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MITOSE E MEIOSE CONTEÚDO 5 – DIVISÃO CELULAR: MITOSE E MEIOSE Durante a maior parte da vida da célula, o envelope nuclear é uma estrutura estável. No entanto quando a célula se divide, este envelope é fragmentado e os “pedaços” de membrana ficam associados aos poros. Ao término da divisão, quando os cromossomos já foram distribuídos para as células filhas, esta estrutura é novamente formada. Este período que antecede a divisão celular recebe o nome de interfase. Durante este período a célula apresenta intensa atividade celular, onde serão produzidos os elementos essenciais não apenas para manter as funções biológicas da célula, mas também para garantir a divisão celular. A interfase é dividida em três fases: Fase G1 É a fase onde a célula apresenta maior atividade metabólica. Neste período é observado altas taxas de transcrição e síntese proteica. O processo de transcrição é um evento nuclear responsável pela conversão do DNA em RNA, processo essencial para a expressão gênica. Como resultado deste processo são gerados três tipos de RNA que iram participar do processo de síntese proteica: a) o mRNA (RNA mensageiro) que contém a sequência de nucleotídeos que servirá de base para a síntese proteica; b) rRNA (RNA ribossômico) que fará parte da composição do ribossomo e, finalmente, c) tRNA (RNA transportador) que irá conduzir o aminoácido relativo ao códon existente no mRNA de acordo com a leitura do ribossomo. Todos os produtos da transcrição irão participar da síntese proteica, ou tradução. Neste último passo da expressão gênica temos a produção das proteínas, que são as macromoléculas com função biológica dentro da célula. Cada proteína tem sua sequência de aminoácidos geneticamente determinada. Ou seja, cada gene carrega consigo a “receita” de como e quando uma determinada proteína deve ser sintetizada e utilizada Muitas destas proteínas sintetizadas durante a fase G1 serão utilizadas na fase S Fase S É a fase de síntese, onde o DNA é duplicado para que a divisão celular (mitose) ocorra. Nesta fase os cromossomos serão duplicados e passarão a ter duas cromátides, as chamadas cromátides irmãs. As cromátides irmãs são cromátides idênticas, ou seja, possuem o mesmo conteúdo gênico. Estas cromátides precisam ser idênticas pois ao serem separadas durante a divisão celular devem garantir que cada célula filha receba o mesmo conteúdo gênico da célula mãe. Durante a fase S exista a duplicação da quantidade de DNA total da célula. Fase G2 Durante esta fase, a célula se prepara para a mitose, sintetizando componentes para a formação de centríolos e organização de microtúbulos que irão formar o fuso. FUNÇÃO REPRODUTIVA DA MITOSE EM HUMANOS A mitose é um processo que ocorre exclusivamente em células somáticas e gera um grande número de células, sendo portento um processo importante durante o desenvolvimento de um organismo pluricelular como o organismo humano. Cada célula gerada é um clone da mãe, pois possuem exatamente o mesmo material genético tanto em termos qualitativos como quantitativos. A mitose se inicia após o final da fase G2 e se caracteriza por quatro fases principais: profáse, metáfase anáfase e telófase. Prófase Marca o início da mitose. Caracteriza-se pelo rompimento do envoltório nuclear, liberando a cromatina, iniciando a sua condensação. Os centríolos começam a se movimentar e as fibras do fuso começam a se organizar em direção aos centrômeros dos cromossomos. Metáfase A cromatina já atingiu a condensação máxima, e por isto é chamada, normalmente de cromossomo. Os cromossomos estão alinhados no polo equatorial da célula e as fibras do fuso estão ligadas aos centrômeros dos cromossomos. Anáfase Nesta fase ocorre a separação das cromátides irmãs. As fibras do fuso se prendem ao centrômero. As fibras do fuso são formadas por microtúbulos que começam a se movimentar para as extremidades da célula separando as cromátides irmãs e garantindo que cada célula receba as mesmas informações genéticas da célula mãe. Telófase É a fase final da mitose. As cromátides irmãs já foram separadas e começam a retornar à forma de cromatina. O envoltório nuclear começa a se regenerar. O principal evento da telófase é a citocinese, ou seja, a divisão do citoplasma entre as duas células filhas geradas. As organelas voltam a ser produzidas e as atividades metabólicas da célula são retomadas. As células filhas geradas são geneticamente idênticas a célula mãe. Estas células entram novamente em interfase e retomam o ciclo celular para que um novo evento mitótico possa ocorrer. MEIOSE Consiste em duas divisões nucleares que reduzem o número de cromossomos pela metade em cada célula gerada. Ocorre primordialmente em organismos que fazem reprodução sexuada. A meiose resulta em apenas quatro descendentes que, normalmente, não sofrem outras replicações. A meiose é composta por duas fases: MEIOSE I e MEIOSE II As células geradas são HAPLÓIDES, ou seja, contém apenas um homólogo de cada par de cromossomos. Estas células haplóides são os gametas e a união de dois gametas gera o zigoto; uma célula DIPLÓIDE. Podemos atribuir à meiose as seguintes funções: a) reduzir o número de cromossomos diplóides para haploides; b) garantir que cada um dos produtos haplóides possua o conjunto completo de cromossomos e c) promover a diversidade genética. MEIOSE I A primeira divisão meiótica reduz o número de cromossomos Características: · Cromossomos homólogos pareia em toda sua extensão do comprimento · Este processo se inicia durante a Prófase I e se prolonga até o final da Metáfase I · É durante esta fase que ocorre a variabilidade genética – crossing over - pois pode ocorre a troca de regiões entre os cromossomos homólogos. Os cromossomos homólogos se separam após a Metáfase I. É um processo demorado, podendo duras desde horas ate semanas ou anos. Células de testículos passam cerca de uma semana em prófase I e levam um mês para completar o ciclo meiótico. Nos óvulos, a prófase I começa antes do nascimento e termina durante o ciclo ovariano mensal. Os cromossomos homólogos se separam na anáfase I. Cada cromossomo individualizado consiste em duas cromátides. Cada núcleo – filho desta divisão é HAPLÓIDE, ou seja, contém apenas um conjunto de cromossomos e não os dois conjuntos presentes no núcleo diplóide original. MEIOSE II A meiose II separa as cromátides irmãs. É um processo semelhante à mitose, porém, na meiose II a replicação do material genético ocorreu antes da Prófase I. Características · As cromátides não são idênticas. · O número de cromossomos na placa equatorial é menor na meiose II do que na mitose. O resultado da meiose II é quatro núcleos haplóides, uma conseqüência do crossing over e da separação dos cromossomos homólogos na meiose. Os produtos são geneticamente diferentes, pois durante a sinapse os cromossomos maternos interagem com os paternos. O crossing – over permite a recombinação do material genético A separação dos cromossomos homólogos é ao acaso, gerando variabilidade genética. Enquanto a mitose é um evento quantitativo, a meiose é um evento qualitativo. BIBLIOGRAFIA DE ROBERT´S, EM, HIBS, J. De Robertis Bases da biologia celular e molecular. Ed. Guanabara Koogan. 16 ed. 2014. ALBERTS, B. & BRAY, D. & LEWIS, J. & RAFF, M. & ROBERTIS, K. & WATSON, J.D. Biologia molecular da célula. Ed. Guanabara Koogan. 4 ed. 2004. JUNQUEIRA LC, CARNEIRO J. Biologia celular e molecular. Editora Guanabara Koogan 9 ed. 2012. CARVALHO, HF, RECCO-PIMENTEL, SM. A célula. Editora Manole. 2ed. 2007 TORTORA, GERARD J. Corpo humano, fundamentos de anatomia e fisiologia, Editora Artmed. 12ed. 2013.
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