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NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA MATERIAIS PARA FERRAMENTAS DE CORTE INTRODUÇÃO A participação da usinagem no custo final dos componentes mecânicos pode ser muito alta. Devido a esse motivo, nos últimos anos a usinagem com alta velocidade (HSM - High Speed Machining) tem ganhado importância e, assim, tem sido dada uma maior atenção ao desenvolvimento e à disponibilização no mercado das tecnologias para velocidades de avanço e rotações muito elevadas. Mas, antes que a tecnologia HSM possa ser empregada de uma forma econômica, todos os componentes envolvidos no processo de usinagem, incluindo a estrutura da máquina, o eixo- árvore, a ferramenta e as pessoas envolvidas precisam estar afinados com as peculiaridades desse novo processo. Para a seleção do material da ferramenta, uma série de fatores devem ser considerados: a) material a ser usinado – dureza superficial e tipo; b) processo de usinagem – torneamento; fresamento; etc; c) condição da máquina operatriz – nova; usada; d) custo do material da ferramenta – relação custo/benefício; e) condições de usinagem – desbaste; acabamento; f) condições de operação – corte contínuo; interrompido. Qualquer que seja o material para a ferramenta, é necessário que ele apresente uma série de requisitos dos quais destacam -se três principais: 1) Dureza a quente – Logo em determinado tipo de operação, a temperatura da ferramenta pode ultrapassar 1000º C, por esta razão, cada vez mais se procura materiais de ferramentas que possam atingir esta temperatura com dureza para suportar as tensões de corte; 2) Resistência ao desgaste – significa resistência ao desgaste por abrasão, ou seja, resistência ao atrito. Sabe –se que os mecanismos de desgaste das ferramentas são complexos e geralmente influenciados por: difusão, abrandamento térmico, abrasão NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA na superfície de flanco, adesão na superfície de saída,, fratura catastrófica, cratera e desgaste de entalhe no flanco e na aresta secundária; 3) Tenacidade – Se refere a quantidade de energia necessária para romper o material. Uma ferramenta tenaz resiste bem os choques inerentes ao processo. Propriedades que um material de ferramenta de corte deve apresentar: a) Alta dureza e tenacidade suficiente para evitar falha por fratura; b) Alta resistência ao desgaste e a compressão; c) Alta resistência ao cisalhamento; d) Boas propriedades mecânicas e térmicas à temperaturas elevadas; e) Alta resistência ao choque térmico e ao impacto; f) Ser inerte quimicamente. Não existe uma classificação geral de materiais para ferramentas. Entretanto, com base nas suas características químicas, eles podem ser agrupados da seguinte forma: 1) Aço carbono; 2) Aço rápido; 3) Aço rápido com cobertura; 4) Metal duro; 5) Metal duro com cobertura; 6) Material cerâmico; 7) Nitreto de boro cúbico; 8) Diamante. Os materiais acima estão em ordem crescente de dureza a quente e resistência ao desgaste por abrasão, no geral, quando se aumenta a dureza a quente e a resistência ao desgaste por abrasão, a tenacidade do material caí. AÇOS CARBONO PARA FERRAMENTAS Características: NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA a) Aços (0,8 a 1,5%)Carbono. Em desuso depois do aparecimento dos aços rápidos; b) São utilizados em pequenos reparos em materiais macios como ligas de alumínio e latão; c) Principal vantagem: preço baixo, facilidade de usinagem, tratamento térmico simples, boa resistência ao desgaste quando tratados e boa tenacidade; d) Principal desvantagem: perda de dureza em trabalhos em temperaturas em torno de 250ºC. Limitação a) Resfriamento feito em água – como consequência apresenta alto nível de concentração de tensões, causando a fragilidade; b) Tais consequências do resfriamento brusco, deixadas na estrutura interna do material não são eliminadas pelo revenimento; c) Perda de dureza em trabalhos em temperaturas em torno de 250ºC. AÇOS RÁPIDO/ AÇO RÁPIDO COM COBALTO a) Desenvolvido por F.W. Taylor, no final do século XIX; b) Responsável pelo 1º salto tecnológico na história da usinagem; c) As velocidades de corte antes obtidas com ferramentas de aço-carbono(3 a 5)m/min para (30 a 35)m/min, razão pela qual os aços-rápidos possuem este nome (HSS- high speed steel); d) Hoje, comparando com os materiais das ferramentas atuais, esses valores são relativamente baixo; e) Ainda são largamente utilizados ( cerca de 40% das ferramentas aplicadas na indústria são de HSS); f) As principais aplicações de aços-rápidos são em brocas, fresas inteiriças, cossinetes, brochas e até em ferramentas de barra para aplicações em torneamento de peças de diâmetros reduzidos. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Características a) Material com tenacidade razoável; b) Elevada resistência ao desgaste e dureza a quente (quando comparado com os aços carbonos usados para ferramentas); c) Temperatura de trabalho – até 600ºC; d) Alta dureza em temperatura ambiente; e) Tratamento térmico– Beneficiamento (têmpera + revenimento); f) Resfriamento feito em óleo – evita as altas concentrações de tensões, como nos aços carbono. As ferramentas de aço- rápido são dividas em dois grandes grupos: aços ao tungstênio(W), identificadas pela letra “T”, e aços ao Molibdênio identificados pela letra “M”; Com elevada tenacidade, resistência ao desgaste e dureza a quente quando comparados com os aços-carbono na fabricação de ferramentas; É um aço alta liga com microestrutura martensítica com inclusões de carbonetos Elementos de liga nos aços rápidos Carbono – atua no sentido de aumentar a dureza do material. Possibilita também a formação de carbonetos, que são partículas duras resistentes ao desgaste. Tungstênio e molibdênio – o tungstênio está sempre presente nos aços rápidos. O molibdênio é introduzido como o seu substituto, gerando outra classe de aços rápidos. Ambos formam carbonetos responsáveis pela elevada resistência ao desgaste e dureza a quente. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Vanádio e nióbio -carboneto de vanádio é o carboneto mais duro encontrado nos aços rápidos. Os aços com alto teor de carbono e vanádio são os que possuem melhor resistência ao desgaste. O vanádio tem sido substituído pelo nióbio, que apresenta características semelhantes e no Brasil é mais barato; Cromo - Em conjunto com o carbono é o principal responsável pela alta temperabilidade dos aços rápidos; Cobalto – aumenta a dureza a quente. Os aços rápidos ao cobalto são recomendados para cortes em desbaste pesado e para usinagem de materiais, onde a temperatura se eleva bastante devido à impossibilidade de utilização do fluído de corte. Esta recomendação se faz devido a característica de elevar a eficiência do corte, em altas temperaturas. Aços-Rápidos e suas relações com os elementos de liga presentes Características Elementos de liga Dureza a quente W,Mo,Co (com W ou Mo), V,Cr. Mn Resistência ao desgaste abrasivo V.W,Mo,Cr,Mn Profundidade de endurecimento B,V,Mo, Cr,Mn,Si,Ni Empenamento mínimo Mo(com Cr),Cr,Mn Aumento da tenacidade (refino grão) V,W,Mo,Mn,Cr Aço rápido com cobertura Para diversas ferramentas de usinagem tais como brocas, machos, alargadores, algumas fresas; A aplicação de materiais mais resistentes ao desgaste que o aço rápido (metal duro/cerâmica) é muito restrita, devido à forma e dimensão destas ferramentas e as condições de operações; NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Assim, o desenvolvimento destasferramentas tem caminhado no sentido da melhoria do próprio aço rápido, através da aplicação de uma camada de cobertura de um material mais resistente ao desgaste como o nitreto de titânio (TiN) (mais utilizado) e o carbonitreto de titânio (TiC). Aço rápido com cobertura Características da camada de cobertura Alta dureza, na ordem de 2300 HV; Elevada ductilidade; Redução de formação da aresta postiça de corte; Baixo coeficiente de atrito; Espessura de camada de 1 à 4 microns; Quimicamente inerte. METAL DURO É um produto da metalurgia do pó composto basicamente por carbonetos metálicos, entre os quais podemos ressaltar: carboneto de tungstênio (WC), carboneto de titânio (TiC) e carboneto de tântalo (TaC), sendo utilizado como elemento aglutinante o cobalto. uma composição típica de 81 % de tungstênio, 6 % de carbono e 13 % de cobalto,WC/TiC/TaC – os carbonetos têm como função principal oferecer dureza (Resistência); co-aglutinação – o cobalto tem como função principal oferecer tenacidade (Resistência mecânica); Apresentam elevada dureza, até cerca de 1000ºC e têm excelente condutibilidade térmica; Nesta composição são ideias para a usinagem de ferro fundido e metais não ferrosos, mas são pobres na usinagem do aço devido ao forte atrito entre a superfície de saída da ferramenta e o cavaco de aço o que gera uma cratera na superfície da ferramenta; Adicionando-se carboneto de titânio (TiC) e carboneto de tântalo TaC se reduz o atrito entre a ferramenta e o cavaco, possibilitando a usinagem do aço; NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA A utilização do metal duro é feita, na grande maioria das vezes, na forma de pastilhas soldadas ou fixadas mecanicamente sobre um porta-ferramentas de aço (intercambiáveis); O processo para obtenção destas pastilhas é denominado de sinterização (mistura dos pós de carboneto de tungstênio e cobalto previamente compactada). Processo de obtenção das pastilhas de metal duro O processo de sinterização é basicamente composto por três etapas: 1) O composto de carbonetos + aglutinante é colocado nas matrizes; 2) As matrizes são levadas à prensa onde ocorrerá a prensagem do composto, deixando a pastilha na geometria determinada; 3) Após a prensagem as pastilhas são levadas ao forno, em uma temperatura de aproximadamente 1400ºC à 1600ºC, onde ocorrerá a sinterização dos grãos. Nesta etapa ocorre uma redução de volume de aproximadamente 10% à 15%. Uma vez terminada a prensagem, a pastilha poderá receber ou não cobertura, caso afirmativo vamos descrever no tópico metal duro com cobertura e caso negativo a pastilha está pronta para o trabalho. Uma vez terminada a prensagem, a pastilha poderá receber ou não cobertura. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Classes e critérios de seleção do metal duro Os diversos tipos de metal duro são classificados pela norma ISO em três grupos designados pelas letras P, M e K; Existe ainda uma subdivisão dentro de cada um destes grupos usando números. Assim, existem os sub-grupos P01 à P50, M01 à M40 e K01 à K40; Grupo “P” - constituído de metais duros de elevado teor de Tic + Tac que lhes confere uma elevada dureza a quente e resistência ao desgaste; Indicação – materiais de cavacos contínuos tais como: aços sem liga, aços de baixa liga, aços ferramentas, aços inoxidáveis (ferrítico/martensítico). Grupo “M” – é um grupo com propriedades intermediárias, sendo destinado a ferramentas com aplicações múltiplas. Indicação – aços inoxidáveis (austeníticos), usinagem de manutenção e não seriada. Este grupo é indicado para a usinagem de manutenção e não seriada, devido a variedade de materiais que são trabalhados neste segmento. Grupo “K” – são compostos de Wc aglomerados pelo cobalto. Este tipo de metal duro não é resistente ao desgaste por craterização. Indicação – Usinagem de materiais fragéis que formam cavacos curtos e que não atritam muito com a superfície de saída da ferramenta, pois sofrem uma pequena deformação antes da quebra. Estes materiais são ferro fundido e não ferrosos. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Resumo das Classes e grupos de aplicação a – Aumento da velocidade de corte, aumento da resistência ao desgaste da ferramenta. b – Aumento do avanço, aumento da tenacidade do material da ferramenta a – Aumento da velocidade de corte, aumento da resistência ao desgaste da ferramenta. b – Aumento do avanço, aumento da tenacidade do material da ferramenta NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA a – Aumento da velocidade de corte, aumento da resistência ao desgaste da ferramenta. b – Aumento do avanço, aumento da tenacidade do material da ferramenta. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA SELEÇÃO DO METAL DURO Outros fatores, além dos já citados, influem na seleção do metal duro para uma determinada aplicação são eles: Severidade da operação de usinagem – operações com grandes avanços e profundidades de corte (desbaste) ou cortes interrompidos criam tensões elevadas na ferramenta, exigindo-se classes de maior tenacidade (maior teor de cobalto); Velocidade de corte – a medida que a velocidade de corte cresce e a peça já sofreu uma operação anterior que retirou excentricidade, casca endurecida, etc (operação de acabamento) aumenta a adequação de utilização de classes mais resistentes ao desgaste. METAL DURO Os componentes mais importantes são o carboneto de tungstênio (Wc) denominado fase alfa (determina a resistência ao desgaste) e o metal ligante cobalto (Co) denominado fase beta (determina a tenacidade). Com o tempo a adição de carboneto de titânio(TiC)(aumenta a resistência à craterização), de tântalo (TaC) e de nióbio(maior tenacidade ao MD) denominados fase gama. Melhoram muito a perfomance das ferramentas de metal-duro quanto a previnir desgastes que se originam nos processos de formação de cavacos particulares a cada tipo de material. METAL DURO COM COBERTURA A finalidade principal de utilizar as coberturas de carboneto de titânio, óxido de alumínio, nitreto de titânio e carbonitreto de titânio é de aumentar a resistência ao desgaste da camada superior que entra em contato com o cavaco e com a peça. sendo que o substrato da pastilha permanece com a mesma tenacidade do metal duro mais simples; Assim, consegue-se aumentar a vida útil da ferramenta e diminuir-se os esforços de corte. Com este processo de cobertura, consegue-se conjugar no mesmo material, NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA características que eram até então inconciliáveis: tenacidade e resistência ao desgaste; Existem pastilhas com duas e até três camadas de cobertura. Geralmente a primeira camada, logo acima do substrato é o carboneto de titânio ou carbonitreto de titânio, podendo ser as vezes a única camada de cobertura; As pastilhas com duas camadas tem, uma camada de óxido de alumínio ou nitreto de titânio por cima da camada de carboneto de titânio; As pastilhas com três camadas tem, uma camada de nitreto de titânio recobrindo uma camada intermediária de óxido de alumínio, que, por sua vez, recobre uma camada de carboneto de titânio que está por cima do substrato da pastilha; Quando se aumenta a espessura da cobertura, a resistência aumenta, porém a tenacidade diminui e começa a tendência ao lascamento. PROCESSOS DE COBERTURA A aplicação em escala industrial de revestimento de Nitreto de titânio (TiN) em ferramentas de usinagem começou na década de 60 quando atravésdo processo CVD (Deposição química a vapor), iniciou-se o revestimento de ferramentas de metal duro; Por volta de 1980 foi desenvolvido o processo PVD (Deposição física a vapor); Os processos CVD(chemical Vapor Deposition) e PVD (Physical Vapor Deposition) possibilitaram o revestimento da superfície das pastilhas (3 a 6) µm de espessura de fase gama. METAL DURO A aplicação proporcionou maior durabilidade à aresta de corte, pois a camada extrafina e extremamente dura sobre o núcleo tenaz permitiu que uma mesma pastilha suportasse maiores esforços de corte (em operações de desbaste) e quando em altas velocidades ( em operações de acabamento). NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA PROCESSO CVD (DEPOSIÇÃO QUÍMICA À VAPOR) (CHEMICAL VAPORIZATION DEPOSITION) Características Temperatura de 900º C à 1100º C; Coloração opaca; Espessura de camada de 8 à 16 microns. Aplicação Insertos positivos e negativos. Limitação Não aplicado ao aço rápido devido à temperatura ser superior a de revenimento do aço. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Procedimento • Para a deposição de uma camada de cobertura, pelo processo CVD, vaporiza-se a mistura, com os elementos químicos referentes a tal cobertura desejada; • Logo após esta mistura é levada a um forno específico, com temperatura da ordem de 1000ºC e com uma pressão levemente negativa, onde se encontram as pastilhas de metal duro que serão cobertas; • Neste ambiente, acontece uma reação química cujo resultado é o vapor do carboneto desejado que condensa sobre o metal duro formando a camada de cobertura. PROCESSO PVD (DEPOSIÇÃO FÍSICA À VAPOR) (PHSYCAL VAPORIZATION DEPOSITION) Características Temperatura de 400ºC à 500ºC; Espessura de camada de 2 à 5 microns. Aplicação Insertos positivos, podendo ser aplicado nos aços rápidos devido a faixa de temperatura ficar abaixo da temperatura de revenimento dos aços. Procedimento • Para a deposição de uma camada de cobertura, pelo processo PVD, é necessário que seja feito em um forno, com temperatura de aproximadamente 500ºC; NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA • No interior deste forno encontra se o “Ti”sólido e através de uma descarga elétrica o mesmo torna-se um gás; • Com a pulverização de outro gás à base de nitrogênio, no interior do forno, o gás de “Ti”é ionizado e devido a diferença de potencial criada pela bancada das ferramentas, o gás ionizado ataca a superfície das ferramentas dando origem a cobertura. Características dos elementos de cobertura: 1) Nitreto de titânio ( TiN): Espessura de camada de 5 à 7 microns; coloração amarelada; Dureza de aproximadamente 3000HV (Na camada); Boa resistência química e térmica; Baixa tendência de adesão (aresta postiça); Diminuição do coeficiente de atrito. O nitrogênio presente na cobertura, atua como lubrificante sólido, acarretando um aumento de vida útil da ferramenta. Aplicação - Aço e metal duro. 2) Carboneto de titânio (TiC): Espessura de camada de 4 à 8 microns; Dureza de aproximadamente 3000HV (Na camada); NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Promove adesão das camadas de cobertura com o substrato do metal duro; Elevada dureza; Elevada resistência ao desgaste por abrasão; Baixa tendência de adesão (aresta postiça). Aplicação - Ferro fundido. 3) Óxido de alumínio (Al2O3): Alta resistência ao calor e a oxidação; Grande estabilidade térmica em temperaturas elevadas; Alta resistência ao desgaste por abrasão; Material cerâmico e refratário; Pequena resistência a choques térmicos e mecânicos (Baixa tenacidade). Aplicação - Ferro fundido. 4) Carbonitreto de titânio (TiCN): Espessura de camada de 3 à 5 microns; Dureza de aproximadamente 3000 HV (Na camada); Coeficiente de atrito pequeno, ocasionando aumento de vida útil da ferramenta; Alta resistência ao desgaste por abrasão. 5) Nitreto titânio alumínio (TiAlN): Espessura de camada de 3 à 5 microns; Elevada dureza; Elevada resistência em altas temperaturas; Elevada resistência a oxidação; Baixo coeficiente de penetração de calor. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA EFEITO DE ALGUNS ELEMENTOS SOBRE O METAL DURO CERÂMICAS Muito importantes na usinagem em alta velocidade de corte em aço e ferro fundido; A velocidade de corte pode ser de 4 a 5 vezes maior que as ferramentas de metal duro (menor tempo de usinagem); A possibilidade de se utilizar baixos avanços ( na ordem de 0,1mm/volta e altas velocidades de corte (na ordem de 1000m/min permite excelente acabamento (semelhante à retificação). Principais características Apresenta elevada dureza a quente e a frio; Elevada resistência ao desgaste; Elevada estabilidade química, evita a difusão em usinagem de altas velocidades e temperaturas; Limitações Baixa condutividade térmica – pequena transferência de calor entre peça e ferramenta; NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Baixa tenacidade – facilidade de quebra e trincamento. Aplicações - Principalmente em ferro fundido; Aços endurecidos. As cerâmicas de corte são classificadas segundo o seu teor de Óxido de alumínio em cerâmica branca e cerâmica mista (Cermets). CERÂMICA BRANCA • Consiste de materiais com óxido de alumínio superior a 90%, o que dá a cor branca; • O componente principal é o coríndon (Al2O3), o qual é uma forma estável α da alumina; • O material de partida é um pó finissimo (1 a 10)µm, sendo que as peças são obtidas por prensagem a frio da materia prima; • A qualidade da ferramenta cerâmica óxida depende da sua pequena porosidade associada a pequenos tamanhos de grãos. CERÂMICA MISTA (CERMET) Cermet é um composto formado por cerâmica e metal (Cerâmica/Metal); 1930, os primeiros cermets (Ti/Ni),frágeis e pouco resistentes à deformação plástica; Evoluíram a margem do metal duro; boa resistência a corrosão; baixa tendência a formação de gume postiço; boa resistência ao desgaste; resistência a temperatura elevada; alta estabilidade química. • É empregada no desbaste e no acabamento de ferro fundido duro, ferro fundido maleável, esferoidal e cinzento até dureza de 700 HB e de aços (aços de cementação, aço rápido e aço de alta liga) com dureza até 64 HRC; • Possui teor de (Al2O3) menor que 90%, com adição de óxidos e carbonetos metálicos, especialmente o TiC e o WC que inibe o crescimento dos grãos, resultando em elevada dureza, maior tenacidade e resistência ao impacto e aos desgastes do flanco e na face; NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA • Obtida por prensagem a quente, estrutura fechada , cor preta. DIAMANTES • É o material mais duro conhecido. Podem ser naturais (MCD) ou sintéticos (PCD); • Os naturais são monocristais e anisotrópicos; • A lapidação deve ser feita na direção de menor dureza e a montagem no porta- ferramenta deve ser feita na direção de máxima dureza; • São indicados na usinagem de metais leves, latão, bronze, cobre, liga de estanho, borracha, vidros, plásticos e pedras. As usinagens de aço e ferro fundido não são possíveis com diamantes em virtude da afinidade do ferro com o carbono: devido à alta temperatura na região de corte, o carbono se transforma em grafite e reage com o ferro levando a aresta cortante a um rápido desgaste; A velocidade de corte mínima é de 100m/min, avanços entre 0,02 e 0,06 mm/volta, profundidade de corte entre0,01 e 0,2 mm. Velocidades de cortes na ordem de 2000m/min já foram experimentadas. PCD – DIAMANTE POLICRISTALINO É um diamante artificial, constituído de partículas muito finas de diamante, de granulação definida para a obtenção da máxima homogenidade e densidade; A camada de PCD é produzida pela sinterização das partículas de diamante com cobalto num processo de alta temperatura (1400ºC à 2000ºC) e alta pressão (6000 à 7000 MPA). Vantagens Elevado coeficiente de condutividade térmica – poucos pontos aquecidos na ferramenta; Altíssima dureza; Altíssima resistência ao desgaste por abrasão; Tenacidade alta quando comparado com sua dureza; Altos parâmetros de corte; NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Limitações Reagir quimicamente com o ferro, em temperaturas moderadas, causando desgaste prematuro da ferramenta; Alto custo; Não pode ser usado na usinagem de metais ferrosos como aço e ferro fundido. Aplicações Metais não ferrosos; Materiais não metálicos ( resinas, etc); Metais duros; Ligas de alumínio-silício; Materiais duros acima de 45 HRC. CBN- NITRETO DE BORO CÚBICO É um material sintético obtido através da reação química BCl4 + NH3 <=> BN + 3HCL. É o material mais duro que se conhece depois do diamante; As pastilhas de CBN são fabricadas da mesma forma que as dos diamantes policristalinos; Uma camada de 0,5mm de espessura, de partículas de CBN é sinterizada num processo de alta pressão e altas temperaturas, na presença de uma fase ligante, sobre o metal duro; É quimicamente mais estável que o diamante, especialmente contra a oxidação; Possui como vantagem a não-afinidade química do CBN com aços e ferros fundidos; São empregadas na usinagem de aços duros (45 a 65HRc), mesmo em condições difíceis, aço-rápido, ligas resistentes altas temperaturas a base de NI e Co, revestimentos duros com altas porcentagens de WC ou Cr-Ni; Tenacidade satisfatória – similar da cerâmica; Existem dois tipos de CBNs – Desbaste (ap entre 0.5 e 0.8mm) e acabamento (ap menorque 0.5mm); Elevada estabilidade térmica; Substituição do processo de retificação. NOTAS DE AULA – USINAGEM – PUCMINAS PROF. Dr. GILMAR CORDEIRO DA SILVA Limitação Alto custo da ferramenta – avaliar bem a relação custo/benefício. Aplicações Aços endurecidos – 45 à 65 HRC; Aços ferramentas; Aços rápidos; Ligas ferrosas; Revestimentos duros; Processos nos quais o diamante policristalino não pode ser usado e o metal duro não possue dureza suficiente; Altas velocidades de corte.
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