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RESUMO ELEMENTOS DA TEORIA GERAL DO ESTADO (CPTE) CAPITULO 1 E 2 VITORIA VIANA MESQUITA 2 PERIODO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA 
CURSO DE DIREITO 
DOCENTE: MÁRCIO FERNANDO MOREIRA MIRANDA 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO DIREITO E DAS INSTITUIÇÕES JURÍDICAS 
 
 
 
 
 
 
VITORIA VIANA MESQUITA 
 
 
 
 
RESUMO: ELEMENTOS DA TEORIA GERAL DO ESTADO – 
DALMO DE ABREU DALLARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz 
2020 
 
 
CAPÍTULO I – DA SOCIEDADE 
O autor introduz o capítulo realçando os proveitos do convívio em 
sociedade para o homem, no entanto, ele também argumenta que a convivência 
social demanda um conjunto de limitações que restringe consideravelmente a 
liberdade humana. Não obstante, o homem permanece em sociedade, destaca 
o autor. Isto o leva a abordar duas teses cujo argumento central pode explicar 
as motivações do ser humano a permanecer subordinado à sociedade: o da 
sociedade natural e o da escolha humana. 
A IDEIA DA SOCIEDADE NATURAL 
Aristóteles: Dallari cita o filósofo para explicar que o ‘‘homem é um animal 
político’’ cuja instinto de agrupamento social é motivado pela lógica. 
Cícero: Defende que o homem possui instinto natural de sociabilidade. 
Logo, ainda que o ser humano vivesse sozinho confortavelmente, optaria pelo 
convívio com os demais por necessidade de uma vida social. 
Em seguida, o autor emprega as hipóteses de Santo Tomás de Aquino 
para exemplificar os tipos de indivíduos que vivem sozinhos: 
Excellentia naturae: quando o indivíduo é virtuoso e escolhe viver em 
comunhão a própria santidade 
Corruptio naturae: quando o indivíduo é portador de alguma doença 
mental. 
Mala fortuna: quando o indivíduo, por conta de acidente, é obrigado a viver 
sozinho (ex: naufrágio) 
Nesse ponto, o autor aborda as teses de vários teóricos quanto a origem 
da sociedade, tais como o de Ranelletti, cuja tese defende que o homem, 
independente de recursos, época ou origem, sempre será encontrado em um 
estado de convivência social. Ainda nessa linha, a sociedade existe em função 
da necessidade natural do homem, ou seja, sua subsistência. 
 
 
 
 
A IDEIA CONTRATUALISTA 
De acordo com o autor, o viés Contratualista é repleto de teorias 
diversificadas, contudo, grande parte dos teóricos dessa linha concorda que a 
sociedade é um acordo de vontades entre semelhantes, celebrado com o intuito 
de alcançar objetivos comuns. Assim, entende-se que a vontade sustenta uma 
sociedade, não o suposto instinto natural de socialização do ser humano. 
Para enfatizar esse ponto, o autor aborda a obra de Platão ‘‘República’’ 
que descreve uma organização de sociedade ideal tendo como cerne a 
subordinação da vida social às vontades de todos (contratualismo). Ele também 
destaca o aspecto contratualista na obra de Thomas Hobbes, ‘‘Leviatã’’, citando 
que para Hobbes, o homem em seu estado natural é causador de desordem e 
uma ameaça aos seus semelhantes, uma vez que suas ações em relação aos 
outros não são reprimidas. Ou seja, o estado de natureza configura uma ameaça 
a igualdade dos homens. 
Em seguida, o autor disserta a respeito das leis fundamentais da natureza 
propostas por Hobbes, nos quais: I) Cada homem deve ser esforçar pela paz; II) 
Cada um deve concordar e consentir com a defesa de si mesmos quando 
necessário para manutenção da paz. No entanto, para manutenção de tais leis, 
o homem depende do Estado, que o autor descreve como um poder capaz de 
empregar os meios necessários para manter o homem dentro dos limites da 
sociedade. O estado é criado pelo próprio indivíduo para manutenção da sua 
defesa. 
Em sua conclusão, o autor cita os pontos de vista de Rosseau e 
Montesquieu quanto a subordinação do homem ao Estado para enfatizar a 
necessidade do Estado para o bem comum. Ainda nessa linha, ele também 
aborda o povo como soberano em duas vontades, a Vontade Geral e a Vontade 
de Todos (a soma de vontades particulares). 
 
 
 
 
 
 
A SOCIEDADE E SEUS ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS 
Para definir uma sociedade, o autor explica que um grupo de indivíduos 
deve seguir os seguintes critérios: finalidade, valor, manifestações ordenadas e 
poder social. No que concerne finalidade, o autor ressalta duas linhas de 
pensamento: determinismo e o finalismo. 
Determinismo: o homem é sujeito ao princípio de casualidade cuja 
finalidade é a consequência de seus atos pré-determinadas (que o mesmo não 
poderá interromper). 
Finalismo: a finalidade é o bem comum, mesmo que algo valioso para um 
seja insignificante para o outro. Nessa concepção, o bem comum é um conjunto 
de condições que permitam a cada homem e a cada grupo social a realização 
de seus fins privados. 
ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA 
No intuito de manter o equilíbrio da sociedade, é necessário que haja 
manifestações ordenadas, contudo, elas devem atender três critérios: reiteração, 
ordem e adequação. 
Reiteração: Trata-se de renovação, uma vez que a cada momento surgem 
novos fatores afetando a noção de bem comum. 
Ordem: Os movimentos devem ser produzidos em consonância com as 
leis, de forma ordenada. 
Dada a exigência da ordem, o homem como passou a ter uma convicção 
excessiva nas ciências e técnicas. O filósofo Durkheim contribuiu expressiva no 
surgimento da ciência da sociologia ao sustentar que fatos sociais devem ser 
tratados como ‘‘coisas’’. Desse modo, ele evidenciou diferenças entre fatores 
psicológicos e sociais para um indivíduo, originando uma clara diferenciação das 
ordens da natureza (mundo físico), sendo esta submetida ao princípio da 
casualidade, e a ordem humana submetida ao princípio da responsabilidade. 
 
 
 
 
O PODER SOCIAL 
No funcionamento de uma sociedade, o poder é a parte mais importante, 
sendo um fenômeno social cuja própria existência é subjugada a necessidade 
de uma ou mais vontades, dentre as quais exigem e as que são submetidas a 
tais exigências, considerando-se assim dois aspectos: como relação ou como 
processo. 
As teorias e autores que negam a necessidade de um poder são descritas 
como anarquistas. Elas podem ser divididas em: cínicos, estoicos, epicuristas, 
cristãos. Contudo, independente dos inúmeros estudos sobre o poder, é 
unanimidade entre os estudiosos que ele sempre existiu, mesmo quando era 
dividido. É importante ressaltar ainda que foi somente a partir do fim da Idade 
Média que o povo passou a ser considerado como fonte de direitos e poder. 
Em sua definição, o poder ser classificado pelas suas respectivas áreas: 
poder carismático, poder tradicional, poder racional. O poder tradicional é o 
poder exercido pelas monarquias, o poder carismático é exercido por líderes 
populares que lutam pelo povo muitas vezes contra o direito vigente, o poder 
racional é exercido por autoridades investidas pela lei, e o poder legítimo é o 
poder consentido. 
AS SOCIEDADES POLÍTICAS 
Nesse ponto, o autor relata três categorias de grupos sociais distintos: 
sociedades como família, sociedades voluntárias e sociedades involuntárias. 
Grupos que lutam pelos mesmos objetivos e não atendem o critério para serem 
denominados de sociedade são chamados de associação, família, tribos e clãs. 
Dentre todas essas sociedades, a mais importante de todas é a sociedade 
política denominada de Estado. 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II – DA SOCIEDADE 
Quanto as teorias sobre a origem e formação do Estado, predominam as 
seguintes: 
- O Estado sempre existiu. 
- De fato a sociedade humana existiu sem o Estado durante determinado 
período, contudo, posteriormente por uma variedade de motivos 
- Ainda que a sociedade humana tenha existido sem o Estado durante 
determinado período, posteriormente o Estado foi constituído para atender às 
necessidades dos grupos sociais existentes. O surgimento do Estado em vários 
lugares foi um processo gradual, em conformidade com as condições e recursos. 
Esse viés é defendido pela maioria dos teóricos. 
- Uma sociedade só pode serclassificada como Estado se determinada 
sociedade política apresentar determinadas características. 
No que concerne causas determinantes para o surgimento do Estado, 
destacam-se as seguintes: 
Familiar: Ampliação de famílias primitivas, originando um Estado. 
Violência: Geralmente ocorre através da conquista, culminando na 
subjugação de um grupo social mais fraco em relação ao superior. 
Econômico: A formação do Estado ocorreu em função do interesse de 
aproveitamento dos benefícios da integração de várias classes de atividades 
profissionais e a sua divisão. Marx e Engels fomentam as teorias de maior 
repercussão. 
Desenvolvimento Interno: No qual o desenvolvimento espontâneo de 
uma sociedade acarreta na formação do Estado. 
 
 
 
 
 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO 
ESTADO ANTIGO: Formas primitivas do Estado, tais como antigas 
civilizações do Oriente ou Mediterrâneo. Caracteriza-se pela religiosidade e a 
natureza unitária. 
ESTADO GREGO: Áreas habitadas por povos helênicos. Caracteriza-se 
por cidade-estado de poder absoluto e unitário. 
ESTADO ROMANO: Denominada as diversas formas de governo que 
existiram em Roma. Caracteriza-se pela base familiar de organização e a 
sociedade política organizada. 
ESTADO MEDIEVAL: Caracteriza-se base religiosa (unidade da Igreja), 
feudalismo (Estado dividido). 
ESTADO MODERNO: A transição de Estado Medieval para Estado 
Moderno ocorre principalmente em decorrência de dois fatores predominantes: 
a de uma autoridade central e a necessidade de ordem. 
SOBERANIA 
Segundo Jean Bodin, a soberania pode ser descrita como o poder 
absoluto e perpétuo de uma República. Enquanto Rosseau classifica a soberania 
como inalienável por ser tratar do exercício da vontade geral, uma vez que não 
pode ser alienar e nem mesmo ser representada por qualquer que seja. Miguel 
Reale, por sua vez, sintetiza todas as teorias já formuladas ao conceituar 
soberania como o poder de se organizar juridicamente e de fazer valer dentro do 
seu território as decisões integralmente, ainda que delimitado pelos critérios 
éticos de convívio social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA 
UNA: Porque o Estado não admite a existência de duas soberanias. 
INDIVISÍVEL: É inadmissível a existência de várias partes da mesma 
soberania. 
INALIENÁVEL: Aquele que o detém deixa de existir quando a perde, seja 
povo, nação ou Estado. 
IMPRESCRITÍVEL: Não possui prazo de duração. 
PODER ORIGINÁRIO: Nasce no momento em que o Estado surge, ou 
seja, é um atributo inseparável dele. 
 
POVO 
Geralmente utiliza-se povo como sinônimo de Estado, porque o Estado se 
forma em função de uma população. Contudo, no âmbito jurídico, essa 
expressão é equivocada. Outra forma popular de denominar um povo é nação, 
cuja expressão adquiriu bastante prestígio durante a Revolução Francesa. 
Na modernidade, é possível conceituar precisamente o sentido de uma 
Nação, dado que a mesma não se apoia na existência de vínculos jurídicos e 
como tal não pode ser confundida com um Estado. É importante ressaltar que a 
expressão nação não perdeu completamente o significado, pelo contrário, 
adquiriu um novo significado, ancorado em laços históricos e culturais. Não 
obstante, o autor ressalta que o uso de tal expressão ‘‘Nação’’ com o sentido de 
denominar um povo é incorreta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO DE ESTADO 
Quando se trata do conceito de Estado, predominam-se duas tendências: 
ou se dá mais ênfase a noção de força ou se ressalta a natureza jurídica, no qual 
o ponto de partida é a noção de ordem. Dentre os conceitos vinculados à noção 
de força, que podem ser classificados como políticos, o Estado é compreendido 
como uma força que se impõe a si própria e que por suas próprias virtudes, 
procura a disciplina jurídica. 
Conceitos ligados à noção de ordem realçam o elemento jurídico, 
destacando que todos os demais só possuem existência fora do Estado, de 
modo que só podem ser compreendidos como componentes do Estado após sua 
integração em determinada ordem jurídica (o que só pode ser alcançado através 
da força). 
Assim, diante do exposto, o Estado pode ser conceituado como a ordem 
jurídica soberana cuja finalidade é o bem comum de um povo situado em 
determinado território. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 30.ed. São 
Paulo: Saraiva, 2011.

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