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CRIAÇÃO DE CENÁRIOS DE CRESCIMENTO URBANO

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1 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
Um Olhar Para o Cenário Disperso (leopfrog) 
 
 
 U niv e rsidade L ú r i o 
Faculdade de arquitectura e Planeamento Físico 
Laboratório de Planeamento Físico III 
 
 
 
 
 
 
CRIAÇÃO DE CENÁRIOS DE CRESCIMENTO URBANO 
 
 
 
 
Corpo docente: 
 
Clássio Mendiate, Msc 
António de Amurane, Arq. 
 
 
Grupo II: 
 
Anssul Khan - 20114001003 
Floriano Manuel – 20104001013 
Jacinto Fé - 20114001016 
Nilton Milton - 20114001017 
Wilson Ludovico - 20114001007 
 
Nampula - Junho de 2014 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
2 
Índice 
Resumo ..............................................................................................................................................................4 
Vocabulário ........................................................................................................................................................5 
I. Introdução ..................................................................................................................................................6 
II. Objectivos...................................................................................................................................................7 
2.1. Geral ...................................................................................................................................................7 
2.2. Específicos ..........................................................................................................................................7 
III. Metodologias .............................................................................................................................................8 
3.1. Materiais ............................................................................................................................................8 
3.2. Métodos .............................................................................................................................................9 
IV. Revisão Bibliográfica ...............................................................................................................................9 
1. Localização da área de Estudo ................................................................................................................ 13 
2. Caracterização demográfica .................................................................................................................... 13 
2.1. A dinâmica demográfica .................................................................................................................. 13 
3. Evolução das manchas e os vectores de crescimento urbano ................................................................ 14 
3.1. Resultados e análises ...................................................................................................................... 14 
4. Visualização e quantificação da situação actual ...................................................................................... 18 
4.1. Material e métodos ......................................................................................................................... 18 
5. Mapa de Uso e cobertura actual de solo................................................................................................. 19 
6. Crescimento disperso .............................................................................................................................. 21 
7. Critérios de avaliação em relação ao custo e benefícios. ........................................................................ 21 
7.1. Distancia ao núcleo urbano central ................................................................................................. 21 
7.2. Proximidade as infra-estruturas e serviços ..................................................................................... 21 
7.3. Presença de formações Montanhosas ............................................................................................ 22 
7.4. Disponibilidade de espaço contínuo para responder a demanda ................................................... 22 
7.5. Custo de compensações .................................................................................................................. 22 
7.6. Topografia ....................................................................................................................................... 22 
8. Identificação de alternativas de crescimento disperso ........................................................................... 24 
9. Projecção da população até ao ano de 2019 e quantificação da demanda por área habitacional ......... 27 
9.1. Projecção da população .................................................................................................................. 27 
9.2. Quantificação da demanda por área habitacional .......................................................................... 28 
10. Identificação da melhor Alternativa .................................................................................................... 28 
V. Recomendações ...................................................................................................................................... 30 
10.1. Princípios para urbanização básica .............................................................................................. 30 
VI. Conclusão ............................................................................................................................................ 32 
VII. Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 33 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
3 
 
 
 
Índice de Figura 
Figura 1: Fluxograma geral do método ..............................................................................................................9 
Figura 2: Localização da área de estudo, Fonte: Adaptado de (CMCN, 2011). ................................................ 13 
Figura 3: Crescimento da mancha urbana dos anos: 2001, 2007 e 2013 ........................................................ 15 
Figura 4 : Resumo da evolução das manchas e os vectores de crescimento urbano dos anos de 2001, 2007 
até o ano de 2013 ........................................................................................................................................... 17 
Figura 5: Uso e cobertura do solo 2013 .......................................................................................................... 19 
Figura 6: Delimitação e caracterização da ocupação dispersa, Fonte: (DGOTDU, 2011) ................................ 21 
Figura 7: Mapa de bandas espectrais representando a topografia da cidade de Nampula ............................ 23 
Figura 8: Indicação das alternativas para o crescimento disperso no Município de Nampula ........................ 24 
 
Índice de tabela 
Tabela 1: Características das imagens de satélites. ............................................................................................8 
Tabela 2: Quantificação das classes de uso e cobertura actual do solo na cidade de Nampula ..................... 18 
Tabela 4: valor de superfície e distância linear em relação aos critérios descritos ......................................... 25 
Tabela 5: Estatísticas de crescimento populacional e de mancha urbana da cidade de Nampula. ................. 28 
 
 
Índice de gráfico 
 
Gráfico 1: Dados da população, Fonte: (CMCN, 2011). ................................................................................... 14 
Gráfico 2:Variação da densidadePopulacional entre os postos Administrativos, Fonte: (CMCN, 2011) ........ 14 
Gráfico 3: Gráfico com a evolução do crescimento da mancha urbana desde 2001 até 2013 ....................... 15 
Gráfico 4: Quantificação actual do uso e cobertura do solo da Cidade de Nampula ...................................... 19 
Gráfico 5: Evolução da população da cidade de Nampula entre 2014 a 2019. ............................................... 27 
Gráfico 6: Relação entre a população e a mancha urbana para os anos de 2001, 2007 e 2013 da cidade de 
Nampula. ......................................................................................................................................................... 27 
 
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354791
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354793
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354794
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354794
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354795
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354796
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354797
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354798
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354833
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354834
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354835
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354836
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354837
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354838
file:///C:/Users/Manuel%20Luia/Desktop/Khan/IIIIII%20GRUPO%20II_CRIAÇÃO%20DE%20CENÁRIOS%20DE%20CRESCIMENTO%20URBANO%20(2).docx%23_Toc390354838
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
4 
Resumo 
 
A concentração de pessoas em áreas urbanas, especialmente em países subdesenvolvimento, exige o uso de 
sistemas de monitoramento como o sensoriamento remoto, juntamente com técnicas de análise espacial, 
como processamento de imagem digital e sistema de informação geográfica (SIG) podem ser utilizados para 
fins de monitoramento e planeamento e de como estes permitem a comunicação de dispersão geral em um 
nível detalhado. Esta pesquisa buscou (i) utilizar a cidade de Nampula como estudo de caso, (ii) utilizar os 
aspectos ambientais, SIG e sensoriamento remoto, para avaliação o redireccionamento de crescimento 
urbano a baixo custo para as autoridades, (iii) analisar e perceber os vectores e tendência de crescimento 
actual, uso potencial do solo e recursos hídricos, e por último, (iv) propor solução, de alternativa de 
crescimento disperso através de calibragem de critérios que tenham grande significado e abrangência nos 
impactos ambientais urbanos e suburbanos. 
Neste trabalho, o crescimento da cidade de Nampula, foi estudada durante um período de 12 anos por meio 
de fotografias aéreas e imagens de satélite LandSet 8. Análises estatísticas foram utilizadas para a 
elaboração de modelos, os quais permitiram a predição do crescimento populacional e do crescimento 
disperso até o ano de 2019. Os resultados mostram que se comparadas com 2007, as estimativas para 2019 
são de uma população de aproximadamente 695,836.90 habitantes, e um crescimento urbano de 
79,810Km². Esta análise sugere que a densidade populacional continuará por conta do desenvolvimento de 
novas áreas, o que indica dispersão do tecido urbano, reflectindo em maior consumo de área aumentando a 
pressão sobre a vegetação. Desta forma, concluímos que a integração das informações técnicas e legais para 
efeito de planeamento da ocupação e cobertura do solo é de suma importância para o controlo e definição 
de formas de crescimento urbano. 
 
Palavras-chave: Expansão urbana, Análise temporal do uso e cobertura do solo, Crescimento Urbano, SIG 
 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
5 
Vocabulário 
 
ETM - Enhanced Thematic Mapper Plus (Landsat 7) 
TM - Landsat Thematic Mapper/mapa temático LandSet 
OLI - Operational Land Imager/ imagem operacional da terra 
TIRS - Thermal Infrared Sensor/ sensor térmico em infravermelho 
OLI_TIRS - Operational Land Imager (OLI)/Thermal Infrared Sensor (TIRS) 
USGS – United State Geological Survey/ sondagem geológica dos estados unidos da América 
APP – Área de Protecção Permanente 
WGS – World Geodetic System/ sistema geodésico mundial 
UTM- Universal Transverse of Mercator 
CMCN – Conselho Municipal da Cidade de Nampula 
DGOTDU - Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
6 
I. Introdução 
 
O crescimento urbano acelerado é geralmente associado e induzido pela concentração populacional em 
uma área. O grau de urbanização ou o seu crescimento impulsiona a mudança no padrão de uso de uso e 
cobertura do solo. As mudanças de Uso e cobertura do solo podem ter impactos adversos sobre a ecologia 
da região, especialmente na hidro - geomorfologia e vegetação. O processo de urbanização tem um impacto 
hidrológico considerável em termos de influenciar a natureza do escoamento, disseminando poluentes para 
os rios e causando erosão(GORDON & Finlayson, 1992). 
 
Dois factores devem ser considerados no processo de crescimento urbano: o populacional e o padrão de 
expansão física das ocupações urbanas. O primeiro representa um desafio em si mesmo quando exerce um 
importante peso na expansão da infraestrutura-urbana. Já o padrão de ocupação pode e deve ser entendido 
como um factor essencial para que esse crescimento possa se dar com maior ou menor custo social, 
reflectindo impactos sobre as formas de reprodução social e a sustentabilidade ambiental (UNFPA, 2007). 
 
Durante a última década, mais ênfase é dada às funções de paisagens e sua sustentabilidade como 
resposta a necessidade de minimizar o esgotamento dos recursos da terra e reduzir os impactos ambientais 
e sociais causados pela solicitação do uso do solo. As pressões relativas a mudanças de uso do solo nos 
ecossistemas são consequências inerentes ao crescimento económico e social, e como tal não pode ser 
totalmente evitada. No entanto, é necessário o equilíbrio entre a crescente demanda por bens e serviços e 
qualidade ambiental. O quadro estratégico do solo apresentado pela Comissão Europeia(COM231, 2006) 
identifica o número de ameaças à manutenção de funções do solo na Europa: erosão, diminuição de matéria 
orgânica, contaminação local e difusa, a compactação, a diminuição da biodiversidade, a salinização, 
inundações e deslizamentos de terra. A compactação é uma das principais ameaças do uso do solo, para 
além do processo de urbanizaçãode terras agrícolas que acelera outros processos de degradação (LOPATKA, 
et al., 2010). 
 
A modelagem tem tornado uma ferramenta importante no contexto de conflitos entre a urbanização e a 
paisagem ou a protecção dos solos, uma vez que os processos de degradação conduzidos pela urbanização 
impulsionada são frequentemente irreversíveis. Mesmo que o poder de predição da modelagem é por vezes 
limitada, podem fornecer informações valiosas sobre o desenvolvimento de tendências causadas por 
diferentes cenários políticos ou regulamentos de protecção dos solos. A ideia de usar modelos digitais reside 
na capacidade destes detectarem possíveis conflitos que possam surgir como resultado originário do 
existente ou de novas políticas a serem implementadas, afectos ao uso do solo (WESTHOEK H.J. M. VAN DEN 
BERG, 2006). 
 
Nosso objectivo é Perceber o cenário de crescimento urbano disperso na cidade de Nampula, em 
relação as mudanças previstas e como afectariam o uso do solo até o ano de 2019, que para o cenário de 
referência (leapfrog) pressupõe-se não haver limitações para o consumo do solo relacionado com a 
qualidade do solo. 
 
 
I: Introdução 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
7 
II. Objectivos 
 
2.1. Geral 
 
 Perceber o cenário de crescimento urbano disperso na cidade de Nampula ate ao ano de 2019. 
 
2.2. Específicos 
 
 Perceber a actual tendência de crescimento na cidade de Nampula; 
 Definir critérios de avaliação do crescimento disperso; 
 Identificar a melhor alternativa para crescimento disperso ate ao ano de 2019. 
 
 
 
II: Objectivos 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
8 
III. Metodologias 
 
3.1. Materiais 
Para montagem do banco de dados, foram utilizados dados primários e secundários. Na Tabela 1, são 
apresentadas as características da fotografia aérea e das imagens de satélites utilizadas. 
 
 
Imagens Fonte Sensor Data Resolução 
Espacial 
Bandas 
Fotografia 
aérea Google earth --- 2007 5.31 Km --- 
LandSet 7 
LandSet 8 TM 
 
USGS 
USGS 
 
ETM 
OLI-TIRS 
 
2001/09/07 
2013/04/16 
 
30 Metros 
30 Metros 
 
1,2,3,4,5,6,7, e 8 
1,2,3,4,5,6lh,7,8 e 9 
Tabela 1: Características das imagens de satélites. 
Como primeiro passo procurou-se inventariar informações relativas à área de estudo: Zoneamento do uso 
do solo Municipal, dados demográficos e das imagens de satélites. Na sequência, do Zoneamento Municipal, 
obtido no formato digital (DWG, do aplicativo AutoCAD versão 2007), foi georreferenciado e vetorizado 
utilizando o sistema de Projecção WGS 84, em Projecção Universal Transversa de Mercator – UTM – Zone - 
37s, nos aplicativos ArcMap versão 10.1for Windows, Global Mapper Versão 15.1,5, AutoCAD Map 3D 
versão 2011. Para efectuar a compilação final e as análises estatísticas, foi utilizado o pacote computacional 
SPSS Inc. Versão 17. 
 
A fotografia aérea do ano 2007 foi adquirida em arquivo digital e juntada na forma de mosaico de (DUPAS, 
2001).As imagens de satélites de 2001 e 2013 foram submetidas a técnicas de processamento de imagem, 
por meio da classificação supervisionada no aplicativo ArcMap 10.1. Os dados demográficos foram 
colectados junto a Direcção provincial de estatística de Nampula (CENSO, 2007). 
 
Utilizando da metodologia proposta por (DUPAS, 2001)a sobreposição das manchas urbanas, que se refere 
às áreas residenciais, comerciais, complexos industriais, equipamentos sócias e colectivos, incluindo ruas, 
representando seu comportamento no tempo e no espaço, possibilitou o diagnóstico da situação actual da 
cidade de Nampula, orientou a determinação da tendência e dos vectores da superfície impermeabilizada, e 
ainda, o redireccionamento do crescimento da mancha urbana. 
Informações sobre a topografia foram extraídas a partir do global mappercom intervalo de espaçamento de 
10 metros, a posterior elaborou-se a carta de declividade em Arcmap, sob a rede de triangulação irregular 
(Triangulated Irregular Network- TIN). 
 
Para a elaboração de cenários futuros de crescimento populacional e da área urbana foi utilizada a 
metodologia proposta por (LÓPEZ, BOCCO, MENDOZA, & DUHAU, 2001). Primeiramente foi elaborado um 
modelo matemático para representar o crescimento da população até o ano de 2019. Para isso, os dados 
dos anos de 2007 a 2013 foram relacionados com o número de habitantes. Na sequência, outro modelo 
matemático foi elaborado para representar a relação entre o crescimento populacional e o crescimento da 
mancha urbana. O próximo passo constituiu-se em alimentar o modelo matemático para a predição da área 
urbana com os valores preditos anteriormente para o crescimento populacional. 
 
 
III: Metodologias 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
9 
3.2. Métodos 
 
A estrutura de execução do trabalho é apresentada no fluxograma da metodologia, Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV. Revisão Bibliográfica 
 
Segundo (PEREIRA M. N., 1989), o termo cobertura do solo e uso do solo é definido como a forma pela qual 
o espaço está sendo ocupado, quer por aspectos naturais quer por actividades desenvolvidas pelo homem. 
Ainda, menciona que é importante fazer a distinção entre os conceitos de uso potencial e uso actual do solo; 
o primeiro requer uma análise complexa que envolve aspectos geomorfológicos, geológicos, pedológicos, 
ecológicos, etc., os quais permitem determinar a capacidade do solo para um uso específico. O segundo 
refere-se ao uso presente do solo, à descrição das características da paisagem em uma época determinada, 
sem levar em conta sua vocação ou uso do futuro”. 
 
Técnicas de sensoriamento remoto e de sistemas de informação geográfica aplicadas no estudo temporal de 
áreas urbanas e a necessidade de imagens temáticas de grandes dimensões tornam cada vez mais acessível 
a utilização de imagens de satélites, principalmente por possibilitar visão sinóptica e por oferecerem cada 
vez mais resolução espacial e espectral. 
Segundo (NOVO, 1989), o mapeador temático do LandSet TM é um sistema de varredura multiespectral. 
Proporciona resolução espacial, que determina a capacidade de detectar objectos a partir de um tamanho 
mínimo, equivalente a 30 m nas bandas do visível e do infravermelho reflectido. A resolução espectral com 7 
Definição da área de 
estudo – Cidade de Nampula 
Imagem aérea 
2007 
 
Imagens satélite 
2001, 2013 
Crescimento Populacional 
Crescimento da área edificada 
 
- 
Dados 
demográficos 
2007-2019 
Análises 
estatísticas 
Digitalização da 
base 
Qualificação e 
quantificação da 
situação actual 
Cenários futuros até 2019: 
 Populacional 
 Crescimento 
disperso (Leapfrog) 
Sobreposição das 
manchas decrescimento 
Resultados e 
discussão 
Colecta de dados 
Mapa de uso de 
solo do CMCN 
 
Figura 1: Fluxograma geral do método 
 
III: Metodologias 
IV: Revisão Bibliográfica 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
10 
intervalos é determinada pela sensibilidade do sistema sensor em registar separadamente a energia dos 
diversos comprimentos de onda que variam de 0,45 μm até 12,5 μm. 
 
Os métodos de geo - computação para o planeamento regional e urbano podem, portanto, incluir 
abordagens inovadoras na produção de conhecimento baseadas na incerteza introduzida pelos agentes, 
incompleto de imprecisão nos processos decisórios (DIAPPI, 2004), e desta forma, podendo traduzir-se em 
melhorias nos próximos anos, não só porque prometem uma grande variedade de bases de dados para 
calibração dos modelos e testes, mas também porque a evolução cognitiva levará ao desenvolvimento de 
modelos mais versáteis e mais fáceis de utilizar do que os modelos tradicionais (AYENI, 2005). 
 
O diagnósticoapresenta-se como a principal armação para a o planeamento de acções nos mais diversos 
ramos da ciência. No caso do planeamento urbano ambiental, é sem dúvida o ponto mais importante por 
fornecer os elementos básicos para a projectação, determinação de prognóstico de preservação e constitui 
a pesquisa de campo (CARVALHO & ARANTES, 1985). A primeira preocupação deve ser a elaboração de 
cenários homogéneos (zoning) do meio físico, geralmente ligados aos fenómenos do solo. Assim, em escala 
local, o zoneamento prescinde de um diagnóstico físico ambiental, diagnóstico de uso e ocupação do solo e 
de um diagnóstico geral(FRANCO, 2001). 
 
A natureza dos diagnósticos remete a uma metodologia própria, muitas vezes criticada quanto ao processo 
de colecta dos dados por se apresentarem quantitativos demais ou por adopção de modelos matemáticos 
simples, na tentativa de dar um carácter qualitativo. A natureza do diagnóstico quantitativo ou qualitativo 
remete à sua forma de elaboração pautada numa metodologia que venha exprimir a realidade ambiental. 
Sales, por exemplo, argumenta que: 
 
O gerenciamento das áreas verdes urbanas necessita de diagnósticos 
quantitativos e qualitativos para embasamento de políticas públicas adequadas. 
A necessidade de formulação destes diagnósticos fez surgir, ao longo do tempo, 
métodos de medição dessas áreas verde (SALES, 2004). 
 
As discussões teóricas remetem ao conceito de cenário ambiental como a projecção de uma situação futura, 
para o meio ambiente, tendo em vista a solução de uma situação ou a melhoria de uma condição presente 
indesejável ou insatisfatória, (FRANCO, 2001). 
 
Jara (1998) e Buarque (1999) trabalham na perspectiva de cenários no plano municipal, em especial nas 
comunidades onde devem ser implementados projectos de desenvolvimento local. Buarque propõe, então, 
três tipos de tipos de cenários: alternativos, prováveis e normativos ou desejados. 
Ainda no plano conceitual dos cenários ambientais considera que a: 
 
Técnica de Cenários é uma ferramenta de planeamento utilizada na antecipação 
de futuros, explicitando futuros alternativos e prováveis, diante aos quais se 
define o conjunto de acções e iniciativas prioritárias ou de antecipação do 
futuro (BUARQUE, 1999). 
 
O desenvolvimento sustentável surge e difunde-se como uma proposta de desenvolvimento diferenciada e, 
ao mesmo tempo, torna-se uma alternativa viável e não apenas uma utopia ou fantasia organizadora da 
sociedade, precisamente pelas condições do paradigma de desenvolvimento emergente, principalmente os 
avanços científicos e tecnológicos, (BUARQUE, 1999). 
 
 
IV: Revisão Bibliográfica 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
11 
Assim, percebe-se que a técnica de projecção de cenários é resultante do crescimento urbano, sendo 
necessário qualificar e quantificar o uso e cobertura do solo através de um diagnóstico geral da situação 
actual, este actualmente é auxiliado por técnicas de geo – computação e sensoriamento remoto e de SIG, 
dado a possibilidade que estes oferecem de calibração de modelos e testes de robustez dos mesmos, 
oferecendo melhores alternativas e probabilidades na antecipação do futuro. 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
12 
 
 
Capítulo I : Panorama da Actual Tendência de Crescimento na 
Cidade de Nampula 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
13 
1. Localização da área de Estudo 
 
Figura 2: Localização da área de estudo, Fonte: Adaptado de (CMCN, 2011). 
Nampula é a cidade capital da província de Nampula, considerada a capital do Norte e a terceira maior 
cidade do país em termos de infra-estruturas. A Cidade é rodeada inteiramente pelo distrito de Nampula, 
que tem a sua sede administrativa na vila de Rapale. Possui uma área de 428km² (42.804 ha), com 6 postos 
administrativos e 18 bairros. Situa-se no centro da província de Nampula, entre 15° 01'35" e 15° 13'15" de 
latitude Sul e entre 39° 10' 00" e 39° 23' 28" de Longitude Este. 
2. Caracterização demográfica 
2.1. A dinâmica demográfica 
O crescimento populacional tem relação directa com o crescimento da mancha urbana, apresentam-se 
dados de 2007 a 2013 fundamentados no gráfico de barras, de tal forma que a dinâmica demográfica é 
uma das principais forças motrizes do crescimento das cidades. 
 
Os indicadores seleccionados para descrever a dinâmica demográfica na cidade segundo (CMCN, 2011)são: 
 A taxa de crescimento populacional — O crescimento populacional consiste de duas componentes: 
o O crescimento natural (isto é, o excesso do número de nascimentos sobre o número de 
mortes, na população da cidade); 
 
Capitulo I: Panorama da Actual Tendência de 
Crescimento na Cidade de Nampula 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
14 
0.00
100,000.00
200,000.00
300,000.00
400,000.00
500,000.00
600,000.00
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
471,717
500,838 518,360
536,020 553,703
571,284 588,669
DADOS DA POPULAÇÃO
6,519.63
1,781.14
421.80
1,988.50 2,180.25
480.58
0.00
1,000.00
2,000.00
3,000.00
4,000.00
5,000.00
6,000.00
7,000.00
0.00
20,000.00
40,000.00
60,000.00
80,000.00
100,000.00
120,000.00
140,000.00
160,000.00
180,000.00
N
o
 d
a
P
o
p
u
la
ca
o
Su
p
er
fí
ci
e 
(K
m
²)
Densidade Populacional
N° de Habitantes Densidade Populacional
Gráfico 2:Variação da densidade Populacional entre os postos Administrativos, Fonte: (CMCN, 2011) 
o A migração para a cidade, neste caso a migração campo-cidade motivado pela percepção 
que a cidade oferece melhores condições e oportunidades comparado com as zonas rurais. 
É um fenómeno generalizado do mundo em vias de desenvolvimento. 
 A taxa média de crescimento da população é de 4.6% por ano, entre o II RGPH de 1997 e o III RGPH 
de 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A densidade populacional— A média da densidade populacional na cidade em 2007 é 1.182.60 habitante 
por Km². Assim, se percebe que o posto administrativo central tem a densidade populacional mais alta 
em relação a sua menor superfície, em virtude do tipo de ocupação habitacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Evolução das manchas e os vectores de crescimento urbano 
3.1. Resultados e análises 
 
Para estudo do uso e cobertura do solo considerou-se mancha urbana, toda área que dispõe de algum tipo 
de serviço público como colecta de lixo, de pavimento nas ruas ou nas vias, zonas residenciais urbanizável e 
não urbanizável, comercial, industrial, equipamentos públicos e especiais, locais de deposição de lixo, 
aeroportos, instalações de transporte, Desporto e lazer. 
Gráfico 1: Dados da população, Fonte: (CMCN, 2011). 
 
Capitulo I: Panorama da Actual Tendência de 
Crescimento na Cidade de Nampula 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
15 
17,503
31,672
69,562
0
20,000
40,000
60,000
80,000
1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015C
re
sc
im
en
to
 d
a 
m
an
ch
a 
U
rb
an
a 
(K
m
²)
Ano de 2001 a 2013
Gráfico de evolução de crescimento da mancha urbana
Gráfico 3: Gráfico com a evolução do crescimento da mancha urbana desde 2001 até 2013 
 
Observa-se que em 2013 a área urbana continua crescendo de forma fragmentada, caracterizada pelo 
aparecimento de novos núcleos urbanos. Área urbana está invadindo a área agrícola, sendo que esta marca 
mudança na qualidade do ambiente devido ao lançamento de resíduos domésticos (DUPAS, 2001). 
Inicialmente, foram colectadas informações preliminares como a determinação temporal da mancha urbana 
e, posteriormente dos vectores de crescimento. 
 
A Figura 3apresenta o crescimento temporal da mancha urbana que definiuo solo urbano consolidado do 
município de Nampula. Como resultado da análise do crescimento da mancha urbano, pode-se concluir que 
a área da mancha urbana foi aumentada em aproximadamente quatro (4) vezes no período entre 2001a 
2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com relação ao crescimento da mancha urbana, deve ser destacado que, em 2001 a mancha urbana já se 
estendia por 17,5 km², representando o rápido e elevado crescimento do solo urbano é possível elaborar 
análise rápida sobre a forma geométrica da evolução da mancha urbana. Observa-se que entre 2001 até 
2007 a mancha urbana cresceu de maneira regular, evoluindo quase o dobro (de 17.5 a 31.6 Km²) da área 
precedente. Seis (6) anos depois, houve um crescimento abrupto da mancha urbana de cerca de 69,5km², 
crescendo preferencialmente para face Noroeste e Este da cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2013 2001 2007 
Figura 3: Crescimento da mancha urbana dos anos: 2001, 2007 e 2013 
 
Capitulo I: Panorama da Actual Tendência de 
Crescimento na Cidade de Nampula 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
16 
Verifica-se que, no ano de 2013, a urbanização apresenta forma fragmentada, diferente da tendência 
observada para o ano de 2001 no qual o crescimento apresenta padrão concentrado, resultando em maior 
consumo de recursos naturais e infra-estrutura. Sintetizando 14 anos de evolução da mancha urbana da 
cidade de Nampula observa-se que a área urbana está a crescer. 
 
 
17 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
Figura 4 : Resumo da evolução das manchas e os vectores de crescimento urbano dos anos de 2001, 2007 até o ano de 2013 
 
Capitulo I: Panorama da Actual Tendência de 
Crescimento na Cidade de Nampula 
 
 
 
18 CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
4. Visualização e quantificação da situação actual 
 
O mapeamento do uso do solo consiste em uma importante ferramenta para avaliação e diagnóstico da 
situação do mesmo. Com base neste diagnóstico de evolução e condição do uso do solo da região, torna-se 
possível a elaboração e direcionamento de planos e programas de desenvolvimento para monitoramento do 
uso da terra e conservação da cobertura vegetal a fim de auxiliar a manutenção ambiental da região do 
entorno do reservatório de Faunas, dando atenção à protecção ambiental, saneamento aos tipos de uso e 
ocupação da região, bem como à conservação de remanescentes e matas ciliares, (DE SOUSA & KAWAKUBO, 
2012). 
A partir do estudo sobre o uso da terra e cobertura vegetal na situação ambiental de uma região, é possível 
compreender a importância da quantificação e da avaliação dos dados, a partir da construção de mapas-
modelo, (ARAUJO & Lobão, 2009). Estes mapas auxiliam no entendimento da organização do espaço e suas 
mudanças, e servem de fonte de dados aos estudos de impacto ambiental em áreas contendo processos 
erosivos e como indicadores de biodiversidade, fornecendo subsídios a identificação das condições do 
quadro natural e da ocupação do solo na área de estudo, (PEREIRA & PINTO, 2007). 
 
4.1. Material e métodos 
O Mapa de uso e cobertura actual do solo foi concebido a partir do zoneamento Municipal, que continha 12 
classes diferentes de uso do solo, dentre elas: Solo Urbanizado, Solo Urbanizável, Equipamentos Colectivos e 
sociais, Equipamentos especiais, Industrias, Agrícola — Agro-pecuária e cultivo, e a classe afecta a estrutura 
ecológica — Verde de protecção e enquadramento, verde de recreio e lazer, área susceptível a inundações, 
área húmida alagável e formações montanhosas. Para efeitos de modelagem a classificação original de 12 
classes foi reclassificado para 9 classes que representam 9 grupos de uso e cobertura do solo urbano: 
 Uso Agrícola 
 Uso verde de protecção e enquadramento 
 Cursos hídricos 
 Área edificada 
 Uso Agro-pecuária 
 Equipamentos 
 Uso industrial 
 Verde urbano 
 Formações montanhosas 
 
Os resultados da quantificação e visualização do existente são apresentados na forma de mapas, gráficos e 
tabelas. 
 
 Tabela 2: Quantificação das classes de uso e cobertura actual do solo na cidade de Nampula 
Classes de uso e cobertura do solo 
Cidade de Nampula 
Km² ha % 
Classe 1: Uso Agrícola 141.366 14.136.60 33,05% 
Classe 2: Verde de protecção e enquadramento 105.270 10.527.00 24,61% 
Classe 3: Cursos hídricos 60.798 6.079.80 14,22% 
Classe 4: Área edificada 59.176 5.917.60 13,84% 
Classe 5: Uso agro-pecuário 35.319 3.531.90 8,26% 
Classe 6: Formações montanhosas 18.495 1.849.50 4,32% 
Classe 7: Equipamentos 5.673 567.30 1,33% 
Classe 8: Uso industrial 1.372 137.20 0,32% 
Classe 9: Verde urbano 225 22.50 0,05% 
TOTAL 427.694 42.769.400 100,00% 
 
Capitulo I: Panorama da Actual Tendência de 
Crescimento na Cidade de Nampula 
 
 
Capitulo I: Panorama da Actual Tendência de 
Crescimento na Cidade de Nampula 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
19 
Gráfico 4: Quantificação actual do uso e cobertura do solo da Cidade de Nampula 
5. Mapa de Uso e cobertura actual de solo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a vectorização dos dados colhidos, percebeu-se que o uso actual das terras predominante é agrícola, 
que representa 33,05% da área total na cidade de Nampula, a área Agro-pecuária corresponde a 8,26% da 
área total. O segundo uso actual é o verde de protecção e enquadramento, que ocupa cerca de 24,6% da 
área total, mostrando claramente a comunhão de terras agrícolas e semi – naturais junto a periferia da 
cidade, sendo que no processo de simulação a urbanização tem lugar nestas áreas por estas mostrarem a 
disponibilidade para o potencial de dispersão (LOPATKA, et al., 2010), áreas dos cursos hídricos e formações 
montanhosas ocupam uma percentagem de 14,22% e 4,32%, respectivamente da área total, que pelo seu 
carácter ambiental estes mostram-se inalteráveis na modelagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Uso e cobertura do solo 2013 
 
Capitulo I: Panorama da Actual Tendência de 
Crescimento na Cidade de Nampula 
 
 
 
20 CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
 
 
Capítulo II : Definição de Critérios de Avaliação do 
Crescimento Disperso 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
21 
 
6. Crescimento disperso 
 
Segundo (DGOTDU, 2011), a ocupação dispersa é condicionada pela ocupação urbana e o espaço rural, ou 
seja, a demanda de ocupação urbana catalisa o espaço contínuo para sua implementação. Nota-se na 
ocupação dispersa o avanço do urbano sobre o rural e sua natureza híbrida por esta congregar o 
aglomerado populacional urbano e o espaço rural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A expansão urbana se refere à extensão da urbanização, que é um fenómeno global impulsionado 
principalmente pelo crescimento da população e migração em grande escala, isto é, expansão das 
populações humanas distante de áreas urbanas centrais em áreas anteriormente remotas e rurais, em 
especial, resultando em comunidades de baixa densidade. Nos países em desenvolvimento, como a Índia, 
onde a população é mais de um bilhão (um sexto da população mundial), a expansão urbana tem efeitos 
sobre os recursos naturais a um ritmo alarmante(LÓPEZ, BOCCO, MENDOZA, & DUHAU, 2001). 
7. Critérios de avaliação em relação ao custo e benefícios. 
Para se identificara melhor alternativa para o crescimento disperso, teve que se passar de uma fase de 
definição de critérios, os quais vão ditar a robustez do modelo de decisão. Os critérios serão calibrados 
tendo em conta o factor custo/benefício em relação a aspectos económicos, políticos e ambientais, eisos 
critérios definidos: 
 
7.1. Distancia ao núcleo urbano central 
Neste critério atribui-se maior peso, porque no cenário disperso privilegiam-se os espaços distantes do 
núcleo urbano, com o objectivo de diminuir a pressão do uso do solo, serviços, infra-estruturas. Sendo para 
tal, calculado através de uma linha recta (straight line em ArcMap) da extremidade perimetral do núcleo 
urbano para extremidade superior do aglomerado populacional em seu redor. Atribuiu-se valor positivo 
quando a distância ao núcleo urbano for maior em relação ao local da alternativa, sendo vista sob ponto de 
vista político viável pela alocação de novos serviços e infra-estruturas. Unidade km. 
7.2. Proximidade as infra-estruturas e serviços 
Por se prever a necessidade de utilização das infra-estruturas e serviços públicos, e com o objectivo de obter 
maior área de aproveitamento de espaços para expansão da cidade, atribuiu-se valor positivo a alternativa 
que tiver mais infra-estruturas e proximidade das mesmas sob ponto de vista económico, reduzindo o custo 
de implementação de novas infra-estruturas, e valor negativo sob ponto de vista ambiental caso as infra-
Ocupação Urbano Espaço Rural 
 
Ocupação Dispersa 
 
 Híbrido (a mistura entre o urbano e o rural se manterá); 
 Avanço do urbano sobre o rural. 
 
 
Capitulo II: Definição de Critérios de Avaliação 
do Crescimento Disperso 
Figura 6: Delimitação e caracterização da ocupação dispersa, Fonte: (DGOTDU, 2011) 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
22 
estruturas estiverem mais distantes, por implicar na destruição e desgaste dos recursos ecológicos para 
alocação de novas infra-estruturas. Unidade -/+. 
 
 
 
7.3. Presença de formações Montanhosas 
Considerou-se como determinante negativo as áreas ocupadas por formações montanhosas. Para espaço 
onde há predominância de formações montanhosas atribuiu-se valor negativo quanto mais formações 
montanhosas se verificarem. Unidade km2. 
7.4. Disponibilidade de espaço contínuo para responder a demanda 
Neste critério atribuiu-se um valor positivo às áreas com espaço contínuo capaz de responder a demanda 
até 2019. Considerou-se a espaço contínuo, as áreas livres (Agrícola, verde de protecção e enquadramento e 
agro-pecuário), sendo subtraído as áreas livres as ocupadas pelos leitos dos rios e sua faixa de protecção (50 
m de cada lado da margem do rio, (MOÇAMBIQUE Lei Nº 19/97 de 1 de outubro, 1997), as áreas de infra-
estruturas e suas condicionantes (de faixa confinante de 30 m de cada lado da via (MOÇAMBIQUE Lei Nº 
19/97 de 1 de outubro, 1997) e as áreas ocupadas pelas montanhas. A este critério atribuiu-se um valor 
positivo a alternativa com maior espaço contínuo, sob ponto de vista político-económico por se tratar de 
áreas que implicarão no aproveitamento de espaços para expansão da cidade, e negativo sob ponto de vista 
ambiental por implicar nos impactos ambientais derivados da destruição dos ecossistemas naturais. Unidade 
km2. 
7.5. Custo de compensações 
Assumiu-se neste critério que o custo de compensação vária consoante a área edificada, ou seja, quanto 
mais área edificada tiver em uma alternativa, mais elevado será o custo de compensação. Portanto, as 
alternativas com menor área para compensar foram atribuídas valor positivo sob ponto de vista económico. 
Unidade km2. 
7.6. Topografia 
A Topografia demanda grandes movimentos de terra, como aterros ou escavações, ou ainda a construção 
de estruturas de contenção implicando em elevados custos económicos. Será privilegiado os locais onde a 
topografia não é de inclinação acentuada (o desnível a cada 10 m não deve ser maior que 1 m), (IOPES, 
2007), e para (DUPAS, 2001), não aconselha para fins urbanos declividade superiores a 30% (18,5°). A este 
critério atribuiu-se um valor positivo, em função do desnível. Melhor quando menos inclinação a alternativa 
tiver, pois influencia positivamente no aproveitamento espaços para expansão da cidade, dado tratar-se de 
uma área plana. Unidade -/+. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capitulo II: Definição de Critérios de Avaliação 
do Crescimento Disperso 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
23 
Figura 7: Mapa de bandas espectrais representando a topografia da cidade de Nampula 
 
 
 
 
 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
24 
Figura 8: Indicação das alternativas para o crescimento disperso no Município de Nampula 
 
 
 
8. Identificação de alternativas de crescimento disperso 
Foram identificadas com base na imagem satélite cinco (5) alternativas definidos sob os limites 
administrativos da cidade de Nampula em função dos Postos Administrativos, dentre eles o P.A. 
NAMICOPO, P.A. MUHALA, P.A. MUATALA, P.A. NATIKIRI, P.A. NAPIPINE, exceptuando o P.A.CENTRAL 
visto que este caracteriza-se por uma ocupação consolidada, não favorecendo para o crescimento 
disperso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A avaliação dos critérios de formações montanhosas, espaço contínuo e custo de compensação, foi com 
base na superfície que estes influenciam em relação as alternativas, assim pode se perceber em valores de 
cálculo qual a alternativa com maior valor de um critério em relação a outras alternativas. A distância ao 
núcleo urbano central baseou-se na distância em quilómetros lineares, para se perceber qual alternativa 
esta mais distante do núcleo urbano da cidade de Nampula. Os valores de cálculo de superfície e distância 
são apresentados na tabela abaixo tendo em conta os critérios definidos. 
 Alternativas 
Critério 
P.A. 
NAMICOPO 
P.A. 
MUHALA 
P.A. 
MUATALA 
P.A. 
NATIKIRI 
P.A. 
NAPIPINE 
Formações montanhosas 
11,40 km2 2,65 km2 1,83 km2 1,80 km2 0,78 km2 
Espaço contínuo para 
responder a demanda 85,30 km
2 32,06 km2 34,50 km2 67,48 km2 18,03 km2 
Custo de compensação 
8,18 km2 20,34 km2 12,21 km2 9,91 km2 9,63 km2 
 
Capitulo II: Definição de Critérios de Avaliação 
do Crescimento Disperso 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
25 
 
 
Distancia ao núcleo 
urbano 2,91 Km 2,04 Km 3,15 Km 7,19 Km 3,96 Km 
Tabela 3: valor de superfície e distância linear em relação aos critérios descritos 
 
 
26 CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
 
 
 
Capítulo III : Melhor Alternativa para o Crescimento Disperso 
até ao Ano de 2019 
 
 
27 CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
605760
622423
638530
653961
668678
682659
R² = 0.999
600000
620000
640000
660000
680000
700000
720000
740000
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
P
o
p
u
la
çã
o
Anos
Cenários futuros de crescimento populacional 
População Linear (População)
17.503
31.672
69.562
y = 0.0002x - 56.721
R² = 0.8867
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 100,000 200,000 300,000 400,000 500,000 600,000 700,000
C
re
sc
im
e
n
to
 d
a
 m
a
n
ch
a
 U
rb
a
n
a
(K
m
²)
População (habitantes)
Dados
Area habitada Linear (Area habitada)
Gráfico 5: Evolução da população da cidade de Nampula entre 2014 a 2019. 
Gráfico 6: Relação entre a população e a mancha urbana para os anos de 2001, 2007 e 
2013 da cidade de Nampula. 
9. Projecção da população até ao ano de 2019 e quantificação da demanda por área 
habitacional 
 
9.1. Projecção da população 
Pelos dados do censo da Cidade de Nampula de 2001 até 2013, os cenários de crescimento populacional 
determinados mostram que a população urbana apresentou crescimento significativo. Em 2013 a população era 
de 588.669 habitantes, sendo 9,41% concentrados na área urbana em quanto que para o ano de 2019, cenário 
futuroda população a cidade de Nampula apresentará um crescimento significativo de 682.659 habitantes, 
sendo 12,42% concentrados na área urbana. Tendo em vista o comportamento urbano da população, o gráfico 
abaixo prediz a projecção da população até ao ano de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Percebe-se que o crescimento populacional tem relação directa com o crescimento da mancha urbana. São 
apresentados dados de 2001 a 2013 fundamentados no modelo de regressão linear que representa, de forma 
satisfatória, o crescimento da área habitada da cidade de Nampula. A relação entre a população (variável 
exploratória) e a área habitada (variável resposta) indica forte relação positiva, contudo a cidade esta crescer de 
forma dispersa. 
 
 
Capitulo III: Melhor alternativa para o crescimento disperso 
até ao ano de 2019 
 
 
CRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
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Desta forma, a Equação foi adoptada para a projecção da área habitada: y = 0.0002x - 56.721 Onde y é a área 
em Km² e x é a população. Os resultados da projecção do crescimento populacional oriundo do modelo 
elaborado anteriormente são projectados em conjunto com os dados das áreas e projecções verificadas para a 
área habitada até 2019. 
 
 Ano Área (km²) 
 
População (habitante) Densidade Hab/km²) 
 
Dados 
2001 
2007 
2013 
17,503 
31,672 
69,562 
341.535,11 
483.571,59 
588.669,41 
19.512,94 
15.268,11 
8.462,51 
Cenário 2019 79,810 682.658,77 8.553,54 
 
Tabela 4: Estatísticas de crescimento populacional e de mancha urbana da cidade de Nampula. 
 
9.2. Quantificação da demanda por área habitacional 
Segundo (CMCN, 2011), o padrão de parcela atribuído por família é de 600 m² (20x30 = 0.0006 km²/família), 
sendo que a media de indivíduos numa família é de 4.6 pessoas (assumindo-se o valor aproximado de 5 pessoas 
por família para o estudo) segundo (INE, 2007). 
A população projectada para os próximos 5 anos, com taxa de crescimento de 4,6% (INE, 2007), será de 
93.989,36 hab (assume-se a taxa de crescimento total de 95.000 hab) e o espaço contínuo para responder a 
demanda habitacional até ao ano de 2019 é de 11,4 Km². 
10. Identificação da melhor Alternativa 
 
A análise da variação dos valores ao longo do processo de avaliação permite verificar como se comportam os 
diversos elementos a várias escalas, como progridem, qual o seu grau de variação e qual o seu grau de 
importância no comportamento do sistema, (COSTA, 2010). 
Definidas as alternativas e os critérios de analise destas foi possível efectuar as combinações entre as 
alternativas e os valores dos critérios (de 0 a 100) para o conjunto de dados no DEFINITE 2.0. É criado no output 
um arquivo de log que regista as estatísticas, e cada estatística reflecte o peso de cada critério em relação as 
alternativas de crescimento. 
 
Com base neste processo dos critérios, categorizados como custo ou benefício, o Posto Administrativo de 
Natikiri identifica-se como melhor alternativa para o crescimento disperso, por superar os outros bairros 
alternativos em termos de benefícios na maior parte dos critérios estabelecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capitulo III: Melhor alternativa para o crescimento 
disperso ate ao ano de 2019 
 
 
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Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
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Legenda: 
Topografia - Peso 10% 
Distancia ao núcleo urbano – Peso 40% 
Proximidade as infra-estruturas e serviços - Peso 10% 
Presença de formações montanhosas - Peso 5% 
Disponibilidade de espaço contínuo - Peso 20% 
Custo de compensações 15% 
 
Capitulo III: Melhor alternativa para o crescimento 
disperso ate ao ano de 2019 
 
 
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Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
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V. Recomendações 
10.1. Princípios para urbanização básica 
De acordo com (MOÇAMBIQUE Decreto Nº 26/06 de 26 de Dezembro, 2006), a urbanização básica é 
estabelecida quando na zona estão cumulativamente reunidas, pelo menos, as seguintes condições: 
 
a. As parcelas ou talhões destinados aos diferentes usos estão fisicamente delimitados; 
b. O traçado dos arruamentos é parte de uma malha de acessos que integra a circulação de automóveis 
com acessos pedonais a cada morador; 
c. Existe fornecimento de água em quantidade e qualidade compatível com os usos através de fontes 
dispersas, nomeadamente fontanários públicos, poços ou furos; 
d. Os arruamentos estão arborizados. 
 
Conclui-se que o posto Administrativo de Natikiri com espaço contínuo de 67,48 km2, sendo necessário para 
demanda habitacional até 2019 uma área de 11.4 km² correspondente a 16.89% da área total do posto. Em 
função do número total de habitantes (95.000 hab) correspondente a 83.33 hab/ha e 16 residências por hectare 
em valor de calculo, que de acordo com, (Plano de Estrutura da Cidade de Maputo, 2008) corresponde ao uso 
predominantemente habitacional de baixa densidade (80 hab/ha), menos de 20 residências por hectare. Assim, 
a visão do plano de estrutura da cidade de Maputo estabelece: 
 
a. Densidade Populacional – 80 hab/ha; 
b. Coeficiente de Afectação do Solo (CAS) - 0,3; 
c. Coeficiente de Ocupação do Solo (COS) - 0,6; 
d. Coeficiente de Impermeabilização do Solo (CIS) – 0,5; 
e. Percentagem de área para Espaços Verdes de Utilização Colectiva – 15% (correspondente a 10.12 Km² 
da área total de Natikiri); 
f. Percentagem de área para Equipamentos – 10% (correspondente a 6.74 Km² da área total de Natikiri); 
g. Parqueamento – um lugar por apartamento. 
 
Visão da UN-HABITAT para o modelo de urbanização do século XXI 
 
 Alta qualidade do espaço público 
-50%Circulaçãocom espaço público, 
-Rede de estradas bem conectada - promovendo economia local e desenvolvimento futuro; 
 Densidade adequada e bem estudada 
-O suficiente para desencadear economias em grande escala e garantir a habitabilidade (pelo menos, 
150p/ha); 
 Mistura de usos urbanos 
-Evitar zoneamento, evitar que as auto-estradas dividimos bairros, 40% de espaço alocado para uso 
económico; 
 Mobilidade eficiente 
-Ênfase em distâncias a pé e transportes públicos; 
 Misture estrutura social 
-Integração Social, diversidade de grupos sociais, arrendamento e propriedade privada, diferentes níveis 
sociais de arrendamento, 20 - 50% do espaço residencial para os moradores de baixa renda; 
 Energia sustentável 
-Redução das emissões de gases com coberturas verdes; 
 
V: Recomendações 
 
 
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 Normas e regras práticas e aplicáveis 
-Participativo, democrático, respeito social. 
 
 
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VI. Conclusão 
 
A criação de cenários de crescimento disperso precisa de estudos detalhados, quanto a uma metodologia que 
atenda a sua elaboração. 
Com resultado de análises do crescimento da mancha urbana, pode-se concluir que a cidade de Nampula tende 
a crescer de forma dispersa, para responder a demanda de espaços devido ao crescimento populacional que 
tem vindo a aumentar em função de tempo. 
Os problemas urbanos que se observam em novos bairros da cidade de Nampula como, problemas ambientais, 
fraca abrangência dos serviços e infra-estruturas básicas.Ocorrem pela falta de um planeamento que integre 
vários critérios de análise para que se identifique áreas apropriadas para expansão sustentável 
economicamente, politicamente e ambientalmente, tanto quanto que se desenhe uma forma urbana 
sustentável. 
Portanto, analisando a cidade de Nampula sob ponto de vista ambiental, político e económico, o posto 
administrativo apto para a expansão urbana de forma dispersa é o posto administrativo de Natikiri. 
 
 
VI: ConclusãoCRIAÇÃO DE UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO URBANO 
Um Olhar Para o Cenário de Crescimento Urbano Disperso (Leapfrog) 
 
33 
VII. Referências Bibliográficas 
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