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Saúde Coletiva Caso 1 Aula 1 Indicadores de Saúde O que é um Indicador de Saúde? Um indicador é uma variável, característica ou atributo que é capaz de sintetizar, representar ou dar mais significado ao que se espera avaliar. Um indicador de saúde é um instrumento de mensuração para o gerenciamento, avaliação e planejamento de ações em saúde. O indicador de saúde permite mudanças nos processos e resultados por meio do estabelecimento de metas e ações prioritárias que garantam a melhoria de uma situação de saúde ou agravo. Funções do Indicador de Saúde A partir do uso de um indicador, pode-se identificar fragilidades de um serviço de saúde, estipular metas para extinguir as fragilidades e melhorar os serviços de saúde. Os indicadores de saúde servem para analisar a situação atual de saúde, fazer comparações, avaliar mudanças em todos os fatores que estão ligados à saúde ao longo do tempo e avaliar a execução de ações de saúde. Eles ainda permitem realizar a vigilância em saúde, refletem a situação sanitária, realizar a síntese de dados e melhorar a utilização de recursos. Os indicadores são ferramentas essenciais para a gestão em saúde. Como o Indicador de Saúde é usado? Os indicadores produzem dados, os quais são gerados e administrados em um sistema de informação, que é fundamental no processo de tomada de decisão em todos os níveis de gestão. Vale mencionar que os indicadores são muito usados para a produção de informações. A informação é uma ferramenta essencial para o monitoramento e avaliação em saúde, além de contribuir para o fortalecimento e funcionamento do SUS. Vale lembrar que os indicadores de saúde permitem a caracterização de uma população através dos dados epidemiológicos coletados nessa população, tal caracterização permite a avaliação do estado de saúde da população, o que inclui a expectativa de vida, taxa de mortalidade, de gestantes, a cobertura vacinal, prevalência de doenças e outros fatores. Todas as informações mencionadas, obtidas a partir dos indicadores de saúde, permitem uma melhor gestão em saúde. Classificação dos Indicadores de Saúde Os indicadores se classificam de acordo com a informação que eles fornecem. Com isso, podem ser demográficos, socioeconômicos, nutricionais, de cobertura, ambientais, de mortalidade, morbidade e fatores de risco, de recursos financeiros e de qualidade. Os indicadores mais usados na saúde coletiva são os demográficos (como de população total, proporção entre os sexos, proporção de idosos e outros), socioeconômicos (taxa de analfabetismo, taxa de desemprego e taxa de trabalho infantil), de mortalidade (coeficiente de mortalidade infantil, coeficiente de mortalidade por causa específica e coeficiente de mortalidade por causas externas), de morbidade e fatores de risco (incidência de febre amarela, coeficiente de incidência de doenças relacionadas ao trabalho e prevalência de pacientes em diálise) e por cobertura (proporção de cesáreas, número de consultas médicas SUS por habitante, cobertura de planos e seguros privados de saúde suplementar) Como são construídos os Indicadores de Saúde? Em geral, os indicadores de saúde são construídos a partir de informações obtidas no censo, o qual fornece informações de dados relativos a eventos vitais (como nascimentos e óbitos), a estrutura da população (como a prevalência de homens e mulheres), morbidade, serviços e atividades sanitárias. Qualidade de um Indicador de Saúde A qualidade de um indicador depende de diversos componentes utilizados na sua construção, como a frequência de casos, tamanho da população em risco, e também da qualidade do sistema de informação utilizado. Existem características que o indicador deve ter para ser considerado de qualidade. São elas: ● Validade que é a capacidade de o indicador cumprir o seu propósito de identificação de situação em saúde. ● Confiabilidade que é a capacidade de reproduzir os mesmos resultados em condições semelhantes. ● Sensibilidade que é o grau no qual o indicador é capaz de identificar mudanças no fenômeno que está sendo mensurado. Um bom exemplo é a progressão da pirâmide populacional. . ● Especificidade que é a capacidade de o indicador medir somente o fenômeno que se quer mensurar. A proporção de idosos por exemplo é um indicador específico, já a taxa de mortalidade materna nem tanto pois não é possível identificar causas de morte materna a partir dele. ● Mensurabilidade/ Simplicidade que é a facilidade em obter os dados, calcular e analisar. ● Relevância que é a capacidade de dar respostas objetivas a assuntos prioritários nas políticas de saúde. ● Custo-efetividade que são os resultados devem justificar o investimento de tempo e recursos. Registro de Dados O registro de dados para indicadores pode ser realizado de forma contínua, como os dados acerca de óbito, nascimentos e doenças de notificação compulsória, de forma periódica, como o censo da população, ou de forma ocasional, como em pesquisas realizadas com fins específicos, como conhecer a prevalência da hipertensão em uma comunidade. Dados relevantes para a saúde Os dados relevantes para a construção de indicadores de saúde são os relacionados a população (como número de habitantes, sua idade e sexo), socioeconômicos (como renda, ocupação, classe social e tipo de trabalho), ambientais (como abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta e disposição de lixo), serviços de saúde (dados de hospitais, ambulatórios e unidades de saúde), morbidade (doenças que ocorrem na comunidade) e eventos vitais (como óbitos, nascidos vivos e mortos). Os dados refletem a saúde ou a ausência dela na população que se está analisando em determinado período de tempo. Esses dados geralmente são apresentados na forma de indicadores de saúde. Frequência em Indicadores Os indicadores de saúde podem ser expressos em frequência absoluta ou frequência relativa. Números absolutos não são utilizados para avaliar o nível de saúde, pois não levam em conta o tamanho da população. Desta forma, os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções ou coeficientes. Exemplo: Aula 2 Introdução A epidemiologia é frequentemente utilizada para descrever o estado de saúde de grupos populacionais. O conhecimento da carga de doenças que existe na população é essencial para as autoridades em saúde. Esse conhecimento permite melhor utilização de recursos através da identificação de programas preventivos e curativos prioritários à população. A mensuração da saúde e da doença é fundamental para a prática da epidemiologia. Diversas medidas são utilizadas para caracterizar a saúde das populações. O estado de saúde da população não é totalmente medido em muitas partes do mundo, e essa falta de informações constitui um grande desafio para os epidemiologistas, pois sem conhecer a realidade da saúde de determinado local, é muito mais difícil o combate e a prevenção de doenças. Como já visto, os indicadores de saúde oferecem a caracterização de uma população através de dados epidemiológicos coletados dentro desta população. Nesta aula, serão desenvolvidos os indicadores demográficos e socioeconômicos. Como já visto, exemplos de indicadores demográficos importantes são: • População total, Razão de sexos e Grau de urbanização • Taxa de crescimento da população • Proporção de menores de 5 anos de idade na população • Proporção de idosos na população • Índice de envelhecimento e Razão de dependência • Taxa de fecundidade total, Taxa específica de fecundidade • Taxa bruta de natalidade • Mortalidade proporcional por idade • Mortalidade proporcional por idade em menores de 1 ano de idade • Taxa bruta de mortalidade e Esperança de vida ao nascer • Esperança de vida aos 60 anos de idade . População total É o indicador que oferece o número total de pessoas residentes e sua estrutura relativa, em determinado espaço geográfico, noano considerado. Expressa a magnitude do contingente demográfico e sua distribuição relativa. Esse indicador é usado para: Prover o denominador para cálculo de taxas de base populacional; dimensionar a população-alvo de ações e serviços; analisar variações geográficas e temporais na distribuição de idades; contribuir para o planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas relacionadas a saúde, educação, trabalho, previdência e assistência social, para os diversos segmentos de idade; orientar a alocação de recursos públicos, como, por exemplo, no financiamento de serviços em base per capita; subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas de alcance social. Razão de sexos Também chamado de razão de masculinidade, é o número de homens para cada grupo de 100 mulheres, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Expressa a relação quantitativa entre os sexos. Se igual a 100, o número de homens e de mulheres se equivalem; acima de 100, há predominância de homens e, abaixo, predominância de mulheres. *O indicador é influenciado por taxas de migração e de mortalidade diferenciadas por sexo e idade. Esse indicador é usado para: Analisar variações geográficas e temporais na distribuição da população por sexo; processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, segurança e emprego; compreender fenômenos sociais relacionados a essa distribuição (migrações, mercado de trabalho, organização familiar, morbimortalidade). Grau de urbanização É o percentual da população residente em áreas urbanas, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Indica a proporção da população total que reside em áreas urbanas, segundo a divisão político-administrativa estabelecida pelas administrações municipais. Esse indicador é usado para: Acompanhar o processo de urbanização da população brasileira, em diferentes espaços geográficos; subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas, para adequação e funcionamento da rede de serviços sociais e da infraestrutura urbana. *O acesso a saúde e algumas doenças são influenciadas diretamente por esse indicador O grau de urbanização é maior nas regiões Sudeste, Centro- Oeste e Sul. As regiões Norte e Nordeste, menos desenvolvidas, apresentam menor concentração urbana. O grau de urbanização tem crescido em todas as regiões, um pouco mais aceleradamente nas regiões Norte e Nordeste. Percentual de menores de 5 anos de idade Percentual de pessoas com menos de cinco anos de idade, na população total residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Indica a participação relativa do segmento populacional de menores de cinco anos de idade no total da população. Esse indicador está associado aos níveis de fecundidade e natalidade, que repercutem na estrutura etária da população. Regiões com reduzidas taxas de fecundidade apresentam menor proporção de crianças abaixo de cinco anos de idade. *Idade ignorada representa o grupo de pessoas que, durante o censo, foram descritas como crianças, mas que não tiveram suas idades definidas. Esse indicador é usado para: Analisar variações geográficas e temporais na distribuição de crianças menores de cinco anos de idade; contribuir para o planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas relacionadas a saúde, educação e assistência social de crianças em idade pré-escolar. *O progressivo declínio da proporção de < 5 anos, em todas as regiões do pais, reflete a redução dos níveis de fecundidade. Proporção de idosos na população Percentual de pessoas com 60 e mais anos de idade, na população total residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Indica a participação relativa de idosos na população geral. Reflete o ritmo de envelhecimento da população. O crescimento da população de idosos está associado a redução das taxas de fecundidade e de natalidade e ao aumento da esperança de vida. . Esse indicador é usado para: Analisar variações geográficas e temporais na distribuição de idosos; contribuir para o planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas relacionadas a saúde, previdência e assistência social de idosos. Essa proporção apresenta uma tendência ascendente, em correspondência com a redução dos níveis de fecundidade e o aumento da esperança de vida ao nascer. As maiores proporções estão nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. Todas as regiões, a proporção de mulheres idosas é > que a de homens idosos. Índice de envelhecimento Número de pessoas de 60 e mais anos de idade, para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Razão entre os componentes etários extremos da população, representados por idosos e jovens. *Valores elevados desse índice indicam que a transição demográfica se encontra em estágio avançado. Esse indicador é usado para: Acompanhar a evolução do ritmo de envelhecimento da população, comparativamente entre áreas geográficas e grupos sociais; contribuir para a avaliação de tendências da dinâmica demográfica; subsidiar a formulação, gestão e avaliação de políticas públicas nas áreas de saúde e de previdência social. A participação crescente de idosos em relação aos jovens reflete, principalmente, a redução dos níveis de fecundidade e o aumento da esperança de vida dos idosos. As regiões Sudeste e Sul, que se encontram mais adiantadas no processo de transição demográfica, apresentam os maiores índices. Razão de dependência É a razão entre o segmento etário da população definido como economicamente dependente (<15 anos e os ≥ 60) e o segmento etário potencialmente produtivo (15 - 59 anos), na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. A razão de dependência pode ser calculada, separadamente, para as duas faixas etárias identificadas como população dependente. Esse indicador mede a participação relativa do contingente populacional potencialmente inativo, que deveria ser sustentado pela parcela da população potencialmente produtiva. Para calcular a Razão de Dependência Jovem e a Razão de Dependência de Idosos, deve-se considerar no numerador, respectivamente, apenas os jovens (menores de 15 anos) ou os idosos (60 e mais anos). O denominador da razão se mantém constante. Esse indicador é usado para: Acompanhar a evolução do grau de dependência econômica em uma determinada população; sinalizar o processo de rejuvenescimento ou envelhecimento populacional; subsidiar a formulação de políticas nas áreas de saúde e de previdência social. Valores elevados indicam que a população em idade produtiva deve sustentar uma grande proporção de dependentes, o que significa consideráveis encargos assistenciais para a sociedade. A redução dos níveis de fecundidade leva a diminuição das taxas de natalidade, implicando o decréscimo do contingente jovem da população. A população idosa, portanto, experimenta a elevação de sua participação relativa, combinada ao aumento absoluto do seu volume. Taxa de fecundidade total É o número médio de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. *A taxa é estimada para um ano determinado, a partir de informações retrospectivas obtidas em censos e inquéritos demográficos. A taxa de fecundidade total é obtida pelo somatório das taxas especificas de fecundidade para as mulheres residentes de 15 a 49 anos de idade. As taxas especificas de fecundidade expressam o número de filhos nascidos vivos, por mulher, para cada ano de idade do período reprodutivo. O cálculo das taxas especificas de fecundidade é feito diretamente, relacionando, para cada faixa etária da população feminina, os filhos nascidos vivos. Junto com a migração, esse indicador é o principal determinanteda dinâmica demográfica, não sendo afetado pela estrutura etária da população. . Esse indicador expressa a situação reprodutiva de uma mulher; sujeita às taxas específicas de fecundidade por idade. O decréscimo da taxa pode estar associado a vários fatores: urbanização crescente, redução da mortalidade infantil, melhoria do nível educacional, ampliação do uso de métodos contraceptivos, maior participação da mulher na força de trabalho e instabilidade de emprego. Observa-se continuo declínio das taxas de fecundidade total, com maior intensidade nas regiões Norte e Nordeste, que entraram mais tardiamente no processo de transição demográfica. Em 2000, apenas na região Norte as mulheres tinham, em média, mais de três filhos ao final do seu período reprodutivo. Taxa bruta de natalidade É o número de nascidos vivos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Expressa a intensidade com a qual a natalidade atua sobre uma determinada população. A taxa bruta de natalidade é influenciada pela estrutura da população, a idade e o sexo. Em geral, taxas elevadas estão associadas a condições socioeconômicas precárias e a aspectos culturais da população. Esse indicador é usado para: Analisar variações geográficas e temporais da natalidade; subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas relativas à atenção materno infantil. Taxa de desemprego Mede o grau de insucesso das pessoas que desejam trabalhar e não conseguem encontrar uma ocupação no mercado de trabalho (desemprego aberto). Taxas elevadas de desemprego resultam na perda do poder aquisitivo e na possível desvinculação do sistema de seguro social e de algum plano de saúde de empresa, o que pressupõe aumento da demanda ao Sistema Único de Saúde. Taxa de trabalho/ atividade infantil Percentual da população residente de 10 a 15 anos de idade que se encontra trabalhando ou procurando trabalho na semana de referencia, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Expressa a magnitude da ocupação laboral de crianças de 10 a 15 anos de idade Taxa de analfabetismo Nível de escolaridade Aula 3 Introdução Como já visto anteriormente, o SUS foi criado em 1988 e esse sistema precisa de leis e normas para funcionar corretamente. Depois que as duas principais leis foram feitas em 1988, várias normas operacionais foi criaram depois para garantir o cumprimento dessas leis. A nova norma operacional do SUS é o Pacto pela Saúde, que é uma tentativa de trilhar novos caminhos para superar as dificuldades enfrentadas pelos SUS por todos esses anos desde a sua criação. Pacto pela Saúde É um esforço dos três gestores nas três esferas de governo para tentar superar as dificuldades encontradas ao longo da construção e desenvolvimento do SUS. O Pacto pela Saúde na verdade corresponde à Portaria 399 de 2006, a qual representa uma reforma institucional pactuada entre União, estados e municípios que estabelece metas e compromissos para cada um deles com o objetivo de inovar a gestão do SUS. A implantação do Pacto aconteceu com a adesão dos gestores do SUS ao termo de compromisso de gestão (TCG) o qual se refere ao compromisso de realizar as ações obrigatórias com prazo para a implantação das ações ainda não realizadas. O Pacto tem 3 pilares/ subdivisões, o Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão. Pacto pela Vida É uma tentativa de assumir compromissos de saúde assistencial. É o pacto em que se assumem compromissos sanitários, com ações prioritárias para impactar na saúde, é a chamada gestão de resultados. Nesse pacto se tem ações assistenciais para se alcançar as metas estabelecidas anualmente (baseadas nos indicadores de saúde). . Em geral, existem 6 áreas de ação desse pacto, a saúde do idoso e portadores de doenças crônicas, o controle do câncer de colo de útero e mamas, a redução da mortalidade materna e infantil, o aumento da capacidade de resposta a doenças emergentes e endemias, a promoção da saúde e vigilância em saúde, e o fortalecimento da atenção básica. Pacto de Defesa do SUS É uma reafirmação a respeito dos princípios do SUS e uma luta pela suficiência de recursos financeiros a esse sistema. Esse pacto corresponde a ações de re-politização da saúde. Basicamente, o Pacto de Defesa traz quatro linhas prioritárias de ação: defender os princípios do SUS (da lei 8080/90), executar ações que qualifiquem o SUS como uma política pública de Estado (e não de governos), promover a cidadania vista como um direito na Carta dos Direitos dos Usuários do SUS e também lutar para garantir o financiamento tripartite do SUS (segundo as necessidades do sistema) Emenda Constitucional nº29 Em 2006 havia a EC nº29 que regulamentava o financiamento tripartite, mas ele não acontecia como a lei previa, por esse motivo surge o Pacto, para o cumprimento dessa lei. Na Emenda Constitucional nº29, que foi aprovada em 2000, havia uma vinculação dos recursos mínimos que cada uma das três esferas de governo deveria aplicar na saúde a partir de 2004. Os municípios deveriam aplicar 15% de seus recursos, o estado 12% e a união deveria aplicar o montante aplicado no ano anterior mais a variação nominal do PIB. Lutar para a regulamentação da EC 29 é garantir os recursos mínimos para a saúde e definir o que são gastos em saúde (a fim de evitar desvios de verba da saúde para pagamento de outras contas). Por fim, em 201 1 foi aprovada a regulamentação da EC 29 pelo congresso e depois ela foi sancionada pela presidente, mas com vetos, o que deu origem à Lei Complementar nº141 /12 (atualmente é a lei que regulamenta os gastos do SUS). Lei Complementar n° 141 /12 Essa lei definiu os gastos em saúde, que são as despesas com ações e serviços de saúde para a promoção, proteção e recuperação da saúde, também chamadas de Atividades- Fim. Como exemplos se tem os gastos com profissionais da saúde, aquisição de insumos, capacitação de profissionais e melhoria da infraestrutura do SUS. Essa lei definiu que despesas com políticas públicas que atuam sobre determinantes sociais e econômicos NÃO são despesas em saúde. Já ações e serviços de apoio direto à saúde (chamadas de Atividades-Meio), como o combustível de ambulâncias, são despesas em saúde Emenda Constitucional n° 86/ 2015 Houve um movimento chamado de Saúde +10 de iniciativa popular com 2,2 milhões de assinaturas populares pedindo a aplicação mínima de 10% da Receita Corrente Bruta da União na saúde, sem descontos. A estimativa era obter 257 milhões para a saúde em 5 anos. Como resposta ao Saúde +10 houve a criação da EC nº86/ 2015 que previa a aplicação mínima da Receita Corrente Líquida de forma escalonada, iniciando com 13,2% em 2016 e indo até 15% a partir de 2020. A previsão era que em 5 anos se disponibilizariam 64 milhões apenas para a saúde. Emenda Constitucional nº 95/ 2016 Sendo um fruto da PEC 241 (estabeleceu um teto para gastos federais por 20 anos), essa EC previa a aplicação do montante gasto com a saúde no ano anterior mais o IPCA, que é a inflação real. Com isso, ao invés de ter um aumento real na verba, se terá apenas o valor da inflação.
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