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Direito Consuetudinário na Idade Média

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Susan Pilger
A justiça nasce dos conceitos éticos: ethos (hábito), atos reiterados que se destinam à realização do fim (justiça-virtude). A lei consuetudinária apareceu na Idade Média. Consuetudo em latim, quer dizer costumes. A lei consuetudinária é a lei do costume. O homem necessita de regras convencionais positivas para garantir a pacificidade dessa interação social. Então, os guerreiros lutavam e na retaguarda os costumes iam fazendo leis para eles. E assim a Europa toda se encheu de costumes.
Ao contrário da atualidade, que aplica a lei territorial, na idade média as leis aplicadas eram as leis pessoais. Ou seja, cada um era sujeito às leis do país de que vinha e em qualquer ponto do território onde estivesse, era essa a lei que vigorava.
A conclusão de Olivier-Martín era de que cada grupo social era, portanto, regido desde a mais alta Idade Média por seu costume próprio, considerando sua verdadeira lei. 
Para existir o Direito Consuetudinário, eram necessários requisitos: atos repetidos; públicos; pacíficos - sem violência e sem nenhuma contradição séria. Ainda, a lei poderia ser revogada pelo desuso ou então ela podia ser parcialmente modificada para uso oposto.
Na época, competia somente ao rei o direito de revogar um costume e apenas em dois casos: quando o costume era contrário à moral cristã. Então o rei intervinha e extirpava o costume. Outrossim, quando o costume era contrário ao bem comum da sociedade, o rei proibia o costume. O direito consuetudinário supõe evidentemente um teor de moralidade, uma ordem cristianizadora, advinda da Igreja Católica. 
Por meio de uma autoridade social poder-se-ia operar um equilíbrio estabelecendo igualdade entre os membros, assim, seria capaz de resolver os casos, enquanto a autoridade política como nós a concebemos, distanciada da vida social, é artificial, não julga com equidade. 
Susan Pilger
 
 
A justiça nasce dos conceitos éticos: ethos (hábito), 
atos reiterados 
que 
se destina
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retaguarda os costumes iam fazendo leis para eles. E assim a 
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vida social, 
é
 
artificial
, não julga co
m equidade. 
 
 
 
Susan Pilger 
 
A justiça nasce dos conceitos éticos: ethos (hábito), atos reiterados que 
se destinam à realização do fim (justiça-virtude). A lei consuetudinária apareceu 
na Idade Média. Consuetudo em latim, quer dizer costumes. A lei 
consuetudinária é a lei do costume. O homem necessita de regras convencionais 
positivas para garantir a pacificidade dessa interação social. Então, os guerreiros 
lutavam e na retaguarda os costumes iam fazendo leis para eles. E assim a 
Europa toda se encheu de costumes. 
Ao contrário da atualidade, que aplica a lei territorial, na idade média as 
leis aplicadas eram as leis pessoais. Ou seja, cada um era sujeito às leis do país 
de que vinha e em qualquer ponto do território onde estivesse, era essa a lei que 
vigorava. 
A conclusão de Olivier-Martín era de que cada grupo social era, portanto, 
regido desde a mais alta Idade Média por seu costume próprio, considerando 
sua verdadeira lei. 
Para existir o Direito Consuetudinário, eram necessários requisitos: atos 
repetidos; públicos; pacíficos - sem violência e sem nenhuma contradição séria. 
Ainda, a lei poderia ser revogada pelo desuso ou então ela podia ser 
parcialmente modificada para uso oposto. 
Na época, competia somente ao rei o direito de revogar um costume e 
apenas em dois casos: quando o costume era contrário à moral cristã. Então o 
rei intervinha e extirpava o costume. Outrossim, quando o costume era contrário 
ao bem comum da sociedade, o rei proibia o costume. O direito consuetudinário 
supõe evidentemente um teor de moralidade, uma ordem cristianizadora, 
advinda da Igreja Católica. 
Por meio de uma autoridade social poder-se-ia operar um equilíbrio 
estabelecendo igualdade entre os membros, assim, seria capaz de resolver os 
casos, enquanto a autoridade política como nós a concebemos, distanciada da 
vida social, é artificial, não julga com equidade.

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