Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Unidade 2 Estudo do Aparelho Musculoesquelético 1. OBJETIVOS Conhecer os componentes do sistema musculoesquelético. Identificar as funções gerais do sistema musculoesquelético. Analisar as principais funções dos componentes do sistema musculoesquelético. Classificar os ossos, junturas e músculo em uma visão geral do corpo humano. Compreender a importância do sistema musculoesquelético para a locomoção humana. 2. CONTEÚDOS Sistema esquelético: ossos, seus principais componentes e suas funções. Sistema articular ou junturas: articulações, seus principais componentes e suas funções. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Sistema muscular ou miologia: músculos esqueléticos estriados, seus componentes e suas funções. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Na Unidade 1, discutimos os termos de relação e comparação utilizados para o direcionamento das estruturas que formam os sistemas do corpo humano. Dando continuidade aos nossos estudos, analisaremos o aparelho locomotor, constituído pelos sistemas esquelético, articular e muscular. 2) É muito importante que você tenha apreendido o conteúdo da Unidade 1, para que possamos estudar as próximas unidades, pois todas precisam deste conhecimento prévio. Caso você tenha dúvidas, leia o conteúdo novamente e peça ajuda a seu tutor e a seus colegas. 3) É igualmente importante que você tenha entendido a definição de planos e eixos anatômicos, os movimentos realizados em cada eixo e os planos referentes às articulações, especialmente as sinoviais, que serão tratadas novamente no estudo da anatomia neuromuscular e na cinesiologia, nos próximos semestres. Se você tem alguma dúvida sobre esta abordagem, leia o conteúdo novamente e peça ajuda a seu tutor e a seus colegas. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira 4) Não deixe de analisar as figuras e vídeos para a identificação, especialmente das estruturas que formam o aparelho locomotor, como os esqueletos que formam o sistema esquelético, os tipos de junturas sinoviais e as definições de origem e inserção muscular. 5) Responda às questões avaliativas ao final de cada unidade, para fixar os conteúdos e detectar suas dúvidas. 6) Pesquise em livros, artigos científicos e na internet o assunto tratado nesta unidade e nas demais. Se encontrar algum ponto interessante, disponibilize-o na lista ou no fórum para seus colegas. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Nesta segunda unidade inicialmente faremos uma abordagem geral da osteologia, que é o estudo sobre os ossos do corpo humano. Analisaremos a composição dos ossos, suas funções, suas classificações e o nome dos principais ossos do nosso corpo. Os ossos são denominados com a parte fixa do aparelho locomotor para que ocorra a origem e inserção dos músculos esqueléticos e dos ligamentos das articulações sinoviais Podemos afirmar, de um modo geral, que o aparelho locomotor é responsável pela locomoção, proteção dos indivíduos contra agressões externas, de forma que o seu conhecimento é importante na prática de atividades físicas. Com o estudo desta unidade, esperamos que o aluno reconheça as principais características do aparelho locomotor, CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira como o nome dos principais ossos do esqueleto axial e apendicular superior e inferior, as junturas sinoviais (responsáveis pelo movimento humano) e a classificação dos músculos esquelético para favorecer a compreensão dos movimentos corporais e, consequentemente, as aplicações desse conhecimento à sua pratica profissional. 5. OSTEOLOGIA Vamos realizar nesta unidade o estudo dos ossos do corpo humano. Junto com as cartilagens, eles fazem parte do sistema esquelético. Os ossos são articulados ou conectados em conjuntos pelas articulações. São formados principalmente de tecido conjuntivo. Este tecido está presente em todos os ossos e, quando exposto ao cálcio, forma um tecido rígido e semiflexível. Em um humano adulto, podemos encontrar cerca de 206 ossos, porém, por critério de contagem e dos fatores a seguir, podem haver mudanças à quantidade de ossos: Idade: este fator está diretamente relacionado com a quantidade de cartilagem e ossos do corpo do indivíduo. Os ossos de um recém-nascido apresentam grande quantidade de cartilagem, pois sua calcificação irá evoluir até que o indivíduo adulto apresente todos os ossos calcificados e rígidos. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Indivíduo: na anatomia humana é muito comum comentar sobre variação anatômica. A variação nada mais é do que uma mudança do padrão anatômico conhecido de um indivíduo, que poderá apresentar menos ou mais ossos do que o normal. Os ossos ainda são revestidos por uma camada de tecido fibroso, o periósteo. Este tecido circunda toda a região do osso, exceto em suas extremidades articulares, pois nesta região encontra-se o tecido cartilaginoso ou pericôndrio. Este é composto principalmente de tecido conjuntivo, responsável principalmente por gerar uma redução no atrito entre os ossos, absorvendo os impactos juntamente com as camadas ósseas. As duas camadas de revestimento citadas têm a função de nutrir o tecido ósseo, visto que o tecido cartilaginoso é avascular (não possui circulação sanguínea), sendo nutrido pelo líquido sinovial. Este liquido é produzido pela membrana sinovial que esta em contato com a cavidade articular e é responsável pela a sua produção. Os ossos, em uma vista microscópica, são diferenciados em duas regiões. Sua região mais externa é constituída de um tecido mais rígido, firme, sem espaços ou trabéculas, chamado de substância compacta. No seu interior, o osso apresenta uma região mais espaçada, com trabéculas mais sensíveis a impactos, chamado de substância esponjosa. É válido ressaltar que a proporção dessas substâncias muda, tornando-se moldáveis conforme a função exigida pelo osso. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira 6. ESQUELETO HUMANO É um conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo humano e desempenhar várias funções, tais como: 1) proteção: para órgãos como o coração e os pulmões, as estruturas nervosas do encéfalo e a medula espinhal; 2) sustentação: de todas as partes moles, possibilitando a modelagem do corpo; 3) sistema de alavancas: as massas musculares inserem em sua superfície, possibilitando o deslocamento do corpo; armazenamento de íons: Ca+ e P+; 4) hematopoiese: produção de células específicas do sangue; 5) armazenamento de tutano: gordura armazenada nos ossos longos. 7. TIPOSDE ESQUELETOS Nos animais podemos encontrar dois tipos de esqueleto: exoesqueleto: recobre externamente o corpo de algumas espécies de animais e insetos. Exemplos: joaninha, besouro, gafanhoto, o casco do tatu e da tartaruga, entre outros. endoesqueleto: é o mais comum dos esqueletos e pode ser encontrado na maioria dos animais. Na espécie humana, sua estrutura pela evolução migrou para dentro do corpo, sendo recoberto por CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira camadas de pele. Exemplos: macacos, cavalos, pássaros, entre outros. Podemos ainda encontrar as seguintes nomenclaturas sobre os tipos de esqueleto: 1) esqueleto articulado: quando há a união entre os ossos; 2) esqueleto desarticulado: quando os ossos estão separados, geralmente encontrados nos laboratórios de anatomia para estudo individual de cada estrutura; 3) esqueleto articulado natural: quando as uniões dos ossos são feitas por tecidos do próprio corpo (articulações íntegras); 4) esqueleto articulado artificial: quando os ossos são unidos por peças metálicas (encontrado geralmente em esqueletos sintéticos); 5) esqueleto articulado misto: quando há a utilização de peças não autólogas, ou seja, de indivíduos diferentes, ou misturando peças artificiais com naturais, como hortenses, próteses, entre outros, e articulações autólogas, de um mesmo indivíduo ou tipo. 8. CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS O sistema esquelético é subdividido em esqueleto axial e esqueleto apendicular. A porção mediana, ao longo do eixo longitudinal, é composta pelos ossos da cabeça, do pescoço e do tronco e é CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira chamada esqueleto axial. Para enriquecer ainda mais seu estudo e compreensão, assista ao vídeo 46 – que fala sobre o esqueleto axial. Ligados a esta porção mediana por meio de cinturas, cíngulo ou raiz, encontramos os membros (superiores e inferiores), que constituem o esqueleto apendicular, que pode ser visualizado no vídeo “Esqueleto Apendicular Superior” e no vídeo “Esqueleto Apendicular Inferior” ao final deste CRC. Esqueleto axial: 80 ossos O esqueleto axial forma o eixo do corpo humano, isto é, a sua porção mediana, constituída pelos ossos do crânio, da cavidade torácica e da coluna vertebral, como a seguir: 1) cranioneural (8 ossos): frontal, parietal, occipital, temporais, esfenoide e etmóide. 2) craniovisceral (14 ossos): nasais, lacrimais, maxilares, zigomáticos, palatinos, conchas nasais inferiores, mandíbula e vômer. Observe as Figuras 1A e 1B. Com o objetivo de fixar tais conceitos, assista ao vídeo “Ossos da cabeça”. Figura 1A e 1B Ossos do neurocranio e viscerocranio 3) hióide (1 osso) e audição (6 ossos). 4) coluna vertebral: vértebras cervicais (7) – Figura 2: a) 1ª vértebra cervical (C1 ou atlas); b) 2ª vértebra cervical (C2 ou áxis); CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira c) 3ª vértebra cervical (C3); d) 4ª vértebra cervical (C4); e) 5ª vértebra cervical (C5); f) 6ª vértebra cervical (C6); g) 7ª vértebra cervical (proeminente ou C7). Figura 2 Vértebra cervical vértebras torácicas (12) – Figura 3: a) 1ª vértebra torácica (T1); b) 2ª vértebra torácica (T2); c) 3ª vértebra torácica (T3); d) 4ª vértebra torácica (T4); e) 5ª vértebra torácica (T5); f) 6ª vértebra torácica (T6); g) 7ª vértebra torácica (T7); h) 8ª vértebra torácica (T8); i) 9ª vértebra torácica (T9); j) 10ª vértebra torácica (T10); k) 11ª vértebra torácica (T11); l) 12ª vértebra torácica (T12). Figura 3 Vértebra torácica CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira vértebras lombares (5) – Figura 4: a) 1ª vértebra lombar (L1); b) 2ª vértebra lombar (L2); c) 3ª vértebra lombar (L3); d) 4ª vértebra lombar (L4); e) 5ª vértebra lombar (L5). Figura 4 Vértebra lombar vértebras sacrais (S1-5, fundidas), como pode-se observar na Figura 5. Figura 5 Vértebra sacral ou osso sacro vértebras coccígeas (5 fundidas): - 1ª vértebra coccígea (5); - 2ª vértebra coccígea; - 3ª vértebra coccígea; - 4ª vértebra coccígea. Para que você possa visualizar e ouvir os comentários em relação à coluna vertebral, assista aos vídeos (Vértebra Athas, Vértebra Áxis, Vértebra Cervical, Vértebra Torácica e Vértebra Lombar) disponibilizados em seu Material Didático Mediacional da disciplina Anatomia Humana Geral do curso de Bacharelado em Educação Física. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira 5) caixa torácica (24 costelas): 7 costelas verdadeiras (1ª-7ª); 3 falsas (8ª-10ª); 2 flutuantes (11ª-12ª). 6) esterno (1), ilustrado na Figura 6; Figura 6 Ossos da caixa torácica 7) esqueleto apendicular (126 ossos); 8) membro superior (64 ossos); 9) raiz ou cintura escapular (escápula e clavícula), na qual podemos visualizar na Figura 7; Figura 7 Ossos da cintura escapular 10) braço (úmero) – (Figura 8); Figura 8 Osso do braço 11) antebraço (rádio e ulna). Observe o antebraço, nas Figuras 9 e 10. Figuras 9 e 10 Ossos do antebraço 12) mão (8 carpos, 5 metacarpos, 14 falanges) como mencionada nas Figuras 11, 12 e 13. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Figuras 11, 12 e 13 ossos da mão 13) membro inferior (62); 14) raiz ou cintura pélvica (2 ossos do quadril ou púbis). Veja Figura 14. Figura 14 Ossos da cintura pélvica 15) coxa (fêmur), ilustrada na Figura 15. Figura 15 Osso da coxa 16) patela (Figura 16). Figura 16 Osso patela 17) perna (tíbia e fíbula), como podemos observar nas Figuras 17 e 18. Figuras 17 e 18 Ossos da perna 18) pé (7 tarsos, 5 metatarsos e 14 falanges) – Figuras 19, 20 e 21. Figura 19, 20 e 21 Ossos do pé CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Para a construção do seu conhecimento nesta disciplina, é importante que os vídeos (Ossos Costelas, Ossos Esternos, Esqueleto Apendicular Superior, Cintura Escapular, Ossos do Braço, Ossos do Antebraço, Ossos do Esqueleto Apendicular Inferior, Cintura Pélvica, Fêmur e Joelho, Coxa e Joelho e Ossos da Perna), disponibilizados neste Material didático, sejam analisados e compreendidos, com a finalidade de um melhor entendimento do texto apresentado. 9. NÚMERO DE OSSOS O desenvolvimento orgânico completa-se no individuo adulto, idade na qual o esqueleto humano está composto de aproximadamente 206 ossos. Conforme alguns fatores, como fatores etários (do nascimento à senilidade o número diminui) e fatores individuais (persistênciada divisão de alguns ossos, ossos extranumerários ou supranumerários), o número total de ossos do esqueleto humano pode sofrer variações. 10. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS Para classificarmos os ossos morfologicamente, devemos utilizar a predominância de uma das dimensões do osso (comprimento, largura e espessura) sobre as outras duas. Ossos longos O comprimento predomina sobre a largura e a espessura. Apresenta um canal medular em seu interior e também possui CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira como característica a presença de duas extremidades chamadas epífises, ligadas por um corpo denominado diáfise. O desenvolvimento completo do osso longo ocorre antes dos 21 anos. É possível visualizar entre as epífises e a diáfise uma zona cartilaginosa denominada de disco epifisial ou epifisário, responsável pelo crescimento do osso em comprimento. Como exemplo de ossos longos, temos: clavícula, rádio, fíbula, metacarpo etc. Alguns autores subdividem os ossos longos em ossos alongados, que são os ossos onde o comprimento excede a largura e a espessura, mas não apresentam canal medular, como no caso da costela. Ossos curtos Nos ossos curtos existe uma equivalência de suas três dimensões. Exemplo: ossos do carpo e ossos do tarso. 1) ossos planos ou laminares: são os ossos onde o comprimento e a largura se equivalem, predominando sobre a espessura. Exemplo: osso da calota craniana (frontal, parietal e occipital), escápula e osso do quadril. 2) ossos irregulares: são os ossos que apresentam uma caracterização muito específica ou complexa. Exemplo: vértebras, temporal, mandíbula, maxila etc. 3) pneumáticos: são ossos que geralmente possuem morfologia irregular, contendo no seu interior uma ou mais cavidades, revestidas de mucosa e contendo ar. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Exemplos: seios paranasais, maxila, esfenoide, etmoide, o temporal e o frontal. 4) sesamoides: são ossos que se desenvolvem na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa de certas articulações. Exemplo: patela. Alguns ossos são classificados em mais de um grupo, devido a suas peculiaridades. Exemplo: o osso frontal é um osso plano e pneumático, a maxila é irregular e pneumática. 11. O OSSO E SUAS ESTRUTURAS Em cada osso que iremos estudar, encontraremos várias estruturas, chamadas acidentes ósseos. Elas são importantes porque cada acidente ósseo é responsável por alguma origem ou inserção de músculo, ligamento, tendão, cápsula articular, além de também dar apoio para vasos sanguíneos. Conforme Moore (2006), os acidentes ósseos podem ser classificados em: 1) capítulo: cabeça articular pequena e arredondada. Exemplo: capítulo do úmero. Observe a Figura 22. Figura 22 Capítulo 2) côndilo: local arredondado em pares. Exemplo: côndilo tibial, como mostra a Figura 23. Figura 23 Côndilo 3) crista: crista do osso. Exemplo: crista ilíaca. Podemos observar essa classificação na Figura 24. Figura 24 Crista CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira 4) epicôndilo: estrutura encontrada acima de um côndilo. Exemplo: epicôndilo medial do úmero (Figura 25). Figura 25 Epicôndilo 5) fóvea (Figura 26): região plana ou com uma leve depressão, geralmente recoberta por cartilagem articular. Exemplo: fóvea da cabeça do rádio. Figura 26 Fóvea 6) forame: canal através de um osso. Exemplo: forame obturado. Para melhor compreensão, observe a Figura 27. Figura 27 Forame 7) fossa: área que apresenta uma depressão. Exemplo: fossa olecraniana. Veja a Figura 28. Figura 28 Fossa 8) sulco (Figura 29): depressão ou escavação alongada. Exemplo: sulcos intertuberculares do úmero. Figura 29 Sulco 9) cabeça: extremidade articular grande e arredondada. Exemplo: cabeça do fêmur. Veja Figura 30. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Figura 30 Cabeça 10) linha: elevação linear. Exemplo: linha pectínea do fêmur. Para enriquecer seu estudo, observe a linha pela Figura 31. Figura 31 Linha 11) maléolo (Figura 32): processo arredondado. Exemplo: maléolo tibial. Figura 32 Maléolo 12) incisura (Figura 33): entalhe na borda de um osso. Exemplo: incisura isquiática maior. Figura 33 Incisura 13) protuberância (Figura 34): local específico elevado. Exemplo: protuberância occipital externa. Figura 34 Protuberância 14) espinha (Figura 35): processo semelhante a um espinho. Exemplo: espinha da escápula. Figura 35 Espinha 15) processo espinhoso (Figura 36): parte que se projeta semelhante a um espinho. Exemplo: processo espinhoso de uma vértebra. Figura 36 Processo espinhoso CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira 16) trocânter (Figura 37): elevação grande e arredondada. Exemplo: trocânter maior do fêmur. Figura 37 Trocânter 17) tróclea (Figura 38): processo articular arredondado que possui movimentos de deslizamento parecidos com o de uma roldana. Exemplo: tróclea do rádio. Figura 38 Tróclea 18) tubérculo (Figura 39): estrutura elevada, porém pequena. Exemplo: tubérculo maior do úmero. Figura 39 Tubérculo 19) tuberosidade (Figura 40): região com algumas ranhuras levemente elevadas. Exemplo: tuberosidade isquiática. Figura 40 Tuberosidade 12. INERVAÇÃO E VASCULARIZAÇÃO ÓSSEA Os ossos, diferentemente da cartilagem articular, são ricamente vascularizados graças a um ou mais forames em cada corpo ósseo, responsáveis por levar artérias e veias para seu interior. Pelo forame nutrício podemos encontrar a artéria nutrícia e a veia nutrícia. Ao longo dos ossos do tipo longo, as artérias CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira se divide formando vários ramos longitudinais, que irão irrigar não apenas a medula óssea, mas também as regiões onde podemos encontrar as substâncias esponjosa e compacta. Porém, os ossos não são vascularizados apenas pela artéria nutrícia. O periósteo, como já citado, é uma estrutura ricamente vascularizada e envia vários ramos de suas artérias para a região externa do osso, sendo a principal fonte de nutrientes para as regiões de substância compacta. Estes ramos, provenientes das artérias periosteais, passam por um sistema de canais dentro do osso compacto chamado Sistema de Hanvier. Estes canais facilitam a entrada das artérias e veias que irão conduzir o sangue. O osso mais vascularizado que podemos encontrar no corpo humano é o osso do quadril. Por outro lado, sua inervação óssea é totalmente escassa, encontrada apenas no periósteo. Fraturas ósseas simples em que não há lesão no periósteo não provocam dor, agravando ainda mais o quadro da fratura. Já o periósteo, por sua vez, é altamente sensível por sua vasta inervação a tensões e rupturas.13. ARTROLOGIA GERAL OU JUNTURA GERAL Articulações ou junturas são uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto, permitindo, por meio de suas estruturas, uma combinação de força e flexibilidade. Quando dizemos que um osso se articula com outro, isso significa que os dois ossos formam uma articulação, ou seja, uma articulação é um ponto de contato entre os ossos e suas respectivas cartilagens. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Por meio de suas formas estruturais, as articulações promovem tanto movimentos livres como muitos ajustados. No entanto, quanto mais “apertada” a articulação, o movimento se torna mais restrito, e quanto mais frouxa a articulação, há maior tendência ao deslocamento dos ossos articulares. A movimentação da articulação depende das estruturas dos ossos, da tensão ligamentar e muscular. As articulações podem ser classificadas estruturalmente, com base em suas características anatômicas e funcionais, por meio dos tipos de movimentos que elas permitem. 14. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ARTICULAÇÕES A classificação das articulações baseia-se na presença ou ausência de uma cavidade articular (espaço entre os ossos) quanto ao tipo de tecido conjuntivo que mantém os ossos juntos. As articulações podem ser classificadas em três tipos, levando-se em consideração os critérios estabelecidos, como: a presença de tecido conjuntivo fibroso; a união dos ossos; a presença ou não da cavidade articular. Dentre essas especificações, temos as classificações que seguem. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Articulações fibrosas Nas articulações fibrosas, os ossos são mantidos juntos por um tecido conjuntivo fibroso. Este tipo de articulação merece destaque por não apresentar uma cavidade articular e, por consequência, não permitir o movimento (sinartrose). Existem três tipos de junturas fibrosas: Sindesmose A sindesmose é um tipo de juntura fibrosa sendo caracterizada por suas faces articulares dos seus ossos apresentado uma distância entres eles que será unida por um tecido fibroso e deste modo é possível muito pouco movimentos. Um exemplo de sindesmose é a articulação distal entre a tíbia e a fíbula (articulação tibiofibular) e entre o Radio e a Ulna, como mostra a Figura 41. Este tipo de articulação é classificada como uma anfiartrose, por permitir uma leve amplitude de movimento. Figura 41 Sindesmose Na classificação funcional, estas articulações não apresentam movimentos, ou seja, elas são imóveis, pois não apresentam cavidade articular e o elemento de união não é um líquido, mas um tecido conjuntivo fibroso. Sutura A sutura é uma articulação que apresenta uma fina camada de tecido conjuntivo fibroso denso. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira As suturas unem os ossos do crânio. Possuem margens irregulares que proporcionam força adicional ao encaixe, diminuindo a chance de fraturas. Na classificação funcional, este tipo de juntura é classificada como sinartrose, devido à ausência de mobilidade, apresentando um tecido conjuntivo fibroso e não uma cavidade articular. Divide-se em: 1) sutura denteada: determinada pelas saliências em forma de dentes. Encontrada entre os ossos parietais. 2) sutura serreada (Figura 42): suas bordas ósseas são em forma de um serra. Encontrada entre as duas porções dos ossos frontais. Figura 42 Sutura serreada 3) sutura plana (Figura 43): a borda dos ossos que se articulam dispõem-se de forma retilínea. Encontrada entre as maxilas ou entre as partes horizontais dos ossos palatinos. Figura 43 Sutura plana 4) sutura escamosa (Figura 44): determinada pela margem dos ossos em forma de escamas e pela linha semicircular, separando os ossos parietais da porção superior do temporal. Figura 44 Sutura escamosa Gonfose CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira A gonfose também é chamada de articulação em cavilha. É caracterizada pelo seu encaixe ser de forma cônica, ou seja, uma estrutura em forma de um cone se encaixa em uma cavidade. Um exemplo desse tipo de articulação está presente nas raízes dos dentes com os encaixes dos processos alveolares das maxilas e da mandíbula. Nesse tipo de articulação, existe um interposto entre a raiz do dente e seu encaixe em um tecido conjuntivo fibroso denso. Esta articulação é classificada funcionalmente como uma sinartrose, por não apresentar movimentações significativas. Funcionalmente, estas articulações são imóveis, pois não apresentam cavidade articular (espaço entre os ossos) e o elemento de união é um tecido conjuntivo fibroso. Articulações cartilaginosas É o tipo de articulação em que nas extremidades ósseas dos ossos articulantes, está presente uma fina estrutura chamada de cartilagem (fibrocartilagem ou cartilagem hialina). Nesta os ossos são fortemente unidos, permitindo assim pouco ou nenhum movimento. Os dois tipos de articulação cartilaginosa são: Sincondrose A sincondrose (Figura 45) é um tipo de articulação em que a união dos ossos articulantes é feita pela cartilagem hialina (cartilagem epifisial). É classificada como articulação sinartrose. Esta é temporária, porque a cartilagem é convertida em uma estrutura óssea antes mesmo da idade adulta. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira A sincondrose está presente na epífise de crescimento com a junção da diáfise dos ossos longos, entre o osso occipital e o esfenoide, na fase do nascimento (sincondrose esfeno- occipital), e também entre as dez primeiras costelas e suas respectivas cartilagens costais. Figura 45 Sincondrose Na classificação funcional, esta articulação é imóvel, pois não apresenta cavidade articular o elemento de união não é um líquido, mas composto por tecido conjuntivo fibrocartilaginoso e cartilagem hialina. Sínfise A sínfise (Figura 46) é determinada devido às extremidades dos ossos articulantes serem cobertas por cartilagem hialina, porém, nesta existe um disco largo (disco fibrocartilaginoso) interposto entre os ossos articulantes. Estes discos, por serem compressíveis, permitem que a sínfise absorva impactos. Exemplos de sínfise púbica: entre as superfícies anteriores dos ossos do quadril, por meio do disco interpúbico, e a articulação entre os corpos vertebrais, pelo disco intervertebral. Esta última articulação é classificada funcionalmente como uma anfiartrose, ou seja, uma articulação levemente móvel. Figura 46 Sínfise Na classificação funcional, estas articulações são imóveis, pois não apresentam cavidade articular e o elemento de união CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira não é um líquido, mas composto de tecido conjuntivo fibrocartilaginoso e cartilagemhialina. Articulações sinoviais As articulações sinoviais diferem-se das demais articulações devido à presença da cavidade articular entres os ossos articulantes. Por isso, a movimentação desse tipo de articulação ocorre livremente em seus planos articulares, sendo considerada uma diartrose. Estas articulações apresentam estruturas que agem na manutenção fisiológica, mecânica e funcional, listadas a seguir: Para entender melhor sobre as articulações sinoviais, assista ao vídeo “Estruturas Básicas da Juntura Sinovial”, neste material didático. cartilagem articular (Figura 47): recobre, por meio da cartilagem hialina, os ossos articulantes, agindo na diminuição dos impactos entres os ossos no decorrer de uma movimentação e na absorção de choques. Figura 47 Cartilagem articular cápsula articular (Figura 48): circunda uma articulação sinovial, envolvendo a cavidade articular e unindo os ossos articulantes. A cápsula articular é composta por duas camadas, a membrana fibrosa e a membrana sinovial. A membrana fibrosa, que se encontra externamente ao osso e se fixa no periósteo dos ossos CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira articulantes, promove uma grande proteção a essa estrutura porque as fibras da cápsula articular têm a capacidade de oporem resistência a uma tensão, além de possuírem uma amplitude fisiológica. A outra camada, a membrana sinovial (Figura 49), tem como principal função a secreção da sinóvia, um fluido viscoso que reduz o atrito lubrificando a articulação, nutrindo a cartilagem articular e removendo os metabólitos do interior da cartilagem articular. Figura 48 Cápsula articular Figura 49 Membrana sinovial cavidade articular (Figura 50): espaço presente entre as duas extremidades ósseas que permite uma movimentação livre dessas articulações. Figura 50 Cavidade articular Elementos anexos das articulações sinoviais As principais articulações sinoviais podem conter um ou mais elementos anexos. Veja, a seguir: ligamentos: os ligamentos intracapsulares se encontram dentro da cápsula articular e os ligamentos extracapsulares, fora. Agem na manutenção da fisiologia articular normal entre os ossos. São compostos por feixes de colágenos e CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira elastina, que permitem, respectivamente, resistência e leve elasticidade. bursas: são pequenas quantidades de fluidos embolsados entre os tendões e os ossos, com a função de diminuir o atrito entre os tendões e os músculos sobre as proeminências ósseas, além de acolchoar o movimento das estruturas corporais. discos articulares ou meniscos: são coxins de fibrocartilagem situados entre as faces articulares dos ossos. Fixam-se à cápsula articular, permitindo que dois ossos de formas diferentes se encaixem mais firmemente. Ajudam na manutenção da estabilidade da articulação e auxiliam no fluxo da sinóvia. O exemplo mais comum desse tipo de estrutura são os meniscos do joelho. Classificação morfológica das articulações sinoviais Os movimentos articulares dependem dos tipos de estruturas articulares. No entanto, as diferentes faces articulares variam e, por esse motivo, diversos tipos de movimento são permitidos por essas articulações. Devido a esse fator, as articulações sinoviais são divididas em subgrupos: 1) articulação plana ou juntura sinovial plana (Figura 51): permite somente movimentos deslizantes de um lado para o outro ou para a frente e para trás, devido às faces articulares dos ossos serem planas ou levemente curvas. A limitação desse tipo de movimento é feita pelos ligamentos ou processos CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira ósseos dispostos ao redor da articulação. Exemplos: articulações intercarpais, esternoclaviculares e as articulações acromioclaviculares. Figura 51 Juntura sinovial plana 2) articulação gínglimo ou juntura sinovial gínglima (Figura 52): ocorre devido ao encaixe de uma extremidade óssea convexa com outra côncava. Esta articulação permite movimentos em um único plano articular, com movimentos angulares de abertura e fechamento similares aos de uma dobradiça. Exemplos: articulações do joelho, cotovelo, tornozelo e interfalangianas. Figura 52 Juntura sinovial gínglima 3) articulação trocóidea ou juntura sinovial trocóidea (Figura 53): é caracterizada por uma superfície esferoide ou pontiaguda de um osso que se articula com um anel formado por outro osso e por ligamentos. Permite um movimento de rotação em torno de seu próprio eixo. Exemplos: articulação atlantoaxial, que permite a movimentação da cabeça e radioulnar, que permite a rotação da palma da mão para cima e para baixo. Figura 53 Juntura Sinovial Trocóide 4) articulação elipsóideas ou condilar (também conhecida como juntura sinovial condilar (Figura 54): CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira estrutura convexa de um osso que se articula com um osso côncavo. Permite movimentos para cima e para baixo e de um lado para o outro. Exemplos: articulação do pulso e articulações metacarpofalangeanas. Figura 54 Juntura sinovial condilar 5) articulação selar ou juntura sinovial selar (Figura 55): similar a um cavaleiro montado em seu cavalo, uma articulação em forma de sela se articula com outra por meio de um encaixe. Permite movimentos de um lado para o outro, para cima e para baixo. Exemplo: articulação carpometacárpica do trapézio com o metacarpo do polegar. Figura 55 Juntura sinovial selar 6) articulação esferóide ou juntura sinovial esferóide (Figura 56): ocorre onde uma face articular esférica (em forma de uma esfera) se encaixa em uma depressão ou cavidade de outro osso. Exemplos: no ombro, entre o úmero e a cavidade glenoide, e no osso do quadril, entre o fêmur e o acetábulo. Figura 56 Juntura sinovial esferóide Classificação funcional das articulações O primeiro critério para as articulações sinoviais é que elas permitem grande mobilidade e apresentam a cavidade articular (superfície articular de uma articulação) juntamente com o líquido sinovial. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Um segundo critério é a quantidade de eixos anatômicos que essas articulações utilizam para realizar seus movimentos. Este critério pode ser denominado de classificação funcional. Dessa forma, as articulações podem ser classificadas em: monoaxial: quando a movimentação ocorre apenas em torno de um eixo, apresentando um único grau de liberdade. Exemplos: articulação do cotovelo, que permite somente movimentos de flexão e extensão, e articulações do tipo gínglimo e trocoide. biaxial: quando a movimentação é sustentada em torno de dois eixos, apresentando dois graus de liberdade. Exemplos: articulações condilar e selar, que realizam movimentação de extensão, flexão, adução e abdução. A articulação condilar esta localizada no punho ou na Articulação Temporomandibular (ATM) já a articulaçãoSelar esta localizada no polegar. triaxial: quando a movimentação é sustentada em torno de três eixos, apresentando, portanto, três graus de liberdade. Exemplo: articulações do tipo esferoide, no ombro e no quadril, que apresentam movimentação de flexão, extensão, abdução, adução e rotação. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Caso julgue necessário, reveja as figuras sobre a classificação morfológica ou anatômica das articulações sinoviais. Classificação quanto ao número de superfície articular Nesta classificação, levamos em consideração o número de contato da superfície articular que participa da articulação. São dois tipos: articulação sinovial simples: ocorre quando somente um par de superfícies articulares se faz presente. Exemplo: articulação interfalangiana, entre as falanges proximal e distal do polegar. articulação sinovial composta: ocorre quando há mais de duas superfícies articulares. Exemplo: articulação do cotovelo (contato da superfície articular do úmero com a ulna e o rádio). articulação complexa: ocorre quando há presença do disco articular ou de um menisco que se interpõe as superfícies articulares, dividindo a cavidade articular parcialmente. Exemplos: articulação do joelho e articulação temporomandibular (ATM). Tipos de movimentos das articulações sinoviais As articulações sinoviais apresentam uma movimentação característica, relacionada à direção do movimento ou à relação CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira de estruturas no decorrer do movimento. Estes tipos de movimentos se dividem em: 1) deslizamento: é quando uma articulação com superfície plana se movimenta de um lado para o outro, para trás e para frente. Essa amplitude de movimento é limitada pelas estruturas que promovem um mau encaixe articular. Este tipo de articulação não apresenta um eixo de movimentação. 2) movimentos angulares: são caracterizados por alterações dos ângulos articulares no decorrer da execução do movimento. Os principais movimentos angulares são: f) flexão: neste tipo de movimento, ocorre uma diminuição do ângulo dos ossos articulantes e há aproximação entre as estruturas. Exemplos: a inclinação da cabeça rumo ao peito, a movimentação do úmero para frente (na flexão ombro) e a movimentação do fêmur para a frente (na flexão do quadril). g) extensão: neste tipo de movimento ocorre um aumento do ângulo dos ossos articulantes e um afastamento das estruturas. Exemplos: a inclinação da cabeça para trás, a movimentação do úmero para trás (extensão do ombro) e a movimentação do fêmur para trás (extensão quadril). h) abdução: movimentação realizada afastando o segmento da linha mediana do corpo (linha que CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira divide o corpo em duas partes). Os principais exemplos desse caso são a movimentação lateral do úmero para cima (abdução do ombro) e a movimentação lateral do fêmur para cima (abdução do quadril). i) adução: movimentação realizada aproximando o segmento da linha mediana do corpo. O principal exemplo desse caso é a movimentação medial do úmero em direção à linha mediana do corpo (adução do ombro) e a movimentação medial do fêmur para em direção à linha mediana do corpo (adução do quadril). j) circundação: movimentação de forma circular da parte distal de um segmento do corpo. Esta é mais limitada na articulação do quadril, devido à grande tensão muscular e ligamentar. k) rotação: este movimento ocorre quando um osso gira ao redor de seu próprio eixo. Exemplo: rodar a cabeça de um lado para o outro, para expressar uma negativa. 3) movimentos especiais: movimentos restritos somente a algumas articulações: a) elevação: movimentação para cima de um segmento do corpo. Exemplo: fechar a boca e encolher os ombros (eleva escápula). b) depressão: movimentos para baixo de um segmento do corpo. Exemplo: abrir a boca CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira (deprime a mandíbula) ou abaixar os ombros (deprime a escápula). c) protração: movimento para frente de um segmento do corpo. Exemplo: quando cruza os braços (anterioriza as clavículas) ou quando empurra a mandíbula para a frente. d) retração : movimento para trás de um segmento do corpo. Exemplo: quando se empurra a mandíbula para trás. e) inversão: medialização da planta do pé. Exemplo: quando as plantas dos pés ficam voltadas uma para a outra. f) eversão: lateralização da planta do pé. Exemplo: quando as plantas dos pés ficam voltadas para fora. g) dorsiflexão: flexão do pé rumo ao seu dorso. Exemplo: quando uma pessoa se mantém em pé sobre os calcanhares. h) flexão plantar: flexão do pé rumo à planta do pé. Exemplo: quando uma pessoa se mantém em pé nas pontas dos dedos. i) supinação: primordial na definição da posição anatômica. Ocorre principalmente na articulação radioulnar (antebraço), fazendo com que a palma da mão seja virada para frente ou para cima. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira j) pronação: ocorre principalmente na articulação radioulnar (antebraço), fazendo com que a palma da mão seja virada para trás ou para baixo. 15. MIOLOGIA É uma parte da anatomia segmentar que tem como objetivo estudar os músculos do corpo humano. Os músculos não agem apenas para movimentação, mas também constituem partes importantes de vários sistemas, como: sistema circulatório, digestório, genital, urinário e tegumentar. A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui uma das propriedades fundamentais dos seres unicelulares, como, por exemplo, a ameba que se movimenta quando estimulada. Já na escala zoológica dos seres multicelulares e, portanto, superiores, certas células se diferenciam para realizar funções específicas, como aquelas que se diferenciam para realizar contrações e relaxamento, chamadas células musculares. Estas células ficam agrupadas em feixes para formar um conglomerado macroscópico, o músculo, que se acha fixo pelas suas extremidades. Assim, músculos são estruturas que movem os segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração. Dentro do aparelho locomotor, constituído pelos ossos, junturas e músculos, estes últimos são os elementos ativos do movimento, enquanto que os ossos são elementos passivos do CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira movimento. A musculatura não só assegura a dinâmica, mais também a estática do corpo, ou seja, ela torna possível o movimento como permite que as peças ósseas fiquem unidas determinando a posição e postura do esqueleto. As células musculares derivam de células mesenquimais em várioslocais do embrião, produzindo tipos diferentes de músculos: músculo estriado cardíaco, músculo liso e músculo esquelético. Variedade de músculos A célula muscular está normalmente sob controle do sistema nervoso. O nervo motor, responsável pela transmissão de impulso originada no sistema nervoso, penetra no músculo e se subdivide em vários pontos conhecidos como placas motoras, que permitirão a difusão dos impulsos motores com consequente movimentação do músculo, ou seja, realizando a contração muscular. O impulso nervoso motor para a contração resulta de um ato da nossa vontade. Diz-se que o músculo é voluntário. Se, porém, este impulso é originado em uma área do sistema nervoso que foge à nossa vontade, isto é, onde não temos controle consciente (hipotálamo), diz-se que este músculo é involuntário. Os músculos voluntários distinguem-se histologicamente dos involuntários por apresentarem estriações transversais. Por isso são chamados de músculos estriados, enquanto que os CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira músculos involuntários por não apresentarem estas estriações são chamados de músculos lisos. Existe um músculo chamado músculo cardíaco (Figura 57), que se assemelha histologicamente ao músculo estriado, mas sua ação é comandada igualmente à dos músculos involuntários, já que é inervado por nervos motores que saem da área do sistema nervoso, fora do controle da nossa consciência, ou seja, do sistema nervoso visceral ou autônomo. Figura 57 Músculo cardíaco Outra característica para diferenciar os músculos estriados dos lisos é sua topografia. Os músculos voluntários são encontrados fixos no esqueleto por meio de pelo menos uma de suas extremidades, enquanto os músculos involuntários formam as paredes de nossas vísceras. Por isso são respectivamente denominados de esqueléticos e viscerais. Mas existem exceções: por exemplo, podem ser encontrados músculos estriados em algumas vísceras, ao mesmo tempo em que alguns músculos lisos são submetidos ao controle da nossa vontade. Componentes do músculo estriado esquelético Os músculos esqueléticos (Figura 58) típicos possuem uma parte média e extremidades. A parte média é onde encontramos os grupamentos celulares do músculo, constituindo o ventre muscular ou ventre carnoso, enquanto as extremidades apresentam a forma de fitas ou lâminas e constituem, respectivamente, os tendões ou as aponeuroses. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Figura 58 Músculo esquelético Somente o ventre muscular tem a propriedade de contração; já os tendões e as aponeuroses funcionam apenas como cordas de tração das partes que estão sendo movimentadas pela ação da contração do ventre muscular. Os tendões e as aponeuroses têm um aspecto esbranquiçado e brilhante, muito resistente e inextensível, constituído de tecido conjuntivo denso fibroso (fibras de colágeno), sendo responsáveis pela fixação dos músculos ao esqueleto. Também podem se fixar nas cartilagens, nas cápsulas articulares, nos septos musculares, na derme (pele) ou em outros tendões. Sobre os músculos do nosso corpo existe uma lâmina de tecido conjuntivo fibroso denominada fáscia muscular. Sua espessura varia de acordo com o músculo que ela reveste, ou seja, quanto mais potente for o músculo, mais desenvolvida será a fáscia. A fáscia permite que o músculo realize sua contração eficientemente, contendo e dando apoio para que esta função se realize plenamente. Por isso ela é uma bainha elástica de contenção. Ela também permite o deslizamento de um músculo sobre outro durante sua ação conjunta. A fáscia pode prolongar-se e formar os septos intermusculares que passam entre um músculo e outro e vão se fixar no esqueleto. Esses septos são encontrados nos membros superiores e inferiores. Conceito de origem e inserção dos músculos CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Didaticamente convencionou-se chamar de origem a extremidade do músculo que se encontra presa ao osso que não se desloca durante a contração, isto é, a parte fixa. Em contraposição a inserção é a extremidade do músculo que se prende à peça óssea que se desloca e, portanto a parte móvel. Geralmente, nos membros, a origem do músculo é proximal, enquanto a inserção é distal; já no tronco pode-se dizer que a origem está próxima ou em direção ao esqueleto axial, e a inserção está próxima ou em direção ao esqueleto apendicular. Estes pontos de origem e inserção para certos músculos podem se inverter, porque eles são conceituados em função da ação muscular. Classificação dos músculos esqueléticos estriados O músculo esquelético é caracterizado de várias maneiras, conforme sua constituição: forma e arranjo das fibras, número de origens e inserções e número de ventres musculares. Pode, ainda, ser classificado funcionalmente, de acordo com sua ação: 1) quanto à forma ou morfologia: os músculos apresentam classificações de acordo com sua morfologia: a) nos músculos longos (Figura 59), o comprimento predomina sobre a largura e a espessura; suas fibras musculares convergem para os tendões nas extremidades e tomam o aspecto fusiforme. Exemplo: O músculo Braquial é classificado com um músculo longo ele esta localizado no CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira membro superior na região do braço anteriormente. Figura 59 Músculo longo b) nos músculos planos ou largos (Figura 60), o comprimento e a largura predominam sobre e espessura; suas fibras convergem para um só tendão ou extremidade e tomam o aspecto de um leque. Exemplo: O músculo Glúteo Máximo é classificado com um músculo plano é esta localizado no membro inferior na região glútea. Figura 60 Músculo Plano c) os músculos quadrados apresentam quatro lados idênticos. Exemplo: músculo pronador quadrado. d) os músculos circulares ou esfinctéricos envolvem as aberturas e os orifícios naturais do corpo. Exemplos: músculo que circunda um óstio (abertura), fechando-o quando está em contração; músculo orbicular da boca. 4) quanto ao arranjo das fibras: a função do músculo é condicionada ao arranjo das fibras. De um modo geral, o músculo tem suas fibras dispostas de forma paralela ou oblíqua à direção de tração exercida quando ele se contrai. Podem ser classificadas em: CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira a) fusiformes (Figura 61): são as fibras dispostas paralelamente e convergindo para os tendões nas extremidades. Figura 61 Músculo fusiforme b) aspecto de leque: neste caso, as fibras convergem para um só tendão. Figura 63 – Músculo Plano c) fibra oblíqua: se prende respectivamente a uma ou duas bordas do tendão, e por isso, tem o aspecto peniforme, sendo denominada de músculo unipenado (Figura 62), bipenado (Figura 63) e semipenado (Figura 64). Figura 62 Unipenado Figura 63 Bipenado Figura 64 Semipenado 5) quanto à origem: os músculos se originampor mais de um tendão: a) bíceps (Figura 65): apresenta duas “cabeças” ou origens diferentes e uma única inserção. Exemplo: músculo bíceps braquial. Figura 65 Músculo bíceps CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira b) tríceps (Figura 66): apresenta três origens diferentes e uma única inserção. Exemplo: músculo tríceps sural. Figura 66 Músculo tríceps c) quadríceps (Figura 67): apresenta quatro origens diferentes e uma única inserção. Geralmente é encontrado nos membros superiores e inferiores. Exemplo: músculo quadríceps femoral. Figura 67 Músculo quadríceps 6) quanto à inserção: igualmente ao disposto anteriormente, os músculos podem se inserir por um ou mais tendões: a) unicaudado (Figura 68): quando possui um único tendão. Exemplo: O músculo Vasto medial é classificado com um músculo unicaudado é esta localizado no membro inferior na região anterior da coxa ela faz parte do músculo quadríceps. Figura 68 Músculo unicaudado b) bicaudado: quando possui dois tendões. Exemplo: O músculo reto femoral é classificado com um músculo bicaudado é esta localizado no membro inferior na região anterior da coxa ela faz parte do músculo quadríceps. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira c) Policaudado (Figura 69): quando possui três ou mais tendões. Exemplo: músculo flexor longo dos dedos da mão. Figura 69 Músculo policaudado 7) quanto ao ventre muscular: alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com um tendão intermediário situado entre eles. Seguem: a) digástricos (Figura 70): pois possuem dois ventres. O músculo digástrico esta localizado na região inferior da mambibula. Figura 70 Músculo digástrico b) poligástricos (Figura 71): possui mais de três ventres musculares. Exemplo: músculo reto abdominal. Figura 71 Músculo poligástrico 8) quanto à ação do músculo: dependendo da ação principal resultante da contração do músculo, ele pode ser classificado como: flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral, pronador, supinador, flexor plantar, flexor dorsal, depressor ou abaixador, levantador ou elevador, orbicular, esfíncter, dilatador, tensor, retrator ou protrator, eversor e inversor. CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Ação muscular e a classificação funcional dos músculos esqueléticos É extremamente complexo avaliar determinado movimento, mesmo o mais simples. Para a realização de determinado movimento, é necessário que um grupo de músculos realize ações. Uns promovem o movimento principal, outros agem fixando ou estabilizando uma parte oposta ao movimento, enquanto outros, ainda, se relaxam para permitir uma extensão maior. Nunca encontraremos um único músculo realizando um movimento, mas um grupo de músculos trabalhando sinergicamente entre si. Em determinado movimento sempre existe um músculo principal (motor primário) enquanto os demais apenas colaboram no movimento (motor secundário). O músculo primário é denominado de músculo agonista. Os músculos que se contraem para estabilizar as partes que se movimentam impedindo os movimentos indesejáveis são os músculos sinergistas. Os músculos que se contraem para manter a postura são denominados de músculos posturais, como os ligados à coluna vertebral. Se um músculo se contrai e outro se opõe ao seu trabalho para regular a rapidez ou a potência da sua contração, este último é considerado um músculo antagonista. Inervação e nutrição dos músculos Vimos que a atividade muscular é controlada pelo sistema nervoso central. Nenhum músculo pode contrair-se se não CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira receber estímulo por meio de impulsos nervosos que “caminham” pelos nervos motores espinhais e cranianos. Se acaso o nervo for seccionado, o músculo deixa de funcionar e se atrofia. Por outro lado, qualquer lesão no sistema nervoso central nos pontos de comando voluntários (conscientes) dos músculos de todo o corpo também promovem paralisias irreversíveis, que impedem assim a movimentação dos músculos. Para trabalhar, os músculos necessitam, evidentemente, de uma considerável quantidade de energia. Eles recebem eficiente suprimento sanguíneo através de uma ou mais artérias que penetram no seu interior e se ramificam intensamente, formando um extenso leito capilar. Tanto os nervos com as artérias penetram pela face profunda do músculo, pois assim estarão mais protegidos. Conceitos sobre músculos unidade muscular: é uma célula, ou seja, a miofibrila, que pode ser do tipo estriado, liso ou cardíaco. unidade motora: é o conjunto de fibras musculares dependentes de um mesmo neurônio motor. O número de unidades motoras varia de um músculo para outro, bem como varia o número de fibras musculares de uma unidade motora para outra. Anexos dos músculos CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Os elementos a seguir estão presentes nos músculos esqueléticos estriados. Vamos agora estudar este elementos: 1) tendão: é constituído por fibras colágenas paralelas entre si, resistentes e inextensíveis. Pode ser terminal ou intermediário, quando se encontra respectivamente nas extremidades ou entre os ventres musculares. 2) bainha sinovial: está localizada nas regiões onde os tendões têm que passar pelos anéis osteofibrosos. É formada por dois folhetos: um interno, revestido por epitélio, e outro externo, fibroso. 3) bolsa sinovial: produz o líquido sinovial para facilitar o deslizamento dos tendões dentro de outras estruturas. 4) septo muscular: pode ser chamado também de septo intermuscular. Na verdade, é um desdobramento da fáscia muscular que separa um músculo do outro. 5) anexo fibroso: é a fáscia e a aponeurose. 6) bainha tendinosa ou fibrosas: é uma lâmina de tecido conjuntivo fibroso que envolve a bainha sinovial e ajuda a conter o líquido sinovial. Terminamos com o assunto sobre o aparelho locomotor. Esperamos que você já tenha adquirido novos conhecimentos sobre este tema, pois ele estará presente em sua formação acadêmica. 16. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu desempenho no estudo desta unidade: 1) Definir articulação ou juntura. 2) Explicar as características morfológicas que classificam as junturas em: fibrosas (ou sinartroses), cartilaginosas (ou anfiartroses) e sinoviais (ou diartroses). 3) Explicar a característica anatômica e a classificação funcional das junturas fibrosas e cartilaginosas. 4) Explicar anatomofuncionalmente a cápsula articular, incluindo: porção fibrosa, membrana sinovial e cartilagem articular. 5) Explicar anatomofuncionalmente a cavidade articular eo líquido sinovial. 6) Explicar anatomofuncionalmente os ligamentos capsular, extracapsular e intracapsular, o disco articular, o menisco e o lábio articular. 7) Explicar a classificação anatomofuncional das junturas sinoviais esferoide, condilar (ou bicondilar), elipsoide, selar, ginglímo (ou dobradiça), trocoide e plana. 8) Conceituar miologia. 9) Diferenciar anatomofuncionalmente os tipos musculares estriado esquelético, estriado cardíaco e liso (ou visceral). 10) Explicar, no músculo estriado esquelético, o tendão, o ventre e a aponeurose. 11) Explicar anatomofuncionalmente a origem e a inserção de um músculo. 12) Explicar a classificação dos músculos quanto às dimensões: longo, largo e em fita (ou cestoide). 13) Explicar a classificação dos músculos quanto ao número de cabeças de origem: bíceps (2), tríceps (3) e quadríceps (4). 14) Explicar a classificação dos músculos quanto ao número de inserções (unicaudado e policaudado). CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira 15) Explicar a classificação dos músculos quanto ao número de ventres (digástrico e poligástrico). 16) Explicar a classificação dos músculos quanto à disposição das fibras em relação ao tendão: fusiforme e penados (unipenado, bipenado, semipenado e multipenado). 17. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade sobre o aparelho musculoesquelético, estudamos os principais ossos, articulações e músculos que formam o corpo humano. O educador físico precisa ter um embasamento teórico deste aparelho para poder, no próximo semestre, estudar topograficamente, os sistemas dos ossos, das articulações e dos músculos, relacionados em suas regiões. Na próxima unidade estudaremos o sistema sanguífero que será importante para o funcionamento deste aparelho para ocorrer o movimento humano. Até lá! 18. E-REFERÊNCIAS Sites pesquisados AULA DE ANATOMIA. Home Page. O site de anatomia mais visitado do Brasil. Disponível em: <http://www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 21 jan. 2013. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Disponível em: < http://www.sbanatomia.org.br/ >. Acesso em: 21 jan. 2013. 19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR: PROF. MS.EURÍPEDES BARSANULFO GONÇALVES GOMIDE DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA GERAL AUTOR: PROF. MS. EDSON DONIZETTI VERRI VERSÃO – UNIDADE 1 PREPARAÇÃO: Cecília Beatriz A. Teixeira DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humano sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. MOORE, K. L.; AGUR, A. M. R. Fundamentos de anatomia clinica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. MOORE, K. L.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clinica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. SNELL, R. S. Anatomia clínica para estudantes de medicina. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Compartilhar