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APOSTILA_ONDE_JA_SE_1000-1

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Prévia do material em texto

Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
2 | Onde Já Se 1000
Seja bem-vindo/vinda 
à apostila de redação 
‘ONDE JÁ SE 1000’!
Umberto Mannarino
Às minhas queridas professoras 
Edgleuba e Gláucia. Sem vocês 
na minha vida, minha trajetória 
teria sido bem diferente. 
Obrigado por tudo :)
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
sumário
Conteúdo
INTRODUÇÃO
NOTAS ACIMA DE 900:
Gabriel (980)
Carim (980)
Marcondes (980)
Catarina (980)
Alécio (960)
Umberto (960)
Sophia (940)
Marcela (920)
Tallyta (900)
Gabriel (900)
NOTAS ENTRE 900 E 700:
Bruna (880)
Wigna (860)
Ana Lívia (860)
Lucas (820)
Taline (800)
John (800)
Daniela (780)
Taís (760)
Isabelle (740)
Rafael (700)
NOTAS ABAIXO DE 700:
Bruna (680)
Sarah (680)
Allison (680)
Yasmin (640)
Lucas (640)
Eulismenia (640)
Caroline (620)
Vitor (600)
Geovanna (580) 
Yasmin (440)
04
07
13
18
23
28
33
38
43
48
54
59
64
69
74
79
83
88
93
97
101
105
110
116
121
126
131
136
141
145
150
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
4 | Onde Já Se 1000
Eu sei que todos vocês vieram aqui atrás das análises de redação, e es-
tão doidos para pular a parte 
chata do início... mas calma!!! 
Fica aqui comigo pelos pró-
ximos minutos para eu te ex-
plicar como vai funcionar este 
material. Vai valer a pena, juro.
Antes de mais nada, muito 
obrigado pelo voto de confian-
ça em adquirir a ONDE JÁ SE 
1000! Apesar de trabalhoso, 
foi muito gratificante analisar 
as 30 redações que constam 
neste material. E eu tenho cer-
teza que os comentários am-
pliados sobre cada uma vão te 
dar insights valiosos sobre o os 
seus próprios textos no futuro. 
Esta apostila contém a análi-
se de 30 redações do ENEM 
2018. Os estudantes foram 
selecionados por um sorteio 
no meu Instagram (@assim-
contououmberto), e as notas 
foram divididas em 3 catego-
rias: acima de 900, entre 700 
e 900, e abaixo de 700. 
E bota variedade nisso, viu! Eu 
aprendi tanto com essas 30 re-
dações que não tem nem como 
colocar em palavras. E pode ter 
certeza de que, ao final da lei-
tura deste material, você, assim 
como eu, também vai estar su-
per afiado para o ENEM 2019 ;)
Quanto ao conteúdo da apos-
tila, este é um material prático 
(por isso “O guia prático para a 
Redação”). Por causa disso, eu 
não me preocupei em explicar 
a teoria por trás das 5 compe-
tências. Isso você pode apren-
der gratuitamente pela própria 
cartilha fornecida pelo Inep:
http://bit.ly/CartilhaInep
Se você não faz ideia do que 
sejam as 5 competências, su-
giro dar uma olhada nesse ma-
terial do Inep, que vai te escla-
recer muita coisa. Mas, como 
os comentários na ONDE JÁ 
SE 1000 são focados para as 
5 competências na prática, em 
pouco tempo você já vai ser 
capaz de identificar os erros 
e acertos em cada redação 
analisada, entendendo intui-
tivamente do que se tratam 
as competências. E o melhor: 
sem precisar decorar nada! 
Mas se você quer ir a fundo mes-
mo na teoria das 5 competên-
cias eu recomento de olhos fe-
chados a apostila de redação da 
Allana (@vempramimedicina). 
Foi com ela que eu aprendi de 
verdade sobre as 5 competên-
cias, e graças a isso eu conse-
gui tirar 960 no ENEM 2018.
Aos que não conhecem, a 
Allana tem um Instagram ma-
ravilhoso de ensino. Ela só 
tira de 940 para cima na re-
dação, então já dá para ver o 
nível de nerdice da pessoa. E, 
diga-se de passagem, com o 
960 que ela tirou em 2018, a 
Allana passou em MEDICINA 
na Federal (parabéns, Allana)! 
Então, se você está procuran-
do um material para reforçar 
a teoria de redação, não tem 
apostila melhor!
E se liga no desconto: você 
que comprou a ONDE JÁ SE 
1000 vai ganhar 20% OFF na 
primeira apostila dela, 15% 
OFF na segunda e 15% OFF 
total se comprar as duas jun-
tas. Basta mandar um e-mail 
para a Allana (vempramime-
dicina19@gmail.com) com o 
comprovante de compra da 
ONDE JÁ SE 1000 que ela vai 
te passar as orientações ;) 
(E, não, eu não tenho uma 
apostila favorita. Comprei as 
duas, e as duas são ótimas).
Um último recado antes de 
passarmos para as análises 
práticas: a ONDE JÁ SE 1000 
é uma apostila exclusiva de 
redação, mas eu também te-
nho um material para a prova 
de múltipla-escolha:
Oi! Seja bem-vindo/vinda à ONDE JÁ SE 1000: 
O guia prático para a Redação do ENEM
Eu sou o Umberto Mannarino, autor da apostila, e gostaria de dedicar estas 
primeiras linhas para uma breve introdução.
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
introdução
Link para a PODE VIR ENEM:
http://hotm.art/ApostilaENEM2019
A PODE VIR, ENEM é a minha 
apostila com estratégias de 
prova e a resolução completa 
do ENEM 2018 (Linguagens, 
Humanas, Matemática e Na-
tureza). São 212 páginas com 
técnicas para acelerar a reso-
lução, acertar mais questões 
em menos tempo e otimizar a 
nota no exame. É nesse mate-
rial que eu explico em detalhes 
o meu método para tirar 814,3 
no ENEM 2018 sem ter feito 
cursinho (nota que me passa-
ria por ampla concorrência em 
79 das 88 faculdades públicas 
de Medicina no Sisu 2019/1).
Meu canal do YouTube: 
http://bit.ly/UmbertoMannarino 
Meu Instagram:
@assimcontououmberto
Aos que têm interesse, só se-
guir o link. É o mesmo esque-
ma da ONDE JÁ SE 1000: dis-
ponível por boleto ou cartão de 
crédito, e o material completo 
é liberado em PDF assim que o 
pagamento for processado.
E, aproveitando, fica o convite 
para o Instagram da maravilhosa 
MARCELA, que teve a paciência 
de diagramar e revisar todo este 
material. Ela é toptoptop, e tem 
um Instagram de estudos incrí-
vel: @canaldamarcela.
Obrigado, Martchela <3
Mas já estou me prolongan-
do demais. Quem decide se a 
ONDE JÁ SE 1000 é boa de 
verdade é ninguém mais, nin-
guém menos, que você, meu 
querido leitor! Então rufem os 
tambores, senhoras e senho-
res membros do júri, porque 
agora eu apresento a vocês... 
O Guia Prático Para a 
Redação do Enem!!
Boa leitura!
Lembrando: as dicas que co-
meçam em * são apenas su-
gestões da minha parte. Não 
têm relação com as 5 compe-
tências do ENEM. Mas decidi 
botar porque nesses casos é 
melhor sobrar do que faltar :)
Peço, por gentileza, que não distribua esse material.
Ele é de uso exclusivo seu. Agradeço imensamente! :)
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
6 | Onde Já Se 1000
Textos motivadores - ENEM 2018
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
7 Umberto Mannarino |
Notas acima de 900
Gabriel Notas: C1: 180
C2: 200
C3: 200
C4: 200
C5: 200
980
Análise por parágrafos:
Introdução
( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
(*4 ) 
Brás Cubas ( 1 ), o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas” 
que não teria filhos, a fim de nunca ter que ( 2 ) esclarecer os legados das misérias huma-
nas para ninguém. Analogamente, o consumismo induzido pelo marketing e a manipulação 
política ( 3 ) enquadram-se no posicionamento da personagem, uma vez que se constituem 
como ( 4 ) desafios da humanidade para mitigar ( 5 ) a manipulação do comportamento dos 
usuários pelo controle de dados na internet ( 6 ). Assim, é necessário discutir os aspectos 
sociais e políticos ( 7 ) da questão, em prol do bem estar social proposto por Rousseau ( 8 ).
Fazer uma analogia com uma obra literária é uma das formas de se abrir um texto. Excelente 
uso de repertório sociocultural, que contribui para a competência 2.
“ter que” pode ser interpretado como uma expressão coloquial. Dê preferência a “ter de” ou 
sinônimos (“precisar”, por exemplo).
Excelente maneira de pincelar os temas dos dois próximos parágrafos: consumismo induzido 
pelo marketing (desenvolvimento 1) e manipulação política (desenvolvimento 2). Essa organi-
zação de elementos fortalece o projeto de texto e contribui para a competência 3.
Na falta de espaço na folha (não é o caso, mas poderia ser), sempre escolha as expressões 
mais curtas para transmitir a ideia. Ao invés de “se constituem como desafios”, apenas “cons-
tituem desafios” transmite a mesma ideia e dá mais espaço para desenvolvero resto do texto. 
Pode parecer coisa pouca, mas existem diversos lugares em que é possível suprimir algumas 
palavras para ganhar espaço de argumentação. E às vezes duas palavras já são o suficiente 
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
8 | Onde Já Se 1000
para precisar de mais uma linha na folha (o que seria um desastre para quem escreve muito). 
No caso dessa redação, o estudante fechou o texto com exatas 30 linhas (e provavelmente 
precisou suprimir alguma coisa para não extrapolar). Ou seja: já no rascunho, comece a pensar 
onde é possível sintetizar as ideias para evitar esse problema.
Único comentário negativo que eu tenho sobre esse parágrafo. A expressão “desafios da hu-
manidade para mitigar a manipulação” soa estranha. Não são os desafios que vão mitigar a 
manipulação, e sim a superação dos desafios. Então melhor teria sido “desafios da humanida-
de a serem superados para mitigar a manipulação (...)”.
Uma das formas de deixar claro o tema da redação é copiá-lo na íntegra do tema proposto 
pelo ENEM: “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. 
Isso não é errado e não tira ponto, como fica evidente pela nota máxima que o estudante tirou 
em todas as competências (com exceção da 1ª, que não tem relação com a estrutura do texto).
Mais uma vez pincelando o que vai ser abordado nos próximos parágrafos: aspectos sociais e 
políticos. Toptoptop!
Como vai ficar mais claro nos próximos comentários, o estilo de escrita do estudante coloca as 
referências socioculturais sempre no fim dos parágrafos (Rousseau na introdução, e Bauman e 
Durkheim nos desenvolvimentos). Eu, particularmente, não acho muito legal fazer isso, porque, 
se não forem muitíssimo bem inseridas, as referências podem parecer “vagas” demais e talvez 
até impertinentes para a argumentação. Sempre sugiro inserir as referências não no final, mas 
no início ou no meio do parágrafo, porque assim você tem espaço para explicar do que se tra-
tam e o porquê de usá-las naquela situação (por exemplo, nesta redação fica sem explicação 
o que significa o “bem-estar social” proposto por Rousseau).
(*5 ) 
( 6 ) 
( 7 ) 
(*8 ) 
Comentário 
sobre a 
Introdução
Uma introdução forte, iniciada com uma menção a Brás Cubas (que vai ser retomado na conclu-
são) para contextualizar a problemática. A tese foi exposta de maneira impecável, com termos 
escolhidos a dedo para conectar a ideia de “manipulação do comportamento” ao “controle de 
dados na internet”, como “consumismo induzido” e “manipulação política”. Veremos em outras 
redações mais adiante que a ausência de termos como esses prejudica a competência 3, porque 
em alguns casos os estudantes até mencionaram a manipulação e o controle de dados, mas não 
foram capazes de estabelecer uma ligação clara entre os dois. Esse desencontro enfraqueceria 
a tese – o elemento que orienta todos os argumentos –, e, consequentemente, a organização do 
texto. Mas nessa redação o estudante conseguiu traçar essa conexão com maestria.
Desenvolvimento 1
A priori, o uso de informações pessoais em detrimento de interesses privados é latente no 
contexto globalizado em que o Brasil se situa. Nesse espectro , o capital corporativo se 
apropria de dados partilhados pelos usuários nas redes sociais que não deveriam ser usados 
para o fim publicitário, visto que o Marco Civil da Internet garante a liberdade e a segurança 
 dos indivíduos na rede desde sua sanção como lei , criando algoritmos que es-
timulam a classe civil a adquirir produtos e serviços. Assim, além de intensificar os impactos 
de tendências supérfluas criadas pelo mercado, como o lixo eletrônico advindo da política 
de obsolescência programada de produtos digitais, a manipulação das preferências dos su-
jeitos “online” influencia na própria percepção da realidade dos cidadãos com seu 
meio social, cultural e político, comprometendo sua liberdade de escolha nesses âmbitos 
. Logo, o Brasil vai ao encontro da homogeneidade social proposta por Bauman , 
demonstrando a imprescibilidade de políticas públicas que contenham a problemática.
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
9 Umberto Mannarino |
( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
(*5 ) 
( 6 ) 
( 7 ) 
(*8 ) 
( 9 ) 
O estudante usa bastantes conectivos para associar as ideias entre as frases. A habilidade de 
usar pertinentemente os conectivos contribui para a nota da competência 4.
O Marco Civil não garante a segurança dos usuários. Ele é uma lei que garante a liberdade de aces-
so democrático a todas as páginas da internet. Esse “erro” foi um detalhe tão pequeno que passa-
ria despercebido com qualquer corretor, então nem comprometeu a nota da competência 2. Mas, 
por garantia, é sempre bom se atentar aos termos usados nas referências para evitar problemas.
Comentário similar ao 4 do parágrafo anterior: na falta de espaço na folha, o estudante poderia ter reti-
rado toda a expressão “desde sua sanção como lei”. “O Marco Civil garante a liberdade dos indivíduos 
na rede” já seria suficiente para transmitir a ideia na íntegra, e economizaria espaço para argumentação.
Mais uma vez, o único comentário realmente negativo que eu tenho sobre esse parágrafo. E isso tam-
bém vai valer para todas as redações adiante, então atenção: muito cuidado com o gerúndio!! Nesse 
trecho, a frase inteira está ambígua, porque não fica claro ao que a expressão “criando algoritmos” 
está se referindo: se é o Marco Civil que cria algoritmos manipulativos (improvável) ou se o capital 
corporativo (provavelmente o que o estudante quis dizer). O gerúndio após uma frase grande quase 
sempre pode se referir a mais de um elemento da frase, e em muitos casos vai causar dificuldades de 
interpretação devido ao mau uso dos elementos de retomada (podendo prejudicar a competência 4).
Note que o sujeito da oração (“a manipulação das preferências dos sujeitos ‘online’”) só é mencio-
nado no meio da frase. Enquanto lemos pela primeira vez, todo o trecho “Assim, além de intensificar 
os impactos de tendências supérfluas (...), programada de produtos digitais” está sem sujeito. São 
muitas informações relevantes, mas que só vão fazer sentido após duas linhas, quando o estudante 
menciona que o causador desses problemas é a manipulação. E até aí o leitor já esqueceu metade 
do que foi dito no início da frase. Minha sugestão: não use ordem inversa em frases muito grandes, 
porque em 99% dos casos o elemento mais importante vai ser o sujeito. Assim, a frase vai ter mais 
impacto se esse sujeito vem já em primeiro plano (ordem direta: sujeito, verbo e complemento).
Algumas gramáticas consideram “influenciar na” correto, mas algumas julgam errado esse uso 
da preposição “em”. Por via das dúvidas, o mais comum é o verbo transitivo direto: “influen-
ciam a percepção”. Como não sabemos quão chato é o corretor, melhor evitar problemas e 
não usar a preposição para não comprometer a competência 1.
Ótima forma de sintetizar toda a informação do parágrafo: “comprometendo sua liberdade de es-
colha nesses âmbitos”. O termo “liberdade de escolha” resume bem todo o argumento. Além disso, 
o uso de um termo “dissertativo”, com posicionamento forte (o verbo “comprometer”) deixa claro 
que o estudante entende que isso se trata de um problema. A habilidade de expressar indignação 
com a problemática contribui para a autoria do texto (competência 3). A ausência de termos desse 
tipo tornaria o parágrafo apenas expositivo, o que não é desejável em uma dissertação do ENEM.
Mais uma vez o uso de repertório sociocultural no fim do parágrafo, sem espaço para explicar 
do que se trata essa homogeneidade social proposta por Bauman. Isso não prejudicou a nota 
da competência 2, mas permanece a minha sugestão de usar o repertório mais no início do 
parágrafo, a fim de explicar o porquê do seu uso.
“Imprescibilidade” está errado. O certo é “imprescindibilidade”. O uso de uma palavra inexis-
tente pode ter comprometido a nota da competência 1. Na dúvida, sempreprefira trocar a 
expressão por um sinônimo para evitar problemas (“necessidade”, talvez).
Comentário 
sobre o D1
A primeira frase do desenvolvimento 1 é um tópico frasal, ou seja, uma frase que em pouco 
espaço já sintetiza tudo que vai ser tratado no parágrafo. Isso contribui para a organização e o 
projeto do texto como um todo (competência 3). O uso de conectivos facilita a leitura e deixa 
evidente por que cada informação está sendo usada em cada situação (competência 4). A au-
sência de conectivos daria a ideia de que as informações estão “largadas”, mas o uso de “nesse 
espectro”, “Assim”, “além de (...)” e “Logo” facilita a compreensão e contribui para a progres-
são temática. O parágrafo fecha com uma frase de síntese para amarrar o que já foi dito aos 
que será tratado nos próximos parágrafos. Excelente para a organização e a competência 3.
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
10 | Onde Já Se 1000
( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
(*6 ) 
(*7 ) 
( 8 ) 
(*9 ) 
( 10 ) 
Desenvolvimento 2
A posteriori, é substancial discutir os aspectos políticos da questão e seus desdobramentos. 
Partindo desse pressuposto, a disputa entre Obama e Trump ( 1 ) na última eleição presiden-
cial dos E.U.A. ratificou que, com o intuito de aprovarem leis ou de ganharem eleições, políti-
cos de todo o mundo tem ( 2 ) usado notícias falsas sobre seus opositores para manipularem 
a nação como um todo. Nesse sentido ( 3 ), tal articulação ( 4 ) quanto a ( 5 ) massa de mano-
bra política influencia intensamente no ( 6 ) modo de agir dos usuários da internet ( 7 ), visto 
que o controle de dados dos cidadãos “online” permite que a criação de formas mentirosas 
de mobilização popular seja completamente segmentada. Assim, o uso de informações para 
tais fins ( 8 ) acarreta o levante de comportamentos extremistas, como a violência física e o 
“cyberbullying”, aproximando o Brasil do estado de anomia social e caos institucional pro-
posto por Durkheim ( 9 ), tendo em vista, por exemplo, as eleições de 2018 ( 10 ).
Um pequeno deslize: o estudante quis dizer “a disputa entre Hillary Clinton e Trump”, mas aca-
bou falando de Obama. Marquei esse trecho para mostrar que você não precisa se preocupar 
tanto assim com a competência 2. Deslizes inocentes não comprometem a nota dessa compe-
tência (mas ainda assim é melhor evitar, claro).
Acento circunflexo para indicar plural: “têm”.
Mais uso de conectivos para associar as ideias. Pontos na competência 4.
Uso de elemento de retomada para evitar repetição de termos (“tal articulação” para substituir 
“o uso de notícias faltas para manipular a nação como um todo”). Pontos na competência 4.
Acento grave no “a” para indicar crase: “quanto à massa de manobra”.
Novamente o uso do verbo “influenciar” como transitivo indireto. Não é errado, mas o mais 
comum é sem a preposição. Na dúvida, melhor evitar o uso “incomum” dos termos.
Sugestão de economia de espaço: trocar “usuários da internet” por “internautas”.
Mais um excelente uso de elemento de retomada: “tais fins” para retomar o controle de dados 
dos cidadãos online de maneira segmentada.
Mesmo comentário que os pontos 8 dos parágrafos anteriores.
Aqui, o estudante fechou o parágrafo com uma informação completamente nova: as eleições de 
2018 (provavelmente do Brasil, já que nos EUA foram em 2016). No entanto, o final dos parágrafos 
é um espaço para síntese das ideias já mencionadas anteriormente, não de inserção de ideias no-
vas. O risco de um parágrafo com informações novas no final passar a impressão de “faltar alguma 
coisa” é altíssimo, porque já não há mais espaço para explicar o porquê da menção à informação 
nova. E foi o que aconteceu aqui: o estudante mencionou as eleições brasileiras muito por alto, e 
não explicou sua relação com o caos institucional de Durkheim. Parece que deixou a informação 
implícita de propósito para fazer o corretor pensar. Mas em uma redação modelo ENEM a última 
coisa que você deve fazer é deixar informações implícitas. Isso não comprometeu a competência 3 
porque, sinceramente, o estudante escreve muito bem. Uma escrita agradável contribui para o cor-
retor fazer “vista grossa” para os detalhes. Mas vocês vão ver nas redações abaixo de 700 como 
os mesmos erros em uma redação menos bem escrita podem prejudicar o estudante. Então, por 
via das dúvidas, é melhor evitar esse tipo de construção para não comprometer a competência 3.
Comentário 
sobre o D2
Novamente, o uso de conectivos facilita a conexão de ideias. Sem o “Nesse sentido”, seria 
muito mais difícil entender por que o estudante falou que a articulação quanto à massa de 
manobra influencia o modo de agir dos internautas. O “Nesse sentido” deixa claro que isso 
foi dito para se conectar com o exemplo anterior, das eleições nos EUA.
Fechar o parágrafo com uma informação completamente nova prejudicou a organização do 
texto (competência 3), mas não a ponto de tirar nota. De qualquer forma, é melhor não arriscar.
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
11 Umberto Mannarino |
(*1 ) 
(*4 ) 
( 5 ) 
( 6 ) 
(*7 ) 
( 8 ) 
(*9 ) 
( 10 ) 
( 11 ) 
( 12 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
Conclusão
Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço da manipulação do com-
portamento do usuário pelo controle de dados na internet brasileira ( 1 , 2 ). Primeiramente, 
cabe ao poder legislativo ( 3 ), por meio de debates entre congressistas e senadores, que 
é ( 4 ) a melhor maneira de garantir-se o bem estar ( 5 ) democrático do país ( 6 ), discutir 
modos de fiscalização e ampliação do Marco Civil da Internet, para que o uso de dados 
pessoais para a indução ao consumo por meio do marketing se mitigue ( 7 ). Além disso, 
cabe ao poder executivo ( 8 ), junto ao TSE, propor um projeto de emenda constitucional, 
que é ( 9 ) importantíssimo para avanços da legislação, que criminalize o uso de informa-
ções individuais dos cidadãos para a propagação de notícias falsas na internet. Dessa for-
ma, o Brasil tornar-se-á ( 10 ) mais justo e coeso, aproximando-se do bem estar social pro-
posto por Rousseau ( 11 ) e de um legado que Brás Cubas se orgulharia em repassar ( 12 ).
Para economizar espaço, poderia substituir toda a expressão “manipulação (...) na internet 
brasileira” por “problemática”.
Interessantíssimo o uso do termo “brasileira”. Como no tema da redação de 2018 não ficou 
claro se a problemática era referente ao Brasil ou não, foi vital que na conclusão o estudante 
se referisse ao Brasil para orientar as propostas de intervenção.
“Poder Legislativo”, com iniciais maiúsculas.
Desnecessário o uso de “que é”. As pessoas usam muito “que” porque facilita a construção das 
frases, mas o uso excessivo de “que” empobrece o texto (alguns chamam isso de “queísmo”... 
procure na internet formas de superá-lo). Quanto mais você pratica, mais percebe que é pos-
sível ir retirando os “que”s sem prejudicar a compreensão da frase. Leia de novo o parágrafo e 
repare que, sem os “que é”, as frases ficam mais fluidas.
Hífen no “bem-estar”.
Detalhamento da pergunta “como” da conclusão. Dizer que debates são a melhor maneira 
de garantir o bem-estar democrático é detalhar o “como” da proposta de intervenção, o que 
contribui para a competência 5.
Evite a voz passiva. A voz ativa sempre será mais forte e impactante que a voz passiva. Ao 
invés de “para que o uso de dados pessoais se mitigue”, sugiro substituir por “para mitigar o 
uso de dados pessoais”.
“Poder Executivo”, com iniciais maiúsculas.
Mais uma vez o “que é”. Cortá-lo do texto mantém o sentido e torna a frase mais fluida.
Evite o uso de mesóclise (“tornar-se-á”). Na minha redação do ENEM 2016, eu perdi ponto na 
competência 1 sem ter cometido nenhum erro de português. Uma das prováveis causas de 
terem tirado ponto foi o uso de mesóclise, considerada “formal demais” para uma redação.
Retomando a ideia do bem-estar de Rousseau (que, repito, não foi devidamente explicado na 
introdução).
Excelente forma de fechar aconclusão de maneira circular. Mencionou Brás Cubas na introdu-
ção e o trouxe de volta no fim do texto para reforçar a ideia de que toda a dissertação seguiu 
um plano (um projeto de texto). Isso contribui para a competência 3.
Existem diversas formas de escrever uma conclusão nota 200. A única coisa com que você 
precisa se preocupar é responder as 4 perguntas: “quem”, “o quê”, “como” e “para quê”, e 
detalhar alguma das 4. No caso, o estudante respondeu as 4 perguntas mais de uma vez: 
Comentário 
sobre a 
Conclusão
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12 | Onde Já Se 1000
Comentários Gerais:
na primeira, propôs que o Poder Legislativo (quem) discutisse modos de fiscalização e 
ampliação do Marco Civil (o quê), por meio de debates (como), a melhor maneira de ga-
rantir o bem-estar democrático (detalhamento do “como”) para mitigar o uso de dados 
pessoais para a indução do consumo (para quê). Não satisfeito, ele ainda propôs que o 
Poder Executivo (quem) fizesse uma PEC (o quê), importantíssima para avanços na legis-
lação (detalhamento do “o quê”), que criminalizasse o uso de informações individuais (...) 
(continuação do “o quê”). Não teve um “como” muito concreto na segunda proposta, mas 
não foi problema. Desde o ENEM 2018, já não são mais necessários dois agentes, então só 
a primeira proposta já teria sido suficiente para alcançar os 200 pontos.
Excelente redação! Poucos erros de português, mas que infelizmente acabaram tirando 40 
pontos na competência 1 na visão de um corretor (lembrando que são dois corretores por 
redação, e não existe a nota 180... logo, um deu 160 e o outro deu 200). O uso do repertório 
sociocultural foi suficiente para alcançar nota máxima na competência 2, apesar de eu ainda 
sugerir que você não se arrisque a colocar as referências no final do parágrafo. Quanto à 
competência 3, a boa organização dos argumentos, orientados por uma tese forte, contri-
buiu para um projeto de texto impecável que garantiu mais 200 pontos (o uso de termos 
com posicionamento claro também foi importante para não deixar a redação apenas expo-
sitiva). O uso correto de conectivos e elementos de retomada contribuiu para a coesão e 
fez a competência 4 atingir nota máxima. Responder todas as perguntas (“quem”, “o quê”, 
“como” e “para quê”), com um bom detalhamento, fez a nota da competência 5 ser máxima.
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13 Umberto Mannarino |
Notas: C1: 200
C2: 200
C3: 180
C4: 200
C5: 200
980
Análise por parágrafos:
Introdução
Carim Miguel
Jean Jacques Rousseau, filósofo iluminista, afirma que o progresso de uma sociedade está in-
trinsecamente ligado à autonomia social dos cidadãos que a compõe ( 1 ). No entanto ( 2 ), no 
panorama contemporâneo, a manipulação comportamental do indivíduo frente ao controle de 
dados na internet vai de encontro à máxima de Rousseau, evidenciando uma das graves crises 
( 3 ) da sociedade hodierna. Esse cenário antagônico é fruto tanto das relações de domínio no 
meio digital, bem como ( 4 ) do atual estado de modernidade social ( 5 , 6 ).
O certo é “compõem”, no plural para concordar com “cidadãos”. Apenas um erro de português 
não compromete a competência 1.
Uma das classes de conectivos mais fortes que existem é a de conectivos de contraste (no en-
tanto, porém, todavia, contudo...). Esses termos impactam o leitor e atraem sua atenção, pois 
geram uma forte quebra de expectativa no texto: algo deveria acontecer, NO ENTANTO não é 
bem assim na realidade.
Importante usar termos negativos como “crise” para se referir à problemática em questão. Isso 
torna a tese mais forte e autoral, orientando com maior propriedade o projeto de texto como 
um todo. Uma tese vaga e “em cima do muro” prejudicaria a nota da competência 3.
O “bem como” não se encaixa nessa construção. Se o primeiro elemento da frase veio introdu-
zido por “tanto das”, o segundo deve vir por “quanto do”.
Como na redação anterior, o estudante pincelou os dois argumentos que serão utilizados nos 
( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
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14 | Onde Já Se 1000
parágrafos de desenvolvimento: relações de domínio no meio digital e o estado de moderni-
dade social. Isso fortalece a organização do texto e contribui para a competência 3.
Por se tratar de um texto dissertativo, é importante deixar sempre claro que estamos falando 
de um problema a ser resolvido. Repare que a expressão “relações de domínio no meio digital” 
já remete a uma ideia negativa, mas o termo “atual estado de modernidade social” não faz ne-
nhuma referência a algo ruim. É algo completamente neutro. Minha sugestão: para reforçar a 
ideia de problema a ser resolvido, coloque um adjetivo forte junto dos termos neutros: “o atual 
estado caótico de modernidade social”, por exemplo.
(*6 ) 
( 1 ) 
(*2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
Uma excelente introdução que já no início faz bom uso de repertório sociocultural pertinente 
à argumentação (competência 2). O conectivo de contraste “no entanto” já atrai a atenção 
do leitor logo nas primeiras linhas, e o estilo de escrita fluido facilita a leitura como um todo. 
A tese é forte devido ao uso de um termo “dissertativo” (não apenas expositivo): “grave cri-
se”, contribuindo para a competência 3.
Comentário 
sobre a 
Introdução
Desenvolvimento 1
Destarte ( 1 ), vale ressaltar que ( 2 ) de acordo com o filósofo Michel Foucault, em “A Mi-
crofísica do Poder”, as diferentes instituições sociais exercem uma relação de dominação 
para com o indivíduo. Sob essa análise ( 3 ), é notável que a força midiática, ao estar inse-
rido ( 4 ) nesse panorama de poder e influenciado por um viés econômico e atual ( 5 ), uti-
liza os inúmeros artifícios da internet para manipular o comportamento do usuário, o que 
gera uma deturpação na mentalidade do cidadão. Nesse sentido ( 6 ), esse infortúnio ( 7 ) 
é legitimado na omissão ou exibição demasiada de abordagens com tendências homoge-
neizadoras ( 8 ) pelos “sites” da internet, que buscam legitimar seu poder coercitivo sobre 
o usuário a partir do compartilhamento de notícias falsas ou sensacionalistas, suprimindo, 
assim, uma percepção crítica e politizada da realidade social.
O conectivo “destarte” é sinônimo de “consequentemente”, e não se encaixa na introdução 
do primeiro parágrafo de desenvolvimento. Melhor teria sido “Vale ressaltar, inicialmente, que 
(...)”. O uso repetido de conectivos inadequados pode tirar ponto da competência 4, mas esse 
foi um erro isolado, e não comprometeu a nota.
Vou fazer um comentário grande sobre vírgula. Sinta-se à vontade para pular. A vírgula aqui é faculta-
tiva, mas sugiro sempre colocar para evitar problemas. Seria obrigatória caso o estudante não tivesse 
escrito “em ‘A Microfísica do Poder’” logo adiante, porque aí o adjunto adverbial de conformidade “de 
acordo com o filósofo Michel Foucault” deveria vir isolado entre vírgulas (ou sem vírgula em nenhum 
dos dois lados). Como “em ‘A Microfísica do Poder’” está entre vírgulas, a vírgula em # pode ter duas 
funções: ou só para isolar o “em ‘A Microfísica do Poder’” ou para isolar também o “de acordo com o 
filósofo Michel Foucault” (caso tivesse uma vírgula em (2)). Como o estudante não colocou vírgula em 
(2), considera-se que a vírgula em # está cumprindo apenas o papel de isolar o “em ‘A Microfísica do 
Poder’”. Não está errado, mas, pelo fato de haver uma pausa na leitura em #, parece que o estudante 
queria isolar também o adjunto adverbial. E, sem uma vírgula em (2), parece que ele só colocou de 
um lado. Perdoe o textão sobre vírgulas, mas você já pagou pela apostila, então não adianta reclamar.
Mais um conectivo excelente para juntar a ideia anterior com o que está por vir. Pontos na 
competência 4.
O que está “inserido” nesse panorama? Se é a força midiática, deveria ser “inserida”, para con-
cordar em gênero, mas acho que o estudante quis dizer que é o indivíduo que está inserido no 
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15 Umberto Mannarino |
( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
(*5 ) 
( 6 ) 
( 7 ) 
(*8 ) 
panorama de poder. A construção ambígua e a ausência de um elemento de retomada pode-
riam ter prejudicado a competência 4.
Por que dizer que o viés econômico é “atual”? É um adjetivo que não acrescenta informação nenhuma 
ao texto, além de causar estranhamento: “Por que ele disse ‘atual’? Ser ‘atual’ é algo ruim? Por quê?”
Mais um conectivo para conectar as ideias. Toptoptop!
O uso de expressões negativas como “infortúnio” fortalece a autoria do texto, tornando-o mais 
dissertativo e menos expositivo, configurando autoria. Pontos para a competência 3
Aqui, o estudante apontou problemas opostos: a omissão e a exibição demasiada de um certo 
tipo de abordagens. Mas não faz sentido omitir materiais com tendências homogeneizadoras. O 
que ocorre é a omissão de materiais neutros, suplantados por outros com tendências homogenei-
zadoras, que dão origem às fake news e os outros problemas tratados no restante do parágrafo.
Comentário 
sobre o D1
Um bom parágrafo para introduzir a problemática de maneira mais concreta. A menção a Fou-
cault de maneira pertinente contribuiu para a nota máxima na competência 2. No entanto, fica 
uma advertência: leia todo esse parágrafo novamente e pare em “a mentalidade do cidadão”. 
Notou alguma coisa estranha? Bem... até a metade do parágrafo não dá para saber direito do 
que se trata o argumento, porque tudo está genérico demais! Tudo bem que a “força midiática” 
“influencia e manipula” o “comportamento do usuário” pela “internet”... mas não é exatamente 
esse o tema da redação? Por que escrever 5 linhas para repetir essa informação? Só a partir 
do conectivo “Nesse sentido” o parágrafo começa a tomar forma, quando o estudante trata 
de conceitos verdadeiramente concretos, como as abordagens com tendências homogenei-
zadoras, as notícias falsas e a supressão da percepção crítica dos internautas. Mas, colocadas 
ao final de tudo, essas informações perdem sua relevância. Minha sugestão para argumentar 
de maneira mais impactante (não só na redação do ENEM, mas em qualquer texto) é seguir o 
caminho inverso desse parágrafo: começar pelo específico para só depois partir para o geral, 
e não o contrário. Talvez essas 5 linhas genéricas do início do parágrafo tenham feito um dos 
corretores achar que faltava informação e tirar ponto da competência 3 (projeto de texto). 
Desenvolvimento 2
Ainda sob esse viés, segundo o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, a sociedade moder-
na vive um estado de alienação e queda em seus valores morais ( 1 , 2 ). Sob essa análise, 
entende-se que o indivíduo, ao estar imerso nesse espectro alienante, tende a aceitar de 
forma automática as informações encontradas no meio digital, ( 3 ) além disso, a queda nos 
valores éticos incitam ( 4 ) concepções intolerantes a respeito das opiniões divergentes, 
considerando apenas uma realidade como absoluta e legítima, e que gera uma supressão 
no diálogo entre os indivíduos. Dessa forma, denota-se que ( 5 ) por conta do atual estado 
de modernidade social, os usuários acabam por ser manipulados comportamentalmente, 
indo ( 6 ) além da esfera digital e refletindo-se na esfera social.
Iniciou o parágrafo com tópico frasal para organizar os argumentos. A competência 3 agradece.
Repertório sociocultural diversificado, trazendo (de maneira pertinente à argumentação) a ideia 
de um filósofo. Bom demais. Pontos para a competência 2.
Não se usa “além disso” em meio de frase. O estudante deveria ter colocado ou um ponto final 
ou um ponto e vírgula antes do “além disso”.
O verbo “incita” deveria estar no singular para concordar com “a queda”.
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16 | Onde Já Se 1000
Vírgula obrigatória para isolar o “por conta do atual estado de modernidade social”. Das duas, 
uma: ou tirava a vírgula após “social” ou colocava vírgula em (5). Vírgula apenas de um lado, não.
Mais uma vez um comentário sobre os perigos do gerúndio: ao que esse “indo” se refere? À 
manipulação comportamental ou aos usuários? São os usuários que vão além da esfera digital 
ou é a manipulação? Obviamente é a manipulação, mas o gerúndio dá margem a essas duas 
interpretações. Muitas construções inconclusivas como essa podem prejudicar a competência 4.
( 5 ) 
( 6 ) 
( 1 ) 
( 2 ) 
(*3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
( 6 ) 
(*7 ) 
Comentário 
sobre o D2
Um parágrafo mais curto que o anterior, mas ainda bem encaixado com o restante da argu-
mentação por meio de conectivos. No entanto, uma coisa que pode ter feito um corretor 
tirar pontos da competência 3 é o trecho “os indivíduos acabam por ser manipulados com-
portamentalmente”. Isso porque em momento nenhum desse parágrafo o estudante diz 
quem está manipulando os indivíduos. Nem que fosse apenas uma palavra: “algoritmos”, 
“mídia”... já serviria para completar o parágrafo. Ficou parecendo que os usuários estão 
sendo manipulados porque a internet é assim mesmo, não porque existe uma inteligência 
artificial manipulativa controlando todos os acessos por trás dos panos. Uma maneira de 
evitar esse tipo de deslize é evitar ao máximo a voz passiva. Você percebe que “são mani-
pulados comportamentalmente” deixa vago quem é o agente? Mas, se a frase estivesse na 
voz ativa, “a inteligência artificial manipula comportamentalmente o internauta”, seria im-
possível construir uma frase vaga, porque na voz ativa o agente é peça obrigatória da frase.
Conclusão
Portanto, cabe aos Ministérios ( 1 ) responsáveis pela comunicação, ( 2 ) alertar a sociedade 
sobre as características e efeitos da manipulação comportamental pelo controle de dados 
na internet, ( 3 ) utilizando as mídias de divulgação em massa de forma objetiva, clara e aces-
sível, para compartilhar maneiras de identificar e agir contra ( 4 ) essas manipulações, com 
o afã ( 5 ) de gerar indivíduos críticos e politizados acerca da realidade social. Outrossim, é 
imperioso que o corpo cidadão, como agente de formação moral, engaje-se no combate à 
manipulação do usuário pela internet ( 6 ), de forma a sempre averiguar as fontes de notícias 
no meio digital, com o fito de tornar-se autônomo ( 7 ) e mitigar o imbróglio ( 8 ).
Como não está especificando o ministério, colocar em minúsculo: “ministérios”. Sugiro dar 
uma revisada em quais ministérios existem e a função de cada um para tornar mais concreta 
a proposta de intervenção.
Não deveria ter vírgula. Cabe aos ministérios alertar a sociedade. Não se separa sujeito (“aler-
tar a sociedade”) de predicado (“cabe aos ministérios”).
A frase já estava começando a ficar longa demais. Para maior ênfase ao que está por vir, prefira 
colocar um ponto final em (3) e comece outra frase com conectivo, e não com gerúndio.
Aqui, temos um verbo transitivo direto (identificar) e um transitivo indireto (agir contra). É errado 
colocá-los juntos nesse caso, porque parece que a preposição “contra” também se refere ao verbo 
“identificar”. O correto seria: “identificar essas manipulações e agir contra elas”, ou então escolher 
um verbo transitivo direto para substituir o “agir”: “identificar e combater essas manipulações”.
O substantivo “afã” não se encaixa nessa frase. Afã quer dizer ímpeto, sofreguidão. Melhor 
seria “com o intuito de gerar (...)”.
Novamente uma construção ambígua: o combate será pela internet ou a manipulação é pela 
internet?
O que vai se tornar autônomo? Lendo a frase de novo, fica evidente que é o corpo cidadão, 
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17 Umberto Mannarino |
(*8 ) 
mas perceba que a frase é muito longa. Seria interessante colocar um ponto final antes de 
“com o fito” e começar uma nova frase com um conectivo e um elemento de retomada: “Com 
essas medidas, os indivíduos se tornarão mais autônomos”, etc.
Um comentário que eu sempre faço nos vídeos do meu canal: soa incompleto quando o estudante 
defende que o grande objetivo do combate aoproblema é a própria solução do problema. Depois de 
uma redação inteira, fechar o texto dizendo que as medidas propostas vão “resolver o problema” (ou 
mitigar o imbróglio) dá a impressão de que falta alguma coisa. E daí que o problema vai ser resolvido? 
O que vai acontecer com a sociedade, com o mundo, agora que o problema foi resolvido? Por isso eu 
sugiro sempre fechar com uma ideia de futuro, não de presente. Tudo bem que o problema vai ser re-
solvido, mas o que vai acontecer de diferente agora? Os indivíduos vão ter mais liberdade de escolha? 
Mais autonomia? Vão se tornar um corpo cidadão mais crítico, politizado e autoconsciente? Escreva 
isso! Mas resolver o problema não deveria ser o objetivo final do combate ao problema.
Comentário 
sobre a 
Conclusão
Excelente conclusão. Propostas plausíveis e coerentes. Os ministérios (quem) devem alertar 
a sociedade sobre (...) (o quê) por meio de mídias de divulgação (...) para compartilhar ma-
neiras de identificar e combater essas manipulações (como) com o propósito de (...) (para 
quê). O trecho “utilizando as mídias de divulgação (...) de forma objetiva, clara e acessível” 
pode ser considerado um detalhamento do o quê, mas na minha opinião é só uma extensão 
do o quê, e não contaria como detalhamento. Mas só com a segunda proposta de interven-
ção o estudante já teria tirado nota máxima nessa competência: o corpo cidadão (quem), 
agente de formação moral (detalhamento do quem), vai se engajar no combate (...) (o quê), 
sempre averiguando as informações (como), a fim de se tornar autônomo (para quê).
Comentários Gerais:
Toptoptop. Minha única crítica é o uso de argumentos genéricos e pouco concretos, o que 
pode ter sido a causa da nota 180 na competência 3 (a competência do projeto de texto e 
da autoria). Por isso repito a minha sugestão de sempre preferir a voz ativa e a ordem direta 
na hora da construção das frases. É muito mais difícil escrever uma informação genérica na 
voz ativa, e você corre menos risco de perder pontos por descuido.
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Marcondes Notas: C1: 200
C2: 200
C3: 200
C4: 200
C5: 180
980
Análise por parágrafos:
Introdução
( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
( 6 ) 
O homem cordial é um conceito desenvolvido pelo historiador Sérgio Buarque de Ho-
landa, em seu livro “Raízes do Brasil”. Nele ( 1 ), virtudes como o altruísmo e a compai-
xão formam um traço marcado do caráter brasileiro. Todavia ( 2 ), tais valores ( 3 ) pa-
recem não assimilados a ( 4 ) autonomia intelectual e de escolha, pois, sem fiscalização 
governamental, e catalisado pelo uso demasiado das mídias digitais ( 5 , 6 ), os algorit-
mos da internet manipulam escolhas, opiniões, vontades e necessidades dos usuários.
Ao que esse “nele” se refere? Ao homem cordial ou ao livro “Raízes do Brasil”? A construção 
está ambígua.
Sempre bom destacar o uso de conectivos de contraste! Ótimo!
O estudante usou “tais valores” como elemento de retomada para as virtudes como altruísmo 
e compaixão. Isso se chama “hiperônimo”, e é uma das estratégias para não repetir termos 
durante o texto. Excelente para a competência 4.
Acento grave no “a”: “assimilados à autonomia (...)”.
O estudante pincelou os dois argumentos dos desenvolvimentos: a ausência de fiscalização 
governamental (D1) e o uso demasiado das mídias digitais (D2).
Excelente o uso de um adjetivo com cunho negativo (“demasiado”) para expressar que o uso das 
mídias sociais é um problema (comparar com o comentário 6 da introdução da redação anterior).
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( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
( 6 ) 
( 7 ) 
( 8 ) 
Comentário 
sobre a 
Introdução
Uma excelente introdução. Não tenho comentários negativos. O estudante começou com 
uma contextualização pertinente (competência 2), usou um conectivo forte (“todavia”) 
para introduzir a problemática e já pincelou os dois argumentos que serão utilizados nos 
parágrafos de desenvolvimento (organização: competência 3). E a última frase deixa clara 
a tese que será defendida ao longo de todo o texto: os algoritmos manipulam as escolhas, 
opiniões, vontades e necessidades dos usuários. Lembre-se dessa tese, porque eu vou me 
referir a ela novamente em outro ponto da apostila.
Desenvolvimento 1
Em primeira instância, ao relacionar o pensamento do chanceler alemão Bismarck, de que a 
política é a arte do possível, com a posição do governo tupiniquim ( 1 ) diante a ( 2 ) situação 
de manipulações digitais, o mesmo ( 3 ) adquire ares de obsolescência. A negligência do Po-
der Público ( 4 ) serve como combustível para que atividades assim ( 5 ) proliferem ( 6 ), o que 
gera riscos à sociedade, como a mitificação de posições políticas ( 7 ) e a indução do senso 
comum ao consumismo desenfreado ( 8 ). Permitir que o cidadão seja controlado e transfor-
mado em dados estatísticos comerciais é algo de natureza facínora ( 9 ), entretanto, os líderes 
políticos nacionais não demonstram ( 10 ) medidas que visem a mudança desse quadro.
O termo “tupiniquim” é pejorativo demais para uma dissertação do ENEM. Aqui, “brasileiro” se 
encaixaria melhor.
O correto seria “diante da”, não “diante a”.
Atenção: “O mesmo” nunca será elemento de retomada. A frase “Antes de entrar no elevador, ve-
rifique se o mesmo encontra-se neste andar” está gramaticalmente errada! Em segundo lugar, ao 
que esse “o mesmo” está se referindo? Tem 3 termos masculinos na frase: Bismarck, o pensamento 
de Bismarck e o governo brasileiro. Qual dos 3 adquire ares de obsolescência?? Por mais “óbvio” 
que o estudante esteja se referindo ao governo brasileiro, evite ao máximo construções ambíguas 
do tipo, porque elas podem comprometer a nota da competência 4. Se substituísse o “o mesmo” 
por “este”, ficaria claro que o estudante se referiu ao último elemento masculino mencionado, ou 
seja, o governo brasileiro. Seria uma forma de resolver os dois problemas de uma só vez.
A negligência do Poder Público em relação a quê? Até agora o estudante não falou nada con-
creto, então o que seria essa negligência? A informação ficou vaga, incompleta.
O mesmo comentário do ponto anterior: “atividades assim”... mas “assim” como? Pouca informação 
concreta foi dita até agora no parágrafo, então é difícil estabelecer um fio condutor para as ideias.
O correto seria “se proliferem”, não “proliferem”.
Ao longo de toda essa redação nós vamos nos deparar com termos do tipo: “mitificação de posi-
ções políticas”. Pode até ser um bom conceito para se desenvolver em um texto acadêmico, mas 
em uma redação do ENEM, de no máximo 30 linhas, fica difícil desenvolver uma explicação coe-
rente sobre o que se trata esse termo. O que é essa “mitificação”? É a idealização dos políticos? 
Se sim, como isso se relaciona com a manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet? Termos muito gerais como esse podem ter o efeito contrário do que preten-
dem, tornando o texto raso e desconexo. É arriscado usá-los demais, pois podem comprometer a 
fluidez do texto, passando a impressão de que falta informação (afetando a competência 3).
Novamente um termo vago: “a indução do senso comum ao consumismo”. O que é esse senso 
comum aplicado ao consumismo? Eu consigo pensar em algumas explicações, mas ainda fico 
confuso em relação ao que o estudante quis dizer com isso. Ao invés de termos “bonitos” de-
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20 | Onde Já Se 1000
mais, prefira os mais simples, que transmitem bem a ideia sem muitos rebuscamentos.
Ótima forma de reforçar a indignação com a problemática. O adjetivo “facínora” confere autoria 
para o trecho, fortalecendo o caráter dissertativo, o que contribui para a nota da competência 3.
Melhor que “demonstram” seria “propõem”. Os políticos propõem medidas.
( 9 ) 
( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
(*10 ) 
Comentário 
sobre o D1
Na minha opinião, toda a argumentação desseparágrafo ficou excessivamente genérica. 
Ainda não consigo entender exatamente sobre o que é o texto, mesmo depois de ler e reler 
diversas vezes. O estudante começou com uma frase de Bismarck (“A política é a arte do 
possível”)... mas o que isso quer dizer?! Tirada de seu contexto, existem milhares de inter-
pretações possíveis para essa citação. Se o estudante tivesse explicado melhor no restante 
do parágrafo, tudo bem, mas ele emendou com mais dois termos genéricos: “mitificação 
de posições políticas” e “indução do senso comum ao consumismo”. Minha sugestão seria 
trocar toda a citação a Bismarck por um tópico frasal mais simples e concreto.
Além disso, o estudante deveria ter sempre em mente que o tema da redação é a manipulação 
do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Ele só fez menção a esse pro-
blema em duas situações bem curtas: “manipulações digitais” (linha 6) e “consumismo desenfre-
ado” (linha 8). Todo o restante do parágrafo é exclusivamente voltado para política, e não para o 
problema em si. Por isso o tópico frasal teria sido importante para esclarecer logo de cara a rela-
ção entre manipulação e política. “A política é a arte do possível” não deixa clara essa conexão.
Apesar desses meus comentários, o estudante tirou nota máxima na competência 3, o que 
indica que os corretores conseguiram compreender o encadeamento lógico dos argumen-
tos. De qualquer forma, foi como eu disse na introdução da apostila: meus comentários não 
são exclusivamente para a redação do ENEM, mas para escrita num geral. E eu acredito 
genuinamente que a argumentação desse parágrafo teria muito mais peso e relevância se 
abandonasse os termos “difíceis” e se focasse no simples e concreto.
Desenvolvimento 2
Posteriormente, a sociedade civil, frequentadora compulsória do meio virtual, torna-se refém de 
suas vontades ( 1 ), essas ( 2 ) influenciadas e diretamente coagidas por algoritmos. ( 3 ) Ao bus-
car por determinada mercadoria na internet, o indivíduo, após o ato ( 4 , 5 ) é bombardeado por 
publicidades detentoras de um mesmo ou similar produto. Esse condicionamento mental mer-
cantilista é extremamente prejudicial ( 6 ) aos usuários da internet, que acabam escravos de suas 
ações anteriores e presos em uma manipulação maquiavélica de necessidades ilusórias ( 7 ). Tais 
consequências são, de certa forma, resquícios ( 8 ) que fortalecem a tese empírica aristotélica, a 
qual diz que o ser torna-se naquilo ( 9 ) que ( 10 ) constantemente é exposto.
Outra ambiguidade no elemento de retomada: ao que o “suas” se refere? À sociedade civil ou 
ao meio virtual? Cuidado com isso para não comprometer a competência 4.
Como o “essas” não está acompanhado de elemento de retomada (“essas vontades”, por exemplo), 
o correto seria “estas”. É meio confuso entender a diferença entre “esse” e “este”, mas pense assim: se 
estiver se referindo a algo anterior, use “esse” + elemento de retomada. Se não for usar um elemento 
de retomada, o correto é “este”, e se refere exclusivamente ao último elemento já mencionado.
Aqui teria sido bom usar um conectivo para relacionar as duas frases. “A esse respeito”, por 
exemplo, encaixaria bem.
Vírgula após “após o ato” para isolá-lo.
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( 1 ) 
(*5 ) 
( 2 ) 
( 6 ) 
( 3 ) 
( 7 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
(*8 ) 
( 9 ) 
( 10 ) 
Sugestão de economia de espaço: poderia apagar completamente o “após o ato”. Já fica su-
bentendida essa informação.
Importante sempre reforçar a indignação com o assunto, como o estudante fez com o termo 
“extremamente prejudicial”.
Excelente, excelente, excelente! Adorei esse trecho. “Manipulação maquiavélica de necessidades ilu-
sórias” não só é uma ótima escolha de palavras, como também é bem mais concreto que a “mitifi-
cação de posições políticas” e a “indução do senso comum ao consumismo” do parágrafo anterior.
Eu vou bater nessa tecla em todas as redações desta apostila, então se acostume: “resquí-
cios”... mas resquícios de quê?? Se o termo pede um complemento, escreva o complemento.
Torna-se “aquilo”, não “naquilo”.
O correto seria “a que” é exposto, não “que” é exposto. Quem se expõe, se expõe a alguma coisa.
Comentário 
sobre o D2
Se você deu ouvidos ao que eu falei sobre o parágrafo anterior, vai concordar comigo 
quando eu digo que esse desenvolvimento está muito mais concreto que o anterior. O es-
tudante traz um exemplo sólido (um usuário que busca por um produto na internet) aliado 
a um termo magnificamente elaborado: “manipulação maquiavélica de necessidades ilusó-
rias”, que resume muito bem toda a ideia. Apesar de esta ainda ser uma expressão “difícil”, 
ela é muito mais concreta que as do parágrafo anterior, e isso torna toda a argumentação 
mais forte e de fácil compreensão. Além disso, o uso de conectivos e elementos de retoma-
da para evitar repetição de termos contribui para a nota da competência 4.
Conclusão
Portanto, é evidente que medidas são necessárias na resolução do impasse ( 1 ). Pri-
meiramente, o Ministério Público deve, de forma rigorosa, fiscalizar empresas foca-
das em levantamento de dados digitais, para garantir que a liberdade de escolha do 
cidadão não seja ofuscada ( 2 ). Já o Ministério da Comunicação, ( 3 ) deve investir 
no desenvolvimento de publicidades, disseminadas na internet e televisão, que visem 
persuadir o indivíduo a denunciar situações em que se sinta coagido ou pressionado 
por certo esquema de dados. Além disso, o Poder Público deve taxar empresas e ins-
tituições que se beneficiarem do uso impróprio de algoritmos. Dessa forma, a socie-
dade civil, política e agora virtual brasileira, ( 4 ) dará um importante passo rumo ao 
conceito virtuoso de Sérgio Buarque de Holanda ( 5 ).
Ótima maneira de sintetizar tudo que já foi dito para introduzir a proposta de intervenção. Isso 
fortalece o projeto de texto (competência 3) e a coesão entre os parágrafos (competência 4).
“Ofuscada” pelo quê? Por quem?
Não deveria ter vírgula após “Ministério da Comunicação”
Não deveria ter vírgula após “brasileira”, pois não se separa o sujeito “a sociedade civil, política 
e agora virtual brasileira” do predicado “dará um importante passo (...)”
Ótima forma de escrever uma conclusão circular, retomando o repertório sociocultural da in-
trodução. Isso reforça o projeto de texto como um todo, contribuindo para a imagem de que 
toda a dissertação seguiu uma única linha de raciocínio estrategicamente planejada. E é exa-
tamente isso que a competência 3 quer de você.
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Comentário 
sobre a 
Conclusão
Comentários Gerais:
A única competência em que o estudante perdeu ponto foi a da proposta de intervenção. O 
que pode ter acontecido é que ele citou 3 agentes diferentes, o que passa a impressão de 
que nem todas as intervenções propostas estão completas. Vamos analisar cada uma das 
propostas. A primeira é que o Ministério Público (quem) deve fiscalizar empresas (o quê) 
de forma rigorosa (como) a fim de garantir a liberdade de escolha (para quê). Perceba que 
faltou o detalhamento de alguma pergunta, e o como está muito genérico. “De maneira ri-
gorosa” não é uma resposta satisfatória para o modo como o Ministério Público vai realizar 
a fiscalização. A segunda proposta de intervenção foi que o Ministério da Comunicação 
(quem) invista no desenvolvimento de publicidades (o quê), disseminadas na internet e tele-
visão (detalhamento do o quê), a fim de persuadir o indivíduo (para quê). Perceba que nessa 
segunda proposta faltou responder o como. A terceira proposta também está incompleta: 
o Poder Público (quem) deve taxar empresas (o quê), a fim de que a sociedade civil atinja 
seu ideal (para quê). Faltou o como e o detalhamento. Como nenhuma das três propostas 
está completa, um dos corretores tirou ponto da proposta de intervenção. Então lembre-se: 
na conclusão, menos é mais! Prefira uma única proposta bem detalhadaa três incompletas.
Esta redação foi bem diferente das outras desta categoria (redações acima de 900). A manei-
ra de argumentar foi mais “grandiosa” que as outras – o que não necessariamente é algo bom!! 
O primeiro desenvolvimento é um exemplo de como o uso de termos difíceis em excesso 
pode confundir o leitor mais do que de fato impressioná-lo. O estudante tirou nota máxima na 
competência 3 porque ele não cometeu efetivamente um erro de construção do texto... no en-
tanto, mesmo não tendo de fato cometido um erro, entre um texto como esse e um como o da 
estudante Catarina (a próxima redação), o dela é definitivamente mais fácil e agradável de ler. 
Eu avisei desde o início que também ia fazer comentários sobre escrita num geral, então 
cá estou eu de novo dando pitaco. Mas, enfim, de volta às competências:
Poucos desvios da norma culta, não recorrentes, então nota máxima na competência 1. 
Boa compreensão do tema e uso de repertório sociocultural pertinente para argumen-
tação: nota máxima na competência 2. Elaboração de um projeto de texto robusto, com 
uma tese forte orientando os desenvolvimentos e uma conclusão bem amarrada com os 
problemas citados anteriormente: nota máxima na competência 3. Bom uso de conectivos 
e elementos de retomada, com poucos trechos ambíguos: nota máxima na competência 
4 (mas tome cuidado com elementos ambíguos como o “o mesmo” da linha 6). Proposta 
de intervenção incompleta, apesar de citar 3 agentes: um dos corretores decidiu tirar 40 
pontos da competência 5 (e o outro deu nota máxima).
Fica de novo meu alerta ao uso excessivo de termos genéricos, que podem, sim, prejudicar 
a nota da competência 3! Sempre que uma ideia parecer “incompleta”, sem explicação, o 
projeto de texto está comprometido, e isso tem risco de prejudicar a nota final.
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Catarina @nemvemenem Notas: C1: 180
C2: 200
C3: 200
C4: 200
C5: 200
980
Antes de começar a análise, eu gostaria de exaltar essa redação maravilhosa. Mesmo que 
as outras redações desta categoria tenham tirado 900+, esta foi a única que me fez parar 
tudo que eu estava fazendo e simplesmente aplaudir. Toda a argumentação está perfei-
tamente organizada, com os parágrafos bem conectados e as referências socioculturais 
inseridas de maneira impecável. Em nenhum momento eu precisei ler duas vezes a mesma 
frase para entender o que a estudante estava querendo dizer. Você pode argumentar que 
as outras redações desta categoria também tiraram 900+, então em tese não tem dife-
rença entre esta redação e as outras. E é verdade: todas tiraram uma nota excelente, sem 
dúvida. Mas na vida real... na vida fora das correções do ENEM... não existem pessoas que 
estão sendo pagas para ler os seus textos. Não existem corretores que precisam ler várias 
vezes para entender o que você quer dizer. Ou seja: se o seu texto está confuso, prolixo ou 
ambíguo, ninguém vai se dar ao trabalho de ler duas vezes para entender o que você está 
falando. Ninguém mesmo!! E, a depender do seu emprego futuro, você vai precisar escre-
ver para as pessoas. Sendo assim, mesmo que você tenha tirado 1001 na redação do ENEM, 
um texto prolixo não vai atrair a atenção dos seus leitores. Por mais que você tenha tirado 
nota máxima nas 5 competências! Então aqui fica o meu recado: inspire-se nesta redação 
da Catarina para ver o que é de fato um texto impecável. Essa redação é o grande modelo 
em que você deve mirar na hora de escrever qualquer texto.
(De novo, cá estou eu fazendo comentários que não se enquadram nas 5 competências 
do ENEM... mil perdões, mas eu não consigo me controlar. Eu sou meio fanático por essas 
coisas, então quando vejo uma pessoa que escreve maravilhosamente bem eu fico todo 
arrepiado....... Ah, dane-se, me deixa ser feliz).
Comentário 
Inicial
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( 1 ) 
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( 4 ) 
( 5 ) 
( 6 ) 
Análise por parágrafos:
Introdução
Durante a Guerra Fria ( 1 ), houve um significativo avanço das tecnologias, o qual beneficiou 
a humanidade de forma imensurável. Um dos principais benefícios diz respeito à comunica-
ção, revolucionada com o surgimento da internet. Todavia ( 2 ), há questões problemáticas 
quanto a essa invenção ( 3 ), como é o caso da manipulação do comportamento dos inter-
nautas pelo controle dos seus dados. Esse problema, cuja causa relaciona-se ao interesse 
corporativo comercial ( 4 ), gera consequências negativas para o indivíduo ( 5 , 6 ).
A contextualização histórica é uma ótima forma de iniciar uma redação. No meu canal eu ainda 
vou postar um vídeo com as várias formas de montar uma introdução, e a contextualização 
histórica é uma delas. (PS: inscreva-se no meu canal: http://youtube.com/ExatasExatas).
Conectivo de contraste para provocar uma quebra de expectativa e atrair a atenção do leitor. 
Excelente para a competência 4.
“essa invenção” retomando “a internet”. Toptoptop. Elementos de retomada bem inseridos 
contribuem para a nota da competência 4.
Já pincelando o argumento a ser tratado no desenvolvimento: o interesse corporativo comer-
cial. Ótimo para a organização do texto – e, consequentemente, para a competência 3.
Ótima construção: consequências “negativas”. É importante reforçar o ponto de vista do au-
tor de que a manipulação do comportamento do usuário é um problema, senão a tese ficaria 
vaga e pouco concreta. Quanto mais adjetivos com posicionamento claro você utilizar, melhor. 
Termos vagos e ambíguos tornam a tese fraca e pouco organizada (vide comentário 6 da in-
trodução da 2ª redação desta apostila).
No caso dessa redação, a última frase da introdução foi a tese. É essa ideia que vai orientar 
todo o restante do texto. Tudo que a estudante falar a partir daqui precisa necessariamente 
estar atrelado à tese, senão a redação vai pecar na competência 3: organização e projeto de 
texto. Tanto a ausência quanto o excesso de informações nos parágrafos seguintes pode ser 
interpretado como projeto de texto incongruente. Felizmente, a estudante fez os 2 parágrafos 
do desenvolvimento muito bem conectados com a tese.
Comentário 
sobre a 
Introdução
Texto fluido, coerente e maravilhoso. A estudante começou com uma alusão histórica, traçan-
do um paralelo entre a Guerra Fria e o contexto atual. O uso do conectivo “todavia” reforça o 
contraste de ideias, que chama a atenção do leitor. E o constante uso de termos “dissertativos” 
(“problema” e “consequências negativas”) demonstra autoria e indignação com o tema, o que 
contribui para uma tese forte que vai orientar todos os outros parágrafos (competência 3).
Desenvolvimento 1
Nesse contexto ( 1 ), é válido apontar os interesses econômicos das grandes empresas 
como a principal causa da manipulação de dados dos usuários da rede ( 2 ). O documen-
tário “What The Health”, por exemplo, apresenta o caso de indústrias alimentícias america-
nas que patrocinam estudos na área de saúde, os quais publicam resultados manipulados 
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( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
(*6 ) 
de modo a favorecer as patrocinadoras, por meio da associação de determinados produtos 
à prevenção de doenças. Comprova-se, assim ( 3 ), o protagonismo das empresas relativo à 
manipulação de informações para atender seus interesses. Da mesma forma ( 4 ), as indús-
trias que atuam no meio virtual visam ao lucro e, logicamente ( 5 ), usarão as ferramentas 
disponíveis para maximizá-lo, como os algoritmos que coletam e controlam ( 6 ) dados 
com fins de manipulação empresarial e publicitária.
Uso de conectivo para relacionar a ideia da introdução com o que será tratado no parágrafo. Se 
você já leu até aqui, sabe muito bem de que competência eu estou falando: da competência 4.
A primeira frase do desenvolvimento 1 é o tópico frasal. Importantíssimo para mostrar ao cor-
retor sobre o que vai se tratar esse parágrafo(“interesses econômicos das grandes empre-
sas”). Pontos para a competência de organização do texto (3).
Uso de conectivo (“assim”) atrelado a um termo forte: “comprova-se”. Ou seja: a estudante está 
provando com as próprias palavras o seu argumento, reforçando a autoria do texto (competência 3).
Excelente, excelente, excelente!! (Você, leitor, já deve estar perdendo a paciência com os meus 
elogios... mas por favor, se controle, porque essa redação é realmente boa). A estudante agora 
está explicando com as próprias palavras o porquê de ter usado o repertório sociocultural. O 
documentário “What the Health” foi utilizado para provar um ponto, e a partir deste trecho ela 
explica o porquê de ter se referido a ele. Pontos para a competência 2, que exige compreensão 
do tema e uso de repertório sociocultural pertinente à argumentação (se não explicar muito 
bem o porquê do uso, pode acabar perdendo ponto ao invés de ganhar).
“Logicamente” reforça a autoria do texto (competência 3): passa a ideia de que a estudante 
está argumentando de maneira coerente com o corretor: “Se __, então __”. É lógica, é um ar-
gumento puramente racional, e, consequentemente, impossível de se questionar.
Um comentário similar ao comentário 4 da conclusão da redação 2: a estudante usou dois verbos 
transitivos diretos (“coletam” e “controlam”) junto de um mesmo objeto direto: “dados”. Aqui a cons-
trução está correta, diferentemente do “identificar e agir contra essas manipulações” da 2ª redação.
Comentário 
sobre o D1
Ótimo uso de repertório sociocultural pertinente à argumentação, com uso de conectivos 
para explicar exatamente o porquê de ter escolhido esse documentário específico para a 
argumentação. A frase que sintetiza toda a ideia do documentário com as próprias pala-
vras da estudante reforça a autoria (competência 3), endossando a habilidade de conectar 
ideias aparentemente distintas em prol de uma argumentação coesa. O paralelo traçado 
entre indústrias alimentícias e virtuais demonstra a excelente habilidade da estudante em 
relacionar diversas áreas do conhecimento.
Além disso ( 1 ), sabe-se que o interesse financeiro das grandes corporações é priorizado em de-
trimento dos interesses do público-alvo, ou seja, dos indivíduos. ( 2 ) De acordo com o sociólogo 
Émile Durkheim, a consciência coletiva é um sistema de regras e tradições que exerce pressão 
sobre o ser humano de maneira a influenciar seu comportamento ( 3 ). A mídia, portanto, é uma 
forte moldadora da consciência coletiva ( 4 ). Nesse sentido ( 5 ), se, na internet, predominarem 
os algoritmos que vão ao encontro dos interesses de grandes empresas, o indivíduo perderá seu 
espaço. Conclui-se, pois, que a internet passa a funcionar como mecanismo de dominação dos 
mais poderosos ( 6 ), uma vez que esses ( 7 ) detêm o controle sobre os algoritmos.
Desenvolvimento 2
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26 | Onde Já Se 1000
Mais um conectivo interessante para relacionar as ideias expostas anteriormente ao parágrafo 
a seguir. Se você gosta de colocar em “caixinhas”, esses são conectivos de adição. Falo mais 
sobre eles na playlist de conectivos da Unacademy (gratuita): https://bit.ly/Conectivos
Para eliminar qualquer chance de perder ponto na competência 4 (lembrando que a estudan-
te não perdeu), seria interessante colocar um conectivo neste ponto para relacionar o tópico 
frasal ao restante do parágrafo.
Uso de repertório sociocultural pertinente ao tema para endossar a argumentação. Pontos 
para a competência 2.
Mais uma vez usando as próprias palavras para sintetizar um contexto sociológico complicado. 
Isso demonstra alta capacidade de síntese e argumentação. Parabéns.
Mais um conectivo para juntar bem as duas ideias. Lembrando que não é necessário usar co-
nectivos em todas as frases, mas é importante usá-los quando as ideias parecem muito “des-
conexas” sem eles. Não dá para explicar exatamente quando usar e quando não usar, mas de-
pois de você ler todas as 30 redações desta apostila talvez comece a perceber melhor quando 
eles são essenciais e quando são desnecessários.
Diferente de muitas outras redações, a estudante deixou explícito o complemento do termo “domina-
ção”: dominação dos mais poderosos. Muitos dos comentários das redações anteriores são batendo 
exatamente nessa tecla: se o termo exige um complemento, escreva o complemento!! Isso porque 
escrever só “mecanismo de dominação” daria margem à pergunta: “dominação de quem?”... e, quan-
to menos perguntas o corretor precisar fazer em relação ao seu texto, melhor para o projeto de texto.
O correto seria “estes”, não “esses”! Como não tem um elemento de retomada, o termo correto é 
“estes”, e se refere exclusivamente ao último elemento masculino mencionado (“os mais poderosos”).
( 1 ) 
( 1 ) 
( 2 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
(*4 ) 
( 5 ) 
(*6 ) 
( 7 ) 
Comentário 
sobre o D2
A sequência escolhida para os argumentos foi uma maneira excelente de convencer o lei-
tor: tópico frasal para introduzir o tema (competência 3, organização), contextualização 
com outra área do conhecimento (Durkheim, competência 2) e paralelo com o contexto 
atual (por meio do conectivo “nesse sentido”, contribuindo para a competência 4). Por fim, 
a estudante ainda concluiu o parágrafo com uma síntese de ideias para “amarrar” tudo já 
exposto e começar sem nenhuma pendência a proposta de intervenção.
Conclusão
Desse modo, visando à atenuação dos impactos negativos do uso da internet, é preciso modificar 
a realidade, conforme o pensamento do jornalista irlandês George Shaw, que diz que o progresso 
é impossível sem mudança. Assim, o Ministério de Ciência e Tecnologia, juntamente com o Poder 
Legislativo, deve regulamentar a aplicação de algoritmos na rede, exigindo por lei que o usuário 
seja advertido com ênfase sempre que seus dados forem submetidos a esse controle. Ademais 
( 1 ), a lei deve criar e obrigar o pagamento de altos impostos pelas empresas que utilizarem tal 
recurso ( 2 ). Dessa forma, será possível garantir que os internautas estejam cientes da aplicação 
dos algoritmos, assim como o seu uso por empresas será desestimulado por meio da taxação 
legal. Consequentemente, a internet terá seus benefícios otimizados e seus danos, minimizados.
Conectivo de adição para promover a progressão temática. No entanto, apesar de ser um co-
nectivo de adição, tudo isso é uma única proposta de intervenção, com um único agente (Mi-
nistério da Ciência e Tecnologia juntamente com o Poder Legislativo). A estudante usou esse 
conectivo para detalhar melhor a “lei” proposta na oração anterior.
“Tal recurso” como elemento de retomada da “aplicação de algoritmos na rede”. Excelente 
para não repetir termos e pontuar na competência 4.
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27 Umberto Mannarino |
Comentário 
sobre a 
Conclusão
Comentários Gerais:
Esta foi a única redação em que eu não coloquei um milhão de comentários em cada 
parágrafo. Como eu disse, ela ficou maravilhosa, então por mais que eu tentasse eu não 
conseguiria encontrar um comentário negativo para fazer. Vamos à análise da propos-
ta de intervenção: o Ministério da Ciência e Tecnologia, junto com o Poder Legislativo 
(quem) deve regulamentar os algoritmos (o quê), exigindo que o usuário seja adver-
tido quando for submetido a eles (como). Essa lei deve obrigar o pagamento de altos 
impostos (detalhamento do como), para fortalecer os benefícios e minimizar os danos 
da internet (para quê). Todas as 5 perguntas respondidas perfeitamente, sem dados 
excessivos nem ausência de informação. Nota máxima para a competência 5.
Adorei! De verdade. Não tenho nenhum comentário negativo sobre esta redação, e since-
ramente eu fico de queixo caído com o fato de ela ter perdido pontos na competência 1. A 
única explicação é que no espelho da redação tem algumas coisinhas que o scanner não 
reconheceu, e possivelmente levaram um dos corretores a tirar ponto da competência 1:
• Na linha 11,“atender os” parece “atenderos”;
• Na linha 17, parece que não tem a vírgula obrigatória após o “portanto”;
• Na linha 23, “com o” parece “como”.
Honestamente, não tem motivo nenhum para terem tirado ponto da competência 1. A es-
tudante deveria ter tirado 1000, sim. 
Quanto à competência 2, está clara a excelente compreensão do tema e o uso de re-
pertório sociocultural pertinente à argumentação (Guerra Fria, documentário “What 
the Health” e Durkheim).
Quanto à competência 3, fica claro o projeto de texto bem estruturado e a indignação da 
estudante em relação aos fatos tratados. A tese forte, orientada por desenvolvimentos 
bem conectados entre si, contribuiu para a nota máxima.
Quanto à competência 4, o bom uso de conectivos e elementos de retomada eliminou 
qualquer possibilidade de ambiguidade, contribuindo para a progressão temática.
Quanto à competência 5, a estudante respondeu as 4 perguntas e detalhou a “como”, o 
que garantiu os 200 pontos.
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28 | Onde Já Se 1000
Alécio Notas: C1: 180
C2: 200
C3: 200
C4: 200
C5: 180
960
(*1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
Análise por parágrafos:
Introdução
O Brasil – apesar do pluralismo biológico, geográfico e cultural – ainda pode ser adjetivado 
como singular ( 1 ) em relação à abordagem de assuntos vinculados ao âmbito virtual. No 
que tange à manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na inter-
net no território nacional ( 2 ), o cenário não é dicotômico, haja vista a perpetuação de um 
legado histórico de hábitos comportamentais perversos ( 3 ). Nesse sentido, é importante 
destacar os principais desafios ( 4 ) dessa problemática frente à sociedade brasileira.
Interessante a antítese “plural/singular” para reforçar o contraste entre os diferentes as-
pectos da sociedade brasileira: plural biologicamente, mas ainda pouco experiente nos 
aspectos do âmbito virtual.
Importante já deixar claro que a redação será sobre a manipulação do comportamento do 
usuário no Brasil. Como o tema da redação em 2018 não exigiu que o estudante falasse es-
pecificamente de Brasil, teria sido ainda mais importante mencionar o país logo de cara na 
introdução para já sinalizar ao corretor que o texto vai ser sobre a problemática no contexto 
brasileiro, e não mundial (é claro que, se você quisesse falar sobre o contexto mundial, seria 
possível. Mas aqui o estudante escolheu fazer um recorte para o cenário brasileiro, e colocou 
estrategicamente essa informação logo no início do texto).
Essa expressão “hábitos comportamentais perversos” está se referindo a quem? De quem são 
esses hábitos? Do brasileiro manipulado ou da internet manipuladora? Tome muito cuidado na 
hora de escrever esses termos “bonitos” demais, porque você pode acabar pecando na com-
preensão do texto. O termo “perversos” dá a entender que os hábitos comportamentais são 
Transaction: HP19315609720642 e-mail: lidiamello520@gmail.com
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( 1 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
( 6 ) 
( 4 ) 
hábitos do lado manipulador, não do manipulado... mas a ideia de que esses hábitos vêm de 
um legado histórico parece sugerir que eles estão se referindo na verdade aos brasileiros, não 
à internet manipuladora. Ou troca o termo ou reorganiza a frase para evitar a ambiguidade.
Aqui o estudante já introduz o que vai ser dito nos desenvolvimentos: os desafios dessa pro-
blemática. Nas redações anteriores, nós vimos que os estudantes colocam dois termos na in-
trodução, que se referem aos dois parágrafos do desenvolvimento. Aqui, o estudante preferiu 
resumir os dois termos em um só: “desafios”. E a partir dessa premissa ele vai se posicionar nos 
parágrafos seguintes. Essa é outra forma de pincelar os argumentos, e também é uma ótima 
forma de pontuar na competência de organização e projeto de texto (competência 3). Sinta-se 
livre para escolher qualquer uma das duas estratégias. :)
Comentário 
sobre a 
Introdução
Uma introdução simples e bem escrita. A dicotomia plural/singular foi bastante criativa. 
Repare que a introdução é composta por 3 frases de tamanho médio, sem muitos rodeios, 
e que cada frase está claramente associada com a anterior (na segunda, o elemento de re-
tomada “cenário” se associa ao que já foi exposto anteriormente, e na terceira o conectivo 
“Nesse sentido” promove a progressão temática). A introdução do problema está meio fra-
ca por causa da ambiguidade em “hábitos comportamentais perversos”, mas isso acabou 
não tirando ponto da competência 3. De qualquer forma, tome cuidado com essas coisas, 
porque é a tese que vai orientar todo o projeto de texto, e a tese precisa deixar bem claro 
de que problema você está falando – e quem é o causador desse problema!
Desenvolvimento 1
Advém ressaltar, a princípio, a ilegitimidade ( 1 ) dos órgãos governamentais ( 2 ) mediante a 
adoção de políticas de contenção dos conteúdos midiáticos disseminados nas plataformas digi-
tais ( 3 ). Sob esse aspecto, é cabível relacionar esta ( 4 ) realidade com a perspectiva de Carlos 
Drummond de Andrade. Com seu poema, ( 5 ) “No Meio do Caminho”, são mencionados ( 6 ) 
repetidamente pedras no decorrer dos versos, as quais podem ser classificadas como obstácu-
los que impedem a concretização de avanços na sociedade. De maneira análoga ( 7 ), inacei-
tavelmente ( 8 ), o descaso público-administrativo representa um grande empecilho ( 9 ), uma 
vez que o Poder Legislativo não atua na elaboração, com base em princípios constitucionais, de 
autarquias destinadas ao intenso fluxo de informações na internet. Dessa forma, tristemente, o 
setor terciário da economia ( 10 ) adquire o monopólio da influência ideológica dos internautas.
Uso de termo com posicionamento claro (“ilegitimidade”) para reforçar a autoria desde o iní-
cio do parágrafo. Pontos para a competência 3.
Como eu já falei em várias outras redações, se o termo pede um complemento, escreva o com-
plemento. Aqui está perfeito: a ilegitimidade “dos órgãos governamentais”. Fica evidente de 
quem é a ilegitimidade, e é assim que a argumentação deve ser.
Essa primeira frase foi o tópico frasal, que vai orientar todo o restante do parágrafo. Tudo neste 
parágrafo precisa estar de alguma forma relacionado ao que foi tratado nessa frase.
O correto seria “essa”, não “esta”, pois está acompanhado do elemento de retomada “realida-
de”. Portanto, “essa realidade”.
Não deveria ter uma vírgula antes do nome do poema, porque Carlos Drummond de Andrade 
escreveu mais do que apenas “No Meio do Caminho”.
O correto seria “mencionadas”, no feminino, para concordar com “pedras”.
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30 | Onde Já Se 1000
Excelente maneira de traçar um paralelo entre as informações. O conectivo “De maneira aná-
loga” deixa claro que o repertório sociocultural foi utilizado para se fazer uma analogia com a 
situação contemporânea atual.
Mais um uso de termo com posicionamento claro (“inaceitavelmente”) para que o parágrafo 
não fique apenas expositivo, e sim dissertativo. Pontos para a competência 3.
Um grande empecilho a quê? Faltou o complemento de “empecilho”. Nesse caso, a frase não 
perdeu o significado só por causa desse deslize, mas cometer esse tipo de erro muitas vezes 
pode prejudicar a leitura. Se o corretor precisar ficar voltando muitas vezes para tentar enten-
der ao que cada termo se refere, isso pode tirar pontos da competência 4.
Aqui é mais uma sugestão que de fato uma crítica: o “setor terciário da economia” surgiu mui-
to de repente na argumentação. Até este ponto do parágrafo, todos os argumentos apontam 
para o descaso governamental e a falta de fiscalização, mas não foi dito nada sobre o porquê 
de a manipulação comportamental do usuário estar associada especificamente ao setor terci-
ário da economia. Se quisesse mesmo tocar nesse assunto, que fosse no próximo parágrafo, e 
não no final deste. Inserida nesse ponto, a informação ficou “sobrando”.
( 7 ) 
( 1 ) 
( 8 ) 
( 9 ) 
(*10 ) 
Comentário

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