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OAB divulga padrão de respostas da prova prática do 7º Exame de Ordem _ Espaço Vital

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OAB divulga padrão de respostas da prova
prática do 7º Exame de Ordem
Advocacia | Publicação em 26.07.12
O Conselho Federal da OAB divulgou o padrão de respostas da prova prático­profissional
(segunda fase) relativa ao 7º  Exame de Ordem Unificado, que foi aplicada no dia 8 de julho deste
ano. 
 
A partir dos gabaritos divulgados, o candidato pode verificar quais as respostas esperadas pela
Fundação Getúlio Vargas  – que aplica a prova para a OAB – para as quatro questões práticas
sob a forma de situações­problema e a peça profissional na área jurídica de opção do
examinando. 
 
A divulgação do resultado preliminar da prova prático­profissional será feita amanhã (27).
Seguem os padrões de resposta divididos por área de atuação, conforme a opção feita
pelo examinando.
________________________________________
ÁREA: DIREITO PENAL  
PADRÃO DE RESPOSTA ­ PEÇA PROFISSIONAL  
Leia com atenção o caso concreto a seguir: 
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https://twitter.com/espacovital
Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o
qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém­nascido em suas mãos, Ana é
tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não
saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital,
vitimando­a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em
flagrante delito. 
Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico­legal, o qual atestou que Ana
agira sob influência de estado puerperal. Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas
colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal do
Júri pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o Parquet
que Ana fora movida por motivo fútil, empregara meio cruel para a consecução do ato criminoso,
além de se utilizar de recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de Alegações
Finais Orais, o Promotor de Justiça reiterou os argumentos da denúncia, sustentando que Ana
teria agido impelida por motivo fútil ao decidir matar seu filho em razão de tê­lo achado feio e
teria empregado meio cruel ao bater a cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede, além de
impossibilitar a defesa da vítima, incapaz, em razão da idade, de defender­se. 
A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente,
se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao
proferir a sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em
razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se
autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o
Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal transcorreu in albis sem
manifestação do Parquet. 
Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima,
em 20 de janeiro de 2011, para habilitar­se como assistente da acusação e impugnar a decisão.  
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes,
datando do último dia do prazo. 
Gabarito comentado: 
O candidato deve redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I CPP (OU art. 416 CPP)
c/c 598 do CPP.  
A petição de interposição deve ser endereçada ao Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal/Tribunal do
Júri. 
Na petição de interposição da apelação, o candidato deverá requerer a habilitação do pai da
criança como assistente de acusação. 
Acerca desse item, cumpre salientar que será atribuída a pontuação respectiva se o pedido de
habilitação tiver sido feito em peça apartada. 
Todavia, também resta decidido que não será pontuado o item relativo à estrutura se o indivíduo
que solicitar a habilitação como assistente de acusação não possuir legitimidade para tanto. 
Por fim, a petição de interposição deverá ser datada de 31/01/2011 OU 01/02/2011.  
No tocante às razões recursais, as mesmas deverão ser dirigidas ao Tribunal de Justiça.  
Nelas, o examinando deve argumentar que o juiz não poderia ter absolvido sumariamente a ré
em razão da inimputabilidade, porque o Código de Processo Penal, em seu artigo 415, parágrafo
único, veda expressamente tal providência, salvo quando for a única tese defensiva, o que não é
o caso, haja vista que a defesa também apresentou outra tese, qual seja, a de negativa de
autoria. 
Também deverá argumentar que a incidência do estado puerperal não é considerada causa
excludente de culpabilidade fundada na ausência de capacidade de autodeterminação. O estado
puerperal configura elementar do tipo de infanticídio e não causa excludente de
imputabilidade/culpabilidade. 
As duas teses principais da peça, acima citadas, somente serão passíveis de pontuação integral
se preenchidas em sua totalidade, descabendo falar­se em respostas implícitas. 
Do mesmo modo, deverá o examinando, em seus pedidos, requerer a reforma da decisão com o
fim de se pronunciar a ré pela prática do delito de infanticídio, de modo que seja ela levada a
julgamento pelo Tribunal do Júri.  
Ao final, também deverá datar corretamente as razões recursais. 
Acerca desse ponto, tendo em vista o prazo de três dias disposto no art. 600, § 1º, do CPP, serão
aceitas as seguintes datas nas razões: 31/01/2011; 01/02/2011; 02/02/2011; 03/02/2011 e
04/02/2011 (essa última data só será aceita se a petição de interposição tiver sido datada de
01/02/2011).  
Cumpre salientar que tais datas justificam­se pelo seguinte: o dia 16 de janeiro de 2011 (termo
final do prazo recursal para o Ministério Público) foi domingo e por isso o termo inicial do
assistente de acusação será dia 18 de janeiro de 2011 (terça­feira), terminando em 1º de
fevereiro de 2011. Todavia, considerando que nem todos os examinandos tiveram acesso ao
calendário no momento da prova, permitiu­se a contagem dos dias corridos e, nesse caso, o
prazo final para a interposição da apelação seria dia 31 de janeiro de 2011.  
Por fim, ainda no tocante ao item da data correta, somente fará jus à respectiva pontuação o
examinando que acertar as hipóteses (petição de interposição e razões recursais). 
________________________________________
PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 1  
Enunciado: 
Ricardo foi denunciado pela prática do delito descrito no art. 1º da lei n. 8.137/90, em concurso
material com o crime de falsidade ideológica (art. 299 do CP). Isso porque, conforme narrado na
inicial acusatória e confessado pelo réu no interrogatório, obteve, em determinado estado da
federação, licenciamento de seu veículo de modo fraudulento, já que indicou endereço falso.
Assim agiu porque queria pagar menos tributo, haja vista que a alíquota do IPVA seria menor. Ao
cabo da instrução criminal, Ricardo foi condenado nos exatos termos da denúncia, sendo certo
que todo o conjunto probatório dos autos era significativo e apontava para a responsabilização do
réu. No entanto, atento às particularidades do caso concreto, o magistrado fixou as penas de
ambos os delitos no patamar mínimo previsto nos tipos penais, resultando a soma em 03 anos de
pena privativa de liberdade. 
Como advogado(a) de Ricardo, você deseja recorrer da sentença. Considerando apenas os
dados descritos na questão, indique o(s) argumento(s) que melhor atenda(m) aos interesses de
seu cliente. 
Gabarito comentado: 
A questão objetiva avaliar o conhecimento acerca dos princípios relativos ao conflito aparente de
normas. Há de se levar em consideração que problemáticas não narradas no enunciado não
podem ser objeto de exigência. Assim, nos termos da questão, levando em contaapenas os
dados fornecidos, o examinando somente fará jus à pontuação integral se desenvolver
argumentação lastreada no princípio da consunção (ou princípio da absorção). 
Deverá, igualmente, demonstrar conhecimento de que o crime descrito no art. 299 do CP
(falsidade ideológica) teria constituído meio para o cometimento do delito­fim (crime contra a
ordem tributária – art. 1º da Lei n. 8.137/90), de tal modo que a vinculação entre a falsidade
ideológica e o crime contra a ordem tributária permitiria reconhecer, em referido contexto, a
preponderância desse último. Consequentemente, Ricardo somente deveria responder pelo delito
previsto no art. 1º da Lei n. 8.137/90. 
Acerca desse ponto e com o intuito de privilegiar o desenvolvimento do raciocínio, não será
cobrado o inciso preciso do mencionado artigo da Lei n. 8.137/90. Todavia, pelo mesmo motivo,
eventual resposta que traga apenas a consequência (tipificação da conduta de Ricardo), de
maneira isolada e dissociada da correta argumentação e desenvolvimento, não poderá ser
pontuada. 
Por fim, teses contraditórias no desenvolvimento da aplicação do princípio da consunção
maculam a integralidade da questão. Todavia, com o fim de privilegiar a demonstração de
conhecimento correto, não serão descontados pontos pela alegação de teses subsidiárias, ainda
que inaplicáveis ao caso, desde que não configurem respostas contraditórias.
________________________________________
PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 2  
Enunciado: 
Larissa, senhora aposentada de 60 anos, estava na rodoviária de sua cidade quando foi
abordada por um jovem simpático e bem vestido. O jovem pediu­lhe que levasse para a cidade
de destino, uma caixa de medicamentos para um primo, que padecia de grave enfermidade.
Inocente, e seguindo seus preceitos religiosos, a Sra. Larissa atende ao rapaz: pega a caixa,
entra no ônibus e segue viagem. Chegando ao local da entrega, a senhora é abordada por
policiais que, ao abrirem a caixa de remédios, verificam a existência de 250 gramas de cocaína
em seu interior. Atualmente, Larissa está sendo processada pelo crime de tráfico de
entorpecente, previsto no art. 33 da lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006.  
Considerando a situação acima descrita e empregando os argumentos jurídicos apropriados e a
fundamentação legal pertinente, responda: qual a tese defensiva aplicável à Larissa? 
Gabarito comentado: 
A questão pretende buscar do examinando conhecimento acerca do instituto do erro de tipo
essencial, inclusive para diferenciá­lo das demais modalidades de erro. Assim, para garantir
pontuação, a resposta deverá trazer as seguintes informações: a tese defensiva aplicável é a de
que Larissa agiu em erro de tipo essencial incriminador, instituto descrito no art. 20 caput do CP,
pois desconhecia circunstância elementar descrita em tipo penal incriminador. Ausente o
elemento típico, qual seja, o fato de estar transportando drogas, faz com que, nos termos do
dispositivo legal, se exclua o dolo, mas permita­se a punição por crime culposo e, como o
dispositivo legal do art. 33 da Lei n. 11.343/06 não admite a modalidade culposa, o fato se
tornaria atípico. 
Ressalte­se que levando em conta que o Exame de Ordem busca o conhecimento técnico e
acadêmico dos examinandos, não serão pontuadas respostas que tragam teses contraditórias.
Assim, a resposta indicativa de qualquer outra espécie de erro (seja acidental, de tipo permissivo
ou de proibição) implica na impossibilidade de pontuação, estando, a questão, maculada em sua
integralidade. Entende­se por tese contraditória aquelas que elencam diversas modalidades de
erro, ainda que uma delas seja a correta. 
Também com o fim de privilegiar o raciocínio e a demonstração de conhecimento, a mera
indicação da consequência correta (atipicidade do fato), dissociada da argumentação pertinente e
identificação do instituto aplicável ao caso, não será passível de pontuação. Do mesmo modo,
não será pontuada a mera indicação do dispositivo legal, qual seja, o art. 20 caput do CP. 
________________________________________
PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 3 
Enunciado: 
Há muito tempo Maria encontra­se deprimida, nutrindo desejos de acabar com a própria vida.
João, sabedor dessa condição, e querendo a morte de Maria, resolve instigá­la a se matar.
Pondo seu plano em prática, João visita Maria todos os dias e, quando ela toca no assunto de
não tem mais razão para viver, que deseja se matar, pois a vida não faz mais sentido, João a
estimula e a encoraja a pular pela janela. 
Um belo dia, logo após ser instigada por João, Maria salta pela janela de seu apartamento e, por
pura sorte, sofre apenas alguns arranhões, não sofrendo qualquer ferimento grave.
Considerando apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada, aos seguintes
questionamentos: 
A) João cometeu algum crime? 
B) Caso Maria viesse a sofrer lesões corporais de natureza grave em decorrência da queda, a
condição jurídica de João seria alterada? 
Gabarito comentado: 
O examinando deve responder, no item ‘A’, que João não cometeu qualquer crime, pois o delito
descrito no art. 122 do CP, o qual prevê a conduta de instigação, auxílio ou induzimento ao
suicídio, não admite a forma tentada (art. 14, II do CP), sendo certo que tal delito somente se
consuma com a ocorrência de lesões corporais graves ou morte. Nesse sentido, como Maria teve
apenas alguns arranhões, não houve crime. 
Todavia, com o fim de privilegiar a demonstração de conhecimento doutrinário, será aceita como
resposta correta ao item ‘A’, a indicação de que haveria crime, mas que o fato não seria punível
por faltar condição objetiva de punibilidade. Nesse caso específico, o examinando deverá
demonstrar conhecimento sobre o conceito analítico de crime (fato típico, antijurídico e culpável),
indicando que a punibilidade não o integra. 
Ainda quanto ao item ‘A’, é indispensável a indicação do dispositivo em análise. Portanto,
afirmações vagas e genéricas não são passíveis de pontuação. 
Já no item ‘B’, o examinando deveria responder que ante a ocorrência de lesões corporais de
natureza grave em Maria, a condição jurídica de João seria alterada, passando ele a responder
pelo delito previsto no art. 122 do CP na modalidade consumada. 
Ressalte­se que levando em consideração a natureza do Exame de Ordem, não será atribuída
pontuação para respostas com teses contraditórias, ou mesmo sugestiva de delito na modalidade
tentada. Ademais, considera­se errada a resposta indicativa de configuração de concurso de
crimes ou a fundamentação isolada. 
Pelo mesmo motivo exposto no item ‘A’ (impossibilidade de consideração de afirmações vagas ou
genéricas), também não é passível de pontuação a resposta, no item ‘B’, que não indique, de
maneira expressa, o artigo legal a que se refere a questão. Desse modo, a mera referência à
pena de reclusão de 1 a 3 anos, ou seja, a mera indicação do preceito secundário do tipo,
dissociada da tipificação da conduta, também não é pontuada. 
Por fim, também não será pontuada a simples transcrição do artigo, dissociada da demonstração
de conhecimento doutrinário.
________________________________________
PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 4  
Enunciado: 
Maurício, jovem de classe alta, rebelde e sem escrúpulos, começa a namorar Joana, menina de
boa família, de classe menos favorecida e moradora de área de risco em uma das maiores
comunidades do Brasil. No dia do aniversário de 18 anos de Joana, Maurício resolve convidá­la
para jantar num dos restaurantes mais caros da cidade e, posteriormente, leva­a para conhecer a
suíte presidencial de um hotel considerado um dos mais luxuosos do mundo, onde passa a noite
com ela. Na manhã seguinte, Maurício e Joana resolvem permanecer por mais dois dias. Ao final
da estada, Mauricio contabiliza os gastos daqueles dias de prodigalidade, apurando o total de R$
18.000,00 (dezoito mil reais). Todos os pagamentos foram realizados em espécie, haja vista que,
na noite anterior, Maurício havia trocado com sua mãe um cheque de R$20.000,00 (vintemil
reais) por dinheiro em espécie, cheque que Maurício sabia, de antemão, não possuir fundos.
Considerando apenas os fatos descritos, responda, de forma justificada, os questionamentos a
seguir.  
A) Maurício e Joana cometeram algum crime? Justifique sua resposta e, caso seja positiva,
tipifique as condutas atribuídas a cada um dos personagens, desenvolvendo a tese de defesa. 
B) Caso Maurício tivesse invadido a casa de sua mãe com uma pistola de brinquedo e a
ameaçado, a fim de conseguir a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sua situação jurídica
seria diferente? Justifique. 
Gabarito comentado: 
Para garantir pontuação, o examinando deveria, no item ‘A’, deixar expresso que Joana não
cometeu qualquer crime porque não houve sequer conduta de sua parte. Cabe ressaltar que
somente será aceita, como fundamento para essa hipótese, a ausência de conduta, levando em
consideração o conhecimento teórico exigido no Exame de Ordem. 
Assim, descabe analisar a existência de elemento subjetivo (dolo ou culpa), ilicitude ou
culpabilidade, pois tais somente seriam apreciados quando houvesse conduta.
Consequentemente, a resposta que trouxer apenas tal análise (sem mencionar a conduta) não
será pontuada no item respectivo. 
Ainda no tocante ao item ‘A’, o examinando deverá indicar que Maurício, diferentemente de
Joana, cometeu crime, qual seja, estelionato (OU que teria praticado a conduta descrita no art.
171 caput do CP), mas que poderia alegar em sua defesa a escusa absolutória prevista no art.
181, II do CP.  
Sobre esse ponto, não será passível de pontuação a mera indicação do dispositivo legal,
dissociada da argumentação exigida. 
De igual modo, não será pontuada nenhuma outra modalidade de estelionato senão aquela
descrita no caput do art. 171 do CP. Ressalte­se que dados não descritos no enunciado não
podem ser presumidos pelos examinandos. 
Também não será passível de pontuação a indicação genérica do art. 181 do CP, sem a
especificação do inciso adequado ou de argumentação pertinente ao inciso.
Ademais, aplicação da escusa absolutória não conduz à atipicidade da conduta. A conduta
continua típica, ilícita e culpável, havendo apenas opção legislativa pela não imposição de sanção
de natureza penal, embora a sentença possa produzir efeitos civis. 
Em relação ao item ‘B’, a atribuição de pontos estaria condicionada à expressa argumentação no
sentido de que a condição jurídica de Maurício seria alterada na medida em que a isenção de
pena prevista no Código Penal não se aplica aos crimes de roubo (OU à prática da conduta
descrita no art. 157 caput do CP), nos termos do art.183, I do CP. Portanto, Maurício seria
processado e apenado pelo crime cometido. 
Cumpre salientar que a mera indicação de artigo legal, dissociada da correta argumentação (em
qualquer um dos itens), não pode ser pontuada. De igual modo, a mera indicação, no item ‘B’, de
que não haveria isenção de pena (ou de que não se aplicaria o art. 181, II do CP por força do
disposto no artigo 183, I, do CP), sem a correta tipificação da conduta, não é passível de
pontuação. 
Além disso, levando em conta que o delito de roubo não se confunde com a extorsão, não será
admitida fungibilidade entre as condutas de forma a se considerar qualquer das duas como a
prática empreendida por Maurício. 
Por fim, não poderá ser considerada correta a resposta que imponha a causa de aumento de
pena prevista no parágrafo segundo, inciso I, do artigo 157 do CP. Isso porque a controvérsia
acerca da incidência da referida causa de aumento quanto ao uso de arma de brinquedo foi
suficientemente solucionada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, que, em 2001, cancelou o
verbete sumular n. 174, no julgamento do RESP 213.054­SP. 
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ÁREA: DIREITO ADMINISTRATIVO  
PADRÃO DE RESPOSTA ­ PEÇA PROFISSIONAL  
Enunciado 
O Município Y, representado pelo Prefeito João da Silva, celebrou contrato administrativo com a
empresa W – cujo sócio majoritário vem a ser Antonio Precioso, filho da companheira do Prefeito
–, tendo por objeto o fornecimento de material escolar para toda a rede pública municipal de
ensino, pelo prazo de sessenta meses. O contrato foi celebrado sem a realização de prévio
procedimento licitatório e apresentou valor de cinco milhões de reais anuais. 
José Rico, cidadão consciente e eleitor no Município Y, inconformado com a contratação que
favorece o filho da companheira do Prefeito, o procura para, na qualidade de advogado(a),
identificar e minutar a medida judicial que, em nome dele, pode ser proposta para questionar o
contrato administrativo. 
A medida judicial deve conter a argumentação jurídica apropriada e o desenvolvimento dos
fundamentos legais da matéria versada no problema, abordando, necessariamente: 
(i) competência do órgão julgador; 
(ii) a natureza da pretensão deduzida por José Rico; e 
(iii) os fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso. 
Gabarito comentado 
A medida judicial a ser proposta em nome de José Rico é a ação popular, com fundamento no
artigo 5º, inciso LXXIII, da CRFB e regulamentação infraconstitucional na Lei n. 4.717/65. A
pretensão do autor popular será a obtenção de provimento jurisdicional que anule o contrato
administrativo em questão, devendo ser deduzidos, pelo menos, quatro fundamentos jurídicos
para tanto: 
(i) Ausência de processo licitatório para aquisição do material escolar, caracterizando ofensa ao
art. 37, XXI da CRFB/88 e ao art. 2 da Lei n. 8666/93; 
(ii) violação ao princípio da impessoalidade, visto que a Administração não pode atuar com
vistasbeneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que
nortear o seu comportamento; 
(iii) violação ao princípio da moralidade ou probidade administrativa visto que a contratação
direta, fora das hipóteses de dispensa, de empresa do enteado do prefeito implica violação aos
padrõees éticos que devem pautar a atuação do administrador; 
(iv) violação à norma do artigo 57 da Lei n. 8.666/93, que estabelece que a vigência dos
contratos administrativos é adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários. 
Além da pretensão anulatória, também deverá o autor popular deduzir pretensão condenatória,
visando ao ressarcimento dos danos causados ao erário em razão da contratação direta (artigo
11 da Lei n. 4.717/65).  
O autor popular deverá, em sua petição inicial, demonstrar a lesividade da contratação à
moralidade administrativa e ao patrimônio público. 
Ë importante ressaltar que, por se tratar de prova discursiva, se exigirá do examinando o
desenvolvimento do tema apresentado. Desse modo, além de resposta conclusiva acerca do
arguido, a mera menção a artigo não é pontuada, nem a mera resposta negativa
desacompanhada do fundamento correto.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 1  
Enunciado: 
O Estado X ajuizou ação de reintegração de posse em face de Caio, servidor público que, na
qualidade de vigia de uma escola pública estadual, reside em uma pequena casa nos fundos do
referido imóvel público e, embora devidamente notificado para desocupar o bem, recusou­se a
fazê­lo. 
Em sua defesa, Caio alega (i) que reside no imóvel com a anuência verbal do Poder Público e(ii)
que a sua boa­fé, associada ao decurso de mais de quinze anos de ocupação do bem sem
qualquer oposição, lhe asseguram a usucapião do imóvel. 
Considerando a situação hipotética apresentada, analise os dois fundamentos deduzidos por
Caio em sua defesa, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal
pertinente ao caso. 
Gabarito comentado: 
A anuência verbal do Poder Público em relação à ocupação do imóvel não repercute sobre a
esfera jurídica do Poder Público, uma vez que os contratos verbais com a Administração Pública
são nulos e sem nenhum efeito, nos termos do artigo 60, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93. 
Em relação ao segundo argumento, um dos atributos dos bens públicos, qual seja, a sua
imprescritibilidade, de modo que os benspúblicos não se sujeitam à prescrição aquisitiva de
direitos. Assim, a pretensão de usucapião de um bem público deve ser rejeitada, conforme
previsto nos artigos 183, §3º (propriedade urbana) e 191, parágrafo único (propriedade rural),
ambos da CRFB. 
Ë importante ressaltar que, por se tratar de prova discursiva, será exigido do examinando o
desenvolvimento do tema apresentado. Desse modo, além de resposta conclusiva acerca do
arguido, a mera menção a artigo não é pontuada, nem a mera resposta negativa
desacompanhada do fundamento correto.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 2  
Enunciado: 
A Secretaria estadual de Esportes do Estado ABC realiza certame licitatório para a seleção de
prestadora de serviço de limpeza predial na sua sede. A vencedora do processo licitatório foi a
empresa XYZ. Decorridos 10 (dez) meses, diante do que a Secretaria reputou como infrações por
parte da empresa, foi instaurada comissão de instrução e julgamento composta por três
servidores de carreira e, após processo administrativo, em que foram garantidos o contraditório e
a ampla defesa, a empresa XYZ foi punida pela Comissão com a declaração de inidoneidade
para contratar com a Administração Pública. 
A empresa, então, ajuizou ação ordinária por meio da qual pretende anular o ato administrativo
que aplicou aquela sanção, arguindo a ausência de tipificação da conduta como ato infracional, a
não observância da aplicação de uma penalidade mais leve antes de umamais grave e a não
observância de todas as formalidades legais para a incidência da punição. 
Considerando o fato apresentado acima, responda, de forma justificada, aos itens a seguir.  
A) É possível a anulação do ato administrativo que aplicou a penalidade, tendo em vista a não
observância da aplicação de uma penalidade mais leve antes de uma mais grave? 
B) É possível ao Judiciário anular o ato administrativo por algum dos fundamentos apontados
pela empresa? Em caso afirmativo, indique­o. 
Gabarito comentado: 
A) Não, tendo em vista que, como não há uma gradação/ordem legal de penalidades, elas podem
ser aplicadas discricionariamente pela Administração Pública, sem a necessidade de aplicação de
uma penalidade mais leve antes da mais grave, porém a sanção administrativa deve ser sempre
correlacionada/adequada à gravidade da infração cometida no caso concreto. 
B) Sim, em razão da não observância no caso concreto de todas as formalidades legais para a
incidência da punição, uma vez que a penalidade aplicada (declaração de inidoneidade) é de
competência exclusiva do secretário estadual de esportes (art. 87, § 3º, da Lei n. 8.666/93). 
Ë importante ressaltar que, por se tratar de prova discursiva, será exigido do examinando o
desenvolvimento do tema apresentado. Desse modo, além de resposta conclusiva acerca do
arguido, a mera menção a artigo não é pontuada, nem a mera resposta negativa
desacompanhada do fundamento correto.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 3  
Enunciado: 
O Governador do Estado X, após a aprovação da Assembleia Legislativa, nomeou o renomado
cardiologista João das Neves, ex­presidente do Conselho Federal de Medicina e seu amigo de
longa data, para uma das diretorias da Agência Reguladora de Transportes Públicos Concedidos
de seu Estado. Ocorre que, alguns meses depois da nomeação, João das Neves e o Governador
tiveram um grave desentendimento acerca da conveniência e oportunidade da edição de
determinada norma expedida pela agência. Alegando a total perda de confiança no dirigente
João das Neves e, após o aval da Assembleia Legislativa, o governador exonerou­odo referido
cargo. 
Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos
jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) À luz do Poder Discricionário e do regime jurídico aplicável às Agências Reguladoras, foi
juridicamente correta a nomeação de João das Neves para ocupar o referido cargo? 
B) Foi correta a decisão do governador em exonerar João das Neves, com aval da Assembleia
Legislativa, em razão da quebra de confiança? 
Gabarito comentado: 
A) Como sabido, discricionariedade é a margem de liberdade que a lei confere ao administrador
para integrar a vontade da lei nos casos concretos conforme parâmetros/critérios de
conveniência e oportunidade. 
Assim, desde que observados alguns parâmetros, a escolha do dirigente é ato discricionário do
chefe do Poder Executivo. Isto porque, como sabido, discricionariedade não se confunde com
arbitrariedade. 
Desse modo, ainda que discricionária a escolha deve atentar para o caráter técnico do cargo a
ser ocupado, vez que as Agências reguladoras se caracterizam por um alto grau de
especialização técnica no setor regulado, que, obviamente, para o seu correto exercício, exige
uma formação especial dos ocupantes de seus cargos. 
Por essas razões, afigura­se bastante claro que, no caso proposto, a escolha do governador vai
de encontro aos critérios previstos para a escolha dos dirigentes, visto que a nomeação de um
cardiologista, ainda que renomado, para exercer o cargo de diretor de uma agência reguladora
de transportes públicos concedidos, não obedece à exigência de que o nomeado tenha alto grau
de especialização técnica no setor regulado , inerente ao regime jurídico especial das agências. 
Inclusive, nesse sentido, dispõe o art. 5º da Lei n. 9986/2000: 
O Presidente ou o Diretor Geral ou Diretor­Presidente (CD I) e os demais membros do Conselho
Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e
elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados,
devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo
Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal. 
Sendo assim, não foi correta a nomeação de João das Neves. 
B) Como sabido, é uma características das agências reguladoras, a estabilidade reforçada dos
dirigentes. Trata­se de estabilidade diferenciada, caracterizada pelo exercício de mandato a
termo, na qual se afigura impossível a exoneração ad nutum que, em regra, costuma ser inerente
aos cargos em comissão. Desse modo, os diretores, na forma da legislação em vigor, só
perderão os seus cargos por meio de renúncia, sentença transitada em julgado por meio de
processo administrativo, observados a ampla defesa e o contraditório. 
No mesmo sentido, dispõe expressamente o art. 9º, da Lei n. 9986/2000: 
Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de
condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.  
Por essas razões, João das Neves não poderia ter sido exonerado pelo governador. 
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 4  
Enunciado: 
Recentemente, 3 (três) entidades privadas sem fins lucrativos do Município ABCD, que atuam na
defesa, preservação e conservação do meio­ambiente, foram qualificadas pelo Ministério da
Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Buscando obter ajuda
financeira do Poder Público para financiar parte de seus projetos, as 3 (três) entidades
apresentaram requerimento à autoridade competente, expressando seu desejo de firmar um
termo de parceria. 
Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos
jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) O poder público deverá realizar procedimento licitatório (Lei n. 8666/93) para definir com qual
entidade privada irá formalizar termo de parceria? 
B) Após a celebração do termo de parceria, caso a entidade privada necessite contratar pessoal
para a execução de seus projetos, faz­se necessária a realização de concurso público?  
Gabarito comentado: 
A) Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) é a qualificação jurídica
conferida pelo PoderPúblico, por ato administrativo, às pessoas privadas sem fins lucrativos e
que desempenham determinadas atividades de caráter social, atividades estas que, por serem de
relevante interesse social, são fomentadas pelo Estado. A partir de tal qualificação, tais entidades
ficam aptas a formalizar “termos de parceria” com o Poder Público, que permitirá o repasse de
recursos orçamentários para auxiliá­las na consecução de suas atividades sociais. 
As OSCIPs integram o que a doutrina chama de “Terceiro Setor”, isto é, uma nova forma de
organização da Administração Pública por meio da formalização de parcerias com a iniciativa
privada para o exercício de atividades de relevância social. Sendo assim, como as ideias de
“mútua colaboração” e a ausência de “contraposição de interesses” são inerentes a tais ajustes, o
“termo de parceria” tem sido considerado pela doutrina e pela jurisprudência como espécies de
convênios e não como contratos, tendo em vista a comunhão de interesses do Poder Público e
das entidades privadas na consecução de tais atividades. 
Contudo, apesar de desnecessária a licitação formal nos termos da Lei n. 8666/93, não se pode
olvidar que deverá a administração observar os princípios do art. 37 da CRFB/88 na escolha da
entidade além de, atualmente, vir prevalecendo o entendimento da doutrina, da jurisprudência e
dos Tribunais de Contas no sentido de que, ainda que não se deva realizar licitação nos moldes
da Lei n. 8.666/93, deverá ser realizado procedimento licitatório simplificado a fim de garantir a
observância dos princípios da Administração Pública, como forma de restringir a subjetividade na
escolha da OSCIP a formalizar o “termo de parceria”. 
B) Não. Por não integrarem a Administração Pública, as OSCIP’s não se submetem às regras de
concurso público, nos termos do art. 37, II, da CRFB. 
Ë importante ressaltar que, por se tratar de prova discursiva, será exigido do examinando o
desenvolvimento do tema apresentado. Desse modo, além de resposta conclusiva acerca do
arguido, a mera menção a artigo não é pontuada, nem a mera resposta negativa
desacompanhada do fundamento correto.
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ÁREA: DIREITO CIVIL 
PADRÃO DE RESPOSTA ­ PEÇA PROFISSIONAL 
Enunciado: 
Sergio, domiciliado em Volta Redonda/RJ, foi comunicado pela empresa de telefonia ALFA, com
sede em São Paulo/SP, que sua fatura, vencida no mês de julho de 2011, constava em aberto e,
caso não pagasse o valor correspondente, no total de R$749,00, no prazo de 15 dias após o
recebimento da comunicação, seu nome seria lançado nos cadastros dos órgãos de proteção ao
crédito. 
Consultando a documentação pertinente ao serviço utilizado, encontrou o comprovante de
pagamento da fatura supostamente em aberto, enviando­o via fax para a empresa ALFA a fim de
dirimir o problema. 
Sucede, entretanto, que, ao tentar concretizar a compra de um veículo mediante financiamento
alguns dias depois, viu frustrado o negócio, ante a informação de que o crédito lhe fora negado,
uma vez que seu nome estava inscrito nos cadastros de maus pagadores pela empresa ALFA,
em virtude de débito vencido em julho de 2011, no valor de R$749,00. Constrangido, Sérgio
deixou a concessionária e dirigiu­se a um escritório de advocacia a fim de que fosse proposta a
ação cabível. 
Elabore a peça processual adequada ao caso comentado. 
Gabarito comentado: 
A peça cabível consiste em uma Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Obrigação de
Fazer e Indenização por Danos Morais. Poderá ser proposta no foro do domicílio do consumidor
ou do fornecedor (art. 101, I, CDC e art. 94, CPC). Sergio deve figurar no pólo ativo e a pessoa
jurídica ALFA deve figurar no pólo passivo, sendo ambos qualificados, atendendo ao disposto no
art. 282, do CPC. 
Ao explicitar os fatos, deve o candidato destacar a existência de relação jurídica material entre as
partes, referente ao serviço de telefonia, caracterizando­se como relação de consumo, nos
termos da Lei n. 8.078/90. Apontar que houve uma falha na segurança do serviço prestado pela
empresa ALFA, evidenciando o fato do serviço (art. 14, CDC), vez que lhe fora cobrada dívida já
paga e indevidamente lançado seu nome nos cadastros de inadimplentes. Salientar que as
consequências da falha foram danosas, atingindo sua honra, reputação e bom nome, causando­
lhe constrangimento que caracteriza o dano moral, o qual deve ser indenizado, nos termos do art.
6º, VI, da Lei n. 8.078/90. Deverá formular pedido de antecipação de tutela para que seja inaudita
altera pars retirado seu nome dos cadastros de maus pagadores. 
Ao final, deverá formular os pedidos sucessivos de declaração de inexistência de débito, exclusão
de seu nome dos cadastros de inadimplentes e indenização por danos morais, além de custas e
honorários de advogado.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 1  
Enunciado: 
Marco Antônio, solteiro, maior e capaz, resolve lavrar testamento público, a fim de dispor sobre
seus bens. Tendo em vista que os seus únicos herdeiros são os seus dois filhos maiores e
capazes, Júlio e Joel, ambos solteiros e sem filhos, e considerando­se que o patrimônio de Marco
Antônio corresponde a dois imóveis de igual valor, dois automóveis de igual valor e R$
100.000,00 em depósito bancário, ele assim dispõe sobre os seus bens no testamento: deixa
para Júlio um imóvel, um automóvel e metade do montante depositado na conta bancária e, de
igual sorte, deixa para Joel um imóvel, um automóvel e metade do montante depositado na conta
bancária. 
Logo após ter ciência da lavratura do testamento público por seu pai, Júlio decide imediatamente
lavrar escritura pública por meio da qual renuncia expressamente apenas ao automóvel,
aceitando receber o imóvel, bem como metade do montante depositado em conta bancária. Para
tanto, afirma Júlio que há diversas multas por infrações de trânsito e dívidas de impostos em
relação ao automóvel, razão pela qual não lhe interessa herdar esse bem. Tomando
conhecimento da lavratura da escritura pública de renúncia por Júlio, Marco Antônio e Joel
decidem consultar um advogado. 
Na condição de advogado (a) consultado(a) por Marco Antônio e Joel, responda aos itens a
seguir, utilizando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao
caso. 
A) Poderia Júlio renunciar à herança no momento por ele escolhido? 
B) Independentemente da resposta dada ao item anterior, poderia Júlio renunciar exclusivamente
ao automóvel, recebendo os demais bens? 
Gabarito comentado: 
A) É vedado dispor sobre herança de pessoa viva, na forma do artigo 426, CC/02. 
B) De acordo com o artigo 1808, CC/02, é vedada a renúncia parcial. A renúncia é indivisível,
razão pela qual somente é autorizado ao herdeiro renunciar todo o quinhão a que teria direito.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 2 
Enunciado 
Cristiano e Daniele, menores impúberes, com 14 (catorze) e 10 (dez) anos de idade,
respectivamente, representados por sua genitora, celebraram acordo em ação de alimentos
proposta em face de seu pai, Miguel, ficando pactuado que este pagaria alimentos no valor
mensal correspondente a 30% (trinta por cento) do salário mínimo, sendo metade para cada um.
Sucede, entretanto, que Miguel, durante os dois primeiros anos, deixou de adimplir,
injustificadamente, com a obrigação assumida, passando a pagar a quantia celebrada em acordo,
a partir de então. Transcorridos 03 (três) anos da sentença que homologou o acordo na ação de
alimentos, Cristiano e Daniele ajuizaram ação de execução, cobrando o débito pendente,
requerendo a prisão civil do devedor.  
Diante disso, responda fundamentadamente às seguintes indagações: 
A) Subsiste o dever jurídico de Miguel de pagar o débito relativo aos últimos 03 (três) anos de
inadimplência quanto aos alimentos devidos a seus filhos? 
B) No caso em tela, é cabível a prisão civil de Miguel? 
Gabarito comentado 
A) Embora o art. 206, §2º, do Código Civil estabeleça que prescreve em2 anos a pretensão para
haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem, há no caso analisado uma
causa impeditiva da prescrição, concernente à incapacidade absoluta dos menores, conforme
dispõe o artigo 198, I, do Código Civil. 
B) O rito da constrição pessoal somente se admite em relação às três prestações anteriores ao
ajuizamento da ação e as que se vencerem no curso do processo (Súmula 309 do Superior
Tribunal de Justiça) 
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 3  
Enunciado: 
Rodrigo, casado pelo regime da comunhão parcial com Liandra, garante à Indústria Bandeirantes
S/A satisfazer obrigação assumida por seu amigo João. De posse do contrato de confissão de
dívida, também assinado por duas testemunhas, a Bandeirantes S/A cedeu o contrato ao
estudante Marcos, com anuência de João e Rodrigo. Decorrido o prazo contratual para
pagamento da quantia de R$5.000,00, configurada a inadimplência, Marcos ajuizou demanda
executiva em face de Rodrigo e João, junto à Vara do Juizado Especial Cível de Colatina/ES, local
de cumprimento da obrigação. 
De acordo com os elementos do enunciado: 
A) Aponte qual a relação contratual acessória existente entre Rodrigo e João? A relação
acessória pode ser objeto de questionamento? Fundamente. 
B) Fazendo uma análise processual dos elementos do enunciado, a demanda ajuizada reúne
condições de procedibilidade? 
Gabarito comentado: 
A) Entre Rodrigo e João, há contrato de fiança, conforme Art. 818, do CC(Pelo contrato de fiança,
uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a
cumpra). 
Rodrigo é casado com Liandra pelo regime da comunhão parcial, exigindo­se para a validade da
fiança a outorga uxória do cônjuge (Art. 1.647, CC. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum
dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: [...] III ­
prestar fiança ou aval;). Não havendo anuência de Liandra à fiança, esta poderá questionar a
obrigação acessória assumida por Rodrigo, na forma do Art. 1.642, do CC (Qualquer que seja o
regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: [...] IV ­ demandar a rescisão
dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com
infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;). 
B) Embora doutrinariamente possível, a cessão contratual firmada por Indústria Bandeirantes S/A
em favor de Marcos, inclusive contando com a anuência do devedor João e seu fiador Rodrigo; a
demanda ajuizada por Marcos perante Vara de Juizado Especial Cível, portanto, regida pela Lei
n. 9.099/95, não reúne condições de procedibilidade. Como se vê do Art. 8º, § 1º, I, da Lei n.
9.099/95 (§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial: I ­ as
pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas;), é vedado
aos cessionários de pessoas jurídicas não admitidas a figurar como parte autora nos juizados
especiais. Na situação­problema proposta, figurou como cedente pessoa jurídica ‘Sociedade
Anônima’ que não é admitida a figurar como autora nos Juizados Especiais Cíveis.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 4  
Enunciado 
Carlos, arquiteto famoso e extremamente talentoso, assina um contrato de prestação de serviços
com Marcelo, comprometendo­se a elaborar e executar um projeto de obra de arquitetura no
prazo de 06 (seis) meses. Destaque­se, ainda, que Marcelo procurou os serviços de Carlos em
virtude do respeito e da reputação que este possui em seu ramo de atividade. Entretanto,
passado o prazo estipulado e, após tentativas frustradas de contato, Carlos não realiza o serviço
contratado, não restando alternativa para Marcelo a não ser a propositura de uma ação judicial. 
Diante do caso concreto, responda fundamentadamente: 
A) Tendo em vista tratar­se de obrigação de fazer infungível (personalíssima), de que maneira a
questão poderá ser solucionada pelo Poder Judiciário? 
B) Considere que em uma das cláusulas contratuais estipuladas, Carlos e Marcelo, em vez de
adotarem o prazo legal previsto no Código Civil, estipulam um prazo contratual de prescrição de
10 anos para postular eventuais danos causados. Isso é possível? 
Gabarito comentado 
A) Existem duas opções: a tutela específica da obrigação (que deverá ser cumprida pelo devedor,
visto se tratar de obrigação infungível), sendo possível a fixação de astreintes ou a resolução em
perdas e danos, se assim o autor requerer ou se for impossível a obtenção da tutela específica,
nos termos do artigo 461 do CPC ou artigos 247 ou 248 do CC. 
B) A justificativa da prescrição é a segurança jurídica. O que se quer é evitar que um conflito de
interesses permaneça em aberto por prazo indeterminado. Então, todo conflito de interesses
caracterizado pela violação de um direito prescreve. E quem determina o prazo de prescrição
será sempre a Lei, consoante artigo 192 do Código Civil.
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ÁREA: DIREITO CONSTITUCIONAL  
PADRÃO DE RESPOSTA ­ PEÇA PROFISSIONAL  
Enunciado: 
O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade dos estacionamentos privados
vinculados a estabelecimentos comerciais, como supermercados, hipermercados, shopping
centers, determinando multas pelo descumprimento, estabelecendo gradação nas punições
administrativas e delegando ao PROCON local a responsabilidade pela fiscalização dos
estabelecimentos relacionados no instrumento normativo. Tício, contratado como advogado
Junior da Confederação Nacional do Comércio, é consultado sobre a possibilidade de
ajuizamento de medida judicial, apresentando seu parecer positivo quanto à matéria, pois a
referida lei afrontaria a CRFB. Em seguida, diante desse pronunciamento, a Diretoria autoriza a
propositura da ação judicial constante do parecer.  
Na qualidade de advogado elabore a peça cabível, observando: 
a) competência do Juízo; 
b) legitimidade ativa e passiva; 
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; 
d) requisitos formais da peça; 
e) tutela de urgência. 
Gabarito comentado: 
A ação referida no parecer, consoante jurisprudência assente, é a Ação Direta de
Inconstitucionalidade. 
O autor será a Confederação Nacional do Comércio, legitimada pela norma do art. 103, IX, da
CRFB, que deve comprovar a pertinência temática que está caracterizada nesse caso. 
Serão interessados o Governador do Estado e a Assembleia Legislativa estadual. 
A competência será do Supremo Tribunal Federal.  
O fundamento constitucional assente nesse caso é a violação da competência legislativa para o
Direito Civil privativa da União Federal, pelo Congresso Nacional (CRFB, art. 22, I), pois ocorre
violação ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII). 
Há necessidade de medida liminar vez que estão preenchidos os pressupostos legais. 
Os requisitos formais da peça são os previstos no art. 282, do CPC, ressaltando o requerimento
de intervenção do Ministério Público e da Advocacia Geral da União. 
O fundamento legal para a cautela é o art. 10 da Lei n. 9868/99.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 1  
Enunciado: 
No mês de março, um projeto de emenda constitucional foi rejeitado logo no primeiro turno de
votação, realizado na Câmara dos Deputados. Em agosto do mesmo ano, esse projeto de
emenda foi novamente posto em votação na Câmara dos 
Deputados. Na sequência, determinado Deputado Federal, contrário ao projeto de emenda e
decidido a impedir sua tramitação, afirmou que iria acessar o Poder Judiciário. 
Discorra sobre a possibilidade de o Poder Judiciário exercer controle sobre a tramitação da
emenda, bem como sobre a possível medida cabível no caso em tela. 
Gabarito comentado: 
Há possibilidade de o Poder Judiciário controlar a constitucionalidade do processo legislativo do
projeto de emenda constitucional. No caso em tela o controle mostra­se viável em função da
violação da limitação procedimentalconstante no art. 60, parágrafo 5º da CRFB. 
A única medida cabível ao caso é a impetração do mandado de segurança perante o Supremo
Tribunal Federal. 
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 2  
Enunciado: 
Erasmo, cidadão residente e eleitor do Estado “A”, viveu sua infância no Estado “B”, pelo qual
possui grande apreço. Por entender que certo Deputado Federal, no exercício de sua função, e
no âmbito territorial do Estado “B”, praticou ato lesivo ao patrimônio público do ente ao qual está
vinculado, Erasmo propôs ação popular em vara federal da seção judiciária de “B”. O Deputado
Federal, em sua contestação, alega a incompetência do juízo de 1º grau, com o fundamento de
que possui foro privilegiado, e a ilegitimidade ativa de Erasmo. 
Responda aos questionamentos a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e
apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) Qual o órgão competente para conhecer a ação popular ajuizada em face do Deputado
Federal? 
B) Segundo a jurisprudência dos tribunais superiores, Erasmo teria legitimidade ativa para ajuizar
a ação popular na seção judiciária de “Z”? 
Gabarito comentado: 
A) A ação foi proposta no órgão competente, ou seja, em órgão de 1º grau da Justiça Federal,
em virtude do disposto no art. 5º da Lei n. 4.717/65 e no art. 102 da Constituição da República
(CRFB). O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu reiteradamente que o rol de competências
originárias fixadas na CR (art. 102) é taxativo, e que a prerrogativa de foro, unicamente invocável
em procedimentos de caráter penal, não se estende às causas de natureza civil (ex: Pet 3152
AgR/PA e 1738 AgR/MG). Logo, não são de sua competência originária as ações populares,
ainda que o réu seja autoridade que tenha foro por prerrogativa de função no STF.  
B) A resposta deve ser positiva. Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), –
vide REsp 1242800/MS (julgamento em 14/06/2011) – o fato de o cidadão ser eleitor em
Município diverso daquele onde ocorreram as irregularidades não o 
impede de ajuizar ação popular, o que poderá ser feito em qualquer seção judiciária (“A”, “B”, “D”,
”Z”). Afinal, a legitimidade ativa da ação é deferida ao cidadão. A condição de eleitor configura
meio de prova documental da cidadania.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 3  
Enunciado: 
Em determinado Estado da federação, vieram a público, denúncias de irregularidades praticadas
em obra pública, com graves indícios de desvio de dinheiro do Erário. Tício, deputado estadual,
pretende instalar Comissão Parlamentar de Inquérito para apuração das denúncias, com base
em previsão constante da Constituição estadual. 
Considerando a situação acima descrita, responda aos questionamentos a seguir, empregando
os argumentos jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) É possível que a Constituição Estadual preveja a criação da Comissão Parlamentar de
Inquérito no plano estadual? 
B) É possível o ajuizamento de ação em que se questione a constitucionalidade de norma de
Constituição Estadual perante a Constituição da República, de modo a invalidar aquela? O
Governador do Estado tem legitimidade para fazê­lo? 
Gabarito comentado: 
A) Há possibilidade de previsão da CPI na Constituição Estadual, fundamentando a resposta na
autonomia do Estado. Ou seja, ao conferir poder de auto­organização aos estados da Federação
(art. 18, CRFB), permitiu que editassem constituições prevendo formas de investigação, como a
CPI (STF, ACO 730­RJ), observado o princípio da simetria.  
B) O Governador tem legitimidade para propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade,
devendo demonstrar pertinência temática. Além disso, deve ser tratada a possibilidade de
questionar a constitucionalidade da norma da Constituição Estadual perante a Constituição
Federal, conforme reiterada jurisprudência do STF. 
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 4  
Enunciado: 
Renata, servidora pública estadual, ingressou no serviço público antes da edição da Constituição
da República de 1988, e é regida pela Lei X, estatuto dos servidores públicos do Estado­membro.
Sobre a situação funcional de Renata, responda justificadamente: 
A) O que ocorrerá com a Lei X caso ela não tenha sido editada conforme os trâmites do processo
legislativo previstos pela atual Constituição?
B) É possível que Renata questione, em ação individual, por meio de controle difuso, a
inconstitucionalidade formal da Lei X perante a constituição revogada? 
C) Tendo em vista que Renata já estava inserida em um regime jurídico, é possível afirmar que a
mesma tem direito adquirido a não ser atingida pela Constituição de 1988 no que tange à sua
situação funcional?
Gabarito comentado: 
A) Renata continuará sendo regida pela lei X, que não é formalmente inconstitucional. Ademais,
quando nova constituição é editada, somente são consideradas não recepcionadas as normas
que contenham incompatibilidade material com a mesma. Ou seja, a incompatibilidade analisada
é a de conteúdo e não de forma, que é regida pelo princípio do tempus regit actum. 
B) É possível que se questione perante qualquer órgão jurisdicional, em um caso concreto,
incidentalmente, a invalidade formal de ato legislativo que foi editado em desacordo com os
requisitos exigidos para a sua formação, ato que é inválido ab initio. 
C) Não é possível a oposição do direito adquirido em face de uma nova Constituição. A
Constituição é o fundamento de validade de toda ordem jurídica. Nesse sentido, todas as normas
(como é o caso da Lei X da questão) existentes no regime constitucional anterior, no que são
materialmente incompatíveis com a nova Constituição, ficam revogadas, salvo disposição
expressa da Constituição nova. Além disso, há reiterada jurisprudência do STF no sentido de
inexistir direito adquirido a regime jurídico.
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ÁREA: DIREITO EMPRESARIAL  
PADRÃO DE RESPOSTA ­ PEÇA PROFISSIONAL  
Enunciado: 
Mate Gelado Refrescos Ltda. celebrou contrato de compra e venda com Águas Minerais da Serra
S.A., pelo qual esta deveria fornecer 100 (cem) litros d’água por dia àquela, no período de 10 de
dezembro de 2009 e 10 de abril de 2010. O contrato contém cláusula compromissória para a
solução de eventuais conflitos decorrentes do contrato. As partes contratantes possuem sede no
município de Maragogi, Alagoas. 
No entanto, no dia 4 de dezembro de 2009, Águas Minerais da Serra S.A. resiliu o contrato de
compra e venda. Com isso, Mate Gelado Refrescos Ltda. foi obrigada a firmar novo contrato para
aquisição de água mineral, às pressas, com Águas Fonte da Saudade Ltda., única sociedade
empresária do ramo disponível naquele momento. 
Todavia, como a capacidade de produção de Águas Fonte da Saudade Ltda. é muito inferior à de
Águas Minerais da Serra S. A., a produção de Mate Gelado Refrescos Ltda. ficou prejudicada e
não foi possível atender à demanda dos consumidores pela bebida. 
Instaurado o procedimento arbitral, Águas Minerais da Serra S.A., ao final, foi condenada a pagar
a Mate Gelado Refrescos Ltda. o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) pelas perdas e
danos decorrentes do rompimento unilateral do contrato e falta de fornecimento do produto,
tendo sido fixado na sentença arbitral o dia 25.02.2012 como termo final para o pagamento
voluntário. 
Contudo, Águas Minerais da Serra S.A. recusou­se a cumprir voluntariamente a decisão, embora
houvesse lucrado R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) no 4º trimestre de 2011.  
Você foi procurado pelos representantes legais de Mate Gelado Refrescos Ltda. para
providenciar a cobrança judicial do valor da condenação devida por Águas Minerais da Serra S.A.
Redija a peça adequada, considerando que você a está elaborando no dia 01/06/2012, e que na
cidade e comarca de Maragogi, Alagoas, há somente uma única vara. 
 
Gabarito comentado: 
Instituída a arbitragem, será proferida sentençapelo árbitro no prazo estipulado pelas partes ou
fixado no art. 23, caput, da Lei n. 9.307/96. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus
sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo
condenatória, constitui título executivo (art. 31 da Lei n. 9.307/96). Trata­se de título executivo
JUDICIAL, previsto no inciso IV do art. 475­N do CPC. Portanto, a peça adequada é uma
EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL, sendo tal título a sentença arbitral. 
Assim, o examinando deverá requerer a citação da devedora para pagar a quantia de R$
200.000,00 (duzentos mil de reais), no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de multa de 10%
sobre o valor da dívida, nos termos do disposto no art. 475­J do CPC.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 1  
Enunciado: 
Rogério, diretor e acionista da companhia aberta Luz Alimentos S.A., alienou em bolsa, no dia
28/12/2009, 100% (cem por cento) das ações de emissão da companhia de que era titular.  
No dia 30/12/2009, a companhia divulgou ao mercado os seus demonstrativos financeiros, com
notas explicativas, detalhando o resultado negativo obtido no exercício. 
Em decorrência dos resultados divulgados, em janeiro de 2010, o preço das ações sofreu uma
queda de 40% (quarenta por cento) em relação ao mês anterior. Em maio de 2010, a Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) iniciou processo investigatório contra Rogério, para apurar a
eventual ocorrência de infração grave em detrimento do mercado de capitais. 
De acordo com o enunciado, responda às questões abaixo, indicando o(s) respectivo(s)
fundamento(s) legal(is): 
A) É lícito a CVM instaurar processo administrativo investigatório contra Rogério? 
B) Qual teria sido o ilícito praticado por Rogério? Teria havido violação a algum dispositivo da Lei
n. 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações)? 
C) Quais as penalidades que podem ser impostas a Rogério pela Comissão de Valores
Mobiliários, caso reste comprovada a conduta descrita no enunciado? 
Gabarito comentado: 
A) É possível a CVM instaurar processo administrativo, precedido de etapa investigatória, para
apurar atos ilegais de administradores de companhias abertas. O fundamento legal para a
resposta encontra­se no art. 9º, inciso V, e § 2º, da Lei n. 6.385/1976.  
B) A situação pode caracterizar uso indevido de informação privilegiada, bem como violação aos
deveres de lealdade e/ou sigilo, em razão da alienação em bolsa de todas as ações de emissão
da companhia de que o diretor Rogério era titular, antes da divulgação ao mercado do resultado
negativo obtido no exercício social. Teria havido infração ao artigo 155, §1º. Ademais, como
diretor de companhia aberta, Rogério teria violado o dever de informar, especificamente quanto
ao disposto no parágrafo 6º do art. 157, da Lei n. 6.404/1976. 
C) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode aplicar ao diretor Rogério as penalidades
previstas no art. 11 da Lei n. 6.385/76.  
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal apontado na distribuição de pontos nas
respostas dos itens “A”, “B” ou “C” não atribui pontuação.
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 2  
Enunciado: 
Sociedade empresária teve sua recuperação judicial concedida em 10.11.2011 em decisão que
homologou o plano de recuperação judicial aprovado em assembleia de credores. 
O plano previa basicamente: (a) repactuação dos créditos quirografários, com um deságio de
40% (quarenta por cento) sobre o valor principal; (b) remissão dos juros e multas; e (c)
pagamento em 240 (duzentas e quarenta) parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo a
primeira delas 30 (trinta) dias após a concessão da recuperação judicial. 
Em 15.05.2012, sob a alegação de que tinha cumprido regularmente as obrigações decorrentes
do plano de recuperação judicial vencidas até então, a devedora requer ao Juízo da
Recuperação que profira sentença de encerramento da recuperação judicial. 
A respeito do processo de recuperação judicial, indaga­se: 
A) Considerando­se as datas da concessão da recuperação e a do pedido de encerramento,
pode o Juízo proferir sentença de encerramento?  
B) Caso a devedora tenha descumprido alguma obrigação prevista no plano, qual o efeito do
inadimplemento em relação à recuperação judicial e aos créditos incluídos no plano? 
Responda aos questionamentos de modo fundamentado, indicando os dispositivos legais
pertinentes. 
Gabarito Sugerido: 
A) O juiz somente poderá decretar o encerramento da recuperação judicial por sentença após o
cumprimento de todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até dois anos depois
da concessão da recuperação (art. 61, caput, c/c art. 63, da Lei n. 11.101/2005).  
No caso em tela, como o plano prevê o pagamento de obrigações em 240 (duzentos e quarenta)
parcelas, mensais e sucessivas, após a concessão da recuperação e que, ao tempo do pedido de
encerramento da recuperação, passaram­se apenas seis meses da data de concessão, embora
o devedor tenha cumprido todas as suas obrigações até a data do pedido. Contudo, restam ainda
obrigações pendentes a vencer no interregno de dois anos entre a concessão e o encerramento
legal. 
B) Tendo em vista que não houve o decurso de dois anos da concessão da recuperação judicial,
a recuperação judicial será convolada em falência (art. 61, § 1º c/c art. 73, IV, da Lei n.
11.101/2005). Com a decretação da falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e
garantias, nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos
durante a recuperação judicial (art. 61, § 2º da Lei n. 11.101/2005). 
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PADRÃO DE RESPOSTA ­ QUESTÃO 3  
Enunciado: 
Fábio, sócio da sociedade Divina Pastora Confecções Ltda., que possui 12 sócios, toma
conhecimento da intenção dos demais sócios de realizar um aumento de capital. Fábio concorda
com a referida pretensão, mas não deseja exercer o seu direito de preferência, caso a proposta
seja aprovada. No contrato social, não há qualquer cláusula sobre a cessão de quotas ou a
cessão do direito de preferência. 
(http://www.judiceoffice.com.br/valores)
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Fábio o procura com as seguintes indagações: 
A) Havendo cláusula contratual permissiva, a deliberação a respeito do aumento de capital
poderá ser tomada em reunião de sócios? 
B) Diante da omissão do contrato social, Fábio poderá ceder o seu direito de preferência a
terceiro não sócio? 
Responda aos questionamentos de modo fundamentado, indicando os dispositivos legais
pertinentes. 
Gabarito comentado: 
A) A sociedade em questão deverá realizar suas deliberações em assembleia, por possuir mais
de 10 sócios (art. 1.072, §1º, do Código Civil). 
B) Considerando­se a omissão do contrato sobre a cessão de quotas, Fábio poderá ceder o seu
direito de preferência a um terceiro não sócio, conforme previsto no art. 1.081, § 2º, do Código
Civil, desde que não haja oposição de titulares de mais de ¼ (um quarto) do capital social.
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(http://www.espacovital.com.br/enviar?id=27733&tipo=noticia)
(http://www.espacovital.com.br/imprimir?id=27733&tipo=noticia)
Comentários
Charge de Gerson Kauer
http://www.judiceoffice.com.br/valores
http://www.espacovital.com.br/enviar?id=27733&tipo=noticia
http://www.espacovital.com.br/imprimir?id=27733&tipo=noticia
 
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­33694­o­drama­do­advogado­honesto)
O drama do advogado honesto
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­33694­o­
drama­do­advogado­honesto)
Advocacia | 23.03.16
Música sertaneja de raiz, gravada em 1980 pelos artistas Tião Carreiro & Pardinho, canta o
infortúnio de um advogado. Ele foi chamado às pressas em seu escritório, para atender uma
ocorrência policial. Chegando à delegacia, constatou que o criminoso era seu filho – que estava
morto.
Arte de Camila Adamoli
 
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­33658­a­sociedade­esta­cansada­dos­
ldquoltigtpoliticos­que­nao­enxergam­nada­alem­do­que­a­sua­proxima­ele)A sociedade está cansada dos “políticos que não
enxergam nada além do que a sua próxima
eleição”
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­33658­a­
http://www.espacovital.com.br/publicacao-33694-o-drama-do-advogado-honesto
http://www.espacovital.com.br/publicacao-33658-a-sociedade-esta-cansada-dos-ldquoltigtpoliticos-que-nao-enxergam-nada-alem-do-que-a-sua-proxima-ele
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­33658­a­
sociedade­esta­cansada­dos­ldquoltigtpoliticos­
que­nao­enxergam­nada­alem­do­que­a­sua­
proxima­ele)
Advocacia | 14.03.16
No discurso de despedida de sua gestão, o ex­presidente da OAB gaúcha arrancou aplausos
sempre que fez críticas diretas à classe política brasileira.
Arte de Camila Adamoli
 
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­33666­goleada­na­oab­determina­a­exclusao­de­
advogada­gaucha)
Goleada na OAB determina a exclusão de advogada
gaúcha (http://www.espacovital.com.br/publicacao­
33666­goleada­na­oab­determina­a­exclusao­de­
advogada­gaucha)
Advocacia | 14.03.16
Ela já tinha quatro suspensões em vigor e não pagava anuidade há 19 anos. E, pretendendo
exercer a profissão irregularmente, apresentou­se para uma audiência, onde teve sua carteira
apreendida pelo juiz. Em 2015 foram cinco exclusões de advogados, já com trânsito em julgado.
Representação processual é válida sem a
constituição de novo advogado
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­32572­
representacao­processual­e­valida­sem­a­
http://www.espacovital.com.br/publicacao-33658-a-sociedade-esta-cansada-dos-ldquoltigtpoliticos-que-nao-enxergam-nada-alem-do-que-a-sua-proxima-ele
http://www.espacovital.com.br/publicacao-33666-goleada-na-oab-determina-a-exclusao-de-advogada-gaucha
http://www.espacovital.com.br/publicacao-32572-representacao-processual-e-valida-sem-a-constituicao-de-novo-advogado
representacao­processual­e­valida­sem­a­
constituicao­de­novo­advogado)
Advocacia | 08.03.16
TST afasta a irregularidade de representação em agravo, depois que todos os advogados
constituídos renunciaram ao mandato, entre eles o que assinou o recurso.
Tribunal anula acordo entre empresa e ex­
funcionário, por ausência de advogado
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­32574­
tribunal­anula­acordo­entre­empresa­e­
exfuncionario­por­ausencia­de­advogado)
Advocacia | 08.03.16
O empregado aceitou receber R$ 5 mil em vez dos R$ 326 mil a que teria direito. Julgado afirma
que “não é possível permitir que o trabalhador abra mão de vantagens e proteções que a lei lhe
assegura”.
Reação do CF­OAB contra policial que agrediu e
sacou arma, ameaçando advogada idosa
(http://www.espacovital.com.br/publicacao­32550­
reacao­do­cfoab­contra­policial­que­agrediu­e­
sacou­arma­ameacando­advogada­idosa)
Advocacia | 01.03.16
Presidente Lamachia classifica o episódio como “uma covardia, por tratar de maneira violenta
uma mulher de 63 anos, além de um flagrante desrespeito às prerrogativas da advocacia e ao
Estado Democrático de Direito”.
http://www.espacovital.com.br/publicacao-32572-representacao-processual-e-valida-sem-a-constituicao-de-novo-advogado
http://www.espacovital.com.br/publicacao-32574-tribunal-anula-acordo-entre-empresa-e-exfuncionario-por-ausencia-de-advogado
http://www.espacovital.com.br/publicacao-32550-reacao-do-cfoab-contra-policial-que-agrediu-e-sacou-arma-ameacando-advogada-idosa

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