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resumo de orçamentos e custos

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ORÇAMENTO E CONTROLE DE CUSTOS
UNIDADE 1
Aula 1
Terminologia e elementos de custo: materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação
Custos: são todos os gastos (financeiros ou não) no processo de elaboração de um bem ou serviço. São os gastos essenciais à produção. Todo custo tem que ser planejado, gerenciado e controlado, e não somente contabilizado, pois ele é o termômetro para avaliar a eficiência e o desempenho das empresas.
EX: Consumo de matéria-prima, de mão de obra, energia, insumos, embalagem, desgaste das máquinas (depreciação).
Gastos: é todo sacrifício para a aquisição de um bem ou serviço com pagamento (desembolso) no ato ou no futuro. Assim, por exemplo, são gastos: a aquisição de mercadoria para revenda, a contratação de um serviço de marketing ou a compra de uma máquina industrial.
Princípio Fundamental da Competência🡪 Conforme a Resolução CFC 530/81 (com posteriores atualizações), o reconhecimento das receitas e despesas deve ser feito quando da ocorrência do fato, independentemente do recebimento ou pagamento, ou seja, a entrada ou saída de recurso financeiro. Devemos, portanto, reconhecer todas as receitas, assim como todas as despesas, no período que estamos avaliando. Aquelas que, porventura, não originaram saídas ou entradas de recursos devem ser registradas como direitos ou obrigações.
Algumas regras ou procedimentos básicos devem ser seguidos:
· Valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para apropriação aos custos.
· Para separar custos e despesas de vendas, basta definir o momento em que o produto estará pronto para venda. Até aí, todos os gastos são custos. A partir desse momento, são despesas.
· O caso da embalagem é um exemplo interessante porque pode estar em um ou noutro caso: se os produtos são colocados à venda embalados, o custo incorpora o valor do acondicionamento. Se, todavia, a embalagem é aplicada após a venda, deve ser tratada como despesa.
Despesas🡪 são gastos com bens ou serviços para obtenção ou não de receita em um determinado período de tempo, e não ligados à produção. São todos os outros gastos efetuados nas áreas de apoio da empresa.
EX: comissão de vendedor, treinamento, material de consumo da administração, juros, salários e encargos sociais dos empregados administrativos, depreciação dos bens não ligados à produção.
Investimentos🡪 são gastos que deverão trazer benefícios futuros para a empresa, gerando receita e, consequentemente, lucro.
Ex: compra de matérias-primas, de máquinas, de veículos, de móveis e utensílios etc.
Desembolso🡪 é o pagamento resultante das aquisições de bens e serviços pela empresa.
Perda rotineira🡪 (perda técnica ou, ainda, perda no processo produtivo) é considerada um custo porque é inerente ao processo de elaboração, isto é, já se sabe que ocorrerá no processo produtivo.
EX: recorte de uma chapa, retalho de fazenda, ou, ainda, quando se tem conhecimento de que, a cada 100 peças produzidas, tem-se uma perda de uma peça por falta de conformidade.
Perda não rotineira🡪 é o valor dos bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária.
Exemplo: perda por incêndio.
Perda por baixa ou por obsolescência do estoque🡪 ocorre por quebra do estoque, vencimento de validade do material ou utilização de novos materiais ou tecnologias.
Economia de escala🡪 é aquela que organiza o processo produtivo de maneira a alcançar a máxima utilização dos fatores produtivos envolvidos no processo, e procurando, como resultado, baixos custos de produção e o incremento de bens e serviços.
Mão de obra
Existem dois tipos de mão de obra: a Direta (MOD) e a Indireta (MOI). A MOD é um elemento de custo enquadrado no conjunto denominado “Custos Diretos” e a MOI nos “Custos Indiretos”. Assim sendo, a MOD é um custo identificado no produto e proporcional ao volume de vendas e a MOI não é identificada no produto nem proporcional ao volume de vendas.
Para efeito de cálculo de custo direto do homem-hora trabalhado (HH), usamos o mesmo tipo de apuração para ambas, pois são integradas pelo salário e pelos mesmos encargos sociais. Além dos encargos, temos os benefícios que cada empresa concede a seus funcionários, como o pagamento de parte do seguro saúde, do seguro de vida, do auxílio-creche, do vale-refeição, cesta básica etc.
Gastos Gerais de fabricação
Os gastos gerais de fabricação correspondem aos valores que não contribuem, de forma direta, para a fabricação de produtos. Quase todos os critérios de distribuição dos gastos gerais ao custo da produção são arbitrários. Evidentemente, o melhor critério de distribuição dos gastos gerais aos objetos de custo deve basear-se em uma medida racional para cada tipo de despesa funcional da empresa.
Outras nomenclaturas utilizadas:
· Custo padrão - É o custo "que deveria ser". Diz respeito ao valor que a empresa fixa como meta para o próximo período para um determinado produto/serviço/atividade, levando em conta as deficiências sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais, mão de obra, equipamentos, fornecimento de energia etc.
· Custo estimado - É o custo que "deverá ser", a partir da expectativa de que a média obtida no passado é um número válido para se obter novamente no futuro, considerando apenas algumas modificações esperadas, tais como alteração no volume da atividade, mudança de equipamento etc.
· Custo primário – É a soma da matéria-prima (MP) e da mão de obra direta (MOD). Exemplo: a embalagem é um CUSTO DIRETO, mas não é primário.
· Custo de transformação – É a soma de todos os custos de produção, exceto os relativos à matéria-prima. Representa o valor do esforço da empresa no processo de determinado bem. Exemplo: mão de obra direta e indireta, energia, depreciação etc.
· Custo do produto fabricado – É o custo do produto fabricado no período mais o produto em elaboração do período anterior menos o produto que permanece em elaboração no final do período.
· Custo do produto vendido – É o custo dos produtos faturados ao cliente no período.
Aula 2
Custos: fixos, variáveis, semifixos, semivariáveis, diretos e indiretos
Diretos: São os gastos necessários à atividade de produção ou venda e que podem ser facilmente identificáveis no produto ou serviço entregue, além de serem mensurados em cada unidade do produto.
Ex: Em uma fábrica de portas, a madeira é um material essencial para a produção e pode-se medir quanto será utilizado de madeira para fabricar cada peça. Portanto, os gastos com esse produto utilizado na produção das portas são um custo direto.
Em um estabelecimento comercial que trabalhe com produtos eletroeletrônicos, cada unidade comercializada é um custo direto.
Para um consultor que aloca a totalidade de seu tempo em um determinado projeto por dedicação integral, cobrando do cliente por hora contratada, cada hora de trabalho alocada ao seu cliente é um custo direto.
Indiretos: São gastos necessários à produção, mas nem sempre podem ser identificados e mensurados em cada unidade do produto. Para se chegar ao custo de produção, é necessário fazer um rateio desses custos para determinar o quanto cabe a cada produto.
Ex: Para produzir as portas mencionadas anteriormente, a fábrica precisa de máquinas. Essas máquinas sofrem um desgaste com o tempo (depreciação) e precisam de manutenção, mas você não vê, no produto, depreciação nem gastos com manutenção, e nem sequer pode medir quanto há de depreciação em cada unidade produzida. Portanto, os gastos com depreciação e manutenção são custos indiretos.
O mesmo acontece com a indústria automobilística. Existem gastos com a supervisão da fábrica, com a supervisão das linhas de produção, mas não conseguimos identificar gastos com supervisão em um automóvel qualquer. Esses gastos são rateados à produção dos automóveis para se chegar ao custo final do produto. Portanto, são custos indiretos de fabricação.
Imagine que aquele consultor utilizou um pool de serviços de seu escritório para lhe prestar apoio com cópias de documentos, mensageiros e outras atividades atinentes ao projeto. Estes são custos indiretos.Variáveis: São gastos necessários à produção e que variam diretamente com o volume de produção. Quanto maior a produção, maior será o custo. Os custos diretos são sempre variáveis, mas nem todo custo variável é direto.  O custo variável é fixo por unidade!
EX: Na fábrica de portas, a madeira é uma matéria-prima para a produção e é um custo variável, pois, quanto maior for a produção de portas, maior será o custo com madeiras.
Na indústria automobilística, o aço utilizado na produção de veículos é um custo variável, pois, quanto mais unidades de automóveis forem produzidas, mais aço será consumido em sua produção.
Quanto mais unhas pintar, mais esmalte uma manicure irá consumir.
Fixos: São gastos necessários à produção de bens ou serviços e que podem mudar de valor, mas não acompanham exatamente o volume de produção, por isso são considerados fixos em relação ao volume. O custo fixo é variável e decrescente por unidade!
Ex: Se a fábrica de portas estiver funcionando em um galpão alugado, o gasto com aluguel do galpão é um custo fixo, pois é necessário para que se possam produzir as portas, mas independe do volume que se produza nesse galpão. Logicamente, o aluguel pode mudar de valor em decorrência de um reajuste contratual, mas continua sendo um custo fixo.
Os salários dos supervisores da fábrica são gastos necessários à produção, mas também são fixos, pois independem do volume de produção da fábrica.
Semifixos ou semivariáveis: Não há, aqui, uma qualificação que seja totalmente aceita pelos estudiosos. Alguns autores definem custos semifixos como aqueles que apresentam uma “flexão” a partir de uma determinada quantidade de bens produzidos (ou serviços prestados). Para outros autores esses são os custos semivariáveis, pois são os custos que variam com o nível de produção, mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção.
São citados como outros exemplos de custos semivariáveis típicos as utilidades, como água e gás. A água usada numa determinada empresa industrial tem seu valor aproximadamente fixo até determinado volume de produção, até pelo seu consumo na área administrativa e volume de limpezas necessárias, até o ponto em que a produção cresça e tenha de ser usada em determinada quantidade significativamente superior ao valor anterior. 
Esta terminologia gera conflitos entre autores. Aqui, talvez, o mais coerente seria chamá-los de custos flexíveis, aqueles que, num determinado ponto da escala, flexionam-se, apresentam angulação em sua função com as quantidades produzidas/operadas ou, em outros termos, ganham coeficiente angular no gráfico quantidade versus valor, e deixam de ser constantes.
Para certos autores, custos semifixos são aqueles que apresentam um “escalonamento” em relação às quantidades de bens produzidos (ou serviços prestados), apresentando o seguinte gráfico:
Caracteriza-se como custo semifixo por ter um nível mínimo, independentemente do nível de atividade (dentro do mesmo intervalo de dimensão) e uma variação em função do nível de atividade, mas aqui não contínua.
Ex: Para diferenciarmos do caso anterior, poderíamos destacar o caso de uma loja dentro de um shopping que possui um valor de royalties a ser pago pelo seu contrato de R$1.000 até um valor de faturamento de R$100.000. Posteriormente, com faturamento crescente, passa a pagar R$2.000 até R$ 150.000, depois paga R$3.000 até R$200.000, não tendo, pois, continuidade nem proporcionalidade “suave” (derivável) entre o valor a ser pago de royalties e seu faturamento.
Aula 3
Sistemas de custeio
Sistema de custeio é a forma como as empresas agregam seus custos aos produtos e serviços elaborados. O principal objetivo é a separação de custos variáveis e custos fixos e a definição de seu peso dentro do preço de venda do produto.
Agora que já conhecemos possíveis classificações de custos, como fazer para alocá-los aos produtos ou serviços elaborados?
Existem três principais processos para alocação de custos. Essas três modalidades de custeio normalmente utilizadas pelas empresas são as seguintes: (1) custeio variável ou direto, (2) custeio por absorção, e (3) custeio baseado em atividades (ABC).
Custeio variável ou direto
Trata os custos fixos como custos do período, e não como custos do produto. Por este método, são considerados custos dos produtos apenas os custos variáveis. Pela própria natureza dos custos indiretos, normalmente fixos (invariabilidade), pela arbitrariedade em seus rateios, variação por unidade em função de oscilações do volume global e por propiciar valores de lucro não muito úteis para fins decisoriais, este critério, alternativo ao custeio por absorção, surge como solução complementar em que só são agregados aos produtos seus custos variáveis, considerando-se os custos fixos como se fossem despesas.
O sistema de custeio direto trouxe informações importantes, como a margem de contribuição (conceituada como a diferença entre receitas e os custos e despesas variáveis), que tem a faculdade de tornar bem mais facilmente visível a potencialidade de cada produto, mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e, depois, formar o lucro propriamente dito. A aplicação da margem de contribuição também é de grande valia nas tomadas de decisões com relação ao “mix” de produção e à aceitação de venda a preços menores que o custo total unitário de um produto, para aproveitamento da capacidade ociosa.
Outras informações importantes geradas pelo sistema de custeio direto, por meio da análise custo-volume-lucro, são o ponto de equilíbrio, a margem de segurança e a alavancagem operacional.
O ponto de equilíbrio, também denominado ponto de ruptura ou break-even point, mostra a capacidade mínima com que a empresa deve operar para não ter prejuízo. Pode ser representado de pelo menos três maneiras: (1) ponto de equilíbrio contábil, quando receitas menos custos e despesas totais dão resultado nulo, (2) ponto de equilíbrio econômico, quando também é considerada a recuperação do capital investido e (3) ponto de equilíbrio financeiro, quando é deduzida a depreciação contida nos custos fixos.
EX: Utilizando como exemplo uma indústria de confecções, observe, a seguir, uma apuração baseada no sistema de custeio variável:
	Exemplo de apuração baseada no sistema de custeio variável
	
	Calças
	Camisas
	Total
	Preço de venda unitário
	20,00
	8,00
	
	( - ) Impostos e contribuições sobre as vendas = 30%
	(6,00)
	(2,40)
	
	( - ) Custos com matérias-primas
	(7,50)
	(2,67)
	
	( - ) Custos com mão de obra direta
	(1,50)
	(0,53)
	
	( = ) Margem de contribuição unitária
	5,00
	2,40
	
	( x ) Volume fabricado e vendido no mês
	20.000
	30.000
	
	( = ) Margem de contribuição global
	100.000
	72.000
	172.000
	( - ) Custos fixos
	
	
	120.000
	( = ) Lucro antes do imposto de renda / contribuição social
	
	
	52.000
	( - ) Imposto de renda / contribuição social = 35%
	
	
	(18.200)
	( = ) Lucro líquido
	
	
	33.800
Pode-se observar que a distribuição dos custos por produto limita-se aos custos variáveis, sendo os custos fixos absorvidos pelo resultado global do negócio.
Custeio por absorção
Custeio por absorção (também chamado de custeio integral) é o método tradicional de custeamento em que, para se obter o custo dos produtos ou serviços, consideram-se todos os gastos produtivos, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos indiretos ou comuns são atribuídos aos produtos com base em alguns critérios de distribuição.
z fabricação, de certo período, nos custos de suas diferentes atividades industriais, sejam produtos, processos ou serviços. A finalidade principal é ter o custo total (direto e indireto) de cada objeto de custeio.
A absorção dos custos indiretos de fabricação pelas unidades produzidas é criticada, principalmente, pelos seguintes motivos:
· arbitrariedade e subjetividade utilizada na escolha de bases de apropriação;
· o custo unitário varia inversamente com o volume de produção, tornando possíveis situações em que, por exemplo, vendas maiores podem resultarem lucros menores (devido ao volume menor de produção do período) e vice-versa. Situações como esta podem confundir o pessoal de vendas, menos versado na metodologia da contabilidade;
· o não fornecimento direto de dados importantes para fins gerenciais de avaliação e controle, como a distinção entre os custos variáveis e fixos, que proporcionam uma análise imediata da relação custo-volume-lucro.
Ex:Utilizando também o modelo da indústria de confecções, serão apresentadas apurações dos resultados pelo sistema de custeio por absorção, pelos seus valores globais. É importante destacar como característica marcante deste sistema, a apropriação também dos custos fixos por produto, ao contrário do que ocorre no sistema de custeio variável.
	Exemplo de apuração baseada no sistema de custeio por absorção
	
	Calças
	Camisas
	Total
	Volume fabricado e vendido no mês
	20.000
	30.000
	
	( x ) Preço unitário de venda
	20,00
	8,00
	
	( = ) Receita bruta
	400.000
	240.000
	640.000
	( - ) Impostos e contribuições sobre as vendas = 30%
	(120.000)
	(72.000)
	(192.000)
	( - ) Custos com matérias-primas
	(150.000)
	(80.000)
	(230.000)
	( - ) Custos com mão de obra direta
	(30.000)
	(16.000)
	(46.000)
	( = ) Margem de contribuição global
	100.000
	72.000
	172.000
	( - ) Custo com mão de obra indireta utilizada na fábrica
	(4.000)
	(6.000)
	(10.000)
	( - ) Despesa com aluguel do prédio da fábrica
	(18.200)
	(7.800)
	(26.000)
	( - ) Outros custos fabris
	(32.000)
	(8.000)
	(40.000)
	( - ) Despesas fixas com a comercialização dos produtos
	(11.200)
	(16.800)
	(28.000)
	( - ) Despesas administrativas
	(8.000)
	(8.000)
	(16.000)
	( = ) Lucro antes do imposto de renda / c. social
	26.600
	25.400
	52.000
	( - ) Imposto de renda / Contribuição social = 35%
	(9.310)
	(8.890)
	(18.200)
	( = ) Lucro líquido
	17.290
	16.510
	33.800
IMPORTANTE: Cabe observar que a aplicação do método de custeio por absorção implicará a necessidade de distribuição por um critério de rateio, entre produtos e serviços, dos custos fixos, que, em sua maDicaioria, são também indiretos. Assim, se estudos específicos e bem detalhados não forem realizados com a finalidade de determinar um critério de distribuição aceitável, os critérios de distribuição serão arbitrários, podendo tornar distorcidas as informações geradas.
Custeio baseado em atividades
O sistema de custeio baseado em atividades (ABC) tem sido adotado por melhor expressar o que ocorre no processo operacional das empresas, tornando-se, assim, uma excelente ferramenta para as decisões gerenciais.
De acordo com a definição mais aceita, pode-se conceituar o ABC como:
· Um procedimento para determinar o custo e o desempenho de atividades e de objetos de custeio, entendendo-se por objeto de custeio todo bem, processo ou fator cujo custo se busca determinar. Assim, esse objeto pode ser um produto, um serviço, um cliente etc.
· Um procedimento que atribui custos às atividades em função da utilização de recursos por essas atividades e atribui custos aos objetos de custeio em proporção da utilização de atividades por esses objetos.
· Um procedimento que estabelece relações bem definidas entre atividades e direcionadores de custos, entendendo-se como direcionadores de custos o evento mensurável que origina cada atividade.
O ABC compreende um conjunto de conceitos e técnicas para custeio de quaisquer objetos para os quais a empresa deseja determinar o quanto custa, como produtos, serviços, clientes e outros objetos. O ABC considera como princípio fundamental as atividades da empresa, isto é, as tarefas que a empresa executa, tais como comprar, vender, treinar, supervisionar, produzir, emitir pedidos de clientes, movimentar materiais, dentre outros, e não os produtos e serviços em si, que consomem os recursos da empresa (tempo de trabalho, materiais, equipamentos e outros). Assume-se, portanto, como pressuposto básico, que os recursos de uma empresa são consumidos por suas atividades, e não pelos produtos e serviços que produz. Os produtos e serviços surgem como consequência das atividades consideradas estritamente necessárias para produzi-los e/ou comercializá-los, e como forma de se atender a necessidades, expectativas e anseios dos clientes.
Dois dos principais objetivos da metodologia ABC são:
· Custeio mais apurado, principalmente de produtos, serviços e clientes;
· Suporte mais adequado para programas de controle e redução de custo.
O sistema de custeio por atividades tem sido implantado por várias empresas visando a solucionar importantes e diferentes problemas. Como benefícios, podemos citar, dentre outros, os seguintes:
· Melhorar as decisões de comprar ou fabricar, estimar e definir preços, baseados no custo do produto ou serviço que reflita o verdadeiro processo operacional.
· Facilitar a eliminação dos desperdícios, propiciando a visibilidade das atividades que não agregam valor.
· Ligar a estratégia corporativa à tomada de decisões operacionais.
· Encorajar a melhoria contínua e o controle da qualidade total, porque o planejamento e o controle são dirigidos ao nível de processo.
· Melhorar a eficácia do orçamento pela identificação da relação custo/desempenho de diferentes níveis de serviço.
· Melhorar a rentabilidade pelo completo monitoramento do custo do ciclo de vida e desempenho.
· Propiciar a visão dos elementos de mais rápido crescimento e de menor visibilidade, componentes dos custos indiretos (overhead).
O sistema de custeio ABC permite melhor visualização dos custos por meio da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os objetos de custos. Nele, os custos tornam-se visíveis e passam a ser alvos de programas para a sua redução e de aperfeiçoamento de processos, auxiliando, assim, as organizações a se tornarem mais lucrativas e eficientes.
Com seu poder de assinalar as “causas” que levam ao surgimento dos custos, o ABC permite aos gerentes uma atuação mais seletiva e eficaz sobre o comportamento dos custos da organização.
Identificação e seleção dos direcionadores de custos 
Direcionador de custos é o fator que determina a ocorrência de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa dos custos.
O grande desafio, a verdadeira “arte” do ABC está na escolha dos direcionadores de custos, também conhecidos como drivers. O direcionador de custos deve refletir a causa básica da atividade e, consequentemente, da existência de seus custos. O direcionador de custos expressa o verdadeiro causador dos custos e essa é a diferença fundamental para o rateio.
Direcionadores de custos
Para a seleção de um direcionador de custos, três fatores devem ser levados em conta:
· A facilidade na obtenção dos dados necessários para o direcionador de custos escolhido (custo de medição).
· A correlação entre o consumo da atividade e o consumo real (grau de correlação).
· A influência que um determinado direcionador terá no comportamento das pessoas (efeito comportamental).
Com relação ao uso de maior ou menor quantidade de direcionadores de custos, vale ressaltar, ainda, que isso está associado aos seguintes fatores:
· O desejado nível de exatidão nos custos dos produtos – quanto maior a exatidão pretendida maior será o número de direcionadores de custos necessários.
· Grau de diversificação de produtos – quanto maior o grau de diversificação dos produtos maior será o número de direcionadores de custos necessários.
· Custo relativo de atividades diferentes – quanto maior o número de atividades que representa uma proporção significativa do total dos custos dos produtos maior o número de direcionadores de custos necessários.
· Grau de diversificação de volume – quanto maior a diversificação dos tamanhos dos lotes maior o número de direcionadores de custos necessários.
· Uso de direcionadores de custos correlacionados imperfeitamente – quanto menor a correlação do direcionador de custos com o consumo real da atividade maior o número de direcionadores de custos necessários.Vamos admitir que foram selecionadas as seguintes atividades relevantes:
	Levantamento das atividades relevantes dos departamentos
	Departamentos
	Atividades
	Compras
	Comprar Materiais
	
	Desenvolver Fornecedores
	Almoxarifado
	Receber Materiais
	
	Movimentar Materiais
	Administração da Produção
	Programar Produção
	
	Controlar Produção
	Fundição
	Fundir o Material
	
	Rebarbar a Peça
	Usinagem
	Tornear a Peça
	
	Entregar para a Expedição
	Almoxarifado de Produtos Acabados
	Receber a Peça
	
	Despachar a Peça
Para cada atividade devemos sempre atribuir o respectivo custo e seu direcionador.
	Levantamento dos custos das atividades
	Departamentos
	Atividades
	Custos
	Compras
	Comprar Materiais
	30.000,00
	
	Desenvolver Fornecedores
	4.000,00
	
	Total
	34.000,00
	Almoxarifado
	Receber Materiais
	27.000,00
	
	Movimentar Materiais
	33.000,00
	
	Total
	60.000,00
	Administração da Produção
	Programar Produção
	5.000,00
	
	Controlar Produção
	8.000,00
	
	Total
	13.000,00
	Fundição
	Fundir o Material
	25.000,00
	
	Rebarbar a Peça
	15.000,00
	
	Total
	40.000.00
	Usinagem
	Tornear a Peça
	15.000,00
	
	Entregar para a Expedição
	23.000,00
	
	Total
	38.000,00
	Almoxarifado de Produtos Acabados
	Receber a Peça
	4.000,00
	
	Despachar a Peça
	7.000,00
	
	Total
	11.000,00
	Levantamento dos Direcionadores de Atividades
	Departamentos
	Atividades
	Direcionadores
	Compras
	Comprar Materiais
	Nº de Pedidos, de Itens
	
	Desenvolver Fornecedores
	Nº de Fornecedores, de Itens
	Almoxarifado
	Receber Materiais
	Nº de Itens, Peso, Quantidade ou Volume de Material
	
	Movimentar Materiais
	Nº de Requisições, de Itens, Peso, Volume, Quantidade de Material
	Administração da Produção
	Programar Produção
	Nº de Produtos, de Itens, de Setups
	
	Controlar Produção
	Nº de Lotes, de Setups, Quantidade Produzida
	Fundição
	Fundir o Material
	Tempo de Fundição, Peso do Material, N° de Peças
	
	Rebarbar a Peça
	Tempo de Rebarbar, N° de Itens, Peso, Volume, Quantidade
	Usinagem
	Tornear a Peça
	Tempo de Usinagem, N° de Peças
	
	Entregar para a Expedição
	Tempo de Entrega, N° de Itens
	Almoxarifado de Produtos Acabados
	Receber a Peça
	Tempo de Recebimento, Quantidade, Peso, Volume das Peças
	
	Despachar a Peça
	Tempo de Despacho, N° de Itens, Peso, Volume do Material
Aula 1
Classificação de materiais: diretos e indiretos
Tipos de custos: Material, Mão de Obra, Gastos Gerais
 (
Consumo no tempo
) (
Consumo no estoque
(materiais, mão de obra ou gastos gerais de fabricação)
)
Material direto🡪 possui precisão Material indireto🡪 possui imprecisão
Material🡪 coisas corpóreas que eu identifico para a elaboração de um bem.
Matérias-Primas: são os componentes adquiridos prontos, as embalagens e outros materiais diretos utilizados no processo de fabricação, sendo apropriados aos produtos ou serviços pelo seu valor histórico de aquisição.
 Podemos dividir todos os problemas existentes numa empresa, com relação a materiais, em três campos:
· Avaliação - Qual o montante a atribuir quando várias unidades são compradas por preços diferentes ao longo do tempo?
· Controle - Como distribuir as funções de compra, pedido, inspeção, recepção, requisição e o fluxo de materiais e como verificar o consumo efetivo nas finalidades programadas?
· Programação - Quanto e quando comprar, fixação de lotes econômicos de aquisição, definição dos estoques mínimos de segurança etc?
Valor dos Materiais
Após a aquisição de determinado material, a empresa incorre em gastos com transportes, segurança, armazenagem, imposto de importação, gastos com liberação alfandegária, etc. Todos esses gastos incorridos para a colocação dos materiais em condição de uso incorporam o valor. Vale ressaltar que ICM e IPI não integram este valor. 
Os critérios de apuração existentes são:
· Custo médio (média aritmética ponderada móvel);
· PEPS ou FIFO (primeiro a entrar, primeiro a sair; ou no inglês first in first out);
· UEPS ou LIFO (último a entrar, primeiro a sair; ou no inglês last in first out).
No caso de uma economia estável, como os preços pouco se alteram durante o período, os resultados produzidos pelos três critérios se aproximam.
São dois os métodos de avaliação de estoque:
· No inventário periódico, fazemos todos os lançamentos de entrada e saída de uma só vez, no fim do mês.
· No inventário permanente, a cada evento de entrada e/ou saída, fazemos um lançamento.
No cálculo do custo gerencial que é utilizado para a formação do preço de venda, o valor de referência é UEPS (LIFO), porque é o custo mais atualizado do produto. Caso seja um produto de baixa rotatividade e que esteja estocado há muito tempo, deve-se usar o preço atualizado de reposição ou FEPS (Futuro a Entrar é o Primeiro a Sair). Algumas empresas chamam este procedimento de Custo de Reposição.
O UEPS (LIFO) só pode ser usado para efeito gerencial tendo em vista que a legislação tributária não o aceita para efeito fiscal, pois, em economias inflacionárias, distorce o lucro para menor.
Custos diretos: são aqueles diretamente identificados e associados aos produtos e serviços, não necessitando de qualquer procedimento voltado a distribuí-los.
EX: Como exemplo de Materiais Diretos, será considerada uma indústria de confecção que opera fabricando calças e camisas. A partir das informações disponíveis, serão apurados os custos de materiais diretos de fabricação de cada produto, utilizando para tal apenas os custos da principal matéria-prima utilizada no processo produtivo:
	Custos e despesas diretos
	(=) Lucro líquido
	20.000
	Camisas fabricadas no mês (unidades)
	30.000
	Jeans consumido na fabricação das calças
	R$ 150.000
	Tecido consumido na fabricação das camisas
	R$ 80.000
	Acabamentos (botões, zíper) utilizados na fabricação de calças
	R$ 30.000
	Acabamentos na fabricação de camisas
	R$ 16.000
	Apuração do custo direto de fabricação
	1 - Calça jeans
	Jeans consumidos
	R$ 150.000
	Acabamentos utilizados
	R$ 30.000
	Total dos custos diretos
	R$ 180.000
	( / ) Calças fabricadas no mês
	20.000
	(=) Custo unitário direto de cada calça
	R$ 9,00
	2 – Camisas
	Tecido consumido
	R$ 80.000
	Acabamentos utilizados
	R$ 16.000
	Total dos custos diretos
	R$ 96.000
	( / ) Camisas fabricadas no mês
	30.000
	( = ) Custo unitário direto de cada camisa
	R$ 3,20
Aula 2
Mão de obra: direta e indireta
Mão de obra: Todo serviço prestado à empresa por empregados administrativos, técnicos ou operários. Além dos salários pagos, é compreendida pelos encargos de previdência e outros criados pela legislação trabalhista, tais como pagamentos feitos à Previdência Social, férias, indenização de 13º salário, salário família, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e seguros contra acidentes do trabalho, além de outros que a empresa espontaneamente conceda como seguro de vida, gratificações etc.
Mão de Obra Direta (MOD): é um custo identificado no produto e proporcional ao seu volume
Embora o custo de produção abranja todas as remunerações, direta ou indiretamente ligadas à elaboração dos produtos, é claro que os salários pagos aos empregados na produção são os mais importantes a serem considerados. Os demais empregados, cujo trabalho incide de forma indireta na produção, terão suas remunerações rateadas pelos produtos.
A folha de pagamento dos empregados deverá ser desdobrada separando as remunerações pagas aos que trabalham nas seções de serviços daquelas pagas aos que trabalham nas seções dos produtos. Os salários destes terão de ser rateados de acordo com vários critérios de incidência, conforme o caso.
Sistema de Remuneração
Diversas são as formas de pagamento da mão de obra, segundo os empregados: mensalistas, diaristas, horistas, ou por tarefa. Há ainda os vários sistemas de concessão de prêmios aos empregados, de acordo com sua produção.
Qualquer que seja o sistema de remuneração, entretanto, a folha de pagamento é feita mensalmente, em obediência ao Princípio Contábil Fundamental da Competência, podendo ser subdividida pelas seçõesda indústria. O rateio do custo dessa mão de obra pela produção é feito posteriormente, de acordo com a incidência nos vários produtos.
Departamentalização: “Departamentalizar” significa distribuir os custos indiretos dos diversos departamentos da empresa proporcionalmente ao tempo gasto pelo produto no departamento (ou outro critério). Um Departamento é um Centro de Custo, ou seja, nele são acumulados os custos para posterior alocação aos produtos/serviços. Um Departamento pode ter um ou mais Centro de Custo. 
Na Departamentalização, a forma de apropriação do custo de mão de obra poderá variar de acordo com o processo de fabricação. As folhas de pagamento indicam a distribuição dos empregados por seções ou departamentos, assim como os salários são pagos em cada um. Cada departamento de Produção será onerado pelos salários e demais gastos, sendo o total dos gastos com a mão de obra posteriormente distribuído pelos produtos fabricados nesse departamento.
	Dias do ano
	365
	Domingos
	52
	Sábados
	52
	Férias
	22
	Feriados
	10
	Horas por dia
	8,8
Apuração do HH
Na planilha que apresentamos a seguir – cálculo do custo do HH – usaremos algumas premissas do tipo:
· No salário-base com adicionais, consideramos o valor bruto pago ao empregado, inclusive o salário-família.
· Consideramos como INSS o próprio INSS mais o SAT, SESI/SENAC/SESC e outros, que, no nosso exemplo, perfazem um total de 27,5%. Esse percentual pode variar de uma empresa para outra e deve ser verificado junto ao DP de cada uma o percentual exato.
· Consideramos também que a empresa é responsável pelo pagamento de 50% do prêmio do seguro de vida, do plano básico do seguro saúde dos funcionários e seus dependentes, de parte do plano de aposentadoria e do vale-refeição em valor igual para todos os funcionários. O vale-refeição foi considerado como sendo fornecido nos 12 meses do ano, isto é, fornecido mesmo nas férias, e o vale-transporte 11 meses do ano. Também neste caso devemos verificar quais são os benefícios que realmente são pagos pelo empregador.
· A provisão para o pagamento da multa do FGTS, em caso de demissão, deve ser feita em função das características de cada empresa e considerada como custo indireto.
Todos os dados da planilha são projetados por ano e, no final, foi calculado o custo por hora trabalhada.
Para o cálculo do número de HH disponíveis de cada funcionário por ano, foram consideradas as seguintes premissas:
Total de horas disponíveis = 365 – (52+52+22+10) = 229 dias x 8,8 horas = 2.015 horas por ano.
Esse é o total de horas disponíveis. Porém, ao valor final do custo direto do HH calculado de cada seção devemos acrescentar o percentual de improdutividade de cada uma delas, que é representado pelas irregularidades de frequência tais como, horas não trabalhadas por estar na CIPA; em treinamento; afastamento médico por doença até o 15º dia; faltas abonadas e outros impedimentos eventuais.
Após o cálculo do custo direto HH produtivo trabalhado devemos acrescentar o custo indireto (que detalharemos a seguir) para, assim, termos o custo do HH produtivo por seção.
Mão de obra indireta
Mão de Obra Indireta (MOI) não é identificada no produto nem é proporcional ao seu volume.
É a mão de obra paga aos que trabalham nas seções de serviços (Exemplos: desenhos e projetos, mecânica e reparações, limpeza e conservação, seleção do pessoal, compras e almoxarifado), além da remuneração do gerente geral da fábrica/escritório e honorários da administração.
Trata-se de custos que não incidem diretamente da produção de determinados produtos ou de determinada seção, motivo pelo qual seu montante terá de ser rateado pelas várias seções, de acordo com os critérios diversos. Há, entretanto, produtos especiais que exigem estudos e projetos demorados, que representam grande parcela de seu custo. Neste caso, a despesa deverá ser atribuída diretamente ao produto, e não a determinada seção.
Aula 3
Gastos gerais de fabricação
Compreendem todos os gastos decorrentes do processo de fabricação que não correspondam à mão de obra e aos gastos com materiais. Os gastos gerais correspondem aos gastos que não contribuem, de forma direta, para a fabricação de produtos. Quase todos os critérios de distribuição dos gastos gerais ao custo da fabricação serão arbitrados.
Gastos Gerais de fabricação 🡪 Os Gastos Gerais de Fabricação (GGF) normalmente incluem, dentre outros:
· Ordenados e encargos do pessoal de apoio à produção (planejamento e controle de produção, almoxarifado, movimentação de material, limpeza, enfermaria, refeitórios etc.).
· Gastos com manutenção de prédios industriais (equipamentos de operação, formas e matrizes, aparelhos, instrumentos de medição, ferramentas, veículos de transporte interno, mobiliário da administração industrial etc.).
· Depreciação de bens instrumentais e de uso da indústria.
· Seguro de bens instrumentais e de uso da indústria.
· Materiais de consumo e limpeza.
· Materiais de expediente para administração industrial.
· Combustível e lubrificantes.
· Energia elétrica.
· Consumo de oxigênio e acetileno.
· Consumo de água para fins industriais.
· Gastos com transporte de pessoal da indústria.
· Imposto predial e territorial da área industrial.
· Aluguéis e condomínio de prédios locados para a indústria.
· Ligações telefônicas.
· Postagem de correspondências.
Bases para a apropriação dos gastos gerais
Muitas empresas adotam métodos simplistas para rateio dos gastos gerais, baseando-se em critérios “uniformes”:
· quantidade de horas trabalhadas pelo pessoal ligado diretamente ao processo de produção;
· valor total do custo da MOD;
· custo direto da produção, compreendendo matéria-prima e mão de obra direta.
O método mais prático, embora considerado arbitrário, consiste na utilização de uma taxa horária indireta, multiplicada pelo número de horas trabalhadas em determinada ordem de serviço ou produção contínua, para atribuição dos Gastos Gerais. Para isso, divide-se o GGF incorrido no período pela quantidade de horas consumidas em toda a produção, obtendo-se a Taxa de GGF.
Apurada a taxa do GGF, será feita a sua multiplicação pelo número de horas consumidas, correspondentes a cada Ordem de Serviço ou a cada processo contínuo de produção. Para efeito de controle do GGF, por centro de custos, multiplica-se a taxa de GGF pelo total de horas consumidas em cada componente organizacional.
Departamentalização dos Gastos Gerais de Fabricação
Outras empresas adotam critérios multiformes de distribuição dos gastos gerais, a cada Centro de Custos, o que é trabalhoso, pois exige maior número de cálculos para execução dos serviços de apropriação, análise, conferência e controle. A Departamentalização dos custos indiretos é um desses critérios.
Como vimos, departamentalizar significa distribuir os custos indiretos dos diversos departamentos da empresa. Um Departamento é um Centro de Custo, ou seja, nele são acumulados os Gastos Gerais para posterior alocação aos produtos/serviços. Um Departamento pode ter um ou mais Centros de Custo.
Existem três tipos de Centros de Custo:
· Produtivos – são os que geram receita para a empresa. Por exemplo, em um hospital: UTI, Internação, Emergência, Centro Cirúrgico etc.
· Auxiliares – são os que prestam serviços diretamente aos Centros Produtivos. Por exemplo, em um hospital: Engenharia Clínica, Farmácia, Centro de Controle de Infecção Hospitalar, Centro de Material Esterilizado etc.
· Apoio – são os que prestam serviço tanto para os produtivos como para os auxiliares. Exemplos na maioria das empresas: rh, treinamento, manutenção, contabilidade etc.
Os Custos Indiretos são apropriados no Custeio por Atividade pelo Direcionador de Custos (driver) e no Custeio por Absorção, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos, etc.
Critérios de Alocação Direta e Rateio
Os critérios de Alocação Direta ou de Bases de Rateio dos Gastos Gerais devem ser definidos pela empresa em função dos fatores mais relevantes e de suas características. Critérios bonspara uma empresa podem não ser para outra, em virtude das características dos produtos ou serviços.
Devemos, sempre que possível, fazer a Alocação Direta. O Rateio só deve ser utilizado quando for impossível identificar quem consumiu diretamente o recurso.
É absolutamente necessário que os Critérios de Alocação Direta e de Rateio sejam definidos por pessoas que conheçam muito bem os processos da empresa. Por isso, devem ser definidos pelo Departamento de Custos em conjunto com os responsáveis pelos outros Departamentos, pois, dessa forma, teremos a garantia da escolha dos direcionadores e das bases de rateio mais coerentes, porque são as pessoas que melhor conhecem os processos de seus Departamentos.
Uma vez definidos, os Direcionadores e os Critérios de Rateio não devem ser alterados, a menos que haja alguma mudança significativa nas condições dos custos indiretos.
EX: Vejamos o seguinte exemplo de uma empresa em que se rateia os Gastos Gerais por diferentes direcionadores
A Fábrica de Travesseiros Sonhe Bem produz três artigos: Soneca, Cochilo e Descanso.
· os gastos com materiais diretos associados aos três foram respectivamente iguais a R$200,00, R$300,00 e R$500,00;
· com MOD foram iguais a R$160,00, R$240,00 e R$100,00;
· as quantidades produzidas foram iguais a 20, 10 e 20 unidades;
· os GGFs foram iguais a R$600,00.
Sabendo-se que os GGFs são rateados em função da quantidade produzida, vamos calcular o custo unitário de cada produto.
	
	Soneca
	Cochilo
	Descanso
	Soma
	
	Total
	Total
	Total
	
	MD
	R$200
	R$300
	500
	R$1.000
	MOD
	R$160
	R$240
	100
	R$500
	Rateio
	40%
	20%
	40%
	100%
	GGF
	R$240
	R$120
	R$240
	R$600
	Custos
	R$600
	R$660
	R$840
	R$2.100
Agora imagine efetuar o rateio pelo total da Mão de Obra Direta.
	
	Soneca
	Cochilo
	Descanso
	Soma
	
	Total
	Total
	Total
	
	MD
	R$200
	R$300
	R$500
	R$1.000
	MOD
	R$160
	R$240
	R$100
	R$500
	Rateio
	32%
	48%
	20%
	100%
	GGF
	R$192
	R$288
	R$120
	R$600
	Custos
	R$552
	R$828
	R$720
	R$2.100
Imagine agora que os GGFs, que totalizam R$600, são compostos de Aluguel R$300, Depreciação R$200 e outros R$100. Poderíamos, pelo processo de departamentalização, obter rateios mais sofisticados e corretos, contudo, continuaria sendo um processo arbitrário.
Veja o exemplo que segue.
Os drivers para rateio são:
· Aluguel de R$ 300 deverá ser rateado em função da área utilizada por dada linha de produtos.
Tabela de rateio:
	Soneca
	Cochilo
	Descanso
	Total
	Soneca
	Área
	200
	300
	500
	1000
	Percentual
	20%
	30%
	50%
	100%
Depreciação de R$ 200 pelo maquinário dedicado a cada linha de produtos.
Tabela de rateio:
	Depreciação
	Soneca
	Cochilo
	Descanso
	Total
	Imobilizado
	700
	800
	500
	2000
	Percentual
	35%
	40%
	25%
	100%
Os outros, no valor de R$100,00, podem ser rateados com base na MOD.
Tabela de rateio:
	Outros
	Soneca
	Cochilo
	Descanso
	Total
	MOD
	R$160
	R$240
	R$100
	R$500
	Percentual
	32%
	48%
	20%
	100%
Assim, teríamos como resultado final:
	
	Soneca
	Cochilo
	Descanso
	Soma
	
	Total
	Total
	Total
	
	MD
	R$200
	R$300
	R$500
	R$1.000
	MOD
	R$160
	R$240
	R$100
	R$500
	GGF
	R$162
	R$218
	R$220
	R$600
	Custos
	R$522
	R$758
	R$820
	R$2.100
Unidade 3
Critério de Avaliação de Estoque
Aula 1
O termo estoque designa uma série de itens materiais de propriedade da empresa que é mantida para consumo futuro. Ele poderá:
· Ser um produto já elaborado, estando pronto para venda.
· Encontrar-se em processo de produção.
· Ser correntemente consumido no processo de elaboração de produtos ou serviços a serem vendidos.
Estoques🡪 Por definição, são ativos considerados estoques:
· Mercadorias para comércio ou produtos acabados (matéria-prima e mercadorias mantidas para venda).
· Materiais para produção (materiais comprados com a intenção de incorporá-los ao produto final através do processo produtivo).
· Materiais em estoque não destinados à produção normal, chamados também de indiretos, auxiliares ou não produtivos (itens fisicamente não incorporados ao produto final, como ferramentas, material de limpeza e segurança).
· Produtos em processo de fabricação ou elaboração (que inclui material direto, mão de obra direta e custos gerais de fabricação) – devem refletir o custo atual dos produtos em processo.
· Custo das importações em andamento referente a itens de estoque.
O maior objetivo do custeio do estoque é a determinação de custos adequados às vendas, de forma que o lucro apropriado seja calculado. Em adição ao fator lucro, existem inúmeros outros fatores que influenciam as decisões relativas à seleção dos métodos de custeio de estoque. Essa lista inclui:
· a aceitação do método pelas autoridades fiscais;
· a parte prática da determinação do custo;
· a objetividade do método;
· a utilidade do método para as decisões gerenciais.
O estoque e o resultado
O princípio contábil do Custo de Aquisição determina que se incluam no custo dos materiais, além do preço, todos os outros custos decorrentes da compra, e que se deduzam todos os descontos e bonificações eventuais recebidas. O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser reportado para um determinado período contábil. Permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o valor do estoque final avaliado, maior será o lucro reportado ou menor será o prejuízo. Quanto menor o valor do estoque final, menor será o lucro reportado ou maior será o prejuízo.
Os critérios de apuração existentes são:
· Custo médio (média aritmética ponderada móvel).
· PEPS ou FIFO (primeiro a entrar, primeiro a sair; ou no inglês first in first out).
· UEPS ou LIFO (último a entrar, primeiro a sair; ou no inglês last in first out).
Já os métodos de avaliação de estoque podem ser:
· Inventário periódico: fazemos todos os lançamentos de entrada e saída de uma só vez, no fim do mês.
· Inventário permanente: a cada evento de entrada e/ou saída, fazemos um lançamento.
PEPS- PRIMEIRO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR🡪 é o método mais comum de apuração adotado pelas organizações que produzem resultados conforme a demanda de vendas. De forma objetiva, podemos dizer que, à medida que as mercadorias são vendidas, damos baixa e expedimos as primeiras compras, ou seja, vendemos primeiro as primeiras unidades fabricadas ou produzidas. O mesmo raciocínio se presta aos recursos materiais (matéria-prima) consumidos na elaboração de bens e serviços: baixamos, por consumo, aqueles mais antigos. 
As vantagens do método são:
· Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de maneira lógica e sistemática.
· O resultado obtido espelha, na maioria dos casos, o custo real dos itens específicos usados nas saídas.
· O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada, representa uma condição necessária para o perfeito controle dos materiais, especialmente quando estes estão sujeitos a deterioração, decomposição, mudança de qualidade etc. Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS).
Para ilustrar os efeitos patrimoniais (estoque), de resultado (lucro), fiscais (impostos) e financeiros (caixa), vamos simular algumas movimentações de estoque para todos os três métodos.
1. Compra à vista de 10 un. mercadoria A por R$ 1.000.
2. Compra à vista de 30 un. mercadoria A por R$ 4.500.
3. Compra à vista de 20 un. mercadoria A por R$ 2.400.
4. Venda à vista de 20 un. mercadoria A por R$ 3.000.
5. Compra à vista de 15 un. mercadoria A por R$ 1.500.
6. Venda à vista de 10 un. mercadoria A por R$ 2.200.
7. Compra à vista de 20 un. mercadoria A por $ R3.000.
8. Venda à vista de 40 un. mercadoria A por R$ 16.000.
Considerando impostos de 10% e a utilização de inventário permanente, vamos demonstrar o:
1. inventário de mercadorias;
2. saldo da conta estoques;
3. resultado das operações;
4. saldo do caixa.
	PEPS
	Evento
	Q
	$
	Estoque Q
	Estoque $
	Imposto
	Resultado
	Caixa
	1
	10
	1.000
	10
	1.000
	
	0
	-1.000
	2
	30
	4.500
	40
	5.500
	
	0
	-5.500
	3
	20
	2.400
	60
	7.900
	
	0
	-7.900
	4
	-20
	3.000
	40
	5.400
	-50
	450
	-4.950
	5
	15
	1.500
	55
	6.900450
	-6.450
	6
	-10
	2.200
	45
	5.400
	-70
	1.080
	-4.320
	7
	20
	3.000
	65
	8.400
	
	1.080
	-7.320
	8
	-40
	16.000
	25
	3.500
	-1.110
	11.070
	7.570
UEPS- ÚLTIMO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR🡪é um método de avaliar estoque muito discutido. O custo do estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair). Supõe-se, portanto, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo dessas unidades. 
As vantagens e desvantagens do método UEPS são:
· É uma forma de se custear os itens consumidos de maneira sistemática e realista.
· Nas indústrias sujeitas a flutuações de preços, o método tende a minimizar os lucros das operações.
· Em períodos de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes são apropriados mais rapidamente às produções, reduzindo o lucro.
· O argumento mais generalizado em favor do UEPS é o de que procura determinar se a empresa apurou, ou não, adequadamente, seus custos correntes em face da sua receita corrent. De acordo com o UEPS, o estoque é avaliado em termos do nível de preço da época em que o UEPS foi introduzido.
Aplicando-se o método UEPS aos dados do exemplo anterior, os seguintes resultados são obtidos:
	UEPS
	Evento
	Q
	$
	Estoque Q
	Estoque $
	Imposto
	Resultado
	Caixa
	1
	10
	1.000
	10
	1.000
	
	0
	-1.000
	2
	30
	4.500
	40
	5.500
	
	0
	-5.500
	3
	20
	2.400
	60
	7.900
	
	0
	-7.900
	4
	-20
	3.000
	40
	5.500
	-60
	540
	-4.960
	5
	15
	1.500
	55
	7.000
	
	540
	-6.460
	6
	-10
	2.200
	45
	6.000
	-120
	1.620
	-4.380
	7
	20
	3.000
	65
	9.000
	
	1.620
	-7.380
	8
	-40
	16.000
	25
	3.250
	-1.025
	10.845
	7.595
CUSTO MÉDIO🡪 Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel, baseia-se na aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente, conforme já destacamos. 
Vamos retornar ao nosso exemplo, agora avaliando os efeitos dos eventos pela metodologia do custo médio.
	Custo médio
	Evento
	Q
	$
	Estoque Q
	Estoque $
	Imposto
	Resultado
	Caixa
	1
	10
	1.000
	10
	1.000
	
	0
	-1.000
	2
	30
	4.500
	40
	5.500
	
	0
	-5.500
	3
	20
	2.400
	60
	7.900
	
	0
	-7.900
	4
	-20
	3.000
	40
	5.267
	-37
	330
	-4.937
	5
	15
	1.500
	55
	6.767
	
	330
	-6.437
	6
	-10
	2.200
	45
	5.536
	-97
	1.203
	-4.334
	7
	20
	3.000
	65
	8.536
	
	1.203
	-7.334
	8
	-40
	16.000
	25
	3.283
	-1.075
	10.875
	7.592
SÍNTESE DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
No quadro que segue, resumimos as principais características de cada um dos sistemas.
	 
	PEPS
	UEPS
	Médio
	1. Quanto ao estoque final
	Formado pelas últimas unidades que entraram.
	Formado pelas primeiras unidades que entraram.
	É calculado pelo custo médio ponderado do período.
	2. Quanto ao fluxo físico
	Ajusta-se à maioria dos casos.
	Não se ajusta à maioria dos casos.
	Não se ajusta à maioria dos casos.
	3. Impedimento legal
	Não há.
	Há.
	Não há.
	4. Desvantagens
	Em período inflacionário, o lucro será distorcido para mais.
	Raramente reflete o valor real dos estoques.
	Em período de inflação, apresenta as desvantagens dos demais, porém, em menor dimensão.
	5. Vantagens
	Reflete melhor o valor dos estoques na maioria dos casos.
	Em período inflacionário reflete melhor o lucro (o lucro é menor).
	Compensa bem as variações de preço do período em época de estabilidade de preços.
OUTROS MÉTODOS
Existem, ainda, outros dois métodos que devem ser considerados:
· Custo de mercado na data de entrega para consumo – itens de estoque padronizados e comercializados em Bolsas de Mercadorias, tais como algodão, café, trigo cru, etc., são, às vezes, apropriados à produção pelo preço de cotação na Bolsa na data de entrega para consumo. Este procedimento substitui o custo de compra pelo custo de reposição e tem a virtude de apropriar os itens pelo custo corrente, que é, sem dúvida, mais significativo.
· Custo de mercado ou reposição – através de um sistema pelo qual os ganhos ou perdas, na avaliação de estoques, sejam registrados separadamente dos lucros operacionais, a administração será informada sobre os efeitos da variação dos preços nos lucros da empresa e sobre o valor de mercado corrente, útil na área de planejamento e na de tomada de decisão. Um elemento-chave desse sistema é o valor de mercado (custo de reposição) dos itens de estoque. O objetivo principal do custo de reposição é determinar o custo de compra atual de um bem que pode estar no estoque há diversos meses, devendo prevalecer para fins de determinação inicial do preço de venda.
AULA 2
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Margem de contribuição é um conceito relativamente novo e principalmente pouco conhecido do pequeno empresário brasileiro, acostumado a raciocinar com o conceito de lucro de produto. O gerenciamento estratégico de custos (Cost Management System) surgiu nos Estados Unidos em 1986 e introduziu o conceito de margem de contribuição, já que o conceito de lucro do produto, usado por muitos, é falso pelo fato de ratear os custos fixos aos departamentos e produtos segundo critérios não objetivos. O produto é o veículo que carrega a margem para formação do lucro. 
A margem de contribuição é uma das três grandes parcelas que compõem o preço de um produto ou serviço. É o somatório das margens de contribuição de todas as vendas de um período (geralmente mês) e que formarão os recursos para pagar as despesas fixas, a depreciação e a remuneração do capital (lucro operacional).
Imagine que você é o dono de uma barraquinha que vende cachorro-quente a R$3,00 cada. Como saber quantos sanduíches devo vender para começar a ganhar dinheiro? Desenvolva o raciocínio esquecendo os custos fixos.
Um raciocínio possível é o seguinte: esquecendo os custos fixos (luz, empregados, depreciação da carrocinha etc.), vou calcular quanto gasto somente com os custos variáveis para fazer cada sanduíche: pão, temperos, salsicha, acompanhamentos, guardanapo, embalagem plástica etc. Ora, se isto tudo me custar uns R$ 1,20, eu ganharei R$ 1,80 por cada cachorro-quente vendido. O somatório deste ganho apurado em cada sanduíche é denominado margem de contribuição e deverá cobrir todos os custos fixos antes de gerar o lucro.
Este é exatamente o conceito de margem de contribuição de um determinado negócio: a margem é representada pela diferença entre a receita de venda e os custos e despesas variáveis, numa abordagem global do resultado, ou ainda a diferença entre o preço unitário de venda e os custos e despesas variáveis unitários, numa abordagem do resultado na base unitária.
A seguir será apresentado o exemplo da indústria de confecções já utilizado em unidade anterior:
	Exemplo de análise da margem de contribuição
	 
	Calças
	Camisas
	Total
	Receita bruta
	R$ 400.000
	R$ 240.000
	R$ 640.000
	( - ) Impostos e contribuições sobre as vendas
	R$ (120.000)
	R$ (72.000)
	R$ (192.000)
	( - ) Custos com matérias-primas
	R$ (150.000)
	R$ (80.000)
	R$ (230.000)
	( - ) Custos com mão de obra direta
	R$ (30.000)
	R$ (16.000)
	R$ (46.000)
	( = ) Margem de contribuição global
	R$ 100.000
	R$ 72.000
	R$ 172.000
	Margem de contribuição (percentual da receita)
	25%
	30%
	27%
Margem de contribuição consiste na diferença entre receita e gastos variáveis. Demonstra como cada produto colabora para, primeiro, amortizar os gastos fixos, e, depois, constituir o lucro esperado pelos sócios.
É uma ferramenta muito útil, porque não apropria custos fixos ao produto. Assim, são apropriados apenas os custos variáveis, ou seja, os custos alocados a cada produto são os que realmente foram gastos por ele. Como consequência, o gestor não terá o risco de errar por possuir informações distorcidas por rateios arbitrários, uma vez que a margem de contribuição elimina essa distorção.
Em síntese, podemos conceituar margem de contribuição como sendo a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto: é o valor com que cada produto efetivamente contribui para a empresa fazer frentea seus custos fixos e, posteriormente, gerar lucros.
Aula 3
Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para elaborar ou vender o produto ou o serviço.
No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros.
O ponto de equilíbrio é uma ferramenta analítica que estuda as relações entre custos fixos, custos variáveis, receitas e margens de lucro. Por meio dele é possível calcular qual o volume de receitas necessário para cobrir todos os custos da organização, assim como analisar e definir o mix de custos – fixos versus variáveis – mais adequado para maximizar a rentabilidade do negócio.
O ponto de equilíbrio nasce da conjugação dos Custos Totais com as Receitas Totais. Admitindo como absolutamente lineares as representações da Receita, Custo Fixo e Custo Total, teríamos a reprodução gráfica do ponto de equilíbrio:
Analisando o gráfico, o eixo “X” representa o volume de operações. Já o eixo “Y” indica valores em R$. A reta de receitas (que na realidade não é linear, como visto no gráfico, porque as diversas negociações da organização têm diferentes preços e utilizam diferentes volumes de recursos, mas para facilitar o entendimento do conceito, ela pode ser caracterizada como uma reta) tem valor zero na interseção dos eixos, crescendo à medida que as operações de venda de bens e serviços são realizadas. Os custos fixos são representados também linearmente por uma reta paralela ao eixo “X”.
O cálculo do ponto de equilíbrio é simples. Resume-se à divisão dos custos fixos pela margem de contribuição. O mais trabalhoso e um pouco mais complexo é definir os custos fixos e variáveis, como vimos em unidades anteriores já estudadas.
ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO X VOLUME X LUCRO
Esta análise consiste na comparação dos diversos resultados que podem ser apresentados por uma organização. Isto significa que os vários níveis da atividade devem ser estudados com a finalidade de identificar a alternativa mais viável, bem como responder às perguntas corriqueiras presentes no dia a dia da gestão das empresas:
· O empreendimento é viável?
· Qual o produto mais rentável?
· Qual o produto mais lucrativo?
· Quais as consequências da retirada de determinado produto de fabricação?
· Variando um tipo de custo, para mais ou para menos, quais são os impactos nos resultados do negócio?
· Reduzindo a produção da organização, quais são as consequências nos resultados?
· Quais as implicações da variação, para mais e para menos, de custos diferentes nos resultados da empresa?
· Quando se elaboram distintos produtos ou serviços em proporções diferentes, quais as consequências no ponto de equilíbrio?
Procedimento aritmético para cálculo da receita de equilíbrio:
Suponha que uma empresa apresente os seguintes dados:
	Vendas
	R$ 8.000
	Custos Variáveis
	R$ 5.500
	Custos Fixos
	R$ 2.000
	% dos Custos Variáveis sobre as Vendas (R$ 5.500/R$ 8.000)
	68,75%
As informações indicam que de cada unidade monetária de venda realizada por essa empresa, aproximadamente setenta centavos (R$ 0,6875), destina-se à recuperação dos custos variáveis, reservando-se os quase trinta centavos (R$ 0,3125) restantes para cobertura dos custos fixos e geração dos lucros auferidos.
Para determinarmos a receita de equilíbrio, ou seja, o valor das vendas para o qual o lucro seja igual a zero, utilizaremos a seguinte fórmula:
Receita Equilíbrio = Custos Fixos + Despesas Fixas / 1 - ( % Custos Variáveis sobre Vendas)
Assim,
Receita Equilíbrio = 2.000 / 0,3125 = R$ 6.400
O valor de receita de equilíbrio poderá ser facilmente comprovado:
	Receita
	R$ 6.400
	( - ) Custos Variáveis
	R$ 4.400
	( = ) Margem de Contribuição
	R$ 2.000
	( - ) Custos Fixos
	R$ 2.000
	( = ) Lucro
	- 0 -
Generalizando, podemos concluir que a receita de equilíbrio pode ser calculada pela seguinte fórmula:
Receita Equilíbrio = Custos Fixos + Despesas Fixas / 1 - ( Custos + Despesas Variáveis / Vendas )
PERCENTAGEM EM RELAÇÃO À CAPACIDADE
É comum relacionar a quantidade de equilíbrio com a capacidade física de produção, ou ainda, a receita de equilíbrio com o total de vendas normais ao nível máximo de capacidade de operação.
Por exemplo: % em relação à capacidade em unidades:
Ponto de Equilíbrio = Quantidade de Equilíbrio / Capacidade de Produção
Ponto de Equilíbrio = 4.000 un. / 10.000 un. = 40%
Ou ainda,
Ponto de Equilíbrio = Faturamento de Equilíbrio / Vendas Totais no Limite da Capacidade
Ponto de Equilíbrio = R$ 6.400 / R$ 16.000 = 40%
Isto significa que a nossa empresa atinge o seu equilíbrio com a utilização de apenas 40% de sua capacidade de vendas (ou capacidade produtiva), o que impõe que a empresa, para auferir lucros, utilize mais do que 40% de sua capacidade. A partir de 40%, os lucros serão cada vez melhores quanto maior for a utilização da capacidade, desde que a margem de contribuição unitária do volume adicional seja positiva.
MARGEM DE SEGURANÇA
Vamos supor que uma construtora esteja produzindo um tipo de casa pré-fabricada com as seguintes características:
	Custos Variáveis
	R$ 140.000 / u
	Custos + Despesas Fixas
	R$ 1.000.000 / mês
	Preço de Venda
	R$ 240.000 / u
Seu ponto de equilíbrio é de 10 casas/mês:
Ponto de Equilíbrio = R$ 1.000.000 / R$ 24.000 - R$ 140.000 = 10 casas
Suponha, ainda, que ela esteja produzindo e vendendo 14 casas por mês, obtendo com isso um lucro de:
4 u/mês x R$ 100.000/u = R$ 400.000/mês
Dizemos que a empresa está com uma margem de segurança de 4 casas, pois pode ter essa redução sem entrar na faixa de prejuízo. Em termos percentuais, podemos dizer que está com uma margem de segurança de 28,6% (4/14).
Perceba que, em termos de receita, o cálculo é o mesmo, observando a seguinte fórmula:
Margem de Segurança = Receitas Atuais - Receitas no Ponto de Equilíbrio / Receitas Atuais
Margem de Segurança = R$ 3.360.000 - R$ 2.400.000 / R$ 3.360.000 = 28,6%
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA = Mcu = Pvu - Cvu
Onde:
Pvu = Preço de Venda Unitário
Cvu = Custo Variável Unitário
PONTO DE EQUILÍBRIO FÍSICO
É a quantidade mínima que se tem que vender para cobrir os custos fixos e ter lucro zero. Acima deste ponto a empresa tem lucro.
Ponte de Equilíbrio Físico = Custo Fixo Total / Preço de Venda Unitário - Custo Variável Unitário
Ou seja:
Ponte de Equilíbrio Físico = Custo Fixo Total / Margem de Contribuição Unitária
PONTO DE EQUILÍBRIO MONETÁRIO
É o faturamento mínimo que a empresa deve ter para cobrir os seus custos fixos.
Ponto de Equilíbrio Monetário = Ponto de Equilíbrio em Unidades x Preço de Venda Unitário
 
ALAVANCAGEM OPERACIONAL
Alavancagem operacional é a medida do volume de quanto os custos fixos estão sendo usados dentro da organização. O termo alavancagem vem da possibilidade de levantar lucros líquidos em proporções maiores do que o normalmente esperado, por meio da alteração correta da proporção dos custos fixos na estrutura de custos da empresa.
É dependente da margem de contribuição, ou seja, do impacto dos custos e despesas variáveis sobre o preço de venda unitário, e dos valores dos custos e despesas fixas. Alguns produtos têm alavancagem maior que outros, em virtude dessas variáveis.
O uso potencial dos custos operacionais serve para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e impostos (LAJIR). O aumento nas vendas resulta em aumento mais que proporcional no LAJIR e vice-versa.
Aula 1
Definição, objetivo e premissa para a elaboração de orçamentos
O atual cenário social, político e econômico do país exigem das organizações, independentemente do produto ou serviço que ofereçam ou do mercado em que estão atuando, a busca de vantagens competitivas para sobreviverem, manterem, crescerem e diversificarem suas operações.
A organização não deve esperar que as necessidades lhe sejam apresentadaspela realidade. Esta postura, quando adotada, demonstra uma visão imediatista do negócio, trazendo em seu bojo todos os elementos que concorrem para uma situação de longo prazo fora do controle dos seus gestores, remetendo a empresa, inevitavelmente, à conhecida situação a que denominamos “gerenciamento por crise”.
Sendo um ato de pensamento, o planejamento estratégico transporta a empresa para um cenário interno e externo que ainda está por se formar, e no qual poderão ser avaliadas as ameaças e oportunidades que cercam o negócio. Ao mesmo tempo, permite a avaliação dos pontos fortes e fracos da empresa, a fim de canalizar os primeiros para os seus objetivos e eliminar ou minimizar os outros para que não impeçam que a situação almejada seja alcançada.
Um plano estratégico proporciona uma estrutura dentro da qual é elaborado o orçamento. Um orçamento é a materialização matemática de uma fatia do planejamento estratégico e envolve a previsão de recursos para os períodos seguintes.
Atualmente, o planejamento nas empresas é uma ferramenta de gestão que, além de necessária para a tomada de decisão, evita o mau uso dos recursos, resultando na observação da relevância do orçamento empresarial na otimização dos resultados.
O orçamento é um instrumento fundamental para a empresa, independentemente de seu porte e ramo de atividade, pois é um plano estratégico que estabelece metas para um determinado período, conduzindo a empresa aos seus objetivos.
Antigamente, o orçamento se limitava aos gastos referentes às despesas. Hoje, é uma ferramenta de tomada de decisão, aplicada a qualquer tipo de organização, independentemente de sua natureza: 1) pequeno, médio ou grande porte; 2) com ou sem fins lucrativos; 3) privada, estatal ou filantrópica.
O orçamento é uma prévia de despesas e investimentos dentro de uma organização. Em um cenário de restrição generalizada de recursos, a definição prévia de despesas e investimentos evita dispêndios desordenados e sem critérios, assegurando, assim, o emprego mais eficiente desses recursos.
Conforme o tempo e a complexidade dos negócios, as organizações foram exigindo práticas administrativas mais apuradas, não sendo suficiente apenas as limitações de gastos, modificando os seus conceitos básicos e os métodos de elaboração.
As técnicas de planejamento orçamentário, depois de consagradas na administração pública, gradativamente se estenderam à iniciativa privada. O ano de 1923 foi considerado a era de real difusão da técnica orçamentária entre as empresas privadas. A aplicação inicial focava a previsão das despesas, mas foi abrangendo rapidamente as previsões de vendas, planejamento de operações de caixa, ampliações da fábrica etc., ou seja, todos os demais aspectos quantificáveis de uma organização.
CONCEITOS GERAIS
O orçamento empresarial pode ser definido como um plano financeiro capaz de conduzir a empresa aos seus objetivos, servindo como controle das operações a curto e longo prazos. Ele estabelece, da forma mais precisa possível, como se espera que transcorram os negócios de um departamento ou do empreendimento como um todo, geralmente no prazo mínimo de um ano.
Os gestores possuem um comprometimento com metas a serem atingidas, baseando-se no plano estratégico da organização. Para que esses compromissos sejam atendidos de forma coordenada, acabam sendo estabelecidos e acompanhados no processo orçamentário. Isto facilita que possíveis desvios sejam evitados, tendo os gestores a obrigação de expor o resultado de suas atividades.
COMO ELABORAR UM ORÇAMENTO
Na maior parte das vezes, a elaboração do orçamento é de acordo com o exercício contábil, que pode ser qualquer período de 12 meses escolhido pela empresa. Porém, após escolhido, esse período deve ser mantido, pois mudá-lo dificultaria a comparação dos resultados entre um ano e outro.
A preparação dos detalhes para o próximo exercício deve começar de dois a três meses antes do seu início, já que é um processo complexo e deve haver um entrosamento entre os departamentos, porque ajustes feitos no orçamento de um departamento podem afetar os demais.
O orçamento demonstra os resultados que se pretende atingir e os recursos fornecidos para atingi-los. A organização deve procurar alcançar todos os objetivos de forma direta e coordenada. Para isso, é preciso, em primeiro lugar, que os orçamentos estejam os mais corretos possíveis, e também acompanhar detalhadamente o andamento de suas atividades durante o período de cobertura, para verificar se tudo está dentro da meta e, se necessário, fazer ajustes.
Na dinâmica da atividade diária, muitas coisas acontecerão que podem não ter sido previstas no momento da preparação orçamentária. Mesmo que um objetivo seja alcançado (o lucro, por exemplo), é quase inevitável que não seja atingido exatamente da mesma forma que foi planejado e incorporado nos orçamentos. Alguns departamentos respeitarão seus orçamentos, outros os excederão e ainda outros poderão sair totalmente deles.
Algumas variações acontecem de maneira regular e não causam alarmes se oscilarem dentro de um parâmetro determinado, mas outras merecem atenção mesmo que ocorra uma mínima diferença. Cada departamento deve especificar quais variações são aceitáveis e quais mostram sinais de emergência.
Mesmo que a meta seja alcançada, o processo orçamentário não estará finalizado. A organização precisa sempre aperfeiçoar e mudar sua forma de trabalho, pois nenhum sistema orçamentário será seguro se for mantido, ano após ano, sem mudanças e aprimoramentos. A alta administração deve incentivar o surgimento de novas ideias. Os gerentes devem enxergar além de seus próprios departamentos, pois todos eles estão interligados e a solução para um departamento pode estar em outro. O objetivo do controle orçamentário é coordenar, controlar e avaliar as operações da empresa. Para sua realização, elementos básicos, como previsão, orçamento e controle são fundamentais, sendo que o orçamento é o pilar dessa estrutura.
Os principais tipos de orçamento são:
Orçamento parcial: aborda pontos específicos, como: orçamento de vendas, orçamentos de despesas administrativas ou o orçamento de caixa (como veremos nas aulas seguintes desta unidade).
Orçamento global: permite a composição antecipada de um Balanço e um Demonstrativo de Resultado referentes aos próximos períodos. Isso é possível através da relação quantitativa de todos os itens operacionais e financeiros da empresa.
São formados por dois grandes grupos de orçamentos parciais:
· O primeiro grupo constitui o orçamento operacional que pode variar de empresa para empresa, abrangendo, além das previsões de despesas e receitas das operações normais, as não vinculadas diretamente à atividade principal da empresa. Em geral, é composto dos seguintes orçamentos parciais: orçamento de vendas, orçamento de produção, orçamento de despesas de distribuição, orçamento de despesas administrativas e orçamento de outras receitas e despesas. O Demonstrativo de Resultado projetado é composto pelas informações adquiridas no desenvolvimento dos orçamentos parciais;
· O segundo grupo constitui o orçamento financeiro, composto pelo orçamento de caixa, orçamento de acréscimo de capital e projeção das depreciações. Esses orçamentos dependem de valores definidos no orçamento de operações e, por meio dessas informações, elaboram-se o Balanço e o Fluxo de Caixa projetados.
ORÇAMENTO A CURTO E LONGO PRAZOS
É qualificado como curto prazo o período de um ano ou menos, e diz-se de longo prazo quando o orçamento cobre períodos maiores que um ano. Dependendo da natureza das operações da empresa, quando existe a necessidade da antecipação de vários anos em termos de estudo de mercado, competição e investimentos, planos de dez anos são bastante comuns.
ORÇAMENTOS PERIÓDIOCOS E CONTÍNUOS
De acordo com as características do ramo de atividade da empresa, se existir certa segurança nas previsões referentes a períodos próximos há um ano, costuma-se adotar orçamentos do tipo periódico que podem ser anuais, semestrais, ou, mais raramente,trimestrais, e não podem ser alterados até o final de sua vigência.
No caso de organizações cujo ramo de atividade não prevê situações futuras, adota-se o orçamento contínuo, no qual a previsão é para três ou seis meses, ocorrendo uma atualização mensal e permitindo modificações no orçamento não previsíveis até aquele momento.
ORÇAMENTOS FLEXÍVEIS OU VARIÁVEIS
Existem grandes variações entre o orçamento e o desempenho real da empresa. Isso ocorre porque o orçamento é feito com base em um determinado volume de operação que, muitas vezes, difere das operações reais.
Para dar conta dessas variações, foram desenvolvidos procedimentos que ajustam os valores orçados aos níveis reais de operação. O orçamento que contém, além dos valores totais, informações unitárias para os itens variáveis, é qualificado como flexível ou variável, onde os limites totais de despesas variam em função do nível de operações adotado.
AULA 2
TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS- PARTE 1
Em geral, um orçamento é composto pelas seguintes peças orçamentárias:
· Orçamento de vendas.
· Orçamento de produção.
· Orçamento de matérias-primas.
· Orçamento de mão de obra direta.
· Orçamento de custos indiretos de fabricação.
· Orçamento do custo de produção e do custo de vendas.
· Orçamento de despesas comerciais e administrativas.
· Orçamento do fluxo de caixa.
· Orçamento do resultado.
· Orçamento do balanço patrimonial.
Veremos aqui as técnicas orçamentárias para se elaborar cada um deles.
Observe que essas projeções partem da análise preliminar do ambiente econômico e do setor onde a empresa está inserida. Em seguida, demandam profundo conhecimento da empresa pesquisada e isto nem sempre é fácil de se conseguir.
A projeção dos principais agregados das contas patrimoniais e de resultado acaba carregando, intrinsecamente, um elevado grau de incerteza e subjetividade. Entretanto, é uma saída melhor do que a simples projeção das Demonstrações Financeiras anteriores, indexadas por qualquer fator de correção.
Um maior conhecimento da dinâmica contábil ajuda a reduzir essas incertezas na medida em que os componentes das Demonstrações Financeiras forem mais bem compreendidos.
ORÇAMENTO DE VENDAS
É a etapa inicial de todo o processo orçamentário. Trata-se de uma estimativa que determina quanto de um produto será vendido por um determinado preço e período. Nas organizações, a natureza, a qualidade e a quantidade dos produtos são definidas a partir de uma estimativa de vendas, que contém o fator básico das projeções de lucro.
O orçamento de vendas é uma das fases mais críticas e importantes por apresentar dificuldades bem acentuadas, que estão relacionadas a fatores, tais como:
· Falta de estatística adequada.
· Flutuações de mercado.
· Sazonalidade.
· Falta de informações detalhadas sobre planos da competição.
· Diversidade dos produtos.
· Reação do consumidor.
Caso seja superestimado, esse orçamento pode gerar excessos de inventário de produtos acabados ou, no caso da produção ter sido detida a tempo, acarretará custos desnecessários associados com o excesso de matérias-primas adquiridas ou excesso de mão de obra contratada. Isto sem considerar que investimentos em capital fixo (móveis, equipamentos, galpões etc.) tenham sido executados desnecessariamente.
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
Finalizada a projeção de vendas, inicia-se a elaboração do orçamento de produção, que consiste na formulação do plano de produção por tipo e unidade. O orçamento de produção é a conversão do orçamento de vendas em plano de produção, levando-se em conta as diretrizes formuladas na política de estoques de produtos acabados escolhida pela empresa
A respeito da capacidade de produção, o orçamento deve considerar:
· Máxima utilização da capacidade de produção – evitar a ociosidade da capacidade produtiva.
· Máxima estabilidade da produção – prevenção de oscilações consideráveis entre períodos de alta e baixa produção que acarretam em custos adicionais e instabilidade na mão de obra.
Orçamento de capital
Por vezes, para fazer frente ao plano de vendas ou, ainda, por qualquer necessidade, a organização terá que fazer investimentos em ativos fixos (máquinas, computadores, mobiliário etc.). Tais investimentos devem ter seu reflexo contemplado nos orçamentos de resultado, de balanço e de fluxo de caixa. Geralmente eles são objeto de um orçamento específico denominado “orçamento de capital”.
ORÇAMENTO DE MATÉRIAS PRIMAS
O orçamento de matérias-primas contribui, com os gestores do processo, na avaliação da necessidade física de cada tipo de matéria-prima utilizada nos diversos produtos da linha. Além disso, proporciona uma análise mais apurada, facilitando na tomada de decisão sobre a adequação dos estoques, baseado em políticas de estocagem definidas previamente.
Para tanto, é necessária uma política de compras, considerando os recursos financeiros para investimentos no estoque, a capacidade de produção, bem como a finalidade de alcançar as metas operacionais dos gestores.
Sendo assim, esse orçamento possui várias finalidades, podendo ser subdividido em consumo e custos de matérias-primas, compras e estoques.
O consumo e os custos das matérias-primas estão baseados nas estruturas dos produtos em conjunto com o planejamento de produção, que determina as quantidades de matérias-primas, componentes e materiais auxiliares, bem como os custos de cada tipo de produto acabado para a produção do período.
Com o orçamento do consumo e custos das matérias-primas, são necessárias a compra e a estocagem dos mesmos, visando a atingir as metas planejadas. As compras de matérias-primas, componentes e materiais auxiliares à produção serão orçadas com base nos orçamentos de consumo e de estoque de materiais. A diferença entre o consumo necessário e a política de estocagem de materiais dará as necessidades dos volumes a serem comprados.
O orçamento de matérias-primas possibilita a projeção dos valores a pagar aos fornecedores, transferindo os saldos para o Balanço Patrimonial projetado. Para montagem desse orçamento, são necessárias diversas informações, como o tratamento de todos os impostos incidentes sobre compras (créditos de ICMS ou IPI), pagamentos a fornecedores e estoques finais previstos, entre outros.
Diante dessas informações, esses parâmetros precisam ser revistos antes da montagem do orçamento para uma evolução coerente dos dados.
ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA 
O orçamento de mão de obra direta visa estabelecer a quantidade e o custo de horas aplicadas diretamente na produção, distribuídas por produtos, departamentos e períodos.
Para a composição desse orçamento, é necessário obter:
· A produção prevista por período.
· Capacidade de produção.
· Hora/máquina.
· Hora/homem.
O orçamento de mão de obra direta também é baseado nas informações fornecidas pelo controle do departamento pessoal, como, por exemplo, todos os custos contidos em folha de pagamento.
Após o cálculo do orçamento, os custos totais de cada mês serão transferidos para o fluxo de caixa projetado.
ORÇAMENTO DE GASTOS GERAIS NA FABRICAÇÃO
Os gastos gerais de fabricação abrangem todos os custos fabris não atribuídos diretamente ao produto. Portanto, precisam de critérios de rateio para que sejam agregados aos custos dos produtos.
Materiais indiretos, energia elétrica, telefone, aluguel da fábrica, seguro e depreciação de máquinas
O adequado planejamento desse tipo de custo se constitui em fator importante para o êxito do plano de lucros, quer por envolver itens de composição bastante variada, quer por sua participação significativa no custo da produção.
CUSTOS DE PRODUTOS VENDIDOS (EMPRESA INDUSTRIAL)
Numa empresa industrial, o valor de realização de estoques é custeado a partir do consumo de matéria-prima, da mão de obra direta e dos gastos indiretos de fabricação, como acabamos de ver. O custo dos produtos vendidos é igual ao estoque inicial de produtos acabados mais o Custo de Produção menos o estoque final de produtos acabados, ou, escrito de outra forma:
CPV = Estoque inicial de PA + Custo de produção – Estoque final

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