, tendo concorrido até mesmo com Christian Dior, 
diz-se que teria sido convidado, e se recusado, a dirigir a Maison Dior após a morte de seu criador. 
14 
 
 
A indústria têxtil 
Pouco antes da década de 1960, o empresário Caio de Alcântara Machado (1926-2003) havia 
criado, em 1958, a Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit), que se tornou o mais importante 
evento da indústria têxtil e do vestuário, internacionalizando-se e sendo o grande momento da 
moda, com sucessivos lançamentos de coleções, tecidos etc. 
De outro lado, uma das mais importantes indústrias químicas, empresa francesa instalada no País, 
decidiu realizar uma série de campanhas para promover seu fio sintético. Reuniu os melhores 
artistas plásticos brasileiros para a criação de desenhos dos tecidos das coleções, entre eles 
Aldemir Martins (1922-2006), Alfredo Volpi (1896--1988) e Manabu Mabe (1924-1997). Para o 
lançamento de suas coleções, promoveu desfiles e shows com músicos como Caetano Veloso 
(1942- ), Gal Costa (1945- ) e Zimbo Trio. Os shows eram apresentados na Fenit como verdadeiras 
superproduções. 
Além das feiras, ainda eram feitos editoriais de moda em viagens pelo mundo afora. Entre os 
estilistas contratados para a realização dos modelos para os desfiles figuravam Dener, que 
desenvolveu as linhas Café, Seleção Rhodia Têxtil e Brazilian Nature, e também Pierre Cardin 
(1922- ), Paco Rabanne (1934- ), Guy Laroche (1921-1989), Ted Lapidus (1929-2008) e Courrèges. 
Esses desfiles, sem dúvida, foram da maior importância no desenvolvimento da moda no País, pois 
formaram profissionais, desenvolveram talentos e apresentaram soluções estéticas que 
pavimentaram a história da moda no Brasil. 
Anos 1970 
O movimento cultural, artístico e social que envolveu os anos 1960 continuou a influenciar a moda 
dos anos 1970. Liberdade, paz e amor, entre outras, eram palavras--chave desde a década 
anterior. A moda hippie foi um espelho dessa tendência e abusou da irreverência, das cores, dos 
desenhos geométricos e de motivos chamados de psicodélicos nos tecidos. 
15 
 
A imagem vendida do movimento hippie é de jovens drogados, afastados dos 
problemas da sociedade e só pensando em “paz e amor”. No entanto, seu lado mais 
vigoroso em geral não é ressaltado. Os integrantes desse movimento questionavam 
os valores da sociedade capitalista, combatiam o racismo e as guerras. 
 
Hippies enfrentam a Guarda Nacional no campus da Universidade da Califórnia, em Berkeley, 1969. 
No Brasil, a situação era ainda mais grave, pois o País vivia a ditadura militar, sem 
liberdade de expressão, com forte repressão policial, presos políticos, torturas e 
mortes. Sugerimos que você visite o Memorial da Resistência em São Paulo. Se 
preferir, poderá realizar uma visita virtual. Disponível em: 
<http://www.memorialdaresistenciasp.org.br/. E acompanhe nos jornais os trabalhos 
da Comissão Nacional da Verdade, que analisa os documentos e fatos desse período. 
A década de 1970 foi uma das mais diversificadas quandose pensa em estilos de vestuário. A 
moda unissex – modelos iguais para homens e mulheres – ganhou força no guarda-roupa dos 
jovens, que vinham se influenciando, cada vez mais, pelo estilo das bandas de música e imitando 
a maneira de se portar e de se vestir dos artistas preferidos. 
As características mais marcantes do período foram a consagração da moda unissex e o prêt-à-
porter, adaptável ao dia a dia. O estilo prático de vida trouxe força para as roupas mais esportivas. 
O jeans e a camiseta se popularizaram e, com eles, túnicas e pantalonas. As roupas podiam ter 
estampas variadas ou mesmo um mix de estampas. As saias ganharam todo tipo de comprimento: 
micro, míni, mídi ou máxi. 
16 
 
 
17 
 
 
Nesse período, destacou-se no País uma das principais estilistas da história da moda brasileira: 
Zuleika Angel Jones (1921-1976), ou Zuzu Angel. Nos anos 1970, seu filho Stuart foi preso e 
torturado por agentes da ditadura militar. Ela então iniciou uma incansável busca por presídios e 
quartéis militares. Seu filho, porém, morreu em consequência da tortura. Na tentativa de resgatar 
o corpo desaparecido, ela conduziu uma investigação por conta própria, além de apelar para a 
imprensa, políticos e o então secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Henry Kissinger 
(Stuart também tinha cidadania naquele país). Entre essas ações, fez toda uma coleção de moda 
tendo como tema a repressão imposta pelos governos militares no período. Seus desfiles de 
protesto atraíram a atenção das imprensas brasileira e estadunidense, mas ela jamais conseguiu 
provar que seu filho havia sido morto sob tortura. Ela mesma faleceu em um suspeito desastre de 
automóvel. 
A preocupação de Zuzu Angel em fazer um trabalho que fosse o retrato do Brasil, contudo, não 
teve início com o desaparecimento de seu filho. Ela já estava presente desde quando começara a 
costurar, primeiro em Minas Gerais e na Bahia e, mais tarde, no Rio de Janeiro, onde consolidou 
a carreira. 
Nos anos 1960, havia criado modelos com rendas cearenses, cores tropicais e estampas que 
mostravam características do Brasil (com pássaros e flores), bem como chita e fitas, em vestidos 
inspirados nas personagens do cangaço e nas saias largas e coloridas das pessoas que viviam nas 
áreas rurais do País. Sua obra foi imortalizada pela filha, a jornalista Hildegard Angel, com a criação 
do Instituto Zuzu Angel (IZA), no Rio de Janeiro. Mais do que guardar a memória da obra de Zuzu, 
o IZA tem como objetivo divulgar e valorizar a moda brasileira. 
18 
 
 
Anos 1980 
A década de 1980 foi rica em descobertas e fatos marcantes que influenciaram a moda. 
Nos Estados Unidos da América, homens e mulheres de classe média competiam de modo 
acirrado para ocupar cargos importantes nas empresas. Eles compunham um grupo de pessoas 
denominadas yuppies – termo que se originou da sigla inglesa YUP (young urban professional, ou 
“jovem profissional urbano”). 
A moda para esse grupo era composta por ternos caros de marcas sofisticadas, de ombros 
estruturados com enchimentos artificiais, em geral de espuma, chamados ombreiras. Gravatas e 
camisas sociais acompanhavam o traje. 
19 
 
Na Europa, estilistas orientais, como Yssey Miyake (1938- ), Yohji Yamamoto (1943- ) e Rei 
Kawakubo (1942- ), influenciaram a moda com outra proposta de estilo: roupas desestruturadas, 
simplificadas e inspiradas em formas geométricas. 
Esportes urbanos como basquete, futebol, surfe e skate, bem como vestimentas usadas por 
músicos de bandas de rock, também influenciaram a moda desse período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
A MODA NO BRASIL E NO MUNDO 
1. Em trio, organizem o trabalho de modo que cada trio escolha um período diferente para ampliar 
os conhecimentos da turma. 
2. Escolhido o período, observem o seguinte roteiro para a pesquisa: 
• Escrevam um pequeno texto sobre os fatos históricos que aconteciam no Brasil e no 
mundo no período escolhido; 
• Apontem qual era a tendência da moda e dos estilos; 
• Desenhem alguns modelos com o estilo predominante e organizem uma exposição para a 
turma. 
Galeria de estilos 
Início do século XX (20) 
 
Anos 1920 
21 
 
 
De 1931 a 1940 
22 
 
 
De 1941 a 1950 
23 
 
 
De 1951 a 1960 
 
De 1961 a 1970 
24 
 
 
De 1971 a 1980 
 
De 1981 a 1990 
25 
 
 
De 1991 a 2000 
 
 
 
26 
 
Criando seu caderno de estilos 
1. Para ampliar seu conhecimento na área, pesquise, em diferentes revistas de moda ou na 
internet, roupas que possuam alguma referência na história da moda, ou seja, que tomem 
emprestadas características de algum estilo e (re)elaborem uma nova concepção para a moda. 
Recorte ou imprima as imagens. Com elas, crie seu acervo pessoal. 
2. Prepare com os colegas uma exposição dos cadernos criados, comentando como foi o processo. 
Galeria de criadores no Brasil 
Vimos alguns nomes brasileiros que se destacaram na produção do vestuário, como Dener 
Pamplona de Abreu e Zuzu Angel. Outros estilistas, costureiros e modelistas se destacaram e vêm 
se sobressaindo no Brasil e no exterior, entre eles: 
• Alexandre Herchcovitch (1971- ) 
• André Lima (1971- ) 
• Carlos Miele (1964- ) 
• Clô Orozco (1950- ) 
• Fause Haten (1972- ) 
• Jum Nakao (1966- ) 
• Lino Villaventura (1951- ) 
• Reinaldo Lourenço (1960- ) 
• Ronaldo Fraga (1967- ) 
Reflexão sobre estilos 
1. Reflita sobre as opções que você faz para compor o próprio estilo, respondendo às perguntas a 
seguir. 
 
 
27 
 
Essas perguntas servem como um primeiro contato com seu estilo. 
2. Para aprofundar seus conhecimentos sobre estilos, responda ao questionário a seguir, 
desenvolvido pelo Jornal Hoje. 
Teste de estilo pessoal predominante 
Assinale uma resposta para cada pergunta. 
1. O seu estilo pessoal predominante se revela nas escolhas de combinações de cores. Pensando 
no seu dia a dia, quais são as suas combinações de cores favoritas? 
 
2. O seu estilo pessoal predominante também se revela na hora da compra! Como você gosta de 
fazer as suas compras? 
 
 
28 
 
3. O seu estilo pessoal predominante se revela nas características do tecido das suas roupas. Você 
escolhe certos tecidos principalmente porque eles... 
 
4. O seu estilo pessoal predominante se revela na roupa que você mais gosta de usar no dia a dia. 
Como é a sua roupa preferida? 
 
5. O seu estilo pessoal predominante também se revela nos seus acessórios (bolsas, pastas, 
carteiras, cintos, colares, brincos, pulseiras, anéis, óculos de sol, óculos de grau, gravata, lenços, 
29 
 
echarpes). Então, se você tivesse que mencionar uma característica para os seus acessórios, você 
diria que eles são em sua maioria... 
 
 
6. O seu estilo pessoal predominante se revela também nos calçados que você mais gosta de 
vestir. Como são seus sapatos preferidos? 
 
7. O seu estilo pessoal predominante também se revela na forma como você cuida do nosso 
planeta. Então pergunto: como você cuida do nosso planeta através das atitudes com o seu 
guarda-roupa? 
30 
 
 
 
Respostas: 
Verifique qual a letra que você mais marcou – ela corresponde ao seu estilo pessoal predominante 
(válido para homens e mulheres): 
• Letra A – Estilo esportivo 
• Letra B – Estilo tradicional 
• Letra C – Estilo elegante contemporâneo 
• Letra D – Estilo feminino romântico 
• Letra E – Estilo sexy 
• Letra F – Estilo criativo 
• Letra G – Estilo moderno 
• Letra H – Estilo dramático 
Conheça um pouco sobre o seu estilo predominante: 
Estilo esportivo. A mensagem básica do estilo: casual. A palavra-chave: conforto. Peça essencial: 
uma boa camiseta, mas também pode ser um bom jeans. Tecidos: algodão, linho, nylon, veludo, 
fibras naturais, tecidos sem brilho. Cores: cores primárias e combinações simples. Sapatos: sempre 
confortáveis, de saltos baixos, saltos grossos, solado de borracha, linha comfort. Bolsas e pastas: 
mochilas, alças cruzadas no corpo,sacos, bolsas grandes [em] que cabe tudo, a ideia é sempre de 
praticidade. Acessórios: são simples, nada ostensivos. 
Estilo tradicional. A mensagem do estilo tradicional é: conservadorismo. 
A palavra-chave é: atemporalidade. Peça essencial: blazer clássico. 
31 
 
Tecidos: sedas, caxemira, crepes, gabardines. Cores: combinações sóbrias – marinho, cinza, bege 
e preto. Sapatos: tradicional, de couro, de excelente qualidade. Bolsas e pastas: estruturadas, de 
mão. Acessórios: sempre de excelente qualidade; a ideia é tudo para durar muito tempo. 
Estilo elegante. A mensagem é: refinamento. Palavra-chave: sofisticação. Peça essencial: camisa 
branca. Tecidos: algodão natural, cetim, xantungue de seda, seda pura, microfibra, crepe. Cores: 
combinações de baixo contraste – cinza, bege, branco, marinho, vermelho-escuro, preto com 
branco. Sapatos: tradicionais com um toque de atualidade, bicolor. Bolsas e pastas: estruturada, 
funcional, de qualidade, tamanho médio. Acessórios: sempre com um toque notável. 
Estilo sexy. A mensagem é: valorizar o corpo. Palavra-chave: insinuar. Peça essencial: jaqueta de 
couro e salto alto. Tecidos: tudo que valorize o corpo e que o deixe em evidência – lycra, brilho, 
materiais de couro e vernizes. Cores: preto, branco, pink, turquesa, dourado, prateado, bronze, 
verde, vermelho-forte, marrom. Sapatos: tudo que deixe o corpo bonito, saltos altíssimos e 
pontas. Bolsas e pastas: tudo que se molde bem ao corpo, molengas, nada estruturadas. 
Acessórios: sempre com um toque de exagero e que valorize o corpo. 
Estilo feminino romântico. A mensagem é: amabilidade. Palavra-chave: delicadeza. Peça essencial: 
colar de pérola. Tecidos: algodão, sedas, crepe-georgete, microfibra. Cores: combinações de baixo 
contraste, monocromáticas, tons de rosa, bege, azul-clarinho, verde-clarinho. Sapatos: tudo com 
muitos detalhes e variados modelos. Bolsas: de tecidos, bordadas, de alças longas e de tamanho 
pequeno. Acessórios: tudo muito tipicamente feminino – laços e flores. 
Estilo dramático. A mensagem: chamar a atenção sem o apelo sexual. 
Palavra-chave: teatralidade. Peça essencial: qualquer coisa que cause um efeito. Tecidos: não há 
nenhuma preferência, usa tudo. Cores: grandes contrastes para chamar a atenção. Sapatos: 
criativos e ousados. Bolsas e pastas: enormes – com ou sem detalhes, molengas ou estruturadas. 
Acessórios: tudo impactante, diferente, que tenha algo de inusitado. 
Estilo criativo. A mensagem: usa o que sente vontade conforme o humor do dia. Palavra-chave: 
originalidade. Peça essencial: depende do dia, ora! Tecidos: varia conforme o desejo e que ofereça 
a mistura inusitada. Cores: não se prende a nenhuma cor, gosta da liberdade, mistura tudo! 
Sapatos: temáticos, étnicos. Bolsas e pastas: vale tudo! Acessórios: têm sempre um toque exótico, 
podem ser étnicos e vintages. 
Estilo moderno. A mensagem: fashionista, mudança constante. Palavra-chave: atualidade. Peça 
essencial: tudo o que está na vitrine e nas revistas de moda. Tecidos: a tendência do momento. 
Cores: tudo o que a moda pedir no momento. Sapatos, bolsas, pastas e acessórios: absolutamente 
tudo o que a moda e a tendência pedirem para o momento! 
 
 
 
 
 
 
32 
 
A INDÚSTRIA TÊXTIL NO BRASIL 
 O processo de industrialização no Brasil começou com a Indústria Têxtil. 
 As raízes da indústria têxtil tiveram seu início com a chegada e a ocupação do País pelos 
portugueses. 
 Os índios já produziam suas vestimentas artesanalmente com fibras vegetais. 
Existem 4 etapas importantes para a definição da evolução histórica da indústria têxtil no País: 
1ª) fase colonial 
2ª) fase de implantação 
3ª) fase de consolidação 
4ª) fase que se refere ao ano 2000 
Fase colonial (anos de 1500 até 1844) – houve restrição no crescimento da indústria têxtil, pois a 
metrópole só se interessava pelos produtos como o açúcar e metais preciosos. 
Fase de implantação – Em 1844 houve um aumento da taxa alfandegária em média de 30%, por 
esse motivo acarretou em um estímulo para as indústrias especialmente para o ramo têxtil. 
 Entre os anos de 1844 e 1913 – foi nesses anos em que ocorreu a fase de implantação da 
indústria no Brasil. 
 No ano de 1864 – País já possuía uma cultura algodoeira razoável, mão-de-obra abundante 
e um mercado consumidor em crescimento. 
 Outros fatores também influenciaram o crescimento da indústria têxtil no Brasil dentre 
eles: a guerra civil americana, a guerra do Paraguai e a abolição do tráfico de escravos. 
No final do século XIX - iniciou-se o processo de industrialização brasileira. 
No início do século XX – existiam 202 fábricas têxteis, assim distribuídas: 
 - 92 no Sudeste 
- 61 no Nordeste 
- 27 no Sul 
- 22 no Centro-Oeste 
Entre o início do século XX até o seu final apresentou um aumento gradativo no montante das 
indústrias. De acordo com Michellon, até a década de 90 o Estado de São Paulo manteve sua 
liderança no mercado, mas a partir de 1996 houve uma queda. 
 
33 
 
A consolidação da indústria têxtil no Brasil ocorreu durante a 1ª Guerra Mundial, uma vez que o 
Brasil tinha dificuldade de importar esses materiais, pois a Europa e os Estados Unidos estavam 
preocupados com o reforço militar. 
Em 1929 se abateu uma grande crise na economia mundial, mais uma vez a indústria têxtil 
brasileira cresceu, pois, os países que importavam precisaram adotar políticas de substituição dos 
importados pela produção interna das mercadorias necessárias ao seu abastecimento. 
2ª Guerra Mundial: grandes alterações na estrutura industrial brasileira. 
 Incremento da produção interna; 
 As fábricas têxteis foram ampliadas passando em operar em dois turnos de trabalho e 
produzindo mais para satisfazer o mercado interno; 
 Exportação para mercados maiores como a Europa e Estados Unidos. 
Com o término da 2 ª guerra mundial a indústria têxtil entra em declínio, como pode ser observado 
na tabela abaixo 
 
Nos anos seguintes quase não se exportava mais, os investimentos foram travados e 
equipamentos ficaram obsoletos. 
Ano 1970 – os incentivos fiscais possibilitaram que as indústrias do setor têxtil pudessem 
modernizar seus maquinários e ampliar as indústrias têxteis e de confecção, após essas melhorias 
as indústrias passaram a exportar mais, como pode ser visto na tabela abaixo. 
 
A partir dos anos 90 – aumento das indústrias têxteis no Nordeste. 
 Tradição e mão-de-obra qualificada, principalmente no Ceará e Pernambuco. 
 Incentivos fiscais para modernização tecnológica. 
Globalização (abertura comercial no Brasil) – entre 92 e 96, queda na exportação e aumento na 
importação. 
 Produtos importados da China e Coréia do Sul a preços inferiores ao praticado pelo 
mercado interno. 
34 
 
Devido a entrada desses produtos importados foi necessário que a indústria brasileira se 
modernizasse para poder competir em relação a qualidade do produto e aumento de sua 
produção. 
A partir de 1993 – as vendas de produtos para exterior diminuem, devido a abertura do mercado 
econômico interno para fornecedores externos iniciados nos anos 90. 
 Eliminação de obstáculos burocráticos às importações, 
 Redução das tarifas aduaneiras; 
 Sendo assim, as indústrias precisaram melhorar seu parque industrial mais uma vez para 
poder competir com os produtos estrangeiros, muitas empresas nessa época fecharam. 
Porquê o Nordeste? 
 Mão-de-obra barata; 
 Incentivos fiscais; 
 Financiamentos ao capital fixo; 
 Aproximação geográfica com a Europa e EUA. 
Esses fatores são fortes para a concorrência com os países asiáticos. 
O Estado do Ceará destaca-se como o primeiro pólo têxtil da Região Nordeste e o terceiro do Brasil, 
atrás somente de São Paulo e Santa Catarina. 
O estado emprega nesse setor 14.837 pessoas detendo 31,3% dos empregos do Nordeste. 
São 5.500 indústrias na área de confecções, dessas 1.520 são formais e 3.980 informais. Das 
empresas formais 72 são grandes, 227médias, 415 pequenas e 806 micros (INSTITUTO EUVALDO 
LODI, 2000). 
De toda fabricação de fios 55% fica no estado para consumo dos cearenses, 6% é vendida por 
atacado, 8% destina-se à tecelagem, 15% à malharia, 2% ao varejo e 14% é exportado. 
Em relação aos tecidos, 14% vão para o atacado, 47% para as confecções, 2% para o varejo, 36% 
são exportados e 1% têm outros destinos 
 
 
35 
 
 
 
36 
 
 
 
37 
 
 
 
INDUSTRIA TEXTIL NO PRESENTE 
• Representa 5.5% do PIB da Indústria Transformação 
• 30 mil empresas no Brasil 
• 1,7 milhão de empregos diretos 
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• 2º maior empregador da indústria transformação 
• Investiu US$13 bilhões nos últimos 10 anos 
• 2º maior produtor mundial de denim 
• 3º maior produtor mundial de malha 
• 5º maior parque têxtil do mundo 
• 9 bilhões de peças de confecção produzidas por ano 
• US$ 36,20 / kg de vestuário exportado 
• Autossuficiente na produção de algodão: 1.274 ton/2009 
 
Renda e consumo de têxteis por habitante no Brasil 
 
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Postos de trabalho no setor têxtil no brasil 
 
 
 
 
 
40 
 
MODELAGEM 
Histórico: 
Foi por volta do século XII que ocorreu considerável melhoria de execução das vestimentas, 
cabendo aos homens o oficio de cortador, que para chegarem ao título de mestres, se dedicavam 
de corpo e alma. 
No século XIII na Europa, praticou-se o corte em molde sob madeira fina, estes moldes foram 
executados pela 1ª vez por alfaiates franceses. Que o riscavam com prática e conhecimento de 
geometria e tinham o privilégio de cortar as vestimentas. 
A análise do corpo humano vem sendo feita desde as civilizações mais antigas, Polideto que era 
ligado às artes gregas, passando por Leonardo da Vinci, que aperfeiçoou os estudos da anatomia 
e da sua intima ligação à geometria. 
Molde é um diagrama geométrico, que após sua elaboração toma a forma do corpo. 
Modelagem são os detalhes e efeitos do modelo desejado e desenvolvido no molde. 
A partir de então a moda impõe modelos e trajes elaborados, resultando em modelagens 
complexas, exigindo o aprimoramento da arte. 
Surgindo assim o corte masculino e o feminino. 
Mesmo com a evolução da geometria na elaboração dos moldes, eram usadas apenas as medidas 
principais do corpo. As roupas eram quase todas cortadas e amarradas sobre o corpo da pessoa a 
quem se destinava a peça. 
A sociedade dos mestres costureiros de Paris, durante quase cem anos, barrou a introdução e uso 
de moldes pelas mulheres, que até então não passavam de modestas ajudantes de costura. Mais 
tarde, com evolução constante da moda e, o uso de tecidos mais delicados a mulher foi impondo-
se, conseguindo o oficio de modelistas, executando os moldes e modelando-os como desejavam. 
Mas para que isto acontecesse, foi necessário um decreto dando autorização e legalizando o oficio 
desta arte, também as mulheres. 
Desde então, o oficio evoluiu muito, chegando à invenção dos primeiros teares mecânicos nos 
séculos XV e XVI. No século XVIII, Paris era a rainha da moda. 
Milão ditava a moda dos tecidos, lá se encontravam os maiores modelistas e modistas. Em 1675, 
a mulher impôs-se na categoria de modelista. 
Até nossos dias prossegue a dedicação tanto de homens como de mulheres na arte do vestuário. 
MODELAGEM INDUSTRIAL 
A modelagem em caráter industrial segue algumas etapas e regras próprias, diferente das técnicas 
usadas para modelar peças sob - medida, embora às diretrizes sejam basicamente as mesmas. 
Uma das diferenças consiste no fato de que o modelista trabalhará com padrões determinados, 
sendo necessário, portanto, utilizar-se de tabelas de medidas que se assemelham ao padrão 
médio do corpo, dentro de uma numeração pré-estabelecida. 
41 
 
É muito importante lembrar, que os moldes industriais exigem cuidados como marcação das 
costuras, indicação dos moldes das posições dos bolsos, botões, casas, pences, zíperes, sentido do 
fio do tecido, quantidade de vezes que será cortada à peça, referência, qual a parte da peça do 
molde. Outro ponto a ser destacado, é que na modelagem industrial os moldes são inteiros, isto 
é, não representam apenas a metade de cada peça como se faz na costura doméstica. Isso decorre 
do fato de que, cortando-se dezenas de peças de uma só vez, torna-se impraticável dobrar o tecido 
para efetuar o corte. Da mesma forma, as peças duplas (manga, frente, punhos, etc.), são sempre 
cortadas 2 vezes e não apenas uma. 
Os moldes básicos podem ser desenvolvidos em papel pardo e após, testar o protótipo e efetuar 
as correções necessárias. Isso considerando a modelagem feita manualmente. 
No caso da indústria do vestuário que já tenha o sistema CAD/CAM (Desenho Assistido por 
Computador e Manufatura Assistida por Computador), implantado, a modelagem poderá ser 
realizada diretamente no computador através do sistema. O 1° passo é criar as bases e então sobre 
elas, trabalhar os modelos desejados ou também, podem-se transferir moldes prontos para o 
computador, através de uma mesa digitalizadora, ou por fotografia digital. 
A partir do momento em que a modelagem estiver pronta, cria-se um arquivo para salvá-las. 
Assim, quando precisar criar um novo modelo, poderá se fazer uso dos traçados básicos já 
existentes e arquivados, bastando apenas, importá-los para a tela, abri-los em um novo arquivo e 
manipulá-los para fazer as devidas alterações até se chegar ao modelo desejado. Após aprovado 
o protótipo e feita a graduação dos moldes, deve-se fazer o encaixe no sistema, que pode ser 
automático ou manual. 
Gabaritos 
São elementos considerados como guias, na linha de produção, confeccionados em papéis com 
espessura mais grossa, com a finalidade de não danificarem pelo uso na linha de montagem das 
peças. 
Exemplos: passar bolsos, riscar lapelas, usa-se o gabarito, para as peças ficarem com tamanhos 
iguais. 
Gabaritos que são de marcação, servem para indicar a posição correta de aplicar ou realizar 
detalhes que compõe o produto. 
42 
 
Podemos distinguir dois tipos de moldes: simétricos e assimétricos 
Moldes Simétricos: são aqueles que vestem os dois lados do corpo humano. 
 
Importante: apenas por falta de espaço, os nomes das partes menores foram indicados por setas. 
Normalmente esses nomes ficam escritos na própria parte. 
43 
 
Moldes Assimétricos: são aqueles que vestem um só lado do corpo humano. 
 
Como você pode ver a modelagem sempre traz por escrito, as seguintes referências básicas: 
 Nome da peça (frente direita, frente esquerda, costas, etc...). 
 Tamanho da peça (T – 42 = TAMANHO 42) 
 Referência da peça (ex: 714) 
 Quantidade de vezes que a parte aparece na peça (1x, 2x, 1 par, etc...). 
 Sentido do fio. 
44 
 
 
Você por certo notou que, entre as indicações escritas diretamente sobre as partes dos moldes, 
existem, entre outras, a palavra FIO que sempre acompanha uma linha reta com setas. 
 Que significa essa palavra? 
 A que ela se refere? 
 Qual a utilidade dessa indicação? 
 
 
 
45 
 
Fio de urdimento: é aquele que, no tecido corre no sentido do seu comprimento; 
Fio de trama: é aquele que, no tecido corre no sentido da sua largura; 
Colunas: são sequências de malhas que se vão superpondo umas às outras em sentido vertical; 
Carreiras: são sequências de malhas dispostas lado a lado no sentido horizontal do tecido. 
O MODELISTA INDUSTRIAL 
O modelista é o profissional da moda que dentro de uma indústria do vestuário, interpreta os 
modelos dos croquis criados pelo estilista e os transforma em objeto concreto. Deste modelo 
serão produzidos milhares de outros, sendo por isso a responsabilidade deste profissional muito 
grande. A experiência, portanto, é essencial e só será adquirida através do trabalho prático. 
É indispensável para todos os profissionais deste ramo, estar atualizado sobre tendências de 
moda, novos materiais e processos tecnológicos, pois estes darão ao profissional a possibilidade 
de intervirna qualidade dos processos produtivos industriais. 
Para iniciar a modelagem de uma peça do vestuário, é preciso conhecer as formas anatômicas do 
corpo humano e o caimento dos tecidos, possuírem certa habilidade técnica e ter muita 
observação estética. Desde que se conheça o traçado básico, qualquer modelo torna-se uma 
decorrência da base. O traçado básico ou as bases dividem-se em bases “modeladas ao corpo ou 
bases amplas”. 
Na indústria do vestuário, o modelista é a peça chave da produção, pois o sucesso de uma coleção 
também depende da qualidade e do caimento de uma modelagem perfeita. Vele lembrar, que o 
conforto da roupa é primordial, e muitas vezes superando até mesmo a beleza. 
O PROTÓTIPO E A PEÇA PILOTO 
Após receber a ficha técnica com o desenho a ser executado, o modelista realizará a primeira 
modelagem para ser testada. A peça é cortada e montada sob a supervisão do modelista, 
passando por um processo de avaliação, e arquivamento. Durante esta etapa, em que a peça do 
vestuário pode sofrer alterações, temos a peça-protótipo e após a provação, esta passa a ser 
chamada de peça-piloto. 
A peça piloto é que irá orientar toda a produção, as demais peças deverão ser exatamente iguais. 
Portanto, é essencial que ela seja perfeita. 
Nesta etapa, de transformação do protótipo em peça piloto (desde o traçado do molde até a 
confecção), a responsabilidade é unicamente do modelista. Mesmo que ele não costure, deve 
prestar assistência constante para que esta corresponda fielmente ao traçado por ele executado, 
partindo do modelo fornecido pelo estilista. 
Enquanto as peças que já estão em produção, podem ser confeccionadas rapidamente, o 
protótipo precisa ser executado devagar, estudado, testado e aprovado. Pois será através dele, 
que os possíveis defeitos serão corrigidos, ou o momento no qual o estilista ainda pode requisitar 
mudanças, para melhor adaptá-lo de acordo com sua criação. 
 
 
46 
 
GRADUAÇÃO: 
Consiste em aumentar ou diminuir o molde base, seguindo a tabela de medidas para dar as 
devidas diferenças de tamanhos. 
ENCAIXE: 
É a distribuição de todas as partes do molde que compõe uma modelagem sobre o tecido ou sobre 
papel, aproveitando o máximo o tecido, diminuindo o desperdício, às vezes sendo um processo 
demorado. Através do programa CAD o aproveitamento é otimizado, sendo um recurso que reduz 
o consumo de matéria prima, ocasionando uma maior exatidão e agilidade. 
Não se aconselha fazer um encaixe diretamente sobre tecidos escorregadios ou com muita 
elasticidade, pois interferem no resultado final do encaixe. Esse também é conhecido como mapa 
de risco. 
Encaixe par: é aquele que o cortador trabalha com todas as partes da modelagem a serem 
cortadas. 
Exemplo: camisa, em que a frente esquerda é diferente da frente direita, caracterizando uma 
modelagem assimétrica. 
Encaixe ímpar: é aquele em que se trabalha com a metade da modelagem. 
Exemplo: a calça que tem dois traseiros e dois dianteiros 
Encaixe par e ímpar: é aquele em que se trabalha com os dois juntos, ou seja, todas as partes 
completas de um modelo ou metade das peças de um modelo. 
RISCO: 
Risco é o mesmo que traço. Significa contornar os moldes distribuídos no encaixe. 
Riscos normais: são aqueles feitos com a colocação dos modelos no sentido do urdume do tecido, 
ou seja, do comprimento, paralelo a ourela. 
Riscos atravessados: os moldes são colocados no encaixe, de modo que fiquem na posição da 
trama do tecido, ou seja, de sua largura. 
 
 
47 
 
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DO TECIDO 
É necessária a pessoa que faz o encaixe dos moldes conhecerem profundamente o tecido que irá 
ser usado, pois existem características a cada tecido. 
 
Tecido sem sentido determinado: significa dizer que as partes do molde poderão ser posicionadas 
(mantendo o fio) em qualquer sentido. 
Exemplos: tecido índigo blue, malha lisa, Oxford, etc... 
OBS: maior facilidade para encaixar. 
Tecido com sentido determinado: significa dizer que as partes do molde deverão ser posicionadas 
num só sentido. 
 
48 
 
Exemplos: veludo cotelê, veludo molhado, tecidos com estampas em um só sentido, etc.. 
Tecido sem sentido: é aquele que não modifica de cor ou tonalidade ao ser examinado. Ex: tricoline 
índigo. 
Tecido com sentido: muda de cor e tonalidade ao ser examinado. Ex: microfibra, cetim. 
Tecido com pé: o toque do desenho modifica de acordo com a inclinação de pêlos, estampas. Ex: 
tecidos de veludo e tecidos com estampas em um só sentido. 
RISCO PAR 
 
Observe como as costas dos tamanhos 2 e 4 foram riscadas pela metade, exatamente na dobra 
do tecido. Desdobrando o tecido, depois de cortado, a peça riscada pela metade aparecera inteira. 
RISCO MISTO 
 
Observe como todas as partes do tamanho 1 foram riscadas por inteiro, ao passo que as do 
tamanho 4 foram na dobra do tecido. 
PENSE: no caso de tecidos tubulares (como malhas) ou tecidos comuns dobrados, quando ocorrer 
que uma parte simétrica da modelagem só se caracterize pela união do lado esquerdo ao direito, 
o risco poderá ser par ou misto, pois a parte assimétrica poderá ser riscada pela metade na dobra 
do tecido. 
RISCOS ÚNICOS: 
São aqueles em que a quantidade de vezes indicada nas partes componentes dos moldes é 
obedecida, porém, multiplicada pela quantidade de vezes em que o tamanho correspondente 
entrará no risco. 
Assim, em um risco único, se houver no molde, a indicação 2x sobre determinada parte da peça, 
será riscado 2 x. 
Neste tipo de risco, caso a modelagem seja assimétrica, o enfesto terá de ser único, porem no 
caso de ser simétrica, o enfesto poderá ser tanto par como único. 
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Veja em seguida três diferentes riscos: 
 
 
 
ENFESTO: 
São as camadas sobrepostas de tecido umas sobre as outras, formando um bloco, sendo que o 
comprimento dessas folhas deve ser o mesmo do risco. 
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Fatores que melhoram o enfesto: o alinhamento, onde o tecido é alinhado nos lados da ourela; a 
tensão deve ser evitada, pois as peças ficarão menores que a modelagem depois de cortadas; 
corte das pontas, um fator de economia cortando somente o necessário. 
Existem três métodos de enfestar: o manual, mecanizado e eletrônico. E dois tipos de enfesto, o 
par, onde o tecido é posicionado ora direito voltado para cima e voltado para baixo, o outro tipo 
é o enfesto ímpar, quando o tecido direito e sempre voltado para o mesmo lado. 
CORTE: 
O corte é uma etapa muito importante do processo produtivo, pois um erro nesta operação tem 
pouca possibilidade de ser reparado, representando perda parcial ou total do tecido e atraso na 
produção. 
MÉTODOS DE CORTE 
Podemos dizer que existem três tipos de cortes: 
 MANUAL 
 MECÂNICO 
 ELETRÔNICO 
Corte manual: 
A indústria não utiliza esse tipo de corte, devido a sua baixa produção. É usado somente para corte 
de peças para reposição (peças defeituosas). É feito com tesoura manual. 
Corte mecânico: 
É feito com o uso de máquinas. Essas máquinas podem ser: 
Lâmina redonda (máquina de disco) 
Para enfestos de pouca altura (poucas folhas). Não permitem cortar bem as curvas muito 
acentuadas. 
 
Lâmina vertical (máquina faca) 
Para enfestos de grandes alturas. Permite cortar qualquer tipo de risco. Não é aconselhável para 
enfestos baixos. 
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Balancim (prensa) 
Permite melhor qualidade de corte com relação à forma. Não deve ser usado para grandes alturas 
devido à deformação do material. A construção das formas (gabaritos) custa mais em termos de 
consumo de material, devido à necessidade de deixar espaços adicionais entre os moldes para 
colocar as formas. 
 
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Serra fita 
Esse método de corte pode ser usado junto com a máquina de faca para cortes onde a precisão é 
importante (ex: degolo de camisa). Também não é aconselhável para enfestos baixos. Toda a 
qualidade do corte depende da maneira de segurar as peças. (Pinças, grampos etc..) 
 
Raio laser 
Estesistema muito é muito avançado. Com uma esteira transportadora, pode-se fazer enfestos e 
corte simultaneamente. Tudo dirigido pelo computador. Todas as exigências de qualidade e de 
aproveitamento do material são satisfeitas. 
Jato D’ água 
Para o corte é usado um jato líquido de alta pressão de 60.000 LBS/pol² (4,200 kg/cm²). Também 
é dirigido pelo computador, mas tem condições de cortar varias folhas de tecido. Tem as mesmas 
vantagens do sistema Laser. 
Corte Automático (eletrônico) 
Faca vertical dirigida por computador. Mesmas vantagens que o sistema anterior. 
Máquina de marcar furos 
 
Etiquetagem e empacotamento 
Depois que as peças estiverem cortadas em pilhas, elas devem ser identificadas e separadas 
adequadamente para facilitar o manuseio durante as operações de costura. 
53 
 
No corte as cores são cortadas todas juntas, mas depois estas devem ser separadas novamente 
para evitar mudanças continuas e excessivas da linha de costura. 
A tonalidade é outro problema. Dois rolos de tecidos da mesma cor têm tonalidades ligeiramente 
diferentes o que só se nota quando são colocadas juntas. Algumas vezes isso acontece até com as 
peças cortadas do princípio e do fim do mesmo rolo. Portanto, temos que nos certificar que todas 
as peças de uma mesma vestimenta venham da mesma camada de tecido. 
Para evitar qualquer mistura cada parte componente da vestimenta é identificada em ordem 
sequente por meio de máquina de etiquetar ou carimbos marcadores. Essa identificação deve 
conter: tamanho, ordem de fabricação, e o lote da peça. 
Outros acessórios utilizados no corte: grampo para enfesto, garras, barras de ferro, pinças, luva 
protetora de aço, etiquetadores, cola e fitas adesivas para a fixação dos riscos, etc... 
FICHA TÉCNICA: 
É um documento descritivo das peças em uma confecção. Sua funcionalidade vem desde o 
desenvolvimento do produto até a sua expedição, passando pela pilotagem, montagem, corte, 
costura, acabamento e outros. 
O desenho técnico faz parceria com os dados do documento. A partir deles o setor de produção 
visualizará detalhes da peça como pespontos, pences, que às vezes costumam passarem 
despercebidos, por não entender melhor a montagem da peça. 
O uso da sequência operacional também ajuda na melhoria e agilidade da produção. Todos os 
processos pelo qual a peça passará, por ordem de montagem e a máquina que será utilizada, 
poupando tempo e trabalho de supervisores e modelista. 
A ficha técnica também vem servir na organização dos moldes. Pelo desenho ou pelo ano será fácil 
identificar qual o molde ele pertence, qual o tecido foi utilizado, aviamentos, de qual fornecedor 
foram adquiridos, quantas peças foram produzidas, qual a coleção, quantas partes possuem a 
modelagem, nome do modelista, grade, tamanho, e outras informações que devem ser ajustados 
à necessidade de cada empresa. 
 
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Sobre o Risco e o Corte 
Esta etapa é uma das mais delicadas na confecção de uma peça de vestuário, pois se deve 
proceder minuciosamente no risco e no corte das partes do molde, para que estas realmente se 
encaixem na montagem. Quando o molde é mal cortado, dificilmente a peça cairá bem e seria 
muito complicado fazer correções. 
Como utilizar as peças do molde 
1. Reúna todas as partes necessárias ao modelo; 
2. Verifique quantas vezes deverá cortar cada peça; 
3. Se as peças do molde estiverem muito amarrotadas, passe-as a ferro; 
4. Prenda as peças do molde ao tecido com alfinetes ou alinhavos. 
Como prender o molde ao tecido 
1. Comece a prender os alfinetes sempre partindo da dobra do tecido, passando depois para os 
cantos e depois para as bordas; 
2. Os alfinetes devem ser pregados diagonalmente nos cantos e perpendicularmente às beiradas, 
com as pontas para fora do molde; 
3. Utilize apenas os alfinetes necessários, exceto em tecidos maleáveis e escorregadios; 
4. Estude a posição de todas as peças do molde antes mesmo de riscar; 
5. Depois que fizer o risco, siga-o rigorosamente. 
Processos de marcação 
A marcação consiste em transferir as indicações do molde para o tecido. Deve-se marcar as linhas 
de costura, as pences, os pontos de encontro, as partes que serão dobradas, etc. 
As marcações podem ser feitas com carbono e carretilha, ou giz. 
Para marcar com carretilha e papel carbono, coloque o papel carbono sobre o avesso do tecido e 
por cima deste o molde correspondente. Em seguida passe a carretilha seguindo todas as 
marcações contidas no molde, para reproduzi-las no tecido. 
Este processo de marcação é aconselhável para tecidos lisos e opacos. 
Para marcar com giz, una o tecido à parte do molde correspondente, em seguida, espete alfinetes 
por cima de cada marcação. Faça as marcações com o giz seguindo o caminho dos alfinetes. Este 
método é aconselhável para tecidos mais delicados ou multicoloridos, onde a marca do carbono 
não seria muito visível. 
Como cortar 
Antes de cortar certifique-se se é necessário dobrar o tecido. Em caso afirmativo, isto deve ser 
feito com o máximo de precisão, unindo as ourelas perfeitamente, prendendo-as com alfinetes. 
Verifique também se há alguma falha de fabricação no tecido, para não cortar uma das partes do 
molde neste local. Lembre-se de sempre dobrar o tecido unindo direito com direito. 
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Para cortar o tecido perfeitamente, mantenha o tecido bem esticado sobre uma superfície lisa 
adequada para o corte e siga as orientações alistadas abaixo: 
1. Utilize uma tesoura adequada para este fim. Verifique sempre se as lâminas estão bem afiadas, 
para que estas não “mastiguem” o tecido. Tenha cuidado para não prender os alfinetes entre as 
lâminas da tesoura, ao cortar, pois isso prejudica as mesmas; 
2. Durante o corte segure o molde com uma das mãos, para que este não saia do lugar; 
3. Não levante o tecido da superfície em que ele se encontra enquanto estiver cortando; 
4. Corte junto às margens do molde, com golpes longos e firmes nas partes mais retas e golpes 
curtos nas partes curvas e nos cantos; 
5. Deixe a tesoura deslizar livremente, tendo o cuidado para não cortar o molde, pois além de 
danificá-lo, poderá haver uma alteração na margem de costura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSTRUÇÃO DO MOLDE DA BLUSA E DIAGRAMAÇÃO 
As explicações que daremos são para os primeiros traços do diagrama da camisa simples, para 
criança. 
Para melhor explicação das medidas que são marcadas de um ponto a outro, utilizaremos letras, 
que formaram o diagrama. 
Assim, para entender o processo, o aluno deve primeiramente ler as explicações com muita calma 
e atenção para assimilar o conteúdo, depois, a medida que for relendo, irá traçando o molde, 
orientando-se pelas figuras demonstrativas das aulas. 
Para a execução do diagrama neste exemplo utilizaremos as determinadas medidas: 
a) Medidas do busto- 50 cm 
b) Medidas das costas- 20 cm 
c) Comprimento- 25 cm 
Primeiro passo: 
De A à B, marca-se a metade da medida do busto. Sendo 50 cm a medida total do busto, a metade 
será 25 cm, que se marca com uma linha reta, denominando o ponto A para extremidade da 
esquerda e B para a da direita. 
As medidas de largura são marcadas pela metade, e as de comprimento, por inteiro. Portanto, dos 
pontos B a C e A à D, desce-se a medida do comprimento exato, que são 25 cm e fecham-se esses 
pontos por meio de linhas pontuadas. 
Feito isso, tem-se a metade da medida do busto e o comprimento exato da peça. 
A seguir, divide-se ao meio à medida que há de A à B e tem-se o ponto E, ficando, então,12,5 de 
A à E e 12,5 de B a E, e faz-se a linha pontuada de E a E’. Essa linha separa a parte da frente da de 
trás. 
 
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Na parte de trás, marca-se a metade da medida das costas. Sendo 20 cm a medida total, de B a F 
marca-se a metade, que é 10 cm. Desse ponto desse uma projeção ortogonal chamado F’. 
Com isso, temos o traçado inicial da camisa. 
 
Segundo passo: 
Entendidoo primeiro passo do traçado, continua-se o mesmo com as demais divisões. 
Para encontrar a medida exata do decote, divide-se à medida que há de B a F em três partes iguais, 
aumentando o resultado dessa divisão em 0,5 centímetros, sendo essa divisão uma regra geral. 
Assim, a medida de B a F é igual a 10 cm (metade da medida das costas) que, dividindo por três, 
dão três centímetros e três milímetros, mais o meio centímetro. Que resulta em 3 centímetro e 8 
milímetros, que se marcam dos pontos B a G, de A a I e A a J, que é o decote da frente. 
 
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Nessa parte o decote é mais pronunciado, motivo por que se coloca a mesma medida de A a J, na 
parte de trás, marca-se de B a H apenas meio centímetro. Faz-se uma linha meio arredondada, 
partindo de G até H (decote de trás), e outra linha arredondada de I a J, correspondente ao decote 
da parte da frente. 
 
Regra: Em todos os moldes, para se encontrar a medida do decote, faz-se essa operação, inclusive 
o aumento do meio centímetro que é regra geral. 
Marca-se um ponto K na linha vertical de F, onde o segmento de F a K1 vai ser igual à medida de 
G a B. Dos pontos F a K, marca-se a metade da medida que há de Ga B. Como essa medida deu 3 
cm e 8 milímetros, a metade será de 1 centímetro e 9 milímetro. 
O ponto K indica a linha do ombro de trás, que começa no ponto G, passa por K e termina na linha 
do centro do molde (linha do ponto E). Faz-se essa linha cheia até o ponto K, que é o ombro, com 
6,5 cm e continua a mesma pontuada até o centro, para depois servir de apoio á linha do ombro 
da frente. 
 
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Assim, de I a L, marca-se a mesma medida que há de G a K (6,5 cm), fazendo-se um a linha cheia, 
e continuando pontuada até o centro, encontrando com a trás. Portanto, a linha do ombro da 
frente fica sendo de I a L. 
 
Para entender a medida exata da cava, mede-se dos pontos I a E (8 cm e 7 milímetros), e marca-
se essa mesma medida em linha inclinada, partindo do ponto K, até determinar o ponto M. Para 
riscar a cava, parte-se do ponto L , até determinar o ponto M e, deste ponto, até terminar em K. 
 
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A cava da camisinha não é totalmente redonda, sendo um pouco pontuada na parte de baixo, ou 
seja, o ponto M. Nas outras peças, ela é mais arredondada. 
 
Feito isso, o diagrama da camisa já está pronto para ser recortado. 
 
No entanto, a partir do exemplo demonstrado percebemos a importância do aluno ou profissional 
ter conhecimentos matemáticos para melhor desempenho em seu trabalho. Utilizando 
indispensavelmente os conhecimentos teóricos e práticos de conjuntos numéricos, unidades de 
medidas, geometria plana e espacial além de conceitos de desenho para elaborar o produto 
desejado. 
Se o aluno ou profissional que for desenvolver esse trabalho tiver um bom domínio desses 
assuntos, consequentemente terá um melhor desempenho no trabalho e sucessivamente o 
produto terá uma maior qualidade. 
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CONSTRUÇÃO DO MOLDE DA MANGA 
Para a construção do diagrama da manga será necessário utilizaremos as determinadas medidas: 
a) Largura do braço 
b) Altura da cava 
c) Comprimento da manga 
Neste exemplo não utilizaremos um exemplo com medidas especificas para a construção do 
molde, pois disponibilizaremos uma tabela para que o leitor, com o intuito que eles possam testar 
essa técnica para diferentes valores e estender essa técnica para qualquer modelagem feminina, 
masculina e infantil priorizando fixar o aprendizado. 
 
 
 
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TABELA DE MEDIDAS FEMININAS 
Passo a passo: 
Dobre o papel e coloque a dobra à sua esquerda. 
Com o esquadro na dobra do papel, trace o retângulo ABCD com as seguintes dimensões: 
A - B = Metade da largura do braço mais dois centímetros. A - C e B - D = Comprimento da manga, 
neste diagrama será desenhado à manga curta, mas podendo ser utilizado todos os comprimentos 
de mangas. 
 
Marca-se o segmento AE e BF com medida igual a um 1/3 da altura da cava. 
Trace de E a Fuma paralela aos segmentos AB e CD. 
A partir dos pontos E e F marca-se 1/3 da altura da cava menos 1cm formando os segmentos EG 
e FH como mostra a figura. 
Trace de G a H uma paralela aos segmentos AB, EF e CD. 
Trace uma perpendicular I - J no meio do segmento AB e marque o ponto J e J', conforme ilustração 
abaixo. 
 
Trace as diagonais dos E - I e J - F. 
Divida a diagonal E - I por três e marque o ponto 1 no primeiro terço próximo ao ponto I. 
O marcasse o ponto 2 medindo um centímetro acima do ponto J'. 
Divida a diagonal J - F por três e marque o ponto 3 no primeiro terço, próximo de J conforme 
ilustração. 
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É importante observa que a cava da frente e as das costas tem uma pequena diferença. Para isso, 
iremos ressaltar e explicar o motivo. 
Para obtemos a curva da cava da frente ligaremos os pontos A - 1 - 2 - 3 - H, com a régua curva de 
cava ou a mão livre caso não tenha o instrumento técnico conforme mostra a ilustração. 
Para obtemos a curva da cava das costas marca-se o ponto 4 com a medida de um centímetro 
acima do ponto 3 da diagonal JF. 
Liga-se os pontos A - 1 - 4 - H, da mesma forma da parte da frente conforme ilustração se identifica 
as costa pelo traçado vermelho.. 
O retângulo CDHG será utilizado para construir a entrada da manga e o seu comprimento. Para 
isso, marca-se o segmento DL com medida de 0,5 centímetros. 
 
Seguindo esses passos, chegamos ao diagrama final de uma manga, que neste caso foi uma manga 
curta. 
 
Dessa forma, construímos o diagrama de uma manga simples podendo ter alterações dependendo 
do modelo a ser estudado. Na ilustração abaixo essa linha guia é a identificação do meio da manga 
que serve como referência para separar a frente das costas. 
 
Construção do molde da manga 
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TECIDOS 
O principal elemento de trabalho daqueles que fazem parte da indústria da moda são os tecidos. 
Conhecer do que são feitos e como são produzidos os tecidos é fundamental para quem quer 
trabalhar nessa ocupação. 
Vamos, por essa razão, detalhar alguns aspectos desse assunto. 
Para fabricar tecidos, as matérias-primas usadas são filamentos ou fibras, também chamados 
materiais têxteis. 
Esses filamentos ou fibras são utilizados na produção de fios, que, por sua vez, serão usados na 
fabricação de tecidos ou de linhas para costura, rendas, bordados etc. 
Entende-se por têxtil todas as matérias que possam ser usadas para fiar e tecer, e que reúnam as 
seguintes qualidades: 
• Resistência; 
• Comprimento; 
• Plasticidade; 
• Flexibilidade. 
As fibras usadas para fazer tecidos podem ser naturais ou artificiais/sintéticas. As fibras naturais 
são as de origem animal, vegetal ou mineral. São encontradas na natureza, quase prontas para 
fiar e tecer, e contêm características próprias: conforto, boa absorção de calor e umidade. 
Já as fibras artificiais ou sintéticas são produzidas pela indústria, por ação química ou mecânica, a 
partir de processos que modificam certas matérias-primas em fios adequados para tecer. 
Vamos ver em detalhes, a seguir, os diferentes tipos de fibra. 
Fibras naturais 
Fibras de origem animal 
As fibras de origem animal são consideradas as mais ricas e valorizadas da indústria têxtil. No 
entanto, apesar de servirem de base para a fabricação de alguns tecidos, não são utilizadas na 
maioria deles. 
As fibras animais podem ser divididas em dois grupos: 
1. As que são extraídas e fabricadas a partir de pelos de animais domésticos e selvagens, como: 
• Lã extraída de ovelhas e carneiros; 
• Pelos extraídos de cabras, camelos, lhamas, vicunhas, alpacas, coelhos, lontras etc.; 
• Cabelos e crinas. 
2. As que são extraídas e fabricadas a partir de filamentos de insetos e aracnídeos, como: 
• A seda chamada de natural, produzida a partir de filamentos retirados dos casulos de 
bichos-da-seda que viviam, originalmente, na região norte da China; 
67 
 
 
Casulos de bichos-da-seda. 
• A seda produzida por outros tipos de inseto da famíliadas borboletas e mariposas 
(lepidópteros) – embora também seja bastante utilizada na indústria de costura, trata-se 
de um tipo de seda considerado inferior à produzida pelo bicho-da-seda; 
• Os fios ou filamentos produzidos a partir de teias de certas espécies de aranhas – as fêmeas 
das Nephila madagascariensis produzem um fio de tom dourado e brilhante que dá origem 
a uma seda característica da região de Madagascar. 
 
Aranha produzindo a teia. Roupa de seda dourada. 
Fibras de origem vegetal 
As fibras de origem vegetal se dividem em quatro grupos, de acordo com as partes da planta de 
onde são extraídas: 
1. Fibras extraídas de sementes: algodão e paina, por exemplo. 
2. Fibras extraídas de caules e raízes: cânhamo, juta, rami etc. 
3. Fibras extraídas de folhas: ráfia, buriti, alfa, sisal ou agave, gravatá, abacaxi, entre outros. 
4. Fibras extraídas do fruto: por exemplo, coco. 
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Linhaça repassada em cama de pregos para remover as cascas da palha, como parte do processo de produção de linho 
 
Linho. 
Fibras de origem mineral 
Essas fibras, extraídas de minerais, podem ser dos seguintes tipos: 
• lã de vidro ou fios de vidro; 
• fios metálicos (brocados, rendas e bordados). 
 
Amianto anfibólio ou tremolito fibroso. Brocado de seda. 
Fibras artificiais ou sintéticas 
As fibras artificiais ou sintéticas, como já comentado, são criadas na indústria com a transformação 
de matérias-primas em fios para tecer. Elas se dividem em três grupos: 
1. Fibras produzidas com a celulose, matéria-prima de origem vegetal, como raiom ou seda 
artificial, rayoncut ou algodão artificial. 
2. Fibras produzidas com proteínas animais ou vegetais, como as lãs artificiais. 
3. Fibras compostas de substâncias minerais, como o náilon, os filamentos de vidro e, mais atuais, 
as fibras derivadas da reciclagem de garrafas PET. 
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Tecido de poliéster e fibras de náilon atadas formando uma rede em trama, ampliada 40 vezes. 
 
 
Viscose. 
Como reconhecer as fibras utilizadas em cada tecido 
Algumas vezes conseguimos, pelo simples toque ou pela aparência, identificar as fibras que 
compõem determinado tecido. Mas nem sempre isso é possível. 
Nesses casos, uma forma de reconhecer a composição das fibras é aproximá-las do fogo, 
provocando sua combustão ou queima. Esse processo requer muito cuidado. 
É preciso cortar um pedaço pequeno de tecido e queimar uma das pontas, segurando-o pela outra. 
Mas por que esse processo permite identificar a composição das fibras? Porque a velocidade da 
queima (além de outras características) varia conforme a origem da fibra. 
As fibras de origem animal queimam com certa dificuldade, sem produzir chamas. Além disso, 
durante a combustão, é possível sentir cheiro de cabelo queimado (experimente queimar um 
pedacinho de lã 100%). 
As fibras de origem vegetal queimam mais rápido do que as de origem animal, chegando a produzir 
chama e cinzas, mas sem deixar cheiro. 
As fibras de origem mineral não pegam fogo. Por essa razão, costumavam ser utilizadas para a 
confecção de roupas especiais, usadas em ambientes ou situações em que há risco de incêndio. 
70 
 
As fibras artificiais ou sintéticas também queimam rapidamente, mas produzem pouca chama. 
Quando derretem, em vez de cinzas, vê-se um pouco de resina, semelhante a plástico queimado. 
Fabricação dos tecidos 
Vimos, até agora, algumas indicações sobre as matérias-primas que servem para a fabricação dos 
tecidos: quais os tipos de fibra utilizados e como reconhecê-los. 
Mas esse é só o começo de um processo com várias etapas, sendo as primeiras a extração ou 
obtenção/produção das fibras e a transformação delas em fios, processo chamado fiação. Com a 
obtenção dos fios, inicia-se outro processo: de tecelagem – entrelaçamento dos fios que dão 
origem aos tecidos. 
Processo de tecelagem e estrutura dos tecidos 
A base para a fabricação dos tecidos é o entrelaçamento dos fios. Todos os tecidos fabricados em 
tear plano – os chamados tecidos planos – são produzidos pelo entrelaçamento de dois tipos de 
fio: os de teia (ou urdume), dispostos no sentido do comprimento, e os da trama, dispostos no 
sentido da largura. Os fios do urdume são dispostos perpendicularmente aos da trama. 
 
Tear plano. 
O padrão do entrecruzamento do urdume e da trama define o tipo de estrutura de um tecido 
plano, como a do tafetá, da sarja e do cetim, havendo uma estrutura que foge à regra: a do 
jacquard (fala-se “jacar”). 
Conhecer as estruturas é de grande utilidade para quem vai trabalhar com o corte ou a 
modelagem de peças. Há várias razões que justificam a necessidade de se obter essas 
informações. 
Com base no conhecimento sobre a composição de cada tecido, você poderá escolher o mais 
adequado para cada modelo, pois saberá se o escolhido vai dar, ou não, o movimento esperado 
da peça, ou até mesmo o caimento esperado da roupa. Isso fará de você um profissional mais 
qualificado. 
Outra boa razão para você ter essa informação é que a forma de manusear os tecidos e os 
acabamentos que poderão ser feitos também varia de acordo com essa estrutura. 
Tecidos mais finos e delicados, por exemplo, exigem cuidados especiais, e o conhecimento de suas 
características será importante para determinar o modelo, o tipo de acabamento e os 
equipamentos adequados para lidar com eles. 
71 
 
Veja, a seguir, como são as principais estruturas de tecidos com as quais você vai trabalhar. 
TIPOS DE ESTRUTURA DOS TECIDOS PLANOS 
Estrutura tela ou tafetá 
Trata-se de uma estrutura básica, considerada a mais simples entre as demais. Caracteriza-se por 
ter o fio da trama passando por cima do fio do urdume, e o seguinte passando por baixo, conforme 
imagem apresentada a seguir. 
 
O tecido é classificado conforme é trançado e segundo a resistência dos fios. Exemplos: tafetá, 
musselina, voal, percal. 
Estrutura sarja 
Também considerada básica, nessa estrutura, o fio da trama, em vez de passar por um fio do 
urdume, passa por dois na primeira carreira. Na segunda, vai repetir o processo, começando, 
porém, um fio da trama depois de onde começou na primeira. Esse processo se repete 
sucessivamente, avançando, a cada carreira, um ponto do urdume, o que, ao final, dará a 
impressão de uma estria em diagonal. 
 
Estrutura cetim 
A estrutura cetim se caracteriza por ter o número de pontos tomados diferente do número de 
pontos deixados. 
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Mas, diferentemente da sarja, o número de pontos deixados é maior e pode variar. 
Quanto maior o número de pontos deixados, maior será a leveza do tecido e menor sua 
resistência. 
O próprio cetim é o exemplo mais conhecido desse tipo de estrutura. 
 
Ponto tomado: Aquele em que o fio do urdume passa por cima do fio da trama. 
Ponto deixado: Aquele em que o fio do urdume passa por baixo do fio da trama. 
Estrutura jacquard 
Na estrutura jacquard, a forma de entrelaçamento dos fios do urdume e da trama formam 
desenhos. Estes são realizados na própria composição do tecido, por meio do controle dos fios. 
 
CONHEÇA OS TECIDOS 
Já vimos que os tecidos são formados pelo entrelaçamento do urdume e da trama, bem como as 
estruturas básicas desse entrelaçamento. A partir delas ou com pequenas modificações no modo 
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de entrelaçamento dos fios (as diferentes combinações de pontos tomados e deixados), são 
muitas as possibilidades de tessitura e de tecidos resultantes. 
Assim, existe no mercado uma infinidade de tipos de tecido com características semelhantes, mas 
que nem sempre trazem o mesmo nome ou apresentam a mesma qualidade, dependendo do tipo 
de fibra, de sua origem e do processo de fabricação. 
Por essa razão, é muito importante que você pesquise tecidos – seja em revistas especializadas, 
lojas, manuais, blogs de costura etc. – e que tenha amostras sempre à mão para quando tiver 
dúvidas sobre sua natureza e suas características. 
Tecidos básicos 
A

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