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Resumo para AP1 de Corpo Humano 2

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RESUMO PARA AP1 DE CORPO HUMANO 2
(Seguindo as metas das aulas do módulo)
AULA 1 – Os Estreitos labirintos do ar
METAS:
1. Descrever as estruturas da cavidade nasal, bem como as formas pelas quais o processamento do ar inspirado é otimizado neste nível;
As estruturas são:
- Narinas: por onde ar entra. Nesse local há uma rede de pêlos, as vibrissas, que são responsáveis por reter partículas maiores de poeira.
- Cavidade nasal: É muito pequena e dividida em septos denominados conchas nasais. 
- Conchas nasais: são recobertas pela mucosa nasal, que possui a característica de ter um tecido esponjoso que enche e esvazia de sangue, variando o volume da concha nasal.
- Seios da face: São espaços aerados situados no interior de ossos da face (frontal, maxila, esfenoide e etmoide), revestidos pela mucosa nasal e tem comunicação com a cavidade nasal.
- Mucosa respiratória: Está presente desde a cavidade nasal até os bronquíolos terminais, é composta por um epitélio escamoso pseudo-estratificado, ciliado com células caliciformes produtoras de muco. O movimento dos cílios presentes nessas células impele a camada de muco junto com as impurezas aderidas, como uma esteira deslizante, em direção ao exterior (quando os cílos estão próximos às narinas) e na direção do esôfago (pelos cílios do restante da via aérea). Nos bronquíolos terminais, o epitélio mucociliar desaparece e os mecanismos de defesa vão sendo representados por macrófagos livres na região.
O ar inspirado nesse nível (da cavidade nasal) será aquecido, umidificado e limpo de poeira e microorganismos.
Os aspectos morfofuncionais da cavidade nasal são:
- Rica rede vascular: Permitem maiores trocas de calor e de água do ar com o sangue;
- Conchas nasais e seios da face: Aumentam a área de contato do ar com a mucosa;
- Epitélio no qual encontramos células produtoras de muco e células ciliadas: Possibilitam a aderência e a eliminação de partículas de poeira e microorganismos;
- Grande quantidade de tecido linfático: Promovem a defesa imune;
- Espaços estreitos e tortuosos: Produzem um contato mais demorado do ar inspirado com a mucosa.
O ar passa pelas coanas para chegar a faringe.
2. Caracterizar a participação da tuba auditiva, da faringe, no controle das pressões na orelha média;
A tuba auditiva é a estrutura envolvida na comunicação da faringe com a orelha média. Ela permite que o ar que entra pela boca chegue à orelha média e controle as pressões ocasionadas por diferença de pressões entre a parte externa e interna do ouvido separados pelo tímpano. 
3. Identificar as estruturas anatômicas da laringe, essenciais na fonação e na proteção das vias aéreas, durante a deglutição de alimentos;
A laringe é um tubo de paredes cartilaginosas, localizada entre o osso hióde e a cartilagem cricóide. O ar vindo da faringe penetra pelo ádido (entrada da laringe), que é protegida pela epiglote. Essa última estrutura é uma prega rígida (cartilaginosa) com formato de folha de árvore e evita que o alimento deglutido entre na laringe. Antes do inicio da traqueia, há um estreitamento da laringe, a glote, onde são encontradas as pregas vestibulares e as pregas vocais (cordas vocais). Entre as pregas vogais, há a rima da glote, que é uma fenda estreita, responsável pela fonação. Os sons são emitidos quando o ar passa em alta velocidade pela rima da glote. Além da epiglote, o fechamento da rima da glote e inibição temporária do centro respiratório (quando interrompemos a respiração), são reflexos que também impedem a entrada de alimento na laringe.
4. Listar as principais características da organização morfológica das vias aéreas e suas modificações à medida que as ramificações se sucedem, até o nível dos alvéolos;
Saindo da laringe o ar passa pela traqueia, que logo acima do coração se divide em dois brônquios principais, esquerdo e direito. Esses brônquios principais se dividem em brônquios lobares que se distribuem aos lobos dos pulmões, sendo 3 lobos à direita e 2 lobos à esquerda. Os brônquios lobares se dividem em brônquios segmentares, que se dividem em bronquíolos terminais que possuem alvéolos em suas extremidades. Os alvéolos são dilatações saculiares que apresentam uma intima associação de proximidade com os capilares pulmonares.
À medida que a ramificação vai ocorrendo, a área interna da via aérea vai aumentando, reduzindo assim, a resistência ao fluxo de ar.
5. Analisar a disposição das pleuras e a importância do líquido pleural na dinâmica ventilatória;
As pleuras são uma membrana dupla que reveste, separadamente, os dois pulmões. A pleura parietal é fixada a parede do tórax e a pleura visceral é fixada ao pulmão. Entre elas há o líquido pleural, com alto grau de adesividade, que permite o livre deslizamento de uma pleura sobre a outra, reduzindo assim, o atrito entre as superfícies de contato.
6. Descrever como os músculos respiratórios se comportam na mecânica da ventilação pulmonar.
Na inspiração (movimento ativo) ocorre a contração dos músculos intercostais e do diafragma, causando um aumento no volume da caixa torácica. Isso causa uma diferença de pressão entre as pressões intratorácica (menor que a atmosférica) e atmosférica, que permite a entrada do ar. Na expiração (movimento passivo) ocorre o relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais, causando uma redução da caixa torácica, invertendo a diferença de pressão observada na inspiração, ficando assim a pressão atmosférica menor que a pressão intratorácica, fazendo com que dessa forma o ar saia. A ação da pleura na mecânica ventilatória ocorre com a tração da pleura parietal, ocasionada pela expansão da parede do tórax, que aderida pela alta tensão superficial do líquido pleural, atrairá a pleura visceral. Assim, os alvéolos são tracionados e tem o seu volume interno aumentado.
Outras questões relevantes do capítulo:
O que é hematose?
É o processo que transfere O2 dos alvéolos para o sangue e o CO2 no sentido inverso.
O que São vibrissas?
São os pêlos do nariz responsáveis por reter partículas maiores de poeira. 
Qual a importância de manter o epitélio respiratório hidratado?
Para manter a fluidez do muco protetor e garantir o seu suave deslizamento pelo movimento ciliar das células epiteliais.
AULA 2 – Mecânica respiratória – Como o ar entra no nosso corpo?
METAS:
1. Identificar as funções básicas do aparelho respiratório;
As funções básicas do aparelho respiratório, além das TROCAS GASOSAS, são:
a. Participar do equilíbrio térmico, pois com o aumento da ventilação pulmonar há maior perda de calor e água;
b. Auxiliar na manutenção do pH plasmático dentro da faixa fisiológica, regulando a eliminação de ácido carbônico sob a forma de CO2.
c. Filtrar eventuais êmbolos trazidos pela circulação venosa, evitando assim, que provoquem obstrução da rede vascular arterial de órgãos vitais ao organismo, como o coração e o cérebro;
d. Produzir, metabolizar ou modificar substâncias vasoativas (por exemplo a ECA, enzima conversora de angiostensina).
e. Defender o organismo contra agentes agressores
f. Fonação
2. Relacionar a contração e o relaxamento dos músculos respiratórios com o fluxo de ar no aparelho respiratório;
3. Descrever as variações de pressão nos diversos compartimentos envolvidos no ciclo respiratório relacionando-as à ventilação pulmonar;
A contração leva à inspiração (entrada de ar) e o relaxamento leva à expiração (saída de ar).
Sequências de eventos no movimento respiratório:
INSPIRAÇÃO = Estímulo para contrair músculos inspiratórios (intercostal e diafragma) -> Músculos inspiratórios contraem e tórax se expande -> Pressão no espaço pleural reduz -> Pressão alveolar reduz -> Fluxo aéreo da atmosfera para o alvéolo. 
EXPIRAÇÃO = Estímulo para contração dos músculos cessa -> Músculos inspiratórios relaxam reduzindo o tamanho do tórax -> Pressão no espaço pleural aumenta -> Pressão alveolar aumenta -> Fluxo aéreo do alvéolo para a atmosfera.
4. Identificar a natureza involuntária dos movimentos respiratórios;
A contração dos músculos respiratórios dependede impulsos nervosos originados dos centros respiratórios localizados no tronco cerebral, dotados de automatismo (funciona como marca-passo), que ditam o ritmo da respiração basal. Esses impulsos dão o caráter involuntário da respiração. Há também os impulsos originados de áreas corticais superiores e também da medula em resposta a estímulos reflexos originados dos fusos dos músculos respiratórios. Por causa desses últimos impulsos citados, podemos, dentro dos limites, controlar os movimentos respiratórios.
5. Estabelecer relações entre as propriedades elásticas dos pulmões e da parede torácica com as características da ventilação pulmonar;
Os componentes responsáveis pelas forças elásticas do sistema respiratório são a parede torácica e o pulmão. Os pulmões tendem sempre a retrair e sempre estará distendido, por menor que seja o seu grau de insuflação. 
6. Identificar o papel da interdependência e do surfactante na insuflação homogênea dos pulmões;
Todas as estruturas do pulmão (vasos, bronquíolos, alvéolos, etc) encontram-se interligadas pela trama de tecido conjuntivo pulmonar. Assim, quando o pulmão se enche de ar, todos esses componentes se dilatam. Esse fenômeno é denominado interdependência, e contribui para manter todos os alvéolos abertos, já que, no caso de alguns se fecharem, seus vizinhos puxariam suas paredes, tendendo a reabri-los. 
O surfactante reduz mais a tensão superficial nos alvéolos menores do que nos alvéolos de maior raio. Isso ocorre porque em alvéolos menores, as moléculas de surfactante estão mais próximas umas da outras, reduzindo mais a tensão superficial do que nos alvéolos de maior raio. Com isso o surfactante permite que tanto os alvéolos maiores quanto os menores se encham de ar de forma uniforme.
7. Compreender a importância da resistência ao fluxo de ar.
A resistência pulmonar é dividida em: resistência das vias aéreas e resistência tecidual.
A resistência das vias aéreas interfere no fluxo de ar no interior dos pulmões. Ela cai com o aumento da insuflação pulmonar porque durante a expansão, todas as vias aéreas intrapulmonares participam do aumento de volume devido a interdependência. A resistência tecidual é determinada pelas perdas energéticas geradas pela viscosidade pertinente à movimentaçãodo pulmão. 
Outras questões relevantes do capítulo:
O que é surfactante? Qual sua importância e onde é produzido?
o surfactante é uma mistura lipoprotéica que devido a sua polaridade, reduz a tensão superficial, evitando o colabamento dos alvéolos durante a expiração. Ele está presente no epitélio interno dos alvéolos e é produzido por células presentes nesse epitélio, denominados pneumócitos tipo II.
AULA 3 – Como medir o ar que respiramos?
METAS:
1. Definir os volumes e capacidades pulmonares, e identificar os seus papéis funcionais;
Volumes primários:
a. Volume corrente (VC) – volume de ar inspirado ou expirado espontaneamente a cada ciclo respiratório;
b. Volume de reserva inspiratória (VRI) – volume máximo que pode ser inspirado voluntariamente a partir do final de uma inspiração basal;
c. Volume de reserva expiratória (VRE) – volume máximo que pode ser expirado voluntariamente a partir do final de uma expiração basal;
d. Volume residual (VR) – volume de gás que permanece no interior dos pulmões após a expiração máxima.
Capacidades:
a. Capacidade vital (CV) – volume de gás mobilizado entre uma inspiração e uma expiração máximas. Portanto a CV é a soma dos volumes corrente, de reserva inspiratória e expiratória, e representa a capacidade máxima de mobilização de ar do indivíduo.
b. Capacidade inspiratória (CI) – volume máximo inspirado a partir do final de uma expiração espontânea. Corresponde à soma dos volumes corrente e de reserva inspiratória;
c. Capacidade residual funcional (CRF) – volume de gás contido nos pulmões ao final de uma expiração basal. Corresponde à soma dos volumes de reserva expiratória e residual;
d. Capacidade pulmonar total (CPT) – volume de gás contido nos pulmões ao final de uma inspiração máxima e equivale à soma dos quatro volumes primários.
Ventilação = volume corrente x frequência respiratória
2. Conceituar espaço morto anatômico e fisiológico e reconhecer a sua importância na fisiologia da respiração;
O espaço morto são regiões no aparelho respiratório onde não há trocas gasosas, como nas vias aéreas de condução. O volume de gás contido nessas vias (do nariz aos bronquíolos terminais) é denominado volume do espaço morto anatômico. A cada inspiração, cerca de 2/3 do volume corrente alcançam os alvéolos e 1/3 final fica retido no espaço morto. Normalmente o volume do espaço morto é de 150ml, podendo chegar a 220ml ao final de inspirações profundas.
Ventilação do espaço morto = Volume do espaço morto x frequência respiratória
O espaço morto fisiológico corresponde a áreas que são ventiladas, mas não são perfundidas, ou seja, não contribuem com as trocas gasosas. 
Espaço morto fisiológico = Espaço morto anatômico + volume de ar das áreas ventiladas
3. Identificar os efeitos das variações da ventilação alveolar nos níveis de gás carbônico no sangue arterial;
A ventilação alveolar é a troca de parte do ar alveolar por igual volume de ar atmosférico. Com isso, o ar alveolar é continuamente renovado, fazendo com que este tenha uma composição de oxigênio e CO2 ditada, de um lado, pela taxa com que estes gases são trocados com o sangue (hematose) e, de outro, pela taxa com que a ventilação renova o ar alveolar. Se ocorrer um desequilíbrio entre o volume corrente e a frequência respiratória, pode ocorrer uma hipoventilação ou uma hiperventilação alveolar. No primeiro caso, a pressão parcial de CO2 arterial fica aumentada, enquanto que na hiperventilação, a pressão parcial de CO2 é reduzida.
4. Descrever os mecanismos de regulação da ventilação mediados pelos quimiorreceptores periféricos.
A respiração é controlada por quimiorreceptores e mecanorreceptores. Os quimiorreceptores constituem como principal mecanismo de regulação da respiração. São subdivididos quanto à localização anatômica em periféricos, que estão presentes na superfície externa da carótida e no arco da aorta (nos corpúsculos carotídeos e aórticos), com função de detectar a variação de pH, PCO2 e baixa PO2 no sangue; e em centrais, que estão localizados bilateramente na face ventral do bulbo e respondem a variações de pH e PCO2 no liquor. A regulação da ventilação mediada pelos quimiorreceptores periféricos, é ocasionada com a ativação destes por meio da variação de pressão (diminuição de pressão de O2 (PO2) e aumento da pressão de CO2 (PCO2)) e a diminuição do pH no sangue arterial, que com isso causam um aumento da frequência respiratória e consequentemente aumenta a ventilação. 
Os mecanorreceptores são detectores de estiramento pulmonar. Eles controlam o estiramento do pulmão, não permitindo a expansão excessiva desse órgão.
AULA 4 – Encontro do ar com o sangue: distribuição da ventilação, da perfusão e da relação ventilação/perfusão
METAS:
1. Descrever e justificar a heterogeneidade da ventilação alveolar, da perfusão e da relação ventilação/perfusão em diferentes regiões do pulmão;
O motivo da heterogeneidade da ventilação alveolar é o efeito da gravidade sobre os valores de pressão intrapleural. No ápice pulmonar a pressão intrapleural é mais negativa do que na base porque o pulmão repousa sobre a sua base, comprimindo o espaço pleural, ao passo que por estar suspenso pelo ápice, há maior expansão dos alvéolos nesta região. Com isso, a pressão do espaço pleural na base aumenta e no ápice diminui, tendo como consequência alvéolos mais abertos no ápice do que na base ao final de uma expiração basal. 
2. Identificar as regiões de maior ventilação, maior perfusão e maior relação ventilação/perfusão no pulmão de um homem em pé e de um deitado;
Na ventilação: Por estarem menos expandidos, os alvéolos da base têm maior complacência que os do ápice. Estes últimos estão mais expandidos e mais rígidos, possuindo assim menor complacência. Com isso, o ar entramais facilmente nos alvéolos da base, do que nos alvéolos do ápice. Dessa forma, a região mais bem ventilada do pulmão é a base.
3. Explicar as causas dessa heterogeneidade.
Pode ser explicada pelas diferenças de pressão hidrostática no interior dos vasos sanguíneos, gerada pelo efeito da gravidade sobre a pressão e o volume de sangue contido nas veias sistêmicas. Vamos primeiro imaginar que o sistema arterial pulmonar seja representado por uma coluna vertical contínua de sangue. Supondo que o pulmão tenha 30 cm de altura, a diferença de pressão hidrostática entre o ápice e a base, nesta coluna de sangue, será de 30 cm H20 ou de 23 mmHg (1,36 cmH20 = 1 mmHg). Como a parede dos vasos pulmonares é muito distensível, haverá acúmulo de sangue na base, ficando, portanto, os vasos da base pulmonar mais dilatados e os do ápice mais fechados (colabados). Isto traz como consequência uma maior resistência nos vasos do ápice e menor resistência nos da base.
AULA 5 – Por que respiramos? Difusão e transporte de gases no organismo
METAS:
1. Determinar a pressão parcial de um gás em uma mistura gasosa;
A pressão parcial (Px) é a pressão exercida por um determinado gás em uma mistura e que é proporcional à participação desse gás na mistura, ou seja, à sua fração na mistura gasosa. Pode ser calculada por: Px = F x PB, onde F é a fração decimal do gás e PB é a pressão barométrica, que equivale a soma das pressões parciais que compõem o ar atmosférico (O2, CO2 e N2). Pode ser calculada por: PB= PO2 + PCO2 + PN2
2. Reconhecer o papel da barreira alvéolo-capilar nas trocas gasosas no pulmão;
A troca de gases acontece através da difusão, que é regida pela lei de Flick. Segundo essa lei, a velocidade de transferência de um gás através de um tecido é diretamente proporcional à área de difusão e ao gradiente de pressão parcial do gás entre os dois lados e é inversamente proporcional à espessura. A barreira alvéolo-capilar possui 0,5 micrometros, tendo as dimensões altamente favoráveis à difusão dos gases.
3. Identificar as formas de transporte do oxigênio no sangue e reconhecer a importância da hemoglobina;
O oxigênio pode ser transportado de duas maneiras: Dissolvido no sangue e combinado à hemoglobina.
A quantidade de oxigênio dissolvido no plasma é diretamente proporcional à sua pressão parcial no sangue.
No repouso, cerca de 95% do oxigênio fornecido aos tecidos é transportado pela hemoglobina e, durante a atividade física intensa, este valor é ainda maior, ultrapassando 99%. A hemoglobina é uma molécula formada por quatro cadeias polipeptídicas contendo um grupamento “heme” em cada uma dessas cadeias, com um ferro no estado ferroso associado a este grupamento. Cada hemoglobina pode carregar até 4 moléculas de O2 ligadas aos seus grupamentos heme.
4. Analisar e reconhecer a importância funcional da curva de saturação da hemoglobina;
Quando a hemoglobina está ligada a quatro O2 ao mesmo tempo, dizemos que a hemoglobina está 100% saturada, pois essa é a capacidade máxima de O2 que ela pode transportar. Então a curva de saturação da hemoglobina, mostra estatisticamente a quantidade de hemoglobinas que estão saturadas no sangue. A saturação aumenta proporcionalmente à PO2, ou seja, quanto maior O2 livre no plasma, maior será a associação da hemoglobina com esse oxigênio.
5. Conceituar hipóxia e identificar as suas várias formas;
Hipóxia é a condição na qual os tecidos não recebem ou não podem utilizar o O2 em quantidade suficiente para suas necessidades metabólicas. São 4 tipos: 
Hipóxica: O sangue tem a capacidade normal de transportar oxigênio, porém este sangue, ao chegar aos capilares sistêmicos, não apresenta um gradiente de PO2 suficiente para liberar O2 em quantidade adequada para as células. Pode ser causada por: a) PO2 baixa no ar inspirado; b) hipoventilação alveolar global por depressão do centro respiratório; c) Doenças pulmonares com comprometimento da difusão de gases através da barreira alvéolo-capilar ou distúrbio da relação ventilação-perfusão; e d) contaminação do sangue arterial com sangue venoso.
Anêmica: Há a diminuição da capacidade do sangue transportar oxigênio, provocada pela diminuição da quantidade disponível de hemoglobina disponível para o transporte de oxigênio. Neste caso, tanto a anemia (diminuição real na taxa de hemoglobina no sangue) quanto o impedimento da ligação do O2 com a hemoglobina (causado por envenenamento pelo CO, etc) podem levar a esse tipo de hipóxia.
Estase: Tanto a SO2 (dissociação de O2) como a PO2 e o conteúdo de O2 arteriais encontram-se dentro da normalidade, porém a perfusão sanguínea dos tecidos está comprometida. Há, portanto, menor fluxo de sangue para os tecidos. Pode ser causada por cardiopatias, que levam ao baixo débito cardíaco e a distúrbios vasculares que limitam o fluxo sanguíneo a determinados leitos vasculares.
Histotóxica: Estão normais a capacidade de oxigênio, a SO2, a PO2 e o conteúdo de O2 arterial. Nesse caso os tecidos ficam comprometidos, não sendo capazes de usar o O2. É provocada tipicamente pelo envenenamento por cianeto. Nesse tipo de Hipóxia, o problema não reside na falta de oxigênio e sim na incapacidade de utilizá-lo.
6. Definir cianose e relacioná-la com hipóxia;
Cianose é a coloração azulada da pele e mucosas devido a um aumento de hemoglobina desoxigenada. Na hipóxia hipóxica grave, ocorre também o aumento da quantidade de hemoglobina desoxigenada.
7. Identificar a forma pela qual o sangue transporta CO2;
É transportado no sangue de várias formas: a) CO2 dissolvido; b) ions de bicabornato (HCO3); c) carbamino-hemoglobina e outros compostos carbamínicos; d) íons de carbonato (CO3).
Sendo que cerca de 90% do CO2 que se difunde a partir das células para o sangue, passa para o interior das hemácias. Desse percentual 5% permanecem dissolvidas na hemácia, 21% reage com grupamentos amina livres para formar carbamino-hemoglobina (HbCO2). O ion de H+ resultante dessa reação é tamponado pela própria hemoglobina, e 63% do CO2 combina-se com água, formando ácido carbônico, que se dissocia em H+ e HCO3.
8. Destacar o papel da hemácia no transporte de gases no organismo.
O oxigênio é majoritariamente transportado ligado à hemoglobina, a maior parte de CO2 é transportada na forma de bicabornato dissolvido no plasma, mas que é produzido dentro das hemácias por meio da reação de hidratação do gás carbônico catalisada pela anidrase carbônica ali presente. Com isso a hemácia se torna fundamental para o transporte de ambos os gases. 
Outras questões relevantes do capítulo:
Por que uma pessoa habituada a viver ao nível do mar poderia sentir falta de ar em locais de grandes altitudes?
Porque ocorre a diminuição do aporte de oxigênio no organismo, já que a pressão parcial do oxigênio no ar atmosférico que respiramos é reduzida. Com isso, a pessoa pode se cansar facilmente e sentir falta de ar quando vai para locais mais altos.
Em uma pessoa com distúrbios na barreira alvéolo-capilar, as trocas gasosas ocorreriam normalmente durante um exercício físico?
Durante o exercício físico, o débito cardíaco se eleva muito. Consequentemente, a velocidade de trânsito do sangue aumenta proporcionalmente e diminui o tempo de passagem de uma hemácia pelo capilar pulmonar. Esse tempo pode chegar a cerca de 0,25s (sendo que em repouso o tempo é de 0,75s). Em indivíduos sadios respirando ar ambiente, esse tempo é suficiente para que as trocas gasosas aconteçam, não sendo observada queda da PO2 arterial nessas condições. Já em pessoas com distúrbios na barreira alvéolo-capilar, a eficiência de transferência de O2 por difusão estará comprometida, elas poderiam apresentar sinais de falta de ar durante o esforço físico, embora não sentissem nenhum problema no repouso. Esses indivíduos não apresentariam falta de ar em repouso porque eles utilizam a chamada reserva de difusão, que é de aproximadamente 0,5s. Com a progressão da doença, o paciente poderá vir a apresentar, inclusive, queda da PO2 arterial, mesmo em repouso. 
O que é o fenômeno “desvio de cloretos” (ouefeito hambúrguer)?
É a entrada de um íon de cloreto para cada bicabornato que sai da hemácia. Isso ocorre porque com a produção de bicabornato pela anidrase carbônica, ocorre um acúmulo dessa molécula dentro da hemácia, causando um desequilíbrio elétrico no interior dessa célula. E como a membrana da hemácia não é livremente permeável aos cátions, ocorre a passagem de HCO3 para o exterior às custas da entrada de um ânion de cloreto. Com isso, a hemácia consegue a neutralidade de cargas. 
AULA 6 – Atividade de integração cardiovascular e respiratória: resposta ao exercício físico
METAS:
1. Conceituar consumo máximo de O2 e listar os fatores que o determinam;
2. Identificar e estabelecer relações entre os diferentes parâmetros circulatórios que participam da adaptação ao exercício físico dinâmico agudo;
3. Comparar as alterações circulatórias associadas ao exercício dinâmico e isométrico agudos;
4. Explicar como o aparelho respiratório responde ao aumento de demanda durante o exercício agudo e crônico;
5. Reconhecer as adaptações do sistema circulatório ao treinamento.
AULA 7 – De Hipócrates aos transplantes: do sangue à urina
METAS:
1. Descrever a localização dos rins e identificar como se organiza a sua estrutura interna;
O rim é um órgão par situado nas proximidades da coluna vertebral, em contato com a parede posterior do abdome. Observando sua morfologia externa, percebemos que o rim tem formato similar a de um caroço de feijão, é envolvido pela cápsula renal (cápsula de tecido conjuntivo), e em sua borda medial existe uma região onde se situam os vasos renais e a pelve renal. Internamente, o tecido renal é constituído por duas regiões, uma periférica clara e homogênea (córtex renal) e outra com cores não uniformes, denominada medula renal. No interior desta última, estão situadas as pirâmides renais. 
Há também o néfron, que é a unidade funcional do rim. Ele é constituído pela cápsula de Bowman e um longo túbulo. Existem dois tipos de néfrons: o cortical, do qual todas as suas porções estão situadas no córtex, e o justamedular, que tem boa parte de sua estrutura localizada no interior das pirâmides na medula do rim. Sendo que a maior parte dos néfrons está situada no córtex do rim.
A urina produzida pelo néfron ainda não está pronta para ser excretada, com isso ela será recolhida pelos ductos coletores (situados nas pirâmides renais), e só estará pronta após a passagem por esses ductos.
2. Definir o trajeto do sangue no interior do rim e como se dá a distribuição dos vasos em relação aos néfrons;
O sangue entra nos rins por um ramo da aorta, a artéria renal, percorre o trajeto das artérias segmentares, lobares, arqueadas e interlobulares. Estas últimas emitem arteríolas aferentes para a formação do glomérulo renal (rede de capilares que participa na filtração do sangue). A chegada do sangue no glomérulo é feita pela arteríola aferente e a saída, pela arteríola eferente, vai depender da localização do nefron. No néfron cortical, a arteríola eferente continua como uma rede de trocas que acompanha os túbulos renais, e no néfron justaglomerular, a arteríola eferente continua como outra rede de trocas, denominada vasos retos. Após a formação dessas redes, o sangue começa a retornar ao coração pela veia renal e pela veia cava inferior.
3. Estabelecer como ocorrem a excreção e o armazenamento da urina no interior das vias urinárias;
O filtrado glomerular segue pelos ductos coletores, que lança seu conteúdo para o cálice menor (localizado no ápice da pirâmide renal). Grupos de 4 cálices menores convergem em cálice maior. Os cálices maiores (três no total) constituem a pelve renal, com um formato afunilado que se continua, nas proximidades do rim, como ureter. Estes últimos são longos, possuem musculatura lisa (responsável pelo peristaltismo que leva a urina à bexiga) e descendem até alcançar a bexiga.
4. Diferenciar a anatomia da via urinária de homens e mulheres;
A uretra masculina é um tubo relativamente longo com trajeto tortuoso (acompanha a tortuosidade peniana) que, antes de penetrar no pênis, passa pelo interior da próstata, e a bexiga se situa entre o osso púbico e o reto. A uretra feminina é curta e retilínea, e a bexiga fica situada no interior da bacia, entre o púbis, vagina e útero.
5. Reconhecer os mecanismos reflexo e voluntário do controle da micção.
A bexiga urinária pode armazenar aproximadamente 600ml de urina. Os seus mecanismos de controle de saída são os esfíncteres. O controle reflexo da micção depende de duas vias neurais: a sensitiva e a motora. A primeira via é estimulada pela ativação de receptores de estiramento situados na parede da bexiga urinária. Os estímulos aí produzidos são levados à medula sacral. Neste nível, os neurônios estabelecem sinapses com neurônios de associação que, em última análise, estimulam vias parassimpáticas necessárias à contração do músculo detrusor da bexiga urinária e inibem outras vias parassimpáticas para o relaxamento do esfíncter interno. Existe um esfíncter externo, inervado por neurônios somáticos, cujo controle é voluntário. Com isso, não podemos bloquear o controle reflexo da micção por vontade própria, mas podemos manter o esfíncter externo contraído, “segurando” assim a urina.
Outras questões relevantes do capítulo:
Como se evita o reflexo urinário?
O reflexo urinário é evitado por causa da disposição oblíqua do ureter no interior da parede da bexiga, esse ângulo é de tal ordem, que quando a bexiga vai enchendo, sua parede vai se tornando mais delgada, obliterando a entrada do ureter, evitando assim o refluxo.
AULA 8 – Como o rim está estruturado microscopicamente para filtrar e eliminar os rejeitos do organismo?
METAS:
1. Descrever a organização microscópica dos rins;
 
2. Definir a barreira de filtração glomerular;
As células que recobrem os capilares glomerulares possuem um grande número de prolongamentos chamados podócitos. Os podócitos dão origem aos pedicelos, que são prolongamentos secundários. Os podócitos se apoiam na membrana basal por meio de seus pedicelos, os quais ficam interdigitados com os pedicelos de podócitos vizinhos. Entre os pedicelos existe uma fenda, chamada fenda de filtração, fechada por um delgado diafragma (membrana basal). A composição da membrana basal, entre os pedicelos e os capilares glomerulares, é a principal barreira de filtração do sangue. Essa membrana possui três camadas: A Lâmina rara interna, voltada para o endotélio; a lâmina densa, no meio (formada principalmente por colágeno do tipo IV, atua como filtro, p/ impedir passagem de moléculas maiores); e a lâmina rara externa (que possui a fibronectina, uma glicoproteína adesiva que prende as células à lâmina densa), voltada para os podócitos. Assim o fluido que sai através dos poros de capilares será filtrado por essa membrana basal, formando o ultrafiltrado glomerular com composição semelhante ao plasma sanguíneo, com exceção das macromoléculas e outros componentes que ficam barrados na membrana basal.
3. Caracterizar histologicamente as partes do néfron;
O néfron é a estrutura onde ocorre a formação da urina, estão localizados ao longo das regiões cortical e medular. Ele apresenta dois componentes principais, o corpúsculo renal que é o local onde ocorre a filtração do sangue, e o sistema de túbulos: após a filtração do sangue no corpúsculo, a urina passa pelo túbulo contorcido proximal, pela alça néfrica e pelo túbulo contorcido distal. É nesse sistema de túbulos onde ocorre a reabsorção de glicose, vitaminas, hormônios, parte dos sais e a maior parte de água que compunham a urina inicial. A ureia é o principal constituinte da urina porque não é reabsorvida pelas paredes do néfron.
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Os néfrons justamedulares possuem alças néfricas muito longas que se estendem até a profundidade da medula. Na medula, esses néfrons justamedulares desempenham a importante função de estabelecer um gradiente de hipertonicidade no interstício medular, o que influencia na concentração da urina à medida que ela passapelos ductos coletores. As alças néfricas desses néfrons justamedulares possuem um segmento descendente e ascendente delgado muito longo e um segmento ascendente espesso curto. Já os néfrons corticais apresentam somente o segmento descendente delgado curto, sem o segmento delgado ascendente.
O corpúsculo renal é formado pelo glomérulo renal e pela cápsula de Bowman. Os capilares glomerulares deixam extravasar para o espaço da cápsula várias substâncias presentes no sangue, como ureia, glicose, aminoácidos, sais e água, onde constituem o filtrado glomerular. Esse extravasamento se dá por uma pressão de filtração que força o sangue em direção à arteríola eferente, e também contra a parede dos capilares, favorecendo a saída de líquido do interior dos capilares.
A cápsula de Bowman se divide em duas partes contínuas. O folheto interno ou visceral, que recobre o glomérulo renal, e o folheto externo ou parietal, que delimita externamente o corpúsculo renal. Entre os dois folhetos existe um espaço, o espaço capsular ou de Bowman, onde o filtrado do glomérulo renal é recolhido.
Túbulos do néfron:
- Túbulo contorcido proximal: Formado por um epitélio cúbico simples com numerosas microvilosidades. Nesse túbulo são reabsorvidos glicose, aminoácidos e proteínas por meio de transporte ativo.
-Alça néfrica (ou alça de henle): é a continuação do túbulo proximal, tem forma de U e sua principal função é reter a água. Possui uma porção que se direciona à medula renal, denominada ramo descendente e outra direcionada para a região cortical, denominada ramo ascendente.
4. Definir os componentes e a importância do aparelho justaglomerular;
O aparelho justaglomerular é composto pela mácula densa, células mesangiais e células justaglomerulares. Tem a função de controlar o equilíbrio hídrico e iônico do meio interno por meio de seus componentes. A mácula densa atua como um sensor às mudanças na concentração de NaCl, que promove a liberação de renina pelas células justaglomerulares para a circulação. A liberação da renina ativa uma cascata de reações proteolíticas, denominada sistema renina-angiostensina-aldosterona, cujo efeito principal é o retorno do volume do meio extracelular. As células mesangiais dão suporte estrutural e tem função pouco desconhecida.
 
5. Caracterizar histologicamente os rins, ureteres, bexiga e uretra.
Outras questões relevantes do capítulo:
Além da filtração do sangue e formação da urina, quais são as outras funções do rim?
- Regular a composição e o volume do fluido corporal;
- Secretar renina (enzima que participa da regulação da pressão do sangue);
- Secretar eritropoetina (Hormônio que estimula a produção de eritrócitos na medula óssea).
4. Túbulos contorcidos distais
3. Alça néfrica (henle)
2. Túbulos contorcidos proximais
1. Corpúsculo
renal

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