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ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO 1 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) Acidente vascular cerebral ou encefálico é definido como déficit neurológico geralmente focal, de instalação súbita ou com rápida evolução, sem outra causa aparente se não vascular (SCAFF; MUTARELLI; EVARISTO, 2005). Os tipos de AVC podem ser divididos em: • Isquêmicos (AVCI) • Hemorrágicos (AVCH) • Ataque isquêmico transitório (AIT) A diferenciação ocorre com base em seu aspecto patológico. Comparados a população geral, os pacientes com AIT tem risco 16 vezes maior de desenvolver AVC Isquêmico (SCAFF; MUTARELLI; EVARISTO, 2005). 2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (IMAGENS: GOOGLE) 3 AVC ISQUÊMICO (AVCI) É também conhecido com infarto cerebral. Ocorre quando há uma obstrução de um vaso sanguíneo, impedindo a perfusão sanguínea em determinada região, levando a isquemia, e consequentemente ao infarto cerebral. As causas mais comuns de AVCI são: • Aterosclerose em grandes artérias; • Cardioembolismo; • Oclusão de pequenas artérias. Nos idosos, a aterosclerose é a causa mais comum de AVCI. 4 AVCI DIAGNÓSTICO Diagnóstico tem duas intenções fundamentais: • Confirmar lesão isquêmica; • Excluir hemorragias. Exames complementares: • Tomografia computadorizada (momento da admissão) • Ressonância magnética (maior sensibilidade). 5 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO (AVCH) No hemorrágico, há 2 tipos mais comuns: • Hemorragia intraparenquimatosa (HIP) • Hemorragia subaracnóidea (HSA) HIP: a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a causa mais comum (70% dos casos), pode ocorrer em qualquer região. HSA: principal causa é a ruptura de aneurismas saculares intracranianos em área de bifurcação arterial. Principal sintoma é cefaleia intensa, marcando a ruptura do aneurisma tendo ou não déficit neurológico. 6 AVCH DIAGNÓSTICO • A tomografia do crânio avalia tamanho, localização da área afetada e eventuais complicações estruturais. • A angiografia cerebral digital detalha mais possíveis alterações presentes causadoras do AVC. (IMAGENS: SEMIOLOGIA MÉDICA. 5. ED) 7 ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) • Evento neurovascular com duração menor que 24hr, sendo sua maioria com duração de apenas poucos minutos, sem a formação de infarto cerebral. Os sinais e sintomas variam conforme a região da lesão. • Igualmente importante após o diagnóstico diferencial, é determinar mecanismo causador do AIT para definição do tratamento preventivo mais adequado. 8 SINTOMAS GERAIS AVC (IMAGEM: GOOGLE) 9 AVC – SEQUELAS • A hemiplegia contralateral ao lado da lesão encefálica (disfunção motora prevalente); • Distúrbios de sensibilidade; • Presença de espasticidade (após período de hipotonia); • Perda dos padrões dos movimentos seletivos; • Alteração do equilíbrio; • Problemas de cognição entre outros distúrbios. (TELES; GUSMÃO, 2010). 10 TRATAMENTO: FASE AGUDA O tônus muscular está flácido, e futuramente evoluirá para um padrão espástico, adquirindo uma postura rígida e com limitações funcionais. Principais objetivos da fisioterapia são: • Manter ou ganhar ADM; • Prevenir/ tratar subluxação de ombro; • Prevenir contraturas e deformidades; • Prevenir dores articulares; • Ganhar força muscular; • Melhorar a propriocepção; • Melhorar o tônus; • Melhorar o equilíbrio; • Melhorar funções respiratórias; • Prevenir acúmulo de secreções 11 FASE TARDIA • Normalizar o tônus no hemicorpo acometido; • Treinar atividades de vida diária (AVD’s); • Treinar marcha; • Treinar memória cinestésica; • Reaprendizado motor; • Prescrição de órtese para prevenção de contraturas em MMSS e MMII, e auxilio na marcha. 12 ARTIGO • Recebido em 2012 • Publicado em 2013 13 INTRODUÇÃO • Espasticidade refere-se a hiperexcitabilidade do reflexo do estiramento do músculo, liberando de forma total e conjunta carga máxima de todas as células que inervam um grupo muscular, sendo dependente da velocidade o aumento do tônus muscular. • Tem o quadro de fraqueza muscular, e reflexos cutâneos-musculares (babinski e hiperreflexia profunda) presentes. 14 INTRODUÇÃO • Dentre as técnicas de reabilitação neuromuscular está a técnica tapping, em especial o Tapping de deslizamento que pode ser compreendido pelo mecanismo neurobiológico: O estímulo tátil no sentido proximal para distal em um membro pode estimular uma variedade de receptores nos estratos anatômicos, desde os mais externos mecanoceptores da pele até os proprioceptores articulares que interagem com a inervação recíproca, efeito pós-descarga, irradiação, indução sucessiva resultando em relaxamento musculatura (SILVA et al., 2014). • Objetivo do estudo: avaliar eficácia da técnica Tapping de deslizamento sobre a espasticidade e recrutamento muscular em pacientes pós AVC, em comparação ao tratamento convencional. 15 METODOLOGIA Ensaio clinico controlado, cego e randomizado aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Alagoas. Amostra: 20 indivíduos dividos em dois grupos: • Grupo controle (GC): 10 pacientes • Grupo Tapping (GT): 10 pacientes. Todos os pacientes foram submetidos a questionário com dados pessoais, e exame físico com exame de eletromiografia de superfície e a escala de Ashworth. Ambos os grupos foram submetidos a 10 sessões. 16 METODOLOGIA Critérios de inclusão: • AVC espástico; • Não ter feito tratamento medicamentoso 8 meses antes e durante o experimento. • Idade do evento entre 2 e 6 anos; • Não usar órtese; • Membro espástico não funcionante. Exclusão: não compatíveis com critérios de inclusão e/ou deformidade incompatível com a técnica. 17 METODOLOGIA • Grupo de Tapping (GT) recebeu fisioterapia convencional e a técnica Tapping de deslizamento no músculo flexor superficial dos dedos da mão. • Grupo controle (GC) recebeu tratamento convencional com aplicação de várias técnicas similares ao grupo experimental, exceto a técnica do Tapping de deslizamento. • Duração de 40 minutos cada sessão, duas vezes por semana em dias alternados. • Dois dias após a 10ª sessão, todos os pacientes foram novamente submetidos à avaliação da espasticidade e a eletromiografia de superfície, feitos pelo mesmo pesquisador. 18 RESULTADOS • Sobre a análise após a aplicação das técnicas, o GT obteve maior diferença. 19 RESULTADOS • Em comparação do antes e depois, ambos os grupos obtiveram redução, porém ainda maior no grupo Tapping. 20 RESULTADOS • Comparativo entre os grupos: ANTES E DEPOIS. 21 RESULTADOS • Tabela com os resultados finais. 22 DISCUSSÃO • Há comprovação da eficácia das técnicas de Tapping sobre o tônus muscular, porém os autores apresentam um junto com o resultado um efeito negativo: redução significativa da atividade elétrica dos miócitos. • Silva et al. (2014) alega que a redução do recrutamento de unidades motoras associada à espasticidade pode limitar os indivíduos a algumas ocupações, não permitindo independência completa nas AVD’S, e principalmente, no que diz respeito à motricidade fina. além de, não há relatos na literatura sobre tal redução após aplicação de técnicas. 23 DISCUSSÃO • Dados já publicados relatam que a magnitude da facilitação alcançada, está diretamente relacionada com a quantidade de resistência. Quando uma contração muscular é resistida, ocorre aumento da resposta do músculo à estimulação cortical, e então, a facilitação pode difundir-se no sentido proximal-distal ou vice- versa, sendo seus antagonistas inibidos (SILVA et al., 2014). 24 CONCLUSÃO • Houve redução significativa da espasticidade na musculatura que recebeu as técnicas. • Segundo os autores a aplicabilidade da técnica é segura e não apresentou efeitos negativos importantes na redução do recrutamento das unidades motoras, entretanto relatam a necessidade de mais estudos sobre as técnicas de reabilitação neuromuscular em geral para aumentar veracidade e eficiência do tratamento. 25 BIBLIOGRAFIA • PIASSAROLI, Cláudia Araújo de Paula et al. Modelos de Reabilitação Fisioterápica em Pacientes Adultos com Sequelas de AVC Isquêmico. 2010.10 p. revisão (graduandos em fisioterapia)- Faculdade de Ciências e Saúde da Vida, Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, Itu - SP, 2012. • TELES, Mayara dos Santos; GUSMÃO, Cristiane . Avaliação funcional de pacientes com Acidente Vascular Cerebral utilizando o protocolo de Fugl-Meyer. 2010. 8 p. Artigo (graduandos em fisioterapia)- Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus Jequié, Jequié-BA, 2012. 26 BIBLIOGRAFIA • DOENÇAS CEREBROVASCULARES. In: CANÇADO, Flávio Aluizio Xavier; DOLL, Johannes ; GORZONI, Milton Luiz. Tratado de geriatria e gerontologia. 3. ed. Rio de Janeiro - RJ: Guanabara Koogan, 2013. cap. 21, p. 408-425. • SCAFF, Milberto; MUTARELLI, Eduardo Genaro; EVARISTO, Eli Faria . ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. In: PORTO, Celmo Celeno. semiologia médica. 5. ed. Goiânia: Guanabara Koogan, 2005. p. 1138-1145. • SILVA, José et al. Tapping de Deslizamento Sobre o Tônus e o Recrutamento Muscular Após Acidente Vascular Cerebral. Revista Neurociências, [s.l.], v. 21, n. 04, p.542-548, 5 fev. 2014. Revista Neurociencias. 27
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