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Seminário OSC - Final

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
ANNA CAROLINA CERQUEIRA BARRETO
ANA CAROLINA TEIXEIRA BERNARDINO
BEATRIZ DE ALMEIDA TAVEIRA
CAROLINA SOUZA FERNANDEZ
DAVI SILVEIRA RIJO
EMANUELLE DE SOUZA BERNARDINO
GIOVANNA BORGES DE OLIVEIRA NERY
GUILHERME HERMSDORFF BARBASTEFANO
HUGO AUGUSTO NASSIF
ISABELLA BRAGA MIRAGAIA
MARCO ANTÔNIO SOUZA DE OLIVEIRA
YASMIN PENHA DE ANDRADE
EXCLUSÃO SOCIAL E POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
RIO DE JANEIRO - RJ
2019
Introdução
Segundo o IBGE, o Brasil conta com uma população atual de aproximadamente 208 milhões de pessoas. Destas, estima-se que cerca de 25% a 30% encontram-se em situação de vulnerabilidade social. As políticas sociais são medidas adotadas pelos governos numa tentativa de corrigir as inequidades. Uma das formas de correção é tratar desigualmente os desiguais.
Podemos perceber que a discussão sobre a exclusão social está embasada no conceito de igualdade ao acesso de serviços e direitos fundamentais, como a educação em que a parcela da sociedade que tem melhor condição financeira acaba recebendo um ensino melhor ou no acesso a serviços básico, como saúde, transporte, segurança e trabalho, serviços que tinham que ser iguais para todos porém acabam sendo deturpados, transformando o direito em privilégios e assim excluindo o sentimento do indivíduo de pertencimento de seu meio social.
Dentre os tipos de exclusão social estão:
A exclusão econômica que ocorre quando há a exclusão de indivíduos de um grupo em relação ao processo de produção e ao consumo de determinados produtos e bens. Na parte da produção essa exclusão ocorre na falta de emprego e de especialização para aquele determinado grupo. Na parte referente ao consumo, a exclusão está na impossibilidade e na dificuldade para adquirir certos produtos. Um exemplo é a falta de acesso à tecnologia, como computadores ou celulares, que acaba excluindo o sujeito do convívio social que existe no meio virtual. 
Para termos uma ideia real da exclusão econômica é preciso lembrar da concentração de renda que há muito tempo é uma característica enraizada no Brasil. Nosso país possui uma das maiores cargas tributárias quando comparada aos demais países, está assolado pela inflação e em constante queda da renda per capita e do emprego formal. Esses problemas unidos levam à precariedade no acesso à saúde e à educação. Um exemplo tangível dessa situação é a taxa de mortalidade de crianças vítimas de inanição no Brasil, que é uma condição de total carência de recursos básicos para a sobrevivência como alimentos e medicamentos. 
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mortalidade infantil no Brasil por inanição passou de 33,5 crianças mortas por mil nascidas vivas para 22 no ano de 2010, o que permanece sendo um número preocupante visto que a média estipulada para as Metas de Desenvolvimento do Milênio, desenvolvidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 15 crianças.
Dados da mortalidade por inanição nos estados brasileiros.
	Acre - 28,9
	Paraíba – 35,2
	Alagoas – 46,4
	Paraná – 17,3
	Amapá – 22,5
	Pernambuco – 35,7
	Amazonas – 24,3
	Piauí – 26,2.
	Bahia – 31,4
	Rio de Janeiro – 18,3
	Ceará – 27,6
	Rio Grande do Norte – 33,5
	Distrito Federal – 15,8
	Rio Grande do Sul – 12,7
	Espírito Santo – 17,7
	Rondônia – 22,4
	Goiás – 18,3
	Roraima – 18,1
	Maranhão – 36,5
	Santa Catarina – 15
	Mato Grosso – 19,2
	São Paulo – 14,5
	Mato Grosso do Sul – 16,9
	Sergipe – 31,4
	Minas Gerais – 19,1
	Tocantins – 25,6
	Pará – 23
	
Em relação à exclusão no mercado de trabalho, ocorre quando a economia do país começa a crescer e o desemprego cai rapidamente, atingindo os grupos sociais mais vulneráveis. As empresas admitem primeiro as pessoas mais bem posicionadas no mercado e só depois aquelas com defasagem profissional, com isso essas pessoas sobrando estão excluídas pois o país não tem política pública para reingresso no mercado. As empresas buscam maior produtividade do empregado e, assim, optam pelos mais qualificados. Porém, grande parte da população fica excluída dessa parcela, principalmente, quando é visado o nível de escolaridade. Segundo o estudo do Dieese, quando se considera a escolaridade, trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto são a maior parcela: 46,2% dos que estão há muito tempo desempregados.
Outro aspecto que torna o mercado desigual é o fato de muitas empresas optarem por não contratar mulheres que estão em faixa etária reprodutiva, por ter receio de que a produtividade seja afetada. Os negros também sofrem com o fechamento de vagas imposto pela crise e como se não bastasse a dispensa maior, eles convivem com uma diferença salarial defasada. Segundo projeções do IBGE, o rendimento mensal médio dos brancos na capital gira em torno de R$ 3.506,00. Já entre os negros é de R$1.874,00 uma diferença de 46,5%. Neste caso, a explicação também é o preconceito histórico pois o negro foi incluído no mercado de trabalho em cargos de menor destaque.
Temos, também, a exclusão política que está relacionada à falta de informação disponibilizada a determinados grupos para que possam formar um pensamento crítico, sabendo o que pode ser realmente bom para eles e para o meio em que vivem. A participação da população é a fundamental na sociedade democrática, com isso, aqueles que não tem acesso às informações para assim poderem formar um senso crítico acabam sendo excluídos.
Além disso, temos a exclusão cultural que se caracteriza pela dificuldade de acesso das populações aos produtos culturais. Uma das dificuldades para esse tipo de exclusão é a xenofobia e as ideias conservadoras, porém a defesa das culturas nacionais e das tradições não pode ser um pretexto para o fechamento às influências externas, mas somente um meio para defender a liberdade.
Segundo Mark Maloch Brown, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), “Antes que o mundo atinja os objetivos de desenvolvimento para o milênio, tem que primeiramente enfrentar, com êxito, o desafio da construção de uma sociedade culturalmente diversificada e inclusa.”
Depois de estudos feitos sobre o comércio mundial de bens culturais (cinema, fotografia, rádio e televisão, revistas, música, literatura e artes visuais), podemos ver que quatro quintos desses recursos se originaram apenas de 13 países. Tendo isso em vista, podemos perceber que essa concentração de conteúdos pode acabar gerando uma singularidade, o que acarretaria na perda da identidade cultural dos grupos menos influentes.
A problematização da pobreza, enquanto questão social, se constrói progressivamente em torno da definição do que são “necessidades”. Sob bases economicistas, a pobreza é, então, relacionada à carência de necessidades e à privação - material, social ou de inserção política. Inicialmente concebida como uma questão de sobrevivência, ou de carência de necessidades básicas, a noção de pobreza se amplia, a partir dos anos de 1970, ao acrescentar outras exigências referentes ao consumo básico de uma família, tais como serviços de água potável, saneamento básico, saúde, educação e cultura. E novamente se amplia, no final do século XX, a partir do enfoque da pobreza como privação relativa, no que se refere à pobreza relacionada a um processo integrado (social, econômico e político) de expansão das liberdades reais (substantivas) interligadas, de que as pessoas desfrutam.
Constata-se, atualmente, um deslocamento do espaço institucional da questão social da pobreza, que sai do eixo do Estado e migra para as esferas locais de governo. O caráter urbano da pobreza torna-se, então, ainda mais visível, na medida em que vem desafiar a governabilidade urbana, exigindo dos governos locais soluções rápidas e efetivas. Também inscreve no território da cidade marcas permanentes das contradições sociais que reconfiguram e contextualizam a pobreza a cada momento. E é no cotidiano urbano onde se define o campo de possibilidades para estabelecer convenções capazes de vencer a pobreza. Possibilidadesque são pautadas na história, na cultura, nas relações econômicas dominantes e na forma de inserção no mundo global, bem como nos padrões de sociabilidade existentes em cada localidade.
· SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 e é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo ações básicas, ações de média e alta complexidade, tendo como foco a saúde como qualidade de vida, visando à prevenção e a promoção desta. Em contrapartida, devido às deficientes condições desse serviço público, ele é utilizado apenas por pessoas mais pobres, que não tem condições financeiras de arcar com os custos de um plano de saúde. Que contam, geralmente com uma rede de hospitais com melhor infraestrutura. Como resultado, as instituições municipais, estaduais e federais encontram-se saturadas e com pouca assistência, pois a maioria que busca este recurso está dentro da classe que se encontra excluída da sociedade. 
Existem três princípios que regem esse sistema: universalização, integridade e equidade. A universalização diz que a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, independente de qualquer característica social ou pessoal. A integralidade considera as pessoas como um todo, atendendo a todas às suas necessidades e assegurando uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. A equidade tem como objetivo diminuir desigualdades, apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, nem todos são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
Médici & Seixas (apud Costa & Ribeiro, 1996, p. 26) afirmam que o conceito de equidade vem sendo usado como meio e não como um fim, o que vem ocasionando o fracasso das estratégias de políticas de saúde universalistas.
O Brasil, sendo “o país que adota um sistema tributário com a taxação sobre o consumo em lugar da renda e da riqueza – o que acentua as desigualdades antes mesmo da alocação dos recursos”, isso acaba gerando consequências negativas no campo da saúde e ampliando ainda mais a lista de situações de iniquidades sociais. O percentual do gasto público em saúde é de apenas 10,7% dos gastos do orçamento total dos governos, ou seja, é extremamente baixo.
Devido a esses fatores, o anunciado acesso universal e igualitário aos serviços de saúde acaba dando lugar a diversas situações de desigualdades no SUS – Sistema Único de Saúde. A iniquidade, como consequência de fatores como a desinformação, consociada aos diferenciais de escolaridade, ou ainda da alteração de determinadas políticas públicas, em algumas das quais ainda estão presentes os privilégios e a discriminação, acaba sendo um fator em constante presença nos programas de saúde pública no Brasil.
Por isso não se pode assegurar que o SUS seja uma política pública de “promoção de equidade”, apesar de o sistema ter sido moldado visando o acesso universal, da igualdade e da justiça social.
Pode-se dizer que as normas que regem o SUS preveem um tratamento igual para necessidades iguais. Porém, a equidade, de maneira mais específica deve levar em conta as diferenças sociais, étnicas, econômicas e culturais, sendo a estratégia para se atingir a igualdade de oportunidades em relação ao aproveitamento de boas condições de saúde.
Torna-se necessário, assim, remodelar não só o Estado, mas também as suas formas de relação com a sociedade civil, para que esta equidade possa proporcionar a satisfação do indivíduo com seu próprio estado de saúde e dos que estão ao redor, proporcionando-nos atingir um ideal de um sistema de saúde que seja capaz de garantir o necessário a todos, levando em conta suas singularidades e necessidades.
· POLÍTICAS SOCIAIS
As políticas sociais são conjunto de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. As políticas públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmem graças ao reconhecimento de necessidades de grupos sociais.
O Brasil adotou algumas estratégias de políticas públicas nas últimas décadas. Dentre elas temos destaque ao principal programa de transferência de renda do Governo Federal, o Programa Bolsa Família, é o maior programa de distribuição de renda do país. Foi considerado um dos principais programas de combate à pobreza do mundo.
· BOLSA FAMÍLIA
O programa Bolsa Família, regido pelo governo Federal, se tornou uma proposta de transferência de renda, de forma direta, para brasileiros que se encontram em situações de pobreza, que apresentam uma renda familiar inferior a R$70,00 mensais. Deste modo, possuem o objetivo de ajudar as famílias a superar os casos de vulnerabilidade e pobreza, com o acesso à educação, direito à alimentação e à saúde. A plataforma foi criada em 2003, – era vista como uma medida provisória no primeiro instante, mas que foi definida como lei em 2004 – tem a finalidade de unificar programas anteriores do governo de Fernando Henrique Cardoso e aplica-los efetivamente na realidade brasileira, sendo um grande marco histórico para o governo Lula. Além disso, os projetos unificados foram o bolsa alimentação, bolsa escola, auxílio-gás e cadastramento único do governo federal.
Em primeiro plano, o conceito de cidadania é a relação do exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais que são estabelecidos na Carta Magna e devem se aplicar com muita funcionalidade no país que se situa. Porém, muitos brasileiros não obtêm consciência dos seus direitos instituídos que são burlados pelo próprio governo, esse ato interfere e rompe com o comprometimento dos direitos básicos do ser humano que inviabiliza o avanço da nação. O bolsa família é um programa que atende por volta 13,9 milhões de pessoas, afim de contribuir para que ocorra índices de redução em fatores como a desigualdade social, miséria que são grandes problemas encontrados na sociedade e diminuir as diferenças de classes. Além disso, colocam em prática a atividade dos direitos básicos de cada indivíduo que constitui o país. Assim, a plataforma distribui a renda mensal por pessoa, quando há criança ou adolescentes até os 17 anos, estipula a quantia de R$170,00. Entretanto em casos em que as famílias não tenham menores de idade o limite é de R$85,00. Dessa forma, o propósito reúne o combate à fome e promover a segurança alimentar e nutricional, promover o acesso à rede de serviços, como saúde, educação, segurança nutricional alimentar e combater a pobreza e outra formas de exclusão das famílias.
A manutenção do Bolsa Família para cada família depende de alguns requisitos que devem ser cumpridos, como a frequência escolar (mínima de 85% para crianças e adolescentes de até 15 anos e para jovens entre 16 e 17 anos 75%), assegurar estar em dia com a carteira de vacinação (crianças com 0 a 7 anos de idade), pré-natal das grávidas, acompanhamento das mulheres de 14 a 44 anos que amamentam e acompanhamento médico sobre o crescimento e desenvolvimento para crianças que possuem até 7 anos. Com isso, essas medidas tem compatibilidade a melhorar o índice de desenvolvimento humano na população brasileira. O modo de cadastramento das famílias é feito na prefeitura da cidade com documentos como RG, CPF e título de eleitor, e preenchendo o formulário de cadastramento do CadUnico (Cadastro para Programas Sociais do Governo Federal) e o cartão de cadastro é enviado para cada família.
A exclusão social se encontra presente no cotidiano brasileiro, entretanto é formada por meio de consequências de ações históricas antigas ligadas tanto ao capitalismo (devido ausência de políticas de inclusão social) quanto ao preconceito racial (uma condição queimplica a convivência em comunidade). A construção da sociedade fez uma parcela de indivíduos serem privilegiados sem possuir dependência sobre o governo com seus serviços públicos, todavia, outra fração de pessoas, vivem à mercê da sociedade, possuindo pouco ou nenhuma visibilidade para o governo. É uma problemática que está distante de ser solucionada, contudo o Bolsa Família é um programa encontrado até os dias de hoje com o intuito de amenizar as relações de classes sociais. A exclusão social tem íntimo contato com a desigualdade social, isso se deve ao fato de potencializar o processo de exclusão, logo associa ao aumento de miséria, mortalidade, pobreza, desemprego, violência e marginalização por parte de uma sociedade que carece de cuidados e atenção.
O Bolsa família é um recurso utilizado por muitas pessoas no Brasil. Nas pesquisa mais recentes aproximadamente 46,6 milhões de brasileiros por mês, contam com o bolsa família que é um auxílio indispensável para garantir a alimentação, saúde e educação das famílias. O IBGE, estima que cerca de 22% da população do país ou seja aproximadamente 208,9 milhões de habitantes utilizam o bolsa família como uma ajuda para sobreviver. Em 2017 o governo brasileiro investiu cerca de R$ 29 bilhões, um valor maior do que o que foi investido em 2016 (R$ 28,5 bilhões). Em abril do ano de 2018 mais uma vez a fila de espera foi zerada, permitindo a inclusão de 268,3 famílias novas. O bolsa família além do valor mensal, tem suas condições ligadas à educação, saúde e à assistência social, tentando garantir frequência escolar, o acesso a vacinas e outras necessidades básicas. O objetivo do programa é a quebra da pobreza entre gerações.
Em 2015 o Brasil fez uma revolução silenciosa, saindo da condição de país conhecido pelo alto índice de pobreza, para um país que pacificamente conseguiu reduzir extremamente a miséria. Tudo isso se deve ao fato de políticas públicas, como o cadastro único para programas sociais, permitindo que 5.570 municípios do país tivessem o bolsa família.
"Quinze estados brasileiros receberam 66,7% do total de dinheiro gasto pelo governo federal com o programa Bolsa Família em julho de 2017. A “conta” do programa neste mês foi de R$ 2,3 bilhões – esses estados receberam R$ 1,5 bilhão. Localizados no Norte e Nordeste, o valor médio de benefício de cada família é de R$ 199,09, acima da média nacional, que é de R$ 181,39.
Em 2017 66,7% do total de dinheiro gasto pelo governo federal com o programa bolsa família foram distribuídos entre 15 estados brasileiros. Em julho do ano de 2017 o programa gastou cerca de R$ 2,3 bilhões e esses estados receberam R$ 1,5 bilhões desse dinheiro. O valor médio de cada família beneficiada é de 199,09 no Norte e Nordeste, sendo um valor acima da média nacional que é de 181,39. Nesses estados mais necessitados a ajuda varia de R$ 262,82 no acre a R$ 169,18 em Sergipe. E o gasto total por mês do governo federal com o bolsa família, dividindo por números de habitantes, é em média, R$ 20,72 por pessoa. O maranhão é considerado o estado mais dependente do programa, pois seu gasto per capital em média é de R$ 27,95. É gasto aproximadamente R$ 194,4 milhões por mês com um total de 920,9 mil famílias cadastradas, tendo um benefício médio de R$ 211,06.Além do Maranhão, outros oito estados têm gasto per capita superior a R$ 20.Os outros seis estados que ainda são mais dependentes do programa têm gasto per capita inferior a R$ 20. O menor gasto é do Tocantins, com R$ 14,07 per capita”.
A relação do Bolsa família com o Ministério da Saúde é o fato dos requisitos para mantiver incluso do programa, auxiliar o desenvolvimento do país. Através da plataforma, foi reduzido a mortalidade infantil em crianças menores de cinco anos, especialmente em casos de desnutrição crônica e proteção ao excesso de peso entre as crianças beneficiárias, além disso, Já em mulheres de 14 a 44 anos é preciso fazer um acompanhamento, e no caso de gestantes ou que estejam amamentando, é preciso fazer uma acompanhamento da sua saúde e do bebê, esse processo é essencial que aconteça para indicar risco ou problemas logo de início, isso não arrisca a saúde da mulher. O projeto bolsa família alcançou impactos notáveis na saúde, na educação, na segurança alimentar e nutricional de milhões de brasileiros.
Na tentativa de fomentar ainda mais a luta contra a desigualdade social, no ano de 2018, o programa Futuro na Mão foi uma nova aposta do Ministério do Desenvolvimento Social para ajudar a população de baixa renda. O programa será ainda implementado ao decorrer do primeiro e segundo semestre de 2019, mas ainda sem data estabelecida. Administrar o próprio dinheiro está longe de ser uma tarefa fácil, principalmente quando a quantia que se recebe por mês é pouca. Reconhecendo essa realidade, o governo resolveu criar um programa que ajuda às mulheres beneficiárias do Bolsa Família a administrar as finanças pessoais. A partir do momento em que as beneficiárias aprenderem a administrar o dinheiro recebido através do Bolsa Família, o MDS espera melhorar a gestão do orçamento de cada família atendida pelo programa social. Além disso, também é esperado uma quebra no ciclo de pobreza, que costuma ser passado de geração para geração. 
Para promover a prática de educação financeira, o Ministério do Desenvolvimento Social vai realizar cursos nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras). O material utilizado será baseado em três eixos: formação de reservas, planejamento financeiro e controle de dúvidas. Primeiro a oficina vai se concentrar em como o dinheiro pode ser dividido entre despesas do dia a dia, emergências e cofrinhos. Depois, as mulheres vão receber instruções de como planejar os gastos domésticos e registrá-los na agenda da família. Por fim, cada participante receberá um kit, com carteira e duas cadernetas, onde poderão compreender melhor as despesas e evitar a inadimplência. Vale lembrar que as próprias beneficiárias do Bolsa Família ajudaram na criação do conteúdo para as aulas de educação financeira.
Portanto, os técnicos dos Cras terão o desafio de se colocar no lugar dessas mulheres e assim sentir na pele as dificuldades de gerenciar o dinheiro para suprir as necessidades básicas da família. Os cursos do Programa Futuro na Mão contarão com três encontros. Eles receberão o apoio do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). De acordo com Alberto Beltrame, atual Ministro do Desenvolvimento Social, o Programa Futuro na Mão será um dos maiores programas de educação financeira para pessoas de baixa renda do mundo. Tal proposta, espera promover oficinas para mais de 200 mil beneficiárias do Bolsa Família em todo o país. Essas aulas de educação financeira contarão com 1.200 técnicos dos Cras, que receberão uma capacitação específica.
Para finalizar, no presente momento, em 2019, o programa Bolsa Família completa de 15 anos como dúvidas sobre seu futuro. O atual novo governo afirma que pretende “revisar” o programa, e apesar de não defender a extinção do tal, já fez diversas declarações críticas, afirmando que pretende revisar os beneficiários, no qual, 30% dos receptores do Bolsa Família seriam "fraude". Políticas de redução, como a Operação Pente-Fino, implementada nos governos passados são fortes ferramentas para lutar contra a fraude dentro do programa, política já utilizada e que tirou benefícios de 5,2 milhões de pessoas.
O contexto não poderia ser o pior para a fragilização do programa. Segundo relatório da Oxfam Brasil, pela primeira vez em quinze anos (em 2017), a redução da desigualdade estancou no país. O relatório País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras ainda aponta que o país passou da 10ª posição para a 9ª no ranking global de desigualdade da renda.
· SISTEMA DE COTAS NO BRASIL
O sistema de cotas é uma ação do governo brasileiro que consiste na reserva de vagas das universidades públicas para negros, índios, alunos em escolas públicas, entre outros grupos.
 Entende-sepor cotas um modelo de política de ações afirmativas a fim de garantir menores desigualdades socioeconômicas e educacionais entre os membros pertencentes a uma sociedade.
 O objetivo das cotas raciais é tentar corrigir o que é considerado como “injustiça histórica”, herdada do período escravista e que resultou em um menor acesso ao ensino superior e, consequentemente, a menores oportunidades no mercado de trabalho para negros e índios.
No Brasil, o sistema de cotas tornou-se conhecido em meados dos anos 2000, inicialmente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que foi a primeira universidade do país a criar um sistema de cotas em vestibulares para cursos de graduação por meio de uma lei estadual que estabelecia 50% das vagas do processo seletivo para alunos egressos de escolas públicas cariocas.
Depois da UERJ foi a vez da Universidade de Brasília (UnB) implantar uma política de ações afirmativas para negros em seu vestibular de 2004, em meio a muita discussão e dúvidas dos próprios vestibulandos. A instituição foi a primeira no Brasil a utilizar o sistema de cotas raciais. 
Como é feita a distribuição das cotas?
As vagas reservadas às cotas (50% do total de vagas da instituição) serão subdivididas — metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita e metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em ambos os casos, também será levado em conta percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
· PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA
A habitação é uma necessidade humana básica para a reprodução social dos indivíduos, sejam eles pobres, sejam ricos; morem na pequena cidade ou na metrópole. As necessidades necessárias - sempre crescentes e geradas pela produção material - extrapolam as do tipo materiais, incluindo aquelas não materiais que, ainda assim, precisam de meios materiais para que possam ser adquiridas (a exemplo da necessidade de ensino e de livros). Desse modo, a casa é uma necessidade natural e material. A casa é, também, necessidade social, determinada cultural e historicamente. As casas, entre outras necessidades humanas, não são e não podem ser satisfeitas enquanto necessidade no capitalismo, por isso se manifestam como carência.
Criado pela lei 11.977, de 7 de julho de 2009 (BRASIL, 2009), o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), no governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, tinha por objetivo a melhoria do sistema habitacional para as populações de baixa e média renda. No âmbito do PMCMV foram previstos dois subprogramas: O Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) e o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). O primeiro com o objetivo de promover a produção ou aquisição de novas unidades habitacionais urbanas e o segundo objetivando a produção ou reforma de imóveis aos agricultores familiares e trabalhadores rurais. O PMCMV representa uma política social de larga escala que além de atender às demandas habitacionais às famílias de baixa renda, aumentou os investimentos na construção civil estimulando a criação de empregos.
O objetivo era garantir que os recursos públicos fossem destinados exclusivamente a subsidiar a população de mais baixa renda. A crise econômica mundial, iniciada nos Estados Unidos em 2008, gerou instabilidade e o Governo se viu obrigado a adotar medidas de apoio aos setores que se encontravam em dificuldades, entre eles o imobiliário, e para continuar expandindo o mercado habitacional, foi criado o PMCMV.
Como o programa ajuda?
· Concedendo subsídio, que é a ajuda para o pagamento de uma parte do valor do imóvel, diminuindo o total financiado e, por consequência, o valor das parcelas;
· permitir que pessoas mesmo com restrições cadastrais tenham acesso ao financiamento (para compradores na Faixa 1);
· ter prestações mais baixas que os financiamentos normais, que podem ser pagas pelas pessoas sem prejudicar o orçamento;
· praticar taxas de juros menores, permitindo que o saldo devedor e o valor das parcelas sejam menores que em outras modalidades de financiamento.
· pagando parte do valor da entrada do financiamento;
· reduzindo o valor do seguro cobrado nos financiamentos habitacionais;
O Programa é dividido em faixas, a ideia dessa divisão é fazer com que as pessoas tenham acesso ao Programa dentro daquilo que podem pagar. Se a família tem renda mensal menor que R$ 1.800,00 é preciso se inscrever na prefeitura da cidade ou numa entidade organizadora para iniciar o processo de seleção. (podendo ser sorteios)
· Faixa 1 - Engloba as pessoas que têm rendimento mensal de até R$ 1.800. A prestação pode ser de até R$ 270, ou seja, no máximo, 15% da renda. 
· Faixa 1,5 - Essa é a chamada faixa intermediária, na qual entram as pessoas que ganham até R$ 2.600 por mês. O prazo máximo de financiamento é de 30 anos.
· Faixa 2 - Nessa faixa estão enquadrados aqueles com renda máxima de R$ 4.000 mensais. Aqui, as taxas de juros são de até 7% ao ano e o subsídio para compra é de até R$ 29 mil.
· Faixa 3 - A última faixa do Programa atende as pessoas com renda mensal de, no máximo, R$ 9.000, financiando imóveis que custem até R$ 225 mil com taxas de 8,16% ao ano. Nessa faixa, não há a possibilidade de receber subsídio para a compra
O valor máximo do imóvel do Minha Casa Minha Vida pode variar de acordo com a região. No caso das faixas 1 e 1,5, é necessário ser sorteado para receber o benefício. É preciso fazer um cadastro na prefeitura ou no órgão do governo responsável pelo sorteio dos imóveis. Também é possível organizar-se em entidades e solicitar a construção de um empreendimento através do Minha Casa Minha Vida - Entidades. Já para as faixas 2 e 3, o cenário muda um pouco, os beneficiários não precisam esperar por sorteio. Basta ir até a Caixa Econômica com a documentação necessária e verificar as condições possíveis para seu financiamento. Uma das grandes vantagens das faixas 2 e 3 é que os beneficiados podem escolher o imóvel, pois o processo é bem parecido com o de crédito imobiliário normal.
É importante salientar o que seria o Minha Casa Minha Vida – Entidades que é a modalidade do programa que permite que famílias se reúnam de forma associativa, através de uma Entidade Organizadora – EO (Associações, Cooperativas e outros) que seja habilitada pelo Ministério das Cidades para produzir sua unidade habitacional. Entre algumas das Entidades mais comuns estão: COHAB, Associações de Moradores, Cooperativas de Habitação e Trabalho, Cooperativas de crédito e outras.
Ainda que criticado por afastar as populações de baixa e média renda dos centros urbanos, por desvios de verbas, pela baixa qualidade das construções e demora da conclusão das obras, dentre outras, nota-se que o PMCMV beneficiou milhões de famílias de baixa renda, não só com a possibilidade de adquirir a casa própria como também com a geração de empregos. Associado a outras políticas públicas relevantes como a de distribuição de renda e erradicação da fome, é um programa capaz de reduzir as condições de vulnerabilidade social que se encontram seus beneficiários.
· RESTAURANTE POPULAR
O significado atribuído aos restaurantes populares é o de serem equipamentos destinados a oferecer refeições a baixo preço. Esta é uma compreensão limitada que, agrupa sob a mesma denominação iniciativas que se diferenciam em aspectos importantes, ainda que todas elas possam cumprir com aquele objetivo. O Programa de Restaurantes Populares estabelece parâmetros adicionais ao pretender constituir, por meio dos restaurantes, uma rede de proteção alimentar conduzida pelo poder público local em áreas de grande circulação.
Vale ressaltar que existem duas perspectivas distintas quanto ao papel dos restaurantes populares. No primeiro caso, os restaurantes populares atuam enquanto um equipamento público que interfere nas condições de acesso à alimentação nas respectivasáreas de influência, tanto diretamente pelo oferecimento das refeições, quanto indiretamente pelas repercussões sobre os serviços de alimentação próximos a sua localização. No segundo caso, as iniciativas privadas obedeceriam ao propósito mais específico de atender à parte das necessidades alimentares de um determinado grupo ou contingente populacional. As duas perspectivas constituem modos distintos, universais ou focalizados, de contribuir com o ‘direito à alimentação’, ótica que se pretende associar à criação dos restaurantes populares.
A proposta do ministério é promover o acesso da população urbana à alimentação adequada, com prioridade aos segmentos mais vulneráveis, em situação de insegurança alimentar. Conforme requisitos estabelecidos, os restaurantes devem ter capacidade para oferecer um mínimo de 1.000 refeições ao dia. Portanto, o projeto dos RP se constitui como uma ação da segurança alimentar e nutricional (SAN), com o intuito de ofertar refeições nutritivas a preços acessíveis, na perspectiva do direito humano à alimentação adequada (DHAA). Sendo assim, é uma proposta que visa atender uma necessidade social imediata, com foco no interesse comum e geral, aspectos que se contrapõem a interesses privados e particulares, que distinguem uma política pública. Considerando, ainda, que o objetivo da política social é a garantia de um direito básico e fundamental, defende-se que programas universais são realmente mais apropriados, pois se trata da concretização de direitos. 
Para o melhor funcionamento do restaurante popular, diversas parcerias podem ser estabelecidas, nos diversos níveis de governo e junto a outras entidades. Na gestão direta do poder público, o órgão responsável pela administração poderá acessar outros programas do Ministério para auxiliar no abastecimento do equipamento como o Programa de Compra Local de Alimentos, que poderá beneficiar os agricultores familiares da região e garantir o fornecimento de gêneros alimentícios de boa qualidade. Podem ser destacados:
· Governo Estadual: Secretaria de Agricultura / Empresas de Assistência Técnica; Secretarias Estaduais de Saúde ou órgão responsável no âmbito estadual pelo controle sanitário de produtos e serviços de interesse da saúde; Corpo de bombeiro; Polícia militar e Órgão Regional do Ministério do Trabalho
· Governo Municipal: Secretaria de Assistência Social; Secretarias Municipais de saúde ou Órgão responsável pelo controle sanitário de produtos e serviços de interesse da saúde e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento 
· Conselhos Estaduais de Nutrição; ONGS / OCIPS; Indústrias /Centros de Abastecimento / Empresas e outros.
Porém, o primeiro sinal de que a crise chegava ao restaurante popular surgiu em maio de 2015, quando o governo do estado reajustou pela primeira vez o preço da refeição, passando a R$ 2. O café da manhã subiu, na mesma época, para R$ 0,50. O agravamento da crise começou no segundo semestre de 2015. Um corte de 25% no contrato da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos com os fornecedores provocou mudanças no cardápio. Nas unidades da Central do Brasil e do Méier, clientes reclamavam que foram cortadas a sopa, a sobremesa, o pão e o cafezinho. Foi então que a diminuição dos RP ocorreu e atualmente encontra-se na quantidade relatada na tabela abaixo:
É necessário observar, do ponto de vista da política social de SAN, que mesmo sendo o programa dos restaurantes populares concebido a partir dos preceitos do caráter público, da universalização do acesso e da participação e controle populares, os possíveis ou prováveis benefícios advindos da instalação dos restaurantes só se efetivarão caso sua operacionalização e gestão, sob a responsabilidade dos estados e municípios, pautem-se por tais premissas e requisitos. Nesse sentido, identificam-se dois grandes obstáculos para a perspectiva colocada.
O primeiro, a irregularidade dos recursos públicos liberados para a manutenção dos equipamentos, limitados pelo atrelamento à política fiscal instituída pelos governos, que tendem a priorizar os superávits primários, para pagamentos das dívidas públicas, em detrimentos dos gastos com políticas sociais. Esta prioridade determina o corte de recursos públicos em situações de crise econômica, como a que o país enfrenta desde 2015, com retração do Produto Interno Bruto (PIB) e altas taxas de desemprego. As restrições aos gastos sociais, como consequência da política fiscal empreendida pelo governo federal, vêm sendo observadas em todas as políticas públicas, atingindo a saúde, a educação, a segurança e a SAN, que refletem na implementação das políticas sociais pelo estado. Fato que gera a imprevisibilidade na manutenção e funcionamento dos restaurantes e, consequentemente, para a contribuição aos preceitos da política social de SAN. O fechamento dos 16 restaurantes em dezembro de 2016, mantidos com recursos públicos no Estado do Rio de Janeiro, que acolhiam, prioritariamente, os grupos mais vulneráveis da população, é um exemplo bem ilustrativo dessa situação. A descontinuidade desse programa significa na prática abrir mão do atendimento emergencial a uma necessidade social imediata e urgente, deixando os beneficiários e usuários dos equipamentos sem a devida e necessária proteção social, principalmente na situação de penúria que encontra a população mais vulnerável.
Um segundo obstáculo, relacionado diretamente ao primeiro, é a forma de gestão dos equipamentos, via terceirização da operação. As empresas contratadas, apesar dos acordos firmados por processos licitatórios, nem sempre cumprem os contratos estabelecidos e muitas vezes não recebem dos estados pelo serviço contratado, que alegam falta de recursos, indicando não ser uma prioridade por parte dos contratantes. Mesmo em períodos de liberação regular de recursos, a execução de ações para além da produção e distribuição de refeições, conforme recomendação do MDS, não faz parte do universo de atribuições executadas pelas prestadoras de serviço que atuam nesse segmento, como já discutido. Situação que limita significativamente a abrangência e possibilidades do programa, na expectativa de atender aos princípios evocados pela política social de SAN.
Importante destacar que, apesar dos obstáculos, o programa dos restaurantes populares reúne relevantes aspectos que o credencia como uma política social efetiva, ao se inserir em uma realidade concreta que busca atender uma necessidade humana, social e imediata. Está voltado para o interesse comum, e não individual e privado, sendo de fácil acesso e universal, sem mecanismos ou critérios de focalização. Tem como perspectiva a concretização de um direito e a proteção social.
Conclusão
	Em vista do panorama atual brasileiro da exclusão social, em que pese existirem algumas políticas sociais já consolidadas, como o Bolsa Família, ainda há a muito que se avançar para que ocorram mudanças nesse contexto. Como vimos a exclusão social atinge a uma parcela considerável da população do país. Políticas inclusivas que enxerguem os indivíduos de forma holística e não segmentada, terão a capacidade de alterar essa realidade.
	
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