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Resumo do Romantismo Alemão Filosofia

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O ROMANTISMO ALEMÃO 
O Romantismo é um movimento filosófico, cultural e artístico. Enfatizava o “eu”, a criatividade, a imaginação e o valor da Arte. O movimento se opõe ao Racionalismo e ao Empirismo da era anterior – a Era da Razão – representando a mudança do objetivo para o subjetivo. O universo empírico deixava pouco espaço para a liberdade e a criatividade do espírito humano. A ênfase romântica na Arte e na imaginação é uma reação direta e crítica ao Empirismo.
O Romantismo enfatizava fortes emoções como fonte da experiência estética. Era representado de forma mais poderosa por meio das Artes visuais, da Música e da Literatura, mas possuía também um ramo filosófico.
A Filosofia Romântica é fundamentada na ideia de que o universo é uma entidade única, unida e interconectada, repleta de valores, de tendências e de vida, e não meramente de matéria objetiva e inorgânica. No Romantismo predominam as emoções: os sentimentos estão acima da razão. A visão do Romantismo é que a razão falsifica a realidade ao quebrá-la em entidades desconectadas e inorgânicas, e que a melhor maneira de perceber a realidade é por meio de sentimentos subjetivos e pela intuição. Dessa forma, participa-se do assunto de nosso conhecimento em vez de o enxergar como algo externo. A Natureza é uma experiência – não algo a ser manipulado e estudado. Por meio da experiência, o indivíduo se torna mais consciente de seus sentimentos e é isso que o faz criar valores morais.
O Idealismo é a doutrina de que ideias e pensamentos constituem a realidade fundamental. Essencialmente, é qualquer corrente filosófica que defenda a ideia de que a única coisa verdadeiramente concebível é a consciência (ou o conteúdo da consciência) e que não se pode ter certeza a respeito da existência de qualquer coisa do mundo externo. Portanto, as únicas coisas reais são entidades mentais, não físicas, pois estas existem apenas à medida que são percebidas.
HEGEL
Hegel (1770 – 1831) foi o principal expoente do idealismo alemão. Sua obra costuma ser apontada, com frequência, como o ponto culminante do racionalismo. Talvez, nenhum outro pensador tenha conseguido montar, como ele, um sistema filosófico tão completo.
Entre suas principais obras estão Fenomenologia do Espírito, Princípios da filosofia do direito e Lições sobre a história da filosofia.
Para entender a filosofia de Hegel, é conveniente situar alguns pontos básicos a partir dos quais se desenvolve a sua reflexão.
O primeiro desses pontos é o entendimento da realidade como Espírito. Esse conceito, desenvolvido a partir da filosofia de Fichte e Schelling, é ampliado ainda mais em Hegel. 
Entender a realidade como Espírito, de acordo com a filosofia de Hegel, é entendê-la não apenas como substância, mas também como sujeito. Isso significa pensar a realidade como processo, como movimento, e não somente como coisa (substância).
A dialética
O segundo ponto básico da filosofia hegeliana diz respeito justamente a esse movimento da realidade. A realidade, enquanto Espírito possui uma vida própria, um movimento dialético. Por movimento dialético, Hegel quer caracterizar os diversos momentos sucessivos pelos quais determinada realidade se apresenta.
Nesse exemplo, Hegel ressalta que a realidade não é estática, mas dinâmica, e em seu movimento apresenta momentos que se contradizem entre si, sem, no entanto, perderem a unidade do processo, que leva a um crescente auto-enriquecimento.
Esse desenvolvimento, que se faz através do embate e da superação de contradições, Hegel denominou dialética. Embora esse termo apareça já na Antiguidade, com Platão, em Hegel o conceito de dialética se aplica a algo totalmente distinto: não é um método ou uma forma de pensar a realidade, mas sim o movimento real da realidade. Por isso, para compreender a realidade, o pensamento também deve ser dialético.
A realidade, para Hegel é um contínuo devir, na qual um momento prepara o outro mas, para que esse outro momento aconteça, o anterior tem de ser negado.
O movimento característico, estrutural da realidade é triádico, e eles são comumente chamados de tese, antítese e síntese. 
1. Tese – afirmação;
2. Antítese – negação/contradição;
3. Síntese – o novo que surge dos opostos.
Hegel os concebe como um movimento em espiral, ou seja, um movimento circular que não se fecha, pois cada momento final, que seria a síntese, se torna a tese de um movimento posterior de caráter mais avançado.
Ele explica esse movimento com o exemplo do crescimento da planta, da seguinte maneira:
1 – Inicialmente existe o botão, tese/afirmação;
2 – depois temos a flor, que é a contradição/antítese
3 – da superação da contradição entre esses elementos temos o fruto, que é a síntese, o novo, mas que contém as etapas anteriores em sí.
Saber Absoluto
Compreender a dialética da realidade, segundo Hegel, exige um trabalho árduo da razão, que deve se afastar do entendimento comum e se colocar do ponto de vista do absoluto. 
Esse caminho da consciência que se afasta do conhecimento comum e se eleva ao saber absoluto é o objeto de reflexão do autor em sua obra Fenomenologia do Espírito.
Hegel compreende esse movimento do real, ou do Espírito que se realiza, como um movimento dialético que se processa em três momentos: 
1 - do ser em-si/espírito subjetivo (finito) a consciência que conhece apenas a si mesmo, ou seja, sua subjetividade; 
2 - do ser outro ou fora-de-si/espírito objetivo que é a oposição ao espírito subjetivo e consciência da coletividade que se realiza na eticidade da vida política e social, nas leis do Estado. É a consciência realizando-se no mundo da cultura; 
3 – e finalmente o retorno, do ser para-si/espírito absoluto (infinito), a consciência voltando-se para si em um autoconhecer-se absoluto, compreendendo-se em sua realização. É o momento que só pode acontecer com a Filosofia, mãe de todos os saberes, o único conhecimento capaz de fazer o espírito ter a absoluta autoconsciência.
Entre os adversários de Hegel, Schopenhauer foi provavelmente - se excetuarmos Kierkegaard - o mais apaixonadamente envolvido, a ponto de chegar a qualificar o próprio Hegel como um "acadêmico mercenário", e seu pensamento como uma "palhaçada filosófica”.
É a filosofia submissa dos charlatães, para os quais o estipêndio e o ganho são as coisas mais importantes, Schopenhauer opôs a própria "verdade não remunerada", verdade que apresentou em sua obra maior, O mundo como vontade e representação, publicada em 1819 com 33 anos.
Escreve Schopenhauer no início de sua obra maior: 
“O mundo é uma representação minha, eis uma verdade válida para todo ser vivo e pensante, ainda que só o homem possa alcançá-la por consciência abstrata e reflexa. Quando o homem adquire essa consciência, o espirito filosófico entrou nele. Então, sabe com clara certeza que não conhece o sol nem a terra, mas somente que tem um olho que vê o sol e uma mão que sente o contato de terra; sabe que o mundo circunstante só existe como representação, isto é, sempre e somente em relação com outro ser, com o ser que o percebe, com ele mesmo”.
Para Schopenhauer, nenhuma verdade é mais certa, mais absoluta e mais flagrante do que essa. Que o mundo seja uma representação nossa, segundo a qual nenhum de nós pode sair de si mesmo para ver as coisas como elas são, de que tudo aquilo de que temos conhecimento certo se encontra dentro da nossa consciência, é a “verdade” da filosofia moderna, de Descartes a Berkeley. 
E é uma verdade antiga, como se pode constatar pela filosofia vedanta, segundo a qual a matéria não tem existência independente da percepção mental, e a existência e a perceptibilidade são termos conversíveis entre si.
O mundo é representação. E a representação tem duas metades essenciais, necessárias e inseparáveis, que são o objeto e o sujeito.
O sujeito da representação é “o que tudo conhece, sem ser conhecido por ninguém [...]. O sujeito, portanto, é o sustentáculo do mundo, a condição universal, sempre subentendida, de todo fenômeno e de todo objeto: com efeito, tudo o que existe só existe em funçãodo sujeito”.
O objeto da representação, aquilo que é conhecido, é condicionado pelas formas a priori do espaço e do tempo, por meio das quais se tem a pluralidade, pois toda coisa existe no espaço e no tempo.
O sujeito, ao contrário, está fora do espaço e do tempo, é inteiro e individual em cada ser capaz de representação, razão pela qual “até um só desses seres, juntamente com o objeto, basta para constituir o mundo como representação, tão completo como milhões de seres existentes; ao contrário, o desvanecimento desse único sujeito levaria ao desvanecimento do mundo como representação”.
O sujeito e o objeto, portanto, são inseparáveis, também para o pensamento; cada uma das duas metades “não tem sentido nem existência senão por meio da outra e em função da outra, ou seja, cada uma existe com a outra e com ela se dissipa”.
Segue-se daí que o materialismo está errado por negar o sujeito, reduzindo-o a matéria, e o idealismo - o de Fichte, por exemplo - está errado também porque nega o objeto, reduzindo-o ao sujeito. No entanto, o idealismo, depurado dos absurdos elaborados pelos “filósofos da Universidade” é irrefutável: o mundo é representação minha e “é preciso ser abandonado por todos os deuses para imaginar que o mundo intuitivo, posto fora de nós, tal como preenche o espaço em suas três dimensões, movendo-se no inexorável curso do tempo, regido a cada passo pela indeclinável lei da causalidade, existe fora de nós com absoluta realidade objetiva, sem qualquer concurso de nossa parte; e que, depois, por meio das sensações, entra em nosso cérebro, onde começaria a existir uma segunda vez, assim como existe fora de nós”.
O existencialismo contemporâneo foi proposto, em alguns de seus autores, como urna Kierkegaard-Renaissance; e deste modo trouxe em primeiro plano, no cenário da filosofia, o pensamento do filósofo solitário que foi Saren Kierkegaard, que nasceu e cresceu no restrito ambiente cultural da Dinamarca de então.
Kierkegaard (1813-1855) vive a relação com o pai e com a família como uma "cruz"; a sua é uma dolorosa relação religiosa, vivida sob o signo do castigo de Deus. Não desposa Regina Olsen "porque Deus tinha a precedência". Combate a "apologética cientifica" e a teologia cientifica "incrédula" que quer provar Deus, porque está convencido de que o cristianismo não é cultura. E ataca Hegel que reduzia o cristianismo a cultura. 
O pensamento de Kierkegaard é um pensamento essencialmente religioso; sua filosofia existencial e urna verdadeira e própria teologia experimental ou, melhor ainda, uma autobiografia teológica que se desdobra em urna imponente literatura: Aut-Aut (1843) - é aqui que Kierkegaard descreve o ideal de vida estético, o do sedutor que vive átimo por átimo perdendo-se e dissipando-se no prazer; desse ideal de vida se sai com o salto que conduz a vida ética - a do honesto pai de família; depois há o salto que leva a existência religiosa -; Temor e tremor (1 843); Migalhas de filosofia (1 844).
De fundamental importância e, depois, o Diário, que inicia em 1833, quando Kierkegaard tinha vinte anos, para chegar aos últimos dias de setembro de 1855, dois meses antes da morte. Morte aceita com infinita gratidão pela Providencia que lhe havia concedido testemunhar a ideia do cristianismo como "verdade sofredora".
Contra Hegel, Kierkegaard é mais duro do que Schopenhauer. Hegel é uma figura cômica: é cômica a situação de um espirito sistemático que acredita conseguir dizer tudo e está persuadido de que o incompreensível seja algo de falso e de secundário. 
A filosofia de Hegel é a mais repugnante de todas as formas de libertinagem. E com toda prontidão Kierkegaard se lança contra o sistema hegeliano e faz isso em nome do indivíduo.
Para Kierkegaard, a única alternativa valida ao hegelianismo é constituída pelo indivíduo. Para Hegel o que conta, como na espécie biológica, não é o indivíduo, mas a humanidade. Porém o indivíduo - diz Kierkegaard - conta mais que a espécie: o indivíduo, insubstituível, irredutível, original, é a contestação e a refutação do sistema.
O indivíduo, em sua unicidade e irrepetibilidade, não pode ser eliminado por nenhum sistema, não pode ser homologado por nenhum conceito. E eis, então, que o indivíduo põe em xeque todas as formas de imanentismo e de panteísmo com as quais se tenta reabsorver o individual no universal. Deste modo o indivíduo se transforma no baluarte da transcendência: com esta categoria - escreve Kierkegaard – subsiste ou cai a causa do cristianismo; o indivíduo é e permanece a âncora que deve frear a confusão panteísta, é e permanece o peso com o qual podemos reprimi-la. 
A existência é possibilidade, possibilidade como ameaça do nada, possibilidade, portanto, como angustia. A angustia caracteriza a situação humana. Mas o importante é aprender na escola da angustia, compreender que a angustia forma. Ela de fato destrói todas as finitudes descobrindo todas as suas ilusões. E deste modo - anota Kierkegaard - que "Deus, que quer ser amado, desce com o auxilio das inquietações em busca do homem".

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