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DIREITO PENAL 1 - PROF MICHELLE CABRERA

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DIREITO PENAL 1 – 1º BIMESTRE 
Ciências Criminais 
*Ciência: teorias criadas a partir de métodos que possam ser estabelecidos através do falseamento. 
1. Empíricas: 
Estabelecidas pela experiência, negam/não se limitam a aparência. 
- Ex.: Criminologia 
 Criminologia Positivista – teoria invalida: busca estabelecer a causa de um efeito (crime). 
Cesare Lombroso – estabelece que a causa seja determinada por características biopsicofísicas. 
Enrico Ferri – estabelece que a causa seja determinada a partir das condições sociais do individuo. 
 Criminologia Crítica: surge na década de 80 e determina que não haja causa de algum efeito, existem 
processos de criminalização. 
2. Normativas: 
Estabelecidas pela norma, são 3: 
2.1. Direito Penal 
 Possui como objeto de estudo crimes e penas 
2.1.1.Crime 
- Conceito Formal: fatos humanos indesejados, orientados pelo principio da intervenção mínima que se 
adequam a um tipo penal. 
*Intervenção mínima: última ratio – última razão/ forma de intervenção. 
- Conceito Material: conduta que lesiona um bem jurídico relevante (vida, patrimônio, dignidade sexual). 
 *Bens Jurídicos: valores sociais que merecem proteção estatal, classificados como individuais ou 
supraindividuais (coletivos), o último presente em leis especiais. O Direito Penal tem como dever proteger 
somente bens jurídicos concretos, e não convicções políticas ou morais, doutrinas religiosas, concepções 
ideológicas do mundo ou simples sentimentos, como ressalta Claus Roxin. 
- Conceito Analítico: analisa as seguintes propriedades: fato típico, antijuricidade e culpabilidade. 
 Fato típico Conduta 
 Resultado 
 Nexo Causal 
 Tipicidade Material 
 Formal Objetiva 
 Subjetiva Culpa 
 Dolo Direto 
 Eventual 
 Antijuricidade: analisa 4 fatos que a descartam: legitima defesa, estado de necessidade, estrito 
cumprimento de um dever legal e exercício regular de um direito. 
 Culpabilidade: verifica 3 elementos: imputabilidade biológica ou biopsicológica, potencial consciência 
de ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. 
2.1.2.Pena 
 Consequência jurídica do crime após processo penal e trânsito em julgado. 
 Preceito secundário do tipo 
*Trânsito em julgado: decisão da qual não se pode mais recorrer. 
* Todo tipo penal possui um preceito primário e secundário. O preceito primário descreve com 
objetividade, clareza e precisão, a infração penal. Já o preceito secundário representa a cominação 
abstrata e individualizada respectiva sanção penal. 
 
 Tipos de Pena: 
- Privativa de Liberdade: reclusão e detenção. 
- Restritiva de Direito: Art.43 e Art.44, CP. 
- Multa 
- Medida de Segurança – forma de sanção penal com caráter preventivo e punitivo para doentes mentais. 
*Política criminal: programa de prevenção, repreensão e tratamento das consequências de um crime. O 
principal artificio penal brasileiro é a repreensão 
 Funções da Pena: 
- Retribuição: função mais antiga de pena, responsável por retribuir uma sanção proporcional ao “mal” 
causado socialmente. Retribuição essa que deve ser proporcional ao “quantum” ou intensidade da 
negação do direito (delito). 
- Prevenção: divide-se em teoria Geral e Especial, que possuem as subdivisões de caráter positivo e 
negativo. 
Geral: voltada ao corpo social para a prevenção de atos ilícitos 
Positivo: funciona como a reafirmação da norma após a sua negação pelo criminoso. 
Negativo: reafirma a norma com o objeto de intimidar o corpo social, recrudescendo penas e 
criando novos tipos penais 
Especial: voltada ao criminoso para que não ocorra o cometimento de delitos novamente 
Positivo: tem por objetivo proporcionar condições para a harmônica integração social do 
condenado e do internado; ideologias “re” – Art. 1º, LEP. 
Negativa: neutralização do criminoso; retirada do sujeito do corpo social; privação de 
liberdade. 
2.2.Processo Penal 
 Ciência criminal normativa que possui como objeto de estudo as provas produzidas pelas partes e 
orientadas pela presunção de inocência. 
2.3.Execução Penal 
 Ciência criminal normativa que analisa a forma de execução da pena, tendo como instrumentos o 
código penal e as leis de execuções penais. 
Origens históricas do Direito Penal 
- O Direito Penal surge na modernidade, junto das ideias Iluministas e a Revolução Francesa 
- Durante a Antiguidade Pré-Jurídica, as penas eram aplicadas de maneira física, pelo próprio corpo civil, 
tendo como função a retribuição proporcional ao delito cometido. 
* Por se tratar de um período primitivo, não há a presença do Estado na aplicação de penas. 
- Na Idade Média, destaca-se o período da inquisição. As penas continuavam sendo aplicadas de maneira 
física, no entanto eram determinadas por autoridades da Igreja Católica, que as encaravam como uma 
forma de aproximar o criminoso de Deus. 
* Acreditava-se que através da solidão e do sofrimento, a alma do homem se purificava. Confissões de 
pecados diminuíam a pena. 
- A idade Moderna é marcada pela revolução industrial, o aumento do índice de desemprego e, 
consequentemente, da criminalidade. Nesse período, Jeremy Bentham, em 1760, apresenta sua ideia de 
panóptico e, a partir disso, as penas passam a ser baseadas na privação de liberdade, não em castigos 
físicos. 
 
 
Teoria do Garantismo Penal 
- Teoria desenvolvida por Luigi Ferrajoli em sua obra “Direito e Razão” 
- Conceito: axiomas (garantias) estabelecidos a acusados em processos penais como limitação ao poder 
punitivo estatal 
*A teoria evita a tirania estatal. Onde a lei termina a tirania começa 
1. Nullum crimen sine lege – não há crime se não haver lei. Sendo essa lei: 
- Anterior ao crime 
 - Certa – contendo conceitos jurídicos definidos 
- Escrita – não sendo baseada em costumes e estando presente no Ordenamento Jurídico 
- Estrita – fruto do Poder Legislativo 
*Princípio da legalidade 
2. Nullum lex penalis sine necessitat – não haverá lei se não houver necessidade 
*Princípio da intervenção mínima 
3. Nullum necessitat sine lesividad – não haverá necessidade se não houver lesão de um bem jurídico 
*Princípio da lesividade 
4. Nullum lesividade sine axione – não há lesividade se não houver ação 
- Inter Criminis (caminho/percurso do crime): termo referente ao processo de evolução do delito, ou seja, 
descrição das etapas que se sucederam desde o planejamento do ato até sua consumação 
Cogitatio Atos preparatórios Atos de execução Consumação Exaurimento 
- O sujeito é punido pelos atos de execução e a consumação do delito 
*Direito penal de ato 
5. Nullum axione sine culpa 
6. Nullum culpa sine judicio 
7. Nullum judicio sine acusatione 
8. Nullum acusatione sine defentione 
9. Nullum defentione sine probatione 
10. Nullum probatione sine contradicta 
- Expressões 5-10 utilizadas em processo penal, sendo 9 e 10 as mais importantes 
 
O Princípio da Legalidade 
- Segundo o Princípio da Legalidade, a criação de normas incriminadoras é função da lei, que deve ser 
anterior à conduta e descrita da forma mais clara possível. 
- Nullum crimen, nulla poena sine lege – Feuerbach 
- Legislações que ao longo da história incorporaram o princípio da legalidade: 
 1813 – Código Penal da Bavária 
 1776 – Constituição estadual da Virgina e Maryland, EUA. 
 1789 – Declaração Universal de Direitos do Cidadão 
 1948 – Declaração Universal de Direitos Humanos, ONU. 
- Proibições decorrentes do Princípioda Legalidade: 
A. Proibição da Retroatividade da Lei Penal (in malam partem) – Lex Praevia: garantia que incide sobre o 
conceito primário e secundário da lei. No âmbito do preceito primário, proíbe todas as mudanças dos 
pressupostos de punibilidade prejudiciais ao réu, compreendendo os tipos legais, as justificações e as 
exculpações. Já no âmbito do preceito secundário abrange as penas, os efeitos de condenação e as 
condições/ extinções de punibilidade. 
- Art. 5º, XXXIX, CF: “NÃO HÁ CRIME SEM LEI ANTERIOR QUE O DEFINA, NEM PENA SEM PRÉVEIA 
COMINAÇÃO LEGAL”. 
- EXCEÇÃO: in bonam partem – Art. 5º, XL, CF: “A LEI NÃO RETROAGIRÁ, SALVO PARA BENEFICIAR O RÉU”. 
- Abolitio Criminis – Art. 107, III, CP: “EXTINGUE-SE PUNIBILIDADE: III – PELA RETROATIVIDADE DE LEI QUE 
NÃO MAIS CONSIDERE O FATO COMO CRIMINOSO”. 
- Resumo: 
 Se o delito ocorrer anteriormente à nova lei penal que é prejudicial ao réu, a retroatividade é 
proibida. 
 Se o delito ocorrer anteriormente à nova lei penal que é benéfica ao réu, a retroatividade é 
permitida. 
B. Proibição do uso de Analogia (in malam partem) – Lex Stricta: a analogia significa aplicar a uma 
hipótese não regulamentada em lei, a legislação de um caso semelhante. O uso em maleficio do réu é 
proibido. 
- A exceção está no uso da analogia em benefício do réu, como no caso de escusas absolutórias. 
- Escusas absolutórias são causas excludentes da punibilidade previstas no Código Penal. 
Ex: Aborto – Art. 124-128*, CP / Isenção de pena – Art. 181, II, CP) 
- ADO 26 – Criminalização da homofobia por analogia à lei de racismo. 
C. Proibição do uso de Costumes como fonte da lei – Lex Scripta: Assim como a analogia e a retroatividade 
in bonam partem são admitidas, os costumes, em benefício do réu, também são permitidos para excluir/ 
reduzir ou descriminalizar o fato, nas hipóteses indicadas pela sociologia jurídica de perda de eficácia ou de 
validade da lei penal. 
D. Proibição de Conceitos Indeterminados para criminalização e condutas – Lex Certa: o uso é proibido 
para que não haja o favorecimento de interpretações idiossincráticas (próprias e particulares de uma 
pessoa). O princípio da legalidade pressupõe o mínimo de determinação das proibições ou comandos da lei 
penal – exige certeza da lei. 
 
O Princípio da Intervenção Mínima 
- O Direito Penal só intervêm em abstrato quando os demais ramos do ordenamento jurídico se 
mostrarem ineficazes na tutela do bem jurídico. Assim, se outras formas de sanção ou outros meios de 
controle social revelarem-se suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização é inadequada e não 
recomendável. 
- O STF adota os seguintes critérios de insignificância: 
 Mínima ofensividade da conduta 
 Ausência de periculosidade da conduta 
 Reduzido grau de ofensa – ausência de violência ou grave ameaça 
 Inexpressiva lesão ao bem jurídico 
 
O Princípio da Insignificância 
- Para este princípio, o Direito Penal não deve se preocupar com condutas incapazes de lesar o bem 
jurídico. 
-Este princípio, certamente, encontra-se fundamento jurídico no conceito de tipicidade, a qual, por certo, 
deve ser analisada sob dois aspectos: a tipicidade formal e a tipicidade material. 
- A tipicidade formal é a correspondência exata entre o fato e os elementos constantes de um tipo penal – 
a conduta corresponde com a descrição da lei penal. 
- A tipicidade material é a real lesividade social da conduta. E é justamente, na tipicidade material, que se 
revela o verdadeiro sentido do princípio da insignificância. 
-Não basta que a conduta praticada tenha apenas correspondência nos elementos de um tipo penal. Faz-se 
necessário que a conduta seja capaz de lesar ou expor terceiros a risco, provocar lesões significantes ao 
bem jurídico tutelado. 
- O princípio da insignificância ou da bagatela encontra-se relação com o princípio da intervenção mínima 
do Direito Penal. Este, por sua vez, parte do pressuposto que a intervenção do Estado na esfera de direitos 
do cidadão deve ser sempre a mínima possível, para que a atuação estatal não se torne demasiadamente 
desproporcional e desnecessária, diante de uma conduta incapaz de gerar lesão ou ameaça de lesão ao 
bem jurídico tutelado. 
 
O Princípio da Culpabilidade 
- Proíbe punir pessoas sem os requisitos do juízo de reprovação, segundo o estágio atual da teoria da 
culpabilidade, a saber: 
A. inimputáveis – incapazes de compreender a norma ou de determinar-se conforme a compreensão da 
norma 
B. imputáveis que estão em situação de desconhecimento inevitável da proibição do fato 
C. imputáveis, com conhecimento da proibição do fato, mas sem o poder de não fazer o que fazem 
porque realizam o tipo de injusto em contextos de anormalidade definíveis como situações de 
exculpação. 
- O princípio não proíbe a aplicação de medidas de proteção fundadas em transtornos psíquicos de autores 
inimputáveis de fatos puníveis. A medida de proteção tem finalidade terapêutica para o autor e de 
neutralização para sociedade. 
- Não proíbe punição em situação de erro evitável sobre a proibição da norma, por insuficiente reflexão ou 
informação do autor. 
 
O Princípio da Lesividade 
- Proíbe a cominação, a aplicação e a execução de penas em caso de lesões irrelevantes contra bens 
jurídicos protegidos na lei penal. Assim como também impede a criminalização primaria e secundária de 
mera cogitatio, mero pensamento – liberdade garantida pela CF. 
*Primária – por parte do legislador/ Secundária – por parte do juiz. 
- A partir dos anos 90, o princípio é relativizado. Criam-se tipificações penais de conduta de perigo, que não 
possuem necessidade de descrever a lesão em si, mas sim, a colocação em risco de um bem jurídico, 
presumindo um possível dano. 
- Os tipos penais de perigo são classificados em: 
1.Concreto: onde se exige comprovação de que a conduta colocou em perigo algum bem jurídico. 
Ex: Art. 250, CP. 
2.Abstrato: a prática da conduta presume risco a um bem jurídico. O legislador aplica pena ainda que não 
venha a existir o perigo real no caso concreto, ou seja, independe de comprovação. 
Ex: Art. 306, CTB. 
 
O Princípio da Proporcionalidade 
- A partir do entendimento do Direito Penal como ciência, o Estado detém o poder de aplicar sanções 
penais. Tais sanções sofreram limitações advindas da Declaração Universal de Direitos do Homem e do 
Cidadão, que exigia a observação da proporcionalidade entre a gravidade do crime cometido e a sanção 
aplicada ao infrator. 
- A consagração do Princípio da Proporcionalidade se da após a 2º Guerra Mundial, através do 
constitucionalismo moderno, que traz garantias como as dispostas na Constituição Federal de 1988 em seu 
artigo 5º: 
 ART. 5º, XLVI – individualização da pena/ XLVII – proibição da pena em determinados casos...* 
*Dentre outros incisos presentes no mesmo artigo. 
- A exigência de individualização da pena se apresenta em 3 níveis: 
1. Nível legislativo – o legislador cria para cada tipo penal uma sanção, ou seja, preceito primário e 
secundário. 
2. Nível judiciário – o magistrado aplica ao fato que o sujeito está respondendo, a exata medida da pena 
3. Nível de Execução da Pena – os indivíduos apenados terão direito a progressão do regime, após ter 
cumprido um quantum da pena. 
- Subprincípios que têm aplicação sucessiva e complementar à proporcionalidade: 
 Adequação e necessidade da pena: têm por objeto a otimização das possibilidades da realidade, 
realizando 2 questionamentos para compreender se a sanção é adequada e necessária 
1º questão: A pena criminal é o meio adequado para realizar o fim de proteger um bem jurídico? 
2º questão: A pena criminal sendo um meio adequado para proteger um bem jurídico, é um meio 
necessário para realizar este fim? 
 ART. 59: O juiz atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,bem como o comportamento da 
vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
I- As penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II- A quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
III- O regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
IV- A substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
 Princípio da proporcionalidade em sentido estrito/ Princípio da Aprovação: têm por objeto a 
otimização das possibilidades jurídicas, ao nível da criminalização primária e secundária. Traz a 
seguinte questão: a pena criminal comina e/ou aplicada (considerada meio adequado e necessário) é 
proporcional em relação à natureza e extensão da lesão abstrata e/ ou concreta do bem jurídico? 
- Também levanta-se a questão da existência de proporcionalidade na relação de custo-benefício na 
condenação do indivíduo 
 
O Princípio da Humanidade 
- Deduzido da dignidade da pessoa humana, previsto no Art. 1º, III, CF. 
- Proíbe a cominação, aplicação e execução de penas: 
A. de morte 
B. perpétuas 
C. de trabalhos forçados 
D. de banimento 
E. cruéis, como castrações, mutilações, esterilizações, ou qualquer outra pena infamante ou degradante do 
ser humano 
- As mesmas proibições são previstas no Art. 5º, XLVII, CF. 
- O Princípio da Humanidade, assim como o da dignidade da pessoa humana, protege a integridade física e 
moral, garantida pelas seguintes normas jurídicas: 
 ART. 5º, XLIX, CF/ ART. 38, CP/ ART 3º, LEP e ART 40, LEP 
- Também proíbe a execução de penas legais cruéis aos cidadãos condenados, como por exemplo, as 
condições indignas e desumanas presentes nas penitenciárias e cadeias públicas. 
 
O Princípio da Responsabilidade Penal Pessoal 
- A definição de fato punível nas dimensões de tipo de injusto e de culpabilidade contém duas garantias 
fundamentais: 
1. Limita a responsabilidade penal aos autores e partícipes do tipo de injusto, com proibição constitucional 
de extensão da pena além da pessoa do condenado, como está prescrito no Art. 5º, XLV, CF. 
 ART. 29: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
§1º: Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
2. Limita a responsabilidade penal aos seres de carne e osso, com exclusão conceitual da pessoa jurídica e 
incapaz de culpabilidade (condições pessoais de saber e controlar o que faz – imputáveis –, potencial 
consciência da ilicitude e poder agir de outro modo – exigibilidade de conduta diversa). 
 
O Princípio da Secularização 
- A secularização (laicização) é a ruptura entre a cultura eclesiástica e as doutrinas filosóficas, 
especialmente entre a moral do clero e a forma de produção da ciência. Por isso, o Estado não deve se 
imiscuir coercitivamente na vida moral dos cidadãos e nem tampouco promover coativamente sua 
moralidade, mas apenas tutelar sua segurança, impedindo que se lesem uns aos outros. Com o princípio da 
secularização busca-se preservar a pessoa numa esfera em que é ilícito proibir, julgar e punir: a esfera do 
pensamento, das ideias. 
 
Evolução Histórica do Direito Penal: Escolas Penais 
1. Escola Clássica: 
- O Direito Penal enquanto ciência advém da escola clássica durante o final do século XVIII e início do 
século XX 
- Possui influências da corrente jusnaturalista 
- Beccaria, nome de destaque, no ano de 1764 traz em sua obra “Dos delitos e das Penas” as ideias de 
limitação do Estado na aplicação de penas 
- O crime é entendido como um fato espontâneo proveniente do livre arbítrio individual 
- O indivíduo sendo livre e optando pela escolha de comer um delito, será julgado e condenado 
2. Escola Criminológica Positivista 
- Segue a metafisica naturalista, que prevê a toda causa um efeito, assim como nas ciências naturais/ 
cartesianas 
- Neste período há a desvalorização das ciências sociais 
- Cesare Lombroso, em sua obra “L’uomo delinquente”, traz a ideia de que o homem é determinado a 
cometer delitos pelas características biopsicofícas. Rejeitando a ideia de que o crime provém do livre 
arbítrio. Eqw3e 
- Outros pensadores como Enrico Ferri e Raffaele Garofalo, apresentam em suas obras a ideia de que as 
condições socioeconômicas do indivíduo causam a propensão ao crime. 
 Ideologia da Defesa Social 
- Ideologia comum a ambas as escolas 
- Seguem o princípio do bem e do mal: o delito é um dano para a sociedade e o delinquente é um 
elemento negativo e disfuncional para do sistema social 
- Surge contemporaneamente à Revolução Francesa 
- Possui as seguintes subdivisões: 
 Princípio da legitimidade: O Estado, como expressão da sociedade, está legitimado a reprimir a 
criminalidade por meio de instâncias sociais de controle social 
Exemplos: Polícia, Ministério Público e Juiz 
 Princípio da finalidade ou da prevenção: a pena não possui somente a função de retribuição, mas 
também de prevenção 
- Formas mais contemporâneas de defesa social: 
 Tolerância zero – Alto policiamento em Nova Iorque 
 Justiça atuarial – EUA 
 Direito penal do inimigo – desenvolvido após ataques terroristas 
3. Escola Sociológica 
- Também chamada de Estruturalista do Desvio e da Norma 
- Foi baseada nas ideias de Durkheim, principalmente no conceito de anomia e desenvolvida por Robert 
Merton e outros 
- Desvio é o fenômeno natural de toda estrutura social determinista 
- Quando determinados limites são ultrapassados, o desvio é negativo 
- Robert Merton desenvolve a ideia de pressão anômica em sua obra, publicada em 1938, “Social theory 
and social strucuture” – Fins culturais e Estrutura social. 
Tipologia das adaptações 
Tipo Estrutura Social Fins Culturais 
Conformista Aceita Aceita 
Inovador Rejeita Aceita 
Ritualista Aceita Rejeita 
Apático Rejeita Rejeita 
Rebelde Cria uma nova Cria um novo fim 
 
 Teoria da associação diferencial 
- Desenvolvida por Edwin Sutherland 
- Acredita que a criminalidade, como qualquer outro modelo de comportamento, se aprende conforme 
contatos específicos, aos quais o sujeito está exposto em seu ambiente social e profissional 
- Criminalidade não está baseada, necessariamente, na pobreza. Um exemplo seria o crime de colarinho 
branco. Para Merton, a classe dos homens de negócios corresponde de fato ao caracterizado pela proposta 
inovadora 
- Há discrepância nas estatísticas oficiais da criminalidade e da criminalidade oculta, especialmente a 
econômica 
4. Escola Criminológica Crítica 
- Surge no EUA e na Europa durante os anos 60 
- No Brasil surge durante os anos 80 com Juarez Cirino dos Santos 
- As teorias tradicionais – iluminista e positivista – concebem o crime como um ente delimitável, 
atemporal, apreensível em si; não problematizam os mecanismos de criminalização e a razão para que 
determinadas condutas sejam adjetivadas como desvios e outras tantas não 
- A desigualdade social é tida como o maior mecanismo de criminalização 
 
 Labeling Approach 
- Passagem de uma criminologia tradicional para outra, agora, crítica 
- Surgiu durante os anos 60, nos EUA 
- O comportamento desviante alinhado ao comportamento rotulado 
- Criminalização primária – poder legislativo 
- Criminalização secundária – policia, Ministério Público, Juiz – há desigualdade de tratamento conforme a 
classe social 
- Criminalização terciária/ social – manutenção do estigma de “criminoso”; etiquetamento do sujeito 
- Problema: experiência dos anos dourados (1945 – 1960) 
- Pós Guerra: contexto histórico da Europa e EUA 
- Pleno emprego: menor taxa de desemprego da história 
- Ascensão do Estado de bem estar social: redução significativa da pobreza 
 Privação Relativa 
- Desenvolvida por Jock Young 
- Entende que a criminalidade é o resultado da soma entre descontentamento social e a ausência de 
oportunidades 
- Difícil acesso a oportunidades,não privação absoluta 
- Expectativas X Oportunidades

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