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TÉCNICAS ESPECIAIS EM CONSTRUÇÃO CIVIL EGC004 e ENL804 – Contenções: Muros de arrimo: de gravidade, com contra fortes, estacas pranchas, muros ancorados, ...... Taludes: solo grampeado ou reforçado, plantação, ...... Terra armada Gabiões Cortina atirantada Parede diafragma, ...... – Orientações genéricas: • Elaborar um desenho do local a ser construído o muro, em planta e em corte. No caso de muros de grande porte (altura superior a 2m) deverá ser feito um levantamento topográfico. • Verificar a presença de águas e esgotos superficiais a céu aberto ou canalizados. Preparar uma planta indicando a posição destas interferências. • Verificar através de furos de sondagens feitos com cavadeiras ou pá e picareta, a qualidade do solo, particularmente o da fundação, e a profundidade do nível da água. • NOTA: as sondagens devem prosseguir até no mínimo 1,50m abaixo do nível da fundação do muro. • Verificar qual o material adequado disponível na região para a execução do muro (concreto armado, gabiões, solo cimento ensacado, blocos estruturados de concreto, etc). • Verificar qual o tipo de drenagem profunda a ser utilizada e prever sua execução no projeto, bem como a posição dos barbacãs (tubos de saídas de água que atravessam o muro de arrimo), se necessário. – O muro de arrimo é a solução mais comum para conter um paramento. A função do muro de arrimo é substituir a terra que a ser removida para a execução de um platô (parte plana). – Paramentos com até 2 metros de altura podem ser contidos com um muro de arrimo feito de alvenaria. Alturas superiores a 2 metros devem ser contidas com um muro de arrimo executado em concreto armado. – O paramento é formado pelo terreno natural conformado muitas vezes há muito milhares de anos, período em que a terra foi se acomodando e o talude foi se estabilizando. – Nesse paramento, pretende-se construir um platô (parte plana) para poder edificar uma casa. A parte na cor laranja é a parte que se pretende remover. – Quando se retira uma parte do terreno, a parte que fica tem um alívio de pressão e tende a se soltar ou desbarrancar. – Essa tendência a desbarrancar existe porque a parte que foi retirada exercia uma certa pressão sobre a parte remanescente. – O muro de arrimo precisa exercer, sobre a parte que ficou, uma pressão pelo menos igual àquela que a parte removida exercia antes de ser removida. – Todo muro de arrimo, para um perfeito funcionamento, necessita de um filtro entre ele e o terreno. – O filtro tem como função aliviar a pressão neutra (a pressão da água) sobre o muro, drenando a água existente. Sem o filtro, a água existente no terreno tende a derrubar o muro. – Exigem projetos específicos e, em função da complexidade de cada situação, poderão demandar a execução de estudos geotécnicos necessários à escolha e ao correto detalhamento da solução. – Em boas condições de fundação, podem-se utilizar muros rígidos (pedra rachão, concreto e outros tipos). Se a fundação for suscetível a deformação, é recomendável o uso de muros flexíveis, como gabião. – Alguns cuidados: – A construção de um muro de arrimo, ou muro de contenção, deve ter orientação de um profissional habilitado porque depende de vários fatores: o capacidade de suporte do solo de fundação; o altura do muro; o cargas atuantes; o localização, etc... o que torna impossível ter um projeto padrão. – Muros de arrimo: • Materiais: • alvenaria de pedras ou tijolos • concreto simples, ciclópico, armado ou protendido • aços CA e CP • blocos pré-fabricados • geotexteis: tecidos, não tecidos, geogrelhas, ...... • gabiões,...... • Outros materiais: • pneus • fibras de coco • bambu..... • São obras de contenção que têm a finalidade de estabelecer o equilíbrio da encosta através de seu peso próprio, suportando os empuxos do maciço. • A geometria e a constituição do muro devem ser apropriadas, capazes de suportar as solicitações críticas durante a vida útil com a segurança desejada. • O sistema estrutural constitui-se por paramento e fundação e, eventualmente, por elementos de reforço do maciço. • Os paramentos podem ser de concreto armado, concreto ciclópico, pedra argamassada, gabião, solo- cimento compactado, solo-cimento ensacado, enrocamento, alvenaria armada, etc. • Além desses elementos, normalmente compõem o muro de arrimo elementos drenantes e filtrantes como filtros de areia ou brita, drenos profundos, barbacãs, drenos sub-horizontais e canaletas. – Muro de gravidade: • São estruturas destinadas a conter massas de solo cujos paramentos se aproximam da posição vertical, e suportar pressões laterais decorrentes de maciços de terra, de água, ou de ambos. Prevalece o peso do muro como elemento estabilizante. • Podem ser de concreto ciclópico, pedra argamassada, solo ensacado, concreto ensacado, solo compactado, solo-cimento compactado, solo reforçado com geossintético, solo reforçado com fitas metálicas, enrocamento, gabião, etc...... • O atrito de sua base contra o solo deve ser suficiente para assegurar a estabilidade da obra e sua geometria trapezoidal destina-se a evitar o tombamento por rotação em torno da aresta externa da base. • São indicados em situações de solicitações reduzidas já que, para atender a esforços elevados, passam a demandar maior espaço para a implantação da base e tornando-se economicamente inviáveis, pelo alto custo de sua execução. – Muro de flexão: • São os muros em formato de “L”, com ou sem contrafortes, constituídos de concreto armado ou alvenaria estrutural, com alturas relativamente pequenas e com fundação direta ou profunda. – Muro de solo ensacado: • Erroneamente conhecida como Rip-Rap (um tipo de enrocamento usado em barragens), essa é uma técnica alternativa para contenção de encostas que utiliza sacos de solo estabilizado com cimento. • Esse tipo de muro apresenta como vantagens o seu baixo custo e o fato de não requerer mão-de-obra ou equipamentos especializados. • Sua utilização é recomendável para alturas máximas de 4 a 5 metros, e pode ser aplicado em áreas arenosas sujeitas a erosão acentuada, prestando-se para recomposição do relevo afetado por voçorocas ou outras formas erosivas menos severas. • Antes de se optar pela utilização do solo cimento, deve-se verificar o tipo de solo do local e a ocorrência, nas proximidades, de jazidas de material adequado a essa técnica. • Em principio, qualquer solo pode ser estabilizado com cimento; no entanto os solos que contenham de 50% a 90% de areia produzem um solo-cimento mais econômico e durável. • Os solos finos (argila) apresentam alguns inconvenientes, tais como dificuldade na pulverização e maior consumo de cimento. Nesses casos recomenda-se a mistura do solo argiloso com solos arenosos, em proporções capazes de produzir uma composição que atenda aos requisitos de economia, durabilidade e resistência mecânica. • Os solos escuros, com matéria orgânica, mostram grande retardo nas reações de hidratação do cimento, o que reduz gradualmente a estabilidade do solo-cimento resultante, não devendo ser utilizados na mistura. – Muro de pedra seca sem rejunte: • É o tipo mais simples de arrimo, formado pelo arranjo manual de pedras (rachão), cuja resistência resulta unicamente do imbricamento (superposição) dessas pedras e funciona como carga de compensação no pé do talude. • Dispensa a drenagem interna (barbacãs) por sua capacidade autodrenante, que evita a ocorrência de pressões de água contra o muro. • Os blocos devem ter dimensões regulares para sua estabilidade, o que resulta num menor atrito entre as pedras. O muro deve ter espessura mínima de 0,6m e não deve ser usado em taludes com mais de 1,5m de altura. • De fácil construção e de baixo custo, por não exigir mão de obra especializada, particularmente se houver jazidas próximas ao local. • A base do muro deve estar apoiada em terreno firme e situar-se abaixo do nível da base do